Lajeado, com uma área territorial de 91,591 km² (IBGE), é um polo regional e o
município mais urbanizado da região. Com um perfil socioeconômico moderno e uma
comunidade acolhedora, é considerada a 2ª melhor cidade para se viver e investir na Região
Sul, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Entretanto, como
ocorre em cidades maiores, alguns problemas são mascarados pelo desenvolvimento
urbano e considerados "aceitáveis" pela sua população. É o caso da mobilidade urbana,
uma constante que influencia diretamente no meio ambiente; como exemplo disso, temos
as ciclovias, que apesar de haver em certos pontos da cidade, sua infraestrutura
encontra-se na maior parte dela em más condições ou sem sinalização adequada ou, ainda,
sua utilização não é incentivada por meio dos órgãos públicos.
O desenvolvimento urbano tende a provocar profundas consequências ambientais,
mas o impacto depende muito de como a transição é gerenciada, nesse sentido,
desenvolver ações a fim de atingir as metas do ODS 11, Cidade e Comunidades
Sustentáveis, é salvaguardar o futuro da humanidade. Com cerca de 99% dos lajeadenses
residindo em meio urbano, e considerando que o uso cada vez mais proeminente do
automóvel privado é a razão dos problemas de mobilidade nas cidades, conforme Instituto
de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), a mobilidade urbana, na cidade,
poderia ser otimizada por meio da utilização de bicicletas, patinetes e/ou skates, a fim de
reduzir a poluição causada pelo crescente número de veículos automotores, que já somam,
aproximadamente, 72 mil emplacados no município, de acordo com estimativas presentes
no Diagnóstico da Mobilidade Urbana, realizado pela empresa Im Traff, e tendem a
aumentar. No entanto, apesar de possuir uma infraestrutura de ciclovias, as mesmas se
encontram abandonadas e, além de não haver segurança adequada, os trechos são
fragmentados.
Ademais, há falta de uma consciência coletiva da importância de uma mobilidade
urbana sustentável, que, por sua vez, é pouco ou nada incentivada, não só como benefício
para o meio ambiente, mas também para a saúde pessoal e, principalmente, pública, uma
vez que a implementação de meios alternativos e sustentáveis de deslocamento urbano
significam mudanças significativas em vários eixos socioambientais. Salienta-se que uma
vez tendo programas de incentivo e implementação de tais meios de deslocamento na
cidade, haverá redução no tráfego rodoviário, assim como redução no desgaste das
estradas, além da diminuição da poluição e, como resultado, se estará criando um ambiente
comunitário saudável.
Em suma, ações de estímulo ao uso de meios de deslocamento alternativos e
sustentáveis deveria ser uma premissa maior nas políticas urbanas e de mobilidade em
Lajeado, já que traria impactos significativos a um desenvolvimento sustentável, almejando
as metas estipuladas na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. Como panaceia
para uma cidade modelo, considera-se a reivindicação através dos munícipes aos órgãos
públicos pertinentes, corroborando a participação ativa dos cidadãos nas políticas públicas,
cobrando-lhes o desenvolvimento de espaços de convivência mais seguros e sustentáveis,
além de tomar como argumento que o desenvolvimento de mobilidades urbanas
alternativas trazem benefícios a longo prazo em vários setores da sociedade, mas que
também, a partir dessas implementações, contribuirá à consolidação de Lajeado como uma
cidade modelo.