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*4º DIA - PORQUE CONHECE O MEU NOME*

Temos vivido um surto de gripe em todo o mundo nestes dias e muitas pessoas morreram. Em
momentos assim, precisamos ter a nossa fé renovada para descansarmos no esconderijo do
Altíssimo. A promessa do Salmo 91 é que seremos protegidos. Enquanto as pessoas do mundo
sofrem com angústia e medo, nós podemos crer na promessa de que seremos guardados pelo
Senhor. É muito importante que não sejamos tomados pelo medo como as pessoas do mundo.
A nossa fé é nutrida pelo tipo de alimento que permitimos entrar em nossa alma. Se a nossa
atenção está sempre no noticiário e nas mídias sociais, isso significa uma dieta de ansiedade e
medo. Ponha os seus olhos naquilo que o Senhor Jesus conquistou no Calvário e o seu coração
se encherá de fé. O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do
Onipotente diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. (Sl 91.1-
2)

A palavra “habitar” no original é yashab, que significa “sentar”. Assim, aquele que habita é o
que se assenta e descansa no esconderijo do Altíssimo. A maneira como o Senhor quer que
desfrutemos de proteção é entrando no descanso. Sua proteção, sua paz e todas as bênçãos
fluem em nossa vida quando permanecemos no descanso. Hoje, nós estamos assentados com
Cristo nos lugares celestiais (Ef 2.6; Hb 1.3). A palavra “assentado” significa que todo o
trabalho já foi terminado e agora estamos no descanso. No Velho Testamento, o sacerdote
oferecia o sacrifício da manhã às nove horas, e então ficava de pé até o sacrifício da tarde, às
quinze horas. O Senhor Jesus foi crucificado às nove horas da manhã e ficou na cruz até as
quinze, cumprindo assim o perfeito sacrifício. Uma vez que o sacrifício do Senhor foi completo
e perfeito, Ele pode se assentar, e nós estamos assentados com Ele (Hb 10.11-12). Nós
podemos descansar no esconderijo do Altíssimo porque o Senhor já pagou o preço por todas
as bênçãos de proteção do Salmo 91. Nós somos protegidos quando habitamos no
esconderijo do Altíssimo. Mas onde é esse esconderijo? Creio que a resposta pode ser
encontrada nos dois nomes de Deus mencionados no verso primeiro: Altíssimo e Onipotente.
Altíssimo é El Elyon no hebraico e Onipotente é El Shadday. El Elyon aparece no capítulo 14 de
Gênesis e El Shadday aparece no capítulo 17. O esconderijo do Altíssimo está entre esses dois
capítulos. O que aconteceu nos capítulos 15 e 16 de Gênesis?

*EL ELYON*

A primeira menção de El Elyon, Deus Altíssimo, está em Gênesis 14. Quando Abraão retornava
da guerra contra os quatro reis, Melquisedeque lhe saiu ao encontro. Melquisedeque era
sacerdote de El Elyon e trouxe a Abraão pão e vinho, mostrando que era um tipo de Cristo. E
ele liberou uma bênção sobre Abraão. Após voltar Abrão de ferir a Quedorlaomer e aos reis
que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma no vale de Savé, que é o vale do
Rei. Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo;
abençoou ele a Abrão e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a
terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E de
tudo lhe deu Abrão o dízimo. (Gn 14.17-20) A palavra “Salém” vem de “Shalom”, que significa
“paz”. Melquisedeque era o rei da paz, o que claramente aponta para o Senhor Jesus. O livro
de Hebreus declara que o Senhor Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. O
nome Melquisedeque significa “rei de justiça”. E esse rei trouxe a Abraão pão e vinho,
apontando para a ceia. Muito antes de o Senhor vir e morrer, Deus já havia estabelecido o seu
propósito de nos tratar de acordo com a Nova Aliança. Nessa passagem, onde está a primeira
menção de El Elyon, encontramos também a primeira menção da ceia e do dízimo.

*EL SHADDAY*

A primeira menção de El Shadday também foi na vida de Abraão. Quando atingiu Abrão a
idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-
Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito. (Gn 17.1) No capítulo 15, Abraão creu no
mesmo evangelho que você e eu cremos. Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para
justiça. Depois destes acontecimentos, veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa visão, e
disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande.
Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro
da minha casa é o damasceno Eliézer? Disse mais Abrão: A mim não me concedeste
descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro. A isto respondeu logo o
SENHOR, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu
herdeiro. Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o
podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade.

Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça. (Gn 15.1-6) Esse texto é mencionado
em Romanos e em Gálatas como a base do evangelho da graça. Deus lhe atribui justiça não
com base em suas obras, mas com base em sua fé no Senhor. Nós somos justificados pela fé
independentemente de obras. Para estar no esconderijo do Altíssimo, você precisa ser
justificado pela fé. Precisa crer no evangelho. No capítulo 16, todavia, deparamo-nos com um
problema, Agar. Ter um filho de Agar não foi ideia de Deus. Ela era uma escrava que foi dada a
Abraão quando ele desceu ao Egito. Agar deu à luz um filho chamado Ismael. E, no livro de
Gálatas, Paulo explica que Agar simboliza a lei e Ismael representa a carne. Mas Sara
representa a graça. Uma vez que somos justificados pela fé, precisamos ter cuidado para não
voltarmos para a lei, representada por Agar. Agar precisa estar sujeita a Sara, assim como a lei
precisa estar submissa à graça. Em outras palavras, podemos dizer que, uma vez justificado
pela fé, não volte a andar confiado na lei. Abraão agiu confiado na carne, e isso lhe custou
treze anos até que teve a revelação de El Shadday.

Se queremos estar no esconderijo do Altíssimo, precisamos ser justificados por fé e libertos da


lei. O que isso significa? Não confie na sua força, mas descanse em Cristo. No capítulo 17,
lemos que o Senhor apareceu a Abraão quando ele tinha noventa e nove anos, mas, no verso
anterior, lemos que Abraão tinha oitenta e seis quando nasceu Ismael. Isso significa que Deus
ficou treze anos sem falar com ele. O Senhor esperou até que Abraão fizesse noventa e nove
anos e não tivesse mais vigor natural. Quando Abraão chegou ao ponto de não poder mais
gerar um filho por si mesmo, o Senhor veio e se revelou a ele como El Shaday, o Deus Todo-
Poderoso. Todos nós precisamos chegar ao ponto de desistir de agir em nossa força, confiados
em nossa habilidade, e passar a descansar na verdade de que o Senhor trabalha por nós. O
Esconderijo do Altíssimo é um lugar de descanso. Precisamos ter a nossa perspectiva alargada
pela revelação de El Elyon, o Deus Altíssimo, que possui os céus e a terra, e de El Shaddai, o
Deus Todo-Poderoso. Não importa se você está lidando com problemas financeiros, problemas
de insônia, depressão ou mesmo pensamentos suicidas, há um Deus que ama você, cuja mão
de poder está sobre a sua vida. Você pode ter proteção divina sobrenatural.

*YEHOVAH ELOHIM E YESHUA*

No verso 2 do Salmo, encontramos mais dois nomes de Deus: Yehovah e Elohim. No capítulo
primeiro de Gênesis, nós encontramos o nome Elohim, que significa Deus, o Deus criador. A
palavra Elohim está no plural, para indicar Deus é triúno. Não existem três deuses, mas um
único Deus, que subsiste na forma de três pessoas. Mas, no capítulo 2 de Gênesis, no
momento em que o homem entra em cena, o nome é Senhor Deus, Yehovah Elohim. Isso
acontece porque o nome Yehovah está relacionado à aliança com o homem. Yehovah é o Deus
da aliança.

Quando declaramos: “Direi ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem
confio”, estamos, na verdade, declarando que o Senhor é Deus de aliança. Todos esses nomes
são importantes para conhecermos o Senhor, mas a principal revelação está no fim do Salmo,
que diz: “Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação”. Você sabe o que é a
palavra “salvação” em hebraico? É a palavra Yeshua, que é o próprio nome do Senhor Jesus. O
esconderijo do Altíssimo é um lugar onde você está em Cristo. Estar em Cristo é estar no lugar
mais seguro do universo. Uma vez que você recebe o Salvador Yeshua, você nasce de novo e o
Pai vê você em Cristo. Você está salvo, protegido e seguro n’Ele. Você se lembra de como Noé
foi salvo do dilúvio? Noé não era perfeito, mas Deus o via como justo por causa de sua fé (Hb
11.7). Quando o dilúvio veio, todos fora da arca morreram, mas Noé e sua família foram
guardados e salvos. A arca é um tipo de Cristo, e n’Ele somos guardados também.

Uma coisa interessante sobre a arca é que ela não tinha janelas nos lados, mas somente no
teto. A verdade oculta nisso é que o Senhor não quer que os nossos olhos estejam nas trevas e
no terror ao derredor, mas Ele quer que olhemos para cima, para as coisas do céu. Eu creio
que Noé, por causa do balanço da arca, pode ter se desequilibrado e caído. Mas ele sempre
caiu dentro da arca, nunca fora. O livro de Provérbios diz que sete vezes cairá o justo e sete
vezes se levantará (Pv 24.16). Você é justo porque recebeu o dom da justiça, e não por causa
da sua própria obediência aos mandamentos. Isso significa que, mesmo que você caia, você
permanece em Cristo, nossa arca. O esconderijo nos fala de um lugar em Cristo, mas nos fala
também de um lugar de proximidade e intimidade. Para estar debaixo da sombra de algo,
precisamos estar perto desse objeto. Quando você está debaixo de um sol escaldante, você
aprecia a sombra. Estar debaixo da sobra do Altíssimo fala de proximidade, intimidade, mas
também de refrigério e descanso. O esconderijo do Altíssimo não é um lugar físico, mas uma
posição espiritual de intimidade com o Senhor.
*O PAI*

Sempre que lemos o Velho Testamento, precisamos nos lembrar de que o Novo é a chave que
abre o Velho. E, no Novo Testamento, temos a revelação final do nome de Deus. Na oração
sacerdotal, em João 17, o Senhor orou para que fôssemos guardados no nome do Pai. Já não
estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai
santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós. (Jo
17.11) De todos esses nomes que temos mencionado, o principal é Pai. Este é o nome que o
Senhor Jesus veio nos revelar e nesse nome somos protegidos. Quando José se revelou aos
irmãos no Egito, a primeira coisa que lhes disse foi: “Chegai-vos a mim” (Gn 45.4). Os seus
irmãos o haviam rejeitado, traído e vendido, mas mesmo assim a sua atitude era de aproximá-
los. José, então, coloca os seus irmãos para viverem na terra de Gósen, onde eles seriam
supridos. O que é precioso é que Gósen significa “aproximando-se, ficando mais perto”.
Habitar no esconderijo do Altíssimo tem um componente poderoso de proximidade e
intimidade. Somos guardados na intimidade com o Pai. Ser coberto com as suas penas,
descansar debaixo de suas asas nos fala de aconchego, de família. A maneira como o Senhor
guardou os seus discípulos foi lembrando-os em todo o tempo do amor do Pai.

O Senhor dizia: “O Pai perdoa vocês; o Pai que cuida dos passarinhos cuida de vocês também;
o seu Pai sabe do que vocês precisam”. É assim que o Senhor os guardou. Todos os outros
nomes de Deus revelam parcialmente o seu caráter, mas o nome Pai revela plenamente Deus,
pois todos os outros nomes estão incluídos nesse. Seu pai pode ser um juiz, um médico ou um
grande líder político, mas, para você, ele sempre será o seu pai. O nosso Deus é realmente
tudo o que foi revelado no Velho Testamento, mas, para nós, Ele é o nosso Paizinho. Há poder
nesse nome. Há proteção nesse nome. Todos os atributos de Deus estão presentes nesse
nome. Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome, que me deste, e protegi-os, e
nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. (Jo
17.12) Você não encontrará nos Evangelhos nenhuma menção dos discípulos ficando doentes,
oprimidos ou necessitados de alguma coisa material. Como o Senhor protegeu os seus
discípulos? Ele os protegeu no nome de Deus. O Senhor os ensinou a se relacionar com Deus
com base nesse nome. Em todo o tempo nos Evangelhos, o Senhor se refere a Deus como Pai.
Infelizmente, os religiosos têm transformado até mesmo o nome Pai em um título frio e
distante, mas não é esse o propósito de Deus. O Pai quer se relacionar conosco de forma terna
e amorosa. A oração mais profunda que podemos fazer é chamá-lo de Paizinho. Quando
fazemos assim, estamos manifestando o espírito da Nova Aliança e desfrutando do esconderijo
do Altíssimo.

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