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CENTRO DE TECNOLOGIA
ARQUITETURA E URBANISMO
HISTÓRIA DA ARQUITETURA
ARQUITETURA GÓTICA
João Pessoa – PB
Fevereiro, 2020
JOÃO HENRIQUE MARTINS
KETLYN LAY DE ANDRADE
PEDRO HENRIQUE SALES
ARQUITETURA GÓTICA
João Pessoa – PB
Fevereiro, 2020
Sumário
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 5
2 CONTEXTO HISTÓRICO................................................................................ 6
3.1.5 Pináculos.......................................................................................... 13
3.2.5 Gárgulas........................................................................................... 18
Rosáceas ...................................................................................................... 40
Portais ........................................................................................................... 41
Gárgulas ....................................................................................................... 42
O Tesouro ..................................................................................................... 42
Os sinos ........................................................................................................ 43
A cripta .......................................................................................................... 43
Intervenções ................................................................................................. 44
Incêndio ........................................................................................................ 45
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 46
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1 INTRODUÇÃO
A arquitetura gótica é uma das mais importantes na história da arquitetura,
tanto ao que diz respeito à estica quanto às inovações construtivas
desenvolvidas durante o período em que ela se desenvolveu.
Diante da mudança na configuração social e política que estavam
acontecendo a partir do século XI, as cidades começam a se desenvolver, a
igreja começa entrar em crise e um dos meios que a igreja encontra para
resgatar o olhar do povo à religião é através da celebração da fé através de
grandes monumentos, neste caso as igrejas, por meio do dedicação do fiéis na
construção das mesmas e imponência dessas edificações.
Nesse mesmo período ocorreu a unificação dos feudos, a arte gótica
ganhou um carácter nacionalista em um contexto em que cada aglomeração
urbana buscava sua própria identidade dentro do estilo e competiam para ter a
maior catedral e mais bonita, o gótico também interligou a arquitetura românica
e renascentista criando uma relação entre a fé e razão.
A arquitetura gótica surge logo em continuidade da românica, ainda se
utilizando de elementos do estilo anterior, mas entre os séculos XII e XIV, se
estabelece com suas características, que se tornaram marca do estilo gótico, tais
quais são: uso de arcos ogivais e abóbadas, atingindo verticalidade, uso da luz
através dos vitrais e exuberância ao que diz respeito à sua estética alcançada
através de inúmeros ornamentos e do conjunto supracitada.
Através de revisão da literatura acerca da história da arquitetura, este
trabalho tem como objetivo discorrer acerca do contexto e de como se deu a
Arquitetura Gótica na Idade Média, salientando as principais características do
gótico na França e as tipologias construtivas originadas desse estilo, por meio
de quais contribuições construtivas ela é consolida e apresentar uma análise
detalhada de um dos marcos da arquitetura gótica na França, a Notre Dame de
Paris.
A pesquisa se deu a partir da revisão de trabalhos científicos, sites e livros
acerca do tema, a fim de elaborar um arcabouço com as informações mais
pertinentes a respeito da arquitetura gótica. Baseado nesse levantamento, o
presente trabalho foi escrito apresentando os principais aspectos desse estilo.
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2 CONTEXTO HISTÓRICO
A arquitetura gótica, também conhecida como arquitetura das catedrais,
se deu em um momento de transição da alta idade média, entre os séculos V e
X, para a baixa idade média, século XI ao XV. Nesse período, foi instalado o
regime de feudalismo, caracterizado por uma sociedade de forte divisão social e
com significativo apelo religioso. Também ocorreu nessa fase histórica uma
ascensão da Igreja Católica Ocidental, exercendo uma relevante influência nos
ditames políticos e de valores morais da época, sendo o teocentrismo a teoria
tida como verdade absoluta pela a Igreja. Diante desse contexto, a arquitetura
gótica foi batizada posteriormente como “a fé traduzida na pedra”, tendo em vista
a forte relação entre esse tipo de arquitetura e a religiosidade.
Outra característica importante de mudança da alta para a baixa idade
média, esteve na evolução da arquitetura românica para a gótica, na qual houve
um ganho de altura das edificações, uma maior iluminação interna, em
decorrência do aumento de quantidade de janelas e portas e a diminuição das
espessuras das paredes. Tais avanços foram propiciados pela tecnologia do
arco ogival, do arcobotante e dos contrafortes, mecanismos amplamente
utilizados na arquitetura gótica.
Ao contrário do que se foi propagado no Renascimento, na qual intitulou
pejorativamente a Idade Média como a “ Idade da Trevas”, do retrocesso, foi
nesse período que surgiram as primeiras universidades e que se teve a
significativa influência de filósofos estudados na atualidade, como Santo
Agostinho e Santo Tomás de Aquino.
Vale ressaltar que com a queda do Império Romano do Ocidente e,
consequentemente, com a entrada da alta idade média, as cidades foram
sofrendo uma evasão populacional para as zonas rurais. Logo após, com baixa
idade média, na qual a arte gótica foi instaurada, foram ocorrendo o processo de
volta às cidades. Exemplo disso está no fato de as catedrais góticas estarem
somente presentes nos centros urbanos da época, onde haveria uma
efervescência econômica e cultural.
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Fonte: repositorium.sdum.uminho.pt
Fonte: imc.ep.usp.br
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Fonte: imc.ep.usp.br
3 TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS
A arte gótica é voltada, essencialmente, à escultura, pintura e arquitetura
religiosa. Em meio ao século XIII, a igreja vivia em crise e as mudanças e os
avanços da configuração política e social convergiram para certa descrença e
desapego do povo às questões da igreja: a fim resgatar o olhar do povo de volta
aos assuntos religiosos e suas subserviência, o clero propõe a celebração da fé
cristã através da construção de grandes edificações – as catedrais -, imponentes
e cheias de exuberância, dando um novo sentido à essa dinâmica e realinhando
os interesses dos fiéis com o da igreja (GOZZOLI, 1978). Assim se manteve por
quase todo o período de vigência do estilo, no qual, com o crescimento de grupos
mais abastados, com a igreja deixando de portar a maior parte da riqueza das
cidades, a arquitetura gótica se estendeu para além dos edifícios religiosos e
passou a ser característica também de edifícios civis, oficiais, entre outras
tipologias de construções de importância nas cidades.
Fonte: http://www.lmc.ep.usp.br/people/hlinde/estruturas/sistest.htm
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ab%C3%B3bada
3.1.3 Arcobotantes
O arcobotante ou botaréu é, basicamente, uma parte do sistema estrutural
das catedrais góticas, na forma de um quarto de círculo, que servia de apoio às
naves centrais. Os arcobotantes são posicionados acima das naves laterais,
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Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_g%C3%B3tica#/media/Ficheiro:Amiens_Cath%C3%A9
drale_Notre-dame_arc-boutant_sud-est_4.jpg
3.1.5 Pináculos
Os pináculos são pequenas edículas de base prismática com terminações
em forma de uma pirâmide delgada e ornada com cogumelos.
3.2.1 Vitrais
A luz no gótico, atribuída com o conceito diretamente divino, é uma das
importantes características das construções do estilo. A luz era captada e
utilizada nos interiores das catedrais por meio dos vitrais, que tomavam o lugar
das paredes, devido à perda de funcionalidade da mesma, criando toda uma
atmosfera voltada à divindade, através de muitas cores e das histórias bíblicas
contadas nessas longas janelas que constituíam parte integral da edificação,
sendo um das experiências da catedral gótica utilizada para atrair as pessoas à
igreja.
Os vitrais formavam longas e belíssimas janelas fixas que serviam para
vedação das igrejas, se utilizando da luz natural para iluminar seu interior
e compor toda a experiência proposta. Eram constituídos de vidro e chumbo,
emoldurados por armações de ferro. O vidro era trabalhado com pigmentos de
uma vasta variedade de cores.
Os vitrais figurativos, no entanto, não surgiram apenas devido a uma
necessidade de dar luminosidade ao interior; eles também mostram,
conforme escreveu um religioso medieval, “às pessoas simples que
não conhecem as Escrituras aquilo em que devem crer”. [...] E a
transparência do vidro colorido também acabava por dar um poder
sugestivo aos episódios sacros representados, pois para o cristão da
Idade Média – basta recordas S. Francisco e as suas laudes ao Senhor
– a luz, como todos os outros dons da natureza, provinha diretamente
de Deus (GOZZOLI, 1978).
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Uma das principais funções do vitral era a educação religiosa dos fiéis,
através da ilustração das passagens bíblicas, pelo fato de a maior parte da
população ser iletrada naquele período. Os financiadores e trabalhadores que
colaboravam para que as catedrais fossem construídas, também começaram a
ganhar notoriedade nas representações dos vitrais, o que denotava a mudança
de pensamento da época, com o homem, assim como Deus, recebendo seu
devido lugar de honra. Com o desenvolvimento do estilo e a melhoria nas
técnicas de fabricação dos vitrais, as ilustrações foram tendo outras funções e
também começaram a ser feitas em perspectiva, dando certo volume as figuras
e às tornando mais realistas.
Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sainte_chapelle-Upper_level.jpg
3.2.2 Rosáceas
A rosácea é um dos elementos herdado pelo gótico, da arquitetura
românica e é uma das principais marcas da arquitetura gótica. São vitrais de
forma circular, comumente colocadas nas fachadas (principal e laterais) das
Catedrais, sendo, geralmente, a da fachada principal a de maior destaque.
Devido às grandes dimensões verticais da catedral, elementos que
permitissem a entrada de luz foram utilizados em, praticamente todo o espaço
da igreja, sendo assim, por ficar posicionada nas paredes das fachadas, dentre
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outras funções, a rosácea serviam também para iluminar o nártex (sala que
antecede a nave central).
[...] a sua forma circular, dividida em finos raios de pedra semelhantes
aos de uma roda, tinha, para o cristão da época, um significado
duplamente simbólico: alude, simultaneamente, ao sol, símbolo de
Cristo, e à rosa, símbolo de Maria (GOZZOLI, 1978).
A rosácea, assim como a maior parte dos elementos góticos, era feita em
pedra e também era usado o vidro trabalhado com pigmentos coloridos – como
nas grandes janelas em vitral nas igrejas –, na qual eram retratadas histórias
relacionadas às passagens bíblicas. A forma constituinte da rosácea –
desenhada em círculos concêntricos – correspondia a cânones geométricos
rigorosos de proporção (GOZZOLI, 1978).
3.2.3 Esculturas
Na arquitetura gótica, além da função decorativa da escultura, a mesma
podia fazer parte integral da estrutura. Essas grandes estátuas eram em quase
sua totalidade inspiradas na religião, sendo as catedrais consideradas grandes
livros ilustrados. Na arte em pedra das igrejas góticas eram retratadas,
geralmente, os temas tirados do Antigo e Novo Testamento e história sobre os
santos. Era comum que temas como o do Juízo Final, que representa um
momento decisivo na vida de um cristão, fosse ilustrada no centro da fachada
principal, (nos tímpanos da portada) virada para o Ocidente.
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Figura 13 - Estátuas adossadas que adornam o portal central do lado sul da catedral de Notre-
Dame de Chartres, esculpidas entre 1200 e 1215
Fonte: https://www.flickr.com/photos/8449304@N04/1854374906
3.2.5 Gárgulas
As gárgulas eram esculturas construídas envolta das saídas de águas
pluviais advindas dos grandes telhados. Essas saídas eram esculpidas em forma
de animais fantásticos que despejavam a água pela boca e por isso estavam
sempre com a cabeça baixa (BOLTSHAUSER, 1968). Figura 16.
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Fonte: https://www.mdig.com.br/index.php?itemid=34970
3.2.7 Florão
Os florões eram ornamente muito frequentes nas construções góticas,
como o nome já sugeri, eram buquês florais que guarnecidos de cogulhos,
decoravam o interior e exterior das catedrais. Entre os séculos XIII e XIV, eram
representados por folhas aquáticas ou algas, a partir do século XV, a folhagem
tem maior desenvolvimento (DUCHER, 2001).
Fonte: https://www.estilosarquitetonicos.com.br/arquitetura-gotica/
Fonte: Wikipedia.org
Fonte: Wikipedia.org
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3.4.2 Residências
Com o fim da Idade Média, as cidades passarem a crescer em relação à
população e ao comércio e com isso, houve um aumento das construções das
residências para satisfazer tal demanda. Dois aspectos são importantes a se
considerar, sendo um deles a existência das cidades cercadas por muralhas,
possuindo essas ruas estreitas e irregulares. Como consequência, as casas
eram geminadas, com dois ou três pavimentos e com sacadas sobre as ruas,
aproveitando ao máximo o pouco espaço disponibilizado nesse tipo de cidade.
A outra característica está no surgimento de novas cidades, com traçados
regulares, ruas largas e em linha reta, possibilitado um melhor planejamento da
edificação.
Eram pequenas as residências urbanas, com fachadas estreitas, telhados
empinados, aproveitamento de sótão e janelas presentes a partir do 2º
pavimento com estrutura em madeira na fachada principal. Em decorrência do
pouco espaço do lote, cada pavimento comportava apenas um cômodo amplo.
Uma escada em caracol na lateral do terreno daria acesso aos demais
pavimentos e, dependendo das dimensões térreo, caberia uma loja em frente
para a rua, com um pátio e cômodo sanitário nos fundos. Os segundo e terceiro
pavimentos seriam destinados à moradia dos habitantes, sendo o segundo
destinado à sala comum e às atividades de serviço e o terceiro compreendendo
os cômodos de dormir. Alguns pavimentos térreos poderiam apresentar pórtico
com arcada ogival.
Fonte: wikipedia.org
3.4.3 Hospitais
Na França, os hospitais ficavam localizadas nas principais cidades da
época e tinham a função de tratar enfermos e fornecer ajuda às pessoas com
algum tipo de necessidade. Eram conhecidas como “Maison-Dieu” ou “hôtel-
Dieu”, ou seja, “Casa de Deus”. Não havia uma separação total de alas por tipo
de doença. O que existia eram celas com divisões de baixa altura, ficando o teto
em comum. Quanto à ventilação, havia uma preocupação na renovação do ar e,
para tal, eram colocadas grandes janelas em elevada altura.
Um exemplo, foi o hospital de Beaune, localizada no Leste da França.
Possuía um telhado de duas águas com forte inclinação que cobria um teto de
abóboda de ogiva, com madeiramento à vista, além de um pátio interno coberto
em madeira que permitia a exposição do doente ao ar livre para a sua melhora.
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Fonte: beaune-borgonha.com
Fonte: Wikipedia.org
Fonte: http://lugaresinesqueciveis.wordpress.com
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Figura 44 – Arcobotantes
Fonte: www.nationalgeographicbrasil.com
Essas abóbadas são divididas em seis partes sobre dois vãos. Observe
como há continuidade das linhas das nervuras das abóbadas até
os colunelos conferindo continuidade vertical ao interior (FAZIO, 2011).
Fonte: nationalgeographicbrasil
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Fonte: greatbuildings.com
Rosáceas
O termo rosácea é usado para descrever uma janela circular
dividida em várias partes, que são comuns nas igrejas góticas. A catedral de
Notre Dame de Paris tem um total de três rosáceas, de coloridas imagens, que
remetem a história e tradição cristã. A primeira é a rosácea localizada no lado
oeste, que tem como tema principal a vida humana, cenas dos signos do zodíaco
e os trabalhos dos meses, que representam os trabalhos referentes aos doze
meses do ano.
A segunda da fachada sul localizada ao lado do Rio Sena, já sofreu
diversas intervenções e conta a história do novo testamento, triunfo de cristo e a
simbologia do número quatro(as quatro estações do ano, os quatro braços da
cruz e as virtudes dos santos: prudência, justiça, fortaleza e temperança) entre
outras simbologias.
A rosácea norte tem cerca de setecentos anos que foi colocada e o
tema mais abordado é o velho testamento, no centro encontramos a imagem de
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Virgem Maria com o menino Jesus. Sob a rosácea estão colocados os dezesseis
profetas no centro estão os quatro principais: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel.
Fonte: http://temporadademandala
Portais
O portal de Sant Ana, foi o primeiro a ser construído e mostra a
imagem de Maria com Jesus no colo. O portal da virgem foi o segundo a ser
construído e foi feito entre 1210 e 1220 e mostra a morte da mãe de cristo, a sua
ida ao céu e sua coroação. O terceiro e último portal é o do julgamento,
construído entre 1220 e 1230, mostra os mortos voltando a vida e o anjo Miguel
pesando com uma balança quem vai para o céu ou inferno, basicamente o juízo
final.
Gárgulas
“Os monstros mitológicos se enroscam em torno dos capiteis do
século XII e no século XIII são desterrados para o cimo da catedral, servindo
como escoamento as águas” (BASTIDE, 1991, p. 100). As catedrais góticas
fazem uso das esculturas como meio educativo, assim como se dava nas obras
românicas, a bíblia não descreve o diabo como uma criatura feia e
amedrontadora, na verdade antes de ser lançado ao inferno ele era um anjo de
luz, esse elemento surge para representar o diabo segundo a interpretação da
época e até mesmo para reprimir os fiéis com relação ao diabo existem algumas
esculturas com aspectos assustadores.
Figura 52 – Gárgulas
O Tesouro
O trésor de Notre Dame é onde ficam expostos os tesouros deste
edifício, como por exemplo livros litúrgicos, ornamentos, vasos sagrados são
usados nas missas e em outras ações da igreja, as peças mais antigas foram
destruídas na revolução francesa.
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Fonte: notredamedeparis.fr
Os sinos
Os sinos originais das torres foram fundidos durante a revolução
francesa para serem forjados canhões, sendo assim eles só soaram até o século
XVIII. Os atuais inaugurados em 2013, graças a um projeto de renovação, foram
construídos com a intenção de copiar o som dos antigos, o novo conjunto de
sinos do templo é composto de dois sinos na torre sul, oito na torre norte e outros
três na nave central.
Fonte: g1.globo.com
A cripta
Entre 1965 e 1972, houve uma série de escavações em Paris, que
revelaram vestígios da antiga ocupação da cidade. A cripta que fica na parte
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Fonte: https://viajento.com
Intervenções
No final do século XII foram inseridas capelas que ficam entre todos
os arcobotantes da catedral na parte do coro e da nave central, posteriormente
durante o reinado de Luís XIV no século XVII, ele promoveu alterações na
catedral, a principal marca deixada foi a troca de vitrais por elementos do
Barroco, estilo que estava na moda nesse período.
Victor Hugo, o escritor do livro ”Nossa Senhora de Paris” ,
vulgarmente conhecida como “O corcunda de Notre Dame”, junto com a história
de quasímodo e esmeralda, trata acerca das transformações pelas quais a
catedral vinha sofrendo por conta das mudanças das modas na arquitetura e o
prejuízo que causou a igreja, em seu livro o autor conta com riqueza de detalhes
como era a catedral na época em que o livro escrito(1831), também descreve
onde aconteceram as intervenções.
As críticas do francês não dizem respeito apenas a parte estética da
obra, mas também quanto ao sentido e toda a simbologia envolvida em cada
elemento da catedral e graças ao livro a catedral foi restaurada depois de
décadas de abandono.
Já no século XIX, Eugene Emmanuel Violet-Le-Duc realizou uma
restauração, reconstruindo todos os arcobotantes do templo, restaurou
esculturas do exterior e os vãos do cruzeiro voltaram a ser como no projeto
original.
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Incêndio
No dia 15 de abril de 2019 o mundo se deparou com cenas tristes para
quem ama arquitetura, sobre tudo a gótica, um dos grandes destaques do estilo
arquitetônico sobre citado sofreu um incêndio que danificou parte de sua
estrutura e artefatos únicos, o telhado do edifício desabou sobre a igreja assim
como o pináculo também chamado também chamado de agulha que havia sido
substituído no século XIX, tinha 90 metros e infelizmente se perdeu, mas todas
as 16 estátuas de bronze foram retiradas antes do incêndio para restauração.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-47941953
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através desse estudo acerca do Gótico pôde-se constatar que esse estilo
foi de suma importância para o desenvolvimento tanto da arquitetura quanto para
a arte, em escala mundial.
A arquitetura gótica dentre suas tantas contribuições à arquitetura,
desenvolveu solução de estrutura, a fim de trabalhar a verticalidade das suas
construções, técnicas de escultura e arte com vidro tiveram muitos avanços
nesse período e hodiernamente as suas obras enriquecem o patrimônio mundial
com sua exuberância e complexidade. A arte gótica pode ser considerada como
uma expressão do triunfo da igreja católica durante a idade média, pois é uma
expressão artística nitidamente religiosa que começou com alguns aspectos
românicos obteve grandes avanços construtivos.
Ademais, é válido ressaltar a grande importância desse estudo para os
autores do mesmo, no aprendizado da história da arte e arquitetura e poderá ser
usado em estudos sobre do gótico mais adiante.
6 REFERÊNCIAS
BASTIDE, Roger. Arte e Sociedade. Tradução de Gilda de Mello e
Souza. 2ª.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, Editora da USP, 1971.
BAZIN, Germain. História da Arte: Da Pré-História aos nossos dias. Paris:
Bertrand, 1963. 458 p.
BOLTSHAUSER, João. História da Arquitetura. Vol. 4. Belo Horizonte: Escola
de Arquitetura da U.F.M.G., 1968.
CHAVES, Regina et all. NOTRE-DAME E A ARTE GÓTICA: O CONTEXTO
POLÍTICO E CULTURAL NA ARQUITETURA DO SÉCULO XII. II Seminário
Nacional em Estudos da Linguagem: Diversidade, Ensino e Linguagem.
Cascavel/PR: 2010.
DUCHER, Robert. Características dos estilos. 2. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
FAZIO, Michael. A História da Arquitetura Mundial. 3-ed. Porto Alegre: AMGH,
2011.
GOITIA, Fernando Chueca. História Geral Da Arte: Arquitetura. Del Prado,
1995. 110 p. (História Geral da Arte).
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Disponível
em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2019/04/catedral-de-
notre-dame-paris-atingida-incendio-franca-igreja-fogo Acesso em: 24/022020
Disponível
em: https://lugaresinesqueciveis.wordpress.com/2012/12/28/catedral-de-notre-
dame-paris/ Acesso em: 25/02/2020
Disponível em: http://www.greatbuildings.com/cgi-
bin/gbi.cgi/Notre_Dame_Cathedral.html/cid_2349319.gbi Acesso em:
25/02/2020
Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/15/catedral-de-
notre-dame-e-simbolo-de-paris-e-comecou-a-ser-construida-em-
1163.ghtml Acesso em: 29/02/2020
Disponível em:https://viajento.com/2016/06/09/paris-arquitetura-historia-e-arte-
da-notre-dame/
Disponível
em: file:///C:/Users/Windows/Downloads/ARQUITETURA_GOTICA_transcende
ndo_o_mundo%20(1).pdf Acesso em: 29/02/2020
Disponível
em:https://www.youtube.com/watch?v=yTOYYZ5x1XY&feature=youtu.be
Acesso em: 29/02/2020