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Sem i nári o

C e l e b r ando Restauração
P a l e s t r a n t e s : N e l son Massambani e Síria G iovernardi
©Todos os direitos reservados à Igreja Batista Central de Fortaleza.
Reprodução permitida para uso exclusivo em sua igreja.

EPL 2012 - Encontro para Pastores e Líderes

Editorial: Síria Giovernardi


Projeto Gráfico: Criativa
Diagramação: Mário Chaves
Revisão: Mário Chaves

Igreja Batista Central de Fortaleza


www.ibc.org.br
epl@ibc.org.br

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Seminário: Celebrando Restauração
A Igreja da Meia-Noite1
Fui a uma “igreja” singular, que consegue atrair milhões de membros devotos todas
as semanas, sem ter sede denominacional e nem funcionários contratados. O nome é
Alcoólicos Anônimos. Fui a convite de um amigo, que me confessara, pouco tempo antes,
seu problema com a bebida. Ele me disse:
– Venha comigo, e verá uma amostra de como deve ter sido a Igreja Primitiva.
À meia-noite, de segunda-feira, entrei em uma casa caindo aos pedaços, que já abri-
gara seis sessões naquele dia. Nuvens de fumaça de cigarro pairavam no ar como gás
lacrimogêneo. Não passou muito tempo antes que eu percebesse o que meu amigo
queria dizer com sua alusão à Igreja Primitiva. Um político muito conhecido e vários mi-
lionários proeminentes se misturavam com desempregados desanimados e garotos que
colocavam band-aids nos braços para esconder as marcas da agulhas. O “momento de
compartilhar” foi semelhantes às descrições de grupos de terapia ideais que encontramos
nos livros de cursos de Psicologia. As pessoas ouviam em compaixão, respondiam com
ardor e abraçavam-se ao final. As apresentações eram mais ou menos assim:
– Oi, sou o Tom, e sou dependente de álcool e drogas.
Imediatamente todos gritavam em uníssono, como um coral do teatro grego:
– Oi, Tom!
Cada participante da reunião deu o relatório de seu progresso pessoal na batalha con-
tra a dependência.
Cartazes com frases simpáticas – “ Um dia de cada vez”, “ Você consegue” – enfeita-
vam as paredes desbotadas da sala. Meu amigo acredita que esses arcaísmos revelam
outra semelhança com a Igreja Primitiva. A maior parte da sabedoria do AA é passada
de uma pessoa para a outra pela tradição oral, que vem desde a fundação da entidade,
há mais de cinqüenta anos. Ninguém usa muito as publicações atualizadas do AA e nem
seus artigos de relações públicas. Em vez disso, confiam principalmente em um velho
livro embolorado com o título prosaico: O Grande Livro Azul dos Alcoólicos Anônimos, que
conta a história dos primeiros membros, em um estilo pomposo, parecido com o da Bíblia.
O AA não possui qualquer propriedade, não tem uma sede com luxos como mala di-
reta e centro de mídia, não há uma equipe de consultores bem pagos e nem conselheiros
de investimentos a cruzar o país de avião. Os fundadores do movimento estabeleceram
garantias que acabariam com qualquer iniciativa para implantar a burocracia. Acreditavam
em que o programa só teria sucesso se permanecesse no nível mais básico e íntimo: Um
alcoólico dedicando sua vida a ajudar outro. Mesmo assim o AA mostrou-se tão eficaz que
mais 250 organizações, de Chocólatras Anônimos a grupos de pacientes de câncer, surgi-
ram como uma imitação consciente de sua técnica.
Os muitos paralelos com a Igreja Primitiva não são meras coincidências históricas.
Os fundadores cristãos insistiram em que a dependência de Deus deveria ser uma parte
obrigatória do programa. Na noite em que participei da reunião, todos na sala repetiram
em voz alta os doze princípios, que reconhecem total dependência de Deus para perdão
e força (os membros mais agnósticos podem substituir pelo eufemismo “Poder do Alto”,
mas depois de algum tempo isso começa a soar tão vazio que eles geralmente acabam
passando para Deus). Durante os momentos de compartilhar, algumas pessoas usaram o
nome de Deus em uma série de profanidades, e na sentença seguinte agradeciam a Ele
por ajudá-las a atravessar mais uma semana.
Meu amigo admite abertamente que o AA tomou o lugar da Igreja na vida dele, e isso
às vezes o perturba. Ele denomina a situação de “a questão Cristológica” do AA. E diz:
– O AA não adota uma teologia da qual possa falar. Raramente se menciona Cristo.
Os grupos tomaram emprestada a sociologia da Igreja, bem como algumas das palavras
1 (Fonte: Extraído de “Perguntas que precisam de respostas”, de Philip Yancey)
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Seminário: Celebrando Restauração
e dos conceitos, mas não há doutrinas subjacente. Sinto falta das doutrinas, mas em
primeiro lugar estou tentando sobreviver e o AA me ajuda muito mais nesta luta do que
qualquer igreja local.
A igreja – e é possível avistar muitas torres através das janelas do prédio onde o grupo
dos AA se reúne – parece irrelevante, enfadonha e sem substância para meu amigo. Ou-
tros no grupo explicam sua resistência à igreja relatando histórias de rejeição, julgamento
e sentimento de culpa. Uma Igreja local é o último lugar em que se levantariam para
declarar que são alcoólicos e dependentes de drogas. Ninguém os saudaria com alegria,
como na reuniões do AA.
Meu amigo acredita que um dia acabará voltando para a igreja, já que não abandonou
a sua fé. Ele afirma que, na verdade, o envolvimento no AA o ajudou a solucionar alguns
dos paradoxos mais difíceis do cristianismo. Tomemos como exemplo o debate livre-
arbítrio/determinismo: Como alguém pode aceitar toda a responsabilidade por suas
ações, quando sabe que os antecedentes familiares, desequilíbrios hormonais e as for-
ças sobrenaturais do mal contribuíram para seu comportamento? Uma das personagens
de William Faulkner expressou-se assim: - Não vou fazer. Mas não consigo evitar. O AA
é bem menos ambíguo: todo participante tem que reconhecer a responsabilidade total e
completa por todo seu comportamento, até mesmo pelo que acontece durante um estupor
alcoólico ou um blackout (uma espécie de limbo, no qual o alcoólico continua a agir, mas
com amnésia, sem percepção consciente). É proibido racionalizar.
Meu amigo prossegue:
– O AA me ajudou também a aceitar a noção original. Na verdade, embora muitos
cristãos desprezem esta doutrina, o pecado original combina perfeitamente com as pes-
soas que freqüentam o AA. Expressamos esta verdade cada vez que nos apresentamos,
dizendo que somos alcoólicos. Ninguém se esquiva dizendo que era alcoólico.
Para este meu amigo, a imersão nos Alcoólicos Anônimos significou encontrar salva-
ção em seu sentido mais literal. Sabe que uma escorregadela poderia causar, ou melhor,
causaria com certeza sua morte prematura. Mais de uma vez o companheiro dele dentro
do AA atendeu seus chamados às 4:00h da madrugada, indo encontrá-lo encurvando em
um restaurante escuro, escrevendo vezes sem conta em um caderno, como um garoto
sendo castigado na escola: “Deus ajuda-me a atravessar os próximos cinco minutos. “
Hoje ele aproxima-se de seu quinto aniversário de sobriedade, um marco importante se-
gundo a avaliação do AA. E mesmo assim sabe que 50% das pessoas que vencem esta
etapa acabam caindo de novo.
Saí impressionado da “igreja da meia-noite”, mas ainda me perguntando por que o
AA atende determinadas necessidades que a igreja local não consegue atender, ou pelo
menos não conseguiu, no caso de meu amigo. Pedi-lhe que apontasse a qualidade mais
importante ausente na igreja e presente no AA.....
O que vocês acham que o amigo do autor respondeu e por quê?

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Seminário: Celebrando Restauração
As Origens do AA e dos 12 Passos
Philip Yancey surpreende, em um artigo chamado A IGREJA DA MEIA NOITE, expli-
cando que uma das suas experiências mais marcantes de igreja local, não foi em uma
igreja. Acompanhando um amigo para uma reunião que começava à meia noite em um
salão alugado, Yancey experimentou realidades de amor, aceitação e transformação que
saltavam das páginas do seu Novo Testamento. O amigo de Yancey era um alcoólatra em
recuperação e a reunião a qual o Yancey havia sido convidado, era uma reunião regular
de Alcoólicos Anônimos, uma comunidade de pessoas que se reúnem para alcançar e
manter a abstinência no consumo de bebidas alcoólicas.
O movimento teve seu início em 1935, quando Bill Wilson, um alcoólatra inveterado,
foi visitado por um outro alcoólatra, amigo de Bill, sobre o alcoolismo do qual ele, Bill,
dizia, “este daí não tem jeito”. Só que, para a surpresa total de Bill, seu amigo Ebby, não
só estava sóbrio, mas recusou a bebida que lhe fora oferecida! “Não preciso mais, res-
pondeu seu amigo, “eu me tornei crente.”
Podemos imaginar muitas reações naquele momento, mas talvez só um outro alcoóla-
tra iria adivinhar qual foi o primeiro pensamento do Bill. Ele mesmo relata que seu primei-
ro pensamento foi, “Que bom, vai sobrar mais pra mim!”
Mas a verdade é que o aspecto saudável e o amor e humildade demonstrados
naquele dia e em visitas seguintes tiveram efeito. Poucas semanas depois Bill se internou
para desintoxicação pela quarta e última vez. Os médicos achavam uma perda de tempo,
mas desconheciam o poder de Deus. Sofrendo terrivelmente os efeitos da sua dependên-
cia, Bill mergulhou em uma depressão profunda. Citamos suas próprias palavras para
entender o que aconteceu:
“A minha depressão se tornou insuportável e me senti como se estivesse no fundo de
um poço. Mesmo assim quando eu lembrava das palavras do meu amigo] eu não con-
seguia engolir a possibilidade de existir um Poder maior do que eu. Finalmente, só por
um momento, os últimos vestígios do meu orgulho obstinado foram esmagados. De re-
pente me vi clamando, “Se existe um Deus, que Ele se mostre! Eu estou pronto para fazer
qualquer coisa, qualquer coisa!”
De repente o quarto ascendeu como com uma enorme luz branca, e fui tomado por
um êxtase indescritível. Era como se eu, no meu mundo interior, estivesse no topo de
uma montanha e um vento, não de ar, mas do espírito, estivesse soprando. Aí explodia
na minha consciência o seguinte pensamento, “Eu sou um homem livre!” Aos poucos este
êxtase foi passando.
Eu continuava deitado na minha cama, mas agora, por um tempo, eu estava em um
outro mundo, um mundo de uma consciência nova. Ao redor de mim e dentro de mim
havia uma maravilhosa sensação de Presença, e pensei comigo mesmo, “Então este é
o Deus sobre o qual pregam!” Uma enorme paz tomou conta do meu ser e pensei, “Não
importa quão erradas as coisas pareçam estar, estão bem. Tudo está bem com Deus e o
Seu mundo.”
O que esta experiência desencadeou na vida de Bill Wilson está escrito em muitos
livros e faz parte do folclore do AA. O novo convertido se juntou a um grupo de estudo de
evangélicos fervorosos, parte de um movimento de reavivamento da época chamado de
“Oxford Groups”. Bill passou a freqüentar reuniões dominicais na Calvary Church, pas-
toreada pelo ministro episcopal Sam Shoemaker, um dos líderes deste movimento nos
Estados Unidos. Bill escreveu depois que, “O início de AA adquiriu suas idéias de auto-
exame, confissão de defeitos de caráter, restituição por danos causados e serviço aos
outros direto dos “Oxford Groups” e do ensino de Sam Shoemaker, seu líder na América,
e de nenhum outro lugar.”
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Seminário: Celebrando Restauração
Para Bill, serviço aos outros se tornou uma verdadeira cruzada de resgate de outros
alcoólatras, entendendo que parte da sua recuperação se dava à medida que ele contava
sua história e ajudava o seu próximo. Da mesma forma que Bill ajudava outros, estes ou-
tros, por sua vez, também procuraram ajudar seus próximos. Procedimentos foram adota-
dos para orientar os diversos grupos. Mais importante ainda, o conteúdo foi se organizan-
do. Tudo era, e é, muito simples. Tudo está dividido em pequenos passos do tamanho que
uma pessoa quebrada consegue tomar, mas sem fugir das duras realidades que precisam
nortear a vida do recuperando. A espinha dorsal do programa que hoje é AA se chama “12
Passos”, que, na essência, representam uma caminhada espiritual.
Bill levou esta mensagem primeiro a um, depois a outro, depois a um grupo e depois a
vários grupos. Desse modesto início, a mensagem de esperança e restauração através da
entrega a um “Poder Superior”, tem se espalhado ao redor do mundo. Infelizmente, com o
crescimento, a integração e a liderança do movimento por pessoas de diversas visões re-
ligiosas, vieram mudanças. Dentro de cinco anos os primeiros grupos de AA já tinham se
desligado dos “Oxford Groups”, considerados muito fervorosos e religiosos. A visão de Bill
era de uma comunidade de alcoólatras dedicados á ajuda mútua na batalha de se manter
sóbrios, através de um programa de crescimento espiritual, mas que não teria doutrina ou
afiliação a qualquer linha de crença específica. O grupo seria aberto a pessoas de todas
as fés, ou nenhuma fé. Para os “Oxford Grupos” o alvo era Jesus Cristo, mas para Bill,
era a simples sobriedade. Mesmo com este desligamento das suas origens, o DNA do AA
já estava estabelecido e o que Deus começou na vida do Bill Wilson e daqueles outros
alcoólatras se tornou o modelo que até hoje orienta os grupos de 12 Passos.
Atualmente, o AA se faz presente em mais de 145 países, com cerca de 89 mil gru-
pos e mais de 20 milhões de participantes. No Brasil, chegou em 1947 e conta, hoje, com
aproximadamente 5.000 grupos em atividade, reunindo na faixa de 8 milhões de recupe-
randos.
Como se isto não fosse o suficiente, o estilo e conteúdo deste programa, sintetizado
nos 12 passos, foram imediatamente adaptados e aplicados para a restauração de pes-
soas sofrendo de uma multidão de problemas. Conhecidos genericamente como “grupos
de 12 Passos” ou “grupos de ajuda mútua”, hoje são mais de 200 programas formados
para lidar com problemas tais como o desejo compulsivo de jogar ou de comer demais, o
vício em nicotina ou em outras drogas, e uma ampla gama de dificuldades emocionais.
Apesar de o movimento de Doze Passos ser mais forte na América do Norte, onde
começou, tem penetração considerável em outros lugares do mundo. Por exemplo, se-
gundo os dados fornecidos pelas respectivas associações em 1993, o Al-Anon, programa
de ajuda aos familiares de alcoólatras, tinha 32 mil grupos em mais de 104 países, e o NA
– Narcóticos Anônimos, tinha 19 mil grupos em 87 países. Mais recentes são os Neuróti-
cos Anônimos, os Comedores Compulsivos Anônimos e os Dependentes de Amor e Sexo
Anônimos, entre vários outros. Todas essas associações têm grupos em funcionamento
no Brasil.
O programa do Celebrando Restauração segue, em muitas das suas atividades, o
modelo repetido pelos grupos de ajuda mútua ao redor do mundo. Como crentes, porém,
o sucesso do programa no mundo não é motivo suficiente para desenvolvermos um
ministério semelhante na igreja. A Bíblia diz que precisamos “discernir o que é melhor”.
Não é nossa intenção imitar o mundo, nem mesmo os sucessos do mundo. Por isso, é
necessário ler, estudar e conhecer os programas, literaturas e pessoas experientes, tanto
dos grupos de 12 passos seculares, como cristãos.
O que fica claro é que quem está imitando quem é exatamente o oposto do que pa-
rece. Na verdade, pelas suas origens, seu estilo de funcionamento e seu conteúdo, os
grupos de 12 Passos ao redor do mundo e, independente do perfil do público alvo, estão,
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Seminário: Celebrando Restauração
consciente ou inconscien-temente, imitando e até propagando o evangelho de Jesus
Cristo. Não queremos dizer com isto que os grupos de 12 Passos (AA, NA, Al-Anon, etc.)
são cristãos. Não são. Mas temos a convicção de dizer que o modelo dos 12 Passos é.
Convicção de pecado, conversão, entrega a Deus, autoexame, confissão, restituição, ora-
ção e testemunho; estes são todos elementos clássicos de uma fé genuinamente bíblica e
cristã. Do ponto de vista oficial do AA e os demais grupos de ajuda mútua, como as pes-
soas escolhem compreender a relação entre recuperação e salvação é completamente
individual. O foco único do AA é ajudar alcoólatras a manter a sobriedade, independente
da sua fé, ou até da sua falta de fé. Mas porque os 12 Passos são uma estrutura de dis-
cipulado espiritual firmados em princípios bíblicos, não só podem orientar a recuperação
de quem sofre de vícios, traumas e maus hábitos, como podem servir como uma ponte à
verdadeira fé cristã.
A Igreja da Meia-Noite - Parte 22
Saí impressionado da “igreja da meia-noite”, mas ainda me perguntando por que o
AA atende determinadas necessidades que a igreja local não consegue atender, ou pelo
menos não conseguiu, no caso de meu amigo. Pedi-lhe que apontasse a qualidade mais
importante ausente na igreja e presente no AA. Ele olhou para sua xícara de café por um
longo tempo, parecia estar assistindo ao líquido esfriar. Esperei ouvir uma palavra como
amor, aceitação ou, por conhecê-lo bem, talvez ausência de institucionalismo. Em lugar
disso, ele disse, bem baixo, uma única palavra: “dependência”. E explicou:
– Nenhum de nós é capaz de prosseguir sozinho, e não foi para isso que Jesus veio?
Ainda assim, a maioria das pessoas na igreja apresentam um ar de satisfação consigo
mesmas, com piedade ou superioridade. Não sinto que, conscientemente, elas apoiem
em Deus umas nas outras. Parece que a vida delas está em ordem. Um alcoólico se
sente inferior e incompleto na igreja.
Ficou em silêncio um pouco, até que um sorriso apareceu em seu rosto. E concluiu
dizendo:
– É engraçado. O que mais odeio em mim, meu alcoolismo, é exatamente o que Deus
usou para me trazer de volta até Ele. Por ser alcoólico sei que não consigo sobreviver
sem Deus. Talvez seja este o valor redentor dos alcoólicos. Talvez Deus nos esteja cha-
mando a ensinar o que significa depender d’Ele e de Sua comunidade na Terra.
“Assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente mem-
bros uns dos outros.” (Rm 12:5)
”Levai as cargas uns dos outros e, assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gl 6:2)

Visão, Missão e Valores

Visão
Queremos ser uma comunidade de crentes que diariamente experimenta e estende a
graça de Deus aos que vivem presos aos vícios, traumas e mentiras autodestrutivas.

2 (Fonte: Extraído de “Perguntas que precisam de respostas”, de Philip Yancey)


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Missão
Oferecer um ambiente seguro onde pessoas quebradas possam experimentar o amor
de Cristo, baixar suas defesas, confrontar seus problemas e encontrar na misericórdia,
graça e poder de Deus a força para viver vida restaurada ao padrão que Ele estabeleceu.
Valores
Amor Prático – Para realizar nossa missão, precisamos agir como Jesus agiria, mos-
trando amor de formas práticas, pois pessoas machucadas e amarradas, mais do que as
outras, querem saber o quanto você se importa com elas antes de se importarem com o
que você tem a dizer.
Espaço Seguro – Para pessoas machucadas ou amarradas o amor prático é mais
eficiente quando oferecemos a elas um espaço seguro onde, não só podem estar sem
medo, mas, o mais importante ainda, podem abrir suas feridas sem recriminação e sem o
risco de serem expostas.
Relacionamentos Edificantes – Comunhão e acompanhamento são componentes
fundamentais para crescimento espiritual, pois Deus colocou a graça que precisamos em
nossos irmãos. Por isso precisamos construir redes de amizades espirituais que minis-
tram graça e verdade às nossas vidas.
Restauração Contínua – Temos uma profunda convicção de que todos nós precisa-
mos de restauração e de que só está qualificado para ajudar o seu próximo aquele que
pessoal e continuamente está consciente da graça diária que o mantém de pé. Nunca
liberaremos mais graça do que temos consciência de estarmos recebendo.
Limites Saudáveis – Uma das maiores fontes da miséria humana é a busca desen-
freada e egoística da felicidade sem o estabelecimento de limites. Viveremos verdadeiras
liberdade e paz na medida exata em que nos submetermos aos limites demarcados pela
vontade de Deus. Esta vivência inclui o respeito a limites pessoais (domínio próprio) e
interpessoais.
Louvor Libertador – Valorizamos o louvor no contexto da restauração pelo seu poder
de ensino, libertação, encorajamento, alinhamento, evangelização e comunhão. No louvor
colocamos Deus no Trono da Graça, seu devido lugar, sendo este o primeiro passo para
nossa restauração.
Os 12 Passos e seus fundamentos bíblicos
Passo 1 : Saindo da negação - consciência de quem realmente somos
Passo 1: Admitimos ser impotentes diante de nossos vícios e comportamentos
compulsivos e que nossas vidas se tornaram ingovernáveis.
Romanos 7:18-20 - Mateus 9:36 - Salmos 6:2-4 - Salmos 31:9-10
“Pois eu sei que o que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana.
Porque, ainda que a vontade de fazer o bem esteja em mim, eu não consigo fazê-lo.”
(Rm 7:18 BLH)
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Passo 2: Reconhecendo a impotência - buscar o poder de Deus


Passo 2: Viemos a acreditar que um poder superior a nós poderia restituir nossa
sanidade.
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Mateus 12:18-21 - Marcos 9:23-24 - Lucas 13:10-13 – João 12:46
“Porque Deus está operando em vocês, ajudando-os a desejar obedecer-lhe, e depois
ajudando-os a fazer aquilo que Ele quer.” (Fp 2:13 BV)
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Passo 3: Entregando a vida a Deus - render-se a Cristo


Passo 3: Decidimos entregar nossas vidas e nossas vontades aos cuidados de Deus.
Mateus 11:18-21 - Mateus 16:21-26 - Efésios 2:8-9 - Salmos 3:5-6
“Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês
se ofereçam completamente a Deus como sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e
agradá-vel a Ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer.”
(Rm 12:1 BLH)
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Passos 4 e 5: Fazendo o inventário moral e confessando


Passo 4: Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
Mateus 23:23-28 - Lucas 12:1-6 - Romanos 12:1-6 - 1 Coríntios 4:19-20
“Examinemos seriamente o que temos feito e voltemos para o Senhor.”
(Lm 3:40 NTLH)

Passo 5: Admitimos para Deus, para nós e para outro ser humano a natureza exata
dos nossos erros.
Lucas 15:17-20 - Atos 19:18 - 2 Coríntios 10:3-5
“Confessem suas faltas uns aos outros e orem uns pelos outros, a fim de que vocês
possam ser curados.” (Tg 5:16 BV)
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Passos 6 e 7: Tratando os defeitos de caráter - submeter-se às mudanças


que Deus fizer
Passo 6: Dispusemo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses
defeitos de caráter.
Romanos 6:11-12 - Efésios 4:17-23 - Colossenses 3:5-8 - 1 Pedro 1:13-16
“E então, quando vocês sentirem a sua indignidade diante do Senhor, Ele levantará,
animará e ajudará vocês.” (Tg 4:10 BV)
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Passo 7: Humildemente pedimos a Deus que removesse todas as nossas
imperfeições.
Mateus 18:4 - Atos 3:19 - Hebreus 12:5-11 - 1 Pedro 5:6-7
“Mas, se confessarmos os nossos pecados a Deus, Ele cumprirá a Sua promessa e
fará o que é correto: Ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda maldade.”
(1 Jo 1:9 NTLH)
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Passos 8 e 9: Fazendo reparações - fazer reparações e receber perdão


Passo 8: Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem prejudicamos e
dispusemo-nos a fazer reparações a todas elas.
Mateus 18:21-35 - Lucas 6:37-38 - Lucas 19:8 - João 13:34-35
“Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles.”
(Lc 6:31)

Passo 9: Fizemos reparações diretas a tais pessoas sempre que possível, exceto
quando fazê-lo implicasse prejudicá-las ou a terceiros.
Mateus 5:9 - Romanos 15:2 - Filipenses 1:9-11 - Colossenses 4:5-6 - Salmos 51:14-17
“Portanto, se você estiver diante do altar no templo, oferecendo um sacrifício a Deus, e
de repente se lembrar de que um amigo tem alguma coisa contra você, deixe seu
sacrifício ali, ao lado do altar, vá e peça desculpas, faça as pazes com ele, depois
volte, e ofereça o seu sacrifício a Deus.” (Mt 5:23-24 BV)
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Passos 10 a 12: Mantendo a restauração - fazendo inventário diário,


chegando cada vez mais perto de Deus e ajudando outros através do serviço
Passo 10: Continuamos a fazer o inventário pessoal e, quando estávamos errados,
nós o admitíamos prontamente.
Marcos 14:38 - Romanos 12:3 - Tessalonicenses 5:17-22 - Hebreus 2:1-3
“Portanto, tenham cuidado. Se você está pensando: “Eu nunca faria uma coisa
dessas”, que isso lhe sirva de advertência. Porque você também pode cair em
pecado.” (1 Co 10:12 BV)

Passo 11: Procuramos, através da oração e da meditação, melhorar o nosso contato


consciente com Deus, pedindo apenas para conhecer a Sua vontade para nossas
vidas e forças para realizá-la.
João 4:13-14 - Romanos 8:26-28 - Gálatas 2:20 - Filipenses 4:6-9 - Tito 3:1-7
“Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês!”
(Cl 3:16 NTLH)
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Seminário: Celebrando Restauração
Passo 12: Tendo experimentado um despertar espiritual como resultado destes
passos, procuramos levar esta mensagem a outros e praticar esses princípios em
todos os aspectos da nossa vida.
1 Coríntios 9:18-20 - 1 Coríntios 15:10 - 1 Timóteo 1:12-16
“Queridos irmãos, se um cristão foi vencido por algum pecado, vocês que são de Deus
devem ajudá-lo, com mansidão e humildade, a voltar ao caminho certo, lembrando-se
que da próxima vez poderá ser um de vocês a cair no erro.” (Gl 6:1 BV)
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As 3 Portas

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Seminário: Celebrando Restauração
Como funciona o Currículo do CR
“No decorrer desses anos, tentamos várias novas ideias e conceitos para ajudar no
crescimento do ministério. É claro que nem tudo que tentamos deu certo, mas, desde o
início, advertimos ao nosso grupo de líderes de que a única coisa que não poderíamos
mudar no Celebrando Restauração seria a verdade que Jesus Cristo é o único e verda-
deiro, Poder Superior. Fora isso, todas as ferramentas do programa, tais como calendá-
rios de encontros, grupos de discussão e regras poderiam e deveriam ser sempre ava-
liadas e mudadas para nossa melhoria e crescimento.” (Palavras de John Baker no início
do Guia do Líder do Celebrando Restauração)
Ao mesmo tempo em que esta flexibilidade é essencial para a adaptação do programa
à realidade da nossa cultura e aos recursos humanos e físicos de cada igreja, é bom sa-
ber que o programa lhe fornece uma excelente estrutura com a qual começar.
O kit básico do CR inclui:
– Um Guia do Líder;
– Um Guia do Participante;
– Um DVD de endosso do Pr. Rick Warren;
– Uma cópia encadernada da transcrição das oito pregações do Pr. Rick Warren
chamada “O Caminho para a Recuperação”.
Desses quatro recursos, os dois primeiros são de uso regular do ministério e os ou-
tros materiais suplementares destinados à liderança da igreja onde será implementado o
programa. Vamos examinar estes quatro quesitos, um por um.
Guia do Líder
O Guia do Líder é uma compilação do que tem funcionado na Igreja de Saddleback,
Estados Unidos. Ao estudar esse manual, você verá que se divide em duas partes e que
as primeiras quarenta páginas podem ser consideradas uma espécie de Guia de Imple-
mentação. Nesta espécie de Introdução cada aspecto do Celebrando Restauração é
explicado detalhadamente e esta é disponibilizada para lhe ajudar a dar partida no minis-
tério. A estratégia de largada em noventa dias lhe auxiliará a organizar o Celebrando Res-
tauração na sua igreja e as sete chaves mostrarão como o programa cresceu de quarenta
e cinco pessoas, em 1991, para mais de oitocentos participantes, hoje. Por último, a
descrição detalhada de formatos e materiais fornecerá um modelo a partir do qual se
pode planejar um ano de reuniões.
O restante do Guia é dividido em 25 lições que correspondem, em assunto e con-
teúdo, às 25 lições dos Guias do Participante. O conteúdo é uma caminhada progressiva
através dos 12 Passos e dos 8 Princípios, começando com o Passo 1, na lição 1, e termi-
nando com o Passo 12, no final da lição 25. As lições do Guia do Líder são praticamente
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Seminário: Celebrando Restauração
transcrições do ensino desenvolvido pelo CR em Saddleback para o momento de ensino
em Grande Grupo. Uma lição é ministrada em uma semana e reforçada por testemunho
ou reunião especial na semana seguinte, de forma que reunidas as 25 lições aos 25
testemunhos, se tem uma estrutura de ensino em Grande Grupo de um ano. É sugerido
que este ciclo didático seja repetido a cada ano começando em Janeiro e terminando
em Dezembro. Ao se preparar, sinta-se à vontade para acompanhar a lição completa ou
apenas em parte. Cada lição foi concebida de forma que você possa ensinar na íntegra
ou “recortar e colar” suas próprias ilustrações seguindo o formato básico. Use o Guia para
suprir da melhor forma possível suas necessidades.
Explicando: Considerando que as pessoas começarão a freqüentar o ministério em
diferentes épocas do ano, reconhece-se que o ensino no Grande Grupo já não vai obede-
cer a lógica de começar na lição 1 e ir até a lição 25. quem começa a freqüentar o pro-
grama na semana 35, por exemplo, vai conhecer, primeiro, o Princípio 6. Se permanecer
fiel, vai poder, a partir de Janeiro do ano seguinte, acompanhar o ensino do Grande Grupo
desde o início. No Grupo de Passos, porém, onde são usados os Guias do Participante,
o noviço e seu grupo começarão seu próprio estudo a partir do Guia do Participante 1
(“Trocando a negação pela Graça de Deus”), trabalhando o Princípio 1, independente da
época do ano em que se organizarem. Os novatos precisam entender que se trata de um
programa paralelo e não correr para acompanhar o ensino semanal (até porque o Grande
Grupo só acontece quinzenalmente e o Grupo de Passos se reúne semanalmente), nem
tentar andar no mesmo ritmo. Dependendo do número de pessoas que componha um
grupo e o tipo de problemas que vão tratar, o ritmo para trabalhar os Princípios e os Pas-
sos será diferente e uma duração de doze a dezoito meses não é incomum.
Cada lição do Guia do Participante inclui um pequeno trecho de ensino baseado em
um Passo. Esta parte didática é basicamente um resumo da mesma lição do Guia do
Líder. A maior parte de cada lição, porém, é composta de perguntas reflexivas respondi-
das individualmente, e por escrito, durante a semana. Os resultados deste tempo a sós
com Deus, respondendo às perguntas se torna a partilha de cada participante nas reu-
niões semanais do Grupo de Passos. Dependendo do número e do nível de disciplina das
pessoas, é comum demorar até duas e, em algumas lições, até três semanas, em cada
lição.
Observação: Enquanto não há um currículo para os Grupos de Apoio, você pode
sugerir que os facilitadores dos Grupos de Apoio lancem uma das perguntas do Guia do
Participante para abrir o tempo de partilha no Grupo de Apoio usando a lição correspon-
dente a que foi estudada no Grande Grupo daquela noite.
O DVD de endosso
O vídeo do Pr. Rick Warren, gravado em inglês, é legendado e deve ser compartilhado
com o pastor e demais líderes de qualquer igreja que pensa em começar um programa de
restauração.
Neste vídeo:
– Descubra seis razões porque toda igreja deve implantar e apoiar um ministério Ce-
lebrando Restauração;
– Aprenda algumas das razões porque foi criado o Celebrando Restauração;
– Descubra os mitos que motivam algumas pessoas a começar um ministério de res-
tauração;
– Assista ao desafio pessoal do Pr. Rick Warren e fique sabendo porque ele guarda
um lugar especial no seu coração para o Celebrando Restauração.
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Seminário: Celebrando Restauração
“O Caminho para a Recuperação”
Depois de John Baker aceitar o desafio do Pr. Rick Warren para iniciar o Celebrando a
Recuperação, este quis logo divulgar na grande congregação. Sabiamente, Baker enten-
dia que o ministério não tinha estrutura para suportar a demanda que este anúncio pode-
ria provocar, então pediu que o pastor esperasse dois anos antes de apresentar o assunto
à igreja. Para divulgar o programa o pastor fez um resumo dos 12 Passos, em forma de
acróstico, combinando com as letras da palavra “Recuperação” (em português o mesmo
acróstico foi construído usando a palavra RECUPERA). Este resumo é o que hoje chama-
mos de “8 Princípios de Recuperação do Celebrando Restauração”. Na última dessas
pregações você poderá observar que o Pr. Rick traça um paralelo entre os 8 Princípios e
as Bem-Aventuranças (o CR, às vezes, por esta razão, é divulgado como sendo um pro-
grama de recuperação baseado nas Bem-Aventuranças). Usando o acróstico como seu
esboço, cada um dos 8 Princípios foi transformado em uma pregação de final de semana.
Uma grande campanha foi organizada para divulgar o assunto na comunidade e incen-
tivar os seus membros a trazerem convidados para aprender sobre restauração. O resul-
tado foi incrível! Da primeira vez que Rick Warren ministrou estas pregações em Saddle-
back, mais de 500 pessoas se converteram e a freqüência aos cultos de final de semana
cresceu em 1.500 pessoas!
Hoje, as transcrições destas pregações fazem parte do kit do Celebrando Restaura-
ção para que pastores que estejam implementando o ministério em suas igrejas possam
adaptá-las e adotar a mesma estratégia de divulgação do ministério usada em Saddle-
back.
O conteúdo destas pregações é MUITO bom e além de servir bem o propósito pelo
qual foi incluído no kit, merece ser estudado cuidadosamente por parte de todos que se
envolvam com o ministério. Um aviso, porém, precisa ser dado: porque estas pregações
são tão boas e fáceis de implementar, muitas igrejas e/ou pastores, querem começar por
aqui. NÃO FAÇA ISTO!!! Você vai queimar um cartucho precioso e gerar uma grande frus-
tração nas pessoas. Usadas no momento certo, acredite, Deus pode usar estas prega-
ções para alavancar sua igreja a um novo patamar de crescimento e maturidade; usadas
no momento errado, porém, podem se tornar fogo de palha e, depois, lhe dar muito mais
trabalho para levantar seu ministério.
Nossa sugestão: leia, estude, aprenda com o conteúdo destas pregações, mas NÃO
AS USE NA GRANDE CONGREGAÇÃO ATÉ TER O SEU MINISTÉRIO FUNCIONANDO
REGULARMENTE. Aprenda também esta lição com Baker e Warren (apesar de que
a “Estratégia para começar em 90 dias” indique o contrário): esteja com seu ministério
pronto para receber as pessoas que serão despertadas para suas próprias necessidades
de restauração através das pregações. Criar demanda e não ter como suprir só vai gerar
frustração e decepção.
Estratégia de lançamento em 90 dias
Orientações do Celebrate Recovery Saddleback

Dias 1 - 30
1. ORE! “Orai sem cessar” (1 Ts 5:17).
2. Use avisos do púlpito e inserções no boletim, informe à igreja que este é um pro-
grama de recuperação centrado em Cristo que irá começar em poucos meses.
Peça às pessoas que já trabalharam os doze passos para que orem a Deus per-
guntando se Ele os está chamando para tomar parte neste ministério.
15
Seminário: Celebrando Restauração
Ore a Deus em todo o tempo com toda a sorte de orações, pedindo tudo o que
você necessita.Para fazer isto você precisa estar sempre pronto e nunca desistir.
Sempre ore por todo o povo de Deus (Ef 6:18).
3. Leia os Guias do Líder e do Participante de forma a tomar conhecimento de tudo e
se sentir à vontade com o programa.
“Esta é a minha a oração por vocês: que seu amor cresça mais e mais; que você
adquira conhecimento e entendimento com o seu amor.” (Fp 1:9)
4. Adquira o currículo do Celebrando Restauração para a sua nova equipe de lide-
rança (os líderes serão recrutados em um período de um a dois meses).
Dias 31 - 60

1. Faça a seleção e entreviste os líderes em potencial.


2. Determine o local e a noite em que ocorrerá o Celebrando Restauração.
3. Garanta que os líderes prospectivos leiam o conteúdo do programa.
4. Faça o planejamento para os primeiros Grupos de Apoio. Sugiro comece no má-
ximo com quatro grupos: Homens quimicamente dependentes, Mulheres quimica-
mente dependentes, Homens codependentes e Mulheres codependentes.
Dias 61 - 90

1. Reúna-se semanalmente com sua nova equipe de liderança. Trabalhem o primeiro


livro do participante, Da negação para a graça de Deus, juntos.
2. Anuncie à igreja a data do lançamento do programa Celebrando Restauração.
3. Informe a igreja acerca dos diferentes grupos através do boletim e/ou monte um
balcão de informações nos cultos da igreja.
4. Use avisos do púlpito para demonstrar o apoio e aprovação do pastor titular ao pro-
grama. Isto permitirá a todos saber que a igreja é um local “seguro” para tratar suas
traumas, vícios e maus hábitos.
5. Adquira o currículo do CR para os participantes com pelo menos três semanas de
antecedência à sua primeira reunião.
6. Leve seus líderes a dar um testemunho de cerca de 5 a 8 minutos nos cultos
regulares de sua igreja, e leve-os a pessoalmente convidar outros para a primeira
reunião.
“Ele nos conforta toda a vez que estamos com problemas, assim como aos outros
que têm problemas, nós podemos confortá-los com o mesmo conforto que Deus
nos dá.” (2 Co 1:4)
7. Informe os terapeutas cristãos da cidade e use os jornais para convidar a comuni-
dade a comparecer ao programa.
8. ORE! “Orai sem cessar” (1 Ts 5:17).
Observação: Depois de quarto mês de funcionamento do seu novo núcleo do Cele-
brando Restauração seria um excelente momento para começar a levar toda a igreja a
estudar a série de sermões do pastor Rick Warren “O Caminho para a Recuperação”.
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Seminário: Celebrando Restauração
Novos grupos
Plano sugerido de crescimento
Fase 1
Menos de 10 participantes
• Se ao começar seu ministério houver menos de 10 pessoas, então não faça di-
visões. Mantenha todo mundo (homens e mulheres) em um grande grupo.
• Desenvolva equipes masculinas e femininas de prestação de contas para compar-
tilhamento.
• O objetivo é dividir o grupo em dois, com participantes do mesmo sexo – o mais
rápido possível!
Fase 2
10 a 20 participantes
• Mantenha o seu grande grupo unido durante a adoração, ensino e período de tes-
temunhos. Então os separe em dois grupos para o tempo de compartilhar.
• Comece com grupos separados para homens e mulheres.
Fase 3
20 ou mais participantes
• Mantenha o grande grupo unido para adoração, ensino e período de testemunhos.
Então os separe em pequenos grupos para compartilhamento.
• Comece grupos de homens e mulheres para dependências e compulsões específi-
cas.
Grupos iniciais sugeridos:
• Homens dependentes químicos
• Mulheres dependentes químicos
• Homens codependentes
• Mulheres codependentes
Ao longo do tempo todos os novos grupos poderão crescer a partir destes!
Experiência de lançamento do CR Fortaleza
Janeiro de 2001 – Adquirimos o kit completo do material do CR, em inglês. Um dos
membros do staff da IBC, com interesse na área de aconselhamento, passou a examinar
o material.
Novembro de 2001 – O responsável por esse exame desafiou mais três homens (dois
também do staff) a reunir-se semanalmente para estudar o material e aplicá-lo a suas
vidas, com a aprovação do pastor titular.
Agosto de 2002 – Depois de testemunhar o programa funcionando em Saddleback o
pastor entendeu que o tempo de Deus para investir nesta iniciativa tinha chegado e co-
missionou dois dos quatro homens que vinham estudando o material a participar do Con-
gresso do Celebrando a Recuperação, em Saddleback.
Fevereiro de 2003 – Um dos que tinha assistido o Congresso foi desafiado a enca-
beçar esta nova iniciativa ministerial da IBC.
Março de 2003 – O pastor ministrou à congregação os princípios bíblicos de misericór-
dia e graça e a responsabilidade cristã de reconhecer que a mesma graça que nos sus-
tenta diariamente deve ser oferecida a outros. Foi feito um desafio aos interessados para
17
Seminário: Celebrando Restauração
assistir um “Portas Abertas” (uma apresentação, sem compromisso, dos valores e funcio-
namento de um ministério) do projeto de implementação do Celebrando a Recuperação
na IBC.
Maio de 2003 – Aproveitando o feriado do dia 1o, reunimos todos os interessados para
um dia de jejum, oração e apresentação do novo ministério. Ao final, alguns assinaram
uma ficha de intenção e foram convocados para começar um treinamento semanal a partir
da sexta-feira seguinte.
Maio a Dezembro de 2003 – Os voluntários foram desafiados a viver restauração em
suas vidas. Para isto, estudaram, semanalmente, um material desenvolvido para cons-
cientizar as pessoas de suas próprias necessidades e da importância de viverem um
processo constante de restauração, conforme os ideais de Deus. Nossa preocupação
maior nesta fase foi de eliminar os preconceitos em relação ao público alvo do programa
e entender que o embrionário ministério não podia ser “empurrado goela abaixo” mas “de
um mendigo dizendo para outro mendigo onde encontrou pão”. Para isto insistimos em
muita transparência, honestidade, testemunhos, desafios e confissões.
Durante aqueles meses começamos a identificar líderes em potencial das diferentes
equipes, que precisaríamos quando o ministério entrasse em pleno funcionamento, mon-
tamos um plano estratégico de desenvolvimento, começamos a identificar e fazer contato
com grupos de autoajuda da cidade, confeccionamos material explicativo e de divulgação
e organizamos iniciativas de oração.
Agosto de 2003 – Iniciamos os primeiros Grupos de Passos (um de homens e dois de
mulheres) com pessoas que vislumbramos como líderes em potencial, no futuro. Estes
grupos concluíram a vivência do currículo no final de 2004.
Outubro a Dezembro de 2003 – O pastor Armando ministrou a série de pregações “O
Caminho da Recuperação”, na grande congregação, com ampla divulgação dentro e fora
da igreja. As pregações foram acompanhadas por testemunhos de voluntários e divulga-
ção do ministério. Durante a série, as pessoas que respondiam às pregações eram acom-
panhadas, pelos voluntários, que escutavam suas histórias, oravam e as convidavam a
participar do ministério que estava começando.
Também durante aqueles meses identificamos líderes para as diversas equipes do
ministério e organizamos os voluntários dentro de cada equipe visando o início das
reuniões públicas programadas para Janeiro do ano seguinte.
Janeiro de 2004 – Começamos as reuniões semanais do Grande Grupo (que chama-
mos de Encontrão) todas as sextas-feiras. De início, não montamos nenhum Grupo de
Apoio e nem Grupos de Passos. O Grande Grupo se reunia por duas horas, trabalhando
todos os elementos sugeridos pelo currículo e ainda um momento de ensino e um de tes-
temunho a cada semana.
Durante esse período identificamos líderes para facilitar Grupos de Apoio para compul-
sões específicas.
Fevereiro de 2004 – Começamos a explicar sobre Grupos de Apoio no Grande Grupo,
incluindo simulados públicos e aplicação (e razões) das normas dos grupos.
Março de 2004 – Durante duas semanas fizemos as reuniões do Grande Grupo na
primeira hora e, na segunda, dividimos homens e mulheres em Grupos de Apoio genéri-
cos, para que todos pudessem experimentar o ambiente sem ter que se identificar publi-
camente com nenhum grupo.
Finda essa experiência, começamos nossos primeiros Grupos de Apoio para alcoolis-
mo, drogadição, tabagismo, depressão e codependência (familiares de compulsivos).
Estes grupos ocuparam o segundo horário e a reunião do Grande Grupo ficou definitiva-
mente no primeiro horário conforme orienta o Guia do Líder.
Agosto de 2004 – Abrimos os primeiros Grupos de Passos para os freqüentadores do
CR com líderes que já tinham passado pela primeira rodada desse tipo de grupo, volun-
tários do ministério iniciado em 2003.
18
Seminário: Celebrando Restauração
Também nesta época fechamos o Grupo de Apoio para Tabagismo por falta de
freqüentadores regulares.
Dezembro de 2004 – Encerramos o ano e a primeira caminhada através das 25 Lições
do Guia do Líder com uma grande festa que chamamos de “Natal Conosco”. Esta confra-
ternização buscou dar uma alternativa para as celebrações natalinas e de final de ano, tão
complicadas para quem vive o drama de vícios como álcool e droga. A temática foi uma
festa de aniversário para Jesus, com direito a bolo e balões e “Parabéns”. Encerramos a
festa com um “ajunta-panelas”.
Janeiro de 2005 – Reiniciamos o currículo e começamos novos grupos, os quais,
desde então, têm crescido, gradativamente. Entre outubro e dezembro de 2007, o pastor
Armando voltou a ministrar as pregações da série “O Caminho da Recuperação”.

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Seminário: Celebrando Restauração
Oração da Serenidade

Deus,

Conceda-me

a serenidade para aceitar

aquilo que não posso mudar,

a coragem para mudar

o que me for possível

e a sabedoria

para saber discernir entre as duas.

Vivendo um dia de cada vez,

apreciando um momento de cada vez,

recebendo as dificuldades

como um caminho para a paz,

aceitando este mundo

cheio de pecados como ele é,

assim como fez Jesus,

e não como gostaria que ele fosse;

confiando que o Senhor fará tudo dar certo

se eu me entregar a Sua vontade;

pois assim poderei ser

razoavelmente feliz nesta vida

e supremamente feliz ao Seu lado na outra.

Amém.

Reinhold Niebuhr

20
Seminário: Celebrando Restauração
Apêndice
Passo a passo da caminhada de restauração

Passos Para pensar Minha caminhada


01. Admitimos ser impo- Que aspectos de minha vida
tentes diante de nossos (falhas de caráter, traumas
vícios e comportamen- do passado, maus hábitos)
tos compulsivos e que tenho tentado manter sob
nossas vidas se tor- controle sem sucesso?
naram ingovernáveis.
02. Viemos a acreditar que Em quem ou em quê tenho
um poder superior a nós buscado esperança de con-
poderia restituir nossa seguir vencer essas lutas?
sanidade.
03. Decidimos entregar O que está me impedindo
nossas vidas e nossas de entregar essas lutas aos
vontades aos cuidados cuidados de Deus?
de Deus.
04. Fizemos um minucioso Existem no meu passado
e destemido inventário pessoas que me magoa-
moral de nós mesmos. ram a quem preciso liberar
perdão? E pessoas a quem
eu magoei e às quais pre-
ciso pedir perdão?
05. Admitimos para Deus, Existe algum pecado que eu
para nós e para outro ainda preciso admitir e con-
ser humano a natureza fessar? Qual? Como este
exata dos nossos erros. pecado tem afetado minha
caminhada com Jesus?
06. Dispusemo-nos inteira- Estou disposto a deixar
mente a deixar que Deus transformar meu
Deus removesse to- caráter? De que forma estou
dos esses defeitos de resistindo à sua ação?
caráter.
07. Humildemente pedimos Que defeitos de caráter pre-
a Deus que removesse ciso deixar Deus remover?
todas as nossas imper- Como essas falhas tem
feições. afetado minha caminhada
cristã?
08. Fizemos uma relação
de todas as pessoas a
quem prejudicamos e
dispusemo-nos a fazer Quem são as pessoas que
reparações a todas elas. magoei e às quais devo
09. Fizemos reparações pedir perdão? Quem são as
diretas a tais pessoas pessoas que me magoaram
sempre que possível, a quem preciso perdoar?
exceto quando fazê-lo
implicasse prejudicá-las
ou a terceiros.

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Seminário: Celebrando Restauração
Passos Para pensar Minha caminhada
10. Continuamos a fazer o Que áreas de minha vida
inventário pessoal e, ainda precisam ser melhor
quando estávamos er- trabalhadas?
rados, nós o admitíamos
prontamente.
11. Procuramos, através da De que forma eu tenho
oração e da meditação, buscado aprofundar meu
melhorar o nosso conta- relacionamento com Deus?
to consciente com Deus, O que posso fazer melhorar
pedindo apenas para este processo?
conhecer a Sua vontade
para nossas vidas e
forças para realizá-la.
12. Tendo experimentado De que forma posso ser-
um despertar espiritual vir, colocando minha luta
como resultado destes e restauração a serviço de
passos, procuramos outros que estão iniciando a
levar esta mensagem a caminhada?
outros e praticar esses
princípios em todos os
aspectos da nossa vida.

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Seminário: Celebrando Restauração
Apêndice
Como anda minha saúde emocional?
Use os itens a seguir para fazer uma reflexão sobre como está sua SAÚDE EMOCIO-
NAL. Marque um “x” na coluna cuja expressão melhor represente como você se sente em
relação a cada fator. Lembre-se: isto não é um teste, mas apenas uma forma de autoco-
nhecimento para lhe ajudar em sua caminhada de restauração.

Expresso meus sentimentos. Emoções reprimidas provocam


doenças como gastrite, hipertensão, úlcera, enxaqueca, etc. De-
sabafe, confidencie, partilhe, confesse sua dor, seu segredo, seu
pecado.
Tomo as decisões que preciso tomar. A indecisão ou procrastina-
ção de decisões que precisam ser tomadas para mudar nossa vida
gera dúvida, ansiedade e angústia e acumula problemas e preocu-
pações.
Busco soluções. Pessoas negativas e pessimistas não enxergam
soluções e maximizam os problemas. Preferem lamentar-se e mur-
murar. Somos o que pensamos. O pensamento negativo não semeia
vitórias e alegrias.
Encaro meus problemas. Negar os problemas, esconder a reali-
dade, fingir, dar a impressão que está tudo bem, mostrar-se perfeito,
bonzinho, se transforma num fardo pesado demais e só prolonga o
sofrimento.
Aceito a mim mesmo. A autorrejeição e a baixa autoestima nos
tornam algozes de nós mesmos; são grilhões que nos fazem invejo-
sos, ciumentos, competitivos e destrutivos, como também limitam e
bloqueiam nosso potencial.
Sou transparente. Esconder ou dissimular o que se sente e pensa,
camuflando seu “eu real”, empobrece os relacionamentos, tornando-
os superficiais e passageiros. A falta de transparência leva à solidão.
Confio. Quem não confia, não se abre, não se comunica, não se
relaciona e acaba solitário. Procuro não julgar as pessoas, não colo-
cando intenções em seus corações, nem palavras em suas bocas.
Tenho alegria de viver. O bom humor, o riso, a descontração e a
alegria geram saúde e longevidade. Procuro estar em paz com to-
dos, não guardando mágoa ou rancor e liberando perdão e fazendo
reparações quando machuco as pessoas.
Dependo de Deus e não de meus próprios esforços e sabedoria
para viver a vida, reconhecendo que Ele é a suficiente fonte da satis-
fação de todas as minhas necessidades.

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Seminário: Celebrando Restauração
Índices de saúde emocional

Todas
Saúde emocional excelente. Cuide da manutenção!

Muitas

Poucas Saúde emocional boa. Mas não deixe de cuidar das áreas que não estão
sorridentes!

ou

Muitas

Saúde emocional regular. Comece logo seu processo de restauração, pois


e o tempo só aumenta a dor se o problema não for enfrentado.

A maioria Saúde emocional precisando de atenção. Participe do Celebrando Restau-


(todas) ração, um programa bíblico e equilibrado, que pode lhe ajudar a superar
seus traumas e disfunções emocionais. Trabalhando os 12 Passo em
parceria com Jesus você conseguirá mudar! Passará a sentir as verdadei-
ras paz e serenidade pelas quais esteve procurando e não terá mais que
depender dos seus comportamentos disfuncionais, compulsivos e viciosos
como “alívio” para sua dor.

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Seminário: Celebrando Restauração
Bibliografia
Livros
BURKE, John. Proibida a entrada de pessoas perfeitas, Ed. Vida
KORNFIELD, David. Introdução á restauração da alma, Ed. Sepal
MANNING, Brennan. O evangelho maltrapilho, Ed. Textus
MANNING, Brennan. O impostor que vivem em mim, Ed Textus
MANNING, Brennan. A sabedoria da ternura, Ed. Palavra
SWINDOLL, Charles. Vivendo sem máscaras. Ed. Betânia
TORNIER, Paul. Culpa e graça, Ed ABU
Bíblia de Estudo Despertar. Sociedade Bíblica do Brasil (NTLH)
Sites
• Blog do Celebrate Recovery (em inglês) - www.celebraterecovery.com
• Propósitos do Brasil (compra do currículo e material CR) - www.propositos.com.br
• CR da Igreja Batista do Morumbi (SP) - www.ibmorumbi.org.br
• CR da Igreja Anglicana de Recife (PE) - www.cr-recife.blogspot.com
• Igreja Batista Central de Fortaleza – www.ibc.org.br/cr

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Seminário: Celebrando Restauração
EPL 2012
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Dias 6 a 8 de junho de 2012.
Antecipe sua presença!

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