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tream/handle/10438/10959/
Resiliencia_constitucional.pdf?
cidos aos integrantes e dirigentes lores;
sequence=3&isAllowed=y do setor público. 3) importância do Poder Judiciário
A Constituição é fundamentalmente que se torna protagonista da Cons-
um conjunto normativo “destinado tituição de 1988, em razão da ampli-
a assegurar posições de poder a ação e da intensificação do controle
corporações e organismos estatais de constitucionalidade e da incum-
ou paraestatais. É a visão da Consti- bência de implementar o projeto
tuição “chapa-branca”, no sentido de constitucional mediante aplicação de
uma “Lei Maior da organização admi- métodos “abertos” de interpretação.
nistrativa”. Apesar da retórica relacio-
nada aos direitos fundamentais e das
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
normas liberais e sociais, o núcleo
duro do texto preserva interesses Jurídico/ Ernerst Fosthoff
corporativos do setor público e es- Hermenêutico Identidade entre Constituição e Leis.
tabelece formas de distribuição e Clássico Utiliza critérios de Savigny
de apropriação dos recursos públi-
Tópico Theodor Viehweg
cos entre vários grupos.
problemático Problema-norma.
Leitura socialmente pessimista da
Estudo da norma através de um problema
Constituição que insiste na continui-
dade da visão estatalista-patrimoni- Hesse
alista da Constituição e na centrali- Hermenêutico Norma-problema.
dade do Poder Executivo em detri- Concretizador Parte-se de pré-compreensões para se
mento tanto da promessa demo- chegar ao sentido da norma.
crática como da tutela judicial dos Interpretação concretizadora.
direitos individuais. Constituição tem força para compreender e
alterar a realidade.
CONSTITUIÇÃO Onipresença das normas e valores
UBÍQUA constitucionais no ordenamento ju- Frederic Muller
rídico. Normativo Parte-se do direito positivo para se chegar à
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Parte-se da constatação de que os Estruturante norma.
Resiliencia_constitucional.pdf? conflitos forenses e a doutrina jurídica Colhe elementos da realidade social para
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foram impregnados pelo direito cons- se chegar à norma
titucional. A referência a normas e va-
Ruldof Smend
lores constitucionais é um elemento
Não utiliza-se apenas valores consagrados na
onipresente no direito brasileiro pós-
Científico Constituição, mas também valores extra-
1988. Essa “panconstitucionalização”
Espiritual constitucionais, como a realidade social e
deve-se ao caráter detalhista da
cultura do povo.
Constituição, que incorporou uma in-
Interpretação sistêmica.
finidade de valores substanciais, prin-
cípios abstratos e normas concretas Concretista da Peter Haberle
em seu programa normativo. Constituição Interpretação por todo o povo, não apenas
Aberta pelos juristas
CONSTITUIÇÃO Objetiva preponderantemente ga-
LIBERAL-PATRIMONIALISTA rantir os direitos individuais, preser- Comparação Peter Haberle
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bits- vando fortes garantias ao direito de Comparar com as diversas Constituições.
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propriedade e procurando limitar a
sequence=3&isAllowed=y intervenção estatal na economia. PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
CONSTITUIÇÃO Leitura da Constituição de 1988 com Toda interpretação constitucional se
PRINCIPIOLÓGICA E base nas seguintes características: assenta no pressuposto da
JUDICIALISTA 1) importância crucial dos direitos superioridade jurídica da Constituição
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fundamentais, incluindo os sociais, sobre os demais atos normativos no
Resiliencia_constitucional.pdf? sendo a Constituição de 1988 um tex- âmbito do Estado. Assim, em razão da
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to denso exigente, limitando a liber- Princípio da supremacia constitucional, nenhum
dade do legislador e impondo sua Supremacia da ato jurídico ou manifestação de
implementação; Constituição vontade pode subsistir validamente se
2) centralidade dos princípios cons- for incompatível com a Lei
titucionais que se multiplicam e ad- Fundamental.
quirem relevância prática e aplicabili- Em razão da superlegalidade formal
dade imediata, desde que sejam ado- (Constituição como fonte primária da
tados métodos de interpretação aber- produção normativa, identificando
tos, evolutivos e desvinculados da competências e procedimentos para a
textualidade das regras, em particular elaboração dos atos normativos
a ponderação de princípios e/ou va- inferiores) e material da Constituição
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Princípio da constitucionalizados deverão coexistir • Seus princípios não prevalecem diante do texto
concordância de forma harmônica na hipótese de expresso da constituição;
prática ou eventual conflito ou concorrência
NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO
harmonização entre eles, buscando, assim, evitar o
sacrifício (total) de um princípio em O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA
relação a outro em choque. O POLÍTICA, sem relevância jurídica (STF).
fundamento da ideia de concordância ATENÇÃO: apesar de o preâmbulo não
decorre da inexistência de hierarquia TESE DA possuir força normativa, ele traz as
entre os princípios. IRRELEVÂNCIA intenções, o sentido, a origem, as
JURÍDICA justificativas, os objetivos, os valores e os
PREÂMBULO ideais de uma Constituição, servindo de
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia vetor interpretativo. Trata-se, assim, de
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, um referencial interpretativo-valorativo
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e indivi- da Constituição.
duais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvi- O preâmbulo tem a mesma eficácia
mento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma TESE DA PLENA jurídica das normas constitucionais,
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na EFICÁCIA sendo, porém, apresentado de forma não
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacio- articulada.
nal, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos,
sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLI- TESE DA Ponto intermediário entre as duas, já que,
CA FEDERATIVA DO BRASIL. RELEVÂNCIA muito embora participe "das características
JURÍDICA jurídicas da Constituição'', não deve ser
INDIRETA confundido com o articulado
• O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir
de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma
norma. TÍTULO I
• O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os funda- Dos Princípios Fundamentais
mentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, des- PRINCÍPIOS REGRAS
sa forma, norteia a interpretação do texto constitucional.
Normas mais amplas, abstratas, Normas mais específicas,
• Em termos estritamente formais, o Preâmbulo consti-
genéricas. delimitadas, determinadas.
tui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional,
um resumo dos direitos que permearão a textualização a se- Alexy: princípios são Alexy: são MANDADOS DE
guir, apresentando o processo que resultou na elaboração da MANDAMENTOS DE DEFINIÇÃO.
Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação. OTIMIZAÇÃO, que devem ser Devem ser cumpridas
• O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/ cumpridos na maior intensidade integralmente (all or
88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e possível. nothing).
garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos Dworkin: princípios são
listados em seguida e até então não dotados de força normati- mandamentos normativos
va constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o aplicados na DIMENSÃO DE
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segu- PESO ou DE IMPORTÂNCIA.
rança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça.
Em caso de colisão, resolve-se Em caso de colisão, resolve-se
• Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâm-
pela PONDERAÇÃO. pela DIMENSÃO DE
bulo se configura como um elemento que serve de manifesto à
VALIDADE.
continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar
os valores do passado - a situação de início que motivou a co- Ex: dignidade da pessoa Ex: eleição para Presidente da
locação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a humana. República.
exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se as-
pira a chegar. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união in-
• A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força dissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
normativa. constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
• O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU):
política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, I - a SOberania;
não contém relevância jurídica, não tem força normativa, II - a CIdadania
sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, III - a DIgnidade da pessoa humana;
não servindo como parâmetro para o controle de constituciona- IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
lidade (STF). V - o PLUralismo político.
• Não tem força normativa, embora provenha do Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exer-
mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a ce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
constituição; desta Constituição.
• É destituído de qualquer cogência (MS 24.645
MC/DF);
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF
• NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade;
• Não cria direitos nem estabelece deveres; PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República”
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LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma ex- Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que
pressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se ela se dirige e às exigências do bem comum.
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vi-
gor na data de sua publicação" para as leis de pequena re-
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Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do
o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. país em que se constituírem.
§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado se- § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e de-
gundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. pendendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu ti- peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrín-
tular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo co- secos do ato.
meço do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré- § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. lugar em que residir o proponente.
§ 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judici-
al de que já não caiba recurso. Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA obede-
ce à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desapare-
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as cido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será
capacidade e os direitos de família regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos fi-
lhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, chamada
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capa-
de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do
cidade para suceder.
domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento
interno.
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DA Começo e fim da
o PESSOA personalidade
§ 1 Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formali- Nome
dades da celebração.
Capacidade
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante au-
toridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nu- Direitos de família
bentes.
Penhor
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de in-
validade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal. LEI DO PAÍS DA SITUAÇÃO Qualificar os bens e regular
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do DOS BENS as relações a eles concernen-
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diver- tes
so, a do 1° domicílio conjugal.
LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DO Bens móveis que ele trouxer
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
PROPRIETÁRIO ou se destinarem a transporte
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
para outros lugares
ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os LEI DO PAÍS ME QUE SE Qualificar e reger as obriga-
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. CONSTITUÍREM ções
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os
LEI DO PAÍS EM QUE Sucessão por morte ou por
cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois
DOMICILIADO O DEFUNTO OU ausência
de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
O DESAPARECIDO
de separação judicial por igual prazo, caso em que a homolo-
gação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabe-
lecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Supe- Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo,
rior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, pode- como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado
rá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferi- em que se constituírem.
das em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de § 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou es-
divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os tabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados
efeitos legais. pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de
estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam
do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á do- bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
miciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se en- § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade
contre. dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáti-
cos ou dos agentes consulares.
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concer-
nentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quan-
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o propri- do for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumpri-
etário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destina- da a obrigação.
rem a transporte para outros lugares. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pes- das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
soa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exe-
quatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as dili-
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gências deprecadas por autoridade estrangeira competente, ob- nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nasci-
servando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. do no país da sede do Consulado.
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão cele-
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se brar a separação consensual e o divórcio consensual de brasi-
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produ- leiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e ob-
zir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei servados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
brasileira desconheça. da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição
e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro
quem a invoca prova do texto e da vigência. ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento
§ 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devidamen-
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no es- te constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, jun-
trangeiro, que reúna os seguintes requisitos: tamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a
a) haver sido proferida por juiz competente; outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verifi- a assinatura do advogado conste da escritura pública.
cado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades ne- Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo an -
cessárias para a execução no lugar em que foi proferida; terior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do De-
d) estar traduzida por intérprete autorizado; creto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfa-
e) ter sido homologada pelo STJ. çam todos os requisitos legais.
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado reno-
sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. var o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação
desta lei.
A TEORIA DO REENVIO, também conhecida como TEORIA DO
RETORNO ou DA DEVOLUÇÃO é uma forma de interpretação Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
de normas do Direito Internacional Privado, de forma que se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que
haja substituição da lei nacional pela lei estrangeira, de sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
modo pelo qual seja desprezado o elemento de conexão da or- Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
denação nacional, dando preferência ao apontado pelo ordena- adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, con-
mento jurídico alienígena. trato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em
Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer problemas nas face das possíveis alternativas.
interpretações de ordem internacional, servindo como meio
importante de resolução de conflitos, e sempre que for neces- Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controlado-
sário que o juiz aplique direito estrangeiro. ra ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste,
O reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma mate- processo ou norma administrativa deverá indicar de modo ex-
rial da regra de conexão e aplica o direito internacional privado presso suas consequências jurídicas e administrativas.
estrangeiro para chegar à nova norma material, geralmente de Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo
âmbito nacional. deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a re -
O reenvio pode ser dividido em 3 graus: gularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
1° grau: consiste em dois países, onde o primeiro remete uma prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos su-
legislação ao segundo país, que por sua vez reenvia ao primeiro; jeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiarida-
2° grau: compõe-se por três países, onde o primeiro envia sua des do caso, sejam anormais ou excessivos.
legislação ao segundo que a reenvia ao terceiro;
3° grau: formado por quatro países, no qual o primeiro remete a Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, se-
legislação ao segundo, que por sua vez encaminha ao terceiro e rão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do ges-
finalmente reenvia ao quarto. tor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem pre-
Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de juízo dos direitos dos administrados.
aplicar o reenvio, cabendo apenas a aplicação do Direito Inter- § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de
nacional Privado brasileiro para determinar o direito material ca- ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
bível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, li-
reenvio. mitado ou condicionado a ação do agente.
*http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e
a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quais- para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou
quer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, atenuantes e os antecedentes do agente.
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na
os bons costumes. dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao
mesmo fato.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autorida-
des consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que
mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de
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conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicio- Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste arti-
namento de direito, deverá prever regime de transição quando go terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade
indispensável para que o novo dever ou condicionamento de a que se destinam, até ulterior revisão.
direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e efi-
ciente e sem prejuízo aos interesses gerais. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
curidades em suas petições; pedir que de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (objetiva evitar
DEVERES DE esclareçam ou especifiquem requerimen- decisões surpresas)
COOPERAÇÃO DO tos feitos em termos mais genéricos e as-
JUIZ sim por diante. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
“PECA” serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se reco- de nulidade.
nhecer o contraditório não apenas como Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser au-
garantia de embate entre as partes, mas torizada a presença somente das partes, de seus advogados, de
também como dever de debate do juiz defensores públicos ou do Ministério Público.
com as partes
AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIALMEN-
ajudar as partes, eliminando obstácu- TE, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou
los que lhes dificultem ou impeçam o acórdão.
exercício das faculdades processuais. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar perma-
nentemente à disposição para consulta pública em cartório e na
rede mundial de computadores.
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em rela-
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
ção ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de
de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções proces-
acordo ou de improcedência liminar do pedido;
suais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese
jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício, III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR;
dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova docu- IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
mental produzida. V - o julgamento de embargos de declaração;
FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei VI - o julgamento de agravo interno;
12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ;
segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que te-
FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do proces- nham competência penal;
so pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes. IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida
por decisão fundamentada.
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cro-
fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e nológica das conclusões entre as preferências legais.
promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1 o, o
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicida- requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a ordem
de e a eficiência. cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reaber-
tura da instrução ou a conversão do julgamento em diligên-
FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento jurídi- cia.
co”, empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4 o, o processo retor-
precedentes vinculantes nará à mesma posição em que anteriormente se encontrava
FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamento de na lista.
ações coletivas serão objeto da mais ampla e específica divulga- § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1 o ou, con-
ção e publicidade. forme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem
necessidade de realização de diligência ou de complementação
que ela seja previamente ouvida.
da instrução;
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado o
I - à tutela provisória de urgência;
acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, inci-
origem, reexaminará o processo de competência originária, a re-
sos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
messa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acór-
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de ca-
dão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior).
sos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pedido reiperse-
cutório fundado em prova documental adequada do contrato
de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de compe-
objeto custodiado, sob cominação de multa); tência de processos dos juizados especiais com outros procedi-
III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do au- mentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronoló-
tor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de gicas autônomas, uma para os processos dos juizados especiais
entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de e outra para os demais processos.
não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumpri- FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cronoló-
mento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por gica dos julgamentos NÃO IMPLICA, POR SI, A INVALIDADE
cento do valor atribuído à causa). DO ATO DECISÓRIO
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, CAPÍTULO II
com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate
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Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais terminar a intimação deste último para, querendo, integrar o
brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tra- processo.
tados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja FPPC487. (art. 18, parágrafo único; art. 119, parágrafo único; art.
parte. 3º da Lei 12.016/2009). No mandado de segurança, havendo
substituição processual, o substituído poderá ser assistente
Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será aplicável litisconsorcial do impetrante que o substituiu.
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
vigência da norma revogada
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma re-
lação jurídica;
SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: cada II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser regido pela
lei em vigor no momento de sua prática.
FPPC111. (arts. 19, 329, II, 503, §1º) Persiste o interesse no ajui-
Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS,
zamento de ação declaratória quanto à questão prejudicial inci-
não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato já prati-
dental
cado ou efeito dele decorrente; a lei nova só alcança os
próximos atos a serem praticados no processo.
Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio da Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda
segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das leis. que tenha ocorrido a violação do direito.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, Súmula 181-STJ: É admissível ação declaratória, visando a obter
trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual.
serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Teoria imanentista / civilista / clássica (Savigny):
JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se não há ação sem direito; não há direito sem ação; a
supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, ação segue a natureza do direito
no que não forem incompatíveis com esta Lei.
Teoria Publicista: O direito de ação possui natureza
pública, sendo um direito de agir, exercível contra o
LIVRO II Estado e contra o devedor.
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I TEORIAS Ação como direito autônomo e concreto (Chio-
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO DA venda): A ação é um direito independente do Direi-
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais AÇÃO to material, mas, o direito de ação só existiria quan-
em todo o território nacional, conforme as disposições deste do a sentença fosse favorável ao autor.
Código. Ação como direito autônomo e abstrato: O direito
a ação é preexistente ao processo, não dependendo
Inafastabilidade de Jurisdição da decisão favorável ou negativa sobre a pretensão
CARACTERÍSTICAS DA Inércia (Ne procedat iudex ex officio) do autor.
JURISDIÇÃO Territorialidade
Teoria eclética do direito de ação (Liebman): O di-
Indelegabilidade
reito de ação é autônomo, mas para o exercício do
Juiz Natural
direito de ação é necessário que estejam presentes
as condições da ação. Adotada pelo CPC15.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter INTERESSE e LE-
GITIMIDADE. Teoria da asserção: as condições da ação são anali-
sara in status assertionis, com base nas afirmações
contidas na petição inicial. Adotada pelo STJ.
CPC/73 CPC/15
As condições da ação, dentre elas o interesse pro-
Legitimidade Legitimidade cessual e a legitimidade ativa, definem-se da narrati-
va formulada inicial, não da análise do mérito da de-
Interesse Interesse
manda (teoria da asserção), razão pela qual não se
Possibilidade jurídica do pedi- OBS: a possibilidade jurídica do recomenda ao julgador, na fase postulatória, se
do pedido passou a ser analisada aprofundar no exame de tais preliminares (REsp
como questão meritória 1561498/RJ)
*Informações retiradas do site https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/404543/teo-
rias-sobre-o-direito-de-acao
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome pró-
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Condições da ação são definidas com base
prio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. na narrativa da petição inicial (teoria da asserção). Buscador Dizer o Direito, Ma-
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituí- naus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurispruden-
do poderá intervir como assistente litisconsorcial. cia/detalhes/7ca57a9f85a19a6e4b9a248c1daca185>.
FPPC110. (art. 18, parágrafo único) Havendo substituição pro- MODELOS DE PROCESSO
cessual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve de-
O processo é conduzido pelas partes, e o
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ADVERSARIAL juiz ocupa o papel de mero fiscal e julga- ria brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são cone-
(SIMÉTRICO) dor ("convidado de pedra"); Prepondera o xas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados interna-
princípio dispositivo. PARTES COMO PRO- cionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
TAGONISTAS DO PROCESSO. Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasi-
leira NÃO IMPEDE a homologação de sentença judicial estran-
Os poderes do juiz vão além do papel de fis- geira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
cal e julgador - possui amplos poderes na
INQUISITORIAL condução do processo - ex. produção de Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o proces-
(ASSIMÉTRICO) provas de ofício, execução das decisões de samento e o julgamento da ação quando houver cláusula de
ofício, etc. Prepondera o princípio inquisiti- eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacio-
vo. JUIZ COMO PROTAGONISTA DO PRO- nal, arguida pelo réu na contestação.
CESSO. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de compe-
Prevalece o diálogo, a lealdade e o equilíbrio tência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
entre TODOS os sujeitos do processo. Redi- § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o.
mensionamento do princípio do contraditó- Art. 63.
COOPERATIVO rio. NÃO HÁ PROTAGONISMOS. Aqui o ór- § 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de
gão jurisdicional assume DUPLA POSIÇÃO: instrumento escrito e aludir expressamente a determinado
mostra-se PARITÁRIO NA CONDUÇÃO DO negócio jurídico.
PROCESSO e ASSIMÉTRICO NO MOMEN- § 2o O foro contratual OBRIGA OS HERDEIROS E SUCESSORES
TO DA DECISÃO das partes.
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusi-
TÍTULO II va, pode ser reputada ineficaz DE OFÍCIO pelo juiz, que deter-
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO IN- minará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do
TERNACIONAL réu.
CAPÍTULO I § 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domici- LEI 4717/65 – AÇÃO POPULAR
liado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Art. 5°, LXXIII, CF/88 - qualquer cidadão é parte legítima para
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
agência, filial ou sucursal. moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira pro- comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
cessar e julgar as ações: sucumbência;
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; Art. 1º QUALQUER CIDADÃO (comprovação através do títu-
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propri- lo de eleitor) será parte legítima para pleitear a anulação ou a
edade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da Uni-
econômicos; ão, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art.
tiver domicílio ou residência no Brasil; 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União re-
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à presente os segurados ausentes, de empresas públicas, de servi-
jurisdição nacional. ços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja cri-
ação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, COM EX- com mais de 50% do patrimônio ou da receita ânua, de empre-
CLUSÃO DE QUALQUER OUTRA: sas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou en-
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação tidades subvencionadas pelos cofres públicos.
de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens § 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins refe-
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacio- ridos neste artigo, os bens e direitos de valor econômico, ar-
nalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacio- tístico, estético, histórico ou turístico.
nal; O objeto da ação popular abarca direito difusos, mas não direi-
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união es- tos individuais homogêneos.
tável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja
o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora
criação ou custeio o tesouro público concorra com menos de
do território nacional.
50% do patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas ju-
rídicas ou entidades subvencionadas, as consequências patrimo-
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro NÃO IN-
DUZ litispendência e NÃO OBSTA a que a autoridade judiciá-
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niais da invalidez dos atos lesivos terão por limite a repercussão I - A admissão ao serviço público remunerado, com deso-
deles sobre a contribuição dos cofres públicos. bediência, quanto às condições de habilitação, das normas le-
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita gais, regulamentares ou constantes de instruções gerais.
com o título eleitoral, ou com documento que a ele corres- II - A operação bancária ou de crédito real, quando:
ponda. a) for realizada com desobediência a normas legais, regu-
§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às en- lamentares, estatutárias, regimentais ou internas;
tidades, a que se refere este artigo, as certidões e informações b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for
que julgar necessárias, bastando para isso indicar a finalidade das inferior ao constante de escritura, contrato ou avaliação.
mesmas. III - A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço pú-
§ 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo blico, quando:
anterior, deverão ser fornecidas dentro de 15 dias da entrega, a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia
sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão ser utili- concorrência pública ou administrativa, sem que essa condi-
zadas para a instrução de ação popular. ção seja estabelecida em lei, regulamento ou norma geral;
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público, devida- b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou
mente justificado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou condições, que comprometam o seu caráter competitivo;
informação. c) a concorrência administrativa for processada em con-
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação po- dições que impliquem na limitação das possibilidades nor-
derá ser proposta desacompanhada das certidões ou informa- mais de competição.
ções negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os motivos do in- IV - As modificações ou vantagens, inclusive prorroga-
deferimento, e salvo em se tratando de razão de segurança nacio- ções que forem admitidas, em favor do adjudicatário, durante
nal, requisitar umas e outras; feita a requisição, o processo cor- a execução dos contratos de empreitada, tarefa e concessão de
rerá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em jul- serviço público, sem que estejam previstas em lei ou nos respec-
gado de sentença condenatória. tivos instrumentos.,
V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos ca-
Súmula 365-STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para sos em que não cabível concorrência pública ou administrativa,
propor ação popular quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regu-
lamentares, ou constantes de instruções gerais;
Art. 2º São NULOS os atos lesivos ao patrimônio das enti-
b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente
dades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
no mercado, na época da operação;
a) incompetência;
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no
b) vício de forma;
mercado, na época da operação.
c) ilegalidade do objeto;
VI - A concessão de licença de exportação ou importação,
d) inexistência dos motivos;
qualquer que seja a sua modalidade, quando:
e) desvio de finalidade.
a) houver sido praticada com violação das normas legais e
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade
regulamentares ou de instruções e ordens de serviço;
observar-se-ão as seguintes normas:
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exporta-
a) a INCOMPETÊNCIA fica caracterizada quando o ato não
dor ou importador.
se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
VII - A operação de redesconto quando sob qualquer as-
b) o VÍCIO DE FORMA consiste na omissão ou na obser-
pecto, inclusive o limite de valor, desobedecer a normas legais,
vância incompleta ou irregular de formalidades indispensá-
regulamentares ou constantes de instruções gerais.
veis à existência ou seriedade do ato;
VIII - O empréstimo concedido pelo Banco Central da Re-
c) a ILEGALIDADE DO OBJETO ocorre quando o resultado
pública, quando:
do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
a) concedido com desobediência de quaisquer normas le-
normativo;
gais, regulamentares, regimentais ou constantes de instruções
d) a INEXISTÊNCIA DOS MOTIVOS se verifica quando a
gerias:
matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da ope-
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
ração, for inferior ao da avaliação.
resultado obtido;
IX - A emissão, quando efetuada sem observância das
e) o DESVIO DE FINALIDADE se verifica quando o agente
normas constitucionais, legais e regulamentadoras que regem a
pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita
espécie.
ou implicitamente, na regra de competência.
DA COMPETÊNCIA
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito
Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente
público ou privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cu-
para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acor-
jos vícios não se compreendam nas especificações do artigo ante-
do com a organização judiciária de cada Estado, o for para as
rior, serão anuláveis, segundo as prescrições legais, enquanto
causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou
compatíveis com a natureza deles.
ao Município.
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da Uni-
Art. 4º São também NULOS os seguintes atos ou contratos,
ão, do Distrito Federal, do Estado ou dos Municípios os atos
praticados ou celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades
das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas
referidas no art. 1º.
de direito público, bem como os atos das sociedades de que
elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas
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subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse pa- § 1º O representante do Ministério Público providenciará
trimonial. para que as requisições, a que se refere o inciso anterior, sejam
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a atendidas dentro dos prazos fixados pelo juiz.
qualquer outra pessoas ou entidade, será competente o juiz das § 2º Se os documentos e informações não puderem ser ofe-
causas da União, se houver; quando interessar simultaneamente recidos nos prazos assinalados, o juiz poderá autorizar prorroga-
ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do ção dos mesmos, por prazo razoável.
Estado, se houver. II - Quando o autor o preferir, a citação dos beneficiários
§ 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo far-se-á por edital com o prazo de 30 dias, afixado na sede do
para todas as ações, que forem posteriormente intentadas contra juízo e publicado 3 vezes no jornal oficial do Distrito Federal, ou
as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos. da Capital do Estado ou Território em que seja ajuizada a ação. A
§ 4º Na defesa do patrimônio público CABERÁ A SUSPEN- publicação será gratuita e deverá iniciar-se no máximo 3 dias
SÃO LIMINAR do ato lesivo impugnado. após a entrega, na repartição competente, sob protocolo, de uma
via autenticada do mandado.
DOS SUJEITOS PASSIVOS DA AÇÃO E DOS ASSISTENTES III - Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou impugnado, cuja existência ou identidade se torne conhecida no
privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autorida- curso do processo e antes de proferida a sentença final de pri-
des, funcionários ou administradores que houverem autoriza- meira instância, deverá ser citada para a integração do contradi-
do, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, tório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação e produção
por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os be- de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a citação se houver fei-
neficiários diretos do mesmo to na forma do inciso anterior.
Pessoas públicas ou privadas e as IV - O prazo de CONTESTAÇÃO é de 20 dias, prorrogáveis
SUJEITOS PASSIVOS entidades referidas no art. 1º por mais 20, a requerimento do interessado, se particularmente
STJ entende que é hipóte- difícil a produção de prova documental, e será comum a todos os
Autoridades, funcionários ou admi- interessados, correndo da entrega em cartório do mandado cum-
se de litisconsórcio passi-
nistradores prido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em
vo necessário. Resp.
931528/SP Beneficiários diretos edital.
Litisconsórcio V - Caso não requerida, até o despacho saneador, a produ-
NECESSÁRIO e SIMPLES ção de prova testemunhal ou pericial, o juiz ordenará vista às par-
tes por 10 dias, para alegações, sendo-lhe os autos conclusos,
§ 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for
para sentença, 48 horas após a expiração desse prazo; havendo
ele indeterminado ou desconhecido, a ação será proposta somen-
requerimento de prova, o processo tomará o rito ordinário.
te contra as outras pessoas indicadas neste artigo.
VI - A sentença, quando não prolatada em audiência de ins-
§ 2º No caso de que trata o inciso II, item "b", do art. 4º,
trução e julgamento, deverá ser proferida dentro de 15 dias do
quando o valor real do bem for inferior ao da avaliação, citar-se-
recebimento dos autos pelo juiz.
ão como réus, além das pessoas públicas ou privadas e entidades
Parágrafo único. O proferimento da sentença além do pra-
referidas no art. 1º, apenas os responsáveis pela avaliação inexata
zo estabelecido privará o juiz da inclusão em lista de mereci-
e os beneficiários da mesma.
mento para promoção, durante 2 anos, e acarretará a perda,
§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito
para efeito de promoção por antigüidade, de tantos dias
privado, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se
quantos forem os do retardamento, salvo motivo justo, decli-
de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, des-
nado nos autos e comprovado perante o órgão disciplinar com-
de que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do res-
petente.
pectivo representante legal ou dirigente – LEGITIMIDADE PEN-
DULAR ou BIFRONTE/INTERVENÇÃO MÓVEL
Art. 8º Ficará sujeita à pena de desobediência, salvo motivo
§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-
justo devidamente comprovado, a autoridade, o administrador ou
lhe apressar a produção da prova e promover a responsabili-
o dirigente, que deixar de fornecer, no prazo fixado no art. 1º, §
dade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe VEDA-
5º, ou naquele que tiver sido estipulado pelo juiz (art. 7º, n. I, letra
DO, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugna-
"b"), informações e certidão ou fotocópia de documento necessá-
do ou dos seus autores.
rios à instrução da causa.
§ 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como li-
Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia em que entre-
tisconsorte ou assistente do autor da ação popular.
gue, sob recibo, o requerimento do interessado ou o ofício de re-
quisição (art. 1º, § 5º, e art. 7º, n. I, letra "b").
DO PROCESSO
Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário (CPC/15
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absol-
= procedimento comum), previsto no CPC, observadas as seguin-
vição da instância, serão publicados editais nos prazos e condi-
tes normas modificativas:
ções previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a QUAL-
I - Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
QUER CIDADÃO, bem como ao representante do Ministério
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do
Público, dentro do prazo de 90 dias da última publicação fei-
Ministério Público;
ta, promover o prosseguimento da ação.
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos
documentos que tiverem sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º),
bem como a de outros que se lhe afigurem necessários ao escla- MP não pode ajuizar AP, mas pode ser AUTOR SUPERVENIEN-
recimento dos fatos, ficando prazos de 15 a 30 dias para o aten- TE em caso de desistência.
dimento.
Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final.
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LEI 9507/97 – HABEAS DATA apresentada pelo impetrante, com as cópias dos documentos, a
fim de que, no prazo de 10 dias, preste as informações que jul-
gar necessárias.
Art. 1º
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, quando não for o
ou banco de dados contendo informações que sejam ou que
caso de habeas data, ou se lhe faltar algum dos requisitos previs-
possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso
tos nesta Lei.
privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das
Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá recurso
informações.
previsto no art. 15 (apelação).
Art. 2° O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade
Art. 11. Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o
depositária do registro ou banco de dados e será deferido ou in-
feito, juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao
deferido no prazo de 48 horas.
coator, bem como a prova da sua entrega a este ou da recusa,
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em
seja de recebê-lo, seja de dar recibo.
24 horas.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o art. 9° (10 dias), e ouvido
Art. 3° Ao deferir o pedido, o depositário do registro ou do banco
o representante do Ministério Público dentro de 5 dias, os autos
de dados marcará dia e hora para que o requerente tome conhe-
serão conclusos ao juiz para decisão a ser proferida em cinco dias.
cimento das informações.
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Esta- § 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial da
do ou do próprio Tribunal; Fazenda Pública:
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribu- I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de
nal ou de juiz federal; divisão e demarcação, populares, por improbidade
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos
casos de competência dos tribunais federais; ou interesses difusos e coletivos;
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal,
Estado; Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a
f) a juiz estadual, nos demais casos; eles vinculadas;
II - em grau de recurso: III – as causas que tenham como objeto a impugnação da
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou
proferida em única instância pelos Tribunais Superiores; sanções disciplinares aplicadas a militares.
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida § 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para
em única instância pelos Tribunais Regionais Federais; fins de competência do Juizado Especial, a soma de 12 parcelas
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferi- vincendas e de eventuais parcelas vencidas não poderá exceder
da por juiz federal; o valor referido no caput deste artigo.
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios,
§ 4o No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda
conforme dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organi-
Pública, a sua COMPETÊNCIA é ABSOLUTA.
zar a Justiça do Distrito Federal;
III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal,
nos casos previstos na Constituição. Art. 3o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes,
deferir quaisquer providências cautelares e antecipatórias no
Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso curso do processo, para evitar dano de difícil ou de incerta
a informações e retificação de dados e para anotação de justi- reparação.
ficação, bem como a ação de habeas data.
Art. 4o Exceto nos casos do art. 3 o, somente será admitido
recurso contra a sentença.
O habeas data é a garantia constitucional adequada para a
obtenção dos dados concernentes ao pagamento de tributos Art. 5o Podem ser partes no Juizado Especial da Fazenda
do próprio contribuinte constantes dos sistemas Pública:
informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e
administração fazendária dos entes estatais. No caso concreto, o empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei
STF reconheceu que o contribuinte pode ajuizar habeas Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006;
data para ter acesso às informações relacionadas consigo e que II – como réus, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios e
estejam presentes no sistema SINCOR da Receita Federal. STF. os Municípios, bem como autarquias, fundações e empresas
Plenário. RE 673707/MG públicas a eles vinculadas.
Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra
Art. 6o Quanto às citações e intimações, aplicam-se as
"a") se não houve recusa de informações por parte da
autoridade administrativa. disposições contidas na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 –
Código de Processo Civil.
Não é cabível ação de exibição de documentos que tenha por
objeto a obtenção de informações detidas pela Administração
Art. 7o Não haverá prazo diferenciado para a prática de
Pública que não foram materializadas em documentos
qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito
(eletrônicos ou não), ainda que se alegue demora na prestação
público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação
dessas informações pela via administrativa. Cabível HD. STJ. 2ª
para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência
Turma. REsp 1415741-MG
mínima de 30 dias.
LEI 12153/09 - JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA Art. 8o Os representantes judiciais dos réus presentes à audiência
poderão conciliar, transigir ou desistir nos processos da
competência dos Juizados Especiais, nos termos e nas hipóteses
Art. 1o Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da
previstas na lei do respectivo ente da Federação.
justiça comum e integrantes do Sistema dos Juizados
Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos
Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, Art. 9o A entidade ré deverá fornecer ao Juizado a documentação
julgamento e execução, nas causas de sua competência. de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a
Parágrafo único. O sistema dos Juizados Especiais dos Estados e até a instalação da audiência de conciliação.
do Distrito Federal é formado pelos Juizados Especiais Cíveis,
Juizados Especiais Criminais e Juizados Especiais da Fazenda Art. 10. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou
Pública. ao julgamento da causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que
apresentará o laudo até 5 dias antes da audiência.
Art. 12. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito instalados em território nacional, enquanto no desempenho
em julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou de suas funções.
entrega de coisa certa, será efetuado mediante ofício do juiz à
autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do Art. 16. Cabe ao conciliador, sob a supervisão do juiz, conduzir a
acordo. audiência de conciliação.
§ 1o Poderá o conciliador, para fins de encaminhamento da
Art. 13. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, composição amigável, ouvir as partes e testemunhas sobre os
após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será contornos fáticos da controvérsia.
efetuado: § 2o Não obtida a conciliação, caberá ao juiz presidir a instrução
I – no prazo máximo de 60 dias, contado da entrega da do processo, podendo dispensar novos depoimentos, se entender
requisição do juiz à autoridade citada para a causa, suficientes para o julgamento da causa os esclarecimentos já
independentemente de precatório, na hipótese do § 3o do art. constantes dos autos, e não houver impugnação das partes.
100 da Constituição Federal; ou
II – mediante precatório, caso o montante da condenação Art. 17. As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais
exceda o valor definido como obrigação de pequeno valor. são compostas por juízes em exercício no primeiro grau de
§ 1o Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente, jurisdição, na forma da legislação dos Estados e do Distrito
determinará o sequestro do numerário suficiente ao cumprimento Federal, com mandato de 2 anos, e integradas,
da decisão, dispensada a audiência da Fazenda Pública. preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados Especiais.
§ 2o As obrigações definidas como de pequeno valor a serem § 1o A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos
pagas independentemente de precatório terão como limite o critérios de antiguidade e merecimento.
que for estabelecido na lei do respectivo ente da Federação. § 2o Não será permitida a recondução, salvo quando não
o o
§ 3 Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2 , os houver outro juiz na sede da Turma Recursal.
valores serão:
I – 40 salários mínimos, quanto aos Estados e ao Distrito Art. 18. Caberá pedido de uniformização de interpretação de
Federal; lei quando houver divergência entre decisões proferidas por
II – 30 salários mínimos, quanto aos Municípios. Turmas Recursais sobre questões de direito material.
§ 4o São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra § 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo
do valor da execução, de modo que o pagamento se faça, em Estado será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito,
parte, na forma estabelecida no inciso I do caput e, em parte, sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de
mediante expedição de precatório, bem como a expedição de Justiça.
precatório complementar ou suplementar do valor pago. § 2o No caso do § 1o, a reunião de juízes domiciliados em cidades
o
§ 5 Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido para diversas poderá ser feita por meio eletrônico.
pagamento independentemente do precatório, o pagamento § 3o Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal
far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultada à interpretações divergentes, ou quando a decisão proferida estiver
parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente, em contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça, o
para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o pedido será por este julgado.
precatório.
§ 6o O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte Art. 19. Quando a orientação acolhida pelas Turmas de
autora, pessoalmente, em qualquer agência do banco depositário, Uniformização de que trata o § 1 o do art. 18 contrariar súmula do
independentemente de alvará. Superior Tribunal de Justiça, a parte interessada poderá provocar
§ 7o O saque por meio de procurador somente poderá ser feito a manifestação deste, que dirimirá a divergência.
na agência destinatária do depósito, mediante procuração § 1o Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões
específica, com firma reconhecida, da qual constem o valor idênticas e recebidos subsequentemente em quaisquer das
originalmente depositado e sua procedência. Turmas Recursais ficarão retidos nos autos, aguardando
pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 14. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão § 2o Nos casos do caput deste artigo e do § 3 o do art. 18,
instalados pelos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito presente a plausibilidade do direito invocado e havendo fundado
Federal. receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de
Parágrafo único. Poderão ser instalados Juizados Especiais ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar
Adjuntos, cabendo ao Tribunal designar a Vara onde funcionará. determinando a suspensão dos processos nos quais a
controvérsia esteja estabelecida.
Art. 15. Serão designados, na forma da legislação dos Estados e
§ 3o Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da
do Distrito Federal, conciliadores e juízes leigos dos Juizados
Turma Recursal ou Presidente da Turma de Uniformização e, nos
Especiais da Fazenda Pública, observadas as atribuições previstas
casos previstos em lei, ouvirá o Ministério Público, no prazo de 5
nos arts. 22, 37 e 40 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. dias.
§ 1o Os conciliadores e juízes leigos são auxiliares da Justiça, § 5o Decorridos os prazos referidos nos §§ 3 o e 4o, o relator
recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis incluirá o pedido em pauta na sessão, com preferência sobre
em Direito, e os segundos, entre advogados com mais de 2 todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos,
anos de experiência. os habeas corpus e os mandados de segurança.
§ 2o Os juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia § 6o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos
perante todos os Juizados Especiais da Fazenda Pública
no § 1o serão apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão
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exercer juízo de retratação ou os declararão prejudicados, se Competência 35.420, e considerando que o inciso II do art. 5º da
veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça. Lei 12.153/09 é taxativo e não inclui ente da Administração
Federal entre os legitimados passivos, não cabe, no Juizado
Art. 20. Os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e o Especial da Fazenda Pública ou no Juizado Estadual Cível,
Supremo Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, ação contra a União, suas empresas públicas e autarquias,
expedirão normas regulamentando os procedimentos a serem nem contra o INSS
adotados para o processamento e o julgamento do pedido de ENUNCIADO 09 – Nas comarcas onde não houver Juizado
uniformização e do recurso extraordinário. Especial da Fazenda Pública ou juizados adjuntos instalados, as
ações serão propostas perante as Varas comuns que detêm
Art. 21. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será competência para processar os feitos de interesse da Fazenda
processado e julgado segundo o estabelecido no art. 19, além da Pública ou perante aquelas designadas pelo Tribunal de Justiça,
observância das normas do Regimento. observando-se o procedimento previsto na Lei 12.153/09
ENUNCIADO 10 – É admitido no juizado da Fazenda Pública o
Art. 22. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública serão instalados julgamento em lote/lista, quando a material for exclusivamente
no prazo de até 2 anos da vigência desta Lei, podendo haver o de direito e repetitivo
aproveitamento total ou parcial das estruturas das atuais Varas da ENUNCIADO 11 – As causas de maior complexidade
Fazenda Pública. probatória, por imporem dificuldades para assegurar o
contraditório e a ampla defesa, afastam a competência do
Art. 23. Os Tribunais de Justiça poderão limitar, por até 5 anos, a Juizado da Fazenda Pública
partir da entrada em vigor desta Lei, a competência dos Juizados ENUNCIADO 12 - Na hipótese de realização de exame técnico
Especiais da Fazenda Pública, atendendo à necessidade da previsto no art. 10 da Lei 12.153/09, em persistindo dúvida
organização dos serviços judiciários e administrativos. técnica, poderá o juiz extinguir o processo pela complexidade
da causa
Art. 24. Não serão remetidas aos Juizados Especiais da Fazenda ENUNCIADO 13 - A contagem dos prazos processuais nos
Pública as demandas ajuizadas até a data de sua instalação, assim Juizados da Fazenda Pública será feita de forma contínua,
como as ajuizadas fora do Juizado Especial por força do disposto observando-se, inclusive, a regra especial de que não há
no art. 23. prazo diferenciado para a Fazenda Pública - art. 7º da Lei
12.153/09
Art. 25. Competirá aos Tribunais de Justiça prestar o suporte
administrativo necessário ao funcionamento dos Juizados
Especiais. JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA