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Norma Técnica SABESP

NTS 184

Aços inoxidáveis austeníticos – Critérios para


escolha, recebimento e manutenção quanto a sua
resistência à corrosão

Especificação

São Paulo
Outubro - 2002
NTS 184 : 2002 Norma Técnica SABESP

SUMÁRIO

1 OBJETIVO............................................................................................................................ 1
2 NORMAS E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES ................................................................ 1
3 PRINCIPAIS ITENS DE AÇO INOXIDÁVEL UTILIZADOS PELA SABESP .............................. 1
4 ESCOLHA DO TIPO DE AÇO INOXIDÁVEL EM FUNÇÃO DE SUA UTILIZAÇÃO................... 2
4.1 Tipos de aço...................................................................................................................... 2
4.2 Outras observações.......................................................................................................... 2
5 RECEBIMENTO - REQUISITOS MÍNIMOS EXIGÍVEIS............................................................ 2
5.1 Embalagem e identificação............................................................................................... 3
5.2 Armazenagem ................................................................................................................... 3
5.3 Composição química da liga............................................................................................. 3
5.4 Susceptibilidade à corrosão intergranular ........................................................................ 3
5.5 Acabamento superficial .................................................................................................... 4
5.6 Critérios de aceitação ....................................................................................................... 4
6 INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTRUTURAS, COMPONENTES E EQUIPAMENTOS
CONFECCIONADOS EM AÇO INOXIDÁVEL ....................................................................... 4
6.1 Durante a instalação ......................................................................................................... 4
6.2 Durante a manutenção ...................................................................................................... 4

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Norma Técnica SABESP NTS 184 : 2002

Aços inoxidáveis austeníticos – Critérios para escolha,


recebimento e manutenção quanto a sua resistência à corrosão
1 OBJETIVO
Especificar os critérios adequados para a escolha, recebimento e manutenção de
estruturas, componentes e equipamentos confeccionados em aço inoxidável série 300
pela Sabesp, do ponto de vista de sua resistência à corrosão.
Nota: outros aspectos, tais como as características estruturais do aço inoxidável não são
considerados nesta norma.

2 NORMAS E DOCUMENTOS COMPLEMENTARES


As normas e/ou documentos relacionados a seguir contêm informações complementares
a esta especificação.
NBR 5601:1981 Aços inoxidáveis – Classificação por composição química
ASTM A 262:2001 “Standard practices for detecting susceptibility to
intergranular attack in austenitic stainless steels”
ASTM Handbook:1990 “Properties and selection: irons, steels and high-performance
alloy”

3 PRINCIPAIS ITENS DE AÇO INOXIDÁVEL UTILIZADOS PELA SABESP


Os aços inoxidáveis são empregados na Sabesp em muitas e diferentes aplicações, tais
como:
- parafusos;
- porcas;
- prisioneiros;
- luvas;
- eixos;
- anéis;
- rotores;
- buchas;
- tubulações de ar comprimido;
- dosadores de cloro;
- eixos e anéis de válvulas;
- hastes e pás de misturadores;
- hastes e pás de aeradores;
- assentos e bases de comportas;
- chapas;
- suportes;
- etc.
Os aços inoxidáveis utilizados pela Sabesp estão, normalmente, expostos à atmosfera.
Além disto, parte dos itens citados acima é utilizada em contato com água captada em
rios poluídos, ou em esgoto, de tal forma que está sujeita a um ambiente agressivo.

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4 ESCOLHA DO TIPO DE AÇO INOXIDÁVEL EM FUNÇÃO DE SUA UTILIZAÇÃO


4.1 Tipos de aço
Existe no mercado uma ampla gama de diferentes tipos de aços inoxidáveis disponíveis.
Nesta norma é especificada a utilização de quatro diferentes tipos, de acordo com a
situação em que serão empregados. São eles:
- aço inoxidável tipo ABNT 304;
- aço inoxidável tipo ABNT 304L;
- aço inoxidável tipo ABNT 316; e
- aço inoxidável tipo ABNT 316L.
Estes aços atendem, de maneira geral, as exigências quanto ao desempenho contra a
corrosão para as situações descritas no item 5 desta norma. Além disto, possuem a
vantagem de serem aços amplamente utilizados pela indústria, de forma que são
comumente encontrados no mercado.
Na escolha do tipo de aço inoxidável a ser utilizado, deve-se levar em conta os seguintes
fatores:
- aço estar ou não sujeito a processos de soldagem; e
- a geometria da peça.
A Tabela 1 especifica o tipo de aço a ser utilizado de acordo com a condição de uso.

Tabela 1 - Aço a ser utilizado em função da condição de uso


Condição de uso Tipo de aço recomendado
Componentes não sujeitos a processos de soldagem ou à ABNT 304
formação de frestas
Componentes sujeitos a processos de soldagem mas não ABNT 304L
à formação de frestas
Componentes sujeitos à formação de frestas mas não a ABNT 316
processos de soldagem
Componentes sujeitos à formação de frestas e a ABNT 316L
processos de soldagem

4.2 Outras observações


Em casos específicos, onde a necessidade de outras características (tal como
desempenho mecânico) exija a especificação de um aço inoxidável diferente dos
indicados na Tabela 1, deve-se conhecer previamente o seu desempenho quanto à
resistência à corrosão, levando-se em conta os fatores já mencionados: se o aço será
submetido a processos de soldagem e a geometria da peça.
Não se recomenda o uso do aço inoxidável em ambientes internos úmidos altamente
contaminados com cloroaminas, tais como os encontrados nas galerias dos filtros das
ETAs.
Não se recomenda o uso do aço inoxidável em contato direto com soluções concentradas
de sulfato férrico ou cloreto férrico.

5 RECEBIMENTO - REQUISITOS MÍNIMOS EXIGÍVEIS


Os requisitos mínimos exigíveis para o recebimento de uma estrutura, equipamento ou
componentes confeccionados em aço inoxidável são:
- embalagem e identificação;

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- composição química da liga;


- não-susceptibilidade à corrosão intergranular, e
- acabamento superficial adequado.
5.1 Embalagem e identificação
No caso do material embalado, não deve ser utilizado material passível de causar
contaminação ou corrosão do aço.
As embalagens devem apresentar bom estado de conservação, estando devidamente
identificadas conforme as exigências desta norma (veja item a seguir).
A embalagem ou a etiqueta de identificação deve conter, no mínimo, as seguintes
informações:
- tipo de aço (ABNT ou AISI);
- nome e endereço do fabricante;
- número ou sinal que identifique o lote de fabricação;
- data de fabricação.
5.2 Armazenagem
No caso de armazenagem, o local deve ser limpo e seco, de maneira a evitar o acúmulo
de sujeira e umidade na superfície do aço.
No caso de superfícies planas, a armazenagem deve ser feita de forma que não haja a
formação de frestas entre elas, evitando assim o desencadeamento de um processo de
corrosão em frestas.
5.3 Composição química da liga
No recebimento do material, deve-se exigir do fornecedor um relatório com os resultados
da análise química do material. Na falta deste, uma amostra do lote deve ser analisada
para comprovação da composição química do material fornecido. A composição química
dos aços inoxidáveis deve estar de acordo com a Tabela 2.

Tabela 2 - Composição química dos aços inoxidáveis segundo a norma NBR 5601
“Aços inoxidáveis – Classificação por composição química”
Elemento Composição por tipo de aço (%)
ABNT 304 ABNT 304L ABNT 316 ABNT 316L
Carbono 0,08 (máx.) 0,030 (máx.) 0,08 (máx.) 0,030 (máx.)
Manganês 2,00 (máx.) 2,00 (máx.) 2,00 (máx.) 2,00 (máx.)
Fósforo 0,045 (máx.) 0,045 (máx.) 0,045 (máx.) 0,045 (máx.)
Enxofre 0,030 (máx.) 0,030 (máx.) 0,030 (máx.) 0,030 (máx.)
Silício 1,00 (máx.) 1,00 (máx.) 1,00 (máx.) 1,00 (máx.)
Cromo 18,00 a 20,00 18,00 a 20,00 16,00 a 18,00 16,00 a 18,00
Níquel 8,00 a 10,50 8,00 a 12,00 10,00 a 14,00 10,00 a 14,00
Molibdênio - - 2,00 a 3,00 2,00 a 3,00

5.4 Susceptibilidade à corrosão intergranular


O aço a ser adquirido deve ser submetido a ensaios específicos, de forma a verificar sua
susceptibilidade à corrosão intergranular, de acordo com a norma ASTM A 262:2001
“Standard practices for detecting susceptibility to intergranular attack in austenitic
stainless steels”. Se o aço for susceptível à corrosão intergranular, o lote deve ser
rejeitado.

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5.5 Acabamento superficial


Para garantir o bom desempenho dos aços inoxidáveis, é necessário que a sua superfície
esteja livre de sujidades, antes de sua exposição ao meio agressivo. Tais sujidades
podem ser: carepas formadas durante o tratamento térmico ou soldagem, depósitos,
óleos ou graxas e partículas provenientes do processo de usinagem, entre outras. A
presença de sujidades na superfície do aço inoxidável impede a formação da camada
passiva, o que pode causar corrosão localizada mesmo em meios pouco agressivos.
5.6 Critérios de aceitação
O material será considerado aprovado se atender a todos os requisitos exigidos nesta
especificação.

6 INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DE ESTRUTURAS, COMPONENTES E


EQUIPAMENTOS CONFECCIONADOS EM AÇO INOXIDÁVEL
A seguir, estão apresentados alguns cuidados a serem tomados quanto à instalação e
manutenção de estruturas, componentes e equipamentos confeccionados em aço
inoxidável.
6.1 Durante a instalação
6.1.1 Fixação de componentes: na fixação de componentes confeccionados em aço
inoxidável, deve-se utilizar elementos de fixação confeccionados também em aço
inoxidável e nunca elementos de fixação confeccionados em aço-carbono zincado.
6.1.2 Condições inadequadas: deve-se evitar condições que levem à formação de
frestas ou eliminá-las após a instalação.
6.2 Durante a manutenção
6.2.1 Limpeza periódica: a superfície dos aços inoxidáveis deve ser mantida limpa, sem
carepas de laminação, depósitos ou produtos provenientes da corrosão de outros
componentes. Em toda operação de manutenção ou antes da instalação de componentes
novos, a superfície dos aços inoxidáveis deve ser submetida à limpeza. Isto pode ser
feito com o uso de produtos disponíveis no mercado, especialmente desenvolvidos para
esta finalidade.
6.2.2 Uso de esponjas de aço: não devem ser utilizadas esponjas de aço ou similares
na limpeza da superfície do aço inoxidável. As partículas de aço-carbono da esponja
contaminam a superfície do aço inoxidável e, por serem menos resistentes, corroem,
manchando-o.
6.2.3 Trabalhos de solda: no caso da realização de uma operação de soldagem não-
programada, deve-se verificar se o aço a ser soldado é adequado (304L ou 316L). A
realização de trabalhos de soldagem em aços não-adequados pode vir a causar a falha
do material em serviço.

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Aços inoxidáveis austeníticos – Critérios para escolha,


recebimento e manutenção quanto a sua resistência à corrosão

Considerações finais:

1) Esta norma técnica, como qualquer outra, é um documento dinâmico, podendo ser
alterada ou ampliada sempre que for necessário. Sugestões e comentários devem ser
enviados à Divisão de Normas Técnicas – CDGN.
2) Tomaram parte na elaboração desta Norma:

ÁREA UNIDADE DE NOME


TRABALHO
C CDDP Airton Checoni David
C CDGN Marco Aurélio Lima Barbosa
C CDGN Maria Célia Goulart
C CDGP Pedro Jorge Chama Neto
IPT Consultor Sidney Oswaldo Pagotto Júnior
IPT Consultora Zehbour Panossian
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Sabesp - Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo


Diretoria de Gestão de Assuntos Corporativos - C
Superintendência de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico - CD
Divisão de Normas Técnicas - CDGN

Rua Costa Carvalho, 300 - CEP 05429-900


São Paulo - SP - Brasil
Telefone: (0xx11) 3388-8839 / Fax: (0xx11) 3814-6323
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