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Introdugao © Banhado &, sem divida, 2 mais formidavel lembranca ‘gue pode ter quem vista a cidade de So José dos Campos io é por outro motivo que foi elevado & nobre condo de ‘artéo postalConeigso que iroricarmente, se tomapreocupante: ym meio dinamico como 0 Banhado, um ambiente pluridimensional, tratado como algo estético, uma cena foto- téfica, uma lembranca 10x 15, com duas dimensbes apenas. © Banhado esta sendo destruido! Esta afirmaczo goza de unanimidade generalizada e perigosa, como todas. Uma constatacao inquestionavel e comungada por todos que © conhecer. Este trabalho tem como objetivo contribuir para ‘uma compreensio do Banhiado como patriménio ambiental « paisagisticn, identficando algumas feigdes a serem cons deradas numa caracterizagao, {Em fung3o da importéncia urbanistica do Banhado no contexto joseense, temos desenvolvido continuamente tra balhos académicos voltados para a analise dos diferentes aspectos relacionados a sua degradacao ambiental, envolven- do professores ¢ alunos dos cursos de geografia, engenh- ria.e arquitetura. Nosso objetivo € acumular informagbes e ‘estudos que possam fomecer elementos para a elaborayo de estrategias para sua consenvacéo. Partimos preliminarmente daquile que charnamas mong logo da degradagio cotidiana do Banhado, cuja locardo ¢0 prSpria Banhado. Nosso objetivo é apresentar os principals ‘ersonagens dessa trama snistra, bem coma os procedimen- tos volumtarios ou no responsaveis pela sua destruigso,seja coma ambiente, seja como um cartdo postal ‘A seguir, nossas esforsos se dtigem para uma caractet- zago do Banhado enquanto ambiente e imagem urbana, O BANHADO DE SAO JOSE DOS CAMPOS: CARACTERIZACAO DE UM PATRIMONIO AMBIENTAL VALEPARAIBANO Ademir Fernando Morelli e Ademir Pereira dos Santos paisager. Consideramos a evolusdo dos usos historcamen- te, finaizamos apontando algumas das fungses urbanas desempenhadas pelo Banhiado joseense. Roteiro de um monélogo O transeunte, que esperando impacentemente 0 Snibus, puxa forte uma tragads. contempla o Banhado franzindo a testa, apertando 0s clhos para ver bem longe © horizente, sente-se indignado diante de tanta beleza sendo destronada joga, com pose cinematagratica, a ponta do cigatro num wo incendidrio encasta abaixo, raz o olbar num passeio final pelo mar de motrase diz ~ Estdo destruindo 9 Barhadol Enquanto iss0, 18 no Esplanada do Sol, condominio fe chado construido sobre um aterro dentra da virzea, 3s mar- gens do rio Paraiba, um industrial, do quarto de sua man. do, abre ajanela, segura a cortina e contempla o “skyline” a cidade no patamar: fas de catros apressados em suri sha curva do "s"; ve de longe, entre as grades de seguranca da sua formidavel janela, um foco de incndio na encosta ‘ofuscandoshe ainda mais a visio da barteira de prédios que s@ eleva formanda uma muralha, Solta as cortinas, balanga.a cabeca e iz: ~ Estao destrvindo o Bando! Da janela de vm espacoso apartamento na averida S80 4J0sé, no penditimo andar de um dos prédios da muraina de janelas, 2 moradora mira a favela, afastase num salto da janela quando se lembra do caso do nono andar: uma bala perdida lé do jardim Nova Esperanga, encontrou 0 coragse de um pobre aposentad. 2 i Olha aquele amontoado de coberturas toscas, fecha a janela e diz: — Estio destruindo 0 Banhadot © morador do jardim Nova Esperanga sobe a tritha de escadas cavada na encosta fugindo da fétida lembranga da vala de esgoto que néo ¢ impa hd anos. Atinge a calgada da avenida, desviase de um apressado cichsta, tenta atravessar

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