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MANUAL
PRÁTICO
DE ORÍ
por Ìyálòrìṣà Ifáṣeun
̀
do Ilé Àṣẹ Ìṣẹnbáyé
E-BOOK
MANUAL
PRÁTICO
DE ORÍ
por Ìyálòrìṣà Ifáṣeun
̀
do Ilé Àṣẹ Ìṣẹnbáyé
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Copyright © 2021 • Casa Real EAD e Joana de Souza Leite Silveira Arruda Scritori
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PRÁTICO
DE ORÍ
ÍNDICE PÁG.
O QUE É ORÍ? 9
A ESCOLHA DO ORÍ 10
A IMPORTÂNCIA DE ÌWÀ 13
ORÍ COLETIVO 16
OS INIMIGOS DE ORÍ 18
O CULTO A ORÍ 20
- Cuidados Diários 20
- Omí Tútù, a água fresca 22
- Ẹfun Africano 22
- Èmí-èmí (banha de Orí) 23
- Água de Coco Seco 24
- Oyin (Mel) 24
- Ewé Àbámodá (folha da fortuna/folha de ifá) 25
- Orín (Cân cos) 26
REFERÊNCIAS 28
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DE ORÍ
Àbọrú Àbóyé Àbóṣìṣe
Portanto, o Ẹsìn Òrìṣà Ìbílẹ̀ faz parte da cultura tradicional iorubá an ga (que
é conhecida como Iṣẹṣe L'agba). Inclusive, muitos na vos (eu não sou na va,
mas me incluo nesse entendimento) não enxergam o Ẹsìn Òrìṣà Ìbílẹ̀ como
uma religião e sim como uma cultura, uma filosofia de vida.
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Resumindo, o Ẹsìn Òrìṣà Ìbílẹ̀ cons tui-se de um ensinamento milenar por
meio de prá cas e rituais nas quais se veneram as divindades denominadas
Orixás e que em nada foi influenciado pelas religiões surgidas depois, como
o Cris anismo, o Judaísmo, o Islamismo etc. Inclusive, desde que esteja em
seu des no, qualquer pessoa pode se iniciar em algum dos Orixás
cultuados no Ẹsìn Òrìṣà Ìbílẹ,̀ independente da religião que pra que.
Cada uma dessas divindades (Orixás) possui seu próprio corpo sacerdotal,
que através das comunidades e famílias preservam os seus cultos. Assim, há
tradições e famílias inteiras que cultuam somente Ọrúnmìlà (Ifá) ou Ṣàngó ou
Yemọja ou Ọya ou Ọbàtálá e assim por diante. E é importante destacar que,
em sua grande maioria, quando uma pessoa de determinada família de Orixá
precisa se iniciar para outro Orixá, que esteja fora do seu culto familiar, ela
chama o corpo sacerdotal da família do Orixá a ser iniciado, numa perfeita
sociedade colabora va.
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O conselho: Descolonize o seu pensamento!
Tal ideologia, a meu ver, se baseia num Deus puni vo, cuja personalidade
tem traços latentes de rania. Não é assim que eu consigo enxergar Deus e foi
assim que eu consegui compreender a magnitude da religiosidade iorubá.
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Ainda em referência a Olódùmarè, a tradução é Ol'oní (senhor de) òdù (muito
grande) màrè (aquele que sempre é).
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O QUE É ORÍ?
Já que compreendemos o pensamento iorubá sobre Olódùmarè (Deus), é
preciso entender o conceito de Orí. Mas afinal, o que é Orí?
Nada acontece na nossa vida, seja bom ou seja ruim, se Orí não permi r. A
força de Orí é tão imensa que nenhum Orixá (nem o próprio Olódùmarè)
pode abençoar Orí se Orí não quiser. Orí, na qualidade de divindade pessoal,
é mais importante do que qualquer Orixá na existência de uma pessoa.
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A ESCOLHA DO ORÍ
Ọbàtálá molda os corpos de todos os seres humanos. Após ter o corpo
moldado, Olódùmarè realiza o sopro vital em nosso corpo, através do emi.
Quando está finalizada a forma humana, vamos à casa de Àjàlá Alamo Ìpín
para que ocorra a escolha de nosso Orí.
Na escolha das cabeças encontramos Ìpín (des no). Esse fragmento divino
que escolhemos na casa de Àjàlá é trazido com Orí.
Não existe des no bom ou ruim. Será Orí quem irá determinar se o
des no será um bom des no.
Orí é a base de informação sobre todos os detalhes do des no, sobre tudo o
que será vivido desde a concepção até a morte. Contudo, Orí não é uma
sentença inalterável do des no.
Quando viemos para a Terra, chegamos aqui com nosso des no escolhido
por Orí. Contudo, fatores como a hereditariedade, ambiente, família, caráter
(ou a ausência dele) e com as nossas a tudes, podemos seguir em direções
contrárias ao nosso Orí.
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O caminho do Orí pode ser descoberto e revelado através de Ifá. A maior
importância em se cultuar Orí é escutarmos a importância de nossas vidas.
O obje vo de venerarmos o nosso Orí é sabermos o que viemos fazer na
Terra.
Afinal, tudo o que queremos fazer pode não ser favorável à nossa vida.
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ORÍ INÚ E ORÍ ÔDÊ
Orí Inú é a nossa cabeça interna e pode ser classificado, muito su lmente,
como a nossa iden dade espiritual. É em Orí Inú que está gravado o Ìpín, o
des no individual de cada um de nós.
Orí Òdẹ (ôdê) pode ser representado por nossa cabeça sica e é a base da
personalidade/iden dade de cada um. Orí Òde é o nosso comportamento,
nossas emoções, nossas influências internas e externas. A influência de Orí
Òde é tamanha que pode chegar a neutralizar ou mesmo anular Orí Inú.
Existe, portanto, a necessidade entre manter Orí Inú e Orí Òde sempre em
equilíbrio, a fim de manter a predes nação e nossa iden dade social no
mesmo patamar. Precisamos manter o equilíbrio entre a nossa vida
co diana e a nossa porção divina.
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A IMPORTÂNCIA DE ÌWÀ
Para que Orí funcione corretamente, depende de ìwà, que é o caráter do
indivíduo. E falar em caráter não é uma questão moral, é uma questão de
estratégia de vida.
O bom comportamento ajuda a atrair coisas boas. Ìwà faz com que a sorte se
manifeste, mas não impõe a aceitação, que só acontece com o caráter.
Por sua vez, pessoas dotadas de ìwà burúkú (mau caráter) manifestam
a tudes irreverentes, irresponsáveis, impacientes e são considerados
indivíduos de mau caráter e personalidade perturbada. Esse po de pessoa,
onde quer que esteja, favorece a ruptura, a desunião e a intriga.
Quem tem bom Ìwà terá sorte, ou seja, a tudes e comportamentos, como
expressões da personalidade e do caráter cons tuem os principais fatores
de atração da fortuna, trazendo sorte, de maneira aparentemente mágica,
para as pessoas dotadas de ìwà réré.
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ORÍ E A RELAÇÃO ENTRE AÇÃO,
SENTIMENTO E DIREÇÃO
Uma questão que devemos enfa zar sempre é: um bom Orí, um bom
des no, a religiosidade do culto a Orí, pra cada com devoção e os bons
comportamentos (a tudes, caráter, paciência, empa a etc.) não são
suficientes para concre zar todas as potencialidades e o sucesso de Orí.
Podemos dizer que Orí tem uma relação muito ín ma entre o coração, as
mãos e os pés.
Em outras palavras, devoção não basta para que você tenha um bom Orí. É
necessário que suas a tudes e seu pensar estejam alinhados com os seus
gestos e a sua locomoção.
Não existe fórmula mágica. Não basta rezar e querer, você também
precisa agir.
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ORÍRÉRÉ E ORÍ BURÚKÚ
Cada Orí pode ser réré ou burúkú.
Oríréré significa o bom Orí e Oloríréré designa o “dono do bom Orí”, aquele
que se comporta bem. As pessoas que possuem bom comportamento, boa
postura e boas a tudes são pessoas dotadas de boa sorte/boa vida.
Ao contrário, o Orí Burúkú ou Olorí burúkú é aquele que não tem sorte, é a
pessoa para quem nada dá certo na vida. Uma vida sem sen do, sem diretriz
nem rumo, carregada de sofrimentos, carente de prá cas de virtudes, é
indica va da ausência de Oríréré.
Cada indivíduo deve iden ficar e reconhecer os erros que comete, buscar
formas de não os cometer mais e ainda providenciar recursos para sanar os
efeitos de erros passados. Podemos até nos arrepender de atos come dos
no passado, mas o arrependimento não isenta de assumir no presente as
consequências desses atos.
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ORÍ COLETIVO
Conforme já dissemos, tudo o que existe na Natureza tem o seu próprio Orí.
Cada um de nós tem o Orí individual e, também, há o Orí cole vo.
Assim como acontece com o Orí individual, o Orí de um grupo é o que vai
determinar o des no desse grupo. Podemos entender, então, que o encontro
de Orís em um cole vo qualquer é sempre pré-determinado, ou seja, os Orís
se encontram para produzir um impacto espiritual.
A nossa existência deve ser celebrada, em primeiro lugar, por nós mesmos. E,
imediatamente, em seguida, devemos enxergar que fazemos parte de um Orí
cole vo feito de micro e macrorrelações, que dão sen do a tudo isso.
Já diz o ditado Iorubá: “Tí Orí kàn bá sunwon á rán´gba” (“Se uma cabeça é
abençoada impactará posi vamente duas centenas de outras”).
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ORÍ E OS PROCESSOS DIVINATÓRIOS
O significado literal da palavra Orixá, em Iorubá é a escolha do Orí. Isso
significa que Orí é o maior de todos os Orixás.
Todos os Orixás foram precedidos por seus próprios Orís. Todos os Orixás,
sem exceção, foram e são o que são graças ao Orí de cada um deles.
Vale dizer que Orí é tão relevante que orienta todos os processos oraculares
dentro de Ifá, pois por meio dessa consulta oracular é que temos a
possibilidade de alinhar nossa vida com nosso des no pessoal e cole vo.
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OS INIMIGOS DE ORÍ
Além das batalhas diárias que enfrentamos, é imperioso destacar a
existência de dois fenômenos que atrapalham a materialização do bom
des no e, consequentemente, enfraquecem Orí.
Os Ajogún não são uma luta divina contra o mal. Os Ajogún fazem parte da
própria divindade, fazem parte do todo e são instrumentos de equilíbrio para
os seres humanos. Os Ajogún ensinam a humanidade a desenvolver e
aprender virtudes.
Acredita-se que os Ajogún são em número de 200 + 1. Isso não quer dizer que
sejam 201. O +1 é correspondente a um número infinito, isso quer dizer que a
lista de Ajogún não se resume a 200, podendo ser muito mais. Por outro lado,
entende-se que as divindades da direita são em número de 400 + 1.
Os Ajogún mais conhecidos são 08: ikú (morte), àrùn (doenças), òfò
(prejuízos), ègbà (paralisia), òràn (tribulações), èpè (pragas), èwòn (prisão)
e èse (as perdas de uma forma geral).
Sobre Elénìní podemos afirmar que sua função primordial é frustrar todas as
(boas) intenções de nosso Orí. Elénìní testa a nossa determinação e o nosso
caráter, conduzindo diretamente a uma derrota inevitável.
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portanto, devemos ofertá-la sempre antes de virmos à Terra, sob pena de
sermos atacados pelo infortúnio durante toda a nossa vida.
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O CULTO A ORÍ
É inegável o fato de que Orí também se cansa. Todos esses esforços e lutas
diárias e constantes desgastam a força vital e o axé de Orí.
Não obstante, o culto permanente, diário e constante a Orí não deve ser
terceirizado a qualquer pessoa senão a si próprio(a/e) pois, quando Orí é
manipulado, espiritualmente falando, através de devoção, reage
imediatamente.
- Todos os dias, pela manhã, tão logo você abra os olhos, acaricie seu Orí,
abrace seu Orí, agradeça a bênção de estar vivo e peça que ele seja sempre
seu melhor amigo, que te livre de todos os seus inimigos, principalmente os
internos;
- Você pode oferecer alguns elementos específicos para Orí, como forma de
culto e agradecimento;
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pouco de água sobre Orí pedindo calma e clareza;
- Cante can gas para seu Orí. A can ga é uma forma de reza altamente eficaz,
seja para louvar Orí, seja para acalmar e apaziguar a raiva;
Inclusive, é bom lembrar que algumas medidas devem ser evitadas, para
que Orí mantenha-se fresco e calmo: não permita que qualquer pessoa
toque o seu Orí, apenas aquelas que você considera muito especiais e de
extrema confiança, pois Orí é um assentamento, Orí é divino e não deve ser
tocado por qualquer pessoa.
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Elementos que podem ser u lizados nos cuidados diários com Orí:
Podemos usar a água para um dia que seja par cularmente desafiador. Da
mesma forma, podemos usar a água apenas para agradecer as bênçãos.
Ẹfun Africano:
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O Ẹfun é u lizado para a pureza e renovação energé ca. A sua principal
função é abrandar, aliviar, proteger e tranquilizar.
Usamos o Ẹfun para acalmar Orí num dia que esteja par cularmente
desafiador.
Podemos u lizar o Ẹfun passando sobre a cabeça entre a testa e a nuca, num
traço só, bem no meio da cabeça. Outra forma bastante eficaz é ralar um
pouco do Ẹfun e misturar o pó no Omí tútù e ingerir (de uma vez ou ao longo
do dia).
Vale dizer que, inclusive, ela pode ser sacralizada e u lizada em partes do
corpo, que apresentem dores ou contusões.
No tocante à u lização nos rituais diários (ou litúrgicos) de Orí, ela pode ser
passada diretamente no Orí antes de dormir. Pode ser passada no corpo
todo, a fim de fortalecer nosso corpo sico.
Ela pode ser misturada na água com Ẹfun e ingerida (em pouca quan dade,
obviamente).
Manual Prático de Orí por Ìyálòrìṣà Ifáṣeun 23
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Água de Coco Seco:
Você pode par r o coco ao meio ou fazer três furos com uma faca pontuda
nos olhos do coco (aquela região é bastante amolecida) e re rar a água por
esses ori cios.
Depois de u lizar a água, você pode consumir a polpa do côco da forma que
achar melhor.
Um aviso importan ssimo: água de coco em caixinha não vale, ok?
Oyin (Mel):
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Ewé Àbámodá: (folha da fortuna/folha de ifá)
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Os Iorubás buscam a felicidade no presente. A felicidade, para o povo Iorubá
é ser forte e ser forte é estar dotado de axé. E, do axé, dependem a fer lidade,
a prosperidade e a longevidade (que são condições da felicidade).
Orín (Cân cos): (Faça o download dessas can gas em áudio junto com o e-book)
Orí mi má tàn mí je̩ Meu Orí não me engana
Èlẹ̀
̩ dá mi mà tàn mi je̩ Meu Espírito não me engana
Sebí ìwọ nì mo gbójú lé Porque você é quem eu confio
Àní ìwọ nì mo fèyìn Porque você é o único que me apoia
Ẹlèdá̩ mi mà tàn mí je̩ Meu espírito não me engana
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RITUAIS LITÚRGICOS PARA ORÍ
Além do culto diário, que é um excelente “despertador” do axé de Orí e,
também, um mantenedor do ire (posi vo) em sua vida, há liturgias
específicas realizadas por sacerdotes/isas/ises com a finalidade de que Orí
volte ao equilíbrio, se apazigue e tenha carga energé ca suficiente para
enfrentar os desafios diários.
Seja o ritual de Orí Bíbó (alimentar Orí), seja o ritual de Iborí (devoção a Orí
mediante ritualís ca específica), podem gerar energia favorável a todas as
mudanças necessárias, porém, estas terão efeito breve caso não haja um
compromisso real de transformação pessoal e muita disciplina, com a
finalidade de promover as alterações de a tude e de conduta.
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tornar um guia simples e prá co de consulta para questões diárias a Orí.
REFERÊNCIAS
(Fontes impressas e virtuais)
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Ficha Técnica
Realização:
Estudar em Casa Real EAD
Direção de Conteúdo:
Ìyálòrìṣà Ifáṣeun Sówùnmí Ìyówùú
Direção de Criação e Design:
Daniel Cattaruzzi, inspirado nos originais de Buh Caviquini
Produção, Diagramação e Montagem:
Daniel Cattaruzzi
Revisão:
Stella Regina Azevedo Alves dos Anjos
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