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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO


JEQUITINHONHA E MUCURI
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DIAMANTINA – MG

www.ufvjm.edu.br

Disciplina: História da América 3

Curso: Licenciatura em História Professor responsável: Prof. Dr. Caio


Pedrosa da Silva

Atividade: Prova final de América 3

Nome: Paulo Henrique de Lacerda Matrícula: 20192030019


Cardoso

2) (10 pontos) Escolha uma das imagens analisadas na aula 12 (Pátria Mestiza) e
em seguida:
a) Descreva a imagem.
A obra de José María Velasco de 1875 traz elementos importantes que vão
representar a paisagem da Colina de Santa Isabel dando ênfase a fauna e flora da região.
O realismo que é bastante presente em sua pintura é uma marca que ficou bastante
conhecida e fez com que suas obras fossem reconhecidas para a sociedade da época. Em
primeiro plano a vista da fauna e flora do local evidencia como o autor consegue
explorar de maneira bem detalhada a paisagem. É por isso que, destacam-se vários
elementos da natureza que compõem o lugar, como os vulcões, a metrópole ao longe, as
rochas, árvores, o caminho que está sendo percorrido pela mulher e seu filho, dentre
outros elementos. Outro ponto que deve ser destacado em sua obra faz referência ao
horizonte e sua profundidade que dá a impressão da imensidão do local representado
com a intenção de exaltar os elementos que estão presentes na pintura, sendo eles, os
recursos naturais que estão ali.

b) Analise a imagem escolhida a partir das seguintes questões: O que essa


imagem diz sobre a nação mexicana? Como essa imagem se relaciona com a ideia
de “Patria Mestiza”?
A imagem traz um elemento que é retratado de maneira realista e torna o ponto
principal de sua obra, sendo ela a representação da natureza. A precisão em se
representar a imensidão do lugar e suas riquezas naturais são estratégias utilizadas por
diversos artistas no século XIX que tinham o intuito de demonstrar o potencial
econômico do território pintado em sua obra. Dentro disso, entende-se que a exaltação
da natureza é uma forma de atrair investidores estrangeiros como também corrobora
para a construção e o desenvolvimento da sociedade mexicana. Essa intenção em focar
na questão geográfica e sua imensidão vinculam-se com um papel político em atrair
potenciais investidores que possam ajudar a prosperar e a enriquecer a nação que está
em processo de formação. Para isso, é necessário trazer uma imagem favorável de um
país que precisa trazer quaisquer tipos de investimentos capitalistas que poderiam
fomentar nos projetos idealizados por grupos liberalistas mexicanos que impulsionavam
a exploração dessas terras ricas (FERNANDES, 2012), o que corresponde a um
imaginário de A partir disso, a fauna e flora também se caracterizam como símbolos de
uma nação mexicana que são exploradas por pintores nos finais do século XIX,
evidenciando um aspecto cultural que chamaria a atenção para dentro do país.

3) (10 pontos) Leia o trecho abaixo e responda o que se pede. O livro 12 anos de
escravidão se mostra uma fonte rica de pesquisa para o século XIXnos EUA.
Explique o contexto de aparecimento do texto e aponte caminhos para uma análise
histórica crítica do documento.
A obra Doze Anos de Escravidão apresenta a autobiografia de Solomon
Northup, publicada pela primeira vez em 15 de julho de 1853. Este livro foi um
importante marco para o movimento abolicionista dos Estados Unidos, sendo
considerado um documento histórico escrito que narra a vivência de um negro norte
americano submetido a um sistema opressor escravista, o que reitera a proposta crítica
da obra em problematizar o lugar social do negro nesse período, tendo em vista que essa
denúncia possuía um público dentro da sociedade norte-americana.

  Logo após o processo de independência os Estados Unidos, o direito a


liberdade é um dos lemas defendidos por este governo republicano. No entanto, uma das
contradições vivenciadas nesse período vincula-se a uma série de conflitos relacionados
a forma de administração que cada uma das confederações possuíam. Em um contexto
pós-colonial não poderiam haver interferências na maneira de governar os
empreendimentos, de forma que, prevaleceria a condução das questões econômicas de
acordo com os interesses locais. Com a formação dos estados federalistas foram
ficando algumas pendências principalmente com o regime escravista. De um lado
estavam àqueles que defendiam a abolição e o outro que reforçava a instituição
escravista com intenções de prosperar economicamente a partir deste sistema servil.
Este conflito vai ganhando forma nos primeiros anos da República americana e o livro
publicado reforça a discussão sobre um cenário conturbado que era vivenciado por
muitos negros que estavam sendo obrigados a conviver com a exploração, pelo fato de
que, parte da sociedade estava à favor do trabalho forçado. É por isso que, o autor
direciona a sua narrativa para os que condenam a prática do escravismo reiterando a
concepção de que os favoráveis a este regime não devem ser vistos como sujeitos
respeitáveis e civilizados. Essa crítica que Solomon faz em relação a forma de se portar
socialmente em relação àqueles que são favoráveis a escravidão tem por finalidade a
demonstração com intenções políticas e ideológicas.

A narrativa traz elementos que levam o protagonista a distanciar-se de sua


identidade individual (seu nome, sua família, seu trabalho e seu próprio conhecimento é
desconsiderado). Ele é obrigado a conviver com o estigma da escravidão mesmo tendo
nascido na condição de homem negro livre.

Referências Bibliográficas:

NORTHUP, Solomon. Doze anos de escravidão (trad.). São Paulo: Penguin Classics /
Companhia das Letras, 2014 [1853]

FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. “Capítulo 3: As faces de Janus:


representações materiais do discurso da glória passada e da crença no porvir.” Patria
Mestiza: a invenção do passado mexicano (séculos XVIII e XIX). Jundiaí: Paco
Editorial, 2012.

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