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Universidade Paulista

Instituto Ciências da Saúde

Curso de graduação em Enfermagem

Campus Jundiaí

Lara Fabian Rodrigues da Silva RA:N620447

Anna Luiza Souza do Prado RA:F1734C2

Hanani de Souza Ramos de Moraes RA:F1733J2

Bruna Alves da Silva RA:F1645F5

Jeferson Breno dos Santos Nascimento RA:N6074D0

Larissa Matos Estopa RA:N675EB2

Leishmaniose Tegumentar

Jundiaí

2021
Universidade Paulista

Instituto Ciências da Saúde

Curso de graduação em Enfermagem

Campus Jundiaí

Lara Fabian Rodrigues da Silva RA:N620447

Anna Luiza Souza do Prado RA:F1734C2

Hanani de Souza Ramos de Moraes RA:F1733J2

Bruna Alves da Silva RA: F1645F5

Jeferson Breno dos Santos Nascimento RA: N6074D0

Larissa Matos Estopa RA:N675EB2

Leishmaniose Tegumentar

Trabalho apresentado à disciplina de


Bases Diagnosticas do curso de Graduação em Enfermagem
da Universidade Paulista-UNIP
Orientador: Daniele Cintra

Jundiaí

2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5

1.1 Leishmaniose Tegumentar ............................................................................ 5

2 OBJETIVO................................................................................................................... 6

2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 6

3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 7

4 DIAGNOSTICO ........................................................................................................... 8

4.1 Testes .............................................................................................................. 8

5 SINTOMAS E SINAIS ................................................................................................. 9

5.1 Manifestações clínicas ............................................................................... 10

6 VETOR, PARASITA e RESERVATÓRIO ................................................................ 11

7 TRASMISSÃO........................................................................................................... 11

7.1 Fatores .......................................................................................................... 13

8 VIGILÂNCIA .............................................................................................................. 14

9 TRATAMENTO ......................................................................................................... 15

10 PREVENÇÃO .......................................................................................................... 17

CONCLUSÃO............................................................................................................... 18

REFERÊNCIA .............................................................................................................. 19
Resumo

A Leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa que afeta de forma


dermatológica, porém não é contagiante. Homem é um hospedeiro acidental do
protozoário da Leishmania.
O trabalho visa trazer informações ao longo do desenvolvimento, abordando como
objetivo informações que ajudem a orientar e informa o leitor sobre o
tema Leishmaniose tegumentar, levantar seus aspectos mais evidentes como seus
sintomas, sinais, manifestações clínicas, tratamento, prevenção entre outros
aspectos para melhor compreensão.
A metodologia utilizada foi baseada nos descritores: Leishmaniose Tegumentar,
sintomas, sinais, manifestação, vigilância epidemiológica, tratamento e prevenção,
com isso realizamos uma leitura de textos entre artigos científicos, bibliotecas
virtuais, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e capítulos de livro,
levantando informações para a análise do tema e seu desenvolvimento, procuramos
realizar o trabalho baseado em dados e métodos atuais, com isso, concluímos que a
Leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa que ainda precisa de um
comprometimento maior, ela possuí lacunas abertas, pois com a grande variação de
vetores, há aspectos ainda não estudados, além de ser uma doença dermatológica
preocupante que precisa de um cuidado maior .

Palavras chave: Leishmaniose Tegumentar; dermatológica; sintomas; sinais;


manifestação clínicas
5

1 INTRODUÇÃO

1.1 Leishmaniose Tegumentar

A Leishmaniose tegumentar é  uma doença infecciosa, mas não contagiosa


(não é transmissível de pessoa para pessoa). Ela é causada pelo inseto do
gênero flebotomíneos, existindo uma grande variedade desse gênero, ela
ocorre através da picada do inseto infectado pelo protozoário Leishmania. A
doença acaba causando lesões na pele e nas mucosas do corpo.¹

O homem acaba sendo um  hospedeiro acidental e não tem um papel


importante para o parasita , acaba sendo uma infecção zoonótica
primariamente.

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) destacando-se na América do


Sul, com casos na Argentina, Peru e em especial no Brasil como notificações
compulsórias crescendo mais. É indicado em caso de suspeita procurar 
atendimento  médico para um diagnóstico.

A Leishmaniose Tegumentar é considerada pela OMS, uma das seis


importantes doenças infecciosas, por causa dos danos que podem causar aos
pacientes como deformidades, pois é uma doença dermatológica. Diante de
sua magnitude e seus riscos, devem ser levados a serio. Além de considerar a
grande diversidade de agentes, reservatórios e de vetores.¹
6

2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

O objetivo geral do trabalho é elaborar uma revisão teórica informativa, por


meio  de consultas bibliográficas sobre o assunto Leishmaniose tegumentar,
com o intuito de passar informação ao leitor.
7

3 METODOLOGIA

O trabalho está incluído como requisito para a realização da APS (Atividade


Prática Supervisionada) no curso de Enfermagem-UNIP somente para fins
estudantis.
O levantamento bibliográfico deste estudo foi realizado através de pesquisas
em base de dados SciELO, Lilacs, Google Acadêmico e bibliotecas virtuais,
entre outros entre os anos de 2005 a 2020.
Este trabalho visa retratar sobre os tópicos relacionados a pesquisa como:
sintomas, sinais, manifestação, diagnostico, Parasita causador (origem),
tratamento e precaução, vigilância sanitária(epidemiológica), fatores
causadores e transmissão.
8

4 DIAGNOSTICO

O diagnostico da leishmaniose Tegumentar aborda aspectos clínicos,


epidemiológicos, laboratoriais.

O diagnostico clinico pode ser feito baseado nas características das lesões e
anamnese. As manifestações clinica das formas tegumentares dependem de
fatores, como a espécie de Leishmania envolvida e também como o parasita
age. Ela sempre produz múltiplas lesões o que pode facilitar o diagnostico.

Já para um diagnostico diferencial é necessário diferenciar lesões cutâneas de


tipos de ulceras ou de doenças que provocam lesões na pele como sífilis,
tuberculose cutânea, neoplasias cutâneas entre outras que podem confundir na
hora do diagnostico.

Para se obter um diagnóstico imunológico e parasitológico, é necessária uma


pesquisa direta do parasita na região em material obtido por raspagem, punção
ou biopsia. Outras formas de evidenciação abrangem inoculação de material
biológico do paciente em animais de laboratório, teste imunológico renomado
como teste ou Intradermorreação de Montenegro, podendo ainda fazer o
isolamento do protozoário através do cultivo de material da lesão. Além dos
indícios clínicos, pode se utilizar o exame sorológico, como a Imunofluorência
Indireta (IFI) e o Ensaio Imunoenzimático. Sendo feito na fase inicial para evitar
estorvos da doença, em alguns casos o médico consegue dizer que o paciente
contraiu a leishmaniose tegumentar através apenas da observação das feridas
e do relato do paciente, porém deve se tomar cuidado ao afirmar ser a
leishmaniose, ela pode ser confundida com outras doenças.²

4.1 Testes

• A avaliação Intradermorreação de Montenegro (IDRM)

O IDRM consiste em um teste de hipersensibilidade tardia ao antígeno de


Leishmania mediada por células T, a aplicação desse método ocorre através
da inoculação, por via intradérmica, 0,1ml deste antígeno na face superior do
9

antebraço direito, com bisel da agulha voltado para cima, num ângulo de 5 a 15
graus.
Em casos de resultados positivos, verifica-se o estabelecimento de uma reação
inflamatória local formando um nódulo, enduração ou pápula onde atinge o
auge em por volta de 48-72 horas. A reação só é considerada positiva se
localizar-se uma enduração (endurecimento) local entre 5 a 9 milímetros de
diâmetro se for maior que 10 há um forte reator, a positividade desse teste é de
90% dos casos de Leishmaniose Tegumentar, geralmente permanece positivo
após o tratamento ou ate com cicatrização da lesão cutânea.²

• Ensaio Imunoenzimático Elisa


É um método onde a reação antígeno-anticorpo é monitorada por medida da
atividade enzimática, atua em um papel importante no laboratório clinico, pois
além da elevada sensibilidade comparável com a do radioimunoensaio,
apresenta vantagens de utilizar reagentes estáveis. O ensaio pode ser aplicado
com uma variedade de sistemas de detecção, que vão de leituras visuais a
fotométricas, com substratos coloridos, fluorescentes ou luminescentes.³

O teste detecta quantidades extremamente pequenas de antígeno ou


anticorpos, podendo ter elevada exatidão se os reagentes e os parâmetros do
ensaio forem bem convencionais, o grau de pureza do antígeno ou anticorpo
da fase solida é muito importante, pois qualquer material heterologo competira.
Pelo espaço na placa.

5 SINTOMAS E SINAIS

Os sintomas da Leishmaniose podem variar muito sobre qual área foi


acometida e qual o tipo de vetor do gênero Leishmania realizou a picada,
podendo atacar de forma cutânea (pele e mucosa) ou Visceral (órgãos).No
caso da Leishmaniose Tegumentar, cerca de quase três semanas após a
picada, surge um pequeno nódulo avermelhado que acaba evoluindo nas
primeiras semanas para uma ferida aberta e em alguns casos indolor .Podem
Também atacar a mucosa com lesões inflamatórias causando obstrução das
10

vias nasais, envolvendo Também rouquidão e tosse, além de acometer regiões


da Faringe e Laringe e formar feridas na boca podendo em alguns casos
ocorrer desfiguração facial.¹’4

5.1 Manifestações clínicas

As lesões causadas pela picada do vetor Podem se localizar de forma única,


(uma única ferida ulcerada), ou em alguns casos, múltiplas (em várias regiões
do corpo).Por ter como alvo, principalmente a pele, é comum a aparição da
lesão ulcerada com fundo granuloso e Bordas elevadas, porém, podem ser
evidentes Também outras formas diversificadas de lesão, como ulcero-
vegetante, ulcero-crostosa, verrucosa-crostosa, entre outras, mas em geral,
costumam ser indolores nos mais diversos tipos de formas, (na forma de
tubérculo, nódulos, pápulas, etc). É importante sempre identificar o tipo de
lesão ou doença na mucosa, podendo as vezes surgir por infecção clínica e
Também afetando a cadeia de linfonodos antes ou depois da identificação da
lesão.¹’³

Old World cutaneous leishmaniasis (CL): multiple lesions. Credit: Wellcome Collection. Attribution 4.0
International (CC BY 4.0)
11

6 VETOR, PARASITA e RESERVATÓRIO

O vetor responsável pela transmissão da Leishmaniose Tegumentar pertence a


várias espécies de flebotomíneos como mosquito palha, cangalhinha, tatuquira,
mulambinho, catuqui, entre outras espécies, de diferentes gêneros , podendo
variar dependendo da localização geográfica e, assim como os reservatórios os
Vetores também mudam de acordo com a espécie de Leishmania.¹

Existindo diferentes subgeneros de Leishmania atualmente reconhecidas 11


espécies, no Brasil foram identificado 7 espécies .As espécies que mais
habitam no Brasil são amazonensis, guyanensis e braziliensis. O gênero
Leishmania inclui protozoários parasitas com ciclo de vida de duplo gene
(híbrido), que vivem alternadamente em hospedeiros vertebrados e insetos
vetores, sendo estes últimos responsáveis pela transmissão de parasitas de
um mamífero a outro.¹’³’4

Os reservatórios da LT  são maioria animais silvestres, que podem garantir a


circulação da leishmanias na natureza. Esses reservatórios variam de acordo
com a região. Os reservatórios e os hospedeiros são envolvidos em um ciclo
zoonótico associados ao parasita da Leishmania.

Entre os hospedeiros mamíferos representados por várias categorias e


espécies na natureza, os parasitas são arqueados, redondos e imóveis, e se
reproduzem nas células do sistema fagocítico mononuclear.

7 TRASMISSÃO

Até 1950, uma das características de transmissão era estudada por conta do
grande número de casos relacionados a áreas de desmatamento, porém a
partir de 1970, houve redução do número de casos por transmissão silvestre e
aumento de casos em transmissão domiciliar contando que alguns vetores se
“adaptaram” ao nosso ambiente antrópico, tornando tanto o homem como
hospedeiro acidental, como o cachorro reservatório da doença. A transmissão
12

da doença ocorre somente pela picada da fêmea infectada, não é contagiosa,


um animal não passa para outro, nem um humano para outro e muito menos
um animal para um humano e vice-versa.

Um fator em constante estudo, são os reservatórios da Leishmaniose


Tegumentar, onde se estuda a atuação dos animais em meio a transmissão. O
que se pode dizer das pesquisas, é que animais domésticos e silvestres tem
um grande envolvimento quando se trata de transmissão, a partir do momento
em que garantem a circulação da doença na natureza e no ambiente domiciliar.
Além desses, algumas espécies de roedores silvestres, preguiças e tamanduás
são exemplos de animais silvestres que atuam como reservatórios. Apesar
disso, a transmissão se torna mais perigosa por conta do grande número de
cães em centros urbanos, onde adquirem a doença, Também se manifestando
de forma semelhantes a dos humanos, ou seja, apresenta úlceras e mucosa.

A hipótese da doença no cão ou no ser humano ser a mesma, é reforçada por


conta da mesma espécie de parasita ser encontrada em ambos.

No ser humano, desde o momento da infecção, os sintomas em si aparecem


por volta de dois a três meses, ou, podendo aparecer em momentos mais
curtos de duas semanas. Não há um tempo exato, varia de cada um, os mais
longos são de até dois anos.

Com base nos dados do SINAN, foram registrados quase mil óbitos no Brasil
por conta da Leishmaniose Tegumentar no período de 2007 a 2014, sendo
mais de cem mortes por ano, tendo em quatro dos cinco continentes um
crescimento anual de 0,7 a 1,3 milhões de novos casos, (quase 1,5 milhões por
ano). Através desses dados do SINAN, é possível entender que entre a
leishmaniose Tegumentar e a Visceral, a Tegumentar se sobressai sendo
responsável por cerca de 90% dos casos no Brasil onde 3% a 6%
apresentaram ferimentos cutâneos chegando a 25% em alguns países.5

Ou seja, por conta da adaptação dos hospedeiros a novos ambientes


(principalmente antrópicos) houve um grande aumento no número de casos,
levando a medidas de prevenção serem tomadas tanto com humanos como
13

animais domésticos assim evitando a possível transmissão entre as duas


espécies pelo vetor do gênero Leishmania.

- Casos de Leishmaniose Tegumentar nos municípios do Brasil em 2015

Fonte: Manual de Vigilância epidemiologia Leishmaniose Tegumentar/ BVS

7.1 Fatores

Tendo em vista alguns aspectos, é possível afirmar que os maiores fatores


influenciadores da doença são os geográficos e climáticos, uma vez que estes
determinam a distribuição dos diferentes vetores, parasitas e hospedeiros. Isso
foi confirmado por uma pesquisa feita pelo hospital universitário Cassiano
Antônio Moraes que após quase trinta anos de pesquisa realizando estudos
através do Geoprocessamento, analisando a distribuição de localidades nos
municípios do Espírito santo, estudaram variáveis ambientais de relevo,
temperatura e suficiência da água.6
14

Acredita-se Também que o fator social também é bastante influenciador, uma


vez que o clima Quente e Úmido contribuem para a proliferação dos vetores
das espécies leishmania tanto em ambientes rurais como domiciliares,
principalmente em moradias próximas as matas, ocasionadas devido aos
valores imobiliários baixos em ambientes de periferia urbana e a situação
econômica muitas vezes ter peso na escolha de moradia.

8 VIGILÂNCIA

A Leishmaniose Tegumentar no Brasil, possuí uma diversidade de agentes, de


reservatórios e de vetores a onde apresenta padrões distintos de transmissão e
um conhecimento um pouco limitado sobre certos aspectos, o que pode
dificultar o controle.

É proposto a vigilância e o monitoramento em territórios com maior incidência


da doença, assim como características ambientais, sociais e econômicas para
possibilitar um conhecimento mais amplo, a delimitação de áreas e de modo
intersetorial. Ainda é proposto ações que sejam voltadas para diagnóstico
precoce, tratamento adequado dos casos e estratégias para controle, que se
adéquem a cada padrão distinto de transmissão.¹’³’7

É essencial manter o sistema de vigilância epidemiológica e entomológica


efetivo para coleta de dados, o estudo dos casos em humanos, dos vetores,
reservatórios e dos fatores de risco. Assim mantendo sistema atualizado.

Com vigilância foi observado os fatores que favoreceram a transmissão da


doença como atividade agrícolas extrativismo, atividades econômicas, como os
garimpos.¹

A Leishmaniose tegumentar é uma doença de notificação compulsória para


conseguir manter controle o papel cabe ao Sistema de Informação de Agravos
de Notificação (Sinan), fazendo investigação, coletando dados e fazendo
15

análise dos casos. O Sinan segue critérios para investigação criando um


perfil epidemiologico e seguindo ele para cada situação. O registro é importante
para o conhecimento, a investigação e classificação da doença. Sendo
necessário acompanhar a evolução do caso, seu desfecho e o encerramento
do caso.5’7

A vigilância também é exercida nos animais, já que é uma doença considerada


zoonótica o que visa tanto a vigilância de animais silvestre como de animais
domésticos, considerados reservatórios onde os parasitas se multiplicam. É
fundamental sua vigilância, pois possibilita ampliar os estudos e ajudar
compreender perfil epidemiológico da doença.

O papel vigilância entomológica é de extrema importância, pois é a partir dela


que é possível conhecer as espécie a qual estão lidando, reconhece os focos,
monitorar alterações de comportamento das espécies de flebotomíneos, que
são os Vetores responsáveis pela transmissão da LT. Basicamente são
estudos em relação aos Vetores, que são de grande ajuda para análise de
dados mais ampla agregando informações.7

9 TRATAMENTO

No Brasil, o antimoniato de metilglucamina é a primeira escolha no tratamento


da leishmaniose, onde o mesmo é eficaz para tratar a leishmaniose cutânea,
mucocutânea e visceral. Esse medicamento faz com que as manifestações da
doença desapareçam rapidamente, assim como esteriliza o parasita A respeito
da dosagem do antimoniato de metilglucamina, Rath et al (2003) elucida que a
Organização Mundial da Saúde recomenda que as doses deste medicamento
não devem ultrapassar 20mg/kg/dia, sem ultrapassar também o limite de 850
mg de antimônio.8

Em relação à melhora dos sintomas da leishmaniose, Lima evidencia que as


lesões mucosas e cutâneas cicatrizam-se entre quatro e seis semanas após o
início do tratamento, sendo assim, a retomada do tratamento deve ser
16

postergada, permitindo que a toxicidade seja devidamente recuperada. A


resposta do indivíduo ao tratamento varia de acordo com fatores, como o
estado imunológico do paciente e a cepa do parasito. Uma das desvantagens
do tratamento com antimoniato, é a dependência de múltiplas injeções.9

O uso de antimoniato de Metilglucamina pode causar diversos efeitos


colaterais, entre eles: dores abdominais, alterações hepáticas, mialgias e
distúrbios cardiológicos. Após a aplicação intramuscular ou endovenosa,
podem ocorrer efeitos como: distúrbios gastrintestinais, respiratórios e
cardiovasculares, bem como nefrites. Existem outras drogas eficientes no
tratamento da leishmaniose além dos antimoniais, onde pode-se destacar o
uso de pentamidina, anfotericina B, paromomicina e o miltefosine.8

Já a Pentamidina foi usada com sucesso no tratamento da leishmaniose


visceral, onde a mesma pode ser útil em casos onde o paciente não responde
ao tratamento tradicional com antimoniais ou sensíveis demais ao antimônio.
Foram descritas: alterações cardiológicas, hipotensão, hipoglicemia e até
mesmo morte repentina em decorrência do uso de Pentamidina

A anfotericina B é indicada no tratamento de leishmaniose mucocutânea


americana, porém não é considerada como primeira opção de medicamento.
Esse fármaco vai sendo aos poucos absorvido pelo rim, onde ele é o maior
órgão alvo da toxicidade da anfotericina B. A forma mais eficaz é por meio de
aplicação endovenosa, entretanto, vale ressaltar que possui nefrotoxicidade,
podendo levar à depleção dos níveis de magnésio e potássio no corpo.

Segundo Rath a paromomicina também tem se mostrado eficiente no


tratamento da leishmaniose visceral. Estudos clínicos realizados na Índia visam
testar a eficácia da leishmaniose injetável, uma vez que, no país o tratamento
convencional com antimonial não é muito efetivo e apresenta alta taxa de
mortalidade.8
17

10 PREVENÇÃO

Ponderando por uma perspectiva de prevenção da leishmaniose no cenário


brasileiro, Gontijo & Melo mostram que em 2000, O Ministério da
Saúde/FUNASA propôs um programa para ser aplicado em áreas consideradas
de risco, tendo como indicador a ocorrência da doença em humanos. Esse
programa dá ênfase à capacitação de profissionais da saúde para diagnóstico
e tratamento, assim como a implementação de vigilância epidemiológica do
Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV). Tal programa visa
diagnosticar e tratar precocemente os humanos, bem como controle da
população de reservatórios e vetores, tudo isso para tentar reduzir as taxas de
mortalidade decorrentes da leishmaniose.10

Ademais, Gontijo & Melo (2004) nos lembram que a prevenção de doenças
causadas por vetores biológicos é extremamente difícil, ficando ainda mais
complexa quando há reservatórios domésticos e silvestres, assim como a
utilização de espaços físicos onde o vetor encontra-se.10

O inseticida mostra-se eficaz para reduzir os níveis de transmissão, já que ele


afeta diretamente o vetor da doença. Entretanto, no Brasil, essa prática não
tem sido aplicada de forma regular por conta de problemas com o orçamento e
escassez de profissionais adequadamente treinados. Diante disso, essa
medida não atinge os efeitos esperados, causando reinfestações nos
ambientes até então protegidos e o ressurgimento de leishmaniose tanto em
humanos quanto em cães.¹

Atualmente, a vacina contra a leishmaniose está disponível apenas para cães,


infelizmente para os humanos ainda não há uma maneira de se proteger de
forma completamente efetiva contra a doença. Apesar disso, o instituto Fiocruz
pesquisa a possibilidade de uma vacina feita especialmente para os humanos.
18

CONCLUSÃO

Concluímos que a Leishmaniose Tegumentar sendo uma doença infecciosa


que afeta de forma dermatológica possuí uma grande dificuldade no
tratamento, pois ela pode deixar deformidades que afetam diretamente ao
paciente ocasionando problemas até mesmo psicológicos.

Se trata de uma doença que começou a ser estudada por conta do grande
número de casos que acobertavam regiões rurais, mas com o tempo a
transmissão foi deixando de ser apenas silvestre, se tornando também
urbana concluindo uma possível adaptação dos Vetores, além de considerar a
diversidade deles .Assim há necessidade de ações que visam a
prevenção para que haja diminuição de transmissão.

Apesar de ser uma doença com notificação obrigatória no Brasil, ainda sim é
um pouco negligenciada em alguns aspectos, sendo que é um problema
de saúde pública . Por isso, que são necessários diagnósticos precoces para
que tratamento seja eficaz, diminuindo os danos que Leishmaniose
Tegumentar poderia causar em um estado mais avançado

Mesmo tendo nível de mortalidade baixo, ainda sim ocorre milhões de novos
casos de diferentes formas clínicas, onde a vigilância epidemiológica tem papel
fundamental para o tratamento e também para prevenção.
19

REFERENCIA

2.Antonio LF. Resposta à Intradermorreação de Montenegro, tempo de


evolução da lesão e a ocorrência de falha terapêutica na forma cutânea da
leishmaniose tegumentar americana: um estudo caso-controle. [Dissertação].
Internet: Fundação Oswaldo Cruz; 2012. 73 s. Pós graduação.

3.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de


Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde. – 2. ed. atual. – Brasília : Editora do
Ministério da Saúde, 2010. 180 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

1.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância
da leishmaniose tegumentar [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde,
Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 189 p. : il.

5.Brasil. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 2016


[acesso em: 16 Set 2018]. Disponível em: http://dr2004. saude.gov.br/sinanweb

Falqueto A., Coura JR., Barros GC., Grimaldi FG., Sessa PA., Carias VR. et al
.Participação do cão no ciclo de transmissão da Leishmaniose tegumentar no
município de Viana, Estado do Espírito Santo, Brasil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz
[Internet]. 1986 June [cited 2021 Mar 27] ; 81( 2 ): 155-163. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-
02761986000200004&lng=en.https://doi.org/10.1590/S0074027619860002000
04.

10.Gontijo, FMC. & Melo, MN. Leishmaniose visceral no Brasil: quadro atual,
desafios e perspectivas. Ver. Bras. Epidemiol. Vol.7 no.3 São Paulo Sept.
2004. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-
790X2004000300011&script=sci_arttext

Leishmaniose [Internet]. Internet: Biblioteca virtual de saúde; 2007 Setembro.


Ministério da saúde; [cited 2021 Mar 15]; Available from:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/126leishmaniose.html

4.Leishmaniose Tegumentar (LT): o que é, causas, sintomas, tratamento,


diagnóstico e prevenção [Internet]. Internet: Ministério da saúde; 2013.
Ministério da saúde; [cited 2021 Mar 15]; Available from:
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/leishmaniose-tegumentar

9.Lima, EB. et al. Tratamento da leishmaniose tegumentar americana. Na.


Bras. Dermatol. Vol.82 no.2 Rio de Janeiro Mar./Apr. 2007. Disponível em:
20

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-
05962007000200002&script=sci_arttext

7.Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-


Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviço. Guia de vigilância em
saúde: volume [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [citado 2019 maio
10]. 3 v.2.

6.Nascimento GSS. Os fatores ambientais que influenciam na ocorrência da


Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) No estado do Espírito Santo
[Dissertação]. Internet: Universidade Federal do Espírito Santo; 2009. 71 s. Pós
graduação.

8.Rath S. et al. Antimoniais empregados no tratamento da leishmaniose: estado


da arte. Quím. Nova vol.26 no.4 São Paulo July/Aug. 2003. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-
40422003000400018&script=sci_arttext&tlng=pt
21

Relatório do copyspider completo

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coloquei um anexado via word e outro em pdf

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