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A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA NA GESTÃO

EMPRESARIAL/ORGANIZACIONAL
1º Grupo

Elton das Neves Sinalo1


Agostinho Armando2
Libânia Albano Piasse 3
Jeremias Oliveira Azevedo4
Paula José Brito5

Resumo
O presente artigo tem por objectivo abordar sobre a importância da liderança na Gestão empresarial.
Entende-se que a liderança empresarial é um factor essencial para engajar e motivar os colaboradores,
desenvolver suas habilidades e competências, saber guiá-los, delegar o trabalho com mais efetividade, se
comunicar com clareza, se relacionar de modo positivo, atrair e reter talentos e fazer com que o negócio
cresça por meio de sua participação activa. Depreende-se que a importância da gestão de empresas
assenta sobre o saber planear suas acções, em aprofundar seus conhecimentos sobre o mercado, captar
novas oportunidades e tendências, identificar e eliminar as ameaças, em saber o que os concorrentes estão
fazendo e, especialmente, em buscar inovações que permitam à empresa expandir suas possibilidades e se
tornar cada vez mais competitiva e lucrativa. Contudo, neste artigo não se pretende trazer apenas a
importância da liderança na Gestão empresarial, mas também, apresentar as teorias e os tipos de
lideranças bem como as melhores formas de gerir com liderança a fim de atingir satisfatórios para a
empresa ou organização. No entanto, a gestão das empresas é complexa e encerra em si em maior ou
menor grau, um conjunto de problemas que têm de ser resolvidos pensando que as empresas devem
integrar e coordenar todas as variáveis num sistema interativo, num sistema de gestão, ou seja, a
quantidade e a qualidade de recursos tem que estar adequadas aos clientes, tem que ser consistente com os
objetivos propostos, usufruir das competências necessárias e ser compatível com um contexto
concorrencial e turbulento. No que tange a metodologia, referir que, para a realização ou elaboração deste
artigo, servimo-nos de levantamentos/ revisão bibliográfica de diferentes obras virtuais, de entre as quais
destacamos, artigos, livros, monografias, dissertações e Teses que abordam sobre a importância de
liderança na gestão empresarial entre outros pontos afins. Após a colecta e Selecção do material de
estudo, as informações e resultados obtidos foram discutidos e analisados. E as referências foram
dispostas no final deste artigo.

Palavras – Chaves: Importância da Liderança, gestão empresarial, liderança e Organização.

1
. Mestrando em Formação, Trabalho e Recursos Humanos a AMMSM – Nampula e Licenciado em Sociologia com
Habilitações em Antropologia pela Universidade Pedagógica delegação de Nampula; Correio electrónico:
sinalojr@gmail.com
2
. Mestrando em Formação, Trabalho e Recursos Humanos a AMMSM – Nampula e Licenciado em Administração
Publica pela UCM - Nampula; Correio electrónico: edrisioqueima29@gmail.com;
3
. Mestrando em Formação, Trabalho e Recursos Humanos a AMMSM – Nampula e Licenciada em Serviços Sociais
pela UCM - Nampula; Correio electrónico: piasselibaniaalbano12@gmail.com ;
4 . Mestrando em Formação, Trabalho e Recursos Humanos a AMMSM – Nampula e pós-graduado em
Administração e Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Pedagógica delegação de Maputo
5.
Mestrando em Formação, Trabalho e Recursos Humanos a AMMSM – Nampula e Licenciada em Relações
Públicas e Comunicação Estratégica pela UCM – Nampula; Correio electrónico: paulajosebrito@gmail.com .

1
Abstract
This article aims to address the importance of leadership in business management. It is understood that
business leadership is an essential factor for engaging and motivating employees, developing their skills
and competences, knowing how to guide them, delegating work more effectively, communicating with
clarity, relating positively, attracting and retaining talents and make the business grow through active
participation. It appears that the importance of business management is based on knowing how to plan
your actions, deepening your knowledge of the market, capturing new opportunities and trends,
identifying and eliminating threats, knowing what your competitors are doing and, especially, to seek
innovations that allow the company to expand its possibilities and become increasingly competitive and
profitable. However, this article does not intend to bring only the importance of leadership in business
management, but also to present the theories and types of leadership as well as the best ways to manage
with leadership in order to achieve satisfactory results for the company or organization. However, the
management of companies is complex and contains, to a greater or lesser degree, a set of problems that
must be solved thinking that companies must integrate and coordinate all variables in an interactive
system, in a management system, that is, the quantity and quality of resources must be adequate to
customers, must be consistent with the proposed objectives, enjoy the necessary skills and be compatible
with a competitive and turbulent context. Regarding the methodology, refer that, for the realization or
elaboration of this article, we use surveys / bibliographic review of different virtual works, among which
we highlight, articles, books, monographs, dissertations and Theses that address the importance leadership
in business management among other related points. After collecting and selecting the study material, the
information and results obtained were discussed and analyzed. And references were provided at the end of
this article.
Keywords: Importance of Leadership, business management, leadership and organization.

1. INTRODUÇÃO

Na actualidade, as empresas não estão preocupadas apenas com a evolução do mercado e


das conjunturas do mundo económico, mas também, com quem poderá liderar e gerir de forma
exaustiva. A procura de líderes ou gestores capazes para as empresas de modo a responder a
competitividade do mercado, torna-se mais importante. Dai a importância da liderança na gestão
das organizações é tal, que muitas vezes tende a confundir-se liderança com gestão. Contudo
nem todos os líderes são gestores. Para Martins e Samuel (2007) sublinham que a distinção entre
a gestão e a liderança está presente em numerosa bibliografia e suscita frequentemente a
controvérsia nos meios académicos e empresariais. Muitos autores, como Warren Bennis, Nanus
B., Rost e J. & Smith propugnam pela tese de que a liderança e gestão são de natureza e funções
distintas.

Para estes autores, citando Rost e Smith afirmam que a liderança é uma influência de
relacionamento, ao passo que a gestão é um relacionamento de autoridade. Segundo estes, a

2
liderança é executada pelos líderes e os seus seguidores, enquanto a gestão é levada a cabo por
gestores e os seus subordinados. A liderança envolve líderes e seguidores que procuram as
mudanças reais na organização, ao passo que a gestão envolve a coordenação de pessoas e
recursos para a produção e venda de bens ou serviços na organização. Warren Bennis e Nanus B.
sugerem que liderar consiste em guiar, orientar e exercer influência. Ao contrário, gerir consiste
em realizar, assumir responsabilidades, ou seja comandar (Martins & Samuel, 2007, p.4).

Para Tannenbaum, Wescheler, Massarick (1972,p.3) "liderança é a influência interpessoal


exercida numa situação e dirigida, através do processo de comunicação para consecução de
objectivos comuns." Essa liderança não seria apenas no sentido hierárquico chefia verso
subordinado, mas em qualquer situação em que uma pessoa exerça influência sobre outra.
Fielder & Chemers (1981, p.3) afirmam que "liderança é a tomada de iniciativas que resultam
num padrão homogêneo de interação em grupo, voltada para a solução de problemas mútuos”.
Burns apud Lapierre (1995, p. 71) enfatiza a liderança como um" processo recíproco de
mobilização de recursos económicos, políticos e outros, vivido num contexto de cooperação
e conflito, por pessoas que possuem certas motivações e valores, para atingir objectivos
perseguidos individual ou conjuntamente pelos líderes e seus seguidores”. Depreende-se que a
importância da gestão de empresas é fazer um bom planeamento de suas acções, em aprofundar
seus conhecimentos sobre o mercado, captar novas oportunidades e tendências, identificar e
eliminar as ameaças, em saber o que os concorrentes estão fazendo e, especialmente, em buscar
inovações que permitam à empresa expandir suas possibilidades e se tornar cada vez mais
competitiva e lucrativa.

1.0.Literatura Revista

1.1.Organização
O termo organização, submete-nos a ideia de constituição, estrutura, ordem, hierarquia. Uma
organização, corresponde a um grupo de elementos reunidos de forma interdependente a fim de
alcançarem determinado objectivo oficialmente comum, produzir um bem, ou um serviço, pelo
que uma organização deve logo a-priori ter uma missão, objectivos, valores, metas e prazos
claros e bem definidos (Ibraimo & Bolacha, 2012).

3
O termo organização em Sociologia, designa simultaneamente um objecto Social e
consequentemente um problema central da sociologia da acção ou do trabalho. E como objecto
social, a organização é uma unidade social, isto é, associação ou instituição orientada e
estruturada para um objectivo particular.

A título de exemplo, as empresas privadas orientadas para o lucro, as organizações


governamentais, as industrias, a administração pública, os partidos as igrejas entre outras
espécies de associação de que fazemos parte são todas elas organizações.

1.2.Organização Vs instituição
A linguagem corrente, assimila frequentemente organização e instituição. Do ponto de vista
das análises sociológicas e psicológicas, as duas noções são distintas. Mendras Citado por
Bolacha & Ibraimo (2012: 7) define a instituição como “um conjunto de normas que se aplicam
num sistema social e que definem o que é legítimo e o que não é nesse sistema”.

As instituições manifestam-se nos grupos e nas organizações, impondo normas de trabalho,


procedimentos de comunicação e decisão, estatutos e papéis, etc. A título de exemplo, a
educação é por excelência uma instituição, porque tem um conjunto de ideias, crenças e normas
de comportamento propostas e muitas vezes impostas aos indivíduos numa dada sociedade. Mas
um grupo escolar primário, um liceu, uma universidade etc, são apenas organizações que se
alimentam da instituição educação. E do mesmo jeito, estas organizações podem ser tidas
também como empresas, pois nelas vigora uma estrutura hierárquica e normas institucionais.

1.3.A empresa como organização ou sistema social de acção colectiva Finalizada.


Do ponto de vista da sociologia das organizações, uma empresa ou uma instituição, nada
mais é do que um conjunto de pessoas trabalhando e se relacionando organizadamente na busca
de um objectivo comum, formando uma unidade social considerando 4 estágios a destacar:
Poder, Papel, tarefa e pessoa.

A empresa como uma organização social ou sistema social de acção colectiva finalizada, é
uma microsociedade, pois trata-se de um grupo formado por um conjunto ínfimo de pessoas que
se relacionam entre si.

4
Na empresa, existe uma organização, uma hierarquia, conjunto de normas, ordens por seguir mas
nem sempre existe aquela que é a relação de familiaridade, pois também pode haver conflito
entre trabalhadores, grupos de trabalho etc. e nestes casos o que os mantém unidos, acaba sendo
o objectivo chave da organização. Contudo, para quer tal objectivo seja levado em consideração,
faz-se sempre necessário a existência de um líder para tomar as rédeas da empresa.

1.4. Conceito de liderança


Líder, chefe, comandante, autoridade, são algumas das primeiras palavras que nos ocorrem
quando pensamos em liderança. É comum, também, sermos tentados a entender que liderar é
tarefa daquelas pessoas com QI elevado, mais autoconfiantes ou bastante ambiciosas, ou ainda
aquelas que têm subtis habilidades sociais. Contudo, observa-se que a liderança tem a ver com a
“capacidade de um individuo influenciar pessoas a agir”. (Hunter, 2004, p.105).

A liderança é a capacidade de influenciar um grupo em direcção ao alcance de determinado


objectivo. A origem da influência pode ser formal ou surgir naturalmente no interior de um
grupo. O líder formal é aquele conferido por cargo reconhecido formalmente num determinado
grupo, organização, empresa ou sociedade e como sublinha Robbins (citado por Bolacha e
Ibraimo, 2012) essas posições deixam subentendido certo grau de autoridade.

Para Bornstein e Smith (1997), a liderança visa reflectir-se num processo contínuo, por meio
do qual um líder busca sua visão, almejando intencionalmente influenciar os outros e as
condições com as quais eles trabalham. Com isso, o líder permite que seus subordinados utilizem
seu pleno potencial e, dessa maneira, aumentem a produtividade e a visão da equipe para o
desenvolvimento organizacional e pessoal de todos os envolvidos.

Contudo, Drucker (2001), sem descurar das afirmações anteriores sobre a liderança, entende
que, faz-se necessário lembrar que a posição hierárquica dentro da empresa não faz do executivo
ou gestor um líder.

Para compreender bem a liderança, é preciso considerá-la como um fenómeno de influência


e confiança (Dorfman, 1996 Grifo nosso). Uma pessoa pode influenciar as outras simplesmente
devido à autoridade formal que possui, sendo ainda que um líder pode surgir naturalmente no
grupo.

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Dentro de um grupo ou de uma organização, a função da liderança, deve ser considerada
uma vez que, desta partem as decisões necessárias á sobrevivência do grupo, organização ou
empresa. As principais tarefas atribuídas a liderança/Gestão são:

 Tratamento das informações do sistema Social, a fim de decidir sobre os comportamentos


a adoptar (função de inteligência);
 Definir o investimento de energia no grupo (função Motivacional);
 Proceder para que os membros do grupo, desenvolvam uma certa consciência de grupo
(função de Autoconsciência).

Sendo a liderança uma função essencial nos grupos, é óbvio que não existem grupos sem
esta função. Se existem períodos em que a função é desempenhada de maneira incerta ou
aleatória, esses períodos devem ser sempre relativamente curtos, desembocando sempre na
descoberta de um órgão de liderança eficaz ou, então, na morte do grupo.

As organizações são constituídas por pessoas, com sentimentos e motivos racionais


diferentes, sujeitos às forças do ambiente que influenciam a motivação, os relacionamentos e a
liderança, entre outras dinâmicas que motivam o comportamento do ser humano e do grupo onde
ele se situa.
Portanto, a liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, principalmente
nas empresas. O Gestor precisa conhecer a motivação humana e saber conduzir as pessoas, isto é,
liderar.
Até a década de 60, para o chefe/Gestor bastava sentar na cadeira e exercer controlos
mecânicos, saber planejar, organizar, controlar e corrigir. O bom chefe/Gestor era aquele que
tinha o pessoal na palma da mão, ou seja, o total controlo dos seus funcionários dentro da
empresa. Contudo, as empresas, a partir da década de 70, passaram a necessitar mais de
contribuições intelectuais de seus funcionários. Principalmente no fim dos anos 80, com a
evolução da concorrência, criou-se a necessidade de ter nas empresas funcionários mais
dedicados. O novo bom chefe/gestor, agora chamado de líder, passa a ser aquele que consegue
estimular os funcionários, “vender” os objectivos à equipe, e favorecer um bom clima no
ambiente de trabalho.
Levando em consideração a colocação acima, isso significa exercer liderança por meio de
persuasão (convencimento, sensibilidade, conhecimento e carisma), e não de poder. Quando
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costumeiramente usamos o poder, estamos obrigando as pessoas a fazerem a nossa vontade, por
conta da posição que nós ocupamos. Mas, se por algum momento usamos a persuasão, as pessoas
irão fazer o que queremos de boa vontade. Para entendermos a liderança é preciso conhecer de
onde emana o poder e a sua legitimidade. Alberoni relata em seu livro a seguinte informação
sobre legitimidade:
O sociólogo Max Weber sustenta que existem três tipos de poder legítimo:
O tradicional, em que vemos o líder do tipo patriarcal, o cacique; o carismático,
onde vemos o líder popular, político e demagogo; e o legal, em que o poder
deriva do respeito aos procedimentos indicados pela lei – o mais importante do
mundo moderno. (Alberoni, 2004, p 26).

Cumpre aqui ressaltar que a liderança está longe de ser o único factor a influenciar o
desempenho de grupos de trabalho, mas que, dependendo do tipo de líder ou gestor, podem
resultar equipes motivadas, comprometidas, vencedoras, ou equipes que apenas cumprem suas
obrigações, obtendo determinado resultado, mas não atuam com satisfação. Segundo Kelley
(1999, p.177), a liderança está centrada na capacidade do líder de ser eficaz:

Para ser um líder eficaz [...], um membro de equipa deve garantir o respeito
dos colegas de trabalho em pelo menos uma das três áreas cobertas por essa
habilidade crítica:1. Quociente de conhecimento – respeitada qualificação e
comprovado bom senso em áreas relevantes para as metas do grupo. 2. Quociente
de pessoas-habilidade – indica que você tem consideração pelos colegas e que as
metas deles têm tanto valor quanto as suas; assim eles são levados a trabalhar de
forma voluntária com você para alcançar o objectivo. 3. Quociente de iniciativa –
indica que você desempenhará as actividades que ajudam o grupo a alcançar, de
fato, a meta.
Em fim uma liderança eficaz consiste em fornecer aos colaboradores o que eles ainda não
conseguiram suprir por si próprios. O objectivo das acções do líder é criar condições para que as
pessoas se tornem cada vez mais dirigidas e motivadas por si mesmas.

1.4.1. Teorias de liderança


De entre tantas teorias de liderança, iremos apenas apresentar duas, aquelas que hoje
representam as tendências contemporâneas mais usadas no campo da administração, são essas as
teorias do “traço” e as teorias de “estilo de liderança”.

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a) Teoria de traço

A teoria de traço parte de princípio de que os líderes possuem características de


personalidade que os auxiliam em seu papel. A teoria de traço acredita que o individuo já nasce
líder. Esta supõe que a influência exercida pelos líderes, sobre outras pessoas, depende de
características físicas (aparência, estatura, força física) habilidades intelectuais (inteligência
acima da Média, conhecimento e habilidades de comunicação) e aspectos de personalidade
(moderação, autoconfiança, ajustamento pessoal, introversão ou extroversão, sensibilidade
interpessoal e controle emocional). Chiavenato (2002, apud Pontes, 2008)

Entretanto, pesquisas demonstram que pessoas flexíveis em ajustar seu comportamento a


situações diferentes têm mais probabilidade de se tornarem líderes. A conclusão é que alguns
traços aumentam a probabilidade de sucesso como líder, mas nenhum dos traços garante sucesso
em todas as culturas.

a) Teorias de estilos de Liderança


A teoria de estilos de liderança, defende que as pessoas podem ser preparadas para exercer o
papel de líder. Essa teoria surgiu com o movimento humanista na administração, que voltou para
as relações interpessoais. Ela se contrapõe a teoria clássica focada no desempenho de tarefas para
aumento de produção.

Com esta mesma proposta tivemos a teoria de relações humanas substituindo a teoria da
administração científica, de Taylor. O objectivo é usar o líder para conseguir de forma
cooperativa que os liderados desenvolvam suas tarefas de produção e, ao mesmo tempo,
optimizem o desenvolvimento pessoal.

2.0.Tipos de Liderança e seus contornos


O conflito entre a teoria de relações humanas e a teoria da administração científica, deram
origem a caracterização de dois estilos de liderança, o “autocrático ou autoritário” e o
“democrático ou participativo”. Não obstante a essas teorias, K. Lewin, afirma que, o mais

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importante não é estudar o líder nas suas características ou qualidades individualizadas, mas o
fenómeno de liderança como manifestação das interacções no grupo (dinâmica de grupo).

Deste modo, considera a liderança como um caso especial de influência social, o do


exercício do poder a partir de uma determinada posição na estrutura do grupo, caracterizando
três tipos de líder, cujos primeiros dois já foram destacados nas alíneas anteriores e o terceiro é o
tipo “Laissez – faire ou Laxista”.

a) Líder Autocrático ou Autoritário

É referente ao líder absolutista, orientado para a produção na teoria da administração


científica, onde o líder diz para os seus liderados o que devem fazer e como faze-lo.

Para esse estilo, a base é que o poder do líder decore da posição que ocupa e que grande
maioria das pessoas são preguiçosas e irresponsáveis, pelo que precisam ser comandadas. E de
acordo com Lewin (citado por Maximiano; 2004) nesse tipo de liderança, as comunicações
tendem a tornar-se superficiais e estereotipadas na zona “consciente” do grupo, ao passo que é na
zona “clandestina” que elas atingem maior profundidade.

Com este tipo de liderança incorresse ao risco de empobrecimento das decisões e soluções,
primeiro no interior do grupo e, de seguida nas suas relações com o exterior. Diminuições da
criatividade – os membros do grupo perdem iniciativas, tornam-se inquietos e desconfiados. Os
líderes autoritários criam bodes expiatórios para mobilizar a agressividade do grupo.

b) Líder democrático ou participativo

Preocupado com as relações interpessoais na teoria das relações humanas. Aqui o líder
compartilha suas responsabilidades de liderança, envolvendo os liderados no planeamento e na
execução das tarefas.

No estilo democrático supõe que o poder do líder é conferido pelo grupo e que as pessoas
podem dirigir-se a si mesmas e são criativas no trabalho, desde que adequadamente motivadas.
Diferente do anterior neste, há tendências ao aumento da liberdade e a profundidade de
comunicação entre os membros do grupo. As motivações são variadas, mais ligadas a dinâmica
internas e externas do que as responsabilidades do líder. Aumento da criatividade do grupo e

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melhoria da qualidade das decisões e soluções, quer no seu interior, quer na relação com os
outros grupos.

Segundo Robbin (citado por Bolacha e Ibraimo, 2012) quando os liderados confiam em seus
líderes ficam vulneráveis as acções do líder. Gestores que edificam sua liderança
democraticamente, aprendem a construir relações de confiança. No entanto, se a liderança
democrática é a que induz maior satisfação e cooperação, não é a que leva a maior produção. Isto
acontece na situação autocrática, mas com muita menor satisfação.

c) Líder Liberal - Laissez – faire

Neste tipo de liderança, o comportamento do grupo, assim como o do seu líder, oscila de
maneira mais ao menos incoerente. O grupo não visa objectivos claros, muda de objectivos e
metodologias sem fundamentação suficiente. Dado que não há correcta percepção do grupo
como um todo, e da posição de cada participante nele, os conflitos são frequentes. O
investimento de muita energia na relação interpessoal, impede a sua canalização para actividades
produtivas. A ausência de resultados é fonte de frustrações e, por consequência de agressividade
contra o líder e contra os outros membros de grupo.

3.0.Importância da Liderança - A Capacidade de Influenciar Pessoas Gerando Resultado à


Organização

A capacidade de influenciar pessoas está directamente relacionada às competências e


habilidades que o líder ou gestor deve exercer, pois num mundo em que as mudanças ocorrem de
forma imprevisível e rápida, a tarefa do líder não deve ser apenas controlar a situação, mas
principalmente mobilizar recursos para que a organização possa sobreviver.

A capacidade que um indivíduo possui de influenciar alguém ou um


grupo de pessoas significa uma força psicológica, onde um age de modo
a modificar o comportamento de outro de modo intencional. Essa
influência envolve poder e autoridade, alterando assim o modo de agir
dos influenciados Mota (1997, apud Perrera, 2014).

Tendo em vista a evolução conceitual do termo gerência, o gestor (ou líder, como pode ser
chamado) pode ser visto como alguém que deve incentivar e proporcionar condições apropriadas
para que as pessoas progridam (Hunter, 2004).

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No contexto organizacional, portanto, a liderança é uma das funções que deve ser exercida
pelos gestores. De acordo com Melo (2004), a diferença entre os termos líder e gerente é de
pouca importância, pois nos papéis desempenhados pelos gestores a influência nos grupos e
equipes figura entre os principais pré-requisitos.

Na expectativa de traçar a liderança do futuro, Covey (1997 apud Maximiano, 2004)


assegura que o líder, em vários casos, será o mesmo do presente, caracterizado por mudança
interna. Ele também ensina que o líder deverá cada vez mais servir de modelo para os demais
membros da organização, baseando-se em princípios, tornando-se um exemplo para os outros,
promovendo confiança entre as pessoas e fazendo com que estas se identifiquem e sejam
influenciadas por ele. Liderar é uma combinação de carácter e competência.

A liderança inclui necessariamente a capacidade de influenciar um grupo para o alcance das


metas, e isso pode decorrer ou não da posição formal ocupada pelo indivíduo na hierarquia
organizacional. Robbins (2006).

Verdadeiros líderes, são aqueles que têm responsabilidades, geram resultados, dão exemplos
por meio de discursos e, acima de tudo, de suas práticas do dia-a-dia, tendo assim seguidores.
(Drucker, 2001).

A administração e a liderança envolvem seres humanos. Sua tarefa é tornar as pessoas


capazes de actuar juntas, tornar suas forças efectivas e suas fraquezas irrelevantes, ou seja, a
administração lida com a integração de pessoas em torno de um projecto comum, pois ela se
relaciona profundamente com a cultura (Drucker, 1980). Os líderes possuem seu papel desde o
tempo da guerra, por meio de comandos militares. Existiam líderes que não contavam com o
poder, mas eram referência em suas áreas e possuíam a característica de influenciar as pessoas
(formadores de opinião). Os líderes tinham como função atingir os objectivos por meio da
hierarquia, e assim o poder se estabelecia.

Para Romero (1998, apud Rodrigues, 2009), a gestão tem recursos para alcançar objectivos
limitados. O comportamento humano para o cumprimento dos fins produtivos, alinhado à
realidade organizacional, justifica a necessidade de se estabelecer práticas e actividades que

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estimulem relações entre as pessoas, o trabalho e a própria organização, tal seria a justificativa de
gestão humana.

A capacidade de uma organização atingir seus objectivos e suas metas depende, dentre
outros aspectos, da conduta dos líderes. Blau et al. (1977) asseguraram que um dos problemas
mais comuns encarados por todos os executivos é descobrir o modo de sua influência alcançar
seus subordinados. Uma estratégia para alcançar esta finalidade é o processo de liderança.

A liderança é a condução de um grupo de pessoas que a transforma em uma equipe, gerando


resultados positivos para a organização (Kanaane, 1999). Segundo Moscovici (1991, p. 5), “um
grupo transforma-se em equipa quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e
procura resolver os problemas que afectam o seu funcionamento”.Katzenbach (2000, p. 16)
define equipe como “um pequeno número de pessoas com habilidades complementares,
comprometidas com o mesmo objectivo, as mesmas metas de desempenho e a mesma
abordagem, pelos quais elas se consideram mutuamente responsáveis”.Macêdo et al. (2007)
afirmam que as equipes eficazes possuem características próprias, pois possuem gestão
participativa, flexibilidade, adaptação, canal aberto de comunicação, constante interacção com os
membros, educação e aprendizado, motivação, criatividade e crescimento pessoal. A capacidade
de uma organização atingir seus objectivos e suas metas depende, dentre outros aspectos, da
conduta dos líderes.

4.0.Metodologia
Trata-se de um artigo de revisão, um trabalho explicativo de abordagem qualitativa, cujos
dados foram colhidos através de leituras ou consultas bibliográficas de livros, monografias,
dissertações, teses e artigos electrónicos, de cunho científico versados na matéria em estudo.
Neste âmbito, foram consultados e analisados um total de 25 Referencias. Em termos
interpretativos e de análise de dados, é de referir que servimo-nos apenas de qualificações
verbais, ou seja, trata-se de um trabalho de abordagem Qualitativa.

5.0.Procedimento
Como dissemos acima, trata-se de um artigo de Revisão, cuja prossecução, procedimento ou
execução, teve por base obras de formato electrónico. As buscas pela internet, foram feitas com
base em palavras-chave a destacar: Empresa, Importância da Liderança, gestão empresarial,

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liderança e Organização. Feito isso, o material foi seleccionado e organizado em uma pasta,
apenas aqueles que melhor nos podiam informar sobre as pretensões do artigo. E, com base na
leitura, analise e filtragem de informação, seguiu-se a fase de redacção do artigo.

6.0. Considerações Finais

A liderança é considerada uma importante aliada das organizações modernas. A intensidade


e a rapidez com que ocorrem transformações, o surgimento de novas organizações, exige pessoas
capacitadas a conduzir as empresas no rumo certo destas mudanças.
Como dissemos de antemão, dependendo do tipo a liderança pode ser definida como o ato de
influenciar, guiar, conduzir, dirigir ou preceder. É uma arte uma capacidade um tanto rara nas
pessoas. Esta habilidade pode existir em todos os seres humanos, algumas pessoas a
desenvolvem espontaneamente e da melhor maneira provável, as outras precisam aprender com
um certo esforço e dedicação ao passo que outras por alguma razão plausível ou não, preferem
não praticá-la.
O líder deve ser competente para liderar e ao mesmo tempo usar os motivadores para
inspirar os que estão ao seu redor. O líder precisa ser persuasivo e induzir seus seguidores a
empenharem o máximo de suas capacidades para que as metas traçadas pela empresa ou
organização sejam alcançadas.
E quanto mais cedo um gestor compreender que as pessoas tendem a seguir aqueles que
vêem como um meio de satisfazer suas próprias metas pessoais e buscar o que motiva seus
subordinados a operar, e reflectir tal compreensão na execução das suas tarefas administrativas e
de gestão, maior será a probabilidade dele ser um líder eficaz. (Koontz e O´Donnel, 1989)

Mas para tal, o líder ou gestor, deve ser capaz de se colocar no lugar de seus colaboradores e
tentar compreendê-los. O líder/gestor precisa aplicar no ambiente de trabalho técnicas e
abordagens para identificar quais são as necessidades empresariais e das pessoas. Depois das
análises feitas é que se deve estabelecer as metas e traçar o melhor caminho para atingi-las.
Entretanto, isto não é de todo uma absoluta e certeira garantia de sucesso.

Existem líderes voltados para as pessoas e que podem ser definidos como democráticos,
permissivos, orientadores para seus seguidores, participativos e atenciosos. Este caso não garante
o aumento da produtividade pelo fato de serem mais atenciosos com seus subordinados. Este

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líder pode aumentar a satisfação dos seus seguidores, mas não quer dizer que irá aumentar a
produção.

Existem também os líderes voltados para as tarefas e podem ser definidos como restritivos,
socialmente distantes, autocráticos, orientados para tarefa, estruturalistas e directivos. A principal
preocupação deste líder é a tarefa e os factores relacionados a produtividade e números, e não
com as pessoas. Porém, tendem a diminuir a satisfação do grupo de trabalho, mas podem gerar
resultados.

Pode-se concluir que quando uma situação é totalmente favorável ou totalmente


desfavorável é mais eficaz aplicar a liderança voltada para as tarefas, e quando a situação está em
ponto de equilíbrio, a liderança voltada para as pessoas se mostra mais eficaz.

Liderança é indispensável para o gestor, e gerir implica o trato com objectivos pré-
estabelecidos. Umas das mais importantes tarefas de um líder é formar outros líderes dentro da
equipe. O líder é o responsável para que haja interacção entre todos e exista cooperação entre
eles, assim todos fazem a sua parte e se ajudam.

Liderança implica respeito mútuo, que cria um ambiente favorável no trabalho, na família e
no meio social ao qual se faz parte. Todos devem cuidar para que as palavras não ofendam, pois
em um ambiente onde exista desconfiança, desrespeito e desunião, pouco se produz. As
mudanças e as novas ideias devem fazer parte deste ambiente, se for mudar para melhor então é
preferível que o faça, e sempre existe uma maneira para tornar o trabalho menos rotineiro. Fazer
as coisas sempre da mesma maneira sem renovação ou variação induz as pessoas a não
desenvolverem a capacidade de iniciativa, levando uma sensação de inutilidade.

Liderar, enfim, é cuidar de si mesmo, das pessoas, do ambiente do qual se faz parte, para que
a arte de liderar não se torne um fardo, uma obrigação insuportável, mas, sim, uma parte
importante da vida, que proporcione um aprendizado diário e traga satisfação, uma forma de
felicidade.
E a capacidade de uma organização atingir seus objectivos e suas metas depende, dentre
outros aspectos, da conduta do seu ou seus líderes. A liderança despreparada cria conflitos
desnecessários, estimula jogos de poder e, principalmente, desmotiva a equipe. Se os líderes não

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tiverem consciência dos desafios enfrentados por suas equipes, a empresa se transforma em um
navio sem rumo.

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