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Índice
Olá, Conectadas!
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
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Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
PERIGOSAS ACHERON
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Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Epílogo
Bônus
Outros livros da autora
Sobre a autora
Conexão Despertada – livro 3 da série “Conexões”
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Olá, Conectadas!
Bem-vindas ao segundo livro da série!
Para quem já leu Conexão Cruzada e está com
saudades do nosso casal, saibam que Juliana e
Eduardo aparecem bastante nessa história!
Se você está chegando agora, os livros podem ser
lidos fora de ordem, mas como as histórias se
passam simultaneamente não vai dar para fugir de
spoilers do livro um.
Conexão Negada é recheado de humor e muito
erotismo. Priscila não é sua típica protagonista de
romance — de romântica ela não tem nada —,
então a história faz jus à sua personalidade.
Leia com a mente aberta e o coração cheio de
amor.
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Amo vocês!
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Capítulo 1
SAUDADES GUILHERME.
Nunca achei que fosse falar isso na vida, mas
saudades Guilherme. Estou bem feliz por ele ter
aquietado o facho com alguém, mesmo que eu
sinceramente não consiga entender essa relação
dele com a Fernanda, mas nessas horas sinto
saudades.
E, para minha enorme surpresa, não é do
tanquinho nem da mão boba que sinto falta. Não
nego e nem dispenso, mas não é isso agora. Eu
realmente poderia usar a companhia daquele
moleque neste final de semana. Rolo a tela da lista
de contatos do aplicativo de mensagens tentando
encontrar alguém, qualquer um, que eu possa
convidar para ir a esse casamento comigo sem que
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minha cabeça.
A blusa social que veste não combina nada com
ele, dá um ar de seriedade que o homem não tem.
Mas está bonito, como sempre. Não dá para negar
que Rafael é muito bonito. A barba perfeitamente
feita, cabelo com o corte certo, ombros largos que
chamam atenção. De costas, um espetáculo com a
calça apertadinha na bunda.
— Rafa — chamo, e ele me olha por sobre o
ombro.
Indico com o dedo para que vire de frente para
mim e ele o faz, com o cenho franzido enquanto
segura um iogurte em sua mão.
— Vai fazer alguma coisa este sábado? —
pergunto e ouço a cafeteira finalmente encerrar seu
trabalho. Viro-me para a bancada e me sirvo uma
xícara. Tomo um gole do café quente, preto, puro e
ele faz uma careta ao ver que não adocei. Já sei que
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uma gargalhada.
— Realmente linda — murmura.
— Mas? — pergunto, tomando outro gole do
café, começando a me divertir com essa história.
Ele abre a boca e para, como se não soubesse o
que falar.
— Sabe que não estou te pedindo em casamento,
não sabe? — brinco, sem conseguir evitar cutucar
essa cara confusa que ele está fazendo. — Estou te
pedindo para me acompanhar em um, mas não
tenho intenção nenhuma de pegar o buquê.
Ele sorri, um sorriso constrangido.
— Você me pegou de surpresa, só isso — diz,
jogando os ombros para trás, assumindo a postura
confiante que já vi tantas vezes. — Posso perguntar
o motivo disso? — Ele entorta a cabeça e cerra os
olhos de um jeito que me faz ter ideias bem
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inapropriadas.
Olho para sua carinha de bebê disfarçada somente
pela barba e me pergunto se ele tem mesmo vinte e
quatro anos. É difícil definir a idade dele. Rafael
me acompanha em pé de igualdade na completa
falta de maturidade nas conversas, mas ao mesmo
tempo parece ter sessenta anos por dentro. Nós
ficamos bem amigos desde que ele começou a
trabalhar aqui, principalmente nessas últimas
semanas.
— Você disse que não tem nada para fazer. —
Dou os ombros. — Não achei que fosse recusar
bebida de graça e a chance de dançar agarrado com
uma mulher gostosa.
Vejo um sorriso crescer em seu rosto ao mesmo
tempo em que ele arqueia uma sobrancelha para
mim e concorda com a cabeça.
— Parece um bom plano. O que devo vestir?
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Capítulo 2
EU REALMENTE NÃO ESPERAVA POR
ESSA.
Já começo meu dia soltando uma gargalhada
quando entro na minha sala e encontro Rafael
sentado no sofá, com três camisas sociais esticadas
ao lado dele.
Pergunto-me há quanto tempo ele está aqui,
porque ainda passei na sala do Edu quando cheguei
à empresa e isso tem pelo menos quarenta minutos.
Quero dar um beijo na Ju pelo excelente trabalho
que ela está fazendo pelo humor dele, nunca vi o
homem tão sorridente assim. Minha paciência
agradece, porque, por mais que adore aquele velho
rabugento, a vontade de bater nele é constante.
A gente se conheceu a uma vida atrás, alguns
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volta.
— Sabe que não é um encontro de verdade, né?
— implico, recostando na minha mesa enquanto ele
pega os cabides.
— Se fosse, eu não estaria pedindo sua ajuda no
que vestir — responde, cutucando minha costela.
— Você quer fazer ciúmes naquele cara lá, então
nada mais justo do que eu estar bonito para te
ajudar nisso. Aliás — ele anda na minha direção
—, tem alguma coisa que eu precise saber? Preciso
falar com ele, você quer que eu banque o namorado
bravo? Já aviso que eu sou péssimo de briga, vou
apanhar feio. Se ele quebrar meu o nariz, você vai
pagar a conta do médico.
Ele para na minha frente, a um braço de distância,
e o chamo com o dedo, arrumando a gola mal
dobrada da sua camisa. Não tenho intenção
nenhuma de fazer ciúmes em ninguém, é
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homem é inacreditável.
— Eu ainda não acabei de comer — protesta,
apontando para o próprio prato que ainda está pela
metade.
— Você comeria mais rápido se falasse menos —
implico, e ele faz uma careta de falsa ofensa. —
Tenho que trabalhar. Mas não se preocupe, estou
vendo a sua amiga do jurídico chegando.
Pisco para ele, que sorri em resposta e entorta a
cabeça para ver a mulher se aproximar. Ela, sem
cerimônia, senta onde eu estava e ele abre um
sorriso glorioso, mergulhando rapidamente em uma
conversa animada com a mulher que nem disfarça o
interesse descarado.
Ando em direção ao caixa, pago a comida e vou
em direção à saída do restaurante, dando uma
olhada sobre o ombro e vendo Rafael encarando-se.
Ele move os lábios dizendo “se cuida” e volta seu
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Capítulo 3
— EU TENHO UM ENCONTRO HOJE E
NÃO VOU ME ATRASAR — digo, andando ao
lado do Eduardo, que não tira a cara do celular,
respondendo a algum e-mail como sempre.
Andamos em direção à sala de reuniões e, quando
vou abrir a porta, Edu me para. Ele pede um
instante enquanto termina de digitar e põe o celular
no bolso.
— Eu odeio este lugar — diz, olhando-me com
seriedade. Sei disso, todo mundo sabe disso. A
novidade seria se subitamente ele tivesse começado
a gostar daqui. — Mas você parece adorar.
Concordo com a cabeça. Faz tempo que deixei de
exercer só a minha função aqui. Para ser mais
precisa, desde que Eduardo começou a trabalhar
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seu lugar.
Vejo alguns rostos olhando-me com curiosidade e
surpresa, outros com descrença. Passo os olhos no
assunto da reunião e sento na cadeira na ponta da
mesa, colocando meu melhor sorriso no rosto,
fingindo que não estou a ponto de vomitar.
— Vamos começar?
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direção.
— Excelente trabalho, Priscila.
Ele sorri e acena com a cabeça. Isso vindo dele é
como soltar fogos de artifício.
— Quer sair para comemorar? — Ju pergunta, e
nego com a cabeça, sorrindo.
Tenho minha própria comemoração esperando-me
em algumas horas. Mas não falo nada para ela, não
ainda, porque conheço a peça a sei que ela vai
querer saber de coisas que não vou saber responder.
Com certeza vai querer inventar um encontro duplo
e infelizmente vou ser obrigada a me mudar para a
Argentina para fugir disso. Preciso conhecer o
amigo dela primeiro para decidir se dou um beijo
ou um tapa nela por ter dado meu número para ele.
Pelo visto Calebe não falou nada também, caso
contrário ela teria dito alguma coisa.
Despeço-me dos dois e Eduardo diz para eu ficar
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cinco minutos.
— Juliana me falou muito bem de você — diz,
erguendo a mão para chamar um garçom. — Disse
que você é uma das pessoas mais fodas que ela já
conheceu.
Sorrio em descrença, porque Juliana não fala
palavrão e nem me venderia fácil assim. O máximo
que sai da boca dela é um “merda” ocasional e
reclamações de como eu sou simplesmente
impossível, então não foi isso que ela disse. Agora
estou curiosa para saber o que minha amiga anda
falando de mim por aí.
— O que você faz? — pergunto depois de
pedirmos algumas bebidas, e ele mal demorar
alguns segundos para escolher o que vai comer,
sugerindo algo do cardápio que eu prontamente
aceitei.
Calebe fala com toda confiança e propriedade,
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Vá dormir, Cinderela.
Rio do apelido.
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Capítulo 4
TEM REALMENTE MUITO TEMPO que não
vou à praia pela manhã. Qual a última vez que me
vi em um biquíni? Fico olhando-me na frente do
espelho com essas duas peças minúsculas e decido
que definitivamente preciso comprar um novo.
Ignoro completamente as olheiras, resultado de ter
praticamente virado a noite trabalhando. Até deitei
para dormir, mas a voz na minha cabeça
lembrando-me de tudo que eu tinha que fazer não
calou a boca, então tive que levantar e pegar o
computador.
O interfone toca e vou atender, dizendo para o
porteiro liberar a entrada. Não demora muito para
que eu ouça a campainha tocar. Ando até a porta e
a abro, apenas para dar de cara com Calebe em uma
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Capítulo 5
— VOCÊ ESTÁ FABULOSA, NATÁLIA.
Abraço minha amiga com um sorriso no rosto,
genuinamente feliz por ela. Naty está linda no seu
vestido de noiva e a cerimônia foi magnífica. A
festa supera todas as minhas expectativas porque
está longe de ser aquela coisa chata que às vezes
casamentos são e, verdade seja dita, já estou de
olho no open bar há um bom tempo.
— Obrigada por ter vindo, Pri.
Os olhos dela cintilam de pura felicidade quando
vê seu marido se aproximar e enlaçá-la pela cintura.
Eles formam um lindo casal, não há quem possa
negar. Depois de tanto tempo juntos também, não
tinha como ser diferente.
— Como está sua vida? — pergunta, segurando
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sorrindo em seguida.
Até sorrio de volta, mas não me sinto muito bem
no momento. Viro a caipirinha quase em um gole
só para tentar tirar essas ideias da minha cabeça.
Drama não tem muito espaço na minha vida, fujo
dessas coisas o máximo que posso. Não posso
deixar uma coisa dessas estragar minha noite.
Devolvo o copo na bandeja de um garçom que
passa perto e volto para Rafael, que está dançando
no ritmo da batida remixada que toca, sem tirar os
olhos atentos de mim.
Não estou mais no clima. Ando na direção dele e
indico para que ele se curve um pouco para que eu
possa alcançar seu ouvido. Homem alto dos
infernos.
— Tudo bem se a gente for embora? — pergunto.
Ele não se move por um instante, acho que
esperando que eu diga mais alguma coisa, até que
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Capítulo 6
ABRO A MENSAGEM E PENSO NO QUE
RESPONDER.
Calebe parecia bem interessado pela manhã.
Sabia que ele não ia simplesmente deixar para lá.
Querer, eu quero, nem finjo que não. Passar
vontade para que, não é mesmo? Não vim a este
mundo para isso. Não consigo entender essa ideia
de que eu deveria manter qualquer cara fora da
minha cama para me dar valor. Valor de quê?
Minha pureza está para leilão e não estou sabendo?
Se estiver, quero o dinheiro. Eu hein. Começo a
digitar, mas me distraio quando Rafael começa a
falar descontroladamente.
— Já que eu posso perguntar… Posso perguntar,
né? — questiona, olhando-me de lado por um
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Capítulo 7
PRISCILA ESTÁ TENTANDO ME
ENLOUQUECER.
É a única conclusão a que consigo chegar olhando
a loira, enfiada naquele vestido apertado que está
usando, sentar em cima da bancada da minha
cozinha enquanto eu termino de fazer o brigadeiro
que ela pediu. Olho por sobre o ombro enquanto ela
balança os pés, livrando-se dos saltos. A completa
falta de inibição só a faz ainda mais atraente, como
se não bastasse todo o resto. Essa mulher é um
pacote completo: divertida, inteligente, provocante.
Definitivamente provocante.
— O que você está fazendo, loira? — pergunto
quando ouço o barulho dos sapatos atingirem o
chão.
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para mim.
— Seu filho da mãe, para com isso! — grita,
tentando se livrar das minhas mãos, rindo e
contorcendo-se no colchão.
Solto-a e Priscila me fuzila com os olhos verdes
irritados, jogando o cabelo para o lado, e subo a
mão pela sua cintura, deitando em cima dela. A
loira não hesita em encaixar as pernas ao meu redor
e mordo seu queixo, desejando fazer muito mais
que isso. Encaro-a por um segundo a mais antes de
levantar e sair da cama, contando até dez.
Arremesso uma camisa para ela, que pega e veste,
recostando na cabeceira da cama. Ela estica a mão,
pedindo a panela e roubo uma colherada do doce
antes de entregar para ela.
— Você é bom nisso — diz enquanto eu me jogo
na cama de qualquer jeito, deitando de barriga para
cima, olhos no teto.
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Capítulo 8
O DIA ESTAVA TÃO CALMO QUE CAÍ na
besteira de acreditar que não ia acontecer nenhuma
catástrofe hoje, que eu ia sair do escritório na hora.
Mas não. Claro que não.
Encaro a tela do computador tentando entender o
que são todas essas mensagens piscando. Eu fiquei
cinco minutos sem checar meus e-mails. Cinco
minutos. Não sei nem o que respondo primeiro.
Vejo minha caixa de entrada abarrotada, todos
recebidos nos últimos vinte minutos, todos com o
mesmo assunto, vindos do departamento jurídico.
Que raio de processo é esse? Quem está
processando quem? Tiro o telefone do gancho para
discar para a sala do Eduardo e perguntar o que está
acontecendo, mas meu celular começa a tocar alto.
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Capítulo 9
ENFIO UM PEDAÇO DE BOLO NA BOCA
para evitar falar alguma coisa. Sorrio quando um
primo passa por mim e me dá um beijo no rosto,
despedindo-se. Afinal, é quarta-feira e todo mundo
trabalha do dia seguinte.
A comemoração foi pequena, só para não passar
em branco, como sempre fazemos nessa família.
Pode todo mundo quebrar o pau que for o ano todo,
mas nos aniversários tudo sempre se resolve. O que
quer dizer que todo mundo se faz de doido e finge
que não quer se matar por algumas horas.
Minha família não é enorme. Não tenho irmãos,
mas até tenho muitos primos, e sou a mais nova por
muitos anos de diferença. Vejo os poucos parentes
que apareceram começarem a se despedir e olho
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Capítulo 10
VOU MESMO PRECISAR DAQUELA
promoção se eu continuar tendo que comandar
reuniões com essa frequência toda. Dessa vez, Edu
nem se fez de rogado, só entrou e sentou em uma
cadeira qualquer e me olhou, esperando que eu
liderasse a coisa toda, sem aviso prévio. Não dá
nem para reclamar e fingir que foi muito difícil ou
que eu não gostei, porque ele mesmo sabe que não
é verdade. Por isso faz essas graças e joga as coisas
nas minhas costas.
— Priscila. — Levanto os olhos da ata que
Juliana redigiu e encaro Renato que está vindo em
minha direção. — Eu preciso de aprovação para o
orçamento da próxima campanha de marketing —
diz, e eu franzo o cenho para ele. — Eduardo
mandou falar com você. Encontrei com ele no
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elevador.
Ah, que ótimo. Por que não estou surpresa?
— Envia o orçamento para a Marcela — digo,
voltando minha atenção para a ata. Teve coisa
demais discutida na reunião e nós duas precisamos
ter certeza de que está tudo certo. Já tive o
suficiente de dor de cabeça por uma semana com o
jantar com meu pai ontem, não preciso de mais
nada.
Eduardo saiu da reunião assim que terminou,
correndo para o galpão. Não sei qual a emergência,
nem se existe uma ou se ele apenas estava ansioso
para ir para lá. A certeza que eu tenho é que ele
nem queria estar aqui essa manhã para começo de
conversa e desapareceu assim que pôde.
Desvio o olhar para Juliana, que mantém os olhos
fixos no papel sem disfarçar a careta de
insatisfação. Sei que ela está controlando-se para
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na cabeça dele.
— Não — digo, mantendo a voz estável e firme.
Se teve uma coisa que aprendi com Edu é que não
tem necessidade nenhuma de gritar para se fazer ser
ouvido. — Você vai fazer exatamente o que mandei
ou quem vai falar com Eduardo sou eu. Te prometo
que você não vai gostar disso.
Renato para perto da porta e me encara com pura
fúria nos olhos. Nem pisco. Aprendi ao longo dos
anos a não me afetar por esse tipo, que se comporta
como se fosse dono da verdade e como se tivesse o
direito de decidir o que é melhor para o mundo. É
verdade que aprendi a ser imune a isso da pior
maneira possível, quero morrer por um segundo por
permitir que o nome do Vinicius apareça na minha
mente depois de tanto tempo.
— Espero receber uma ligação da Marcela
dizendo que você já entregou a documentação
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Capítulo 11
— A TAL MARCELA JÁ DEU SINAL DE
VIDA?
Respiro fundo antes de tirar os olhos do
computador e encarar Renato espumando de raiva
de pé em frente à minha mesa. Balanço a cabeça
negativamente e ele me fuzila como se fosse minha
culpa o orçamento ainda não ter voltado. Quero
matar Priscila por ter irritado o homem, porque
agora sobra para mim, mas não posso culpá-la.
Renato é capaz de deixar qualquer um puto e nós
sabemos muito bem que ele acha muito difícil
respeitar uma mulher na posição que a loira ocupa.
Ainda mais quando Eduardo resolve deixar
literalmente tudo nas mãos dela.
Não sei se é porque ele acha que pode fazer
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— Mais dois.
Nego, dizendo que não vou mais beber, e ela dá
os ombros, virando os dois, erguendo os dedos para
pedir outra rodada. Ela está começando a ficar alta.
— O que você está esperando para me agarrar? —
pergunta.
Direta como sempre. Chego mais perto, passando
a mão pela cintura dela, e a loira nem hesita em vir.
— Priscila… — sussurro no ouvido dela.
— Você me quer — sussurra de volta, a
provocação gritando na sua voz. Quem não quer? É
possível não querer essa mulher? — Você está
doido para me pegar. O que você está esperando,
bonitinho?
— Eu gosto muito de você, loira. Você é uma das
minhas melhores amigas e não quero estragar isso.
Sei bem como você foge quando acha que o cara
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tempo.
— Como exatamente isso funciona, doida? —
pergunto, arrastando a palma pelo pescoço dela,
enroscando os dedos nos fios macios, meio
molhados de suor pela movimentação toda.
— Você me come — diz, como se fosse a coisa
mais simples do mundo, e meu pau pulsa de novo
na calça, implorando para eu aceitar qualquer coisa
que ela ofereça. — A gente faz sexo gostoso
quando quiser, e é isso. Aí eu não vou sair correndo
para lugar nenhum, porque vou saber que a nossa
proximidade toda é porque somos amigos e não
porque você acha que eu te devo qualquer
satisfação.
Sacudo a cabeça. Não sei que tipo de homem ela
anda encontrando por aí. Enrosco os dedos no
cabelo dela e puxo a loira para mim, tomando sua
boca como quis fazer o dia inteiro. Priscila parece
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Capítulo 12
EU NUNCA MAIS VOU BEBER.
Tiro o lençol de cima de mim e tudo que consigo
sentir é minha cabeça explodindo e meu corpo todo
grudento de suor. Saio da cama e me arrasto direto
para o chuveiro, sem nem prestar atenção em nada.
Fecho os olhos debaixo da água quente por alguns
segundos antes de alcançar o shampoo e começar a
me livrar das camadas de suor.
Sinto os dedos dos meus pés doendo em protesto
por ter ficado tanto tempo de pé em cima daqueles
saltos, mas foi uma boa noite. Definitivamente não
foi nada ruim ter o bonitinho, finalmente, perdendo
um pouco a cabeça e agarrando-me na pista de
dança. Mas foi bastante frustrante chegar em casa e
o loiro ir embora assim.
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imediatamente.
— Vai tomar um banho, sai daqui — digo,
dispensando com a mão. — Você está todo
colando.
Viro de costas para pegar o café que está pronto e
derramo em uma caneca, enchendo até a boca. Só o
cheiro já faz eu me sentir muito melhor.
— Eu não tenho roupa aqui, doida. Vou tomar
banho e vestir o quê?
Tomo um longo gole do líquido quente, quase
gemendo em satisfação ao sentir o amargor na
minha língua, e viro de frente para ele de novo,
arqueando a sobrancelha sugestivamente. Ele sorri
e balança a cabeça antes mesmo de eu responder.
— Já passou da hora de eu te ver sem roupa, não
acha? — pergunto e, apesar do tom provocativo,
estou falando bem sério. O loiro já me fez gozar até
cansar no último final de semana e nunca nem vi o
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posição.
Rafael leva as mãos à barra da minha blusa e
começa a puxar para cima, tirando a peça pela
minha cabeça. Ele sai de cima de mim por um
instante, pendurando-se na beira da cama, e volta
com a panela de brigadeiro, olhando-me
sugestivamente. Ah, não.
— Eu não quero que você se esconda de mim,
loira, só isso. Se é uma coisa que você me contaria
normalmente, não tem por que não falar só porque
estamos na cama. Não estou tentando te colocar
uma coleira, como gosta tanto de dizer, nem
tentando controlar sua vida e sugar cada detalhe
escondido — fala, revirando os olhos
dramaticamente, em uma voz meio debochada, e
dou um tapa em seu braço.
Olha esse abuso.
— Eu estou doido para saber qual a história com
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Capítulo 13
DROGA, PRISCILA!
Tento repassar na cabeça onde pode ter uma caixa
perdida, mas não lembro. Tenho certeza de que usei
a última semana passada, sei disso porque lembro
de ter dito para mim mesma que precisava comprar
mais, mas esqueci completamente.
— Talvez no banheiro? — sugiro, e ele me olha
por mais um segundo, cerrando os olhos para mim,
ainda com uma expressão divertida no rosto. Não
sei como ele não está surtando. Eu estou. Rafa
levanta e sai do quarto, indo para onde indiquei.
Aproveito o minuto de folga para sentar, me
arrastar até a cabeceira da cama e respirar fundo.
Sinto minha pele toda sensível, arrepiada,
formigando. Mordo o lábio e aproveito a sensação
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Capítulo 14
EU VOU ESTRANGULAR O RAFAEL.
Acho que eu ainda era criança a última vez que
fui a uma festa infantil e lembro perfeitamente de
não ter gostado nem naquela época. Eu só não vou
matar esse homem porque tem batata frita e eu
adoro batata frita. Vou fingir que não matei
academia a última semana inteira porque
sinceramente não consigo me importar com isso
agora. Mas tem pouca coisa na vida que eu odeie
mais do que festa de criança. Não dá para dançar,
não tem bebida, não tem ninguém disposto a
conversar sobre qualquer coisa minimamente
interessante. Pelo menos a comida é boa. Só não é
o suficiente para me fazer fica confortável neste
lugar.
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que eu achar.
Sorrio e nego com a cabeça quando um menino
passa por mim com uma bandeja de cachorro-
quente, mostrando o saquinho de batata na minha
mão. Ajeito-me no sofá, tentando não rir da
conversa entre duas senhoras que estão sentadas na
outra ponta enquanto elas fofocam animadamente
sobre a filha de alguém que está grávida. Isso me
lembra demais as festas da minha própria família
durante a minha adolescência.
— Oi! Você veio com o Rafael, não foi?
Levanto os olhos para ver uma mulher sorrindo
para mim, os olhos castanhos e pele perfeita de
quem não precisa se preocupar em passar um creme
no rosto. Saudades dos meus vinte anos. Na
verdade, não. Gosto mais de mim agora. A mulher
de pele negra e longos cachos escuros senta ao meu
lado sem nenhuma cerimônia e me olha sorridente,
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Suspiro. Porcaria.
— Rafael está logo ali, por que não vai falar com
ele? — sugiro, e ela vira a cabeça na direção do
loiro, que agora está de pé recostado na parede a
poucos metros de distância, o cenho franzido na
nossa direção. Ergo a sobrancelha para ele e Rafa
prende o olhar no meu, balançando a cabeça em
negativa.
Roberta me agradece com um sorriso e olhos
brilhando em uma esperança mal disfarçada e
levanta, indo na direção dele, que arregala os olhos
por um segundo e me olha com cara de quem quer
me matar. Tarde demais, Fael.
A garota chega até ele, que abre um sorriso
simpático, e não demoram dois segundos para Rafa
segurar o braço dela e os dois entrarem por uma das
portas. Alguns segundos depois, meu celular vibra.
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por ela.
Rafael explode numa risada gostosa e me beija
entre um sorriso escancarado, protestando, dizendo
que falo isso para todos. É verdade, mas não deixa
de ser verdade. Quando ele solta minha boca,
inclino a cabeça, dando acesso ao meu pescoço.
Pelo menos isso. Fiquei aqui ouvindo as lamúrias
sentimentais dele, mereço alguma recompensa.
Engraçado que não me incomodou nem um pouco
escutar o que ele tinha a dizer. Rafa não é dado a
grandes dramas, então nunca é realmente torturante
ouvir quando ele desembesta a falar. Ele vai direto
ao ponto, sem enrolações. Diz o que está pensando
e sentindo, não me lembro de ter conhecido alguém
tão aberto assim, que não complicasse as situações
desnecessariamente. Gosto disso.
O que me incomodou foi ver a pontinha de dor
nos olhos dele, mesmo que tenha tentado disfarçar.
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Capítulo 15
— NÃO FOI TÃO RUIM ASSIM.
Destravo o carro e abro a porta do banco do
passageiro, jogando minha bolsa e o prato com a
fatia de bolo que alguém me forçou a trazer, antes
de olhar para ele.
— A gente estava na mesma festa? “Você devia
falar com ela” — diz, em um tom debochado,
repetindo a frase que falei assim que saímos do
quarto e demos de cara com Roberta em uma
conversa animada com ninguém menos que a mãe e
a tia dele.
Achei que Rafael fosse cair morto de desespero
ali mesmo. A mulher olhou na direção dele e,
consequentemente, na minha, o que fez com que as
outras duas também olhassem para a gente, uma
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Capítulo 16
NÃO CONSIGO EVITAR RIR DA CARA de
Caíque quando ele me chama para conversar depois
que a festa acaba. Que viagem essa a dele.
— Não sei quantas vezes vou ter que repetir, cara
— digo, enfiando um brigadeiro na boca. — Ela é
só uma amiga.
Caíque me olha com completa descrença e dá os
ombros por fim, abrindo um sorriso.
— Ótimo, porque eu peguei o telefone dela e a
gente vai almoçar na quarta.
Paro de mastigar e olho para ele. Priscila é
completamente pirada, mas a ponto de sair com
algum amigo meu? Tudo bem que a gente não tem
nada mesmo, mas isso é meio estranho. Se bem que
eu fiquei com a melhor amiga dela e isso não fez
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— Oi.
Levanto os olhos e me surpreendo de verdade
quando vejo Juliana na minha frente, olhando-me
incerta, com os olhos meio arregalados e um sorriso
no rosto. Não sei nem o que responder. Abaixo os
olhos de volta para a tela do celular, surpreso por
perceber que nem estou mais irritado com ela. É
como se essa história toda tivesse acontecido há
muito tempo e nem lembro mais o motivo da
confusão.
— O quê? — pergunto, minha voz saindo mais
arisca do que pretendia.
— Já almoçou? — ela insiste, e solto um palavrão
por dentro, não para ela, mas pela foto dos peitos
de Raissa que pula na tela do meu celular. — Abriu
um mexicano aqui perto. Você gosta de comida
mexicana, não gosta?
Movo meu dedo sobre a tela e clico em excluir,
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irritado agora.
É comigo mesmo.
Sinto alguma coisa entalada na garganta e preciso
conversar com alguém. O único nome que aparece
na minha mente é o da loira de olhos travessos.
Vou em direção à sua sala e entro direto, dando
uma batida na porta. Priscila tira os olhos do
computador por um segundo apenas e continua
digitando como se eu nem estivesse aqui.
— Como foi seu fim de semana? — pergunto,
jogando-me na cadeira.
— Estou ocupada, Rafael — diz. — Vai tagarelar
com a Raissa, tenho que trabalhar.
As palavras mal saem como um resmungo da
boca dela e me ajeito na cadeira, abrindo um
sorriso para a careta emburrada que ela faz quando
vê que não vou sair. Ficaria ofendido se já não
estivesse acostumado com esse jeito dela. Priscila é
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trabalho.
Solto um resmungo frustrado, afastando-me, e ela
segura meu braço.
A descontração do seu rosto foi embora e Priscila
me encara com seriedade e atenção.
— Qual o problema? — pergunta, e eu balanço a
cabeça. — Não começa. Vou ter que repetir o seu
discursinho de amigos primeiro e pau depois?
Ela ergue a sobrancelha, desafiando-me a
contradizê-la, e eu abaixo a cabeça com um sorriso.
— A gente combinou, lembra? Sem joguinhos.
Eu me preocupo com você, então me diz qual o
problema.
Concordo com a cabeça. A gente combinou. Mas
ela também já se fez muito clara de que não tem
saco para drama e é capaz de me mandar pastar em
Marte se eu falar alguma coisa. Principalmente
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Eu estou fodido.
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Capítulo 17
NÃO SEI TERMINAR COM AS PESSOAS.
Sinto-me um canalha por ter terminado tudo com
Raissa ontem e a cara de raiva dela me atormentou
a noite toda. Não aguentei e mandei uma
mensagem perguntando como ela estava hoje de
manhã, mas não adiantou. O que não entendo foi o
ataque que ela deu quando cheguei a casa dela,
dizendo que tinha planejado a noite toda, e jogou
em cima de mim a lingerie minúscula que
comprou. Ela queria que a gente tivesse se comido
primeiro e eu terminado a pegação depois? Ia ser
muita filha da putagem. Mas ela parece discordar,
porque disse que eu não tinha esse direito.
Tentei conversar, juro que tentei. Sentei no sofá,
pedi para me dizer qual era o problema, mas ela se
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Suspiro.
— Realmente não tem — digo.
Tem uma parte minha que diz que estou só
fazendo birra, mas a questão foi que me senti
usado. Não gostei nem um pouco disso.
— Tem alguma coisa que eu possa fazer? Existe a
menor possibilidade de a gente começar de novo?
Recosta na cadeira e dou os ombros.
— Não sei, Ju. Talvez. Você não é minha pessoa
favorita do mundo no momento. Acho difícil que
volte a ser.
Calo imediatamente a voz que diz que essa
posição já está ocupada.
— Eu sou a pessoa que você mais odeia no
mundo? — pergunta, e ergo os olhos para ela.
— Não.
Definitivamente não. Na verdade, nem sou de
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— Prometo.
Dou os ombros. Não faz diferença.
— Bom… Não importa agora.
A cara de desespero não vai embora e rio quando
ela começa a estalar os dedos enlouquecidamente.
Vale a pena ficar brigado com alguém por causa de
uma pegação que não deu certo? Juliana já está
mais do que ciente de que fiquei puto com a
palhaçada e duvido que vá fazer algo do tipo de
novo, então já está bom de deixar essa história para
lá.
— Me atualiza na hora do almoço. Mas você
paga. Eu quero a tal comida mexicana naquele
restaurante caro que você falou ontem, o que abriu
no final da rua.
Ela abre um sorriso muito satisfeito e confirma,
despedindo-se antes de sair da minha mesa.
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Capítulo 18
CÓLICA NÃO É DE DEUS.
Não sei se agradeço ou reclamo pela dor que
parece ser o pagamento por todos os meus pecados.
O dia até agora foi bem cansativo, é só terça-feira
e parece que já se passou uma semana inteira de tão
ocupada que eu tenho andado. Essa história de
processo de Lorena tem dado mais dor de cabeça
do que esperado e atrasado todo o resto do meu
trabalho. Nem sei que horas saí daqui ontem e
parece que só deu tempo de chegar em casa, dormir
por algumas poucas horas e voltar para cá.
Queria uma notícia boa, só uma para variar. Mas
quando ouço o barulho da porta da minha sala
sendo aberta e fechada em um tranco e um soluço
escandaloso saindo da garganta de Juliana, sei que
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descrença.
— Você acha que ele está falando a verdade? —
pergunto, reticente.
Encaro Juliana com cuidado, tentando entender o
que se passa na cabeça dela, controlando-me para
não gritar que é óbvio que ele está mentindo.
Eduardo é uma das poucas pessoas no mundo por
quem eu colocaria minha mão no fogo e não tem a
menor chance de ele ter feito nenhuma dessas
barbaridades que Vinicius claramente inventou.
Ela nega com a cabeça e eu suspiro aliviada.
— Não tem a menor chance de nenhum dos
absurdos que ele me disse serem verdade. Eduardo
nunca faria nada daquilo — murmura, balançando a
cabeça.
Mas… Se ela não acredita nisso, qual o motivo do
desespero, do choro e dessa cara de quem está a
ponto de morrer a qualquer momento? A
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Capítulo 19
ESPERO NOTÍCIAS DA JULIANA, E NADA.
As horas passam e eventualmente volto ao
trabalho, é mais fácil do que pensei que seria
esquecer de tudo com a cara enfiada nessas
planilhas. Quando o telefone toca e os e-mails
começam a chegar, quando documentos e
requerimentos começam a lotar minha mesa,
desligo minha mente e afundo no que sou paga para
fazer. Mas ainda assim só consigo parar de checar o
telefone de cinco em cinco minutos quando recebo
uma mensagem dela dizendo que está indo para
casa, pedindo para eu ir para lá mais tarde. Franzo
o cenho para a mensagem, respondo de imediato,
perguntando se não quer que eu vá agora, e ela
nega.
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valendo.
Quando Edu vira na minha direção, fica clara a
surpresa de me ver ali. Eu só quero voar no pescoço
dele. Mas o susto não dura mais de um segundo e
ele rapidamente volta à postura de sempre e anda
na minha direção, esticando a mão para pegar a
pasta que eu carrego.
— Eu não esperava isso de você — digo e nem
me dou o trabalho de disfarçar a reprovação na
minha voz. — Há quanto tempo eu te conheço,
Edu? Dez anos? Coloquei minha mão no fogo por
você tantas vezes que nem sei. Garanti para minha
amiga que ela podia confiar em você e é assim que
você se comporta?
Forço-me a parar de falar antes que comece a
gritar. Não sei se eu deveria me sentir traída dessa
forma, mas é assim que me sinto. Se teve um
homem que eu acreditei que prestava, era ele.
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mesa.
— Marcela vai acabar com a minha raça — ele
murmura, passando a mão no cabelo parecendo
desesperado. Rafa vai em direção à saída do
banheiro, abrindo a porta para mim.
Faço uma reverência exagerada ao sair e sorrio
para ele antes de virar em direção ao elevador.
Mordo o lábio e olho para ele por sobre o ombro.
— Deixa ela acabar com a sua raça, bonitinho —
implico, piscando, e vejo-o prendendo uma risada
antes de dar dois passos na minha direção e me
puxar de novo pela cintura.
— Fica bem, doida — murmura, e fecho os olhos
por um segundo quando ele me beija.
De pé, no meio do corredor, ele me beija.
Percebo que já estou bem melhor.
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Capítulo 20
MINHA CABEÇA VAI EXPLODIR e não tem
remédio que me ajude.
Odeio essa época do mês, odeio essa sensação de
que meu útero me odeia por não exercer minha
única função na Terra. Recosto a cabeça na
cabeceira da cama, os olhos fechados. Continuo
arrastando os dedos pelo cabelo de Juliana, que tem
a cabeça deitada na minha perna. Sinto as lágrimas
dela molhando minha calça e não sei o que fazer.
Não sei como consertar as coisas dessa vez.
Vejo os quilos de embalagens de chocolate
espalhadas no chão, devidamente devoradas por
nós duas. Quando cheguei aqui, estranhei ver a
gatinha preta andando de um lado para o outro
como se fosse dona do lugar, porque Ju nunca foi
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― Acorda, dorminhoco.
Cutuco Eduardo quando estaciono na portaria do
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Capítulo 21
QUEM QUER QUE ESTEJA TOCANDO minha
campainha, é melhor estar morrendo.
Arrasto-me pela casa, saindo do quarto
esfregando o rosto. Não costumo dormir cedo
assim nunca, mas estou cansado. Tão cansado.
Renato está tirando-me do sério, nem parece que é
só terça-feira. Esses dois dias parecem ter durado
um mês inteiro, não vejo a hora de essa semana
terminar. Se eu tiver que lidar com ele dando
ataque e tratando todo mundo mal por muito mais
tempo, vou morrer.
Onde larguei meu celular? Sei que botei para
carregar em algum lugar, mas nem sei onde mais.
Minha cabeça está completamente fora do lugar.
Destranco a porta, já xingando a pessoa insistente
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― Posso te perguntar…
― Pode ― ela interrompe, enfiando uma
colherada do doce pelando na boca.
Não sei como não se queima nessa afobação. Mal
tirei a panela do fogo e já estava comendo o
chocolate. Ela se embolou toda no meu lençol,
desforrou a cama inteira. Se não estava tarde
quando ela chegou aqui, está tarde agora que bate
quase meia-noite. Nunca vi um brigadeiro tão
demorado na minha vida. Paramos no meio do
caminho para a cozinha, caindo no sofá da sala, e
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Dou de ombros.
― Você que convidou ― respondo e ergo as
sobrancelhas para ela, que bufa e pega a comida
antes de voltar para o sofá. ― Além do mais, você
ganha muito mais do que eu ― aponto o óbvio,
dramaticamente levando as mãos ao peito. Nada
mais justo, aliás, a loira trabalha mais do que dois
de mim juntos.
Ela franze o cenho e olha para mim por um
instante. Sei que não ficou ofendida com a
brincadeira, então espero para ver o que é.
― Meu pai tem essa ideia louca de que um cara
que não se sente ofendido por ganhar menos que
uma mulher não é um homem de verdade ― diz
com um sorriso cansado no rosto. ― Fico curiosa
para saber o ataque que ele daria ao te ouvir
falando isso assim, sem se importar.
― Estou bem de boa sem ser homem de verdade,
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Capítulo 22
QUASE CHOREI DE FELICIDADE QUANDO
acordei essa manhã e não tinha nenhum resquício
dos piores dias do mês. Adeus, cólica. Olá, sexo.
Na verdade, não. Sem sexo para mim hoje até que
se prove o contrário. verdade seja dita, mesmo que
eu não tivesse passado a semana inteira com um
pequeno demônio sambando no meu útero, não
teria parado na cama de ninguém, porque passei
todos esses dias com a Ju e não mudaria isso por
nada. O que significa dizer que passei os últimos
quatro dias em completo desespero sem saber o que
fazer para consertar essa situação.
Agora, sentada na cama dela, encarando em
silêncio enquanto Juliana se olha no espelho e faz a
maquiagem mais lenta da história da humanidade,
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curiosidade.
Eu estou escondendo coisa demais dela, essa é a
verdade. Estou escondendo minha história inteira
com Vinicius por meses, porque nunca foi
relevante, porque eu quero fingir que não
aconteceu, porque é a única coisa nessa vida que eu
não sei lidar. Mas estou escondendo,
principalmente, o fato de eu não ter pensado duas
vezes sobre quem procurar quando eu tive um dia
de merda e precisava me distrair. E não foi ela, pela
primeira vez em muito tempo.
— Talvez eu esteja começando a me aproximar
de alguém — digo, tentando organizar em palavras
uma coisa que não faz o menor sentido para mim, e
ela ri. Juliana gargalha de um jeito que não vejo há
muito tempo e eu sorrio também. — Achei que
fosse ficar chateada, você sabe… — digo, e ela dá
um tapa no meu braço.
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Capítulo 23
NÃO LEMBRO QUANDO FOI A primeira vez
que coloquei saltos nos pés, mas lembro que doeu.
Virei o pé algumas vezes, deu bolha, doeu minha
panturrilha e sola do pé. Mas então me olhei no
espelho e gostei do que vi. Não foi exatamente
sobre o sapato em si, isso é o que menos importa,
mas foi sobre como se senti com esse pequeno
detalhe dolorido fazendo parte de mim. Porque eu
gostei, valia a pena algumas dores aqui e ali para
que eu me sentisse dona das minhas decisões. Hoje
não dói mais, já acostumei. É claro que têm dias
que só quero jogar esses troços para longe, e jogo
mesmo. Ando descalça, de chinelo, sapato velho
surrado. Mas, na maior parte dos dias, o salto que
um dia foi desconfortável faz parte da minha vida e
nem sinto mais.
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surpresa.
― Mas acabou! ― conclui, pendurando-se nas
costas do sofá, olhando na minha direção. Seu
cabelo está todo bagunçado e ele tem uma mancha
de ketchup na gola da camisa. Tem como ser
menos sexy que isso? ― Segunda-feira sou um
homem livre e não piso mais naquele andar.
Finalmente. Sério, eu não estudei igual um doido,
me matei naqueles bicos irritantes para pagar a
faculdade cara para ter que aguentar aquilo. Tudo
bem que não posso reclamar porque nem trabalhei
com ele tanto tempo assim, tenho certeza de que
tem gente que tem empregos muito piores, mas…
Onde desliga esse menino?
O timer apita e me abaixo para pegar a pizza,
soltando um palavrão e derrubando o prato de volta
dentro do micro-ondas quando sinto a louça quente
demais na minha mão. Acho que exagerei no
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beijar.
Lá vem ele com essa tortura. Qual a dificuldade
de só me dar o que eu quero? Sei que ele quer
também. Mas não. Lá vai ele com esse beijo lento e
firme, prendendo-me no lugar, tomando seu tempo
para me explorar como se fosse a primeira vez que
encostasse em mim, mordiscando meu lábio. Já
reconheço seus gestos. Inclino o pescoço, dando o
acesso que sei que ele vai querer, e Rafael arrasta a
boca pela minha pele. Mesmo sabendo exatamente
o que o loiro vai fazer, meu corpo se arrepia
enquanto ele deixa mordidas por toda a extensão.
Rafa para de me beijar por um instante apenas,
tempo o suficiente para voltar à minha boca e
sussurrar contra meus lábios para que eu me segure
nele, e me toma em um beijo mais uma vez quando
me puxa para cima. Enrosco-me ao seu redor e ele
anda em direção ao meu quarto, soltando-me no
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também.
― Também senti sua falta, Rafa.
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Capítulo 24
DOIS MESES.
É esse o tempo que passou desde que comecei a
trabalhar naquela empresa. Logo que eu me formei,
comecei a trabalhar para um cara que era cliente da
Rodrigues Menezes e foi onde fiquei nos últimos
três anos. Experiência eu peguei de sobra, mas nada
me preparou para o desespero infinito que é
trabalhar com alguém que faz questão de te fazer
sentir como se não tivesse a menor chance de você
ser alguém na vida. Já tinha ouvido falar de
namorados abusivos, amigos abusivos, agora patrão
abusivo foi a primeira vez. Quando ouvia André
reclamando até cansar do patrão dele, sinceramente
achei que fosse exagero. Não tem como alguém ser
tão ruim assim. Eu me enganei foi feio. Tem sim,
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pernas.
O gemido que ela solta no meu ouvido me deixa
completamente louco. Não consigo raciocinar com
ela fazendo isso. Não consigo raciocinar direito
com Priscila perto assim.
— Eu preciso de mais que isso, Rafa — resmunga
em protesto, impaciente como sempre, e eu sei, de
alguma forma sei que ela não vai deixar que eu faça
o que quero fazer. Não vai deixar que eu a jogue na
cama, beije, explore, devore. — Me come,
bonitinho.
Eu vou. Preciso dessa mulher. Ela sobe e desce a
mão ao meu redor em um movimento preciso,
firme, rápido, e cravo as unhas em sua cintura.
Cacete, loira.
Entrego o preservativo de volta para ela e Priscila
não hesita nem por um segundo em abrir a
embalagem e desenrolar em meu membro, parando
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Capítulo 25
QUANDO SAÍ DE CASA COM VINTE E UM
ANOS, assim que terminei a faculdade e fui
oficialmente contratada pela empresa onde trabalho
até hoje, não fiquei desesperada, mesmo sabendo
do perigo que corria de ser demitida a qualquer
hora e não conseguir me bancar. Um ano depois,
quando encontrei este apartamento meio caindo aos
pedaços à venda, com um preço bem abaixo do que
valia porque a dona tinha morrido e os filhos só
queriam se livrar do imóvel, não pensei duas vezes
antes de dar de entrada toda e qualquer economia
que eu tinha feito desde minha adolescência e me
meter em uma dívida com parcelas que na época
pareciam quase infinitas. Agora faltam só mais dois
anos para terminar de pagar e o lugar já está inteiro
reformado. É minha casa. Montada do meu jeito,
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faça, eu paro.
Paro porque pela primeira vez desde que me
lembro quando o assunto é sexo, sinto alguma coisa
que parece ser… medo? Quero tanto acabar com
essa tortura e ter uma merecida rodada de sexo com
Rafael que quase não quero. Quase quero sair daqui
e voltar com uma panela de brigadeiro e deixar ele
comer tudo espalhado na minha pele. Quero chupá-
lo quando ele estiver numa situação em que não
possa se descontrolar de novo. Quero me pegar
com o loiro em algum lugar meio impróprio e saber
que ele não vai fazer nada além de me provocar um
pouco. Quero Rafael dentro de mim, como ele está
agora, preenchendo-me, comendo-me como se
fosse a única coisa que vai salvar o mundo do
apocalipse, mas parece que isso ultrapassa a
barreira das nossas provocações bobas e pegações
descabidas.
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colo dele mais uma vez. Mas não quero. Não quero
que isso acabe, não quero que essa sensação acabe.
Quero mais, mais fundo, mais longo, mais dele.
Rafael e sua incapacidade de calar a boca
continuam falando, murmurando ao meu ouvido
com a voz entrecortada, respiração descompassada
espelhando a minha. Ele está tão sem controle
quanto eu.
Tão perdido e tão entregue quanto eu.
— Continua — instrui, levando minha mão até
onde a sua estava, e guia os movimentos,
pressionando meus dedos sobre meu clitóris.
Não consigo. Jogo a cabeça para trás, sentindo
meu corpo quente demais, mordendo o lábio para
abafar um gemido quando a boca dele vai ao meu
pescoço em uma mordida. Não consigo me
concentrar em mais nada além de rebolar no seu
colo. Como se lesse minha mente, Rafael me
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Capítulo 26
A TARDE ESTÁ BEM FRESCA COM A brisa
suave e o sol sem tostar ninguém. Fico feliz por ter
conseguido tirar Juliana de casa. Parece não ser
grande coisa, mas só eu sei o trabalho que é. Ju
parece que gruda naquela cama com o computador
no colo e só um milagre para tirar, ainda mais nas
atuais circunstâncias. Quando cheguei à casa dela
hoje, pouco antes do almoço, me despedaçou o
coração ver seus olhos inchados e vermelhos
deixando bem claro que ela passou a noite
acordada. Deixando mais claro ainda que o
encontro forçado dela com o Edu não teve um bom
resultado.
— Eu nem gosto de café — Juliana murmura,
levando a caneca fumegante aos lábios, fazendo
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melhor.
— Acho que aquele branco vai ficar melhor —
digo, indicando com a cabeça para a peça que
praticamente joguei no colo dela. A cor vai
contrastar lindamente com a pele dela e nem dou
tempo para que Juliana proteste.
Ela volta para o provador, resmungando, e vejo
algumas blusas espalhadas por perto, mas nem me
dou ao trabalho de tentar pegar nada. Juliana se
pudesse só usaria vestidos o tempo todo. Eu já não
dispenso shorts jeans sempre que posso porque não
tenho modos, inclusive é o que estou vestindo
agora. Bem confortável.
Ju enfia a cabeça para fora do provador e ergo a
sobrancelha para ela, esperando, mas ela não sai.
— Só te mostro depois que me contar — diz, e sei
que ela amou o resultado e sabe que vou amar
também, ou não se daria ao trabalho de fazer
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Capítulo 27
QUANDO CHEGAMOS NOVAMENTE AO
RESTAURANTE, a atendente olha para a gente
com cara de quem nos bateria se pudesse. Entre as
voltas pela feira e a escapada para uma rapidinha
clandestina, passaram bem mais de vinte minutos.
Quando sentamos à mesa para comer o almoço, a
comida já está meio fria do tanto de tempo que
demoramos para chegar, mas ainda bem gostosa.
Entre garfadas, percebo que não sei como me
comportar agora. Eu não costumo sentar para
almoçar com um cara que acabou de me pegar
desse jeito. Mas nada com Rafael tem sido como eu
estou acostumada, e, por incrível que pareça, isso
não é uma reclamação.
— Caíque vai comigo ver os outros dois
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para mim.
— Você quer que eu faça o que, doida? Você vai
me traumatizar, isso sim — ele murmura a última
parte e balança a cabeça.
Rafael recosta na cadeira, fitando-me com o
cenho franzido e olhar de quem não está dizendo
tudo que pensa. Suspiro quando reconheço um
olhar um tanto incerto no seu rosto. Não me
decepciona a essa altura do campeonato, bonitinho.
Não é a primeira vez que arrasto algum
desavisado que saiu comigo para um canto para dar
uns pegas, não vai ser a última. Não acontece com
tanta frequência quanto eu provoco Juliana dizendo
que acontece, só é engraçado ver a cara de
desespero e incredulidade dela quando começo a
narrar minhas histórias. A questão é que já teve
mais de um infeliz que sacou o argumento de que
mulher para casar não se prestaria a isso. Como se
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acontecendo?
— Eu preciso te dizer uma coisa, loira.
Não passa de um sussurro contra meus lábios e eu
espero. Tenho quase certeza do que vou ouvir
saindo da sua boca, então espero. Quero saber
exatamente com o que estou lidando aqui, então
vou quando ele me aperta um pouco mais,
puxando-me para ainda mais perto.
Mas o que quer que ele fosse falar nunca vem.
— Priscila?
Respiro fundo e me solto dos braços do loiro,
dando um passo meio cambaleante para trás quando
ouço a voz conhecida do meu pai chamando-me.
Aproveito para respirar, coisa que estava difícil
fazer nos braços de Rafael. Eu estou
completamente descompensada hoje. Arrasto as
mãos pelo cabelo e desvio o olhar para o homem
grisalho parado de pé com a porta aberta,
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alta.
— Então é por isso que você passa tanto tempo no
escritório — diz, olhando para mim com desdém.
Ele me olha de cima a baixo como se sentisse nada
além de nojo de mim. Olha aí, não é que ele disse?
— Trabalhando é que eu não estou, não é mesmo?
— respondo, ácida, um sorriso dolorido no rosto.
— Aliás, não quer dizer também exatamente de
onde você acha que veio o dinheiro que usei para
comprar seu presente? É esse o problema, não é? É
por isso que você quer tanto devolver.
Ele volta os olhos para Rafael e parece pensar no
que dizer. Por fim, dá seu veredito.
— Não é exatamente o caminho mais honrado
para chegar em algum lugar na vida, mas suponho
que não seja exatamente sua culpa se a
destrambelhada da minha filha se jogou em cima de
você como faz com qualquer coisa que passe na
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frente dela.
É a primeira vez que vejo pura fúria encher os
olhos de Rafael. A insinuação na voz dele me faz
rir. Solto uma risada cansada, porque já conheço as
acusações veladas. Sobre o jeito que me visto,
sobre quanto eu ganho. Deus me livre que seja o
tanto de curso que faço e as doze horas que
trabalho por dia, não. Claro que não é assim que
consigo dinheiro.
— Sabe como é, pai. Puta, mas puta com diploma
e ganhando bem. Melhor que você, aliás. O que
seus amigos vão dizer desse absurdo?
Que Deus me livre desse surto de imaturidade que
me faz querer bater boca com ele só de pirraça. No
segundo em que as palavras saem da minha boca,
bate uma pontada de arrependimento. Não porque
não acho que estou no direito de estar tão irritada
quanto estou, mas porque ele é meu pai e sei que
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pegou na ferida.
— Não fale dela. Não fale por ela. Você não tem
esse direito.
Minha voz falha e odeio isso.
Ele dispensa o comentário, leva os dedos aos
olhos e os aperta, respirando fundo. Ele está
desapontado e eu quero gritar que quem devia estar
desse jeito era eu. Aloísio balança a cabeça e vira
as costas, entrando na casa e deixando-me de pé na
calçada. Sinto um soluço subir por minha garganta
e me apresso em engolir. Viro as costas e começo a
me afastar, mas sinto a mão de Rafael em mim
novamente.
Ele não me dá tempo de protestar, simplesmente
me puxa para um abraço e me prende em seus
braços.
— Eu quero ir embora — digo e sei que minha
voz sai mais grosseira do que deveria, mas é
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inevitável.
Ele me ignora e aumenta o aperto sobre mim.
— Rafael.
— Você vai embora. Vou te levar para a minha
casa. Só preciso que você respire, só uma vez. Por
favor.
Nego com a cabeça e tento me soltar. Ele não
deixa e bufo, irritada, a garganta queimando pelas
lágrimas que me recuso a derramar.
— Eu vou cuidar de você, loira. Depois você
pode ir. — Sua voz não passa de um sussurro no
meu ouvido, sua palma acariciando meu pescoço
em um toque delicado. Eu fecho os olhos,
entregando-me por um segundo a sensação de
conforto que ele me passa.
— Não — murmuro, mais para mim do que para
ele. — Não preciso ser cuidada, Rafael.
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Capítulo 28
FRANZO O CENHO QUANDO VEJO
PRISCILA começar a se livrar da roupa assim que
entramos na minha casa. Fecho a porta atrás de
mim e jogo a chave em cima da mesinha. A casa
está uma bagunça, mas isso me deixa feliz. Não
costumo tomar decisões impulsivas, penso muito
bem antes de fazer alguma coisa e sei que não é
impulsividade me mudar. Redefini minhas
prioridades, me forcei a fazer de mim mesmo a
única coisa que importa. Não dá para negar que a
loira, que vai até a cozinha e abre a geladeira,
pegando um copo de água como se fosse dona do
lugar, é culpada por isso. Ela me inspira a querer
ser melhor. Menos imaturo, menos medroso. Mais
dono de mim como ela é dona de si própria.
A loira desvia de algumas caixas que já estão
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colo.
— Sei que não — respondo, agora sentindo o
gosto alcóolico nos seus lábios quando a beijo de
novo.
— Por que você faz isso? — pergunta, e é minha
vez de franzir o cenho. — Você não precisava ter
ido comigo e, definitivamente, não precisava disso
aqui. — Ela aponta para nós dois e eu endireito a
postura, entendendo o que ela está perguntando. —
Por que essa… preocupação toda?
Fecho os olhos por um segundo e respiro fundo,
tentando decidir o que responder. Não posso mentir
para ela. Sei que Priscila gosta de tudo às claras,
nunca existiram meias palavras entre a gente. Não
quero começar agora. Subo as mãos por seus braços
e os jogo sobre meus ombros. Ela se ajeita no meu
colo e chega mais perto quando me enlaça e minhas
mãos sobem por suas coxas.
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Capítulo 29
— VAI DEMORAR MUITO?
Sinto o mármore gelado contra a minha bunda
descoberta. Puxo para baixo a camisa com a
estampa de gatinho que estava no topo da gaveta,
mas não adianta. Desisto e deito na bancada da
cozinha onde já estava sentada, puxando uma pilha
de panos de prato limpos e perfeitamente dobrados
para fazer de travesseiro. Encaro o teto branco por
alguns instantes antes de fechar os olhos com um
suspiro.
— A cama é mais confortável, sabe? — Ouço a
voz de Rafael e o som da panela sendo mexida no
fogão. — Vai ficar com as costas doendo deitada
aí. Não sei como você consegue ficar sempre
sentada nesse troço duro, dói a bunda.
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responder.
— Eu.
Tiro a cabeça do seu pescoço e recosto a cabeça
na sua.
— Não substitui — confesso, e ele concorda com
a cabeça. — Nada nunca vai substituir.
— Mas?
Mas gosto de tê-lo na minha vida, gosto de saber
que ele está aqui com sua tagarelice, inocência,
beijos sem fim e colo. Gosto mais do que achei que
fosse gostar. Não tenho certeza ainda do que isso
significa, mas sei que significa alguma coisa.
Significa muita coisa. Só preciso de tempo para
descobrir exatamente o tamanho disso, para ter
certeza antes de me atrever a dizer em voz alta e
dar merda.
Porque vai dar merda, sempre dá. Eu não sei estar
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torturar, bonitinho.
Faço um bico exagerado e ele revira os olhos para
mim.
— Você é péssima fazendo drama. Levanta essa
bunda daqui e vamos.
Por que, Deus? Por quê?
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Capítulo 30
LIMPO A AREIA QUE GRUDOU NA minha
perna e ajeito os óculos escuros no rosto, tentando
me esconder um pouco do sol. Já começo a sentir
minha pele quente, tostada por estar jogada em
cima da canga vai saber por quanto tempo. Giro,
deitando com a bunda para cima, e me apoio nos
cotovelos, pegando o celular na bolsa.
A primeira coisa que faço é mandar mensagem
para Juliana, que não me deu notícias desde que a
deixei em casa ontem. Vejo a hora e o relógio
marca quase três da tarde. Nem faz tanto tempo que
cheguei aqui, mas mal consegui fazer nada. A ideia
era Calebe continuar ensinando-me a surfar, mas
sem condições de fazer aquelas flexões todas na
prancha hoje. Mal dormi e meu corpo está todo
dolorido. Deliciosamente dolorido, mas dolorido.
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essa manhã.
— Não acredito que você ligou para isso, sua
doida. — Ele ri de novo e eu balanço a cabeça.
Sinto meu corpo começar a se render ao cansaço
delicioso, meus olhos pesados quando balanço a
cabeça, negando.
— Te liguei para falar com você, bonitinho. Não
foi para isso.
Vejo uma ruga na testa dele e solto uma risada.
Inocente demais.
— Você fica pior que bêbada quando está com
sono, fala sem pensar — responde, rindo de volta
para mim. — Estou vendo seu olho quase fechando
aí. Vai descansar, loira.
— Boa noite, Rafa.
O sorriso de lado e seus olhos brilhando são a
última coisa que vejo quando fecho os olhos,
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de volta.
Dou um tapa no braço dele pela resposta
malcriada digna de uma criança pentelha e ele ri,
puxando-me novamente, arrastando os dentes pelo
meu queixo.
— Teve um bom primeiro dia? — pergunto e vejo
o brilho de animação nos seus olhos que me diz que
o primeiro dia trabalhando longe do Renato já fez
maravilhas para a saúde mental dele.
Rafael começa a tagarelar enlouquecidamente,
dando detalhes sobre cada mínima coisa que fez
durante o dia, e eu o interrompo, levando o dedo
aos seus lábios.
— Por que não vai pegar suas coisas e, quando
chegar na minha casa, você me conta tudo? Eu
tenho que volta a trabalhar. Você é gostoso, mas
não paga meu salário — digo, e ele meneia a
cabeça, concordando.
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longo da semana?
Concordo com a cabeça e ele estala o pescoço.
— Vinho? — pergunto, sacodindo uma garrafa
que peguei na cozinha, com duas taças na outra
mão.
— Não gosto de vinho. Muito ácido — responde,
fazendo uma careta.
— Vai gostar desse.
Ajeito as duas taças em uma mão e despejo o
conteúdo, o vinho branco enchendo o vidro. Coloco
a garrafa na mesinha de centro e entrego uma taça
para ele, que pega, desconfiado, olhando para o
conteúdo sem muita coragem de beber. Indico com
a cabeça para que ele tome e Rafael me acompanha
quando dou um gole do líquido gelado.
— Isso é bom! — diz, surpreso. Sabia que ia
gostar. Tinha tempo que não comprava esse vinho,
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Capítulo 31
— EU TENTEI, PRI. Ela realmente não quer
falar com você.
Suspiro e recosto na cadeira, esfregando o rosto
com uma mão só. Estendo os olhos para o relógio
pendurado na parede do meu escritório e vejo os
ponteiros dizerem que já passei tempo demais
trabalhando por hoje, mas não estou nem perto de
terminar. Nem devia estar aqui, em pleno sábado,
mas a quantidade de coisa acumulada é tão grande
que não consegui ficar em casa sabendo tudo que
tem para ser feito. Eduardo até entrou em um modo
louco de ficar na empresa quase vinte e quatro
horas por dia depois que ele e Juliana terminaram,
mas se tem uma coisa que ele não tem sido, é
produtivo. O que ele tanto faz naquela sala eu não
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quero.
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Capítulo 32
NÃO SEI SE COMEMORO O FIM DE semana
chegar rápido ou se reclamo.
É uma péssima ideia tentar ir ao shopping em
pleno sábado. Tudo sempre está lotado, as filas
para qualquer coisa são enormes e eu começo a
ficar irritada pela demora. Logo eu, que amo fazer
compras, perco rapidamente a paciência quando
preciso esperar algumas eternidades para conseguir
fazer qualquer coisa. Então não me surpreendo nem
julgo quando é exatamente isso que ouço de Juliana
no telefone.
— É a única coisa que consigo te convencer a
fazer comigo — insisto. — Você não estava doida
para ver esse filme? Tem uma sessão agora, mas
tem outra daqui a uma hora, dá tempo de você
chegar.
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sozinho.
Reclamo da Juliana, mas eu estava fazendo
exatamente a mesma coisa: trancada dentro de casa
trabalhando. A semana foi impossivelmente agitada
e mal tive tempo de respirar, entre processo sem
cabimento e Eduardo em um humor horrível, passei
os dias com a cara afundada em documentos. O dia
hoje não foi diferente. Estava com a cara amassada
e enfiada no computador tentando adiantar alguma
coisa na esperança de conseguir um tempo livre
para ir à praia com o Calebe amanhã antes de ele
desaparecer para o tal casamento que tem para ir,
mas agora nem se eu quiser.
Pior coisa que fiz da minha vida foi ter dito para o
Rafael ficar com a chave do meu apartamento. Ele
apareceu com Caíque e um copo gigante de café,
praticamente me arrastando para fora de casa sob o
argumento que eu vou pifar se continuar
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adianta.
Solto um gemido sofrido que faz com que ele ria.
As pessoas complicam as coisas demais.
— Já tentou falar com ela? Dizer que gosta,
chamar para sair? Contratar carro de som, sei lá,
tem gente que gosta dessas breguices. — Ele nega
com a cabeça tão rápido que o boné que usa quase
cai da cabeça. Estico a mão na mesa e pego a dele,
segurando seus dedos entre os meus. — Você tem
vinte e oito anos ou cinco, meu anjo? Cadê a
atitude? Cadê a decisão?
Caíque ri e balança a cabeça, apertando meus
dedos.
— Não tenho a menor chance com ela. Tatá
sempre namorou uns caras bonitos demais para
olhar para mim duas vezes. — Ergo a sobrancelha
para ele e espero, porque faço questão de ouvir o
que ele não está dizendo em voz alta. Caíque revira
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minha orelha.
— Você tem obrigação moral de me apresentar
cada item da lista — sussurra, e sorrio.
Olho de soslaio e ele ergue o dedo mindinho,
fazendo-me soltar uma gargalhada alta.
— Promessa de mindinho é dívida eterna —
aviso, prendendo meu dedo ao seu, e ele concorda
com a cabeça.
Rafa solta um palavrão, balançando a cabeça.
— Eu estou ferrado, não estou? — pergunta, e é a
minha vez de concordar.
Prendo o lábio entre os dentes para não rir e ele
dá os ombros.
— Estou nas suas mãos, doida — diz por fim,
enfiando batata na boca.
Franzo o cenho e inclino a cabeça. Estou
começando a achar que é exatamente o contrário.
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Capítulo 33
A MÚSICA ALTA É UMA BOA distração para
a dor que sinto no meu braço. Por que eu fui
inventar de vir para a academia? Sabia que era uma
ideia ruim, cansado do jeito que estou, ainda mais
com esse mau jeito que arrumei. Sabe o que é isso?
Supino. Quem inventou isso devia levar uma
porrada. Por isso não sirvo para aquela vida de
modelo. Dieta o tempo todo, academia o tempo
todo. Não dá. É estressante demais. É pior ainda
para as mulheres, vi tantas garotas, adolescentes
novinhas, desmaiando nas sessões de foto porque
estavam sem comer. Isso não é vida não. Esse
padrão de beleza doido que inventaram é meio
doentio.
Levanto do aparelho, desistindo de tentar fazer
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— Rafa?
Viro em direção à voz e dou de cara com Raissa,
segurando sua garrafinha de água, o short curto
colado no corpo como sempre é. Meio que arregalo
os olhos, surpreso. Tem tanto tempo que a gente
não se vê que nem sei.
— Não sabia que ainda malhava aqui, faz tempo
que não te vejo — comenta.
— Me mudei semana passada — digo. — Andei
sem tempo de aparecer aqui, mas vou trocar de
academia, preciso de uma mais perto da casa nova.
Como vão as coisas?
— Nada de novo. Escuta…
Raissa dá um passo na minha direção e morde o
lábio, parecendo incerta. Toco seu braço e guio até
um canto da academia sem gente passando para
todo lado, onde a música não está berrando tanto.
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negação.
— Você não existe, Rafa.
Dou de ombros. Mas ué.
— Era só sexo, Rá. Não tem por que parar de se
falar completamente só porque a gente não está se
pegando mais.
— Eu estava gostando de você. Não era só sexo.
Dou um passo na direção dela e deixo um beijo na
sua testa.
— Não, Rá. Você queria morrer quando eu fazia
alguma palhaçada ou começava a falar muito, vivia
dizendo que sou imaturo — digo, e ela solta uma
risada, confirmando. — Não tem como gostar de
mim e não gostar da tagarelice.
Ela meneia a cabeça como se considerasse o que
digo.
— Talvez. Mas gostava da sua companhia.
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mais um pouco.
— Você está com um cheiro bom. — Sua voz sai
abafada com a sua boca colada na minha pele e a
aperto mais um pouco. Não sei se reclamo de ela
estar mudando de assunto ou se só aproveito o
momento raro de ela fazer um elogio
despretensioso assim. Não estou acostumado com
as doses de carinho esporádicos que ela vem dando
ultimamente. Não posso dizer que não gosto, seria
a mentira mais deslavada do século. Eu adoro.
— Essa é a magia de tomar banho — brinco,
deixando um beijo no topo da sua cabeça. —
Esqueci de te contar. Estavam falando horrores de
você hoje lá no trabalho. Falando bem, no caso.
Acho incrível como todo mundo morre de amores
pode você naquela empresa. Tirando o Renato, mas
ele odeia todo mundo, não conta. Não dava para ser
diferente também, você é maravilhosa. Enfim, a
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Capítulo 34
CAÍQUE É ALGUNS ANOS MAIS velho que eu
e isso parece ter feito com que ele decidisse que
precisa cuidar de mim. A vida inteira foi assim,
desde pirralhos correndo pela rua, ele estava pronto
para se meter em qualquer situação. Nunca fui bom
em briga, nem sei se dou conta de sair na mão com
alguém, nunca tentei. Odeio, simplesmente odeio
qualquer tipo de violência, mesmo não podendo
negar que algumas pessoas às vezes merecem uns
tapas sim.
A questão é que Caíque sempre esteve ali e está
até hoje. Não dou um passo sem que ele saiba, a
gente divide coisa até demais. Informação demais.
Ele espirra e me manda mensagem, é meu irmão de
alma. Podemos passar horas jogados em frente à
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desespero.
Abro e fecho a boca tantas vezes que nem sei. Ela
está muito puta porque vou almoçar com a Ju. Sei
que Priscila vai comer meu fígado antes de deixar
qualquer coisa interferir na relação com a amiga,
então sim, desespero é a única coisa que sinto.
— Você vai almoçar com a Juliana — repete pela
terceira vez, e me limito a balançar a cabeça. —
Inacreditável.
Ela murmura a última parte e vira de costas para
mim, voltando a mexer no armário.
Arrasto-me pelo colchão enquanto ela pega as
peças de roupa que vai vestir e joga nas costas da
cadeira uma calça e uma camisa com mais botões
do que um vestido de noiva. Fico de pé atrás dela e
passo uma mão na sua cintura, subindo e descendo
a palma em sua pele. Tiro seu cabelo do caminho e
beijo seu pescoço.
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— Ei.
Volto meu olhar para o dela e encontro seus olhos
confusos encarando-me. Tentando me analisar.
— Mudou alguma coisa? — pergunta, e franzo as
sobrancelhas. — Tem mal duas semanas que você
disse que gostava de mim. Mudou alguma coisa?
Nego com a cabeça. Se mudou, foi porque o que
sinto por ela só faz crescer. Não é que eu goste
dela, já estou completamente perdido, doido por
essa mulher.
— Então não tenho motivo para ter ciúmes, Rafa
— constata, dando os ombros. — Eu quero você,
você me quer. É tudo que me importa. O que você
faz quando não está comigo, não me interessa. Se
eu achasse que você não se importa comigo tanto
quanto me importo com você, talvez, mas não é o
caso.
— É por isso que você está surtada com a Ju —
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mim.
Não transo sem camisinha?
— Preciso de mais, bonitinho — a loira geme no
meu ouvido, arrastando as unhas pelo meu braço.
Se ela continuar esfregando-se em mim assim é
capaz de eu gozar antes de conseguir levantar para
pegar qualquer coisa. Sei que Priscila não é louca
irresponsável, sei que se protege. Minha razão
óbvia de nunca na vida transar sem camisinha é
minha saúde, mas sei que não preciso me preocupar
com isso agora. A gente já conversou sobre isso e
sei que não tenho qualquer razão para hesitação.
Não é isso.
Cada coisa nova com Priscila me faz querer mais
dela. Não sei se vou conseguir senti-la por inteiro e
voltar ao normal depois. A relação de confiança
estabelecida para isso é imensa, coisa que não fiz
sequer com a minha ex com quem tive minha
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Capítulo 35
— LOIRA?
Olho para Rafael, que passa os dedos pelo lábio, e
mordo o meu enquanto termino de fechar a saia.
Jesus, que visão deliciosa esse homem todo
arranhado desse jeito, cabelo desgrenhado e
pescoço vermelho. Indico com o queixo para que
ele fale e Rafa faz o bico que usa quando está
pensando.
— A gente não usou camisinha.
Concordo com a cabeça e vou para onde ele está,
sentando de frente para ele no colchão.
— Duas vezes — implico para tentar tirar a
ruguinha do meio da sua testa e ele ri.
Entendo a preocupação dele. Eu me faço de louca,
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Merda.
Faço a única coisa que consigo pensar no
momento: puxo o celular e ligo para Juliana. Ela é a
única pessoa que ele precisa agora.
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Capítulo 36
ABRO OS OLHOS NO SÁBADO de manhã com
o sol batendo na minha cara porque claramente eu
esqueci de fechar a cortina da porta que dá para a
varanda. Espreguiço-me no colchão e franzo o
cenho quando noto que estou vestindo a mesma
roupa de ontem. Dormi de short jeans? Sento na
cama, olhando a bagunça ao redor, e solto uma
risada quando vejo uma panela perdida no canto do
chão. Por isso esse apartamento está cheio de
formiga, olha brigadeiro jogado no piso.
Noto o colchão vazio, mas os lençóis estão todos
bagunçados. Onde esse menino se meteu? Levanto,
tentando decidir se procuro um comprimido para
essa dor de cabeça chata ou se tomo um café bem
forte que sempre resolve. Arrasto-me até a cozinha
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lóbulo.
— Não precisa agradecer, loira — responde, sua
boca no meu ombro. — Não ia te deixar sozinha.
Estava preocupado com você.
— Porque você é um neném fofo — implico, e
ele ri contra minha pele.
— Não, é porque eu te…
Rafael larga a frase na metade e para o beijo, a
boca pousando sobre a curva do meu pescoço.
Sinto o aperto do seu braço ao redor da minha
cintura aumentar e o corpo todo dele enrijecer.
Tento me mexer, mas ele só me prende ao seu
corpo por um segundo a mais antes de levantar a
cabeça.
Vejo seus olhos confusos e perdidos. O cenho
franzido, a expressão de surpresa. Ele só se deu
conta agora. Quando enfim olha para mim, solta
uma risada baixa e balança a cabeça.
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Ah, Rafa…
A mão dele enlaça meu cabelo e sua boca toma a
minha em um beijo lento, longo. Ele me preenche
por inteiro e sinto como se estivesse a ponto de
explodir, mas não é só meu corpo. Não, é algo mais
profundo, alguma coisa que não reconheço. Meu
corpo inteiro se arrepia com sua voz rouca
sussurrando em meu ouvido e é uma sensação de
plenitude tão absoluta que não sei como reagir.
— Goza para mim, minha loira — sussurra contra
a minha boca. Seu rosto cai ao meu pescoço em
beijos quentes. — Me deixa ter você aqui.
Minhas mãos vão ao seu cabelo, puxando seu
rosto de volta ao meu, implorando por outro beijo
como aquele. Sem tesão explosivo, sem foda
rápida. Só ele. Abro a boca para dizer que ele me
tem, mas seu nome é a única coisa que escapa da
minha garganta quando gozo.
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mais um instante.
— Não vou demorar. Espera aqui?
— Você mora no décimo segundo andar, Priscila.
Não é como se eu pudesse pular da varanda.
Dou um tapa no seu ombro pela malcriação e ele
sorri, beijando-me outra vez. Percorro a mão por
seu corpo e me acomodo nele, admitindo para mim
mesma que aqui provavelmente é meu lugar
favorito no momento. A campainha toca de novo e
eu resmungo, irritada.
— Eu já volto — murmuro contra a sua boca, e
ele concorda com a cabeça, prendendo meu lábio
entre os dentes.
Saio do seu colo, muito contrariada, querendo
matar Juliana, e cato a primeira roupa que vejo na
frente para ir abrir a porta.
Por favor, que seja rápido.
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Capítulo 37
JULIANA ENTRA E SE JOGA no sofá assim
que abro a porta, estendendo os braços para mim.
Não consigo evitar o sorriso e vou até ela, dando o
colo que sei que está pedindo. Eu sou bem trouxa
por essa mulher sim. Quero matar por estar aqui
agora, mas não consigo virar as costas. Também
não consigo prestar atenção nela cem por cento.
Não dá. Meu corpo está aqui, no sofá, ouvindo-a
falar desenfreadamente sobre Eduardo e o quanto
ele está sofrendo a perda do pai, mas minha mente
está presa no par de olhos acinzentados que invadiu
minha vida.
Finalmente começo a surtar um pouco.
Rafael disse que me ama.
Não vou me fazer de louca e fingir que eu já não
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