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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ARQUITETURA
DEPARTAMENTO DA TECNOLOGIA APLICADA À ARQUITETURA
LACAM – LABORATÓRIO DE CONFORTO AMBIENTAL

ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

Maria das Graças O. Coelho de Souza.


Colaboração: Jussana Nery
Márcia Freire
Desenhos e ilustrações:
Júlia de Moraes
Danilo Fortuna

Agosto/2006

L a b o r a t ó r i o d e C o n f o r t o A m b i e n t a l
Rua Caetano Moura, 121, 1º subsolo - Federação - Telefax: (071) 247 3511 / Tel.: (071) 235 7614 R-224
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SUMÁRIO

1.0 - INTRODUÇÃO

2.0 – CONCEITOS BÁSICOS


2.1 – LUZ
2.2 – RADIAÇÃO
2.3 – FISIOLÓGIA DA VISÃO
2.4 - COMPORTAMENTO DA LUZ
2.5 – UNIDADES FOTOMÉTRICAS
2.6 – CONFORTO LUMINOSO

3.0 – ILUMINAÇÀO ARTIFICIAL


3.1 – LÂMPADAS
3.2 – LUMINÁRIAS

4.0 – CONDIÇÕES PARA PROJETO DE ILUMINAÇÃO

5.0 – BIBLIOGRAFIA

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1.0 - INTRODUÇÃO

A luz faz parte da vida do homem. O olho humano precisa de luz para observar cada atividade visual que
nos propomos a executar. A quantidade e a qualidade da iluminação do ambiente estão relacionadas com o
desempenho visual. Quanto menor for o detalhe (tarefa visual), ou mais baixo o contraste, maior a
quantidade de luz necessária para iluminar a tarefa a ser executada, a fim de que o desempenho visual seja
confortável para o homem, sem exigir esforço mental e cansaço para a visão. Mas, o olho consegue
visualizar com menor quantidade de luz que a necessária para o conforto visual, provocando grande
prejuízo para as pessoas, pois não percebem a diferença entre baixo nível de iluminâncias e a iluminância
adequada.
O olho se adapta à quantidade de luz que chega até a retina, dosando esta quantidade através da
elasticidade do cristalino que reduz a área exposta da retina quando tem muita luz, ou aumenta esta área
quando tem pouca luz, causando cansaço visual. Essa elasticidade do cristalino vai reduzindo com a idade,
decresce a acuidade visual, reduzindo o poder de distinguir com nitidez os objetos próximos na presença
de pouca luz, sendo necessárias lentes para correção. Esse distúrbio é chamado de Presbiopia, proveniente
da baixa elasticidade e diminuição da capacidade de acomodação do cristalino, e aparece normalmente aos
quarenta anos de idade, possivelmente em conseqüência do mau uso da visão, porque as tarefas são na
maioria das vezes executados com níveis baixos de iluminação, forçando essa acomodação do cristalino
em um número infinito de vezes.
Para Chichierchio “O homem, muitas vezes, se contenta com um desempenho medíocre da luz – quando
não dispõe de meios, ou conhecimentos para atender às suas necessidades reais. Mas, a má iluminação,
além de deteriorar a visão do homem, provoca uma queda de sua produção e aumenta o número de erros
em qualquer atividade. De forma inversa, a garantia de boa iluminação provoca uma reação encadeada de
aumento de produção no trabalho, além da melhora nos índices de erros e de acidentes”.
Os homens das cavernas viveram muito tempo executando suas tarefas sob a luz do dia, e dormiam a noite
por falta de luz, mas sabiam que a noite de lua cheia era diferente das outras noites, pois havia luz para se
deslocarem de um lugar para outro, descobriram como fazer o fogo, e conseqüentemente a luz artificial. O
fogo iluminava o espaço a sua volta durante a noite e os aquecia do frio. A madeira servia de combustível
para gerar a luz, mais tarde foram descobrindo outros combustíveis como os óleos de baleia o óleo de
azeite, a parafina, o óleo diesel e a gasolina, e finalmente a energia elétrica em grande escala. A parafina
foi utilizada para a confecção de velas, o óleo de baleia foi utilizado nos lampiões para iluminar as ruas, e
a vida noturna começava a surgir. Com a utilização da iluminação artificial, as atividades desenvolvidas
durante o dia passaram a ser possível durante a noite e hoje é impossível voltar atrás e imaginar a vida sem
a energia elétrica, durante o dia e muito menos a noite.
“Os homens consideram direitos adquiridos os resultados de suas descobertas tecnológicas. Esta tendência
aplica-se particularmente a uma das tecnologias mais benéficas desenvolvidas nos últimos 100 anos:
iluminação elétrica. Assim, se o mundo se visse subitamente privado dos benefícios da iluminação
elétrica, a sociedade moderna se sentiria destroçada. De fato, sem luz artificial, o tráfego noturno seria
perigoso (se não impossível), o papel da indústria e do comércio nas economias nacionais seria
severamente afetado, as taxas de criminalidade subiriam, a vida doméstica seria reduzida a níveis
primitivos, os tempos livres não mais propiciariam o prazer que hoje oferecem. A luz artificial tornou-se
de fato imprescindível para a criação de condições ótimas de trabalho e de ambiente. Torna ainda mais
seguras e confortáveis nossas vidas. Em resumo, o bem-estar humano tornou-se um fato da qualidade de
vida, e um direito que não pode ser negado às pessoas”.
Os aspectos relacionados com a qualidade da iluminação mostram-se muito relevantes e em alguns casos
mais importantes que a quantidade de luz. Muitos estudos demonstram que a iluminação correta pode
influenciar favoravelmente para a produtividade e o conforto dos usuários. Além disso, sabe-se que
determinadas tarefas requerem maiores quantidades de luz e que os jovens necessitam de menos luz que
os mais velhos, e que certos objetos somente se destacam sob luz de determinadas cores. Estes são

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argumentos que precisam ser devidamente considerados, juntamente com os aspectos de custo e de
qualidade.
A iluminância necessária para o desempenho visual varia com a tarefa visual, a idade dos usuários de cada
ambiente e também com o tempo de duração do trabalho sob iluminação artificial, devendo ser mais
elevada para longas jornadas, cujos níveis são recomendados por Normas Brasileiras e Internacionais para
quase todas as tarefas.
A quantidade de luz necessária para o desempenho visual, depende da tarefa a ser realizada no ambiente,
que pode estar relacionada à produtividade, segurança, lazer, exposição e venda, aquisição de
informações, ou criação de uma atmosfera típica de um ambiente específico. Observa-se na maioria dos
projetos arquitetônicos a ausência de preocupação com a iluminação natural, sendo esta em quantidade
exagerada, sem proteção para a luz solar direta, ou reduzida, exigindo totalmente a luz artificial para
substituir a iluminação natural diurna. Em edifícios de grande porte, com programas complexos e
compartimentos de maior profundidade, cujas atividades exigem níveis elevados de iluminação
distribuídos uniformemente em todo compartimento, sabe-se que é difícil, fazer com que a iluminação
natural diurna seja completamente satisfatória, principalmente em sítios densamente ocupados. Nestas
situações, “torna-se necessário, à utilização da iluminação artificial, para complementar a natural,
aproveitando as condições favoráveis que o meio ambiente oferece, e ao mesmo tempo, tomando-se
precauções contra situações desfavoráveis impostas por esse ambiente”.
O projeto de iluminação artificial deve visar a complementação da iluminação natural diurna de modo
satisfatório, constituindo-se então no sistema integrado de iluminação, e ao mesmo tempo atender a
iluminação necessária para o período noturno de forma a permitir o desempenho das tarefas visuais, sem
prejudicar as atividades fins, em qualquer horário.
Entretanto, é importante conhecer as características das lâmpadas, luminárias e equipamentos auxiliares,
para utilização de forma otimizada, a exemplo de lâmpadas com alta reprodução de cor em ambientes que
exigem fidelidade de cor, ou lâmpadas com alto rendimento luminoso e luminárias com coeficientes de
utilização elevados, em ambientes que exigem altos níveis de iluminação, evitando assim gastos
desnecessários com equipamentos, e energia elétrica.
A integração desses projetos de forma bem planejada contribuirá significativamente, para a redução do
consumo de energia elétrica pelo consumidor, e evitará a perda de recursos já escassos no mundo,
favorecendo a preservação do meio ambiente.
Apesar de ser importante, atualmente, a redução de gastos de energia, na vida doméstica e na vida das
empresas, o direito a uma boa iluminação deve ser concedido sem qualquer reserva. A racionalização do
custo global da iluminação é, sobretudo, uma questão de escolha correta das lâmpadas do ponto de vista
da eficiência, do uso de aparelhos que dirijam a luz para onde é necessária e do emprego de sistemas
modernos de ligação e controle automático, que adaptam as características da iluminação, às variadas
necessidades.
Quando se efetua a avaliação financeira de uma instalação de iluminação, consideram-se vários fatores de
custo. De uma forma geral, o consumo da energia é a maior componente do custo. Assim, usando
equipamentos de iluminação com maior rendimento e de manutenção fácil, pode-se atingir poupanças
significativas, sem deteriorar a qualidade de iluminação.
“A iluminação é considerada uma modesta consumidora de energia”, responsável por 4% do total da
energia primária consumida em todo mundo, mas, para se produzir 1000 lumens num período de 1000
horas, necessitaria de um total de 11000 velas. Assim, para se obter quase o mesmo fluxo luminoso basta
uma única lâmpada incandescente de 75W – que tem uma duração de 1000 horas – produz 960 lumens.
Em valores, isto significa que iluminar com velas custa hoje 500 vezes mais caro do que iluminar com
uma lâmpada. Thomas Alva Edson deve tê-lo previsto quando afirmou: ‘tornaremos a iluminação elétrica
tão barata que só os ricos poderão queimar as velas’. No entanto, muitas pessoas ainda pensam que a
iluminação é o maior consumidor de energia. Esta concepção deriva, provavelmente, da própria natureza
da luz, pois se trata de uma transformação de energia cujo consumo é realmente visível. Infelizmente, esta
idéia errada é freqüentemente alimentada por conselhos inadequados sobre energia, dados por autoridades

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responsáveis bem intencionadas. Os mitos criados podem ter sérias conseqüências, pois tendem deteriorar
os padrões da iluminação, que são vitais para a segurança e o bem estar da nossa sociedade. No período
conturbado que se seguiu ao choque do petróleo, houve mesmo fontes de luz indispensáveis que foram
simplesmente desligadas. Sem dúvida que no campo da iluminação há muitas oportunidades para se
conservar energia. É mesmo verdade dizer que a iluminação tem um enorme potencial para poupar
energia. “No entanto, para conseguir este objetivo não é necessário viver às escuras nem na obscuridade”.
Particularmente no ambiente de trabalho, indústria, comércio e serviços, a quantidade de luz deve ser
também um fator de qualidade. Se uma instalação não proporciona luz suficiente nas áreas iluminadas e
para tarefas previstas, a quantidade e qualidade de trabalho executado serão inferiores.
Reduzir os níveis de iluminação a valores abaixo das normas do Comitê Internacional de Iluminação, com
o intuito de poupar energia e dinheiro é, de forma geral, contraproducente. Mais de trinta anos de
pesquisas não deixam dúvidas de que os prejuízos financeiros resultantes de uma iluminação inadequada
podem ser enormes do ponto de vista do decréscimo de produtividade. Provou-se ainda, que uma
iluminação correta na indústria conduz à redução da fadiga, rejeições e acidentes.
Na Arquitetura Vernácula, as residências faziam pouco uso da luz natural no espaço interno, em função
dos lotes retangulares, com pouca dimensão frontal, janelas apenas na fachada da frente e no fundo e sem
recuos laterais. Estudos posteriores na área de saúde levaram às edificações maiores exigências de
salubridade, onde a entrada da luz e do vento torna-se de fundamental importância para eliminação de
micróbios e renovação do ar, nos ambientes internos, sendo que até hoje faz parte da regulamentação dos
códigos de obra dos Municípios. No entanto, as aberturas preestabelecidas por esses códigos para a
entrada de luz, nem sempre são adequadas ao desempenho das tarefas a serem desenvolvidas nestes
ambientes, nem tão pouco são avaliadas a quantidade e a qualidade da luz.

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2.0 – CONCEITOS BÁSICOS

2.1 LUZ - É a radiação capaz de causar uma sensação visual direta.

O olho humano é sensível a uma faixa muito pequena de radiação


eletromagnética – entre 0,4 a 0,7 mícron (380 a 760 nanômetros),
dentro da faixa de comprimento de onda do espectro solar que chega a
superfície da terra – 0,25 a 5,0 mícrons.
A máxima sensibilidade do olho ocorre no comprimento de onda de
0,55 mícrons, limite entre o verde e o amarelo. Como resultado a luz é
medida em unidades que são baseadas em intensidade de radiação a
0,55 mícrons, com ajustes de intensidade em outros comprimentos de
onda de luz visível.

2.2 RADIAÇÃO

2.2.1 Radiação e o espectro eletromagnético


Quando a matéria se torna mais quente do que o zero absoluto, ela começa a vibrar. Quando ela vibra,
emite radiação eletromagnética, ou seja, ondas elétricas e magnéticas. Isto ocorre porque a matéria é feita
de partículas carregadas e quando qualquer partícula acelera, ela produz ondas elétricas e magnéticas.
Partículas carregadas, se movendo ao longo de fios produzem ondas de radio; movimentos menores de
moléculas produzem radiação infravermelha e movimentos no núcleo produzem raios gama. Estas ondas
têm comprimento variável, dependendo do tipo de radiação. A faixa de comprimentos de ondas é
conhecida como o espectro eletromagnético que não possui limite superior e inferior absoluto.
Quanto mais aquecida estiver a substância, mais energia ela irradia a uma freqüência maior e
comprimento de onda menor. À baixa temperatura, as substâncias emitem uma radiação eletromagnética
de ondas longas e a temperaturas altas elas emitem radiação eletromagnética de ondas curtas. As ondas de
radiação muito longas possuem comprimentos de 1000 metros ou mais, a exemplo das ondas longas de
rádio. Nós não podemos vê-las nem tocá-las.

2.2.2 O espectro solar


A vida no nosso planeta tem evoluído em função do espectro solar (ondas eletromagnéticas de 0,25
mícrons a 5.0 mícrons). O espectro solar compreende desde os comprimentos de onda ultravioleta até
infravermelho. A radiação eletro magnética com um comprimento de ondas de 0,35 mícrons corresponde
à luz ultravioleta (UV), ou seja, é um comprimento que está além da luz violeta, perceptível no espectro
visível. A radiação a 5,0 mícrons está dentro do infravermelho, ou seja, além do vermelho visível. Com a
diminuição da espessura da camada de ozônio, a qual age como um filtro da radiação solar, está
aumentando a penetração da radiação Ultra Violeta na atmosfera, isto aumenta a ocorrência de câncer de
pele e destrói a vegetação, pois a vida evoluiu levando-se em conta uma faixa de comprimento de ondas
relativamente estreita.

2.2.3 O espectro visível (Luz visível)


Nós percebemos ondas eletromagnéticas de 0,4 mícrons (violeta) até 0,7 mícrons (vermelho) como luz.
Essa faixa é conhecida como o espectro visível ou luz visível, e está dentro da faixa do espectro solar, ou
seja, faz parte do espectro eletromagnético.

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2.3 - FISIOLOGIA DA VISÃO

2.3.1 Respostas à luz pelo olho


O olho é uma extensão do cérebro e procura, continuamente, entender os padrões de luz que chegam até
ele.Existem dois tipos de receptores no olho:
• Os bastonetes – os quais não diferenciam cor.
• Os cones - os quais diferenciam cor.
Apenas os bastonetes trabalham em níveis baixos de luz.
Por ter uma íris ajustável, o olho pode acomodar diferenças substanciais em níveis de luz que variam entre
0,25 lux (luz da lua) e 100.000 lux (luz do sol).

Por ter evoluído sob luz do sol e luz do dia, o olho usa essa luz eficientemente. Mas, quando vai reduzindo
a quantidade de luz à visão vai reduzindo a observação de detalhes até ficar tudo escuro. Neste intervalo a
pupila vai se dilatando para deixar entrar mais luz e com isso começa a forçar a visão e a acomodação do
cristalino, podendo provocar defeitos na visão - presbiopia.

2.4 COMPORTAMENTO DA LUZ

2.4.1 Absorção
É a transformação de energia radiante incluso o espectro
visível numa forma diferente de energia por interação com a
matéria. Implica mudança no comprimento de onda.

2.4.2 Reflexão
É a devolução de radiação por uma superfície, sem
modificação da freqüência dos componentes monocromáticos.

2.4.3 Reflexão especular


É a reflexão sem difusão, de acordo com as leis de reflexão
óptica, como num espelho, onde o ângulo de incidência é
igual ao ângulo de reflexão.

2.4.4 Reflexão difusa


É a difusão por reflexão, na qual, sob escala monocromática,
não há reflexão regular.

2.4.5 Refração
É a modificação na direção de propagação de radiação, determinada pela modificação na velocidade de
propagação, atravessando um meio não-homogêneo, ou passando de um meio para outro.

2.4.6 Transmissão
É a passagem de radiação através de um meio, sem modificação da freqüência dos componentes
monocromáticos.

2.4.7 Coeficiente de absorção, reflexão e transmissão


Quando a energia radiante incide sobre um corpo ela é absorvida, refletida ou transmitida. A energia
transmitida, quer dizer energia que atravessa o corpo por transparência, como ocorre no ar ou no vidro. A
energia radiante absorvida se transforma em energia térmica ou calor. A radiação refletida e a transmitida
não sofrem modificações alguma; se mantêm os mesmos tipos de comprimento de ondas.

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Os materiais se comportam seletivamente com relação à radiação incidente; isto significa que a quantidade
de energia que absorvem, refletem e transmitem é diferente para cada comprimento de onda.

2.4.8 Reprodução de Cor (Ra)


A impressão das cores de um objeto depende da composição espectral da luz que o ilumina, de suas
refletâncias espectrais e do sentido da visão humana. Portanto a cor não é exatamente uma propriedade
fixa e permanente de um objeto, mas o que se enxerga como cor é o fluxo luminoso refletido pelo mesmo.
Um objeto só será verde, para um observador, se o fluxo luminoso incidente contiver radiações verde que
possam ser refletidas por este objeto.
O sentido da visão se adapta à cor da luz e tem a tendência de considerá-la como branca ainda que isso
não corresponda à realidade. Depois de algum tempo em um quarto iluminado com a cor azul, nós
enxergamos uma luz branca, provinda de uma janela, como amarelada, e a própria luz do quarto como
branca.
A comparação das diversas fontes de luz, tendo como base sua eficiência luminosa e seu fluxo luminoso,
necessitará de um complemento: a reprodução de cor.
Mesmo sob luz artificial, queremos observar o mundo ao nosso redor da maneira mais natural possível.
Entretanto, as diversas famílias de lâmpadas são caracterizadas por reproduzirem a cor de diferentes
maneiras. Para indicar de forma consistente a propriedade da reprodução de cor de uma fonte de luz,
idealizou-se um índice de reprodução de cor, baseado na aparência de um número de cores padrões (no
caso oito) sob diferentes superfícies iluminantes. O método de avaliação, numa explicação bem
simplificada, consiste na avaliação das cores padrões, quando submetidas à luz da fonte a ser analisada e
sob a luz de uma fonte de referência à luz natural.
São estabelecidos valores de avaliação de 0 a 100, sempre se considerando o padrão como 100
(aproximadamente igual a cor natural), após o que é retirada a média, obtendo assim, o índice de
reprodução de cor (Ra) da fonte em análise.

Exemplos:
Lâmpadas Ra
Incandescentes 100
Fluorescentes compactas 48 a 85
Fluorescentes STD 48 a 85
Fluorescentes S-80 85
Vapor metálico 80 a 95
Vapor de mercúrio 55
Vapor de sódio A.P e B.P 20
Vapor de sódio branca 85

Um índice de reprodução de cor (Ra) em torno de 60 é considerado razoável; 80 – bom e 90 é excelente.


Claro que tudo irá depender da exigência da aplicação que uma lâmpada vai atender. Um Ra de 60 mostra-
se inadequado para a iluminação de uma loja, porém, é mais que suficiente para a iluminação de vias
públicas.

2.4.9 Aparência de Cor


O parâmetro que caracteriza a tonalidade da luz emitida pela lâmpada recebe o nome de temperatura de
cor. A maioria dos corpos negros (ex: ferro), aquecidos a uma temperatura suficientemente alta, emitem
uma luz avermelhada e, à medida que a temperatura aumenta, a luz emitida vai se tornando mais branca.
Este fenômeno, que é válido para as fontes de luz por termoradiação, estabelece uma relação entre a
temperatura da fonte de luz e a sua aparência de cor.

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Aparência de cor é utilizada para descrever a cor de uma fonte de luz, é então, comparada à cor do
radiador de corpo negro ou radiador absoluto. A temperatura do corpo negro em graus Kelvin, pela qual a
comparação de cor é obtida, é a temperatura de cor da fonte.

Exemplos:
Lâmpadas Temperatura de cor

Incandescente 2800 K
Fluorescente STD 5000 K
Vapor de Sódio 2100 K

As lâmpadas de menor temperatura de cor são chamadas de cores quentes, devido à cor amarelada que
apresentam, enquanto as de maior temperatura são chamadas de cores frias em função da cor
esbranquiçada.

Há dois aspectos nos quais a aparência de cor tem um papel decisivo, que são:

a) A utilização
simultânea de fontes de
luz com temperaturas
de cor diferentes, que
quando usada deve ter
um critério rigoroso,
para não causar
confusões visuais
devido principalmente
à adaptação cromática
do olho;

b) Locais com
exigência de altos
níveis de iluminação,
deve utilizar lâmpadas
com alta temperatura
de cor.

A experiência demonstra que, com iluminâncias baixas prefere-se fontes de luz quentes e sob níveis altos
de iluminância prefere-se fontes frias, pois estas são mais excitantes e despertam para melhor execução
dos trabalhos, enquanto as fontes de luz quentes, são mais relaxantes. Neste contexto, o clima também
exerce um papel importante. Em países de clima quente é comum a opção por lâmpadas geralmente de cor
fria.

2.5 UNIDADES FOTOMÉTRICAS

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2.5.1 Fluxo luminoso – lúmen (lm)

A unidade de fluxo luminoso o lúmen, é definido como a energia luminosa


emitida por segundo, por uma fonte pontual uniforme, de intensidade luminosa
unitária, dentro de um ângulo sólido unitário. O fluxo luminoso é o conceito para
a quantidade total de luz emitida em todas as direções por segundo, por uma fonte
luminosa natural (luz do dia) ou artificial (lâmpadas, fogo, vela, etc.).
O lúmen é designado pelo símbolo Ø. Todas as lâmpadas consomem energia
elétrica, expressa em watts, para irradiar a luz que emitem. Estas fontes são
identificadas pela potência elétrica utilizada em Watt e o fluxo luminoso que elas
emitem.

2.5.2 Eficiência Luminosa (lm/W)

Eficiência Luminosa
é a relação entre o
fluxo luminoso em
lumens e potência
em watts utilizada
para o
funcionamento da
lâmpada, exprime-se
então a eficiência em
lumens por watts
(lm/W).

Os fabricantes
dispensam
continuamente
maiores esforços
para melhorar a
eficiência das fontes de
luz.

Exemplos:
Lâmpadas Potência (W) Fluxo (lm) Eficiência: (lm/W)
Incandescentes 100 1500 10 a 15
Fluorescentes 40 2700 70 a 100
Fluorescente Compacta 9 600 60 a 70
Vapor de Mercúrio 400 22000 45 a 58
Luz Mista 160 3000 19 a 28
Vapor Metálico 2000 183000 70 a 95
Vapor Sódio Híbrido 350 34500 70 a 100
Vapor Sódio 400 47000 80 a 130

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2.5.3 Intensidade luminosa – candela (cd)

Intensidade luminosa é definida como a concentração de luz numa direção


específica, radiada por segundo, e representa o quociente do fluxo luminoso,
emitido por uma fonte ou por um elemento da fonte, num cone infinitamente
pequeno contendo o sentido referido, pelo ângulo sólido deste cone. A luminância
do radiador integral, à temperatura de solidificação da platina (2042 K) é
60cd/cm2.
Define-se então, como sendo o fluxo luminoso radiado numa certa direção por unidade de ângulo sólido,
ou seja, o ângulo subentendido no centro de uma esfera, por uma área na sua superfície, numericamente
igual ao quadrado do raio.
É designada pelo símbolo I e a unidade é candela (cd).
A lâmpada comum isolada emite o mesmo fluxo luminoso e a mesma intensidade luminosa em todas as
direções, mas quando a lâmpada é inserida em uma luminária, o fluxo luminoso se reflete pelas superfícies
das luminárias, mudando a direção dos raios luminosos e aumentando a intensidade luminosa em algumas
direções, diferenciando em relação a outras, a depender da forma e do polimento interno destas, conforme
figuras representando o comportamento da luz em refletores na página 20.
As lâmpadas incandescentes refletoras e as halógenas com refletor dicróico funcionam como luminárias,
devido a existência de dispositivos de modificação do fluxo luminoso numa certa direção.

2.5.4 Iluminância - lux


A iluminância é a razão do fluxo luminoso incidente
numa superfície pela área da mesma.Um lux equivale a
um lúmen por metro quadrado ↔ 1 lux =
1 lumen
m2
θ (lumens )
E (lux) =
S( m 2 )
É uma medida de densidade de fluxo. Numa fonte
pontal, mais distante da fonte, menor será o nível de
iluminância, em função da lei do inverso do quadrado.
I(cd )
E (lux ) =
d2
Onde:
I = a intensidade luminosa em candelas (cd) a 0º da fonte.
d = é a distância da fonte ao ponto que se deseja saber o nível de iluminamento.

Exemplos:
Verão ao meio dia com céu limpo 100000 lux
Verão ao meio dia na sombra 10000 lux
Céu encoberto 5000 lux
Escritórios (mínimo) 500 lux
Sala de Estar (residência) 100 lux
Iluminação publica 5 – 30 lux
Lua cheia 0,25 lux

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2.5.5 Luminância – candelas / m² (cd/m²)

Luminância é um termo técnico usado em iluminação para indicar a quantidade da radiação emitida por
uma superfície luminosa, vista de uma direção específica. A luminância é expressa em candelas por metro
quadrado (cd/m2). Portanto, quanto maior a luminância de uma superfície, mais clara ou mais brilhante
esta superfície parecerá aos nossos olhos, dependendo das características de sua conformação.
A luminância de uma folha de papel branco, em cima de uma mesa escura, é maior que a da mesa, mas a
iluminância no papel e na mesa são iguais. Isto porque as características de reflexão (refletâncias) das
superfícies e objetos variam muito e, aqui, o padrão de luminância percebida pode exibir grandes
contrastes, o papel branco e a mesa escura. O mesmo acontece com o fundo branco do papel e a cor das
letras. Essa diferença de luminância permite a visão das letras por meio do contraste entre as refletâncias
espectrais do papel e das letras. As diferenças de luminância podem dificultar a percepção, talvez até a
ponto de provocar cansaço, como no caso de superfícies brilhantes.

2.6 CONFORTO LUMINOSO

Conforto visual – Corresponde ao grau de satisfação visual produzido pelo ambiente iluminado, enquanto
o Desempenho visual – corresponde à avaliação quantitativa do desempenho de uma tarefa.

2.6.1 Níveis de luz


Níveis de iluminação baixos podem resultar em cansaço, dores de cabeça e uma crescente quantidade de
erros cometidos quando executamos tarefas visuais. Enquanto que níveis de luz altos podem perturbar a
retina e causar tontura.
No Brasil a associação brasileira de normas técnicas – ABNT, através da NBR – 5413-82, fixa a
iluminância mínima a ser atingida em função de cada ambiente visando o desempenho visual necessário
para cada tarefa e o conforto visual.

Exemplos:
restaurantes 100 lux
escritórios 300-750 lux
fábricas 300-500 lux

2.6.2 Ofuscamento
O ofuscamento ocorre devido a uma luz muito brilhante justaposta a uma área mais escura. Os olhos e o
cérebro tentam se ajustar às duas condições e, conseqüentemente, sente-se desconforto. O brilho deve ser
diminuído através do controle da intensidade da luz em determinadas direções.
O ofuscamento direto da fonte de luz ou refletido resulta normalmente em desconforto e em casos
extremos chega a bloquear totalmente a visão. Ele deve, portanto, ser evitado a todo custo sob pena de
ocorrerem situações de alto risco particularmente na indústria e nas vias públicas.

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Uma pessoa exposta a um ofuscamento desconfortável por períodos prolongados, mesmo que de
baixa intensidade, pode vir a ter sensações de fadiga e dor de cabeça, sem causa aparente

3.0 ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

3.1 LÂMPADAS

CRITÉRIOS MAIS IMPORTANTES NA ESCOLHA DAS LÂMPADAS


Os aspectos considerados mais importantes na escolha da fonte de luz, são:
- Eficiência luminosa (lm/W)
- Fluxo luminoso (lumens - lm)
- Reprodução de cor (Ra)
- Aparência de cor (K)
- Vida Útil (horas)

3.1.1. LÂMPADAS INCANDESCENTES

A lâmpada incandescente comum é a mais antiga fonte de luz elétrica, continua sendo
uma fonte de luz de uso muito difundido no mundo inteiro, tendo em vista os baixos
preços para aquisição, no entanto, tende a desaparecer do mercado em vista do alto
consumo de energia necessário para seu funcionamento.
Possui dispositivo – que consiste em um filamento irradiando luz dentro de um bulbo
de vidro com vácuo ou preenchido por gás – apresenta um índice de reprodução de cor
(Ra) equivalente a 100, fornecendo uma reprodução considerada perfeita.
O fluxo luminoso varia em função da potência conforme valores estabelecidos da
OSRAM, no anexo 1.
As potências variam de 25 W a 500 W, a depender do fabricante. Possuem vida média
em torno de 1000 horas, baixa eficiência luminosa (10 a 15 lm/W) e não utilizam equipamento auxiliar
para seu funcionamento. A temperatura de cor é baixa, em torno de 2800 K, e aparência de cor quente e
relaxante, semelhante à luz do por do sol. Podem ser encontradas em grande variedade de formatos e
tamanhos.

LÂMPADAS REFLETORAS
As lâmpadas incandescentes refletoras, graças a um revestimento refletor
(aluminizado) no interior do bulbo, dirigem o facho de luz com maior intensidade
luminosa para uma direção preferencial. Com isso é possível se obter uma
racionalização na utilização da luz, de maneira que uma lâmpada incandescente
comum de 100 W pode, em certos casos, ser substituída por uma refletora de 60 W
com os mesmos resultados.
As lâmpadas refletoras são encontradas com vários tipos de bulbos, de acordo com a
geometria de facho luminoso desejado; em potências que vão desde de 40 W a 120
W, conforme o fabricante, vide anexo 1 e 6.

Aplicações de Lâmpadas Incandescentes


- Iluminação Geral: Residências, Shopping Center, Hotéis, Motéis, Clubes, Restaurantes, Butiques,
Teatros, Cinemas, Auditórios, Halls, Hospitais e etc.
- Iluminação Decorativa: Lustres, Painéis, Vitrines, Boates, etc.
- Iluminação Específica: Máquinas, Geladeiras, Fogões, Acampamentos, Fazendas, etc.
- Iluminação Dirigida: Vitrines, Galerias, Museus, Hotéis, Residências, etc.

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LÂMPADA DE HALOGÊNIO
Um tipo mais recente de lâmpada incandescente é a de halogênio, preenchida
por um gás que possibilita temperaturas de operações mais altas. Este tipo de
lâmpada tem como características típicas: luz branca e brilhante com
propriedade de perfeita reprodução de cor, manutenção constante do fluxo
luminoso durante toda sua vida, formato compacto, maior eficiência e vida
mais longa que uma lâmpada incandescente comum.
Existem muitas versões de lâmpadas de halogênio, como por exemplo, a
lâmpada reta de contato nas duas extremidades, a lâmpada mais curta de
contato numa única extremidade ou as diminutas lâmpadas de baixa tensão,
com ou sem refletor.
Possuem vida média em torno de 2000 horas, eficiência luminosa de 15 a 25 lm/W e excelente Ra, não
necessitando de equipamento auxiliar, com exceção da halógena com refletor dicróico que utiliza
transformador (12V).
As lâmpadas halógenas com refletor dicróico, apresentam abertura de fachos que variam de 10º a 70º,
conforme anexo 7, sendo que as de facho reduzido (10º), a médio (24º), só devem ser utilizadas em
iluminação direcionada, com o devido cuidado.

Aplicações Halógenas
Vitrines, painéis, saguões, estúdios de TV e fotografia, etc.

Aplicações Halógenas Dicróicas


Vitrines, lojas, residências, hotéis, restaurantes, galerias, museus, boates, stands, etc.

3. 1.2 LÂMPADAS DE DESCARGA


Todas as famílias de lâmpadas abordadas a seguir são lâmpadas de descarga, pois não possuem filamento
emissor de luz.
A luz é gerada por uma descarga elétrica que provoca a radiação de luz visível pelo próprio gás ou por um
pó fluorescente existente no interior do bulbo.
Todas as lâmpadas de descarga requerem um limitador de corrente elétrica, normalmente um reator,
algumas necessitam de um dispositivo de partida, starter ou ignitor, que auxilia no processo de descarga
do gás. Portanto, a lâmpada de descarga, o limitador e o dispositivo de partida (equipamentos auxiliares),
formam um sistema no qual estes também consomem energia.

AS FAMÍLIAS DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES


As lâmpadas fluorescentes são lâmpadas de descarga de baixa pressão, nas
quais utiliza-se um pó fluorescente nas paredes internas da lâmpada,
tornando visível à radiação da descarga do gás.
Depois da lâmpada incandescente, a fluorescente linear é a mais usada,
podendo ser encontrada numa grande variedade de aplicações. As lâmpadas
fluorescentes podem ser adquiridas nas cores: Extra luz do dia, Branca
Confort, Super 84 e Super 85, a depender do fabricante. Quanto à
reprodução de cor varia de 60 a 95 Ra e a eficiência luminosa de 80 a 85
lm/W, existem disponíveis no mercado diversas famílias dessas lâmpadas com uma grande variedade de
cores.
As lâmpadas fluorescentes de cor standard possuem um único pó fluorescente, fornecendo um baixo
índice de reprodução de cor e uma boa eficiência. Estas lâmpadas têm um preço de aquisição favorável e
são empregadas em lugares onde as propriedades de reprodução de cor possuem importância apenas
limitada, como em prédios de estacionamento, plataforma de estações e algumas aplicações industriais.

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As lâmpadas de série Super 80 possuem três tipos de pó fluorescente, proporcionando um bom índice de
reprodução de cor muito bom (Ra 80), e uma eficiência de aproximadamente 85 lm/w.
A alta eficiência luminosa e reprodução de cor fazem com que as cores Super 80 sejam a opção perfeita
para áreas de moradia e trabalho, como escritórios, áreas de venda, escolas, residências, indústrias, etc.
Possuem vida útil em torno de 7500 horas; necessitam de equipamentos auxiliares (reator e starter) para
partida convencional, e apenas de reator, para partida rápida. São encontradas em potencias
compreendidas na faixa de 15 a 110 W.
Quanto a temperatura de cor encontra-se desde temperaturas baixas 3000 K, cores quentes, a 6100 K,
cores frias, conforme anexo 3.

Aplicações Fluorescentes
Escritórios, indústrias, supermercados, lojas, escolas, hospitais, bibliotecas, etc.

LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS


As lâmpadas fluorescentes compactas foram desenvolvidas para serem utilizadas em
locais em que predominam tradicionalmente as lâmpadas incandescentes.
As lâmpadas fluorescentes compactas utilizam 1/5 da energia consumida por uma
lâmpada incandescente que produz o mesmo fluxo luminoso, além de durarem dez
vezes mais.
Este tipo de lâmpada é um exemplo típico que demonstra como um preço de custo
inicial maior pode significar um investimento total menor, considerando o consumo de
energia reduzido e a vida útil em torno de 10.000 horas.
A reprodução de cor varia de 60 a 95 Ra e a eficiência luminosa de 60 a 80 lm/W.
Quanto à tonalidade de cor também existem cores quentes (cor21) e cores frias (cor41).
As potências variam de 5 W a 36 W, conforme anexo 2.

Aplicações Fluorescentes Compactas


Hotéis, lojas, restaurantes, residências, halls, auditórios, iluminação localizada, etc.

LÂMPADAS DE DESCARGA DE ALTA PRESSÃO (ML, SON, HPL-N,HPI)

LÂMPADAS TIPO MISTA


Produzem luz pela radiação visível emitida pelo tubo de descarga do mercúrio em
alta pressão, somada a radiação ultravioleta transformando em radiação visível pela
camada de fósforo que reveste a parte interna do bulbo, bem como a luz produzida
pelo filamento limitador de corrente.
Possuem vida média em torno de 6000 horas, eficiência luminosa de 19 a 29 lm/w,
índice de reprodução de cor 60 Ra e temperatura de cor entre 3600 K a 4100 K.
Não necessitam de equipamentos auxiliares, podendo ser encontradas nas potências
de 160, 250, e 500 W, para funcionamento sob tensão de 220/230 V, conforme
anexo 4. A lâmpada mista de 160 W possui restrição quanto à posição de
funcionamento, somente sendo permitida instalações com a base num ângulo
máximo de 30º em relação à vertical.

Aplicações de Lâmpadas Mistas:


Geralmente em substituição a lâmpadas incandescentes em instalações já feitas, onde a iluminação deixa a
desejar. Exemplos: indústrias, depósitos, jardins, etc.

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LÂMPADA A VAPOR DE MERCÚRIO
Produzem a luz pela descarga elétrica do vapor de mercúrio em alta pressão e pela
conversão da radiação ultravioleta produzida pela descarga do mercúrio, na parede interna
do invólucro.
Possuem eficiência luminosa de 45 a 58 lm/w, índice de reprodução de cor 65 Ra, vida útil
média superior a 18000 horas, e temperatura de cor de 3500 K a 5000 K. Necessitam
apenas do reator como equipamento auxiliar, e podem ser encontradas em potências de 80
a 1000 W,conforme anexo 5.
Aplicações: áreas industriais, vias públicas, pátios e estacionamentos, áreas esportivas,
fachadas, etc.

LÂMPADAS VAPOR METÁLICO


Produzem luz pela descarga elétrica do vapor de mercúrio (em alta
pressão) com aditivos metálicos.
Boa eficiência luminosa (70 a 95 lm/W), índice de reprodução de cor
muito bom de 85 a 93 Ra, e vida média que varia em função da potência
de cada lâmpada.
Necessitam de um reator e de um ignitor como equipamentos auxiliares, e são encontradas na forma
tubular nas potências de 400, 1000, 2000 W, conforme anexo 4, mas também são encontradas nas
potências de 70 W e 150 W.
Aplicações: Áreas internas: shopping e lojas, e quadras de esportes, ginásios, campos de futebol, etc.

LÂMPADA A VAPOR DE SÓDIO DE ALTA PRESSÃO (SON, SON/T, SON-H)


Produzem luz, na cor branco-dourada, pela descarga elétrica do vapor de sódio em alta pressão.
Possuem alta eficiência luminosa, 80 a 130 lm/W - desconsiderando a perda do reator; péssimo índice de
reprodução de cor (20%), e vida média superior a 18000 horas.
Necessitam de um reator e de ignitor como equipamentos auxiliares, podendo ser encontradas nas
potências compreendidas na faixa de 70 a 1000 W. São encontradas no mercado em dois formatos: ovóide
(lâmpadas SON) nas potências de 70, 150, 250 e 400 W e tubular (lâmpadas SON/T) nas potências de
250, 400 e 1000 W.
Esse tipo possui eficiência luminosa de aproximadamente 100 lm/W, índice de reprodução de cor
considerado péssimo e vida útil superior a 20000 horas. Um tipo especial de lâmpada de sódio é a
lâmpadas do tipo SON-H, que pode ser usada para substituir uma lâmpadas a vapor mercúrio, com 50% a
mais de fluxo luminoso e com uma economia de energia em torno de 15%, sem necessidade de trocar o
reator ou adicionar um sistema de partida e vida útil superior a 12000 horas. Disponível na potência de
350 W.
Aplicação: Áreas industriais, vias carroçáveis, pátios e estacionamentos, canteiros de obras, fachadas, etc.

3.1.3. LÂMPADAS DE DESCARGA DE ALTA PRESSÃO

O principio de lâmpada de descarga de alta pressão oferece inúmeras oportunidades para inovações
técnicas, principalmente no que se refere a cor e eficiência.
A lâmpada de sódio “branca” (SDW-T) apresenta boas propriedades de reprodução de cor (Ra 85) e uma
eficiência luminosa mais reduzida que a tradicional - 50 lm/w. Tais lâmpadas podem ser encontradas em
versões a partir de 35 W. Como suas cores combinam com a luz incandescente, estas lâmpadas são
indicadas especialmente para iluminação interna, em luminárias de forro e de chão com facho dirigido.

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3.2 LUMINÁRIAS

As luminárias são definidas como equipamentos que permitem contatar a lâmpada à rede elétrica,
distribuindo convenientemente seu fluxo luminoso, alem de protege-la de fatores externos. São fabricadas
nas mais diversas formas, atendendo às características dos diversos tipos de lâmpadas e aplicações.

A luminária é então um equipamento que recebe a fonte de luz artificial e modifica a distribuição espacial
do fluxo luminoso produzido pela mesma, porque possui dispositivos que se destinam a orientar o fluxo
luminoso da lâmpada na direção desejada. Podem ser designadas como: refletores, refratores, difusores,
prismas e colméias.

TIPOS DE REFLETORES:

Os Refletores são dispositivos que servem para modificar a distribuição espacial do fluxo luminoso de
uma fonte, utilizando essencialmente o fenômeno da reflexão especular. Os refletores mais utilizados são
os circulares, os parabólicos, os elípticos e os de formas especiais, conforme mostram as figuras a seguir.

LOCALIZAÇÃO DA FONTE DE LUZ


REFLETOR
NO FOCO ADIANTE DO FOCO ATRÁS DO FOCO

CIRCULAR

PARABÓLICO

ELÍPTICO

Aplicações específicas dos perfis básicos dos refletores

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REFRATORES E DIFUSORES são os dispositivos que modificam a distribuição do fluxo luminoso de
uma fonte de luz artificial utilizando o fenômeno da transmitância. Em muitas luminárias, esses
dispositivos têm como finalidade principal a vedação da luminária protegendo a estrutura interna contra
poeira, chuva, poluição e impactos. É o caso das luminárias que utilizam vidro plano frontal. Nesse caso,
não existe modificação espacial do fluxo luminoso proveniente do conjunto lâmpada x refletor. Os
difusores são elementos translúcidos, foscos ou leitosos, colocados em frente à fonte de luz com a
finalidade de diminuir sua luminância, reduzindo as possibilidades de ofuscamento. Ë o caso das placas de
vidro ou bacias de plástico acrílico das luminárias fluorescentes. Podem também ser utilizados para
conseguir um aumento da abertura de facho de uma luminária. As colméias funcionam como refletores
difusos, defletores, ou como absorventes de fluxo luminoso disperso, quando se desejam luminárias de
facho fechado em locais onde existam problemas graves de ofuscamento.

Características dos materiais para difusores:


MATERIAL TRANSMITÂNCIA RESISTÊNCIA RESISTÊNCIA PESO RESISTÊNCIA A RESISTÊNCIA
(%)* AO AO TEMPERATURA AO CHOQUE
ENVELHECIMENTO IMPACTO (oC) TÉRMICO
Vidro 88 ótima fraca elevado 230 fraca
Acrílico 92 Boa** regular baixo 70-100 boa
Policarbono 87 Boa** elevada baixo 135 boa
*valores aproximados para uma lâmina de 3mm de espessura.
**se tiverem estabilizado quanto ao ultravioleta proveniente da lâmpada ou do exterior.

CRITÉRIOS MAIS IMPORTANTES NA ESCOLHA DA LUMINÁRIA

- Sistema de Iluminação Integrado: a luminária deve pertencer a um Sistema Integrado de Iluminação.


Neste sistema a luminária é projetada especificamente para um determinado tipo de lâmpada e seu
respectivo equipamento auxiliar. Com isto obtemos uma maximização do desempenho do sistema.
- Qualidade: está relacionado com a segurança, durabilidade do equipamento e o fornecimento de
condições ideais de funcionamento e características da lâmpada.
- Rendimento: a luminária deve possuir rendimento luminoso (reflexões internas) compatível com sua
aplicação, o que determina a quantidade necessária para atender a iluminação adequada do
ambiente.
- Facilidade de instalação e manutenção.
- Design: deve possuir um design que proporcione perfeita integração ao tipo de ambiente no qual
será aplicada.

3.2.1 – SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO

As luminárias para iluminação de interior são classificadas pela Comissão Internacional de Iluminação em
cinco tipos, conforme a distribuição espacial do fluxo luminoso por ela emitido. Essa distribuição é
representada graficamente através de curvas fotométricas, ou curvas de distribuição luminosa. Estas são
construídas a partir de um diagrama polar, utilizando-se vetores de módulo proporcional ao valor absoluto
das intensidades luminosas, medidas em diversas direções.

Em função da distribuição e orientação do Fluxo Luminoso da fonte de luz a iluminação é classificada de


acordo com os seguintes sistemas:

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Iluminação direta - o fluxo luminoso proveniente
das luminárias é especialmente orientado para o
campo de trabalho. É o sistema que proporciona
o melhor rendimento da iluminação, embora
também seja o mais sensível à ocorrência de
ofuscamento e de um baixo fator de
uniformidade. Esse sistema de iluminação deve
ser indicado em ambientes com grandes
dimensões, pé direito alto, e nível de iluminância
acima de 500 lux, e/ou iluminação localizada.

Iluminação semi-direta – A maior parte do fluxo


luminoso (mais de 50%) é direcionado para
baixo, enquanto um percentual menor (em torno
de 40%), é dirigido para cima, proporcionando
um bom rendimento, boa apresentação, e
resultados normalmente mais favoráveis,
sobretudo na iluminação comercial, pois a
iluminação torna-se mais uniforme, com o teto
iluminado, mas, em termos de consumo de
energia é mais oneroso.
Deve ser indicado em ambientes com níveis de iluminância médio, 300 a 500 lux e distribuição de luz
uniforme.

Iluminação semi-indireta – A maior parte do


fluxo luminoso (mais de 50%) é direcionado
para cima, enquanto um percentual menor
(em torno de 40%), é dirigido para baixo,
proporcionando também uma boa
apresentação, e resultados normalmente
favoráveis, pois a iluminação torna-se mais
uniforme, com o teto iluminado, mas, em
termos de consumo de energia é também
mais oneroso. Deve ser indicado em
ambientes com pequenas dimensões e níveis de iluminância baixo, 100 a 200 lux.

Iluminação mista – A metade do fluxo


luminoso (50%) é direcionado para cima,
enquanto o mesmo percentual (50%), é
dirigido para baixo, proporcionando
também uma boa apresentação, e resultados
normalmente favoráveis, pois a iluminação
torna-se mais uniforme, com o teto
iluminado, mas, em termos de consumo de
energia é mais oneroso que os anteriores.
Recomenda-se para situações semelhantes
às recomendações do sistema de Iluminação
semi-indireta.

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Iluminação indireta - o fluxo luminoso emitido
pela luminária só atingirá o plano de trabalho
depois de refletido pelo teto ou paredes do
ambiente. É o sistema que possui o menor
rendimento, mas que poderá apresentar maior
uniformidade na distribuição da luz, ou, em
certas condições, efeitos decorativos. Nesse
caso, o teto e as paredes adjacentes deverão
possuir alta refletância, para contribuir com o
nível de iluminância, pois comparando esta
classificação em relação ao consumo de energia
das anteriores, esta última teria um consumo
mais elevado, tendo em vista ser necessário um maior número de lâmpadas para proporcionar o mesmo
nível de iluminância.
Esse sistema será indicado para ambientes com baixos níveis de iluminância, em torno de 100 lux, e
recomenda-se que para efeito de redução do consumo de energia haja combinações com outros sistemas,
constituindo-se em sistemas alternativos.

Exemplos de iluminação.

Numa sala de estar, jantar ou dormitório de uma residência, onde a Norma recomenda níveis de
iluminância de 100 a 200 lux, pode-se indicar uma iluminação indireta para atender a 50 lux e o restante
ser complementado com iluminação direta ou direcionada paredes com quadros ou mesas de centro, de
canto ou de leitura, a depender do ambiente. Neste caso a iluminação seria totalmente flexível com opções
de usos diferenciados.

3.2.2. APLICAÇÃO INTERNA

COMERCIAL
Os tipos de luminárias mais comuns são as equipadas com uma ou
mais lâmpadas fluorescentes.
As versões encontradas variam desde um simples trilho ou calha,
ate luminárias com sistemas ópticos projetados que utilizam
refletores para direcionar o facho de luz e/ou difusores para controle
do conforto visual.
O que diferencia uma luminária em relação à outra é o atendimento aos requisitos básicos, como os
mencionados anteriormente.
É possível serem acoplados refletores, por meio de encaixe, tanto pintados como de alumínio anodizado,
dependendo da necessidade de um facho de luz aberto ou concentrado, ou mesmo uma grade protetora da
lâmpada.

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Graças aos componentes acopláveis, a utilização desta luminária permite grande racionalização nos
estoques, além de proporcionar a distribuição de luz mais adequada à utilização do equipamento.

INDÚSTRIAL
As luminárias preferidas em interiores industriais, até uma altura de montagem de
aproximadamente 6 metros, são as luminárias equipadas com lâmpadas fluorescentes,
normalmente tipo calhas.
Em alturas superiores a esta marca utiliza-se normalmente luminárias equipadas com
lâmpadas de descarga em alta pressão, pois estas lâmpadas possuem fluxo luminoso
elevado e possibilitam a construção de sistemas ópticos para obtenção de fachos mais
concentrados, devido à altura de montagem.
A utilização de luminária com lâmpadas de descargas, em alturas inferiores a 6
metros, deverão ser estudadas os devidos cuidados a fim de evitar o desconforto visual.
As luminárias deverão ser fabricadas com materiais que resistam às condições desfavoráveis deste
ambiente, tais como: choque mecânico, vibrações, atmosferas agressivas, etc, devido ao tipo de ambiente
que serão instaladas.
Aplicações: iluminação de áreas de produção em geral, ginásios, oficinas, depósitos, galpões de grande
pé-direito, etc.

3.2.3. APLICAÇÃO EXTERNA

PÚBLICA
A utilização de uma boa luminária ajuda na obtenção de uma iluminação
pública de qualidade.
O desenho, a composição e o tipo de material utilizado para confecção do
sistema óptico da luminária são os maiores responsáveis pelo seu rendimento.
A distribuição de luz proveniente deste sistema óptico define as curvas de
intensidade luminosa e utilização, bem como o diagrama de isocandelas.
Para evitar a depreciação precoce da luminária e também facilitar a manutenção, o sistema óptico é
fechado através de um difusor de vidro plano ou acrílico.
Algumas luminárias utilizam difusor em vidro prismático. Porém, este tipo de difusor ocasiona grandes
perdas e gera um maior desconforto visual.
Uma boa luminária de geração moderna possui junto ao corpo um compartimento para fixação e abrigo
dos equipamentos auxiliares da lâmpada. Possui corpo em poliéster e fibra de vidro, base de fixação em
alumínio fundido e difusor em acrílico.
Aplicação: vias, rodovias, avenidas, entroncamentos, praças, jardins, etc.

PARQUES E JARDINS
A finalidade essencial da iluminação de parques e jardins é acentuar a beleza do
cenário e eliminar áreas escuras em regiões bem iluminadas.
Assim sendo, uma luminária para atender a esses requisitos deverá, alem de suprir as
necessidades luminotécnicas, observar os aspectos decorativos, para uma perfeita
integração com o ambiente em que se encontra instalada.
Um design não agressivo, com formas delicadas, porém com a responsabilidade de
atender as exigências luminotécnicas locais, é o que se deseja de uma luminária para este tipo de
iluminação.
A distribuição de luz deverá ser bastante uniforme e difusa, não se necessitando de elevados níveis de
iluminação, o que possibilita a utilização de luminárias para lâmpadas de descarga de baixas potências.

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ESPORTIVA/PÁTIOS
Os projetores são equipamentos destinados a direcionar a luz das lâmpadas para a
área objeto da nossa atenção.
Existe uma vasta série de unidades, facultando a escolha do tipo de lâmpada e de
refletor, a fim de satisfazer às muitas e variadas exigências neste campo da
iluminação.
O material empregado na fabricação desses equipamentos deve resistir às condições
do ambiente em que são aplicados, tais como: intempéries, choques térmicos, ventos,
atmosfera agressivas e etc.
Aplicações: campos de futebol, quadras poli-esportivas, ginásios, pátios de estacionamento, construções,
depósitos abertos, estádios e etc.

4.0 CONDIÇÕES PARA PROJETO DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL

Na execução de um projeto de iluminação devem ser considerados alguns aspectos, descritos a seguir:

FUNÇÃO DO AMBIENTE.
A escolha das lâmpadas e luminárias depende da função do ambiente que se deseja iluminar, e o tipo de
iluminação mais adequada. Se o ambiente exigir índices de reprodução de cor e níveis de iluminamento
elevados, as lâmpadas deverão ter rendimento luminoso (lm/w) e IRC (Ra) elevados, luminárias com alto
fator de utilização da luz (fu), distribuídas uniformemente, e com iluminação direta, a fim de minimizar o
consumo de energia.

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO AMBIENTE.


A forma do ambiente (comprimento, largura, pé direito), assim como as cores e texturas das paredes, teto,
piso e mobiliário, influenciará diretamente na iluminação, pois, será nessas superfícies que a luz incidirá e
através dessas superfícies a iluminação natural e/ou artificial será refletida, influindo no fator de utilização
da luz no ambiente, e no layout das luminárias.

ILUMINÂNCIA ADEQUADA AO TIPO DE ATIVIDADE.


A iluminância será determinada de acordo com a finalidade do ambiente em relação aos objetivos a serem
atingidos e as exigências das Normas Brasileiras – NBR – 5413 da ABNT.

Exemplos de Níveis Mínimos Recomendados para Iluminação Interior*


Lux Área de atividade / aplicação
100 Áreas de circulação (por ex. corredores)
200 Fundições, serrarias.
300 Salas de aula, salas de conferências, trabalho grosseiro, (por ex. montagem de máquina
pesada)
500 Laboratórios, livrarias, salas de leitura, escritórios, salas de informática, salas de
conferência, lojas “self-service”, trabalho médio, (por ex. montagem de veículos)
750 Trabalho fino, como por ex. eletrônica e montagem de máquinas para escritório, salas de
desenho.
1000 Salas de inspeção médica local, (hospitais), retoques, gravação, trabalho de precisão.
2000 Gravura em cobre e ferro
3000 Locais de operações cirúrgicas
* Valores retirados da lista das recomendações da C.I.E.

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PRESENÇA DA LUZ NATURAL.
A iluminação artificial será projetada para atender na ausência de luz natural, principalmente durante a
noite, mas, é fundamental que seja considerado também as situações onde a presença de luz natural não é
suficiente para atender ao nível de iluminância necessária para o desempenho visual previsto para a função
do ambiente, o que normalmente acontece na maioria das edificações de uso não residencial. Assim sendo,
a iluminação artificial deverá ser projetada para agir de maneira integrada, suprindo as áreas onde existe
deficiência de luz natural. Neste caso é importante a identificação do tipo e localização das janelas, versus
layout e o acionamento das lâmpadas.

ESCOLHA CORRETA DAS LÂMPADAS:


REPRODUÇÃO DAS CORES DAS SUPERFÍCIES E OBJETOS.
Todo o cuidado deve ser tomado na escolha criteriosa das fontes de luz artificiais para que o ambiente não
fique com as cores deformadas e a decoração prejudicada com essa iluminação .
Quando desejamos uma correta reprodução das cores, devemos utilizar fontes de luz de elevado índice de
reprodução de cores (IRC). Considerando a variação do índice de 0 a 100, que indica aproximadamente o
rendimento de cor de uma lâmpada em relação a uma fonte ideal. O sistema é baseado em como as
pequenas mudanças na cor são distinguidas pelo olho humano.

APARÊNCIA DE COR DA LÂMPADA UTILIZADA (OU TEMPERATURA DE COR).


Locais com exigência de altos níveis de iluminação, devem utilizar lâmpadas com alta temperatura de cor.
A experiência demonstra que, para baixas iluminâncias prefere-se fontes de luz quentes e sob níveis altos
de iluminância prefere-se fontes frias, pois estas são mais excitantes e despertam para melhor execução
dos trabalhos, enquanto as fontes de luz quentes, são mais relaxantes.
Neste contexto, o clima também exerce um papel importante

EFICIÊNCIA LUMINOSA DA LÂMPADA.


A eficiência das diferentes lâmpadas varia de 10 lm/W (incandescente) até mais de 100 lm/W (vapor de
sódio). Isto se reflete na economia de energia, que é um aspecto bastante valorizado, mas a importância da
eficiência da lâmpada não deve sobrepor aos outros aspectos de compatibilização com as características
do ambiente.

VIDA ÚTIL DA LÂMPADA.


Este aspecto implica no custo da instalação e custo de manutenção. A vida útil das lâmpadas varia de 1000
horas das lâmpadas incandescentes, a 24.000 horas das lâmpadas de vapor de sódio e vapor de mercúrio.
As lâmpadas incandescentes, apesar de terem um custo relativamente menor que as outras lâmpadas
tornam-se mais caras pela freqüência de substituição, tornando assim a manutenção mais cara, enquanto,
as lâmpadas com maior vida útil, reduz o tempo de substituição e em conseqüência a manutenção.

ESCOLHA CORRETA DA LUMINÁRIA


A luminária deverá se escolhida em função do tipo do ambiente, da fonte de luz artificial escolhida e tipo
de iluminação adequada para modificação e distribuição espacial do fluxo luminoso produzido. Poderá ser
escolhida: Iluminação direta, indireta ou mista, utilizando refletores, refratores, difusores, prismas e ou
colméias.
Na iluminação indireta onde o fluxo luminoso emitido pela luminária só atinge o plano de trabalho depois
de refletido pelo teto ou paredes do ambiente, o sistema possui menor rendimento luminoso, mas poderá
apresentar maior uniformidade na distribuição da luz, ou, em certas condições, efeitos decorativos. Nesse
caso, o teto e as paredes adjacentes deverão possuir alta refletância, para contribuir com o nível de
iluminância, pois o consumo de energia será mais elevado do que em outros tipos de iluminação, tendo em
vista que é necessário um maior número de lâmpadas para proporcionar o mesmo nível de iluminância.

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RENDIMENTO DA LUMINÁRIA.
O rendimento da luminária varia em função da razão entre o fluxo luminoso emitido pela lâmpada e o
refletido pela luminária, cujas características construtivas geram as curvas fotométricas distintas com a
distribuição luminosa. A forma de distribuição do fluxo luminoso pela luminária, assim como os materiais
dos quais são constituídas, influenciam diretamente no rendimento da luminária e aproveitamento da
quantidade de luz proporcionada pela lâmpada, como foi visto anteriormente.

GRAU DE LIMPEZA E MANUTENÇÃO PREVISTO NO AMBIENTE.


O grau de limpeza depende do tempo previsto para manutenção no ambiente, para identificação do fator
de depreciação, pois a poeira incidente nas superfícies refletoras das lâmpadas, das luminárias, e na
depreciação da refletância das superfícies do ambiente interfere na utilização da luz refletida para o
ambiente.

DISTRIBUIÇÃO DA ILUMINAÇÃO NO AMBIENTE.

Quando a tarefa visual ocupa um campo visual abrangente, recomenda-se uma certa uniformidade na
iluminação, pois o olho se adapta a média das luminâncias presentes nesse campo visual.

Se for desejado que a iluminação valorize determinados trechos do campo visual, o contraste pode ser
utilizado como recurso. Para o caso da iluminação de destaque, recomenda-se um destaque a partir de 5:1.
Uma cuidadosa combinação de refletâncias de superfície no campo de visão é um dos principais requisitos
para assegurar uma boa e confortável percepção visual. Isto é conseguido quando os contrastes de
luminância entre uma tarefa visual, e as superfícies adjacentes são mantidos dentro de certos limites.

AUSÊNCIA DE OFUSCAMENTO NAS PESSOAS QUE UTILIZAM O LOCAL.


O ofuscamento deve ser evitado a fim de não perturbar a capacidade visual do indivíduo, e não dificultar,
ou mesmo impedir a visibilidade. O ofuscamento como foi visto anteriormente, é uma conseqüência direta
das diferenças de luminâncias. Por isso deve-se evitar fontes de luz de grande potência no ângulo de visão
das pessoas, assim como fortes contrastes de luminâncias entre diversas partes do campo visual.

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BIBLIOGRAFIA INDICADA

AGÊNCIA PARA APLICAÇÃO DE ENERGIA; ABILUX; PROCEL Iluminação, Uso Racional de


Energia Elétrica em Edificação – São Paulo : AGÊNCIA PARA APLICAÇÃO DE ENERGIA : ABILUX
: PROCEL, 1991.
BARTLETT School of Architecture Building, Enviromental Design and Planning – London : Bartlett
School of Architecture : University College London, 1996.
COLORPLAST Manual Técnico de Iluminação Zenital/ Luis Carlos Chichierchio – São Paulo :
Colorplast, s/d.
FLORENSA, Rafael Serra; ROURA, Helena Coch Arquitectura y energía natural – Barcelona : UPC,
1995.
FREIRE, Márcia Rebouças A Luz Natural no Ambiente Construído – Salvador : FAUFBA/ DeptoE IV :
LACAM, 1997.
HOPKINSON, R. G.; PETHERBRIDGE, P.; LONGMORE, J. Iluminação Natural – Lisboa : Calouste
Gulbenkian, 1975.
KOENIGSBERGER, O. H.; INGERSOLL, T. G.; MAYHEW, Alan; SZOKOLAY, S. V. Vivendas y
Edificios en Zonas Cálidas y Tropicales – Madrid : Paraninfo S. A., 1977.
LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando Oscar R. Eficiência Energética na
Arquitetura - São Paulo : PW, 1997.
_____. CD-ROM Eficiência Energética na Arquitetura - Florianópolis, 1998.

RORIZ, MaurícioSoftware “Luz do Sol”


MASCARÓ, Lúcia Raffo de Ambiência urbana = Urban enviroment .– Porto Alegre : Sagra : DC
Luzzatto, 1996.
_____. Iluminação Natural dos Edifícios – São Paulo : FAU / USP, s/d. (mimeo)
_____. Luz, Clima e Arquitetura – Porto Alegre : GG, 1981.
_____. Energia na Edificação: estratégias para minimizar seu consumo – São Paulo : Projeto, 1985.

RUCHLIS, Hy Maravilhas da Luz – Rio de Janeiro : Fundo de Cultura, 1967.


SÁ, PAULO Iluminamento Natural, Ensaios para sua Previsão nos Edifícios da Cidade Universitária –
Rio de Janeiro : Universidade do Brasil : Escritório Técnico da Cidade Universitária, 1954.
LAMBERTS, Roberto; SILVA, Francisco de A. Gonçalves da Iluminação Ambiental; iluminação de
interiores - João Pessoa: A União, 1992.
Catálogo PHILIPS
Catálogo OSRAM
Catálogo LUMINI

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