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Número 35, set. 2020/jan. 2021


m en t o d e Escola
Agrupa rreia - TA
VIRA O,50
u st o C o
Aug
Dr. Jorge BIBLIOTECA ESJAC

QUANTAS MÁSCARAS USAMOS...


Por Ana Cristina Matias (Professora bibliotecária)

enquanto os professores Orlan-


da Almeida e Bernardino Mira
trabalharam com os seus alunos

A
do 7º, 8º e 9º anos na disciplina
Partilha Alternativa de Educação Visual.
organizou a Festa dos Da produção destes 127 alu-
Anos de Álvaro de nos, resultou a exposição Quan-
Campos e o AEJAC foi tas máscaras usamos, montada
um dos seus parceiros. na Casa das Artes, em Tavira,
Começou-se por definir o tema pelos próprios alunos e professo-
do ano, “a máscara”, tendo-se res. De 16 a 30 de novembro, a
selecionado oito poemas de Álvaro exposição pôde ser visitada pelo
de Campos que foram propostos público e por outras turmas,
para ilustração. O professor Reinal- como foi o caso do 12º C2, cujo
do Barros orientou os seus alunos relatório de visita se encontra
do 10º, 11º e 12º anos, nas disci- também neste número do jornal.
plinas de Desenho A e Oficina de Entretanto, outro parceiro da
Artes, do Curso de Artes Visuais, iniciativa, o Postal do Algarve, na Ilustração de “Depus a máscara e vi-me ao
espelho”, de Álvaro de Campos,
rubrica “Um mês de poesia”,
por Henrique Bagarrão, 12.º E
publicou, diariamente, na sua
edição online poemas seleciona-
dos pelos vários parceiros. A nossa Nesta edição:
seleção recaiu sobre o poema,
Projetos
“Não há abismos”.
Artes Visuais
Línguas
Ciências Sociais e Humanas

Ciências Experimentais

Eco dos Espaços

Línguas

Escrita Criativa

Cursos Profissionais

Cidadania

Ensino Básico
Ilustração de “Tabacaria”, de Álvaro de Cam-
Ensino Pré-Escolar
pos, por Diogo Morgado, 11.º E.
Instalação, Oficina de Artes, 12.º E.
PROJETOS

Vozes abafadas, instrumentos distantes

Outra atividade no âmbito da Festa dos Anos de Álvaro de Campos, pro-


movida pela Partilha Alternativa em parceria com a Biblioteca ESJAC, Arma-
ção do Artista e Fotografia Andrade, entre outros, foi a oficina de performan-
ce poética, “Poemas encenados – Vozes Abafadas, instrumentos distan-
tes” (27 de out. a 10 de nov.). Aí Eduardo Pereira (11º C2), Henrique Vicente
(12º C2), Iara Ruivinho (10º A1), Lara Gonçalves (11º C1) e Samanta Sousa
(11º C2) ensaiaram o dizer de uma tradução do soneto inglês de Fernando
Pessoa, "How many masks wear we", com música de fundo original criada por Inês Madeira Lopes e Sara
Marita, alunas da Escola Superior de Música de Lisboa.
Por contingência da pandemia, optou-se por produzir um vídeo com direção artística de Vítor Cor-
reia e produção de Miguel Andrade. Este vídeo integrou a exposição "Quantas máscaras usamos ....", na
Casa das Artes, e depois foi lançado online.

Um roteiro poético de Álvaro Campos, em Tavira


Por Daniela Gonçalves, Jéssica Cruz, Mara Monteiro e Marina Salvado, 12.º C2

N o âmbito da discipli-
na de Português visitámos uma
exposição enquadrada na maté-
ria lecionada sobre Álvaro de
Campos, heterónimo de Fernan-
do Pessoa. Realizámos uma aula
no exterior no dia 18 de novem-
bro que incluía um roteiro práti-
co e visitas à exposição da Festa
de Anos de Álvaro Campos em
parceria com a Partilha Alternati- Mara Gonçalves, Jéssica Cruz, Daniela Oliveira e Mariana Salvado com a poema
va e a Biblioteca EJAC. Esta visita “Começo a conhecer-me” de Álvaro de Campos, em pano de fundo.
teve como objetivos conhecer
melhor a poesia de Álvaro Cam- Esta jornada iniciou-se na “Começo a conhecer-me. Não
pos e explorar Tavira, o local de Escola Secundária Dr. Jorge existo” e tirámos uma selfie jun-
onde era natural, segundo a bio- Augusto Correia e teve a primeira to à placa onde está inscrita essa
grafia que Fernando paragem na Pastelaria Tavirense. obra de Campos. Aí delineamos
Página 2 Começámos por ler o poema
Pessoa lhe traçou. a leitura expressiva do poema,
PROJETOS
gravando em seguida uma
pequena panorâmica do local à
medida que recitávamos a obra.
Após várias tentativas para
encontrar o local seguinte, indi-
cado no roteiro individual do
nosso grupo, conseguimos che- Exposição “In Citações e a Cabra”, de Isabel Macieira, na casa Álvaro de Campos
gar ao destino, a Casa Álvaro
Campos, onde tirámos novamen- a nossa impressão num registo ção de vários alunos, nomeada-
te uma selfie. Enquanto aguardá- áudio e tirámos uma foto pano- mente Henrique Vicente e Lara
vamos os nossos colegas termi- râmica da elaborada exposição. Gonçalves, entre outros.
narem a sua atividade, estivemos Dirigimo-nos, então, à Casa Terminámos por deixar um
a apreciar a exposição junto à das Artes onde, na sua fachada, breve comentário/apreciação
receção. fizemos um registo fotográfico da no Livro de Honra disponibiliza-
nossa equipa pela última vez. Lá do para esse fim.
encontrámos os nossos colegas, Com este descontraído e
a nossa professora de Português, informativo roteiro pudemos
Ana Cristina Matias, e a Dona não só obter informação adicio-
Auristela Leão (Partilha Alternati- nal sobre o heterónimo Álvaro
Exposição de Jorge Jubilot “Tudo é novo va) que, devido à situação pandé- de Campos, como também pas-
onde fui velho” (variante de um verso do mica em que vivemos, nos mediu
poema “Notas sobre Tavira), Casa Álvaro de sámos a conhecer melhor o seu
Campos.
a temperatura. estilo e perceção em relação ao
Autoria: Ândria Fernandes, Carina Ventura, Após esse momento, visitámos mundo à sua volta. Isso deu-
Maria Rosana Sousa e Stephanie Martins. a exposição “Quantas máscaras nos acesso a novas perspetivas,
usamos” com trabalhos dos alu- sendo estas muito distintas das
Posteriormente, no piso –1, nos do Curso de Artes Visuais da que Alberto Caeiro, Ricardo
visitámos a exposição “In Cita- Escola ESJAC e da Escola Básica 2, Reis e Fernando Pessoa ortóni-
ções e a Cabra” de Isabel Maciei- 3 D. Paio Peres Correia. Em segui- mo tinham. Durante toda a ati-
ra, onde admirámos várias telas e da, assistimos ao vídeo: “Vozes vidade visitámos lugares que,
esculturas inspiradas nos poemas abafadas, instrumentos distan- apesar de se enquadrarem no
de Álvaro de Campos. Gravámos tes” que contou com a participa- nosso local de residência, nun-
ca tínhamos tido a oportunida-
de de visitar. Além disso, o
relatório redigido no qual tive-
mos que sintetizar toda a infor-
mação e experiências adquiri-
das, abriu-nos a porta para um
novo método de fácil aprendi-
zagem.
Em suma, todo o projeto
ajudou a desenvolver a respon-
sabilidade, a encontrar resolu-
ção rápida de problemas/
desafios, a memorizar mais
facilmente a matéria estudada
em aula sobre Campos e a
conhecer a cultura poética
Ilustração de “Aquela falsa e triste semelhança”, de Álvaro de Campos, por João
presente na nossa formosa
Pereira (10.º E), aluno do Curso de Artes Visuais. cidade. Página 3
LÍNGUAS

O
Dia Europeu das Línguas
Por Ana Cristina Matias (Professora bibliotecária)

Dia Europeu das Lín-


guas celebra-se a dia 26 de
setembro e o grupo disciplinar de
Inglês, em articulação com a
Biblioteca ESJAC, levou a cabo
algumas atividades neste âmbito.
Teresa Leal, professora de
Inglês e membro da Equipa da
Biblioteca ESJAC, partilhou uma
das atividades que realizou em
contexto de sala de aula com as
turmas 10º B, 11º A1 e 11º E,
tendo destacado o envolvimento
e interesse revelado pelos alu- Carmo Guedes ex aqueo com ção num questionário sobre lín-
nos. Mariana Teixeira (3º lugar), todos guas e a diversidade linguística e
Daniel Soares (1º lugar), Dio- da turma 10º B, foram os alunos cultural da Europa.
go Garcia (2º lugar) e Maria do que obtiveram a melhor pontua-

‘The Terminal’ (2004), by Steven Spielberg

The importance of learning a foreign language


The film tells us the story of ViKtor Navorski, a man from Krakhozia, a fictional
country.
In the film, when he arrives at the airport in the United States of America, he
barely knows how to speak English, which causes him lots of problems in the begin-
ning. This shows how important it is to be able to communicate in different languages.
Thankfully for Viktor, he started talking to a lot of people at the airport, who eventually became their
friends, and started reading books, which led him to speak English a little bit better.
In conclusion, I think everyone should learn a second, even a third language, because it will defi-
nitely be useful and give you lots of amazing opportunities. Martim Neves, 10.º A3

In my opinion, this film shows the importance of learning a new language and how it can have so
many advantages.
Viktor Navorski flew from Krakhozia to the United States and didn’t know how to speak English,
but he quickly started learning the language. He started reading, memorizing some words and much
more, and in a short period of time he had already improved a lot and could speak almost fluently. I
have no doubt that if we learn a foreign language we can have much more advantages than if we don’t,
for example, communicating with no difficulties with other people when travelling to another country
and allowing more freedom and adaptability in these situations, like in Victor Navorski’s case. It can also
be really useful to widen the range of opportunities and to make employability much easier.
In conclusion, learning a foreign language can help us view the world from another perspective
and can make life easier in many ways.
Rosa Poranen, 10.º A3

Página 4
(Textos selecionados pela professora de Inglês, Margarida Beato.)
LÍNGUAS
AEJAC integra rede de escolas PEPA
Por Anabela Quaresma (Professora do de Inglês e de Alemão)

ciação Portuguesa de Professores múltiplas, tais como a formação


de Alemão, que assinaram um contínua de professores.
protocolo de colaboração em Neste âmbito, a biblioteca da

O
2017. Neste momento a rede de Escola Secundária recebeu diver-
escolas PEPA integra mais de 40 sos títulos, tanto livros de leitura
escolas portuguesas, incluindo a para o nível A1 e A2 de Alemão,
Escola Secundária Dr. Jorge como livros de apoio à aprendiza-
Projeto Escolas- Augusto Correia, desde este ano gem da língua, todos oferta da
Piloto de Alemão (PEPA), criado letivo. livraria alemã Gunnar Weiss Uni-
em 2008, é um projeto de cola- O Goethe-Institut, junta- pessoal.
boração entre o Goethe-Institut mente com as entidades subscri- A escola congratula-se por
Portugal, a Direção-Geral de Edu- toras do protocolo, assegura o fazer parte deste projeto e agra-
cação, a Direção-Geral dos Esta- acompanhamento pedagógico do dece os materiais e apoio recebi-
belecimentos Escolares e a Asso- projeto e desenvolve atividades dos até à data.

Herzliche Glückwünsche! *

O
Por Anabela Quaresma (Professora de Inglês e de Alemão)

ito alunas que fre-


quentam a disciplina
de Alemão participaram no Con-
curso de Calendários de Adven-
to, que consta do Plano Anual de
Atividades do Agrupamento e
que decorreu precisamente no
Advento. As alunas realizaram
calendários utilizando materiais e
técnicas diferentes.
O primeiro calendário de
advento surgiu na Alemanha, no
séc. XIX. O calendário de advento
moderno foi criado pelo padre
Gerhard Lang, que, em 1908, em
Munique, fez 24 figuras coloridas
que depois colou num cartão.
Hoje os calendários de advento
têm formas muito diferentes e pelas alunas do 10º C2, Ana Bár- Todas estão de parabéns, pois
até já foram adotados por muitas bara Lopes e Beatriz Amador, do todos os calendários receberam
empresas para promoção dos 11º C2, Ana Paula Pereira, Caroli- votos. O mais votado foi o de
seus produtos. Há também calen- na Silva e Patrícia Germano (as Ana Bárbara Lopes e o segundo
dários digitais (nesses não se duas realizaram um), Leonor Fili- mais votado o de Samanta Sousa.
recebem bombons reais). pe e Luana Plácido (ambas reali-
Os seis calendários que foram zaram um) e Samanta, do 11º C2. * Parabéns! Página 5
a concurso foram realizados
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

Psicologia
Quem diria que a avó estaria tão mal?
Por Joana Nascimento, 12.º C1
Sìthichean(1). Fadas. A avó Como é que num momento a
falava sempre delas. Pelo menos, minha avó está a festejar o Hog-
nos seus últimos momentos de manay(3) como se não houvesse
vida, nos momentos em que a amanhã e, num piscar de olhos,
demência já a tinha atacado qua- está completamente dependente
se total e progressivamente, de alguém? A acetilcolina, aliás,
como acontece sempre. É inacre- os níveis baixos de acetilcolina,
ditável que a única coisa sobran- deram-lhe cabo da vida. Mas que
te dela era uma imperturbável raio é a acetilcolina? Porque é
carcaça dessa tal mulher, a Quem diria que a minha que- que este mensageiro químico,
mulher mais forte que eu já tinha rida avozinha estaria assim tão este neurotransmissor que facili-
conhecido na minha vida. A perdida? Quem? Quem? Quem? ta a memória, a aprendizagem, a
minha doce e tão escocesa avó, QUEM? Os médicos bem nos avi- concentração e controla o funcio-
não estava aqui, nem ali, nem na saram que o mais importante era nalmente de vários órgãos, esta
rua ao lado. Ela não estava. Tinha tentar manter a função mental o coisa que ajuda as células nervo-
desaparecido para sempre. Só maior tempo possível e fornecer sas a comunicar entre elas, fez
um velho vulto sobrava, de cara e o máximo de apoio necessário. com que a minha avó adoecesse?
corpo iguais aos seus, mas de Não conseguimos. Mas como COMO? Como é que os exames
espírito completa e interminavel- poderíamos? Mas quem diria que físicos, mentais, sanguíneos e por
mente desabitados. a avó estaria tão mal? Que a imagem não nós prepararam
É triste pensar como tudo doença estaria tão avançada? para isto? Por que é que o diag-
começou. Como as algumas quei- Quem diria que a avó seria capaz nóstico não nos preparou para
xas de perda de memória deram de vivê-las em silêncio, de ate- esta dor, a dor de a ver morrer
lugar à muito inesperada grave e nuar estas dificuldades durante sem poder fazer nada?
sombria fala constante: ‘Onde tanto tempo, tempo suficiente A avó falava tanto nas fadas
estão as chaves de casa, os ócu- para que já quase não houvesse quando eu era pequena. Oh,
los, a carteira, a panela dos hag- nada a fazer? Como é que nós como ela gostava delas… Como a
gis(2)?’. Já não sabia. Já não se pensamos que todos os esqueci- maioria dos escoceses, uma exí-
lembrava. Num sopro, num mal- mentos, todas as desorientações mia contadora de histórias, histó-
dito sopro tão efémero, a avó já e todos os problemas na lingua- rias em que todo o folclore celta
tinha dificuldades em utilizar a gem, oralidade e raciocínio eram escocês estava presente: as sel-
linguagem, sim, ela, uma moça a idade a cobrar o seu preço e kies(4) , as fadas, os unicórnios, as
tão desenvolta de língua. Aquela não uma perturbação? Como? A bruxas. Tudo! Todo o folclore,
mulher que calava imediatamen- demência é tão mais grave que todo o misticismo, a previsão do
te as vizinhas e as bisbilhoteiras simples dificuldades da idade. futuro na palma das mãos, em
da igreja quando falavam mal… Não são SÓ as dificuldades oriun- restos de folhas de chá, sei lá!
Essa mulher já tinha dificuldades das da idade. É uma deterioração Tudo, tudo, tudo! E no fim, já só
em realizar certas atividades, já ainda mais grave das capacidades falava nisso. Quando estava tão
estava constantemente desorien- mentais. É o apagar de todas as mal, quando já nem se lembrava
tada, já tinha a personalidade memórias alguma vez armazena- de nós, enquanto morria, sim-
completamente alterada. Sentia- das, o findar da maioria das capa- plesmente continuava a lembrar-
se apática, isolada, sozinha. Tão cidades motoras, a dor e o suplí- se deles, a recitar as lendas que a
perdida, tão perdi- cio de realizar tarefas diárias. sua avó lhe contara, lendas trans-
Página 6
da… mitidas de geração em geração.
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

Psicologia

Quão grande é a falta que nos Tem que ser perfeito!


Por Joana Gonçalves, 12.º A1
faz, quão fortes são as sauda-
des… Mas, por mais que tente 14:02… 15:06… 16:33… 17:53…
esquecer, só me lembro da 19:07… 19:48… nada… não
demência e do discernimento tenho absolutamente nada…
fraco e das alterações de perso- se ao menos fosse só escrever,
nalidade e da perda de iniciativa. mas não… não posso escrever
Eu tento... eu tento, como eu simplesmente alguma coisa,
tento! Tento tanto lembrar-me tem que ser a coisa, tem que
dela nos períodos áureos, quan- ser perfeito! Sou perfecionista.
do me contava aqueles mitos e O perfecionismo é considera-
lia o meu futuro nas folhas do do como a tendência pela busca exagerada da perfeição. Hones-
chá. Como é que ela não viu o tamente acho que sempre fui assim e, para meu desagrado, acho
próprio fim a chegar, não o leu? que sempre serei. Não é como um corte de cabelo em que ama-
Enfim… ela dizia que eu ia pas- nhã podemos fazer outro e está resolvido. Eu sei que serei sem-
sar uma grande tempestade... pre assim. Umas vezes pior, outras melhor.
dizia sempre. É desta que estava Ahhhhhhh isto está horrível! Vou apagar tudo. Não gosto, não
a falar? É esta? Sinto tanto a tua gosto e não gosto. Já disse que não gosto? Eu decidi que queria
falta, choro tanto a tua morte. este trabalho perfeito mesmo antes de o fazer e, por causa disso,
Amo-te tanto, tanto, tanto. Amo- não sei o que dizer. Eu vejo o resultado antes de o ver sequer fei-
te tanto e sinto ainda mais a tua to. E isto, meus caros amigos, é simplesmente um dia normal da
falta, seanair (5). minha vida. Pergunto-me como é viver sem querer ser perfeita,
sem desejar ser uma utopia constante, ambulante. Não, eu não
______________
(1) - Gaélico escocês para a palavra fadas.
quero que sejamos todos perfeitos, nem muito menos que o
(2) - Bucho de ovelha recheado com vísce- mundo seja perfeito. Isso não tem graça, quero ser perfeita e ter
ras, ligado com farinha de aveia (prato o mundo perfeito. À minha maneira. Quero ser perfeita e agradar
tradicional escocês)
(3) - Palavra escocesa para a celebração do
a todos. Como se se pudesse agradar a gregos e troianos…
último dia do ano. Continuo a não gostar… cada vez estou mais perto de apagar…
(4) - Criaturas mitológicas típicas do folclore Talvez seja mais fácil e direi justamente isso quando entregar o
das Ilhas Faroé, Islândia, Irlanda e
Escócia, capazes de se transmutar de trabalho em branco: que por ser perfecionista não consigo escre-
focas para humanos. ver nada, porque apesar de tentar, nada se assemelha à perfei-
(5) - Gaélico escocês para a palavra avó. ção, e para além disso, tenho plena consciência de que tal não
____________
existe! Mas todos queremos sempre algo que não existe, certo? O
Webgrafia: perfecionismo que eu quero na minha vida é irrealizável e, por
Demência: sintomas, tratamentos e causas. saber isso, encontro-me como num paradigma. Quero ser algo
(2021). Retrieved 12 January 2021, from
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/
que sei que não posso ser, no entanto quero ser imperfeita para
demencia atingir a perfeição e aprender com os erros. Confuso, não é? Mas
essa sou eu
Dr. Ananya Mandal, M. (2009). Que causa a
demência?. Retrieved 12 January 2021, A um passo de apagar… sinceramente, nem sei. Estou simples-
from https://www.news-medical.net/health/ mente a teclar no computador como se conseguisse exprimir o
What-Causes-Dementia-(Portuguese).aspx que sinto e entretanto o tempo vai passando… Perdi-me dentro
Portugal, A. (2021). Diagnosticar a Demên- do meu próprio texto…Evitei ao máximo fazer este trabalho, por-
cia | Associação Alzheimer Portugal. Retrie- que antes de o fazer já sabia que teria este problema. Não tenho
ved 12 January 2021, from https://
alzheimerportugal.org/pt/text-0-9-33-20- mais nada para dizer… Não sei o que dizer…Vou apagar.
Página 7
diagnosticar-a-demencia
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

Psicologia

Ouço-o dentro de mim


Por Lília Santos, 12.º C1

O médico sabe… tem de saber.


Ele sabe.
Transtorno dissociativo de
identidade… Para melhor com-
preensão, chamo-lhe, dupla per-
sonalidade.
É uma perturbação men-

E
tal caracterizada por, pelo
menos, dois estados de persona-
lidade distintos e, ao contrário de
le está aqui. Apesar de já ter querido des- mim, na maioria dos casos, verifi-
Ouço-o dentro de pedir-me deste mundo, não acho ca-se amnésia dissociativa… Ao
mim. que as substâncias psicoativas menos tenho a minha memória…
Eu sei quando ele toma o con- sejam a morte com mais dignida- Tinha todos os sintomas pro-
trolo. Tento impedi-lo… Nada de. pícios para a sua chegada, exceto
resulta. Além do mais… Ele está aqui. o abuso de substâncias psicoati-
Não passo de um espectador Eu sei. vas, autolesão, transtornos ali-
no meu próprio corpo. Como um irmão gémeo no mentares, disfunção sexual…
Eu observo… Lembro-me de meu interior… Tão igual… Tão Até as minhas cefaleias, dores
tudo… De quem sou… Do que vivi diferente. no corpo e fobias, principalmente
e de quando ele emerge… Até do Ele protege-me. a da água, derivam da sua pre-
frio arrepiante em contacto com Às vezes sinto-me irreal. Como sença.
a minha pele despida no ar sufo- se tivesse sido removido de mim Há pacientes que demonstram
cante de inverno daquele fatídico próprio. Desconectado física e uma grande variedade de sinto-
dia. mentalmente do “eu”, não pas- mas que podem remeter para
Tinha 5 anos apenas. Caí sando de uma sessão de cinema outros transtornos neurológicos
naquele rio. Nunca mais fui o mística onde não posso interferir e psiquiátricos, como transtornos
mesmo… E ele nasceu. com o real. Como se o papel prin- de ansiedade, personalidade,
Disse-me ser meu amigo e cipal da minha vida me fosse rou- humor ou esquizofrenia. No meu
que nada de mal me deixaria bado por ele, permanecendo à caso… tudo menos esquizofrenia.
acontecer. Nunca mais. espera que o pano caia ou de No entanto, não me sinto pos-
Quer proteger-me… Mas de uma oportunidade para o substi- suído. Eu sei que ele está lá. Sou
quê? tuir. apenas um observador. É assim
Nunca partiu desde então. Felizmente, o seu papel é cur- que sei que tenho a forma não
O médico diagnosticou-me to. possessiva, caso contrário sentir-
stress pós-traumático. Senti a Só aparece conforme a situa- me-ia como se alguma divindade,
ansiedade a subir, ataques de ção com que me deparo. Ele sabe ser espiritual ou sobrenatural me
pânico a percorrer o meu inte- que não a aguento, e então sobe invadisse por completo.
rior… Afoguei-me na depressão. das profundezas do meu ser para
Estou limpo… Nunca fui o me salvar.
(Texto das páginas 6, 7 e 8 selecionados
contrário… Digamos que a má Não aguento mais! Tenho de pela professora de Psicologia, Edite Azeve-
vida não combina saber a sua origem, o seu real do, de entre um vasto conjunto de outros
Página 8 comigo. propósito! que também gostaria de ter incluído neste
número do jornal .)
CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS

Biologia e Geologia

De visita à Mina de Sal-Gema de Loulé


Por Alice Ferreira e Bruna Guerreiro, 11.º A3

O s alunos do 10º A1 e
A3 (2019/2021) foram em visita
de estudo, no dia 9 de janeiro do
ano transato, à Mina de Sal-
Gema, em Loulé, no âmbito da
disciplina de Biologia e Geologia.
Estiveram presentes trinta e qua-
tro alunos, acompanhados pelos
professores Rui Carmo, Fátima
Palma e Cristina Castilho, e
Ilustração 1
vivenciaram uma experiência a Interior da mina de sal-gema
230 metros de profundidade,
onde puderam admirar forma-
ções geológicas com 230 milhões Na chegada à mina já se sobre a mina e recolheram amos-
de anos. encontravam alguns elementos tras de sal-gema.
A saída da escola foi pelas do grupo acompanhados pelo
8h20 e após uma breve viagem diretor técnico engenheiro Ale-
de autocarro cedido pela Câmara xandre Andrade e pela engenhei-
de Tavira, rapidamente se che- ra Cátia Barradas, que estiveram
gou a Loulé por voltas das 9 presentes durante toda a visita.
horas. A receção feita pelos pou- Já no interior da mina, foram
cos funcionários presentes foi realçadas as medidas de seguran-
muito agradável. ça e a sua importância. Foi feita
Antes de dar início à visita, também uma breve introdução Ilustração 2
sobre a grande pureza do sal- Recolha de amostras de sal-gema
foram distribuídos equipamentos
de segurança, tais como capace- gema e a composição deste por Com esta visita de estudo, os
tes, coletes refletores e em argilas (daí a cor acastanhada) e alunos descobriram a importân-
alguns casos lanternas de peque- cloretos. cia geológica da mina no contex-
no porte. A viagem até ao inte- Deu-se, então, início ao per- to da região e as aplicações do
rior da mina começa na" jaula" – curso de interpretação a pé pelos sal-gema até à atualidade. A
um elevador montado na torre, seus 1,3 km de extensão. Toda a visita foi um êxito e os alunos
que foi construída no topo de um estrutura é dominada domo sali- gostaram imenso de ter tido esta
dos poços de acesso à mina. A no, uma concentração de sal nova aventura.
sua pequena dimensão só permi- muito extensa, tendo o grupo de
te levar no máximo 7 pessoas, exploradores que primeiro des-
Nota: Excerto de um relatório de visita
sendo uma delas um dos técni- cobriu a mina a intenção de de estudo selecionado pelo professor Rui
cos. Esta pequena viagem demo- extrair o sódio do sal-gema para Carmo, testemunho das atividades que se
alimentar as indústrias agroquí- podiam realizar antes do contexto da pan-
ra entre 3/4 minutos, percorren- demia e que tem obrigado a tantas , e tão
do os 230 metros de profundida- micas. Os alunos ficaram tam-
necessárias, medidas de contingência.
de. bém a saber outras curiosidades
Página 9
CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS

Física e Química A
Semana da cultura científica

Por Filipa Santana e Marta Mestre, 11.º A3


SATÉLITES ARTIFICIAIS

Página 10 (Excerto de um trabalho em exposição na Biblioteca ESJAC durante a Semana da Cultura Científica.)
CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS

Física e Química A
Semana da cultura científica
Por Alice Ferreira e Bruna Guerreiro, 11.º A3

Página 11
ECO DOS ESPAÇOS
Resiliência
Por Ana Cristina Matias (Professora bibliotecária)
Tempos difíceis! Alunos
e professores procuram resistir ram: PED —Professor da Era Digi- O Dia Mundial da Filosofia
e viver na normalidade possí- tal; Progredindo na educação (19 nov.) foi assinalado pela pro-
vel. Por isso, apesar de a fre- STEM (Ciências, Tecnologia, Enge- fessora Edite Azevedo e a sua
quência da biblioteca ser muito nharia e Matemática) com ativi- recolha de testemunhos orais
inferior ao que era, os emprés- dades baseadas na Internet das sobre a disciplina de Filosofia,
timos domiciliários continua- coisas e GREENIES. que depois divulgámos.
ram, com a requerida quaren- As bibliotecas são locais que
tena dos diversos materiais Participar no
tornam a informação acessível
antes de voltarem a estar dis- programa Erasmus
para que os seus utilizadores a
poníveis. A publicação do nos- GREENIES está a
transformem em conhecimento,
so jornal já fora adiada em ser uma experiên-
e foi isso que aconteceu tam-
maio do ano transato e vários cia única devido à
bém ao longo da Semana da
artigos ficaram por publicar. situação que esta-
Cultura Científica (23 a 27 nov.):
Alguns disponibilizámos no mos a viver.
exposição de trabalho de Física e
Biblioblogue ESJAC - Tavira, A nossa vontade, dedicação e
Química A realizados pelo 11º
outros foram ficando. Chegada empenho é sempre o melhor que
A3, visitas guiadas e exploração
a altura de sair um novo núme- nós temos a dar. Quando nos can-
da informação presente nos car-
ro, novo confinamento foi didatámos ao programa, não pen-
tazes pelos alunos das professo-
necessário. Porém, não aban- sámos apenas em entrar com vista
ras Helena Bartolomeu e Rosa
donámos o projeto e avança- a viajar, mas sim com o objetivo
Palma, artigos em exposição
mos com a presente edição que de expandir os nossos horizontes.
sobre "Reprodução e manipula-
primeiro será lançada em Este estado catastrófico a nível
ção da fertilidade", produzi-
suporte digital. mundial, que impede o contacto
dos pelos alunos de Biologia,
Além das atividades já pessoal direto, faz-nos aproveitar
12º A2, com orientação do pro-
noticiadas, há a destacar Outu- o lado bom das tecnologias que
fessor Rui Carmo, e um painel
bro — Mês Internacional da existem hoje em dia. A partir
interativo do Clube de Ciência,
Biblioteca Escolar, este ano delas, podemos conhecer o con-
“Distâncias no sistema solar",
em linha com o 3º Objetivo do texto tanto das escolas, como da
montado pela professora Cristi-
Desenvolvimento Sustentável vida de alunos de outros países
na Castilho.
da Agenda 2030 da ONU. Saúde que, tal como nós, vivem a mesma
Em parceria com o CCV de
de qualidade implica cuidar de situação. E até os trabalhos pro-
Tavira e a UALg, organizaram-se
cada uma das seis dimensões postos para o desenvolvimento do
duas palestras. Radiografia a
do bem-estar: ocupacional, projeto - apresentação pessoal em
uma cidade romana enterrada
emocional, físico, espiritual, inglês no Twinspace, construção
em Luz de Tavira (Projeto Balsa),
intelectual e social. Mergulhar de um logótipo para o projeto,
pelo Doutor João Pedro Bernar-
na leitura de um livro é uma apresentação eletrónica e vídeo
des, cativou o interesse de alu-
forma de «Descobrir caminhos sobre Portugal, a nossa região e a
nos do Curso de Línguas e Huma-
para a saúde e o bem-estar». nossa escola - tem permitido
nidades, 10º C1, 12º C1 e 12º C2,
Erasmus Days (15-17 out.) expandir o nosso conhecimento
e dos seus professores, José
foi o ponto partida para o reto- sobre a nossa cultura e aproveitar
Couto e António Miguens, nas
mar dos Projetos Erasmus+ em mais o pequeno ‘paraíso’ em que
três sessões da manhã de 27 de
ação na Escola. Escape Class- vivemos.
novembro. A divulgação do Pro-
room Digital Turn, AMOR e Estamos convictas que esta
jeto SARDITEMP, dirigida a alu-
Walls and Briges tiveram os oportunidade será uma grande
nos do 3º ciclo, Escola Dom Paio
seus prazos de conclusão pro- aprendizagem para o nosso futu-
Peres Correia, foi o tema da
longados. Já ro.
Página 12 Clarisse Correia e Diana Neves, 11º B
segunda palestra.
outros arranca-
ECO DOS ESPAÇOS

Walls and Bridges


Por Anabela Quaresma (Professora de Inglês e de Alemão)
O projeto Walls and Bridges, que integra esta escola assim como escolas da
Espanha, Itália, Hungria, Turquia e Suécia e que trabalha os temas da inclusão,
tinha o seu término previsto para agosto de 2020.
Tendo em conta a situação pan-
démica que vivemos e uma vez que
não foi possível concluir todas as tare-
fas propostas nem realizar o último
encontro previsto para maio passado
na escola coordenadora, em Diósd, na
Hungria, o projeto prolonga-se até final
deste ano letivo. Algumas atividades
têm sido realizadas e os encontros têm
agora sido feitos digitalmente entre
professores e também entre alunos.

Projeto SARDITEMP

O impacto das alterações climáticas na


ecologia e dinámica de pequenos
peixes pelágicos
Por Teresa Afonso (Professora de Biologia e Geologia )

Trata-se do Projeto Os alunos das turmas partici-


Sarditemp (promovido pantes prontamente relaciona-
pelo ISPA e MARE, em ram o objeto de estudo no âmbi-
parceria, entre outros, to deste projeto com as aprendi-
com o IPMA e CVIVA), o zagens que eles próprios tinham
qual tem como principal já adquirido, designadamente
No âmbito da Semana da Cul- objetivo perceber as dinâmicas através de pequenas pesquisas
tura Científica, teve lugar, nas adaptativas destes organismos a orientadas, subordinadas à pro-
turmas do 8º C e do 8º D, respeti- tais alterações de temperatura. blemática das alterações climáti-
vamente a 26 de novembro e a 4 Com este projeto, pretende- cas e estratégias promotoras da
de dezembro, a Palestra, por se ainda potenciar a perceção e sustentabilidade do planeta.
videoconferência, subordinada envolvimento da sociedade, bem Mostraram ainda particular
ao tema das alterações climáti- como de decisores políticos nas entusiasmo perante a hipótese
cas, mais precisamente, o impac- questões relacionadas com o de virem a conhecer os espaços e
to do aumento da temperatura impacto das alterações climáti- a dinâmica de trabalho desta
dos oceanos, por via do aqueci- cas, razão pela qual o Doutor equipa de cientistas – possibilida-
mento global, no metabolismo, Gonçalo Silva (biólogo, investiga- de que poderá vir a concretizar-
fisiologia, comportamento e dor e coordenador do projeto) se se uma vez ultrapassada a situa-
reprodução de pequenos peixes dirige ao público jovem, nas ção de pandemia atualmente
pelágicos, de que a sardinha escolas, interpelando-o em con- existente.
europeia (Sardina pilchardus) é texto de debate reflexivo e even-
tual colaboração futura. Página 13
exemplo emblemático.
LÍNGUAS

MEMÓRIAS
Por Ana Rita Diniz ( Professora de Português)

aparências. “Sim, foi meu profes- tria e beleza.


sor em 96/97, no 12º ano, não Naquele tempo, não ouvía-
são vinte anos, mas quase. Gos- mos nada sobre as frágeis e pre-
tava tanto das suas aulas! Lem- cárias vidas dos nossos professo-
bro-me das obras, Górgias, Fun- res. O professor era um ser qua-
damentação da Metafísica dos se de exceção, com um estatuto
Costumes, A Origem da Tragé- definido, tácito, intocável, um
dia.”. Senti um impulso e uma transmissor de conhecimento e
necessidade de lho dizer, de lhe um educador capaz e competen-
mostrar que vive ainda no pano te. Nada ouvíamos sobre concur-
de fundo da minha memória. Ele sos, colocações, horários incom-
sorria, bem como a esposa, um pletos, sacrifícios, aplicações
René Magritte, Memória, 1948
(óleo sobre tela, 59x49 cm) casal adorável, afável, distinto. informáticas, listas graduadas.
Perguntou-me o que fazia. Sabíamos que alguns vinham de
“Também sou professora, quan- longe, mas nenhum espelhava a
do me deixam, e neste momento frustração, o cansaço ou o medo
5 de outubro de 2014, não estão a deixar”, a sentir-me de ficar sem trabalho.
Café Santa Iria, Tomar subitamente, e de um modo Naquele tempo, o professor
inexplicável, menos professora era respeitado, admirado. Eu,
Encontrei o meu professor de do que ele, um simulacro muito pelo menos, dignificava-o, e tal-
Filosofia de 12º ano quando saí imperfeito da sua arte de divagar vez por isso a minha vontade de
do café. Apesar de dificilmente sobre a essência. O meu profes- ser uma deles sedimentasse
se lembrar de mim, queria falar- sor de Filosofia já se aposentou cada vez mais uma vontade que
lhe, cumprimentá-lo. Olhou-me, há dez anos, mas acompanha o vinha dos bancos de madeira da
talvez mais por reparar no meu flagelo em que se tornou a edu- escola primária, fixos à mesa
olhar fixo nele, segundos em que cação, o ensino. numa única estrutura, com um
o tempo recuou e em que simul- Naquele tempo, a figura do buraquinho para os tinteiros que
taneamente admirava a sua figu- professor era como que mágica, nunca utilizei, nessa escola de
ra no momento presente, a ele- encantatória. Pelo menos para um lugar onde éramos pouco
gância, a barba e o cabelo bran- mim. E este professor era para mais do que dez, onde as ove-
cos impecavelmente aparados. mim como uma espécie de divin- lhas se misturavam connosco no
Disse-lhe bom dia, seguido de um dade, cujas palavras eu absorvia recreio e a professora vestia
instantâneo “fui sua aluna há vin- durante cinquenta minutos, bata branca e, quando necessá-
te anos”. “Bom dia, vinte anos atenta, sempre a tirar aponta- rio, marcava a sua autoridade
parece ter a menina!”, no tom de mentos a lápis num caderno de com uma régua de madeira. A
voz pausado e doce que ainda capa preta, sempre deliciada com Dona Cacilda, que bebia chá e
recordo, o mesmo com que dis- os seus pensamentos, as referên- barrava torradas finas com man-
corria os seus pensamentos a cias, as conexões a rasgar-me teiga ou geleia enquanto nos
olhar como que para o infinito, horizontes, a querer guardar, ensinava a matéria, e nós muito
completamente absorto no mun- gravar as suas palavras, que sem- calados a ouvi-la, mas apenas
do das ideias. Uma espécie de pre me pareciam perfeitamente concentrados nos seus movi-
gentil alienado alinhadas, certeiras, precisas, mentos lentos e elegantes de
Página 14 do mundo das novas, como ondas cadenciadas refinada comensal, a imaginar as
que me prendiam de tanta sime- torradas estaladiças ou o líquido
LÍNGUAS

quente a aquecer-nos o corpo


delicado, depois de desconsola-
dos com os pacotes de leite sem
sabor que nos eram oferecidos.
Eu dava sempre os meus e acha-
va incrível que houvesse quem os
aceitasse, ficava-me pela meren-
da que levava de casa, preparada
pela minha mãe. Desse tempo
ainda mais distante vêm-me as
primeiras memórias de querer
ser professora também, e nem
era tanto pelo privilégio de poder Salvador Dali, A persistência da Memória, 1931,
Museu de Arte Moderna (MoMA), Nova Iorque
vir a ter um segundo pequeno-
almoço a meio da manhã como o
da Dona Cacilda. Em casa escre- bém não sinto, de uma forma onde possa guardar essa vida,
via num pequeno quadro a giz, geral, da parte dos alunos, esse uma espécie de museu da minha
ensinava à minha irmã mais sentimento de devoção ou grati- vocação tornada carne e osso e
pequena as primeiras letras e na dão que pairava naquele tempo. olhos brilhantes e sorrisos ingé-
escola era destacada para ajudar Resta-me o consolo de, de quan- nuos e espontâneos.
os mais pequenos a ler. Sentia- do em vez, sentir o reconheci- O meu professor de Filosofia
me competente e gostava. mento, o carinho, a ternura até, disse que tinha uma vaga ideia da
Naquele tempo das aulas de de antigos alunos, normalmente minha fisionomia. Talvez. A mim
Filosofia, eu já nem duvidava do através das redes sociais. Esta é o que me importa é que eu tenho
que queria fazer no final do ano para mim uma das maiores van- uma memória viva e boa da sua
letivo. Sabia o curso que queria, a tagens do meu facebook, poder pessoa, das aulas que nunca me
cidade, a faculdade. As Letras, vê-los crescer através de fotogra- pareciam entediantes, do prazer
Coimbra. Tinha dezassete anos e fias, músicas, estados de alma e deleite que tinha em ouvi-lo
uma veneração profunda e since- escritos. Vou sabendo em que naquela salinha mínima virada
ra pelos meus professores. estão a pensar e do que gostam. para o ginásio. Foi ele que me
Hoje, quase nada do que eu Tenho quase a certeza de que deu uma fotocópia onde se lia
sentia vejo refletido em mim, reconheceria na rua qualquer que a maior obrigação do
agora do lado de lá, de pé, de aluno que já se tivesse sentado homem é não ser imbecil e que o
costas para o quadro, já sem numa sala à minha frente. Por- contrário de se ser imbecil é ter
estrado. Hoje, quase catorze que parece que foi ontem a pri- consciência. Foi ele que me falou
anos após ter começado a fazer o meira vez, embora tenha passa- pela primeira vez do véu de
que intimamente sempre desejei, do mais de uma década e quase Maya, do Super-Homem e do
a querer ser como que uma répli- mil rostos, quase mil maneiras de Eterno Retorno. E, talvez por
ca, uma sequência do que vivi, ser, quase mil nomes. Tenho isso, neste momento, apesar da
não tenho uma escola para tra- pena de não ter um dossiê orga- contingência, quero a consciên-
balhar, não tenho certezas de a nizado com todas as fotografias, cia tranquila de que fiz a escolha
ter num futuro próximo, não quase todas a preto e branco. Sei certa, que este momento é uma
tenho certeza de ir para norte ou que as tenho, mas andam disper- apenas uma triste ilusão e que
para sul, não tenho a certeza de, sas, em sacos, em sítios vários voltará um tempo em que tudo
se a conseguir, ser por um mês onde vou largando os restos que está no seu lugar, exato, suave,
ou para o resto do ano. E tam- ficam por não ter um sítio meu morno. Página 15
LÍNGUAS
Português Opinião
A (des)igualdade de género
Por Carolina Romeira, 11.º A1

N
os países. Diariamente, as mulhe-
res lutam por ter um salário, seja
o mundo em que em que profissão for, igual ao
atualmente vivemos dos homens.
existem diversas situações de Outro exemplo é o facto de o
desigualdade. Uma delas é a género feminino ser aquele que
desigualdade de género, ou seja, sofre mais com casos de violação,
a desigualdade entre homens e assédio e violência doméstica.
mulheres. Esta desigualdade veri- Por isso, para combater, não só
fica-se, por exemplo, a nível este problema, como muitos as mulheres em casos de violação
social e económico. É um facto outros, nasceu o feminismo. O e assédio.
que estas discrepâncias foram feminismo é um movimento cujo Tal como Padre António Vieira
ficando cada vez menos presen- principal objetivo é o de lutar tentou mudar os homens através
tes nos dias de hoje, mas ainda pela igualdade de género em do poder da palavra, é necessário
ocorrem em muitos países. todos os critérios possíveis. Este que todas as mulheres usem,
Um dos exemplos mais abun- movimento já fez mudar o mun- também, o seu poder para mudar
dantes de desigualdade de géne- do de muitas mulheres. Uma das o seu mundo. Concluindo, a desi-
ro é a grande diferença salarial grandes alterações conseguidas gualdade de género é um dos
presente entre homens e mulhe- por este movimento foi a possibi- maiores problemas sociais da
res. A igualdade salarial entre os lidade dada às mulheres de humanidade e, para mudarmos
dois géneros não se verifica em poderem votar. Assim, o feminis- este problema, é necessário utili-
muitas profissões nem em todos mo luta pela proteção de todas zarmos a nossa voz.

Pobreza: um problema social

E
Por Joana Vaz, 11.º A1

possível cumprir a maior parte das, por exemplo, mais campa-


das medidas de prevenção à pro- nhas de sensibilização ou um sis-
ntre muitos problemas pagação do vírus. Para resolver tema de apadrinhamento, isto é,
sociais a necessitar de interven- este problema atual, existem já cada família mais abastada apa-
ção, encontra-se a pobreza. A muitas soluções, como associa- drinhava outra mais desfavoreci-
pobreza é a falta de rendimentos ções e campanhas de doação de da e tinha, assim, o dever de a
suficientes para satisfazer as alimentos e vestuário e ajuda aos ajudar sempre que esta precisas-
necessidades básicas, sendo que mais desfavorecidos a terem se.
uma grande percentagem das acesso a certos serviços, como a Deve-se sempre ajudar o
pessoas que sofrem com este saúde. outro, pois é o nosso dever como
problema está desempregada, Contudo, este problema per- ser humano. Sentimo-nos melho-
logo, não auferem rendimento siste. Muitas pessoas continuam res quando ajudamos e nunca se
suficiente. a sofrer, e até a morrer, por falta sabe se iremos estar na mesma
Ultimamente, devido à pande- de rendimentos, sem poder satis- posição. A pobreza é um proble-
mia, este número de pessoas fazer as suas necessidades mais ma social atual a necessitar de
aumentou severamente, pois, em básicas, como o simples ato de mais intervenção uma vez que o
algumas profissões como, por comer. Logo, é necessário que número de pessoas a precisar de
exemplo, na indústria da música, mais pessoas disponham a sua ajuda é muito maior do que o
quando se realizam ajuda e se voluntariem. Para que número de pessoas que já estão
Página 16 isso aconteça, podiam ser realiza- a ser ajudadas.
concertos, não é
LÍNGUAS
Português Opinião

Respeito pelos Direitos Humanos fundamentais!

A
Por Ivo Pereira,11.º A3

que é obrigada a andar na rua de


rosto e cara tapados, e se não
tualmente, existe
respeitar este preceito é alvo de
cada vez mais a preocupação de
atos desumanos, como a perse-
conseguir garantir a todos os
guição religiosa e os castigos cor-
cidadãos os Direitos Humanos
porais. No meu ponto de vista, os
fundamentais, o que na minha
Direitos Humanos são algo de
perspetiva não deveria aconte-
fundamental e para todos os
cer, pois, todos os cidadãos já
cidadãos, como o são o direito à
deveriam usufruir desses mes-
educação, aos serviços de saúde,
mos direitos, e não, como em
e à alimentação. Estes direitos,
muitos casos, lutar por eles. No
como todos os outros previstos
meu ponto de vista, a liberdade é
na Declaração Universal dos
o direito mais imprescindível de
Direitos Humanos, de 1948, os Direitos Humanos fundamen-
qualquer ser humano.
deveriam ser respeitados por tais devem ser respeitados por
Contudo, o respeito pelos Direi-
todos os países para que todos todos os países, garantindo a
tos Humanos não acontece em
os cidadãos tirem proveito dos todos os cidadãos uma vida digna
todo o mundo. Os cidadãos são
mesmos. em qualquer latitude em que
privados de liberdade, em muitos
Em suma, na minha opinião, vivam.
países, principalmente a mulher,

Violação dos Direitos Humanos: um problema preocupante

O
Por Sara Nunes, 11.º A3

tirar, muitas vezes, a vida a Outro exemplo é a perseguição


s direitos humanos outros. Por exemplo, em certos de seres humanos que tenham
são um tópico que tem vindo a países da Ásia e da África, as outra crença religiosa ou orienta-
ser mais e mais falado e retrata- mulheres são tratadas como ção sexual que não a aceite pelo
do. Estes são direitos que são objetos, pois não têm nenhu- país ou a maioria das pessoas.
atribuídos aos seres humanos, ma escolha sobre a sua vida. São Nestes casos, estas pessoas são
mas em muitos países, infeliz- obrigadas a, em idade precoce, feitas prisioneiras e muitas vezes
mente, não são cumpridos nem casarem, terem filhos e a cuida- são mortas ou torturadas até à
respeitados. Na minha perspeti- rem dos seus maridos. Este ano, morte. Em certos países de reli-
va, os direitos humanos são algo devido ao coronavírus, em Portu- gião muçulmana, principalmente,
que deveria ser imprescindível e gal, o número de casos de violên- acontecem estes casos.
necessário, como a liberdade, a cia doméstica aumentou em Em suma, a violação dos direi-
escolha da religião ou a escolha 50%, o que é preocupante. Estas tos humanos ainda é um proble-
da orientação sexual. práticas contra as mulheres des- ma muito preocupante no século
Em muitos países existem prá- respeitam o direito humano da XXI. Será que vale mesmo a pena
ticas desumanas que acabam por liberdade. magoar ou matar pessoas só por
serem diferentes?

(Textos de opinião das páginas 17,18 e 19 selecionados pela professora de Português, Norberta Sousa.) Página 17
LÍNGUAS
Português Opinião
O planeta ‘virou’ produto de consumo
Por Patrícia Daniel, 11.º A1

petróleo e a exploração de
diversos minerais concedem a
grandes empresas lucro exorbi-
tante com a indústria mineral.
A solução: iniciar por aqui. É
imprescindível que o ser huma-
no tome consciência das suas
ações e que execute primeira-
mente um profundo exercício
de reflexão. Começar por pro-
duzir menos e reutilizar mais é
a principal ideia-chave. A edu-
cação é essencial. Doutrinar e
instaurar na pedagogia aspetos
de aprendizagem que motivem
as próximas gerações a apostar

N
ças até 2030, estes problemas nos pequenos mercados e com-
tornar-se-ão irreversíveis. panhias locais ou a conformar-
Emissões de dióxido de carbo- se com a mudança da dieta são
a atualidade na qual no pelo tráfego rodoviário, pilhas fundamentais.
se vive, a sociedade alimenta-se de eletrodomésticos e de tecno-
de novas tecnologias que dis- logias obsoletas, queimadas e
põem de melhores potencialida- incêndios, poluição sonora e mui-
des e até mesmo de um melhor to mais, são exemplos de causas
conforto. A humanidade está em que põem em risco globalmente
constante evolução, especial- o meio ambiente.
mente nas áreas das ciências, No mesmo comunicado, a
com o grande propósito de des- ONU denunciou que 8% dos ani-
cobrir, de explorar e, sobretudo, mais já foram extintos e que 20%
de caminhar para um futuro cada estão sob a ameaça de também
vez mais próspero. serem exterminados.
No entanto, muitos consegui- Como já foi comprovado, a Assim, em forma de conclu-
ram compreender ser esse o
biodiversidade está em perigo, os são, os paradigmas ambientais
futuro que estará repleto de obs-
oceanos tornaram-se aterros de e as suas consequências pro-
táculos e de consequências
funestas para o planeta Terra plástico e os animais marinhos vêm do indivíduo antropocên-
que, por sua vez, acarretam um confundem-nos com alimento. trico. Porém, sendo seres adap-
vasto leque de problemas O Homem é o responsável táveis, o ser humano necessita
ambientais. por tudo isto. O exagero no con- urgentemente de se submeter
A Organização das Nações Uni- sumo e a necessidade incansável ao dever de manutenção, pro-
das (ONU) afirmou, num comuni- de obter mais recursos do que o teção e preservação da nature-
cado em 2015, que, caso não se planeta realmente pode produzir za mãe, antes que seja tarde de
realizem mudan- é um problema de gravíssima mais.
Página 18
preocupação; a obtenção de
ESCRITA CRIATIVA
A minha flor amarela
Por Jéssica Cruz, 12.º C2
Que linda, que bela...a minha flor amarela.
Amarela floresceu nesta manhã
Manhã que nasceu para ver a flor
Para a contemplar e nessa reluzir
Aquilo...como se diz?
Que treta, que treta.
Ah! A orquestra organizada de raios ultravioleta.

Violeta!? Que linda, que bela...


A minha flor roxa clara.
Arroxeada? Lilás? Violácea?
Violeta, que seja.
Está 'perturbadoramente' bonita esta noite.
Nela bate com força a frieza da lua
Pouco ou nada a ilumina
Pobre violeta, sinto a dor sua.
Sinto a dor. Sinto-a a doer
Dor sinto nela Van Gogh, Três girassóis numa jarra,
E sinto sua, a sua dor. 1888, Arles, Bouches-du-Rhône, França.
Quase até em mim doer, tal dor que ela sente. (óleo sobre tela, 73x 58cm)
Nem a regar posso, nem trazer o sol de novo.
Só a verei mais bela ainda
Quando de tarde mudar de cor.

Que linda, que bela...a minha flor esta tarde. Era


Vermelha como sangue Porque a meio deste poema,
Sangue de quê...? Não reguei a minha flor.
Insetos, não, que o deles é verde, azul, amarelo. Amarela? Murchou, murchou...secou e
Onde está a minha flor amarela? [morreu.
São 3 da tarde e amarela já não está. E tanto queria eu.
Vermelha!? Ah, sim. Mas o que fiz?
Que linda, que bela...a minha flor vermelha. Nem a apreciei como era
Vermelha como sangue de alguém. Nem dela cuidei
Que linda que estás, ao tocarem-te os raios da Estrela.
Agora já não existe.
Já não tão fortes, fazem-te bela.
Semeei outra.
E agora percebi São 8 da manhã
Que de nenhuma dessas cores era a minha flor. Adivinhem...
Trouxe-a cá para dentro e eis o que discerni: Que linda mas não tão bela…
É branca. Pálida. Sem cor, sem tom nem dom. [a minha flor amarela.
É simplesmente o que é.

(Poema selecionado por Ana Cristina Matias, professora de Português, após a aluna ter voluntariamente envia-
do este seu poema na sequência da leitura e estudo da poesia de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Página 19
Pessoa.)
CURSOS PROFISSIONAIS

Curso Profissional de Técnico de Juventude


Dia Aberto 2020, na UAlg
Por alunos do 11.º TJUV (2019-2020)

A s turmas 11º TJUV e


11º TGPSI (Técnicos de Gestão e
Programação de Sistemas Infor-
máticos), acompanhadas pelas
Professoras Sónia Gomes e Hele-
na Parreira, participaram, no pas-
sado dia 20 de fevereiro de 2020,
no Dia Aberto da Universidade
do Algarve.

Para finalizar a manhã, de comboio, pois foi uma manei-


“interagimos com as Ciências”, ra diferente e mais prática de
onde realizámos algumas expe- concretizar este objetivo, visto
riências. que a UALG disponibilizou auto-
carros da estação ferroviária para
o Campus da Penha e daí para
Gambelas, onde decorreram as
atividades práticas e teóricas.
A UALg foi muito prestável por
ter disponibilizado os meios de
De manhã, no Campus da transporte, organizado a receção
Penha, participámos em ativida- e prestado esclarecimento de
des mais ativas fisicamente dúvidas ao longo das atividades,
(Slackline e Escalada) que capta- todas elas muito atrativas.
ram a nossa atenção e curiosida- O dia terminou com um pas-
de em experimentar todas as seio na Marina de Faro e, por
dinâmicas sugeridas pelos respe- Depois do almoço, fomos para fim, o regresso a Tavira. Ficámos
tivos monitores/professores. o Campus de Gambelas e assisti- todos mais decididos, com vonta-
mos entusiasticamente à explica- de de lá voltar, mas da próxima
ção dos vários cursos existentes vez será no papel de estudantes
no Departamento de Psicologia e universitários!
Ciências da Educação. Nota:
Para terminar o dia em gran- Este relatório foi-nos enviado pela professora Helena
Parreira, ainda no ano letivo 2019/2020. Devido ao
de, participámos ativamente no confinamento, não saiu o habitual segundo número
Debate sobre os Impactes das anual do nosso jornal. Não quisemos deixar de o incluir
nesta edição até para nos bem recordarmos das ativi-
Alterações Climáticas. dades que eram possíveis de realizar antes da ameaça
Página 20 A viagem, ida e regresso, foi da COVID-19.
CIDADANIA
Rotary Club Tavira
Halloween Solidário
Por Bruna Guerreiro, 11.º A3 ( Presidente do Interact Club de Tavira)

“Precisamos fazer hoje para ter um mundo melhor amanhã.”


Momento da entrega do “Halloween solidário” às Vicentinas de Tavira, na sede do Rotary Club de Tavira.
Mariana Salvado, 12.° C2, Justina Martins (Vicentina) ; Benigna Ferro Martins; (Presidente das Vicentinas de Tavira) Catarina
Palma, 11.° B; Bruna Guerreiro, 11.°A3; Miguel Mendes, 11.° B; Clarisse Correia, 11.° B e Filipa Santana, 11.°A3.

A
potenciais de liderança e com propor à comunidade escolar da
capacidade de se relacionar Escola Secundária Dr. Jorge
melhor com as pessoas através Augusto Correia a sua contribui-
qui deixamos regis- da instrução profissional e cons- ção para ajudar nos crescentes
tado o momento ciência social. pedidos de ajuda das pessoas
da entrega dos 173,2 Kg de bens Devido à pandemia causada mais carenciadas.
alimentares recolhidos pelo Inte- pelo coronavírus, vários agrega- Porque temos de nos reinven-
ract Tavira no seu "Halloween dos familiares ficaram com rendi- tar para continuar a apoiar quem
Solidário", à Congregação das mentos reduzidos e outros per- precisa da nossa ajuda, Bruna
Vicentinas de São Vicente de deram até mesmo o emprego, Guerreiro, Catarina Palma, Claris-
Paulo de Tavira. causando assim grandes dificul- se Correia, Filipa Santana e Mari-
O Interact é um programa de dades económicas na compra de na Salvado, membros do Interact
Rotary International que consiste alimentos. Dado este facto e na Tavira, agradecem a todos os que
em clubes de prestação de servi- impossibilidade de podermos colaboraram nesta iniciativa soli-
ço que envolvem jovens entre 12 fazer o nosso “Halloween Solidá- dária, muito em especial à dire-
e 18 anos, num ideal de esperan- rio” que consistia em ir de porta ção, aos alunos e aos funcioná-
ça, de ajuda à comunidade e num em porta nas casas de Tavira rios e professores pelo seu
propósito de melhoria social, recolher alimentos, o Interact apoio.
baseado na mudança e na cria- Club de Tavira solicitou ao Dire-
Página 21
ção de melhores jovens com tor do AEJAC autorização para
ENSINO BÁSICO
Projeto Eco-Escolas

Desafio Compal — Tetra Pak assumido e superado


Por Célia Santos (Professora de Biologia e Geologia)

O objetivo de reutilizar
materiais para a
construção das árvores e dos
professores e dos assistentes
operacionais.
Foram utilizados como recur-
sos embalagens Tetra Pak, caixas
de cartão, rolhas, sacos de papel,
com a exposição dos trabalhos
no bar e na reprografia. As emba-
lagens ganharam uma nova vida
pelas mãos dos alunos, que este
ano contribuíram para um Natal
cordel, pinhas, purpurinas, cola mais sustentável e inclusivo.
enfeites de Natal foi cumprido.
quente, cola branca guache e jor-
Este desafio foi desenvolvido
nais. Utilizou-se a metodolo- Muito obrigada a tod@s!
pelos alunos do 2º e 3º ciclos que
gia do trabalho de projeto para
frequentam o Centro de Apoio à
explorar a importância da reutili-
Aprendizagem na Escola Básica
zação dos resíduos.
2,3 Dom Paio Peres Correia e
Os alunos estiveram envolvi-
contou com a
dos e motivados em todas as
Página 22 colaboração das
fases do projeto, que terminou
famílias, dos
ENSINO PRÉ–ESCOLAR

Os mais novos em ação


Por Fernanda Guerreiro (Educadora de Infância)

Árvores de Natal com recortes de revistas.

Vejam só a curiosidade e o interesse dos meninos e meninas do Grupo B do Jardim


de Infância da Escola da Horta do Carmo durante uma atividade com um monitor do
Centro Ciência Viva de Tavira para aprender sobre o ciclo de desenvolvimento de
uma planta.

Fotografia de Natal do Grupo B do Jardim de Infância da Escola Horta do Carmo.

A consciência ecológica forma-se desde a Árvore de Natal para a Escola Horta do


Carmo. Materiais reaproveitados, cartão
mais tenra idade, por isso todos os trabalhos de e elementos naturais.
Natal e a decoração dos espaços foi feita com
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elementos naturais reaproveitados.
Ficha Técnica
scolas Chefe de Redação: Ana Cristina Matias
g r u p am ento de E - TAVIRA Conselho de Redação: Anabela Quaresma, Edite
A rreia
or g e A u gusto Co Azevedo, Helena Bartolomeu, Margarida Beato e
Dr. J Teresa Leal.
Redação: Alunos e Professores do AEJAC
Paginação: Ana Cristina Matias
BIBLIOTECA ESJAC Impressão: Reprografia ESJAC

e-mail: biblioblogue@gmail.com
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CLUBE DE TEATRO
Por Ana Cristina Matias (Professora bibliotecária)
Apesar de todos os condicionalismos de funcionamento em tempos
de ameaça da COVID-19, o Clube de Teatro da ESJAC, orientado pelo
professor Luís Gonçalves, levou à cena, nos dias 15 e 17 de dezembro
de 2020, várias pequenas peças dramáticas que, pelo seu toque cómi-
co, provocaram sorrisos e risos nos espectadores.
O grupo, este ano constituído por dez elementos, viu-se obrigado a
um esforço acrescido já que teve de repetir o espetáculo durante sete
sessões, cumprindo o Plano de Contingência que obriga a que não se
exceda um terço dos lugares do Auditório.
Professor Luís Gonçalves num dos Um “Bravo!” para a resiliência destes atores em formação e para os
momentos de apresentação dos vários professores que preparam as sessões de ensaios todas as quartas-
quadros levados à cena. feiras.

Um dos momento de SMISSBANK com Natal das Bruxas Rita Maldita, Con-
desempenho de Maria Pereira (11.º E). ceição Maldição e Rosa Maldosa
num dos seus momentos com Lara Gon-
çalves (11.º C1), Iara Ruivinho (10.º A1) Uma das cenas da peça La Maison Chi-
e Ana Pereira (11.º C2). que com a interpretação de Ana Pereira
(11.º C2), Reinaldo Barros (Professor de
Artes Visuais) e Rita Silva (12.º A2).

Pedro Viegas (12.º C2) e Henrique


Vicente (12.º C2) no papel de proprietá-
Samanta Sousa (11.º C2) num momento
rios de um antiquário, La Maison Chi-
de Stand-up comedy: Diferenças entre
que.
rapazes e raparigas.

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