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INTRODUÇÃO
Vários trabalhos têm documentado importantes modificações e benefícios do
treinamento de força para reabilitação e profilaxia de incapacidade física em pessoas
idosas (ADES et al.,1996 ; DUPLER & CORTES., 1993; FIATARONE et al., 1988;
HEISLEN et al., 1994; McCARTNEY et al., 1993; MENKES et al., 1993 MEREDITH et al.,
1992; PYCA et al., 1994; THOMPSON, 1994).
De acordo com ROCHA & MAZO, 2000, no Brasil, considera-se idoso, aqueles
indivíduos com idade acima de 60 anos. Isto é justificado pela quantidade de pessoas
que conseguem atingir faixas etárias mais elevadas em algumas regiões e pelas próprias
características anatômicas e fisiológicas desses grupos, ligadas intimamente aos fatores
sociais, econômicos e culturais (KOPILER,1997).
Força é a adaptação funcional que sempre acompanha os níveis de massa
muscular. A importância da força muscular faz-se presente na vida diária das pessoas,
principalmente do idoso, pois freqüentemente, este é um sedentário de longa data que
perdeu a aptidão física geral, acentuadamente, a massa muscular e a força.
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Um aspecto apenas recentemente documentado é a importância da força para a
manutenção da homeostase e da hemodinâmica na vida diária. Verificou-se que idosos
com pouca força muscular apresentavam aumentos acentuados e perigosos de
freqüência cardíaca e pressão arterial na realização de atividades como subir escadas e
levantar janelas. Esta situação foi revertida apenas com o aumento da força muscular
induzido com o treinamento com pesos (McCARTNEY et al, 1993). A explicação é que a
homeostase é afetada na razão direta da intensidade dos esforços, e o grau de
intensidade é dado basicamente pelo percentual de capacidade contrátil disponível que
está sendo utilizado (CHWALBINSKA-MONETA et al, 1989; MARCINICK et al, 1991).
Intensidade do esforço é, portanto, um conceito relativo, e para pessoas com pouca força
muscular, atividades comuns na vida diária podem ser grandes esforços. Situações
do cotidiano observadas ilustram este mecanismo fisiológico: pessoas fortes carregam
objetos pesados conversando normalmente enquanto pessoas mais fracas fazem a
mesma tarefa com grande dificuldade e evidente dispnéia. O treinamento com pesos
desenvolve não apenas a força muscular e a flexibilidade, mas a capacidade de
prolongar esforços, tanto de alta quanto de baixa intensidade, apesar de não aumentar a
capacidade aeróbia das pessoas (ADES et al., 1996 ; DUDLEY., 1988; DUPLER &
CORTES et al., 1993; FRONTERA et al., 1994; HICKSON et al., 1988; MARCINIK et al.,
1996; THOMPSON, L. V., 1994; WILMORE et al., 1978).
O sistema cardiovascular reage às sobrecargas de treinamento impostas pelos
exercícios resistidos de maneira fisiológica (CRAWFORD & MARON, 1992; FLECK,
1988). O coração de pessoas treinadas com pesos por muitos anos é absolutamente
normal e saudável (CRAWFORD & MARON, 1992; EFFRON, 1989; FLECK, 1988;
MacFARLANE et al, 1991; MENAPACE et al, 1982), além de ser melhor adaptado para
situações de esforços isométricos de alta intensidade, comparativamente com o coração
de pessoas treinadas apenas aerobicamente (BEM-ARI et al, 1993).
O Volume de Oxigênio máximo(VO2) é uma variável que tem sido amplamente
utilizada como indicador da capacidade funcional. No entanto, poucos estudos mediram
as mudanças no Volume de oxigênio máximo(VO2) resultante de um treinamento com
pesos em idosos (HICKSON et al.1980, BURLESON et al. 1988, PARKER et al. 1996 e
FRONTERA et al. 1990), uma vez que a maioria dos relatos sobre o Volume de oxigênio
máximo(VO2) envolveram exercícios aeróbios (HAGBERG, 1988; STAMFORD, 1988,
MARQUES et al. 1993, ROCHA, 1982 e FARO Jr. et al., 1996).
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Vários trabalhos relatam que o envelhecimento provoca uma diminuição da massa
muscular e na força muscular dos indivíduos e que isto leva a uma redução na
capacidade funcional e no desempenho físico podendo interferir nos valores de medidas
cardiovasculares, entre eles o Volume de oxigênio máximo(VO2) (SPIRDUSO, 1995;
McARDLE et al. 1991 e MAZZEO et al. 1998). Assim sendo, para STAMFORD (1998),
os mecanismos responsáveis por melhorias do Volume de oxigênio máximo(VO2) de
idosos ainda não estão claros. Desse modo, o estudo em questão tem como objetivo
identificar alterações no Volume de oxigênio máximo(VO2), freqüência cardíaca e
aumento da carga em idosos com idade entre 60 e 80 anos, de ambos os sexos, a partir
de um programa de doze semanas com pesos .
O treinamento com pesos aumenta o volume muscular, a força e a resistência em
geral. Não sabemos se esse tipo de trabalho interfere de forma substancial no
condicionamento cardio- pulmonar. Essas referências bibliográficas levam a uma questão
de alta relevância para a medicina esportiva: até que ponto as restrições atualmente
feitas em relação ao trabalho com pesos para fins de aptidão e qualidade de vida estão
bem fundamentadas? Com isso iniciamos nosso trabalho com alguns conceitos e em
seguida analisaremos os benefícios do trabalho com pesos na terceira idade.
OBJETIVO
O estudo em questão, tem como objetivo identificar e documentar os efeitos de um
treinamento com pesos no sistema cardiopulmonar em idosos com idade entre 60 e 80
anos verificando as alterações da freqüência cardíaca e do volume ventilatório e
descobrir suas influências no condicionamento cardiopulmonar e através de uma análise
estatística descritiva quantificar esses valores de maneira que os resultados possam nos
dar bases sólidas no tratamento de pessoas sedentárias com utilização de pesos .
MATERIAIS E MÉTODOS
Por se tratar de um grupo de pessoas com algumas restrições como deficiências
em membros superiores e outros com problemas nos membros inferiores, foram dividos
em três grupos distintos:grupo de membros inferiores, grupo de membros superiores e
grupo de controle, o que nos possibilitou, fazer uma comparação de resultados entre os
três grupos estudados.
Quanto ao material utilizado, usamos materiais bem simples que estão
relacionadas abaixo:
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- Caneleiras – 0,5Kg, 2Kg, 3Kg e 4Kg;
- Barras – 6Kg e 8 Kg;
- Anilhas – 1Kg, 2kg e 3 Kg;
- Halteres – 1 Kg, 2Kg e 4 Kg;
- Step – estilo amortecedor;
- Uma mesa e um banco.
A amostra deste estudo consiste de idosos sedentários de ambos os sexos, com a
faixa-etária entre 60 e 80 anos com o mesmo estilo de vida. A amostragem foi feita com
quatorze indivíduos, sendo três mulheres e onze homens, que foram selecionados pelas
condições de suas mobilidades articulares de membros inferiores e superiores.
Informações sobre a saúde de cada indivíduo, e a aferição da pressão arterial, foram
realizados por médicos e fisioterapeutas. Os funcionários do Lar dos Velhinhos Maria de
Madalena, deram total apoio permitindo que o trabalho fosse realizado com maior
eficiência e segurança, e todos os indivíduos pesquisados concordaram com os termos
impostos e devidamente esclarecidos sobre os objetivos e métodos a serem utilizados .
Para que não houvesse nenhuma variável externa, evitando qualquer alteração
nos resultados, nenhum dos indivíduos durante o trabalho praticou qualquer exercício de
natureza aeróbia. Todos tinham o mesmo ritmo de vida e a mesma alimentação, sendo
três refeições diárias, sempre na mesma hora, e quanto ao sono, todos dormiram e
acordaram praticamente em um determinado horário.
O trabalho teve início com o pré-teste de esforço submáximo, na bicicleta
ergométrica, da marca Moviment modelo 2600 utilizando-se o programa “Galileu” da
Micromed para mensurar. O protocolo usado foi o do Dr. José Juan Blanco Herrera, da
Universidade Católica de Brasília, PHD e Médico Desportivo. O teste foi feito de forma
indireta que aferiu a freqüência cardíaca através de um frequencímetro da marca
“POLAR”.
O teste foi composto por duas etapas. A primeira fase foi realizada na bicicleta
ergométrica, onde os indivíduos pedalaram por 1 minuto e 30 segundos com a carga de
0,5 KPM para mulheres e 1,0 KPM para os homens. A carga foi sendo elevada em 0,5
KPM a cada 30 segundos até atingir o “Limiar anaeróbio”, a uma velocidade de 60 RPM
constante.
Na segunda etapa, a bicicleta foi colocada sobre uma mesa e o indivíduo
posicionado em uma cadeira atrás da bicicleta ergométrica e com as mãos girando os
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pedais, utilizando-se o mesmo protocolo. Essas duas avaliações foram feitas com os três
grupos do início dos treinamentos e ao final das doze semanas.
O trabalho com pesos foi feito com cargas aleatórias, passando-se primeiramente
por um período de adaptação neuromuscular aplicando três séries de vinte repetições e
depois iniciou-se o exercício de força propriamente dito com quatro séries de oito,
fazendo o ajuste do peso. Para definir esse método, realizou-se um macrociclo de doze
semanas ininterruptas inclusive feriados, sendo que eram usados três dias na semana
para a execução do trabalho.
Os exercícios para membros inferiores foram extensão de pernas, flexão em pé,
agachamento, panturrilha e step no aparelho.
Já os exercícios de membros superiores foram: supino reto, crucifixo com halter,
bíceps com barra, bíceps com halter, tríceps francês e ombro (elevação lateral).
O terceiro grupo, ou seja, o de controle participou do teste avaliativo e manteve-se
inativo por todo o período, não participando de nenhuma atividade física.
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A duração dessa pesquisa foi de doze semanas, com periodicidade de três vezes
na semana (segundas, quartas e sextas-feiras), inclusive feriados, para que não fosse
interrompida nenhuma seqüência de trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O estudo teve como meta, verificar a existência de uma resposta cardiopulmonar
por meio de um treinamento com pesos.
Através de uma análise estatística da Média e do Desvio Padrão, foram
calculados tendo por base os resultados obtidos nos Testes de Pernas e Braços. Apesar
dos resultados dos Grupos de Membros Superiores e Inferiores serem apresentados no
mesmo gráfico, não foi possível fazer uma comparação, por terem desenvolvido
trabalhos distintos. Poderemos, no entanto, comparar o desempenho desses com o
Grupo Controle que, de certa forma, não desenvolveu trabalho algum.
Testes estatísticos de significância não poderão ser aqui aplicados, pelo fato do
reduzido número de indivíduos estudados. Então, foi realizado, um estudo de análise
descritiva dos resultados, no sentido em que possamos, num segundo momento,
aprimorar o experimento e obter resultados mais precisos sobre o tratamento.
Cabe salientar que a diferença entre as médias inicial e final não foi testada e,
dessa forma, não podemos afirmar que tais médias são estatisticamente diferentes.
Houve aumento no valor médio do teste para ambos os grupos (membros
superiores e inferiores), indicando que o tratamento aplicado aos idosos pesquisados é
satisfatório.
Percentualmente analisando, os resultados foram positivos. Na questão de
membros inferiores houve uma melhora na resposta cardiopulmonar de 29,70%
enquanto que, nos membros superiores, houve uma melhora de 20,96%. Quanto a
comparação de resultados do trabalho de membros inferiores, verificou-se que os
resultados foram melhores do que os resultados dos membros superiores, ocorrendo
uma diferença de 8,74% a mais na resposta cardiopulmonar.
Estatisticamente analisando os resultados encontrados, houve um aumento nos
valores médios, tanto para o grupo de membros superiores como para membros
inferiores. O teste de pernas, para o grupo de membros superiores apresentou média de
15,5%±6,5%, representando um aumento de 1,30 ponto percentual. Já o grupo de
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membros inferiores apresentou média de 20,3%±5,3 o grupo de membros inferiores
teve uma resposta positiva com um aumento de 3 pontos percentuais.
O teste de braços, para o grupo de membros superiores apresentou média de
16,5%±4,9% representando um aumento de 2,1 pontos percentuais. Já no grupo de
membros inferiores, a média foi de 17,2%±2,4%, representando um aumento de 1,7
ponto percentual.
Já o grupo de controle os resultados mantiveram-se inalterados, como já se
esperava.
Estes resultados estão de acordo com CRAWFORD & MARON., (1992); FLECK,
(1998), que citam que o coração de pessoas treinadas com pesos por muitos anos é
absolutamente normal e saudável. As médias iniciais dos testes de pernas e de braços
de ambos grupos foram inferiores às médias do grupo controle. O grupo de membros
inferiores possui média final de teste de perna, superior a média final do teste de perna
do grupo controle, (intuitivamente, esse resultado era esperado). As demais médias finais
são inferiores.
Cabe ressaltar que o grupo de membros superiores possui médias iniciais e finais
para ambos os testes superiores às médias do grupo de membros inferiores. Esse
resultado, assim como os demais aqui observados, pode estar sendo fortemente
influenciado pela não-casualização dos indivíduos nos grupos. O experimento deve ser
aprimorado para que resultados mais precisos sejam alcançados.
As adaptações cardiovasculares são causadas pelo estímulo de treinamento sobre
o sistema cardiovascular. Há muito tempo sabe-se que as adaptações cardiovasculares
ao treinamento de resistência aeróbia são diferentes adaptações ao treinamento de força
(MORGANROTH et al.,1975). Em geral, estas diferenças são causadas pela
necessidade de bombear um grande volume de sangue em uma pressão relativamente
baixa durante os exercícios de resistência, enquanto que durante o treinamento de força
um volume relativamente pequeno de sangue é bombeado em uma pressão alta. Esta
diferença entre treinamento aeróbio e de força resulta em adaptações diferentes.
Segundo HARRIES et.al., 1994 e SPIRDUSO, 1995, o Volume de oxigênio
máximo(VO2) é uma variável complexa que depende de um grande número de fatores
fisiológicos incluindo a função cardiovascular, pulmonar e muscular. Portanto, o exercício
pode ser o modificador tanto dos mecanismos centrais como dos periféricos.
Vários trabalhos diferentes têm documentado importantes benefícios do
treinamento com pesos para reabilitação e profilaxia de incapacidade física em pessoas
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idosas (ADES et al., 1996; DUPLER & CORTES., 1993; FIATARONE et al., 1990;
FRONTERA et al., 1988; HEISLEN et al., 1994; McCARTNEY et al., 1993; MENKES et
al., 1993 MEREDITH et al.,1992; PYCA et al., 1994; THOMPSON, 1994). A análise
destes trabalhos conduz a uma questão de alta relevância para a medicina esportiva.
Quanto ao nível de força, tivemos uma resposta fisiológica bem mais positiva de
acordo com declarações verbais dos indivíduos pesquisados, com isso o ganho de força
foi bem nítido estando de acordo com SHIRFES (1994) e MAZZEO et al. (1998), que
relata aumentos substanciais no ganho de força muscular em idosos em um curto
período de treinamento, dois a quatro meses .
FRONTERA et al. (1990), Mc CARTNEY et al. (1996) e TSUTSUMI et al.(1997)
também encontraram resultados significativos no ganho de força muscular de membros
inferiores em idosos. Já HURLEY et al.(1984), BROWN et al.(1990) e Mc CARTNEY et
al.(1993) conseguiram melhorias significativas na força muscular em membros
superiores.
A sobrecarga tensional dos exercícios com pesos estimula a síntese de proteína
contrátil no músculo, o aporte de matriz calcificada no osso e a proliferação do tecido
conjuntivo do endomísio, aumentando assim as propriedades viscoelásticas do músculo
(SITTA et al. 1994; STONE, 1988; VANDEMBURG, 1987).
Um aspecto apenas recentemente documentado é a importância da força para a
manutenção da homeostase hemodinânica na vida diária. Verificou-se que idosos com
pouca força muscular apresentavam aumentos acentuados e perigosos de freqüência
cardíaca e pressão arterial na realização de atividades como subir escadas e levantar
janelas. Esta situação foi revertida apenas com o aumento da força muscular induzido
com o treinamento com pesos (Mc CARTENEY et al., 1993). A explicação é que a
homeostase é afetada na razão direta da intensidade dos esforços e o grau de
intensidade é dado basicamente pelo percentual de capacidade contrátil disponível que
está sendo utilizado (CHWALBINSKA-MONETA et al., 1989; MARCINICK et al, 1991).
A intensidade do esforço é, portanto, um conceito relativo. Para pessoas com
pouca força muscular, atividades comuns na vida diária podem ser grandes esforços.
Situações do cotidiano observadas por todos ilustram este mecanismo fisiológico, como
pessoas que carregam objetos pesados conversando normalmente, enquanto que
pessoas mais fracas fazem a mesma tarefa com grande dificuldade evidenciando a
dispinéia.
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Assim sendo, o treinamento com pesos não favorece apenas o ganho de força e a
flexibilidade, mas a capacidade de prolongar esforços, tanto de alta quanto de baixa
intensidade, apesar de não aumentar a capacidade aeróbia das pessoas (ADES et al.,
1996; DUDLEY., 1988; DUPLER & CORTES et al., 1993; FRONTERA et al.,1994;
HICKSON et al.,1988; MARCINIK et al., 1996; THOMPSON, L.V.,1994; WILMORE et al.,
1978).
CRAWFORD & MARON., (1992); e FLECK, (1988), também afirmam que o
sistema cardiovascular reage às sobrecargas de treinamento impostas pelos exercícios
resistidos de maneira fisiológica. O coração de pessoas treinadas com pesos por muitos
anos é absolutamente normal e saudável (CRAWFORD & MARON., 1992; EFFRON.,
1989; FLECK., 1988; MacFARLANE et al., 1991; MENAPACE et al., 1982), além de ser
melhor adaptado para situações de esforços isométricos de alta intensidade,
comparativamente com o coração de pessoas treinadas apenas aerobicamente (BEM-
ARI et al.,1993).
Os aumentos da pressão arterial em treinamento ficam dentro dos limites de
segurança, mesmo com sobrecarga tensional em torno de 80% da máxima, desde que
evitem as contrações isométricas e a apnéia (EFFRON., 1989; GHILARDUCCI et al.,
1989; KELEMEN., 1989; SALE et al., 1994; WEBB., 1990). A relação oferta/demanda de
oxigênio para o miocárdio é mais favorável nos exercícios com pesos do que nos
exercícios aeróbios de média intensidade. Pessoas que apresentam arritmias e sinais de
isquemia no teste ergométrico em esteira suportaram treinamento com pesos com 80%
de carga máxima, sem qualquer sinal de sofrimento do miocárdio (GHILARDUCCI et al.,
1989). A fórmula sangüínea se altera favoravelmente com relação aos fatores de risco
para doença ateromatosa, tal como ocorre com o treinamento aeróbio (CARDOSO et al.,
1994; HURLEY., 1989; HURLEY et al., 1984; YKIJARVINEN et al., 1984; GIADA et al.,
1996).
Segundo JOHNSON & DEMPSEY(1991), pessoas de 70 anos alcançam seus
limites de taxa de fluxo respiratório sobre 40% a 90% da capacidade vital, e muitos
indivíduos eram incapazes de aumentar a ventilação suplementar se a concentração de
dióxido de carbono inspirado era deliberalmente aumentada enquanto estão em
exercício.
Média e desvio padrão para as variáveis do teste de perna e do teste de braço dos grupos de
membros superiores, membros inferiores e grupo de controle antes e depois do teste.
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Grupo M. Superiores G. M. Inferiores Grupo controle
Gráfico. 1
22
21
20,3
20
19
18,4 18,4
18
17,3
17
16
15,5
15
14 14,2
Submáximo Inicial Submáximo Final
Média
Gp Memb Sup Gp Memb Inf Gp Controle
11
Gráfico. 2
18
17,5 17,5
17,2
17
16,5
16
15,5
15
14,4
14
Submáximo Inicial Submáximo Final
Média
Gp Memb Sup Gp Memb Inf Gp Controle
CONCLUSÃO
Diante do estudo apresentado, defendemos o ponto de vista de que o treinamento
com pesos deve ser considerado a forma ideal e o padrão de preparação física para
todas as pessoas. Pelas suas qualidades, atende com segurança e eficiência às
necessidades de condicionamento físico mesmo das pessoas mais debilitadas. Na
medida em que a condição física geral começa a melhorar, são atingidos níveis de
aptidão compatíveis com diferentes atividades, dentre elas as diversas modalidades
esportivas, com suas abordagens específicas de treinamento.
Após a análise de todas as variáveis investigadas, chegou-se às seguintes
conclusões:
1. Através de uma análise estatística da Média e do Desvio Padrão, foram
calculados tendo por base os resultados obtidos nos Testes de Pernas e Braços. Apesar
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dos resultados dos Grupos de Membros Superiores e Inferiores serem apresentados no
mesmo gráfico, não foi possível fazer uma comparação, por terem desenvolvido
trabalhos distintos. Poderemos, no entanto, comparar o desempenho desses grupos com
o Grupo Controle, que de certa forma, não desenvolveu trabalho algum.
2. Os testes estatísticos de significância não poderão ser aqui aplicados, pelo fato
do reduzido número de indivíduos estudados. Então, foi feito, um estudo descritivo dos
resultados no sentido em que possamos, num segundo momento, aprimorar o
experimento e obter resultados mais precisos sobre o tratamento.
3. Cabe salientar que a diferença entre as médias iniciais e finais não foram
testadas e, dessa forma, não podemos afirmar que tais médias são estatisticamente
diferentes.
4. Houve aumento no valor médio do teste para ambos os grupos (membros
superiores e inferiores), indicando que o tratamento aplicado aos idosos pesquisados é
satisfatório.
5. Quanto ao grupo de controle, como não fez nenhum tipo de execício,
continuaram com os mesmos valores , tanto no teste inicial de esforço submáximo, como
no teste final de esforço submáximo.
6. Assim sendo, verificamos também que o treinamento com pesos não favorece
apenas o ganho de força , o ganho cardiopulmonar e a flexibilidade, mas a capacidade
de prolongar esforços, tanto de alta quanto de baixa intensidade, apesar de não
aumentar a capacidade aeróbia das pessoas. 7. É importante, ainda, salientar, que além
dos resultados de melhoria cardiovascular ou de aumento de força do grupo pesquisado,
o trabalho é extremamente válido e gratificante tanto para os idosos como para nós
profissionais da Educação Física, que trabalhamos na aplicação destes trabalhos,
porque nos proporciona momentos de prazer oferecendo uma melhor qualidade de vida
para todos esses idosos despertando ainda mais o interesse para a pesquisa científica.
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