ORIENTAÇÕES PARA OFICINAS DE LOUVOR AO

Ministério de Música e Artes – RCC Brasil - 2017

A paz de Jesus.
Vivendo a grande alegria desse ano Jubilar para a Renovação Carismática Católica, sentimos a
necessidade de retomar a dedicação a um dos pilares da vivência do Grupo de Oração: “O Louvor”!
E para que isso aconteça, é necessário que cada um de nós, ministros de música e artes, nos
tornemos pessoas de louvor, vivendo constantemente essa experiência de gratidão e confiança no Amor
de Deus.
É nessa motivação que se baseia a Oficina de Louvor. Esse encontro tem como objetivo promover
um novo empenho em cada ministro de viver o louvor, e também capacitá-lo para melhor auxiliar na
condução do louvor dentro do Grupo de Oração.

ORIENTAÇÕES BÁSICAS:

- O encontro deve ser regional ou paroquial (no máximo, diocesano) para garantir uma maior participação
dos ministros de música e artes.

- A duração é de um dia: 2 pregações e momento de explicação das dinâmicas de louvor.

- A responsabilidade pela organização das Oficinas de Louvor é da coordenação diocesana do ministério de

música e artes.

- A sugestão é que durante as pregações sejam vividas algumas dinâmicas de louvor (já descritas dentro do
texto explicativo das pregações). Mas, isso deve ser feito sem prejudicar o andamento da pregação, de
maneira rápida, seguindo a inspiração que Deus der na hora. Com isso, daremos a chance de cada um
experimentar a vivência do louvor, e não somente ouvir sobre ela.

- Sobre a explicação das dinâmicas de louvor. Pode ser feito em forma de pregação, mas seria melhor que
se tentasse colocar de forma mais dinâmica (teatro, exemplos, dividindo em grupos...). Cada região deve
decidir quais são as possibilidades, e rezar para discernir como melhor fazer esse momento, de forma que
não fique cansativo, e os ministros possam realmente entender como fazer nos seus Grupos de Oração.

- É importante explicar para os ministros de música que a condução do louvor no Grupo de Oração não é
uma atribuição propriamente nossa. O condutor da oração pode ser alguém do núcleo, ou algum servo que
possua o dom de condução, e que seja discernido pelo núcleo para exercer essa função no Grupo. Ele pode
ser de qualquer ministério. Porém, é muito importante que o ministério de música tenha conhecimento
sobre a condução de louvor, para que possam estar em unidade e para que seja um auxílio, quando
necessário.
ROTEIRO DAS PREGAÇÕES:
1) A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR

a) Identidade da RCC
b) Fruto da Vida no Espírito
c) Nos ajuda a voltar os olhos para o bem.
d) Importância de ser grato
e) Sinal de confiança em Deus
f) Mesmo nas tribulações – Paulo e Silas
g) Louvor de Maria
h) ORAÇÃO

2) DEUS MERECE O LOUVOR

a) Louvar é reconhecer quem Deus é, e como Ele age
b) O louvor aprofunda com o grau de intimidade com o Senhor
c) Louvor das multidões – pelo que Ele faz
d) Louvor dos discípulos – pelo que faz em minha vida
e) Louvor mais profundo – pelo que Deus é.
f) O louvor retira nossos olhos de nós, e coloca Deus no centro.
g) Sugestão de oração.

3) DINÂMICAS DE LOUVOR PARA GRUPO DE ORAÇÃO

a) Louvor “Ping-pong”
b) Louvor “em dupla”
c) Louvor “com a Palavra”
d) Louvor “com a canção”
e) Louvor “Direcionado”
f) Louvor “em partilha”
g) Louvor de libertação
h) Louvor ao Deus Trino
DESENVOLVIMENTO DAS PREGAÇÕES

PREGAÇÃO 1: A IMPORTÂNCIA DO LOUVOR

a) Identidade da RCC
b) Fruto da Vida no Espírito
c) Nos ajuda a voltar os olhos para o bem.
d) Importância de ser grato
e) Sinal de confiança em Deus
f) Mesmo nas tribulações – Paulo e Silas
g) Louvor de Maria
h) ORAÇÃO

Identidade da RCC
Nossos Grupos de Oração sempre foram conhecidos por serem lugares de louvor, de
reconhecimento da ação de Deus. Isso faz parte da identidade carismática, e é muito importante que
tenhamos zelo em manter a qualidade do louvor na nossa vida e no exercício de nossa missão.

Fruto da Vida no Espírito

É o Espírito que nos faz proclamar que Jesus é o Senhor, e que Deus é nosso Pai. Ele vem em auxilio
da nossa fraqueza e nos impulsiona a expressar aquilo que nem compreendemos completamente. Quando
um coração vive a experiência verdadeira com o Espírito Santo, experimenta a confiança, a alegria de se
sentir próximo a Deus, e assim brota naturalmente o louvor sincero, vindo da intimidade desse encontro
pessoal.

Nos ajuda a voltar os olhos para o bem.

Em nossas vidas temos muitas realidades diversas. Nossos olhares, mergulhados nas dificuldades
cotidianas, muitas vezes trazem ao coração sentimentos ruins, como angústia, medo, ansiedade,
desânimo, pessimismo. Pessoas que vivem o louvor, são pessoas que fixam o olhar no lado bom da vida,
que conseguem ter esperança em todas as situações porque confiam na graça de Deus. Temos visto muitos
servos desanimados, abatidos. Precisamos retomar a cultura do louvor, e a experiência da alegria que
brota do coração que confia.
LER Filipenses 4, 4-7.
Precisamos direcionar nosso coração e nossos sentimentos para Deus, em todos os momentos.
Estamos vivendo a vida terrestre, mas nosso coração está voltado para o céu, para Deus. Por isso,
apresentamos a Deus nossos pedidos, mas sempre acompanhados de ação de graças. E assim, o louvor nos
mantém com o coração em paz, mantém nossa alegria em Deus.
Quanto mais louvamos, mais exercitamos a fé, confessando o que acreditamos, e crescendo na
graça e na experiência de Deus. O louvor gera uma nova vida em nós, quando feito a partir do coração.
Deus transforma nossa vida a partir da oração de louvor.

"Façam do louvor um estilo de vida" (Bento XVI à RCC no pentecoste de 2009)

Importância de ser grato

Tenho certeza de que, se pararmos para avaliar nossa vida, veremos o quanto Deus nos deu, o
quanto já recebemos de graças. Temos muito mais motivos para agradecer do que para pedir. Para ajudar
a valorizar o que temos, podemos parar para pensar em como seria viver sem coisas que temos no
cotidiano. Os nossos sentidos (audição, visão), capacidade de locomoção, os membros do nosso corpo, os
bens materiais que possuímos, a família, trabalho... Imagine se você, a partir de agora, não tivesse mais
cada uma dessas coisas.
 Muitas vezes a cultura do consumismo tem nos tornado pessoas insatisfeitas com o que temos.
Mas, precisamos reconhecer: temos muito mais motivos para agradecer!
E essa visão precisa estar no nosso dia a dia, em cada detalhe. O louvor pelo simples nos devolve a
alegria das pequenas coisas, a alegria de ver os carinhos de Deus nos pequenos detalhes, e também nas
situações difíceis.

SUGESTÃO - Fazer uma dinâmica de louvor agora, no meio da pregação:

- Louvor pelas coisas que recebemos no dia a dia;
- O pregador conduz, passando por coisas cotidianas da vida;
- Pelo corpo – imagine como seria se não tivesse alguma parte, pense na grande graça que é poder ver,
ouvir. Mesmo se está com alguma enfermidade, olhe para o que tem de bom;
- Pela família – louve pelas pessoas que Deus colocou em sua vida, mesmo não sendo perfeitos...;
- Pelo trabalho ou estudo, pela casa, pelo carro... ;
E assim, o pregador conduz um louvor pelas coisas simples da vida, gerando gratidão.
(A dinâmica deve ser rápida, em torno de 5 minutos.)

Sinal de confiança em Deus

O louvor é um dos sinais mais fortes de que confiamos em Deus. Quando temos certeza do Seu
amor, do Seu cuidado, sabemos que, mesmo nas situações difíceis, mesmo quando acontece algo que não
desejamos, Deus está cuidando de nós. Santo Agostinho dizia que Deus só permite um mal para nos livrar
de algo pior.
Louvar a Deus em todas as circunstâncias não significa que fechamos os olhos às dificuldades. No
louvor, estamos acreditando em Deus, e não nas nossas capacidades ou nas do irmão. Quando louvamos,
não tentamos evitar os problemas, os sofrimentos, buscamos sim, superá-los. Não é um método de troca,
ou seja, “se eu louvar a Deus, Ele me livrará de “tais” situações”. É na verdade um ato de confiança:
“mesmo no sofrimento, confio que estás comigo, e mesmo que eu hoje não entenda, creio que o Senhor
está permitindo o que me é necessário para ser salvo”.
A realidade é que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8, 28), ou seja, na
medida em que nos ajustamos ao plano de Deus, amando-O de maneira efetiva, o que nos acontece é para
o nosso próprio bem.

Você consegue perceber na sua vida situações onde você achava que algo era bom, e desejou
muito, mas depois que o tempo passou, viu que na verdade não era para você? Muitas vezes, para nos
livrar do mal, Deus precisa nos negar coisas que Lhe pedimos.
Deus vê além. Ele não se limita no hoje, e tem o conhecimento sobre tudo que acontece. Só Ele
pode saber o que é melhor. Se eu confio Nele, e confio que Ele quer o melhor pra mim, então posso louvar
mesmo quando as coisas não saem como quero.

SUGESTÃO: convide o povo a ficar em dupla. Então peça pra cada um partilhar uma situação onde pediu
algo a Deus e não recebeu, ou por alguma situação de livramento, que só foi entendida depois. E, depois
que partilharem, façam um rápido momento de louvor por isso.

Mesmo nas tribulações – Paulo e Silas

Vamos ver um exemplo lindo na Bíblia, de ação de Deus mesmo na tribulação. Atos 16,16-26.
Paulo e Silas, estavam em uma situação muito difícil. Tinham sofrido agressões físicas, estavam
presos, acorrentados. Mas, já de madrugada, decidiram orar e cantar a Deus. E a ação de Deus foi
poderosa.
Além de mostrar Sua força para libertar os seus servos da prisão, Deus deu outra graça: a conversão
do carcereiro e de sua família. Se Paulo e Silas não tivessem sido presos, o evangelho não teria sido
anunciado àquele homem, e nem aos outros presos, naquela noite.
O louvor nos faz olhar além da situação em si, e abre espaço para a ação poderosa de Deus em
nosso meio.
Louvor de Maria
Outro exemplo de louvor como fruto da confiança é o de Maria. Ela era uma adolescente, e diante
do chamado de Deus para ser mãe de Jesus, viu todos os seus planos e estabilidades caírem por terra. Ela
estava sem nenhuma segurança humana (não sabia se José a aceitaria, como sua família reagiria, se seria
apedrejada por estar grávida, se teria condições financeiras para criar o Menino). Mas, ela proclama:
“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador”. Mesmo sem
seguranças, ela exultou de alegria, porque confiou em Deus.
E, por acreditar, por ter fé, ela deu abertura para que o plano de Deus acontecesse. Assim é o
louvor. Quando confiamos a ponto de louvar em todas as circunstâncias, nós colocamos o controle de tudo
nas mãos de Deus, e assim atraímos para nós as Suas graças. Damos autorização para que se realize o que
Ele deseja, e por isso, experimentamos a Sua ação poderosa.

Sugestão de oração: Vamos louvar a Deus com o Salmo 33 (32) – “Ele falou e tudo se fez”.
O pregador ou condutor lê o salmo em voz alta. E depois, dá alguns minutos para que cada pessoa
leia novamente em silêncio. Cada um escolhe qual versículo é mais forte para si naquele momento.
Depois, de pé, espontaneamente, as pessoas da assembleia que desejarem fazem a leitura do
versículo em voz alta individualmente, louvando através dele. Todos respondem alguma jaculatória
(“Louvores e glórias a Ti, Senhor” ou “Glória a Vós, Senhor”, ou até o refrão de alguma música). No final, o
condutor pode cantar uma música de louvor.
(sugestão: Louva a Deus, Te louvo em verdade ou Desperta, povo meu)
PREGAÇÃO 2: DEUS MERECE O LOUVOR

a) Louvar é reconhecer quem Deus é, e como Ele age

b) O louvor aprofunda com o grau de intimidade com o Senhor
c) Louvor das multidões – pelo que Ele faz
d) Louvor dos discípulos – pelo que faz em minha vida
e) Louvor mais profundo – pelo que Deus é.
f) O louvor retira nossos olhos de nós, e coloca Deus no centro.
g) Sugestão de oração.

Louvar é reconhecer quem Deus é, e como Ele age

“O louvor é a forma de oração que reconhece o mais imediatamente possível que Deus é Deus!
Canta-o pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória mais do que pelo que Ele faz, por aquilo que Ele é.” (CIC
2639)
O louvor é uma oração poderosa, que restitui a Deus o que Lhe pertence, reconhece a Deus em Sua
soberania, e expressa uma confiança inabalável Nele.
Tudo que recebemos de Deus é fruto da Sua bondade e da Sua misericórdia. Não merecemos nada.
Tudo que Ele nos dá é graça (não temos como pagar ou retribuir). Quando O louvamos, reconhecemos isso
e expressamos gratidão por tão grande presente.

O louvor aprofunda com o grau de intimidade com o Senhor

Quanto mais conhecemos a Deus, quanto mais nos aprofundamos no Seu Amor e nos
maravilhamos com Sua forma de agir, mais verdadeiro será no nosso louvor. A gratidão deve nascer no
fundo do coração apaixonado por Deus. Mais do que aprender novas formas de louvar, precisamos nos
encantar mais com a beleza de Deus para que o louvor saia do profundo de nossa alma, para que seja
realmente sincero.
No evangelho, percebemos a evolução na forma de louvar de acordo com o grau de conhecimento
que as pessoas tinham de Jesus.

Louvor das multidões – pelo que Ele faz

Muitas pessoas seguiam ao Senhor por Sua fama. Ele fazia milagres, curas, libertações. Multidões
queriam se aproximar para receber esses benefícios para si. A busca de Jesus era motivada por suas
próprias necessidades. As multidões iam até Ele pois precisavam de algo para si, ou por que queriam ver a
Sua ação na vida de outros.
Ao receber a graça que precisavam, glorificavam a Deus por Suas obras. Exemplo:
- Mc 2,1-12 (cura do paralítico que foi descido pelo telhado. No final diz “Todos ficaram admirados e
louvavam a Deus dizendo: ‘nunca vimos coisa igual’!”);
- Lc 7,1-11-15 (ressurreição do filho da viúva de Naim – “Todos ficaram tomados de temor e glorificavam a
Deus dizendo ‘Um grande profeta surgiu entre nós’”).

Percebemos que aqui estamos louvando a Deus pela sua ação, pelo seu dinamismo, aquilo que Ele
criou, pelas suas obras, por toda a criação e pela sua missão (pela natureza, pelas coisas, por todas as
criaturas, por aquilo que se vê que se toca, por aquilo que se conhece...).

(PARE UM POUCO AGORA, E AGRADEÇA A DEUS POR TUDO QUE ELE FEZ:
- Louve pela criação, pelos animais, pelas paisagens naturais, pela lua... ;
- Louve pelas graças que Ele já lhe deu, pelo poder manifestado, pelos milagres;
- Agradeça pelos bens materiais que Ele lhe permitiu ter, pela casa onde mora, por tudo que você tem
materialmente.
- Depois de alguns minutos louvando, continua a pregação)
Louvor dos discípulos – pelo que faz em minha vida
Do meio desse povo, Jesus escolheu aqueles que iriam caminhar mais perto Dele. Seus discípulos
foram chamados para viver ao Seu lado, para serem formados de perto, e assim viram suas vidas
totalmente transformadas por essa Presença tão especial e forte de Jesus. Ele os formava, instruía, curava,
amava. Deu-lhes o poder de curar em Seu Nome. E em poucos anos, esses homens foram profundamente
mudados em novas pessoas. Suas vidas nunca mais seriam as mesmas.
O louvor dos discípulos é a gratidão por ver o que Deus fez e faz em nós pessoalmente. Não é
somente externo, é o agradecimento por tudo que Ele mudou em mim, por toda a construção feita em
minha vida.
Esse é o momento de olharmos para nós mesmos, e admirarmos o que Deus fez e faz em nós, por
tudo o que somos e possuímos graças à ação Dele em nós. É a gratidão pelo que Ele tem realizado,
interferido, transformado, curado, ungido, e até mesmo, por aquilo que não vemos e cremos que Ele
realizou, realiza e realizará na nossa vida.
Esse é um louvor mais pessoal, algo que é fruto do relacionamento com Ele, da vivência no dia a
dia. É um louvor que só eu posso fazer.
Pense um pouco agora: quem você seria se não fosse a intervenção do Senhor? Como estaria sua
vida se Deus não lhe tivesse chamado para caminhar com Ele?
Quanto você já aprendeu sobre a bíblia, sobre a igreja, em cada pregação, em cada oração?
Quantas curas Deus já fez em seu coração?

Por tudo isso, agradeça rapidamente agora. Façamos esse louvor pela construção de Deus em nossa
vida.
(Poucos minutos de louvor, e depois retoma a pregação).

Louvor mais profundo – pelo que Deus é.

E, finalmente, o louvor por excelência, o louvor de reconhecimento da Divindade e Grandiosidade
de Deus: o louvor pelo que Deus é!
“Na oração de louvor, totalmente desinteressada, deve se dirigir a Deus, mais do que pelo que Ele
faz, mas pelo que Ele É” (CIC 2649).
O louvor dessa forma retira nosso olhar de nós, e o coloca em Deus. Não temos mais o foco em
nossos problemas, ou no que recebemos, no que possuímos. O centro está em Deus. Ele é o importante,
Ele é o objetivo de nossa adoração.
Ele merece todo o louvor. Ele é digno de recebê-la, pois é Deus.
Deus está muito acima da nossa compreensão. Ele é muito mais do que o nosso humano pode
descrever. Deus é um mistério insondável, e ao mesmo tempo tão presente e tão íntimo de cada um.
Tudo que conhecemos sobre Deus não chega a ser nada diante da Sua Infinitude. Por mais que o
adoremos com tudo que temos, não chegaremos nem perto de lhe render a honra que Ele merece.
Nosso conhecimento sobre Ele é tão limitado que geralmente lhe damos títulos na negativa,
dizendo o que Ele “não é”: Infinito (não é finito), Invisível (não é visível), Incomparável (não se pode
comparar), Imenso (não se pode medir). O chamamos de Pai, mas Ele é muito mais que um pai. O sentimos
como um Amigo, mas Ele é muito mais que um amigo.

Vamos ver a passagem de Moisés na Sarça Ardente.

Êxodo 3, 1-6. 10-14.

Moisés teve a experiência de estar diante do Deus verdadeiro. E vê a sarça que ardia no fogo sem
ser consumida. Quando se aproxima, Deus lhe orienta a retirar suas sandálias, pois ali é solo sagrado. Isso
mostra que Moisés estava em um momento de real intimidade com Ele. E, quando é perguntado, Deus se
denomina não com um nome, ou com uma característica conhecida. Ele se auto intitula como “Eu sou
aquele que sou”. Essa resposta, com o verbo ser, vem mostrar exatamente que nós não temos capacidade
de alcançar quem Ele é. Nosso entendimento não tem como absorver Alguém tão maior que nós.
 Isso é louvor e adoração. É se render a essa Presença infinitamente maior que nós e reconhecermos
Sua Grandeza e nossa pequenez. É retirar as sandálias dos pés, deixarmos de lado nossa miséria, nossas
máscaras, e pararmos para admirar Seu Poder, Seu Amor. É nos deixarmos consumir por esse fogo que nos
queima sem nos destruir, que arde para nos purificar, para nos tornar mais verdadeiramente quem somos.

Quando Jesus fala com a Samaritana, Ele diz a ela: “Mas, vem a hora, e é agora, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Estes são os adoradores que o Pai
procura” (Jo 4, 23).
É essa a adoração mais profunda. Nela, já não importa o que tenho, o que recebi, o que trago de
bom e ruim, ou o que quero. O centro dela está em Deus, na Sua Glória. O olhar está voltado para Ele. E
diante Dele, nossa alma só pode admirar tão grande beleza, tão grande amor.

SUGESTÃO DE ORAÇÃO:
Vamos viver esse louvor agora...
Comece se colocando diante de Deus, e lhe dizendo que deseja adorá-lo de verdade (façam um
momento de entrega, de esvaziamento de tudo para estar somente com o olhar em Deus).
Agora, peça a ajuda do Espírito Santo, para que Ele venha lhe ensinar a louvar como se deve (façam
um momento de clamor do Espírito, forte, para se colocar na presença de Deus).

E então, o condutor vai conduzindo o momento de louvor e adoração a Deus por quem Ele é. Vá
dizendo as características de Deus (Santo, Forte, Amoroso, Justo, Misericordioso...).
Pode-se cantar músicas de adoração e louvor.
(Sugestão: Eu te louvarei – Walmir Alencar; Brilhará; Ele é o Rei; ou outras músicas mais conhecidas na
região).
DINÂMICAS DE ORAÇÃO DE LOUVOR PARA GRUPO DE ORAÇÃO:

Existem diversas maneiras de motivarmos o louvor no Grupo de Oração. Aqui, apresentaremos

algumas poucas dinâmicas que podem contribuir. Porém, não pretendemos de maneira nenhuma limitar
ou engessar a forma de condução da oração. São somente sugestões que devem ser utilizadas dentro do
discernimento do condutor e dentro da realidade de cada grupo. E, é importante que o ministério de
música tenha conhecimento para que esteja sempre em unidade com o condutor da oração.

Louvor “em dupla”: O ministro de louvor pode organizar a assembleia em “duplas”, onde a pessoa fique
um de frente para o outro. O primeiro faz o seu louvor, enquanto o outro ora em silêncio, sendo motivado
pelas maravilhas que Deus realizou na vida daquele (a) irmão (ã). Quando o primeiro terminar de louvar, o
outro pode iniciar seu louvor, onde a pessoa que já realizou seu louvor, permanece em silêncio, também
percebendo as maravilhas de Deus na vida do outro.

Louvor “com a Palavra”: O condutor direciona o momento de louvor baseado em uma passagem Bíblica
(um salmo, um trecho do evangelho, por exemplo). A condução será sempre na palavra bíblica. Deve-se
escolher, em discernimento, o trecho bíblico que será lido. Depois, cada pessoa da assembleia relê em
silêncio, para perceber qual versículo daquele que foi lido mais lhe toca no coração. Então, se convida a
assembleia a louvar, individualmente, e em voz alta, pelo versículo escolhido. A cada louvor com a palavra
a assembleia responde a uma só voz (por exemplo: ”Louvores e glórias a Ti, Senhor”).
No final, todos são convidados a louvar juntos por todas as maravilhas.
Importante que condutor conduza de forma rápida e sucinta se a assembleia for grande, para não
desmotivar os demais que não conseguiram verbalizar em tom alto para todos. O trecho também não deve
ser longo (para não ficar cansativa a leitura), mas também não curto demais, garantido que várias pessoas
possam louvar em voz alta por versículos diferentes.

Louvor “ping-pong”: É o louvor que o ministro conduz, orientando a assembleia a louvar de forma
contínua, mas uma pessoa por vez. Orienta-se a assembleia geral a trazer em seu coração um motivo para
louvar o Senhor. Em voz alta, a pessoa diz o motivo e faz o louvor, logo em seguida outra pessoa diz seu
motivo particular, e assim sucessivamente, sem dar muito espaço entre um louvor e outro.

Louvor “com a canção”: Para trabalhar com essa forma de louvor, o condutor do louvor deve estar em
sintonia com o ministério de música, para que ambos possam exercer o louvor.
Combinado com o ministério, o ministro pode motivar a assembleia a utilizar da canção para
louvar. Neste tipo de louvor, podemos cantar uma estrofe, meditar e louvar a Deus de forma objetiva.
Uma outra forma de louvar com a música é colocar um refrão entre os louvores individuais da assembleia.
A pessoa faz o louvor, ao terminar canta-se um pequeno refrão da música. E logo em seguida outra pessoa
louva.

Louvor Direcionado: O condutor da oração motiva a assembleia a louvar a Deus de forma específica:
- Louvar a Deus pelo que faz / pelo que nos dá / pelo que é;
- Louvar a Deus pelas realidades da vida (trabalho, família, dia a dia);
- Louvar pelo passado, pelo presente e pelo que ainda virá.
E assim o condutor vai dando o direcionamento específico do que ele sentir.
Louvor em partilha:
Neste louvor dividimos o povo em grupos de até 04 pessoas (para dar tempo de todos partilharem).
Então, cada irmão(ã) vai partilhar brevemente os motivos que ele tem para louvar a Deus, e após esta
partilha todos juntos louvam a Senhor pelos motivos do irmão(ã).
Isto nos conduz a exercer a fraternidade e unidade. Depois o outro partilha, e todos louvam junto
com ele.

Louvor de libertação:
Também somos convidados a louvar a Deus nas dificuldades, louvar por aquilo que não recebemos
quando pedimos. É importante sempre motivar o povo na confiança e na certeza do amor de Deus. “Em
todas as circunstâncias daí graças ,porque esta é a de Deus a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus
Cristo”.
I Tess 5,18

Louvor ao Deus Trino:

Importante ter o entendimento da Trindade e da Pessoa do Pai, Filho e Espírito Santo. Assim, o
louvor pode ser ordenado para cada um Deles.

Louvor ao PAI:
Pela criação (pelo céu, pela terra, pela água, pelo ar que respiramos, pelas árvores, pelos alimentos
frutos da terra, pelos animais, pela chuva, pelo sol, pela lua e estrelas...), pela vida (por ter me criado, por
ouvir, falar, pensar, enxergar, caminhar, respirar, pelos meus braços, pernas, meus olhos, ouvidos, pela
minha boca, pelo meu coração...).

Louvor ao FILHO:
Pela Salvação: Por ter assumido nosso lugar na cruz, pelas suas Santas Chagas, pelo Sangue e Água que
jorrou do lado aberto de Cristo, pela sua Morte e Ressurreição, pela sua ascensão ao céu, preparando-nos
um lugar...
Pelo Seu agir, pelas curas físicas e espirituais. Por ser meu Amigo, por se fazer Alimento na Eucaristia,
por nos dar seu preciosíssimo Corpo e Sangue para nos fortalecer, por Ser o Princípio e o Fim de todas as
coisas...

Louvor ao ESPÍRITO SANTO:

Pela santificação. Por Ser meu Advogado, meu Intercessor, meu Auxiliador, meu Santificador, por
me capacitar a reconhecer Jesus Cristo como Senhor e Salvador da minha vida, por ser fonte inesgotável de
todas as graças, por ser meu Consolador.
Por saciar nossa sede de Deus, por fecundar o ventre de Maria, trazendo-nos Jesus nosso Senhor e
mestre, por me batizar e purificar, por me transformar, por modelar-me segundo o coração do Senhor, por
me auxiliar nas situações diversas (no trabalho, no casamento, em casa...), por me resgatar da vida de
pecado, fazendo-me uma pessoa nova.