Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Violência doméstica
Cinco tipos de violência
I - violência física. Conduta que ofende a integridade ou saúde corporal;
II - violência psicológica. ...
III - violência sexual. ...
IV - violência patrimonial. ...
V - violência moral.
Embora diversos pactos, programas e políticas tenham sido desenvolvidos nas últimas
décadas, o grande "salto qualitativo" adveio com a criação da Lei nº 11.340/06.
Conhecida como "Lei Maria da Penha", a referida lei busca assegurar facilidades e
oportunidades para que as mulheres possam viver sem violência, independentemente de
classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião.
Ademais, define os tipos de violência que podem ser cometidos contra a mulher no contexto
doméstico e familiar: a violência física, conceituada como qualquer conduta que ameace a
integridade ou a saúde corporal da mulher; ações que causem à mulher prejuízo emocional e
diminuição da autoestima são consideradas violências psicológicas; a violência sexual ocorre
quando a mulher é levada a presenciar, manter ou a participar de uma relação sexual não
consentida, mediante intimidação, ameaça ou uso da força; a violência patrimonial é
caracterizada pela retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, podendo ser
instrumento de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos; por fim, a violência moral é considerada como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria (Lei nº 11.340/06).
A Lei nº 11.340/06 representa um avanço na luta em prol dos direitos das mulheres, visto
que tem o poder de impedir o convívio do agressor com a mulher por meio de medidas
protetivas. No entanto, há que se preocupar com as sequelas psicológicas que são
enfrentadas pelas mulheres e que podem influenciar diretamente na qualidade de vida e em
relacionamentos futuros. É necessário, portanto, que os diversos profissionais envoltos no
processo de judicialização estejam preparados para lidar com tais situações e se engajem na
promoção de ações que estimulem o processo de empoderamento das mulheres em situação
de violência (Pasinato, 2015).
Primeiro passo - O registro de ocorrência é o primeiro passo para que a violência - seja
física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial - se torne formal e passível de punição.
É possível também fazer o relato de violência doméstica e familiar contra a mulher na
Delegacia Virtual, pelo endereço eletrônico https://www.delegaciavirtual.pa.gov.br/?
do=mulher.showO aplicativo informa a localização de mulheres já cadastradas pela
JustiçaFoto: Ricardo Amanajas / Ag.Para
Enquanto o processo aguarda julgamento, a lei permite dois tipos de medidas protetivas:
as que impedem determinados comportamento do agressor (suspensão do porte de
armas, afastamento do lar e da ofendida, e prestação de alimentos provisionais, por
exemplo) e as direcionadas à proteção da mulher e seus filhos (como encaminhamento
ao programa oficial de proteção; recondução ou afastamento do lar sem prejuízo dos
direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; suspensão de procurações
conferidas ao agressor, bem como proibição de contratos de compra, venda e locação
de propriedade em comum).
Cabo PM Nilson, um dos desenvolvedores do SOS Maria da Penha Foto: Ricardo Amanajas /
Ag.ParaEntre os diferenciais do aplicativo estão informações úteis, como os telefones do
Disque Denúncia (190 e 181) e das Delegacias da Mulher. Além disso, as usuárias
podem acessar a Lei Maria da Penha e suas alterações pelo celular, além da
possibilidade de cadastrar três pessoas de contato para facilitar ainda mais a apuração
do caso. O Citel já planeja atualizações do sistema desenvolvido em Ionic, mas que
deve passar para React Native, que deve melhorar o desempenho e a rapidez do
serviço.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei
complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual.
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos.
CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de
sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer
outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar,
de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição,
mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde,
educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações
relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às
conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a
sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos
resultados das medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da
pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou
exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III
do art. 1º , no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal ;
IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em
particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da
violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade
em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos
das mulheres;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos
de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-
governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de erradicação da
violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do
Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados
no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de
irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça
ou etnia;
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os
conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao
problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.