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Reparação em Instalações
Elétricas Residências
Reparação em Instalações Elétricas
Residenciais
Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Sumário

Manutenção Preventiva / Corretiva ______________________________________________________ 5

Planos de Manutenção _________________________________________________________________ 7

Segurança em Serviços de Manutenção Elétrica em Baixa Tensão (Conceitos da NR10) ___________ 11

Instrumentos e Ferramentas Típicas da área de Manutenção Elétrica __________________________ 15

Inspeção de Instalações Elétricas Residenciais _____________________________________________ 27

Diagramas Elétricos (Unifilar, Multifilar e Funcional) ________________________________________ 31

Componentes Elétricos Típicos em Instalações Elétricas Residenciais __________________________ 39

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Manutenção Preventiva / Corretiva

Manutenção Preventiva
Manutenção realizada no intuito de diminuir a possibilidade de anormalidade em uma
instalação elétrica ou equipamentos instalados, evitando a deterioração precoce de um
serviço prestado. É uma ação planejada, programada e preparada para acontecer antes do
provável acontecimento de uma anomalia, ou seja, é a ação de intervenções, inspeções,
ajustes, no intuito de prevenir possíveis anomalias precoces na instalação elétrica.

Deve ser realizada em conformidade com um cronograma ou com índices do histórico de


funcionamento ou recomendações do instalador ou fabricante no caso de equipamentos e
componentes instalados. Enquadram-se nessa categoria as ações intervencionistas
planejadas previamente tais como: Limpeza, inspeção visual, medições de grandezas etc.

Manutenção Corretiva
Manutenção realizada para corrigir ou substituir equipamentos ou componentes que se
desgastaram ou falharam e que levaram a instalação ou o equipamento a uma parada não
programada, seja por falha em um trecho ou pane em um ou mais componentes da
instalação.

É o conjunto de serviços executados nas instalações ou nos componentes e equipamento


com falha em caráter emergencial.

Comumente, os reparos são realizados e em caráter emergencial, obviamente sem


programação planejada. Nestas situações temos vários inconvenientes tais como: horas
extras do pessoal de manutenção ou valores elevados da hora homem contratada
emergencialmente, equipamentos ou instalação parada por longos períodos.

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Planos de Manutenção

O Plano de Manutenção Elétrica Residencial tem por objetivo reunir as recomendações e


procedimentos de caráter geral a serem observadas na execução dos serviços de
manutenção e operação em sistemas elétricos residenciais, da contratante:
 Quadro de Entrada da Concessionária.
 Quadros Parciais de distribuição.
 Instalação Elétrica Geral.

Recursos Humanos Mínimos


Os responsáveis pela manutenção dos sistemas elétricos deverão ser habilitados e
especializados, para a execução dos serviços constante neste Plano de Manutenção.

Quadro de Entrada da Concessionária


A contratada deverá executar a manutenção preventiva (Anual com vistorias Semestrais),
corretiva, emergencial e o cadastramento das intervenções executadas. Fornecendo mão-
de-obra especializada, e respectiva supervisão, ferramental e instrumental em
conformidade as normas técnicas.

Quadros Parciais de distribuição


A contratada deverá executar a manutenção preventiva (Semestral com vistorias
Trimestrais), corretiva, emergencial e o cadastramento das intervenções executadas.
Fornecendo mão-de-obra especializada, e respectiva supervisão, ferramental e
instrumental em conformidade as normas técnicas.

Instalação Elétrica Geral


A contratada deverá executar a manutenção preventiva (Trimestral com vistorias mensais),
corretiva, emergencial e o cadastramento das intervenções executadas. Fornecendo mão-
de-obra especializada, e respectiva supervisão, ferramental e instrumental em
conformidade as normas técnicas.

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TABELA DE PROGRAMAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA


RESIDÊNCIA

Instalação Elétrica Residencial

PROGRAMAÇÃO DAS ETAPAS DE MANUTENÇÃO

INSPEÇÃO PREVENTIVA CORRETIVA

DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS

MESES ANOS MESES ANOS PROGRAMAR

1-Quadro de Entrada da Concessionária. 3 1 X


1.1-Inspeção visual 6 1
1.2-Limpeza geral 6 1
1.3-Teste de resistência de isolamento 1
1.4-Verificação do estado dos contatos 1
1.5- Reaperto dos contatos 1
2-Quadros Parciais de distribuição. 3 6 X
2.1-Inspeção visual 3 6
2.2-Limpeza geral 6
2.3-Teste de resistência de isolamento 1
2.4-Verificação do estado dos contatos 6
2.5- Reaperto dos contatos 6
3-Instação Elétrica Geral. 1 3 X
3.1-Inspeção visual 1 3
3.2- Medições de Grandezas Elétricas 3
3.3- Reaperto de contatos e conexões 1 3

Obs.: Nas regiões litorâneas, as periodicidades das manutenções preventivas anuais


deverão ser modificadas para semestrais.

Equipe técnica de manutenção


Corpo técnico especializado para realização dos serviços:
- Eletrotécnico;
- Eletricista Manutenção;
- Auxiliar de Eletricista.

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Equipamentos Básicos para Manutenção

Relação de Equipamentos que a contratada deverá ter disponível para uso comum das
equipes. Caso haja necessidade de outros equipamentos necessários para a execução dos
serviços, a contratada deverá providenciá-los sem ônus adicionais a contratada.
Conjunto temporário de aterramento
Fonte de luz de emergência
Megger
Multímetro digital:
Amperímetro Alicate:

Ferramental Básico para Manutenção

Relação de Ferramentas que a contratada deverá ter disponível para uso comum das
Equipes. Caso haja necessidade de outras ferramentas / instrumentos necessários para a
execução dos serviços, a contratada deverá providenciá-las sem ônus adicionais à
contratante.
 Canivete para eletricista
 Escada de madeira de abrir
 Jogo de chaves de fenda (haste isolada);
 Chave de fenda Philips 1/8" x 3" ponta nº 0;
 Chave de fenda Philips 5/16" x 6" ponta nº 3;
 Jogo de chaves soquete (polegada);
 Alicate de corte diagonal 6" (cabo isolado);
 Alicate de bico 6" (cabo isolado);
 Alicate universal 8" (cabo isolado).

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Segurança em Serviços de Manutenção Elétrica em Baixa Tensão


(Conceitos da NR10)

10.1. Objetivo e Campo de aplicação


10.2. Medidas de controle
10.3. Segurança no Projeto
10.4. Segurança na Construção, Montagem, Operação e Manutenção
10.5. Segurança em Instalações Desenergizadas
10.6. Segurança em Instalações Energizadas
10.7. Trabalho envolvendo alta tensão
10.8. Proteção contra incêndios e Explosão
10.9. Procedimentos de trabalho

Risco = Probabilidade de ocorrência do dano.


Perigo= Forte potencial de causar dano.

Inspeção das Instalações Elétricas:


As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de funcionamento e seus
sistemas de proteção devem ser inspecionados e regulados periodicamente.
Os locais de serviços elétricos, compartimento e invólucros de equipamentos elétricos são
exclusivos para esta finalidade.
O atendimento deste item recai sobre o plano de manutenção preventiva e corretiva

Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas:


A instalação elétrica é considerada desenergizada e liberada para trabalho quando os
seguintes passos forem seguidos:
Seccionamento
Impedimento Energização
Constatação de Ausência de Tensão
Instalação do Aterramento provisório
Instalação da sinalização de impedimento de re-energização

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Verificar a ausência de Tensão


Antes de executar o aterramento provisório deverá ser verificada a ausência de tensão
através da utilização de equipamento apropriado.

Segurança em Instalações Elétricas Desenergizadas:


O estado de desenergizado deverá ser mantido até o término do trabalho, devendo ser re-
energizada conforme sequência:
Retirada das Ferramentas e
Utensílios
Retirada das pessoas da zona controlada
Remoção do Aterramento provisório
Remoção da Sinalização
Remoção dos travamentos
Liberação para energização

Segurança em Instalações Elétrica Energizada BT


A intervenção em instalações elétricas acima 50 Vac / 120 Vdc só poderão ser feitas por
pessoal qualificado, habilitado, capacitado ou autorizado;
Tais trabalhadores deverão receber o curso de 40 horas conforme Anexo III;
Operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos realizados em Baixa Tensão
poderão ser feitas por qualquer pessoa não advertida;
Devem ser suspensos os serviços quando tais incorrerem em situações de perigo;
Deverá haver análise de risco para as diversas situações de operação e manobra.

Habilitação, Qualificação, Capacitação e Autorização dos Trabalhadores

10.8.1 É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso


específico na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino.

10.8.2 É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente


qualificado e com registro no competente conselho de classe.

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10.8.3 É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições,


simultaneamente:
a) receba capacitação sob orientação e responsabilidade de profissional habilitado e
autorizado;
b) trabalhe sob a responsabilidade de profissional habilitado e autorizado.

10.8.3.1 A capacitação só terá validade para a empresa que o capacitou e nas condições
estabelecidas pelo profissional habilitado e autorizado responsável pela capacitação.

10.8.4 São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e os


profissionais habilitados, com anuência formal da empresa.

10.8.5 A empresa deve estabelecer sistema de identificação que permita a qualquer tempo
conhecer a abrangência da autorização de cada trabalhador, conforme o item

10.8

10.8.6 Os trabalhadores autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa


condição consignada no sistema de registro de empregado da empresa.

10.8.7 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem ser


submetidos a exame de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas,
realizado em conformidade com a NR 7 e registrado em seu prontuário médico.
10.8.8 Os trabalhadores autorizados a intervir em instalações elétricas devem possuir
treinamento específico sobre os riscos decorrentes do emprego da energia elétrica e as
principais medidas de prevenção de acidentes em instalações elétricas, de acordo com o
estabelecido no Anexo III desta NR. (Alterado pela Portaria MTPS n.º 508, de 29 de abril de
2016)

10.8.8.1 A empresa concederá autorização na forma desta NR aos trabalhadores


capacitados ou qualificados e aos profissionais habilitados que tenham participado com
avaliação e aproveitamento satisfatórios dos cursos constantes do Anexo III desta NR.
(Alterado pela Portaria MTPS n.º 508, de 29 de abril de 2016).

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10.8.8.2 Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer
alguma das situações a seguir:
a) troca de função ou mudança de empresa;
b) retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses;
c) modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e
organização do trabalho.

10.8.8.3 A carga horária e o conteúdo programático dos treinamentos de reciclagem


destinados ao atendimento das alíneas “a”, “b” e “c” do item 10.8.8.2 devem atender as
necessidades da situação que o motivou.

10.8.8.4 Os trabalhos em áreas classificadas devem ser precedidos de treinamento


especifico de acordo com risco envolvido.

10.8.9 Os trabalhadores com atividades não relacionadas às instalações elétricas


desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada, conforme define esta NR,
devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam identificar e avaliar
seus possíveis iscos adotar as precauções cabíveis.

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Instrumentos e Ferramentas Típicas da área de Manutenção Elétrica

Instrumentos de medição de grandezas elétricas


Estudando os capítulos anteriores, você aprendeu o que é corrente, o que é tensão e o que
é resistência. Por isso, você já sabe que corrente, tensão e resistência são grandezas
elétricas e que, como tal, podem ser medidas.

Existem vários instrumentos para medições dessas grandezas elétricas, mas, neste capítulo,
estudaremos alguns deles.

Também dentro desse capítulo serão estudadas as ferramentas do eletricista e


equipamentos de segurança.

Para a realização de suas tarefas do dia-a-dia, o profissional da área eletroeletrônica


necessita não só do conhecimento teórico, mas também de uma série de equipamentos,
componentes e ferramentas que o auxiliam nesse trabalho.

Instrumento digital
O multímetro digital e o volt-amperímetro alicate são instrumentos dotados de múltiplas
funções: com eles é possível fazer medições de tensão, corrente e resistência. Com alguns
de seus modelos pode-se, também, testar componentes eletrônicos, e até mesmo medir
outros tipos de grandezas.

As figuras que seguem, ilustram um modelo de multímetro digital e um modelo de volt


amperímetro alicate digital.

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Multímetro digital

Com a utilização do multímetro digital, a leitura dos valores observados é de fácil execução,
pois eles aparecem no visor digital, sem a necessidade de interpretação de valores como
ocorre com os instrumentos analógicos, ou seja, que têm um mostrador com um ponteiro.

Antes de se efetuar qualquer medição, deve-se ajustar o seletor de funções na função


correta, isto é, na grandeza a ser medida (tensão, ou corrente, ou resistência) e a escala no
valor superior ao ponto observado.

Quando não se tem ideia do valor a ser medido, inicia-se pela escala de maior valor, e de
acordo com o valor observado, diminui-se a escala até um valor ideal.

Observação
Nunca se deve mudar de escala ou função quando o instrumento de medição estiver
conectado a um circuito ligado, porque isso poderá causar a queima do instrumento.

Para a mudança de escala, deve-se desligar antes o circuito. Para a mudança de função,
deve-se desligar o circuito, desligar as pontas de prova, e selecionar a função e escala
apropriadas antes da ligação e conexão das pontas de prova no circuito.

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Para a medição de tensão elétrica, as pontas de prova do instrumento devem ser


conectadas aos pontos a serem medidos, ou seja, em paralelo.

Nas medições da corrente elétrica, o circuito deve ser interrompido e o instrumento


inserido nesta parte do circuito, para que os elétrons que estão circulando por ele passem
também pelo instrumento e este possa informar o valor dessa corrente. Desse modo, o
instrumento deve ser ligado em série com o circuito.

Para a medição de resistência elétrica, o resistor desconhecido deve estar desconectado do


circuito. Se isto não for feito, o valor encontrado não será verdadeiro, pois o restante do
circuito funcionará como uma resistência. Além disso, se o circuito estiver energizado
poderá ocorrer a queima do instrumento.

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Volt-amperímetro alicate
Para a medição de tensão e resistência com o volt-amperímetro alicate deve-se seguir os
mesmos procedimentos empregados na utilização do multímetro.
Na medição de corrente elétrica, o manuseio do volt-amperímetro alicate difere do
manuseio do multímetro, pois com ele não é necessário interromper o circuito para colocá-
lo em série. Basta abraçar o condutor a ser medido com a garra do alicate.

O volt-amperímetro alicate é indispensável em instalações industriais, para medições da


corrente elétrica de motores, transformadores, cabos alimentadores de painéis. No
entanto, com este instrumento só é possível medir corrente elétrica alternada, pois seu
funcionamento se baseia no princípio da indução eletromagnética.

Antes de utilizar qualquer instrumento de medida, é necessário que se consulte o manual


do instrumento, no qual são descritas particularidades e formas de utilização, pois de um
instrumento para outro ocorrem diferenças significativas.

Megôhmetro
O megôhmetro é um instrumento portátil utilizado para medir a resistência de isolação das
instalações elétricas, motores, geradores e transformadores.

Ele é constituído basicamente por um instrumento de medição, com a escala graduada em


megohms e um pequeno gerador de corrente contínua girado por meio de uma manivela.

Na parte externa, possui dois bornes de conexão e um botão para ajustar o instrumento no
momento de se efetuar a medição.

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Veja nas figuras abaixo um modelo de megôhmetro.

Existem megôhmetros sem esse botão, nos quais a tensão do gerador se mantém constante,
independentemente da velocidade do giro da manivela.

Os megôhmetros são construídos com diferentes faixas de medição e um gerador de tensão


com o valor adequado a cada aplicação. Os mais comuns são os que permitem medir até 50
megohms com uma tensão de 500V.

Quando a instalação elétrica ou o aparelho que se está testando destina-se a trabalhar com
alta tensão, deve-se utilizar megôhmetros de maior alcance, de 1.000 ou 10.000 megohms,
cujo gerador proporciona uma tensão de 2.500 ou 5.000V.

Resistência de isolação
A resistência de isolação é medida pelos megôhmetros e existem vários fatores que
interferem na medição a saber:
• Temperatura ambiente e da máquina;
• Tipo de construção, potência e tensão;
• Umidade do ar e do meio envolvente;
• Condições da máquina, ou seja, se é nova, recuperada, estocada;
• Qualidade dos materiais usados e seus estados.

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Alicates

O alicate é uma ferramenta de aço forjado composta de dois braços e um pino de


articulação. Cada uma das extremidades de cada braço (cabeça) pode ser em formato de
garras, de lâminas de corte ou de pontas que servem para segurar, cortar, dobrar ou retirar
peças de determinadas montagens.

Existem vários modelos de alicates, cada um adequado a um tipo de trabalho. Em serviços


de eletricidade, os alicates mais usuais são os seguintes:
• Alicate universal;
• Alicate de corte diagonal;
• Alicate de bico;
• Alicate decapador;
• Alicate gasista.

O alicate universal é o modelo mais conhecido e usado de toda a família dos alicates. Os
tipos existentes no mercado variam principalmente em relação ao acabamento e ao formato
da cabeça.

Esse tipo de alicate é uma das principais ferramentas usadas pelo eletricista, pois serve para
prender, cortar ou dobrar condutores.

Este alicate é composto de dois braços articulados por um pino ou eixo, que permite abri-lo
e fechá-lo, e em uma das extremidades se encontram suas mandíbulas. São encontrados
nos comprimentos de 150mm, 165mm, 175mm, 190mm, 200mm, 210mm e 215mm.

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O alicate de corte diagonal serve para cortar condutores. É encontrado nos comprimentos
de 130mm e 160mm.

Alicate de bico redondo é utilizado para fazer olhal em condutores com diâmetros
diferentes, de acordo com o parafuso de fixação. É encontrado nos comprimentos de
130mm e 160mm.

O alicate decapador possui mandíbulas reguláveis para decapar a isolação com rapidez e
sem danificar o condutor. Tem comprimento padronizado conforme o diâmetro do
condutor.

Outro alicate usado pelo eletricista instalador é o alicate gasista, também chamado de
alicate bomba d’água, que possui mandíbulas reguláveis, braços não isolados e não tem
corte. Serve para montar rede de eletrodutos, e especificamente buchas e arruelas. É
encontrado nos comprimentos de 160mm, 200mm e 250mm.

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Chave de fenda
A chave de fenda comum ou chave de parafuso é uma ferramenta manual utilizada para
apertar e desapertar parafusos que apresentam uma fenda ou ranhura em suas cabeças.

Ela é constituída por uma haste de aço-carbono ou aço especial, com uma das extremidades
forjada em forma de cunha e outra, em forma de espiga prismática ou cilíndrica estriada,
encravada solidamente em um cabo.

O cabo normalmente é feito de material isolante rígido com ranhuras longitudinais que
permitem uma boa empunhadura do operador e impedem que a ferramenta escorregue da
mão.

A região da cunha da chave de fenda é temperada para resistir à ação cortante das ranhuras
existentes nas fendas dos parafusos. O restante da haste deve apresentar uma boa
tenacidade para resistir ao esforço de torção quando a chave de fenda estiver sendo
utilizada.

Para permitir o correto ajuste na fenda do parafuso, as chaves de fenda comuns de boa
qualidade apresentam as faces esmerilhadas em planos paralelos, próximo ao topo.

A finalidade dessas faces esmerilhadas é dificultar o escorregamento da cunha na fenda do


parafuso quando ele está sendo apertado ou desapertado. Isso evita que a fenda do
parafuso fique danificada e protege o operador de acidentes devidos ao escorregamento da
ferramenta.

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Além da chave de fenda comum, existem alguns outros modelos indicados para o uso em
trabalhos da área eletroeletrônica. Elas são:
• Chave Philips;
• Chave tipo canhão.

Chave Philips: A chave Philips é uma variante da chave de fenda. Nela, a extremidade da
haste, oposta ao cabo, tem o formato de cruz. É usada em parafusos que usam este tipo de
fenda.

Chave tipo canhão: A chave tipo canhão tem na extremidade de sua haste um alojamento
com dimensões iguais às dimensões externas de uma porca. Esse tipo de chave serve para
a colocação de porcas.

Conservação e condições de uso


Como qualquer outra ferramenta, a chave de fenda requer cuidados especiais de manuseio
e armazenamento.
Para que a chave de fenda se mantenha em perfeito estado para uso, deve-se seguir os
seguintes cuidados de manuseio:
• Não usar o cabo da chave como um martelo;
• Não usar a chave para cortar, raspar ou traçar qualquer material;
• Usar a chave adequada ao tamanho e tipo do parafuso;
• Jamais esmerilhar ou limar a cunha da chave.

Para evitar acidentes, ao apertar parafusos, a peça deve estar apoiada em um lugar firme.
Do contrário, a chave poderá escorregar e causar ferimentos na mão que estiver segurando
a peça.

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Escadas

A escada é um equipamento utilizado pelo eletricista para que possa realizar trabalhos em
diferentes alturas. Elas são encontradas basicamente em três modelos diferentes:
• Escada simples;
• Escada dupla;
• Escada com apoio.

A escada simples é constituída basicamente por degraus e pernas. Esse tipo de escada só
pode ser usado em locais que ofereçam apoio a sua parte superior, como por exemplo
paredes.

O apoio contra as paredes deve ter uma inclinação tal, que os pés fiquem distantes da
parede aproximadamente ¼ do comprimento “L”.

Antes de subir na escada, é necessário certificar-se de que os pés da escada estejam


firmemente apoiados ao chão. Se o piso for escorregadio, use um tapete de borracha no
apoio dos pés da escada.

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Ao utilizar essa escada, deve-se solicitar o auxílio de outra pessoa para segurá-la firmemente
antes da subida. Se possível, o último degrau deve ser amarrado no ponto de apoio para
que a escada não escorregue de lado.

As escadas duplas e com apoio são semelhantes na forma construtiva, diferindo apenas na
utilização. A escada dupla permite a subida de duas pessoas, enquanto que a escada com
apoio permite a subida de somente uma.

Esses tipos de escada não precisam ser apoiadas em paredes, porque possuem dois lados
que se abrem com o auxílio de uma dobradiça. Além disso, um braço articulado mantém a
escada na posição aberta.

Cinto porta ferramentas


Esse cinto é um equipamento de segurança usado não só para proteger o eletricista contra
quedas, mas também para transportar as ferramentas de forma prática e organizada, uma
vez que, para evitar acidentes nunca se deve carregar ferramentas no bolso.

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Esse cinto é um equipamento de segurança usado não só para proteger o eletricista contra
quedas, mas também para transportar as ferramentas de forma prática e organizada, uma
vez que, para evitar acidentes nunca se deve carregar ferramentas no bolso.

O cinto deve ser colocado na cintura com as ferramentas encaixadas nos espaços separados
para cada uma: alicates, chaves de fendas e canivete.

Guia de náilon
O guia de náilon é utilizado para facilitar a passagem dos condutores nos eletrodutos. Na
ponta desse utensílio existe uma mola com uma esfera para guiar a haste de náilon através
das curvas.

Na outra extremidade do guia, a fixação dos condutores é feita por meio do olhal metálico,
conforme ilustração a seguir.

Após feitas as amarrações, e antes de introduzir o guia através do eletroduto, estas devem
ser isoladas com fita isolante. As amarrações devem receber uma camada de vaselina ou
talco industrial, fabricados para esse fim, à medida que o guia e as fiações forem sendo
introduzidas. Isto é feito para facilitar a passagem dos condutores pelos eletrodutos.

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Inspeção de Instalações Elétricas Residenciais

A segurança do trabalhador deve ser sempre item prioritário ao executar qualquer serviço,
e serviços com a eletricidade não deve ser diferente, e sim um fator a mais para atenção.

Quando utilizamos as instalações elétricas há riscos de acidentes, tais como: choques


elétricos e queimaduras devido ao aquecimento de componentes da instalação, e em casos
mais graves há o risco de incêndio, estes riscos são potencializados devido à má instalação
elétrica ou seleção dos componentes.

A norma Brasileira NBR 5410/2004 determina expressamente as condições mínimas que


devem atender as Instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança dos
usuários, o correto funcionamento da instalação e a conservação dos bens. Os requisitos
são aplicáveis às instalações de baixa tensão de edificações, independentemente de sua
finalidade (comercial, residencial, etc.), se aplicando também às instalações novas e
reformas.

Os trâmites para avaliação e validação de novas instalações ou daquela que passaram por
reforma devem seguir um roteiro, que podemos assim estabelecer:

Documentação:
Diagrama unifilar, memorial descritivo e projeto.

Inspeção:
Inspeção visual, ensaios e “as built”

Relatórios:
Documentos que apresentam os resultados encontrados durante a inspeção e ensaios.

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Análise Documental
A instalação deve ser executada a partir de um projeto específico, que deve conter no
mínimo:
a) Plantas;
b) Esquemas unifilares;
c) Detalhes de montagem, quando necessário;
d) Memorial descritivo da instalação;
e) Especificação dos componentes;
f) Parâmetros de projeto (correntes de curto-circuito, queda de tensão, fatores de
demanda considerados, temperatura ambiente, etc.)

A documentação descrita acima, será alvo de minuciosa análise e precisa demonstrar


fielmente a instalação executada, ou seja, estar na condição “as built”.

O propósito desta verificação é garantir que a distribuição de cargas nos circuitos, a


especificação dos condutores utilizados, a seleção adequada dos dispositivos de proteção,
entre outros itens estão em conformidade com a NBR 5410.

Inspeção Visual
A inspeção visual tem a finalidade de garantia da correta execução da instalação, utilização
dos componentes e proteção ao usuário, comparando as informações contidas no projeto
e na norma aplicável com a instalação física. A verificação da instalação e dos componentes
tem como principal objetivo garantir se estes:
a) estão em conformidade com as respectivas normas;
b) dimensionados e instalados de acordo com a NBR 5410;
c) não apresentam danos aparentes e são capazes de garantir o seu correto funcionamento
e a segurança

Além da inspeção dos componentes utilizados, a inspeção visual deve ter como base a
análise inicial da documentação “as built” e deve cobrir ainda os itens:
a) medidas de proteção contra choques elétricos;
b) medidas de proteção contra efeitos térmicos;
c) seleção e instalação das linhas elétricas;

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Ensaios
Após a verificação de toda documentação e inspeção visual é chegada a hora de execução
dos ensaios da instalação. Tais ensaios são executados ao final da instalação e devem ser
executados por pessoal qualificado e acompanhado por um responsável da instalação.
Alguns testes devem ser executados com a instalação desenergizada, e sendo assim, é
imprescindível que a edificação não esteja em uso a fim de não comprometer o operacional
e a segurança dos usuários.

Veja abaixo a lista dos ensaios exigidos pela NBR 5410:


1- Continuidade dos condutores de proteção e das ligações equipotenciais existentes na
instalação.
Este ensaio tem como finalidade verificar a continuidade do condutor de proteção de
ponto de utilização e as massas da instalação em relação ao BEP (Barramento de
Equipotencialização Principal), garantindo assim a proteção ao usuário.

2- Resistência de isolamento da instalação.


Com a instalação desenergizada é verificada através de uma alta tensão DC a
possibilidade da ocorrência de falhas de isolação entre os condutores vivos e condutores
vivos e condutor de proteção. Falhas de isolação podem ser causadas por seleção
inadequada de condutores ou degradação da isolação, seja por tempo de uso ou
execução inadequada da instalação.

3- Ensaio de tensão aplicada, para componentes construídos ou montados no local da


instalação.

4- Ensaios de funcionamento, para montagens como quadros, acionamentos, controles,


intertravamentos, comandos, etc.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Relatório de Inspeção
A aprovação e liberação da instalação só deverá acontecer após a execução das três etapas:
análise da documentação, inspeção e ensaios, na comprovação de conformidade das etapas
anteriores o responsável técnico emitirá um relatório, garantido que a instalação foi
devidamente inspecionada, com a garantia que toda a instalação está em conformidade
com à norma ABNT 5410.
Este relatório visa garantir a segurança da instalação e de seus usuários, e também será
parte integrante do PIE (Prontuário de Instalações Elétricas), nos casos de instalações com
carga instalada superior a 75kW, conforme a NR-10 (norma regulamentadora do ministério
do trabalho, item 10.2.4.g).

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Diagramas Elétricos (Unifilar, Multifilar e Funcional)

Para a execução de uma instalação elétrica, o eletricista deve ter à sua disposição, uma série
de dados importantes tais como: a localização dos elementos na planta do imóvel, a
quantidade e seção dos fios que passarão dentro de cada eletroduto, qual o trajeto da
instalação, a distribuição dos dispositivos e circuitos e seu funcionamento.
Todos esses dados estão contidos neste capítulo que falará sobre diagramas de instalação.
Nele você verá que existem diversos tipos de diagramas, conhecerá suas características,
simbologia e modo de utilização.

Diagrama elétrico
Diagrama elétrico é a representação de uma instalação elétrica ou parte dela por meio de
símbolos gráficos, definidos nas normas NBR 5259, NBR 5280, NBR 5444, NBR 12519, NBR
12520 e NBR 12523.
Dos diagramas existentes, estudaremos neste capítulo três:
• Diagrama funcional;
• Diagrama multifilar;
• Diagrama unifilar.

O diagrama funcional apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar com rapidez
e clareza o funcionamento ou a sequência funcional dos circuitos.
Esse tipo de diagrama não se preocupa com a posição física dos componentes da instalação
elétrica.
A figura a seguir mostra um exemplo de diagrama funcional de um circuito composto por
um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

O diagrama multifilar é usado somente para os circuitos elementares, pois é de difícil


interpretação quando o circuito é complexo. É um diagrama que representa todo sistema
elétrico em seus detalhes e todos os condutores.

Veja na figura a seguir, um exemplo de diagrama multifilar mostrando um circuito composto


de um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

O diagrama unifilar apresenta as partes principais de um sistema elétrico e identifica o


número de condutores. O trajeto dos condutores é representado por um único traço. Esse
tipo de diagrama geralmente representa a posição física dos componentes da instalação,
porém não representa com clareza o funcionamento e a sequência funcional dos circuitos.
É o tipo de diagrama mais usado em instalações elétricas prediais.

A figura a seguir apresenta um diagrama unifilar do circuito elétrico composto por um


interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

Os símbolos gráficos usados neste diagrama são definidos pela norma NBR 5444, para serem
usados em planta baixa (arquitetônica) do imóvel. Nesta planta é indicada a localização
exata dos circuitos de luz, de força, de telefone e seus respectivos aparelhos.

Veja nas tabelas a seguir, as simbologias do sistema unifilar para instalações elétricas
prediais (NBR 5444).

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Quadro 1 - Símbolos de quadros de distribuição

Quadro 2 – Símbolos para luminárias, refletores e lâmpadas

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Quadro 3 - Símbolos para interruptores

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Quadro 4 - Símbolos para eletroduto

Quadro 5 – Símbolos para eletrodutos e distribuição

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Quadro 6 – Símbolos para tomadas

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Como exemplo, é apresentado a seguir um esquema da instalação elétrica de uma


residência, na planta baixa.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Componentes Elétricos Típicos em Instalações Elétricas Residenciais

Dispositivos de proteção
Os dispositivos de proteção dos circuitos elétricos podem ser divididos, basicamente, em:
• Fusíveis;
• Disjuntores;
• Interruptor diferencial residual (DR);
• Dispositivo de proteção contra surto (DPS);
• Relés térmicos.

Fusíveis
Os fusíveis são dispositivos de proteção destinados a interromper circuitos pelos quais
esteja circulando uma corrente de curto-circuito ou sobrecarga de longa duração.

Há vários modelos de fusíveis, de diversos fabricantes. Alguns tipos encontrados no


mercado são: cartucho, faca, diazed e NH.

Os fusíveis são formados por um corpo de material isolante, normalmente fibra prensada
ou porcelana no qual está inserido um fio fusível de cobre ou prata, que uma vez fundido
por sobrecarga ou curto-circuito, interrompe a corrente do circuito.

O corpo de material isolante serve de proteção contra acidentes pessoais (choques). Os


fusíveis são construídos para várias intensidades de correntes e tensão máxima de serviço
até 600V.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Disjuntores
Disjuntores são dispositivos de manobra e proteção com capacidade de ligação e
interrupção de corrente quando surgem no circuito condições anormais de trabalho como
curto-circuito ou sobrecarga.

O disjuntor é composto das seguintes partes:


• Caixa moldada feita de material isolante na qual são montados os componentes;
• Alavanca liga-desliga por meio da qual se liga ou desliga manualmente o disjuntor;
• Extintor de arco ou câmara de extinção, que secciona e extingue o arco que se forma
entre os contatos quando acontece sobrecarga ou curto-circuito;
• Mecanismo de disparo que desliga automaticamente o disjuntor em caso de sobrecarga;
• Relé bimetálico que aciona o mecanismo de disparo quando há sobrecarga de longa
duração;
• Relé eletromagnético que aciona o mecanismo de disparo quando há um curto- circuito.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

O disjuntor inserido no circuito funciona como um interruptor. Como o relé bimetálico e o


relé eletromagnético são ligados em série dentro do disjuntor, ao ser acionada a alavanca
liga-desliga, fecha-se o circuito que é travado pelo mecanismo de disparo e a corrente
circula pelos dois relés.

Havendo uma sobrecarga de longa duração no circuito, o relé bimetálico atua sobre o
mecanismo de disparo abrindo o circuito. Da mesma forma, se houver um curto- circuito,
o relé eletromagnético é que atua sobre o mecanismo de disparo abrindo o circuito
instantaneamente.

Quando ocorrer o desligamento do disjuntor, basta acionar a alavanca de acionamento


para que o dispositivo volte a operar, não sendo necessária sua substituição como ocorre
com os fusíveis.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Quanto às características elétricas, os disjuntores podem ser unipolar, bipolar e tripolar,


sendo que as correntes nominais variam de acordo com a necessidade da instalação. Veja
figura a seguir.

Eles possuem disparo livre, ou seja, se a alavanca for acionada para a posição ligada e
houver um curto-circuito ou uma sobrecarga, o disjuntor desarma.

Observação
O disjuntor deve ser colocado em série com o circuito que irá proteger.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Interruptor diferencial residual (DR)

O interruptor diferencial residual é um dispositivo que faz o desligamento de qualquer


circuito que apresente uma corrente de fuga entre 15 e 30mA. Apesar de se ter a sensação
de choque em caso de contato da fase com o corpo humano, não há risco de vida, caso o
circuito seja protegido por esse dispositivo.

Desde dezembro de 1997, é obrigatório no Brasil, em todas as instalações elétricas de baixa


tensão, o uso dos chamados dispositivos DR nos circuitos elétricos que atendam a locais
onde exista a possibilidade de uma corrente residual circular pela instalação.

Interruptor Diferencial Residual de 2 e 4 polos

O interruptor diferencial residual possui um transformador de corrente, um disparador e


um mecanismo liga-desliga. Ele funciona comparando uma corrente de entrada com uma
corrente de saída. Se esta diferença estiver entre 15 e 30mA, em 30ms o disparador opera.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Este dispositivo deve ser ligado de modo que todos os condutores do circuito, inclusive o
neutro, passem pelo interruptor, permitindo a comparação entre as correntes de entrada e
de saída e o desligamento da alimentação do circuito em caso de fuga de corrente.
Abaixo temos um dos esquemas de ligação do interruptor diferencial residual:

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Dispositivo de proteção contra surtos (DPS)

O dispositivo de proteção contra surtos (DPS) é um dispositivo de proteção para instalações


elétricas e aparelhos eletroeletrônicos contra sobretensões transitórias (surtos de tensão)
decorrente de descargas atmosféricas (raios), ou contra surtos causados por um súbito
aumento da tensão na rede de alimentação.

Os surtos de tensão devido a descargas atmosféricas podem ter causas diversas e serem
divididos em:
• Surtos induzidos ou indiretos – ocorrem quando as descargas atmosféricas atingem as
linhas de transmissão e distribuição de energia ou caem diretamente em árvores,
estruturas ou no solo. Nesse momento as ondas eletromagnéticas originárias pela
descarga atmosférica se propagam induzindo corrente elétrica nos condutores metálicos
que estiverem em seu raio de alcance.
• Surtos conduzidos ou diretos - ocorrem quando uma descarga atmosférica cai
diretamente sobre a instalação, a estrutura ou em um ponto muito próximo e todos os
elementos metálicos no local (inclusive o aterramento), ficam por pouco tempo com
potenciais diferentes. Essas diferenças de potencial geram correntes de surto que
circularão por diversos pontos da estrutura, pela a instalação elétrica e pelos
equipamentos por ela servidos.
• Os surtos de manobra, causados pelo súbito aumento da tensão na rede de alimentação,
normalmente originam-se na própria rede com o acionamento e desligamento de
máquinas, como por exemplo, uma máquina de solda.

Na ocorrência dessas situações, o DPS é acionado, limitando as sobretensões ao descarregar


parte dos surtos de corrente para a terra e deixando passar somente a parcela suportável
pela instalação.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Classes dos DPS


Pela Norma ABNT NBR IEC 61643-1, os tipos de DPS são classificados, de acordo com sua
capacidade de suportar sobre tensões em:

• Classe I - Protetores com capacidade de desviar para a terra, descargas diretas;

• Classe II - Protetores com capacidade de desviar para a terra, descargas elevadas;

• Classe III - Protetores com capacidade de desviar para a terra, descargas médias;

De forma geral, uma residência utiliza DPS classes II ou III e edificações maiores (prédios) e
locais sujeitos a descargas diretas utilizam DPS classes I ou I/II.

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Reparação em Instalações Elétricas Residenciais

Os DPS classe II são instalados no interior do quadro de distribuição de uma residência. Já


os DPS classe III são ligados exclusivamente juntos aos equipamentos eletroeletrônicos e
eletrodomésticos, sendo seu uso opcional.

Conforme a Norma ABNT NBR 5410:2004, a instalação deve ser provida de proteção
contra sobretensões transitórias, com o uso de DPS ou por outros meios equivalentes ao
mesmo, nos seguintes casos:
• Quando a instalação for alimentada por rede de aérea, ou a própria instalação incluir
rede aérea e se situar em região sujeita a incidência de surtos induzidos ou indiretos;
• Quando a instalação se situar em região sujeita a incidência de surtos conduzidos ou
diretos.

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