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Direito Agrário
6ª AULA
CONTRATOS AGRÁRIOS
CARACTERÍSTICAS CONTRATUAIS
ELEMENTOS ESSENCIAIS
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I - conservação dos recursos naturais de acordo com as
normas obrigatórias estabelecidas pelo INCRA;
II - prazos mínimos estabelecidos pelas leis agrárias;
III – disposições do Código Florestal (Lei 4.771/65 e Decreto
58.016/66, referentes à proteção das áreas com florestas e ao reflorestamento);
IV - práticas agrícolas de acordo com as normas estabelecidas
pelas leis próprias, visando a disciplinar a agricultura em zonas típicas do País,
tendo em vista o que fixaram os Decretos 55.891/65, e 56.792/65, sendo que a
inobservância de tais práticas agrícolas constitui causa para rescisão do contrato
agrário;
V - preço do arrendamento, segundo os critérios legais, isto é,
fixação, em quantia certa, do preço do arrendamento, a ser pago em dinheiro ou
no seu equivalente em frutos ou produtos, na forma do artigo 95, XII, do Estatuto
da Terra e do artigo 17 do Decreto 59.566/66;
VI - partilha dos frutos nas parcerias, fixando as condições de
partilha dos frutos, produtos ou lucros havidos na parceria, conforme preceitua o
artigo 96 do Estatuto da Terra e o artigo 39 do Decreto n. 59.566/66;
VII - renovação ou prorrogação do contrato, estabelecendo suas
bases, esclarecendo se ocorrerá automaticamente ou dependerá de notificação,
bem como prevendo a alteração ou não do preço do arrendamento ou das
condições da partilha dos frutos nas parcerias (artigo 95, IV e V, do Estatuto da
Terra, e artigo 22 do Decreto 59.566/66);
VIII - causas de extinção ou rescisão contratual, de acordo com
o que determina o Decreto 59.566/66, em seus arts. 26 a 32;
IX - direito e formas de indenização quanto às benfeitorias
realizadas, ajustadas no contrato agrário;
X - obrigações quanto aos danos substanciais causados pelo
parceiro-outorgado por práticas predatórias na área de exploração, ou nas
benfeitorias, instalações e equipamentos especiais, veículos, máquinas,
implementos, ou ferramentas a eles cedidos (arts. 95, XI, ‘c’, e 96, V, e, do
Estatuto da Terra);
XI – proteção social e econômica dos arrendatários e parceiros-
outorgados com observância das normas seguintes:
a) crédito rural, com a concordância do arrendante ou do
parceiro-outorgante, à solicitação de crédito rural feita pelos arrendatários ou
parceiros-outorgados, junto aos estabelecimentos de crédito, oficiais ou
particulares (artigo 13, V, da Lei n. 4.947, de 1966);
b) cumprimento das proibições fixadas no artigo 93 do Estatuto
da Terra, a saber:
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- prestação do serviço gratuito pelo arrendatário ou parceiro-
outorgado, quando não é visado o seu benefício, o que não ocorrerá no conserto e
conservação de caminhos e estradas de uso comum;
- exclusividade da venda dos frutos ou produtos ao arrendador
ou ao parceiro-outorgante;
- obrigatoriedade do beneficiamento da produção em
estabelecimento determinado pelo arrendante ou pelo parceiro-outorgante;
- obrigatoriedade da aquisição de gêneros e utilidades em
armazéns ou barracões determinados pelo arrendante ou pelo parceiro-outorgante:
- aceitação, pelo parceiro-outorgado, do pagamento de sua
parte em ordens, vales, borderôs, ou qualquer outra forma regional substitutiva da
moeda; e,
c) direito e oportunidade de dispor dos frutos ou produtos
repartidos da seguinte forma (artigo 96, V, t, do Estatuto da Terra):
- nenhuma das partes poderá dispor dos frutos ou produtos
havidos antes de efetuada a partilha, devendo o parceiro-outorgado avisar o
parceiro-outorgante, com a necessária antecedência, da data em que iniciará a
colheita ou repartição dos produtos pecuários;
- ao parceiro-outorgado será garantido o direito de dispor
livremente dos frutos e produtos que lhe cabem por força do contrato;
- em nenhum caso será dado em pagamento ao credor do
cedente ou do parceiro-outorgado o produto da parceria, antes de efetuada a
partilha.
PRAZO
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a) 3 anos para os contratos em que ocorra atividade de
exploração de lavoura temporária, isto é, lavoura cujo ciclo, do plantio à colheita,
realiza-se no período do ano agrícola, tal como ocorre com o feijão, milho, arroz,
amendoim, algodão, soja e aveia;
b) 5 anos para os contratos em que ocorra atividade de
exploração de lavoura permanente, isto é, lavoura que exige anos para se cumprir
o ciclo vegetativo, e a produção normal perdura por vários anos, tais como as
frutas cítricas, a cana-de-açúcar e o café; e,
c) 7 anos quando ocorre atividade de exploração florestal, isto
é, quando a árvore é plantada e cuidada pelo agricultor até que esteja em
condições de exploração comercial, tais como os pinheiros e eucaliptos.
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O prazo mínimo para os contratos de parceria agrícola,
pecuária, agroindustrial, extrativa e mista, segundo o Estatuto da Terra (Lei n.
4.504/64), arts. 95 e 96, é de mínimo de 3 anos, assegurado ao parceiro-
outorgado o direito à conclusão da colheita pendente.
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ESPÉCIES DE CONTRATOS AGRÁRIOS
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL RURAL
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Assim, o título deverá conter detalhadamente a descrição do
imóvel, sua localização (nome da rua, número do lote, etc), sua metragem, imóveis
confrontantes (incluindo-se os nomes de seus proprietários). Deve haver, ainda,
referência ao título pelo qual foi efetuada a aquisição por parte do vendedor,
mencionando-se o Tabelionato onde fora lavrada a escritura, o Livro, a respectiva
folha e a data, bem como esses dados referentes ao registro deste título e, é claro,
o número da matrícula (ou transcrição, se ainda não houver matrícula).
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Deverão constar da escritura pública as assinaturas das
partes, vale dizer, do vendedor e do seu cônjuge, do(s) comprador (es), das
testemunhas, além do tabelião que a tiver lavrado.
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determinada quantia e dele receberam algum tipo de recibo ou contrato. Na
verdade estas pessoas possuem um direito (obrigacional) contra o proprietário,
pois pagaram o preço, mas não possuem um direito de propriedade sobre o imóvel.
Daí o famoso brocardo: ‘quem não registra não é dono’.
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trânsito, de turista, de temporário, de permanente, de cortesia, de oficial ou de
diplomático.
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Com relação ao arrendamento rural ou ‘leasing’ aplicam-se as
mesmas regras para a aquisição de imóvel rural por estrangeiros, pessoas físicas
ou jurídicas.
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O arrendante (locador) é o proprietário (pessoa física ou
jurídica) que cede seu imóvel rural para exploração, mediante remuneração
previamente combinada, ao arrendatário que é a pessoa física ou jurídica, ou
ainda conjunto familiar representado pelo seu chefe que recebe o imóvel rural ou o
toma por aluguel (artigo 3º, § 2º do Decreto 59.566/66).
SUBARRENDAMENTO RURAL
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O Subarrendamento é o contrato pelo qual o arrendatário
transfere a outrem, no todo ou em parte, os direitos e obrigações do seu contrato
de arrendamento (artigo 3°, § 1°, do Decreto 59.566/66).
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O subarrendamento extingue-se com o contrato principal, já
que é classificado como contrato acessório tal como o é a sublocação. Isto é, findo
o contrato de arrendamento, extingue-se de pleno direito o subarrendamento
(artigo 31, parágrafo único, do Decreto 59.566/66). O subarrendatário deverá
desocupar o imóvel rural quando o arrendante (locador) e subarrendante ou
arrendatário (sublocador) resolverem extinguirem por qualquer razão o contrato
principal de arrendamento.
PARCERIA RURAL
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implementos, com o objetivo de ser exercida atividade de transformação de
produto agrícola, pecuária ou florestal’ (art. 5°, inc. m, do Decreto n° 59.566);
d) Parceria extrativa: Constitui aquela ‘quando o objeto da
cessão for o uso do imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, e/ou animais de
qualquer espécie, com o objetivo de ser exercida atividade extrativa de produto
agrícola, animal ou florestal’ (art. 5°, inc. IV, do Decreto n° 59.566);
e) Parceria mista: Dá-se ‘quando o objeto da cessão abranger
mais de uma das modalidades de parceria’, definidas nos itens acima (art. 5°, inc.
V, do Decreto 59.566).
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