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1. Epidemiologia:
Após a concepção, 30% dos embriões morrem antes de implantar, 30% após implantar
(até essa fase não tem clínica sugestiva de gravidez), 10% na forma de aborto e 30% do
total das concepções sobrevivem.
2. Etiopatogenia:
→ Incompetência istmo-cervical.
→ Tumores uterinos intracavitários (pólipos / miomas / outros).
→ Malformações mullerianas (útero septado, bicorno, unicorno).
→ Sinéquias uterinas.
3.1.1. Conduta:
→ Expectante!!!
→ Orientações.
→ Apoio.
→ Analgésicos / antiespasmódicos se a paciente tiver sintomas.
→ Repouso e abstinência sexual (?) – evitam esforço físico intenso, que pode fazer um
ressangramento nessa área de coágulo e piorar o prognóstico da gravidez. Muitos médicos
orientam, porém não existe evidência cientifica importante.
→ Progesterona (?).
→ Sangramento – ausente.
→ Dor – ausente.
→ Febre – ausente.
→ Útero – menor que o esperado para a IG.
→ Orifício interno do colo – fechado.
→ Beta-HCG – negativo ou decrescente.
→ Ultrassonografia – embrião presente, porém morto (sem BCF).
3.2.1. Conduta:
É um tipo de abortamento retido que ocorreu muito precocemente e o embrião não chegou
a ser visível ou o embrião foi reabsorvido e não é visto na USG.
→ Sangramento – ausente.
→ Dor – ausente.
→ Febre – ausente.
→ Útero – menor que o esperado para a IG.
→ Orifício interno do colo – fechado.
→ Beta-HCG – negativo ou decrescente.
→ Ultrassonografia – saco gestacional íntegro e ausência de embrião.
OBS.: DMSG = diâmetro médio do saco gestacional. Essa média é a soma dos diâmetros
laterolateral + anteroposterior + laterolateral em outra incidência ÷ por 3.
3.3.2. Conduta:
→ Expectante x ativa.
OBS.: Em pacientes que têm incompetência istmo-cervical (IIC), pode não haver dor.
3.4.1. Conduta:
→ Internação.
→ Orientações.
→ Consentimento.
→ Expectante x esvaziamento da cavidade uterina
→ Cerclagem de urgência.
− Internação.
− Antibioticoterapia.
− Procedimento sob anestesia em Trendelenburg.
− *Baixa taxa de sucesso (50%).
− *Rotura de membranas.
− *Trabalho de parto pré-termo (TPPT).
− *Corioamnionite.
→ Sangramento – variável.
→ Dor – cólicas.
→ Febre – ausente.
→ Útero – menor do que o esperado para a IG.
→ Orifício interno do colo – fechado ou aberto (mais comum).
→ Beta-HCG – negativo ou decrescente.
→ Ultrassonografia – restos ovulares (ecos hiperecogênicos).
3.5.1. Diagnóstico:
→ Clínica + USG.
→ Não dar alta para a paciente que tem colo aberto e está sangrando!!! Se no serviço
não tiver USG, deve-se deixar a paciente em conduta expectante.
→ A espessura do endométrio é usada como critério diagnóstico do abortamento
incompleto. O ponto de corte de 20 mm é usado para diferenciar um abortamento
incompleto do completo. Portanto, após um sangramento sugestivo de aborto, se a
espessura do endométrio for menor que 20 mm, considera-se que essa paciente sofreu
um abortamento completo (a conduta pode ser expectante, pois normalmente o restante
do material sai espontaneamente). Caso essa espessura seja acima de 20 mm,
principalmente se a cavidade está muito heterogênea ou se o Doppler indica fluxo
sanguíneo, considera-se que essa paciente sofreu um abortamento incompleto (a conduta
nesse caso é curetagem ou aspiração manual intrauterina para retirar o resto de material).
3.5.2. Conduta:
Expulsão espontânea e total do feto e dos anexos. É mais frequente até 8 semanas.
Clínica: parada ou diminuição súbita do sangramento e das cólicas.
→ Sangramento.
→ Dor importante em hipogástrio e à mobilização uterina.
→ Febre.
→ Corrimento genital fétido e purulento.
3.7.2. Classificação:
→ Tipo I:
→ Tipo II:
→ Tipo III:
3.7.3. Diagnóstico:
3.7.4. Tratamento:
É uma doença que vem da formação errônea do produto da concepção. Há uma carga
genética alterada, geralmente por excesso de carga paterna e, com isso, ao invés de se
formar uma gravidez tópica, forma-se uma massa que traz sinais e sintomas de uma
gravidez normal, porém é inviável, pois geneticamente não tem como dar origem a um
concepto normal.
→ β HCG elevado.
→ Náuseas e vômitos → hiperêmese gravídica, que cursa com distúrbios eletrolíticos
e é motivo frequente de internação.
→ Útero com volume superior ao esperado → mais comum em mola completa. Na
mola parcial, o útero pode ter um tamanho esperado para a IG.
→ Sangramento genital com vesículas (60%).
→ Sensibilidade mamária.
→ Sensibilidade pélvica (cistos ovarianos por estimulação do β HCG).
→ Sonolência.
→ Modificação de apetite e comportamento.
→ Sinais e sintomas de crise tireotóxica, pois o β HCG possui uma molécula muito
semelhante ao TSH, o que estimula a tireoide. Esses sinais e sintomas normalmente são
perda de peso, taquicardia, sudorese, tremores de extremidade e alteração de pele, unha
e cabelo.
Só existe mola dentro do útero. Na USG é facilmente diagnosticada (útero preenchido por
vesículas) e não existe nenhum sinal que sugira indícios de gravidez viável.
Esse tipo de gravidez normalmente advém de: um óvulo feminino sem carga genética, que
foi fecundado por um espermatozoide que duplicou sua carga (o conteúdo genético é todo
paterno) OU um óvulo feminino sem carga genética, que foi fecundado por dois
espermatozoides, também gerando um zigoto com conteúdo genético exclusivamente
paterno. Em geral, o cariótipo de uma mola completa é 46, XX ou 46, XY. Para o feto ser
viável, necessita-se de carga genética materna e paterna.
Esse tipo de gravidez normalmente advém de um excesso de carga genética paterna, com
um cariótipo triploide 69, XXY ou 69, XXX. Essa formação se dá por: um óvulo feminino
com carga genética normal, que foi fecundado por um espermatozoide que duplicou sua
carga OU um óvulo feminino com carga genética normal, que foi fecundado por dois
espermatozoides. Nesses casos, há um embrião / feto, porém inviável já que é triploide. No
início da gestação é difícil dar o diagnóstico de gravidez molar parcial, porém com o
decorrer da gestação, fica mais fácil pois há múltiplas malformações fetais e muitas vezes
a placenta apresenta aspecto hidrópico / hidatiforme, o que levanta a suspeita de mola.
Faz-se dosagem do β HCG seriado pelo menos 1x/sem após o esvaziamento. A paciente
só recebe alta depois do β HCG negativar. Isso é pertinente pelo fato de haver possibilidade
de malignização e metastatização do material. Se esse β HCG estava em queda e começa
a ascender, suspeita-se dessas complicações. A queda do β HCG geralmente é rápida,
mas pode demorar de 12 a 14 semanas para se tornar negativo. Além disso, em casos
suspeitos ou confirmados de gravidez molar, é recomendado que se faça um raio x de
tórax para avaliar os pulmões, os quais são o sítio mais acometido por metástase desse
tipo de tumor trofoblástico. Em pacientes com sinais ou sintomas de recidiva ou de
aumento de β HCG, o pulmão é o local que costuma haver uma massa. Apesar de ser um
tumor, a resposta terapêutica é positiva com quimioterapia.
Gravidez ectópica
É toda gravidez que tem implantação fora de cavidade endometrial viável. Portanto, pode
haver gravidez ectópica no útero (intersticial, em cicatriz de cesárea e cervical). Porém o
local mais frequente (> 95%) é na trompa. É importante causa de morte materna no Brasil.
2. Fatores de risco:
→ Aumento da idade das mulheres que estão engravidando, o que reduz a qualidade
ovocitária e do zigoto. Com essa redução, a migração muitas vezes fica prejudicada.
→ DIP, pois geralmente deixa fibrose ou cicatrizes tubárias ou uterinas. Podem
modificar a motilidade do embrião e a implantação.
→ Gravidez ectópica prévia.
→ Doença e cirurgia tubária.
→ Uso de DIU (de progestágeno) associado à DIP.
→ Esterilização cirúrgica, porque a trompa que sofreu qualquer tipo de intervenção
cirúrgica pode ficar com cicatrizes e isso aumenta o risco de ter alteração na motilidade e
na migração embrionária.
→ Técnicas de reprodução assistida (inseminação artificial, fertilização in vitro), que
colocam o zigoto na cavidade e ele tem que migrar sozinho e, muitas vezes, ele faz um
caminho retrógrado em direção à cavidade peritoneal (volta pela trompa). Dessa forma,
ele tende a ser implantado em locais inadequados.
→ Múltiplos parceiros* → é um fato de risco indireto, pois está associado a um maior
risco de DIP em decorrência de IST’s.
→ Contraceptivos só de progestágeno, pois a maioria deles age por meio de alteração
de motilidade tubária e, caso a mulher engravide na vigência de uso dessas medicações,
há um risco maior de haver uma migração errônea do embrião e ele ser implantado em
local inadequado.
→ Zona discriminatória: β HCG > 1000 mUI/mL. Esse valor indica a partir de qual idade
gestacional é possível visualizar pela USG um embrião na cavidade uterina. Esse valor tem
alta especificidade, mas baixa sensibilidade, ou seja, alguns aparelhos mais antigos têm
menor capacidade de identificar uma gravidez muito precoce. Portanto, alguns estudos
utilizam um ponto de corte > 1000 mUI/mL. Alguns utilizam de 1500 a 2000 mUI/mL.
→ Reação de Arias Stella: o útero recebe estímulo do β HCG e ele começa a agir como
se tivesse que nutrir o embrião tópico. Portanto há hipertrofia das glândulas endometriais
com aumento na produção de secreção e elas começam a liberar essa secreção, que se
acumula na cavidade uterina, a qual pode parecer com um saco gestacional (pseudo saco
gestacional). A reação de Arias Stella é esse estímulo endometrial causado pela gravidez
ectópica. A diferença do pseudo saco e do saco gestacional é, principalmente, o
posicionamento que eles se encontram na USG. O pseudo se localiza mais na região
central e o saco verdadeiro na região excêntrica.
Gravidez ectópica rota
Pensa-se em gravidez ectópica rota pela clínica (paciente hipotensa ou em choque pela
perda de sangue volumosa e aguda) e pela USG, que pode ajudar a ver que a massa está
menos definida, bem heterogênea e com muito liquido livre na pelve. Após a confirmação
de rotura, inicia-se o tratamento.
Gestação heterotópica
Nesses casos, são gestações gemelares, onde um embrião é tópico e o outro ectópico.
Atentar-se para analisar as imagens da USG e a descrição dos anexos embrionários!!!
5. Condutas:
Pontuação (cada instituição tem seus pontos de corte):
Para iniciar essa conduta, a paciente precisa estar estável hemodinamicamente com boas
funções hepática e renal. Insuficiência renal e/ou hepática são contraindicações para esse
tipo de conduta.