REALISMO
MÚLTIPLA ESCOLHA
ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.
Leia o fragmento abaixo, retirado de uma obra de machado de Assis, e responda aos itens 01 a 10.
CAP. XXVII
VIRGÍLIA?
“Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...? A mesma; era justamente a senhora que
em 1869 devia assistir aos meus últimos dias, e que antes, teve larga parte nas minhas mais íntimas sensações.
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura de nossa raça, e,
com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do seu
tempo, porque isto não é romance em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas
também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da
natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da
criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita
preguiça e alguma devoção, - devoção, ou talvez medo; creio que medo.
Aí tem o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir mais tarde na minha vida;
era aquilo com dezesseis anos. Tu que me lês, se ainda fores viva, quando estas páginas vierem à luz, tu que me lês,
Virgília amada, não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando te vi? Crê que
era tão sincero então como agora; a morte não me tornou rabugento nem injusto.
- Mas dirás tu, como é que podes assim discernir a verdade daquele tempo, e exprimi-las depois de tantos
anos? Ah! Indiscreta! Ah! Ignorantona! Mas é isso mesmo que nos faz senhores da terra, é esse poder de restaurar o
passado, para tocar a instabilidade de nossas impressões e a vaidade dos nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o
homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige
a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.”
2. Segundo o estudioso franco-germânico Wolfgang Kayser, o foco narrativo é uma espécie de máscara utilizada pela
imaginação para livremente criar um universo paralelo ao universo físico. Nesse trecho, o universo paralelo se nos é
apresentado pelas impressões de um
( A ) narrador observador vivo, que na sua velhice busca reminiscências de seu primeiro amor, Virgília uma
mulher romântica que o enfeitiçara na juventude.
( B ) narrador onisciente, morto, que conhece Virgília de corpo e alma, por isso tem liberdade para criticá-la de
forma aberta, por não tê-la amado verdadeiramente.
( C ) autor-defunto e, ao mesmo tempo, narrador, que recupera suas impressões físicas acerca de Virgília, uma
personagem marcante na sua obra autobiográfica.
( D ) defunto-autor e ao mesmo tempo, narrador, que tem a liberdade absoluta para fustigar as pessoas com
quem conviveu, analisando inclusive a mulher mais importante de sua vida.
( E ) narrador vivo, mas o personagem que representa está morto, e, por estar do outro lado, não tem mais
nada a esconder de Virgília, acerca de seu falso amor.
2. Todo o evento desse capítulo está permeado de crítica ao estilo anterior. Isso fica mais evidente em expressões
como
( A ) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno.”
( B ) “porque isto não é romance em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e
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espinhas;”
( C ) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura de
nossa raça,”.
( D ) “Virgília amada, não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando
te vi?”
( E ) “Ah! Indiscreta! Ah! Ignorantona! Mas é isso mesmo que nos faz senhores da terra, é esse poder de
restaurar o passado.”
2. ”Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura de nossa raça, e,
com certeza, a mais voluntariosa.” Tal descrição de Virgília remete-nos para uma jovem
( A ) impetuosa e por vezes inconsequente, mas com certo grau de inocência, posto que ainda estava com
dezesseis anos.
( B ) sugestiva e caprichosa, embora com dezesseis anos e com pouco espaço na sociedade, era plena de
iniciativa de amar.
( C ) sensual e despudorada, já que sabia como despertar a atenção nos homens e conhecia seus interesses
mais recônditos.
( D ) imaginativa e impressionável, sendo, por isso muito volúvel e fútil diante do jogo de interesses políticos de
sua família.
( E ) voluptuosa e impetuosa, posto ser descrita na plenitude dos sentidos e do livre arbítrio, entre o amor e o
interesse material.
2. Ao contrário da visão romântica acerca da mulher, do amor, do casamento, o narrador se nos apresenta como um
materialista convicto. Essa postura fica mais evidente no trecho
( A ) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo
passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
( B ) “Mas é isso mesmo que nos faz senhores da terra, é esse poder de restaurar o passado, para tocar a
instabilidade de nossas impressões e a vaidade dos nossos afetos.”
( C ) “Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição
definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.”
( D ) “Virgília amada, não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando
te vi? Crê que era tão sincero então como agora;”
( E ) “Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos;
muita preguiça e alguma devoção, - devoção, ou talvez medo; creio que medo.”
2. Nesse capítulo fica evidente um traço do estilo machadiano: o (a)
2. No texto, o trecho “Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...? A mesma; era justamente a
senhora que em 1869 devia assistir aos meus últimos dias...” demonstra que
2. Segundo o narrador, o que Virgília não entende em relação à sua mudança de tratamento é que
2. Levando em conta que Virgília é filha de um importante e influente político, um comendador abastado, a visão
crítica machadiana sobre a “elite dominante” do país centra-se no fato de ela
2. Expressões como “Era isto Virgília”; “era aquilo com dezesseis anos”; denotam que o narrador via Virgília sob o
escopo da(do)
( A ) sensualidade.
( B ) cinismo.
( C ) platonismo.
( D ) preconceito social.
( E ) prepotência.
CORRESPONDÊNCIA
EXISTEM A SEGUIR VÁRIOS CONCEITOS EM COLUNAS. COLOQUE NOS PARÊNTESES DA COLUNA DA DIREITA
O NÚMERO QUE JULGAR CORRESPONDER AO CONCEITO DA COLUNA DA ESQUERDA. CASO NÃO HAJA
CORRESPONDÊNCIA, DÊ UM TRAÇO. LEVE EM CONTA QUE PODERÁ HAVER REPETIÇÃO DE NÚMEROS.
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2. Proceda à relação entre o texto e o contexto do Realismo/Naturalismo.
2. POSITIVISMO ( ) “Juliana servia havia vinte anos. Como ela dizia, mudava
de anos, mas não mudava de sorte. Vinte anos a dormir
em cacifos, a levantar-se de madrugada, a comer os
restos, a vestir trapos velhos, a sofrer os repelões das
crianças e as más palavras das senhoras...Tinha agora dias
em que só de ver o balde das águas sujas e o ferro de
engomar se lhe embrulhava o estômago.”
3. DARWINISMO ( ) ”...Pois você queria sua filha confessada, casada, por um
negro? ... se você viesse a ter netos queria que eles
apanhassem palmatoadas de um professor mais negro que
esta batina? (O mulato – Aluísio Azevedo)
7. DETERMINISMO
PERGUNTAS SIMPLES
2. Por que o momento realista não precisa mais de heróis e mocinhas? (02 escores)
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2. De que forma a figura acima se relaciona com o romance de tese do Naturalismo? (02 escores)
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4ª QUESTÃO (31 escores)
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O REALISMO BRASILEIRO
DÊ O QUE SE PEDE
Os itens 14 a 16 que se seguem referem-se à obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de
Assis.
“AO VERME
QUE
PRIMEIRO ROEU AS FRIAS CARNES
DO MEU CADÁVER
DEDICO
COMO SAUDOSA LEMBRANÇA
ESTAS
MEMÓRIAS PÓSTUMAS”
2. Por que o defunto-autor Brás Cubas elege o verme como merecedor de sua obra prima? (03 escores)
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2. Relacione as considerações de Mafalda, no último quadrinho, com algum traço do estilo de Machado de Assis, ao
abordar a literatura de seu tempo. (02 escores)
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Leia o fragmento de texto abaixo de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e a tirinha a seguir e responda
ao item 16.
“Enfim! Eis aqui Virgília. Antes de ir a casa do Conselheiro Dutra, perguntei ao meu pai se havia algum ajuste
prévio de casamento. – Nenhum ajuste. Há tempos conversando com ele a teu respeito, confessei-lhe o desejo que
tinha de te ver deputado; e de tal modo falei, que ele prometeu fazer alguma coisa, e creio que o fará. Quanto à
noiva, é o nome que dou a uma criaturinha, que é uma joia, uma flor, uma estrela, uma coisa rara... é a filha dele;
imaginei que, se casasses com ela, mais depressa serias deputado.
– Só isto?
– Só isto.”
2. Estabeleça relação entre a visão de mundo da menina Mafalda, na tirinha acima, e a visão de Machado de Assis no
trecho de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, com foco no amor, no trabalho e noutras fórmulas que movem os
interesses da sociedade de seu tempo. (04 escores)
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Observe, atentamente, o modo como Machado de Assis constrói o capítulo abaixo e responda ao item 17.
CXXXIX
De como não fui ministro d’Estado.
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2. No capítulo posterior a esse – o CXL, Brás Cubas diz: “Há coisas que melhor se dizem calando; tal é a matéria do
capítulo anterior. Podem entender os ambiciosos malogrados. Se a paixão do poder é a mais forte de todas...” O que
Brás Cubas procurou deixar para o leitor responder no capítulo 139, graficamente reproduzido acima?
(02 escores)
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2. Especialmente nos contos, Machado de Assis vai, gradativamente, manipulando a curiosidade e juízos de valor do
leitor, acrescentando pequenos detalhes, aparentemente irrelevantes, na construção do cenário de adultério, mas que
passam logo depois a serem decisivos. Apresente alguns desses detalhes na história de Camilo, Rita e Vilela.
(03 escores)
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2. “Camilo tirou uma nota de dez mil reis, e deu-lha. Os olhos da cartomante fuzilaram. O preço usual era dois mil
reis.”
Como poderia ser explicada a prodigalidade do personagem Camilo nesse trecho? Que mensagem o autor deixa
ao leitor acerca do ser humano? (03 escores)
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“Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela
trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que iria acordá-lo à
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meia-noite. [...] Boa Conceição! Chamavam-lhe a ‘Santa’, e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os
esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem
grandes risos.”
2. Nesse conto de Machado de Assis, o leitor enfrenta um verdadeiro desafio para decifrar a alma feminina. O que
aconteceu nessa noite, que nem o narrador conseguiu entender? (04 escores)
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2. “Durante a missa a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre mim e o padre; fique isso a conta dos
meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao almoço, falei da missa do galo, e da gente que estava na igreja, sem
excitar a curiosidade de Conceição. Durante o dia achei-a como sempre, natural, benigna, sem nada que fizesse
lembrar a conversação da véspera.”
De acordo com a narrativa e impressões do conto “Missa do galo”, poderíamos dizer que a personagem Conceição
é ambígua e dissimulada? Explique. (04 escores)
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DÊ O QUE SE PEDE
2. Podemos citar a concorrência desenfreada entre João Romão e Miranda, a inveja que um sentia do outro, nestas
palavras: “Travou-se então uma luta renhida e surda entre o português negociante de fazendas por atacado e o
português negociante de secos e molhados...”
(p.22 de O cortiço.)
Ao final da narrativa, a personagem João Romão pode ser considerada um personagem-símbolo do Evolucionismo
aplicado à tese literária? Justifique sua resposta. (03 escores)
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6ª QUESTÃO (06 escores)
DISCURSIVA
LEIA ATENTAMENTE O TEMA A SEGUIR E REDIJA O TEXTO NA CAIXA DE RASCUNHO COM UM MÍNIMO DE 5
(CINCO) E UM MÁXIMO DE 15 (QUINZE) LINHAS, APÓS REDIGI-LO TRANSCREVA-O PARA A CAIXA DO TEXTO
DEFINITIVO.
A literatura naturalista brasileira adaptou-se bem ao coletivismo, isto é, tendências de escritores da época em
abordar ambientes coletivos e degradantes, onde pessoas miseráveis digladiavam-se pela sobrevivência cotidiana.
Inspire-se na figura acima e trace um amplo quadro dos tipos – habitantes do Cortiço, relacionando-os ao momento
RASCUNHO:
histórico em que situava-se o Brasil, denunciado na obra de Aluísio de Azevedo.
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TEXTO DEFINITIVO:
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5 ________________________________________________________________________________
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BOA PROVA!