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Do interior do quarto 02 (quarto do armário), a casa olha pra fora. Vemos o terreno da parte
da frente da casa. Está amanhecendo e tem pouca luz no céu.
Visão de cima (+ ou - a altura de uma pessoa) do chão. Vemos ele inteiro, e possivelmente a
parte inferior da porta ou entrada de outros cômodos.
Plano aberto da mata, não há ninguém no quadro. Som de passos, mais próximo.
Plano médio de um tronco, vemos sua textura, ranhuras e insetos que habitam.
04.04 EXT. Plano médio. Leve plongée. Fixa.
Plano aberto e distante das pessoas que colhem madeira. Não é possível vê-la tão
nitidamente, tanto pela distância como pelo recorte que árvores e vegetação fazem em seu
corpo. Contudo o som da ação está próximo, como no plano anterior: ouvimos os passos na
grama, as mãos colhendo os galhos, estalos.
Vista diagonal da abertura do fogão. Uma mão se aproxima e começa a enchê-lo. A ação
segue em um ritmo de crescimento.
A mão acende o fogo. A pessoa continua no cuidado para que o fogo se alastre. A fumaça
aparece aos poucos nesse plano, de forma não intrusiva.
Plano aberto, do morrinho da parte de trás da casa. Vemos a parte superior dela, céu e a
fumaça subindo. Chaminé.
6. vomitar cabelos pelo ralo, agua vermelha, agua vazando, inundar. - Jade - Qualquer horário
A câmera captura a janela e a parede do banheiro. A luz vem forte pela janela. Vemos uma
bacia em cima de um banquinho. Uma pessoa liga o chuveiro. A água cai cristalina e vai
enchendo a bacia. A pessoa sentada no canto esquerdo do enquadramento, e só as suas
pernas, pés e relances do corpo aparecem.
O banheiro tomado pela água vermelha, o chão está encharcado e o volume de água vai
crescendo.
Ponto de vista da sala. A água vermelha passa a escorrer pela fresta da porta.
7. tapar as diversas frestas da casa do lado de dentro com cabelos, papéis, cera, tijolos, - De
Milena para todo mundo.
07.01 INT. Plano detalhe - plano médio. Normal. Fixa.
Vários planos detalhes de mãos e dedos que vão, cuidadosamente, preenchendo as frestas.
Um ritmo semelhante de duração de cada plano. Para o fim da sequência, a câmera abre
mais para um plano médio, e é possível ver o braço e dorso das pessoas.
Plano médio frontal da janela, ponto de vista da garagem. 4 velas estão colocadas na beirada
da janela. A pessoa vai colocando as fotos no vidro calmamente.
Planos detalhe das fotos. Dar um tempo a elas individualmente e como conjunto. Elas são
iluminadas pela luz de velas do lado de fora.
Plano médio semelhante ao 08. 02, a janela está coberta. Som de passos.
9. roupa da tanya no guarda-roupa, encher o quarto pequeno de papéis - Jade, Milena e Rafa
- Qualquer horário
Uma série de planos detalhes com partes do armário que transbordam com o papel. Fazer
com que o papel “abra” as portas do armário e transborde sozinho. Acúmulo.
10. encher o quarto grande e a copa (fita crepe pra vedar a porta da copa), construir o ninho,
madeira/galhos, a sujeira com terra/folhas - Karina
Plano sequência das pessoas levando os galhos-madeira para dentro. Acompanhando pelas
costas ou com um recorte aproximado do corpo.
Planos detalhes do amontoado de sujeira e rastro pela casa. A câmera faz um leve plongée e
está muito próxima do chão. Os planos começam fixos, e a câmera vai seguindo pelo
caminho dos rastros e da sujeira lentamente, acompanhando-os e mostrando a sua
extensão. Intensificação do som e modulação.
11. jogar na sala, trazer os móveis de fora pra dentro, encher a sala - Todo mundo - Início de
tarde (11:30 - 16:00)
Câmera posicionada próxima da porta, quase no exterior da casa. Ela registra a chegada das
pessoas com os móveis e o ato de colocá-los para dentro.
Momento de jogo. Um plano em conjunto de todas as pessoas dentro da casa e dos móveis.
A câmera irá acompanhar a ação e os rostos e detalhes do corpo. A ideia é que os planos
sejam bem longos para que eles possam capturar, no máximo, o jogo “na íntegra”, o olhar
dos performers para os objetos, a escolha, a mudança de posicionamento, os movimentos no
quadrado. Talvez seja o próprio “resultado” do jogo que acabe por preencher a sala? O som é
principalmente do ambiente, mas tem pequenas manipulações nos sons para amplificá-los,
“esculpí-los” ou texturizá-los. Penso se “o monólogo da casa” não se inicia aqui, de alguma
forma.
12. lacrar a casa - Todo mundo - Tarde, sol forte (12:00 - 16:00)
Planos médios externos do entulho no interior subindo. Vemos a casa de fora, pelas janelas.
Os cômodos vão sendo filmados mais vazios e vão se enchendo.
Plano detalhe das estruturas no interior. Câmera aproximada das janelas. Recortes de
galhos, entulho e outros materiais.
As portas e entradas do interior estão sendo seladas com placas de metal. Finalização do
enchimento da casa.
Planos gerais de cada cômodo, mostrando o quão cheios eles estão. Acúmulo visual.
Coletivamente, a casa começa a ser lacrada com placas de compensado. Os planos são
grandes, mostram as pessoas trabalhando juntas e também uma relação dos seus corpos
com o espaço e o mato. Os compensados possuem frases, ou partes de texto.
13. registrar as mãos sujas - Todo mundo - Tarde (Antes do pôr do sol 16:00)
Plano geral diagonal da casa, pela frente. A casa está circulada por velas. Todos os quatro
correm ao redor da casa. O som do metrônomo vai ditando a intensidade da ação.
Visão aérea do topo da casa e das pessoas correndo ao redor. Registrar, se possível, a ação
inteira dessa perspectiva.
Câmera muito próxima do chão. O enquadramento faz um recorte do círculo de velas. Os pés
passam correndo com urgência.
A câmera filma o momento de parada da corrida. A respiração está forte, as pessoas estão
ofegantes. Alguns sentam, e vão retomando o fôlego aos poucos. O estado do corpo de
cansaço ao relaxamento.
15. contemplar o descanso, despedir-se - Todo mundo - 16:40 - 18:00
Mesmo enquadramento que o “01.01 INT- EXT”. Só que agora, onde antes havia vazio, os
galhos obstruem parte da visão. É fim de tarde, e uma luz branca-cinza está no céu, sendo
consumida pela escuridão. Todas as pessoas (ou algumas delas) estão do lado de fora, um
tanto distante. Elas conversam felizes, outras sentam no chão cansadas. A ação se
desenvolve até que se acaba a conversa, e as pessoas começam a sair, se dirigindo para o
ambiente das cadeiras.
Plano a pino das cadeiras lá fora. É noite ou parte final da tarde. Elas estão vazias. Silêncio e
som de mata.
O grupo de cadeiras está disposto, vazio. No fundo, vemos a casa. A câmera está em ângulo
normal, mas ela está mais abaixo no terreno, o lugar onde as cadeiras estão é uma espécie
de mini-clareira e se assemelha a um palco em relação a câmera que está mais baixa. As
pessoas chegam no seu ritmo e vão se sentando. Elas estão ofegantes e vão relaxando aos
poucos.
Detalhes das mãos e pés descansando. Som de respiração. Filmar o suor que escorre pelos
braços, mãos e dedos.
Detalhes dos olhos, recorte pra parte de cima da máscara. A pessoa não precisa,
necessariamente, olhar para a câmera. Filmar até que se vá do estado de cansaço e ofegação
até uma “normalização” e calma. Som do fogo crepitando.
A refeição já acabou, e algumas pessoas começam a acender cigarros e fumar. A câmera está
distante, e mostra o grupo de cadeiras e fundo da mata, enquanto antes era a casa que
estava no fundo.
Plano médio de cada um. Quem aparece escuta e reage. Aos poucos, desde o plano anterior,
o som do fogo vai se alterando, formando uma espécie de “fala”. As reações espontâneas,
momento de divertimento, descontração. Satisfação
Número de planos
70
Estimativa de planos por dia - 14.
Estimativa de horas de material gravado por dia - 5-6.
Estimativa de tempo para cada plano - 26 minutos.