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Nº USP: 9827183
Tais avanços tecnológicos abalam um dos paradigmas mais estáveis da humanidade: sua
organicidade e a própria finitude que dela provém. O avanço dos estudos genéticos e da
biologia celular fazem surgir questionamentos bioéticos inéditos para a humanidade. Até que
ponto deve chegar a pesquisa científica em relação ao corpo humano e a sua capacidade
reprodutiva? Devemos expandir ao máximo a nossa expectativa de vida? Qual o eventual
controle que as grandes corporações de tecnologia poderão alcançar caso o uso de biochips se
torne algo usual?
Esse debate pode ser dividido resumidamente, segundo Zuben, em dois
posicionamentos: os essencialistas, que consideram que qualquer mudança no aparato biológico
uma violação do organismo humano, tido como sagrado; e àqueles que não negam o avanço das
pesquisas biotecnológicas, mas que enxergam a necessidade de discutir as limitações
consensuais e dinâmicas que a humanidade deve impor a essas pesquisas. Uma manifestação
política desse último posicionamento é o partido transumanista criado em 2014 nos Estados
Unidos. Em seu site oficial, eles elencam como principais pautas a extensão máxima da vida
humana por meio da tecnologia; suportam uma visão social, cultural e política animada pela
razão, ciência e valores laicos e por fim, apoia os esforços para usar a ciência e tecnologia para
reduzir e eliminar riscos existenciais pra espécie humana.
Esse curso foi muito importante na minha formação pois tratou de muitas inquietações
que eu possuo a respeito da maneira que nossa sociedade encara o processo de produção do
saber científico: distanciada da materialidade e das contradições do seu fazer. Perceber o
processo histórico de sua formação é uma ferramenta poderosa para quebrar tabus e enxergar os
limites da técnica científica e ao mesmo tempo reconhecer as importantes conquistas
humanitárias que dela surgiram. Também é essencial construir esse senso crítico para os
desafios ainda vindouros que o desenvolvimento tecnológico nos trará como humanidade.