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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL ALMIRANTE SOARES DUTRA

CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ANA PAULA LUNA DA SILVA


IVANISE DE BARROS
JOSÉ AMARO DE JESUS
RISETE ALVES DA SILVA

"O COMBATE CONTRA A PROLIFERAÇÃO DAS DOENÇAS


ARBOVIROSES NOS CANTEIROS DE OBRAS – COM ÊNFASE NO 5S".

MODÚLO IV

RECIFE
2021
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL ALMIRANTE SOARES DUTRA
CURSO TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ANA PAULA LUNA DA SILVA


IVANISE DE BARROS
JOSÉ AMARO DE JESUS
RISETE ALVES DA SILVA

"O COMBATE CONTRA A PROLIFERAÇÃO DAS DOENÇAS


ARBOVIROSES NOS CANTEIROS DE OBRAS – COM ÊNFASE NO 5S".

MODÚLO IV

Trabalho de Conclusão do Projeto Integrador,


apresentado como um dos requisitos para a
conclusão do Modulo IV, do Curso Técnico de
Segurança do Trabalho da Escola Técnica
Estadual Almirante Soares Dutra, sob a orientação
da Professor Rútilo Pinheiro.

RECIFE
2021
FOLHA DE APROVAÇÃO

Este trabalho foi elaborado por:

________________________________________________________
ANA PAULA LUNA DA SILVA

_______________________________________________________
IVANISE DE BARROS

________________________________________________________
JOSÉ AMARO DE JESUS

________________________________________________________
RISETE ALVES DA SILVA

________________________________________________________
Professor Orientador: RÚTILO PINHEIRO

________________________________________________________
Banca Examinadora: FABIANA NASCIMENTO

________________________________________________________
Banca Examinadora: RÚTILO PINHEIRO

________________________________________________________
Coordenadora: FABIANA NASCIMENTO

________________________________________________________
Gestora: JAIDETE ARRUDA
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho as nossas


famílias pelos momentos de ausência e
pela capacidade de sempre acreditar em
nossas competências.
AGRADECIMENTOS

Ao Professor Rútilo Pinheiro pela


orientação e supervisão deste trabalho, o
qual não teria sido o mesmo sem a sua
pessoa e todo o seu conhecimento.

A todos os professores e a coordenadora


Fabiana Nascimento que nos
acompanharam ao longo do curso,
agradecemos pelos ensinamentos.
"Tampe o que tem água/limpe a que está
parada/ Para você agradecer, por não ter
contraído nada."

(Giovanni Santana, 2015)


RESUMO

Ao tratar sobre o crescente número dos casos de doenças causadas pelo


mosquito Aedes Aegypti no Brasil, vetor responsável pela transmissão da Dengue, Zika
Vírus e Chikungunya, o Ministério da Saúde, em 2020, publicou o boletim epidemiológico,
afirmando que "entre janeiro e novembro foram registrados 971.136 casos prováveis de
Dengue no Brasil, com 528 mortes. As maiores incidências se deram nas regiões Centro-
Oeste (1.187,4 por 100 mil habitantes), Sul (931,3/100 mil) e Nordeste (258,6/100 mil) 1. E
ele ainda aponta "os canteiros de obra e o descarte inadequado de resíduos da
construção como os responsáveis por cerca de 20% dos focos do Aedes Aegypti" 2.
Conforme Ângela Nogueira (2015), "em média, 25% dos exames de análise de água
parada em pontos suspeitos nos canteiros de obras são positivos para focos do vetor, ou
seja, contêm larvas do mosquito"3.
Diante dessa realidade, acreditamos que a construção civil é um ambiente
favorável a expansão do Aedes Aegypti, devido a deficiência na forma de armazenamento
dos materiais ali produzidos e na destinação inadequada de seus resíduos sólidos
urbanos, sejam eles de entulho de construção ou demolição.
Assim, o presente trabalho tem como foco principal "o combate contra a
proliferação das doenças arboviroses nos canteiros de obras, com ênfase no 5S",
utilizando a ferramenta 5S para tanto, elaboramos o projeto "Construindo com
Segurança e Saúde", o qual se propõe melhorar a organização e a limpeza das obras e,
simultaneamente, provocar uma mudança cultural, atingindo desde a área administrativa
até o grupo de profissionais de chão de fábrica da construção civil.
E para contribuir nesse sentido, o projeto "Construindo com Segurança e Saúde"
conta com recursos tecnológicos, tais como: Quick Response Code (QR Code), um Site e
um Manual Digital, além das ferramentas de estratégias: de ferramentas estratégicas
como: Treinamento Comportamental e 5S, bem como o Diálogo Diário de Segurança
(DDS), que possui uma função subsidiária.

Palavras-chave: Combate as Arboviroses. Canteiros de obras. Treinamento


Comportamental. 5S.
ABSTRACT

When dealing with the growing number of cases of diseases caused by the Aedes
Aegypti mosquito in Brazil, the vector responsible for the transmission of Dengue, Zika

1 VALENTE, Jonas. Aumenta preocupação com doenças ligadas ao Aedes aegypti no verão. 2020.
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-12/aumenta-preocupacao-com-doencas-
ligadas-ao-aedes-aegypti-no-verao. Acesso em 25 de jun. 2021.
2 NOGUEIRA, Ângela, Programa nacional combate dengue no canteiro de obras. 2015. Disponível em:
http://www.cimentoitambe.com.br/dengue-no-canteiro-de-obras/. Acesso em: Acesso em 25 de jun. 2021.
3 Idem.

7
Virus and Chikungunya, the Ministry of Health, in 2020, published the epidemiological
bulletin, stating that "between January and November 971,136 probable cases of Dengue
were registered in Brazil, with 528 deaths. The highest incidences occurred in the Midwest
(1,187.4 per 100 thousand inhabitants), South (931.3/100 thousand) and Northeast (258.6/
100 thousand). And he also points out "the construction sites and the inadequate disposal
of construction waste as responsible for about 20% of the Aedes Aegypti outbreaks".
According to Ângela Nogueira (2015), on average 25% of the exams of standing water
analysis at suspicious points on construction sites are positive for vector foci, that is, they
contain mosquito larvae.

In view of this reality, we believe that civil construction is a favorable environment


for the expansion of Aedes Aegypti, due to the deficiency in the storage of materials
produced there and the inadequate disposal of its solid urban waste, whether from
construction or demolition debris.

Thus, the present work has as its main focus "the fight against the proliferation of
arboviruses diseases in construction sites, with an emphasis on Behavioral Training",
therefore, we developed the project "Building with Safety and Health", which aims to
improve the organization and cleaning of the works and, at the same time, provoke a
cultural change, reaching from the administrative area to the group of factory floor
professionals in civil construction.

And to contribute in this sense, the "Building with Safety and Health" project has
technological resources, such as: Quick Response Code (QR Code), a Website and a
Digital Manual, in addition to strategic tools: Behavioral Training and 5S, as well such as
the Daily Security Dialogue (DDS), which has a subsidiary function.

Keywords: Fight against Arboviruses. Construction sites. Behavioral Training. 5S.

8
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Urbanização e ecologia do dengue............................................................... 32

Figura 2 – Alerta à População – Dengue Mata!............................................................. 35

Figura 3 - Zika vírus........................................................................................................ 38

Figura 4 - Chikungunya: número de casos continuam a crescer no País...................... 41

Figura 5 – Quantidade de resíduos Sólidos gerados no Brasil...................................... 46


SUMÁRIO

1. Introdução 11

2. Objetivos 23

2.1 Objetivo Geral 23

2.2 Objetivos Específicos 23

3. Justificativa 24

4. Metodologia 27

5. Fundamentação Teórica 28

6. Projeto Integrador

7. Considerações Finais

8. Referências Bibliográficas..............................................................................................

10
1. INTRODUÇÃO

Esta atividade vem apresentar a elaboração do Projeto Integrador (PI), que foi
instituído pela Escola Técnica Estadual Almirantes Soares Dutra – ETEASD, em sua
grade curricular como ferramenta estratégica de ensino-aprendizagem.

Para efeito de conceituação, considera-se o Projeto Integrador como "uma


unidade curricular com características interdisciplinares, envolvendo professores e alunos
na realização de um trabalho com o objetivo de promover a articulação entre os
conhecimentos, as habilidades e as atitudes para o desenvolvimento das competências
relacionadas à formação profissional"4. O PI compreende o planejamento e a aplicação de
um trabalho - que abranja tanto os conhecimentos teóricos como práticos - através da
integração das disciplinas de determinado período letivo, o qual, dependendo da turma,
dos docentes ou ainda dos objetivos, pode abranger um semestre ou dois. Ademais, este,
busca, preferencialmente, a resolução de problemáticas reais de uma área de estudo
específica e a promoção da multidisciplinaridade entre os docentes. O instrumento em
questão visa, portanto, contextualizar os conhecimentos através da articulação entre
teoria e prática; além de possibilitar a avaliação e vivência do discente, sob circunstâncias
similares a situações reais de atuação profissional 5.

Nessa perspectiva, deu-se o desenvolvimento ao atual projeto, que se baseou no


tema da 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT)", evento apoiado pelo
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e que, em 2021, aborda sobre a temática
"A transversalidade da ciência, tecnologia e inovações para o planeta".

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), definidos pela Lei de


Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, a transversalidade diz respeito à
possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre aprender

4 LUCCA FILHO, Vinicius de and SANTOS, Fabíola Martins dos. A ambientação profissional e projeto
integrador: vivências e aprendizagens na formação profissional no curso Técnico de Hospedagem
do IF-SC. Disponível em: https://www.ucs.br/ucs/eventos/seminarios_semintur/semin_tur_6/arquivos/01/A
%20ambientacao%20profissional%20e%20projeto%20integrador%20vivencias.pdf. Acesso em: 14 jun.
2021.
5 SALVADOR, Antônio Ricardo and TOASSI, Andresa Jaqueline. Projeto Integrador: Uma Ferramenta de
Ensino/ Aprendizagem em Cursos Técnicos. Disponível em: file:///C:/Users/adm/Downloads/324-Texto
%20do%20artigo-1132-1-10-20130503%20(1).pdf. Acesso em: 14 jun. 2021.

11
conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões
da vida real e de sua transformação (aprender na realidade e da realidade). Não se trata
de trabalhá-los paralelamente, mas de trazer para os conteúdos e para a metodologia da
área a perspectiva dos temas. Dessa forma, os PCNs sugerem alguns “temas
transversais” que correspondem a questões importantes, urgentes e presentes sob várias
formas na vida cotidiana: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e
Consumo e Pluralidade Cultural6. (Grifo Nosso).

Já a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em 2017 pelo


Ministério da Educação, "aponta seis macroáreas temáticas (Cidadania e Civismo,
Ciência e Tecnologia, Economia, Meio Ambiente, Multiculturalismo e Saúde) englobando
15 Temas Contemporâneos7 “que afetam a vida humana em escala local, regional e
global”" (BRASIL, 2017, p. 19).

Nesses documentos a abordagem do tema saúde alude que a temática assume


uma importância relativa a ser trabalhada no processo de ensino e de aprendizagem em
todas as suas etapas, conforme abaixo descrito:

● Nos PCNs - a saúde é apresentada como um dos Temas Transversais (TT) em


uma das publicações dos PCNs além de estar presente nos conteúdos previstos para a
área das Ciências da Natureza, seja para o Ensino Fundamental (MEC, 1998) ou para o
Ensino Médio (MEC, 1999, 2002)8;

● Já na BNCC, em sua primeira versão, a saúde apareceu inserida nos Direitos


de Aprendizagem, enquanto que na versão final para a Educação Infantil e o Ensino

6MENEZES, Ebenezer Takuno de. Verbete transversalidade. Dicionário Interativo da Educação


Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2001. Disponível em:
<https://www.educabrasil.com.br/transversalidade/>. Acesso em 14 jun. 2021.
7 Os Temas Contemporâneos Transversais abordados na BNCC são Ciência e Tecnologia, Direitos da
Criança e do Adolescente; Diversidade Cultural, Educação Alimentar e Nutricional, Educação Ambiental;
Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais Brasileiras; Educação em
Direitos Humanos; Educação Financeira; Educação Fiscal; Educação para o Consumo; Educação para o
Trânsito; Processo de envelhecimento, respeito e valorização do Idoso; Saúde; Trabalho e Vida Familiar e
Social. (BRASIL, 2017)
8 AMANTES, Amanda; GUIMARÃES, Ana Paula Miranda and SOUSA, Marta Caires de. A Saúde nos
Documentos Curriculares Oficiais para o Ensino de Ciências: da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação à Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: file:///C:/Users/adm/Downloads/4918-
Publica%C3%A7%C3%A3o%20(envio%20realizado%20exclusivamente%20pela%20editoria)-33628-2-10-
20190505.pdf. Acesso em 14 jun. 2021.

12
Fundamental ela está diluída em algumas habilidades previstas para certos componentes
curriculares9.

Pois bem, as doenças chamadas de arboviroses, tais como: Dengue,


Chikungunya, e Zika, transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, são de grande interesse
para a saúde pública. Uma forma de sensibilizar e mobilizar a sociedade, além das
campanhas publicitárias de prevenção e combate, realizadas pelo Ministério da Saúde,
especialmente as crianças e adolescentes, é por intermédio do ambiente escolar.

Pimont (1977) nos ensina que "a educação para a saúde é considerada um eixo
principal no desenvolvimento educacional. Essa promoção nas escolas é de grande
importância, pois é a partir dessas informações que os jovens estarão informados e
sensibilizados a respeito de sua higiene pessoal, do hábito da alimentação saudável e
poderão adquirir conhecimento para evitar acidentes ou como se comportar em situação
de emergência. Os jovens devem ser multiplicadores desses conhecimentos para suas
famílias e comunidades".

Entretanto, a promoção da saúde, para atingir suas finalidades, exige ação


coordenada entre todas as partes envolvidas, conforme os termos definidos na Portaria nº
687/MS/GM, de 30 de março de 2006, que instituiu Política de Promoção da Saúde:

(...) o desafio colocado para o gestor federal do SUS consiste em propor uma
política transversal, integrada e intersetorial, que faça dialogar as diversas áreas
do setor sanitário, os outros setores do Governo, os setores privado e não
governamental e a sociedade, compondo redes de compromisso e co-
responsabilidade quanto à qualidade de vida da população em que todos sejam
partícipes no cuidado com a saúde. "10.

Em se tratando da garantia de ações de saúde, entre outros dispositivos legais, a


Constituição Federal de 1988 rege que "é direito dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social, a redução de inerentes ao
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (inciso XXII)". Também
estabelece, em seu artigo 7º, no inciso XXVIII, "como direito do trabalhador, seguro contra
acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que está
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa". No inciso XXIII do mesmo artigo, "é

9 Idem.
10 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 687/MS/GM, de 30 de março de 2006. Aprova a Política de
Promoção da Saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde 2006. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0687_30_03_2006.html. Acesso em 14 jun. 2021.

13
assegurada a reparação pelo trabalho penoso, insalubre e perigoso, mediante o
pagamento de adicionais de remuneração".

Já o capítulo V, da Consolidação das Leis do Trabalhador (CLT), vem tratar


particularmente da segurança e medicina do trabalho, trazendo importantes disposições
que, cumpridas, representaram grande avanço na prevenção do meio ambiente do
trabalho.

Outros preceitos de suma importância são os artigos 157 e 158, ambos da CLT,
sendo que o primeiro determina às empresas a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
normas de segurança e medicina do trabalho, fornecendo equipamentos necessários e
orientando os trabalhadores. O art. 158 obriga os empregados a cumprirem as normas de
segurança do trabalho seguindo orientações da empresa, sob pena de incorrerem em ato
faltoso punível até com demissão por justa causa.

Existem também as Normas Regulamentadoras, que representa um grande


avanço na melhoria das condições de trabalho, conforme exemplificado abaixo:

NR 01 – Disposições Gerais;

NR 02 – Inspeção Prévia;

NR 03 – Embargo ou Interdição NR 04 – Serviços Especializados em Engenharia


de Segurança e em Medicina do Trabalho;

NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);

NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI);

NR 07 – Programa de Controle Médico da Saúde;

NR 08 – Edificações;

NR 09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

NR 15 – Atividades e Operações Insalubres;

NR 16 – Atividades e Operações Perigosas;

NR 17 – Ergonomia;

NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria e Construção;

NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

14
NR 25 – Resíduos Industriais;

NR 26 – Sinalização de Segurança;

NR 28 – Fiscalização e Penalidades;

NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e


Reparação Naval;

NR 35 – Trabalho em Altura.

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho, por intermédio da Resolução nº 96


aprovada em sessão realizada em 24 março de 2012, institucionalizou, no âmbito da
Justiça do Trabalho, o Programa Trabalho Seguro, estabelecendo 7 diretrizes
fundamentais:

I - políticas públicas: colaborar na implementação de políticas públicas de defesa


do meio ambiente, da segurança e da saúde no trabalho e de assistência social as
vítimas de acidentes de trabalho;
II - diálogo social e institucional: incentivo ao diálogo com a sociedade e com
instituições públicas e privadas, notadamente por meio de parcerias voltadas ao
cumprimento dos objetivos do Programa;
III - educação para a prevenção: desenvolvimento de ações educativas,
pedagógicas e de capacitação profissional em todos os níveis de ensino,
diretamente a estudantes, trabalhadores e empresários;
IV - compartilhamento de dados e informações: incentivo ao compartilhamento e a
divulgação de dados e informações sobre saúde e segurança no trabalho entre as
instituições parceiras, prioritariamente por meio eletrônico;
V - estudos e pesquisas: promoção de estudos e pesquisas sobre causas e
consequências dos acidentes de trabalho no Brasil, e temas conexos, a fim de
auxiliar no diagnóstico e no desenvolvimento de ações de prevenção e de redução
dos custos sociais, previdenciários, trabalhistas e econômicos decorrentes;
VI - efetividade normativa: adoção de ações e medidas necessárias ao efetivo
cumprimento das normas internas e internacionais ratificadas pelo Brasil sobre
saúde, segurança e meio ambiente de trabalho, assim como ao aperfeiçoamento
da legislação vigente;
VII - eficiência jurisdicional: incentivo à tramitação prioritária dos processos
relativos a acidentes de trabalho e ao ajuizamento de ações regressivas nas
hipóteses de culpa ou dolo do empregador.

Nesse viés, observa-se que coube ao empregador, de maneira espontânea,


fornecer um ambiente laboral saudável 11 e a responsabilidade de mantê-lo seguro e livre
de riscos, ademais "a responsabilidade social organizacional, além de ser um exercício de
11 Um assunto que pode ser confundido com prevenção é a questão da promoção da saúde. Parecem
sinônimos, mas não são. Enquanto a aplicação da prevenção de acidentes é claramente identificada como
obrigação das empresas, a visão promocionista da saúde refere-se ao controle de peso, do tabagismo, à
realização de atividades físicas, dietas saudáveis, entre outras. São campanhas de promoção à saúde. (...)
Algumas organizações deveriam pensar em adotar essas práticas, por que uma pessoa saudável vai
trabalhar mais e melhor do que outra que assim não o estiver, além do que naquelas empresas que
fornecem planos de saúde corporativos, trabalhadores com problemas de saúde vão utilizar mais o plano de
saúde e assim ficará mais caro para a organização mantê-lo.

15
cidadania empresarial, se torna um meio capaz de proporcionar qualidade de vida à
população de trabalhadores, por intermédio de ações voltadas a promoção da saúde no
ambiente de trabalho"12.

O modelo do ambiente corporativo saudável abrange: o ambiente físico


(minimizando os riscos ocupacionais específicos), o ambiente psicossocial (incluindo
organização do trabalho e a cultura organizacional), os recursos e suporte à saúde nos
locais de trabalho (incluindo programas de prevenção, gerenciamento de doenças e de
retorno ao trabalho após afastamento por doença) e a participação da comunidade dessa
organização (trabalhadores, seus familiares e todas as demais pessoas que serão
impactadas pelas operações de empresa), como fatores estruturais para serem vistos e
revistos durante o processo de melhoria contínua da organização 13. (Grifo nosso).

Todavia, para que um ambiente de trabalho se torne saudável e seguro é


indispensável que o empregador adote práticas que façam com que os seus funcionários
sintam que trabalham com qualidade de vida, entre outras, estão:

Entenda os riscos sobre cada processo da organização;

Prevenir acidentes de trabalho deve ser feito por ambas as partes;

Sinalize áreas e equipamentos de risco;

Informe os funcionários sobre seus direitos e deveres;

É fundamental zelar pela limpeza e pela organização do ambiente de trabalho;

Aplique treinamentos frequentes para evitar acidentes de trabalho.

Sem desmerecer as demais práticas, temos o treinamento como uma experiência


aprendida que produz uma mudança relativamente permanente em um indivíduo e que
melhora a sua capacidade de desempenhar um cargo. Podendo ainda o treinamento
envolver uma mudança de habilidade, conhecimento, atitude ou comportamento, estando
ele na direção do alcance dos objetivos organizacionais e relacionado com as atuais
habilidades e capacidades exigidas pelo cargo o (CHIAVENATO. 1999, p. 295).

12 BENAGLIA, Mirian Damaris and PADUA, Silvia Ines Dallavalle de. A Promoção da Saúde nas
Organizações como Fator de Vantagem Competitiva Sustentável. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_TN_STO_187_062_23156.pdf. Acesso em 15 jun. 2021.
13 Idem.

16
Para gerir pessoas é preciso entender de pessoas, engana-se quem lidera com
foco somente em resultados financeiros, com o único intuito de alcançar indicadores.
Liderar exige responsabilidade pelos liderados, o líder tem sob seus cuidados pessoas de
diferentes origens e histórias, com distintas características e precisa auxiliá-las no
desenvolvimento de suas habilidades, potencialização de seus pontos fortes, bem como
no gerenciamento de seus pontos fracos, para que tenham engajamento, encontrem
motivação e deem o melhor de si, sendo o alcance dos objetivos a consequência de uma
equipe bem liderada (SILVA, 2021, p. 8).

De mais a mais, "um programa de treinamento bem sucedido pode proporcionar


internamente para a empresa os seguintes resultados: melhoria da eficiência dos
serviços; aumento na eficácia dos resultados; criatividade e inovação nos produtos e
serviços oferecidos ao mercado; melhor qualidade de vida no trabalho; qualidade e
produtividade; melhor atendimento dos clientes" 14. Além de "proporcionar externamente
para a empresa os seguintes resultados: maior competitividade organizacional; assédio
de outras organizações aos funcionários da empresa; melhoria da imagem da
organização"15.

O sistema 5S, baseado sempre na ideia dos 5 sensos: senso de utilidade (seiri),
senso de organização (seiton), senso de limpeza (seiso), padronização, saúde e higiene
(seiketsu) e senso de autodisciplina (shitsuke), é uma metodologia desenvolvida no Japão
e se propõe a organizar espaços e diminuir desperdícios, assim, gerando qualidade de
vida dentro do ambiente laboral, logo, beneficiando a produtividade. Esse programa de
gestão da qualidade quando aplicado nas empresas, não importa qual o segmento, "(...)
favorece a prevenção de acidentes nos seguintes aspectos: melhoria e utilização efetiva
do espaço de trabalho, redução de perdas em equipamentos e de materiais, melhoria da
saúde e da higiene e manutenção do ambiente constantemente limpo" (YANG et al.,
2004, Cap. 14. p. 210-218, apud COSTELLA, 2008, p. 40). Informa Ferreira (2016) que a
"estrutura dos 5 Sensos é didática e tem fácil execução por todos a partir de um breve
treinamento que pode ser feito em qualquer ambiente, em casa, num hospital, na

14 CARVALHO, Bruno Franklin Moreira. Capacitação de Mão de Obra para a Construção Civil. 2011.
Disponível em:
http://www.deecc.ufc.br/Download/Projeto_de_Graduacao/2011/Bruno_Franklin_Capacitacao%20de
%20Mao%20de%20Obra%20para%20a%20Construcao%20Civil.pdf. Acesso em 15 jun. 2021.
15 Idem.

17
empresa, escola, enfim, em qualquer lugar onde a ação humana possa promover
melhorias, especialmente da Qualidade de Vida". (Grifo nosso).

Segundo Gonzales (2009), a aplicação de um programa 5S é de grande


importância para a organização, desde que toda a equipe participe ativamente de sua
implementação. Podemos descrever algumas vantagens: cumprir os procedimentos e
padrões éticos da instituição, sempre buscando a melhoria; reduzir os desperdícios,
sejam eles: materiais, recursos humanos, recursos naturais, tempo e custo; aumentar a
qualidade do produto ou serviço; aumentar a produtividade; fornecer a base necessária
para implementar outros programas de qualidade, como por exemplo: ISO 9001:2008,
OHSAS 18001 e PBQP-H; facilitar a detecção de erros, objetos fora do lugar e outros
problemas que precisam de atenção; prevenir acidentes de trabalho; melhorar o
ambiente de trabalho; melhorar a qualidade de vida; melhorar o respeito entre os
colaboradores; melhorar a motivação dos colaboradores; incentivar a criatividade;
Reduzir o custo e o retrabalho. (Grifo nosso).

Um exemplo para a implementação do 5S é no canteiro de obras, conforme nos


lecionam Costa & Rosa (1999):

Ele traz ao canteiro benefícios concretos, pois os resultados são fácil e


rapidamente observados. Além disso, os conceitos aplicados são muito simples, o
programa é participativo, ou seja, promove o envolvimento de todas as equipes
produtivas da obra. O programa se propõe a melhorar a organização e a limpeza
das obras, ao mesmo tempo provoca a mudança de comportamento dos
profissionais com relação à cultura do desperdício
Contamos também com as ferramentas tecnológicas que podem ser aplicadas na
empresa para promover treinamentos corporativos, as quais não se resumem na
atualização exclusiva de softwares e hardwares, vão muito além, elas são capazes de
aumentar a interação entre os colaboradores; gerar a democratização do acesso dos
treinamentos; permitem que as instituições desenvolvam treinamentos mais eficientes,
etc.

Leite e Lott16 destacam que "quanto mais empresas aderirem ao uso das
tecnologias para treinar seus colaboradores, mais pessoas poderão ser incluídas,
capacitadas e maiores os resultados alcançados".

16 LEITE, Paula Almeida Ribeiro and LOTT, Tereza Cristina Carneiro. Treinamento e Desenvolvimento
Organizacional, uma Ferramenta nas Empresas Atuais. Disponível em:
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/treinamento_e_desenvolvimento_organizacional_uma_f
erramenta_nas_empresas_atuais.pdf. Acesso em 15 jun. 2021.

18
Sobre esse assunto Bloog (2001, apud Souza and Gonçalves, 2012, p. 10)
destaca que o E-Learning proporciona um aprendizado mais rápido e com custos
menores, além do que possibilita aos funcionários seguirem seu próprio ritmo de
aprendizado, no espaço físico que julgar adequado, recebendo feedback imediato e
aumentando a eficiência do treinamento.

Diante dessas considerações, interessou-nos discutir sobre o seguinte tema: "O


Combate contra a proliferação das Doenças Arboviroses nos canteiros de obras –
com ênfase no 5S", utilizando a ferramenta 5S, na medida em que essa temática está
fundamentada no conceito da transversalidade, quando nos permite trabalhar com os
diferentes cenários das seguintes áreas: Educacional, Administração, Trabalhista, Gestão
de Pessoas, Meio Ambiente, Saúde, Biologia e Higiene Ocupacional, além da Ciência da
Tecnologia.

Assim, organiza-se a exposição desse trabalho da seguinte maneira: inicialmente,


traçamos as suas diretrizes: o objetivo geral e os objetivos específicos e a justificativa. Em
seguida, encontra-se a fundamentação teórica, a qual vem aborda que aborda os
seguintes tópicos: Arboviroses Dengue, Zika, Chikungunya: conceito e particularidades;
as Arboviroses na construção civil; a Metodologia 5S e a Ferramenta Diálogo Diário de
Segurança (DDS) como práticas motivacionais para a prevenção no canteiro se obras,
bem como discorrer sobre o treinamento comportamental aliada ao Diálogo Diário de
Segurança (DDS). E ao término, apresentamos o projeto denominado "Construindo com
Saúde e Segurança" e as especificações técnicas do seu manual digital.

Pois bem, o Projeto Integrador "Construindo com Saúde e Segurança" originou-se


da necessidade de se criar uma ferramenta de treinamento didático com perfil hibrido, o
qual possibilitasse ao usuário, especialmente ao trabalhador da construção civil, participar
de forma presencial e/ou a distância.

Quatro grandes desafios foram enfrentados para a elaboração do "Construindo


com Saúde e Segurança":

1. Alcançar todos os funcionários do canteiro de obras, mas em especial os


peões, que em geral, possuem baixa instrução, para tanto, fez-se necessário a utilização
de uma linguagem simples e objetiva;

19
2. O tipo de assunto a ser abordado, que deveria possuir um caráter cognitivo e
estar relacionado ao tipo de atividade exercida pelo público alvo, ou seja, os profissionais
da construção civil. Nesse caso, foi escolhido o combate contra a proliferação das
doenças Arboviroses nos canteiros de obras;

3. A necessidade de se oferecer um treinamento de custo razoável e eficiente;

4. Utilização de recursos tecnológicos, além de ferramentas de estratégia e de


gestão, todos com eficácia comprovada. Para tanto se elegeu:

Recurso Tecnológicos:

a) Quick Response Code (QR Code) – que traduzido para o português significa
resposta rápida. É o um código de barras bidimensional, usado para acessar
informações. O QR Code possibilitará aos trabalhadores acessarem
virtualmente o manual digital "Construindo com Saúde e Segurança", por
intermédio de um smartphone;

b) Site – é um agrupamento de páginas, nas quais qualquer pessoa física ou


jurídica pode inserir textos, gráficos e informações em multimídia, com a
finalidade de serem exibidos na WEB. No site, parte integrante do projeto
"Construindo com Saúde e Segurança", o usuário encontrará o manual digital;

c) Manual Digital – é a versão exclusivamente digital de um manual físico. Nele


estarão contidos os dados didáticos apresentados no treinamento presencial.

Ferramentas de Planejamento Estratégico, de Estratégia e de Gestão em


Segurança e Saúde do Trabalho, que respectivamente, apresentadas abaixo:

a) Treinamento Comportamental - é processo de aperfeiçoamento das


habilidades e atitudes relacionadas ao comportamento dos colaboradores,
para que eles consigam se ajustar aos princípios da empresa 17. O treinamento,
parte integrante do projeto "Construindo com Saúde e Segurança", visa
aperfeiçoar as atitudes comportamentais dos funcionários, conforme os
princípios da organização, ou seja, tende estimular o início de uma nova

17 MESQUITA, Aline. Treinamento Comportamental: como desenvolver na empresa? 2021.Disponível


em: https://www.oitchau.com.br/blog/treinamento-comportamental-como-desenvolver-na-empresa/. Acesso
em 15 jun. 2021.

20
postura profissional em relação ao combate ao Aedes Aegypti no canteiro de
obras;

b) 5S – é uma ferramenta de fácil compreensão e que consiste em cinco sensos


(utilização, organização, limpeza, saúde e autodisciplina) que, juntos, visam
melhorar o ambiente de trabalho através da mudança de comportamento das
pessoas18. O uso dos 5S em canteiros de obra traz benefícios rápidos e que
podem ser facilmente mensurados, pois pode melhorar a organização e a
limpeza dos canteiros, ao mesmo tempo em que provoca a mudança de
comportamento dos profissionais em relação à cultura do desperdício,
resultando em um ambiente livre de materiais inúteis, organizado, limpo,
seguro e com operadores conscientes (COSTA; ROSA, 1999). Os princípios
dos 5S serão a base metodológica da técnica de Treinamento
Comportamental, aqui aplicado;

c) Diálogo Diário de Segurança (DDS) - é exatamente o que o nome diz, uma


conversa realizada todos os dias, com duração de aproximadamente 10
minutos, antes do início do expediente, sobre assuntos relacionados à
segurança do trabalho, como exemplo, a utilização adequada de
equipamentos19. Por possuir uma curta duração, essa ferramenta é de extrema
valia no canteiro de obras já que ela, em regra, é aplicada antes da jornada de
trabalho e é prática fácil de ser utilizada na prevenção de acidentes laborais,
podendo assim, ser um excelente instrumento para se trabalhar
conjuntamente com o Treinamento Comportamental;

Em tempo, ratificamos que a razoabilidade em direcionar os esforços em


combater a proliferação das doenças Arboviroses na construção civil encontra-se na
proposta de promover um canteiro de obras livre de materiais inúteis, organizado, limpo e
seguro, com a empregabilidade da ferramenta de planejamento estratégico denominada
Treinamento Comportamental associada a recursos tecnológicos, à ferramenta 5S e ao

18 ANJOS, Mayse dos Santos and OLIVEIRA, Meire Ramalho de. Implantação do programa 5S em um
canteiro de obras: um estudo de caso em Itabuna (BA). 2018. Disponível em:
file:///C:/Users/adm/Downloads/2543-Texto%20do%20artigo-10131-1-10-20180625%20(2).pdf. Acesso em
15 jun. 2021.
19 TOSMANN, João Marcio. O que é e qual a importância do DDS para a segurança do trabalho? 2020.
Disponível em: https://protecao.com.br/geral/o-que-e-e-qual-a-importancia-do-dds-para-a-seguranca-do-
trabalho/. Acesso em 15 jun. 2021.

21
DDS, que possui um perfil subsidiário, por consequência, transformar colaboradores
desmotivados em profissionais ativos, produtivos e conscientes dos seus papéis como
principais combatentes nessa luta.

22
2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo deste atividade é apresentar o projeto "Construindo com Segurança e


Saúde", o qual visa capacitar os trabalhadores da construção civil a combater a
proliferação das Arboviroses nos canteiros de obras, mediante a abordagem da Técnica
de Treinamento Comportamental aliada a Ferramenta de Qualidade 5S e a Ferramenta de
Gestão em Segurança e Saúde do Trabalho, o Diálogo Diário de Segurança (DDS).

2.2 Objetivos Específicos

● Contribuir com o debate sobre a propagação das Arboviroses nos canteiros de


obras e elencar medidas que ajudam a mitigar a reprodução do Aedes Aegypti no
segmento de construção civil;
● Apresentar o treinamento comportamental como ferramenta de transmissão de
conhecimentos, capacitação de habilidades e formação de atitudes que possam promover
a saúde e segurança no trabalho;
● Disseminar a Metodologia 5S e a Ferramenta Diálogo Diário de Segurança
(DDS) como práticas motivacionais para a prevenção no canteiro se obras;
● Descrever o projeto "Construindo com Segurança e Saúde", que utiliza a
ferramenta de treinamento do tipo Comportamental, associada ao programa 5S e a
ferramenta Diálogo Diário de Segurança (DDS), visando "O COMBATE CONTRA A
PROLIFERAÇÃO DAS DOENÇAS ARBOVIROSES NOS CANTEIROS.

23
3. JUSTIFICATIVA

As Arboviroses são doenças virais que são transmitidas por vetores artrópodes,
que atualmente possuem uma emissão geográfica abundante, e vem se disseminando em
vários continentes (LOPES; LINHARES; NOZAWA, 2014). No Brasil foram notificados, no
período de 2008 a 2019, aproximadamente 11,6 milhões de casos de Dengue,
Chikungunya e Zika (DCZ). Neste mesmo período foram confirmados 7.043 óbitos por
essas doenças. A Dengue isoladamente concentrou 91% dos casos (10,6 milhões de
casos) e 91,2% dos óbitos (6.429 óbitos), demonstrando a importante carga dessa
arbovirose frente as demais. Os anos com maior número de casos de DCZ foram 2015,
2016 e 2019, respectivamente. Merece destaque o elevado número de casos de Dengue
observados em 2013, quando ainda não havia confirmação de circulação autóctone dos
vírus Chikungunya e Zika no Brasil20.

No Estado de Pernambuco, conforme o Boletim Epidemiológico de Arboviroses,


emitido em 2021, pela Secretaria de Saúde (SES-PE), "aponta que, entre 3 janeiro e 15
de maio deste ano, houve aumento de 135,8% nos casos de Chikungunya e de 61,8%
nos casos de Zika registrados no Estado em comparação com o mesmo período de 2020.
Em contrapartida, as notificações de dengue caíram 28%. Outros mais de 40 se
encontram em situação de alerta, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-
PE), de acordo com o Índice de Infestação Predial do 2º ciclo do LIRAa (Levantamento de
Índice Rápido do Aedes aegypti)". O mesmo boletim informa que "entre 3 janeiro e 15 de
maio deste ano, houve aumento de 135,8% nos casos de chikungunya e de 61,8% nos
casos de zika registrados no Estado em comparação com o mesmo período de 2020. Em
contrapartida, as notificações de dengue caíram 28%"21.

Nos termos da declaração emitida pela Fundação Estadual do Meio Ambiente de


Minas Gerais no artigo " Resíduos da Construção Civil – RCC" (...) atividade de

20 Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Vigilância das


Arboviroses do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (CGARB/DEIDT/SVS). Boletim
Epidemiológico - Óbito por arboviroses no Brasil, 2008 a 2019. Disponível em:
http://plataforma.saude.gov.br/anomalias-congenitas/boletim-epidemiologico-SVS-33-2020.pdf. Acesso em:
18 de jun. 2021.
21 FALCÃO, Irce. Em Pernambuco, 36 municípios estão em surto de arboviroses; entenda mais sobre
as doenças. 2021. Disponível em: https://www.folhape.com.br/noticias/em-pernambuco-36-municipios-
estao-em-surto-de-arboviroses-entenda-mais/185729/. Acesso em: 18 de jun. 2021.

24
construção civil é grande geradora de resíduos, chegando os resíduos de construção civil
a representarem de 40% a 70% da massa total dos resíduos gerados nos municípios
brasileiros, os corretos gerenciamento e gestão destes resíduos são essenciais na
minimização de riscos ambientais e à saúde pública, visto que o acúmulo desses resíduos
em locais inadequados podem favorecer a atração de vetores e aparecimento de focos do
mosquito Aedes Aegypti, levando à proliferação de doenças 22.

Pois bem, o mosquito Aedes Aegypti, que se aproveita de qualquer lugar com
acúmulo de água para depositar seus ovos e se reproduzir, é o transmissor do arbovírus
que causa as arboviroses: Dengue, Chikungunya e Zika. E em época de chuvas
frequentes e calor intenso o canteiro de obras torna-se um ambiente favorável ao
aparecimento do Aedes Aegypti. Lugares como: poço do elevador, tubos de PVC, baldes,
carrinhos de mão, capacetes e latas são alguns dos pontos propícios a proliferação desse
mosquito.

Portanto, entende-se que, além das empresas, cabe aos trabalhadores, inclusive
os de canteiro de obras, assumirem a responsabilidade de fazer vitorias diárias e adotar
medidas que impeçam o surgimento de criadouros do mosquito no ambiente laboral.
Assim, o Treinamento Comportamental, tendo como base a ferramenta de qualidade 5S e
associado a ferramenta de gestão em segurança e saúde do trabalho, o Diálogo Diário de
Segurança (DDS), pode ser muito útil no combate a proliferação dessas arboviroses, já
que após o treinamento se espera uma aquisição de conhecimentos e habilidades que
podem mudar a atitude dos trabalhadores em relação a saúde e segurança no trabalho.

Enquanto que o Programa 5S objetiva aperfeiçoar aspectos como limpeza,


organização e padronização de processos. O Treinamento Comportamental, aliado ao 5S
e ao DDS, tem o poder de transmitir os conceitos de segurança do trabalho, saúde e
higiene, organização, produtividade e qualidade num ambiente empresarial,
principalmente, numa empresa do ramo da construção civil, onde a ocorrência de
acidentes de trabalho ainda é muito frequente.

Assim, devido aos dados de incidência de focos do Aedes Aegypti no âmbito da


construção civil, decorrentes da falha na forma de armazenamento dos materiais ali
produzidos e no descartes irregulares de resíduos sólidos na área interna da obra e

22 Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais – Feam. Resíduos da Construção Civil – RCC.
2020. Disponível em: http://www.feam.br/residuos-solidos/residuos-da-construcao-civil-rcc. Acesso em: 18
de jun. 2021.

25
adjacentes, o Projeto “Construindo com Segurança e Saúde”, tendo como base uma
das melhores ferramentas de qualidade disponíveis no mundo corporativo, ou seja, o
Treinamento Comportamental, vem atender a proposta de ser um instrumento eficaz ao
oferecer um treinamento rápido, didático e tecnológico, com intuito de estimular mudanças
organizacionais que, consequentemente, gerem atitudes mais ativas por parte dos
colaboradores, e, obviamente, os conscientizando sobre os seus papéis na prevenção
das doenças infecciosas: Dengue, Chikungunya e Zika Vírus.

26
4. METODOLOGIA

Para coleta dos dados que nos fornecessem subsídios, visando a realização
deste estudo, utilizou-se a abordagem teórica qualitativa e recorreu-se a pesquisa
bibliográfica e documental, buscando, através desta, evidenciar os pontos positivos que a
implantação da IA pode trazer a prevenção de acidente de trabalho.

Koche (1997) mostra que a pesquisa bibliográfica pode ser utilizada neste caso,
pois busca-se ampliar o grau de conhecimentos em uma determinada área,
compreendendo ou delimitando melhor o problema de pesquisa, bem como descrever o
estado da arte23.

Já a pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem


tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios,
documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de
empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32) 24.

23 KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: Teoria da ciência e iniciação à pesquisa. Rio de


Janeiro: Editora Vozes, 1997.
24 METTZER. Pesquisa documental: conceito, exemplos e passo a passo Disponível em:
https://blog.mettzer.com/pesquisa-documental/#Diferenca-entre-pesquisa-documental-e-bibliograficaMettzer.
Pesquisa documental: conceito, exemplos e passo a passo. Acesso em: 26 jun. 2021.

27
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 Arboviroses Dengue, Zika, Chikungunya: conceitos e características:

O Brasil vem sendo considerado um dos países com o maior número de


ocorrência de casos relatados de sobre as Arboviroses. Em 2020, foram notificados
971.136 casos prováveis de dengue até a Semana Epidemiológica (SE) 46, com taxa de
incidência de 462,1 casos/100 mil habitantes, para Chikungunya, entre as SE 1 e 46,
obteve-se 78.808 casos prováveis notificados, com taxa de incidência de 37,5 casos/100
mil habitantes. E para Zika, entre as SE 1 a 43, tiveram 7.006 casos prováveis notificados
no Brasil, com taxa de incidência de 3,3 casos/100 mil habitantes 25.

Em 2021, a situação epidemiológica do Brasil apresenta o seguinte perfil:

Até a SE 4 foram notificados 22.332 casos prováveis (taxa de incidência de 10,6


casos por 100 mil habitantes) de dengue no país. Nesse período, a região Centro-
Oeste apresentou a maior incidência com 24,8 casos/100 mil habitantes, seguida
das regiões Norte (23,4 casos/100 mil habitantes), Sul (14,4 casos/100 mil
habitantes), Sudeste (8,9 casos/100 mil habitantes) e Nordeste (3,2 casos/100 mil
habitantes). Entre as unidades da federação, destaca-se o Acre com 386,2
casos/100 mil habitantes. Sobre os dados de chikungunya, foram notificados 1.459
casos prováveis (taxa de incidência de 0,7 casos por 100 mil habitantes) no país.
As regiões Nordeste e Sudeste apresentam as maiores taxas de incidência, 1,1
casos/100 mil habitantes e 0,8 casos/100 mil habitantes, respectivamente. Com
relação aos dados de zika, foram notificados 58 casos prováveis, correspondendo
a uma taxa de incidência 0,03 casos por 100 mil habitantes no país.

Ao tratar sobre os indicadores ambientais, institucionais e sociais que possuem


relação com a proliferação das Arboviroses em nosso nação, Flauzino, Santos e Oliveira
(2011, apud FEITOSA, 2016, p. 20) indicam que: "(...) a infestação pelo Aedes aegypti
tem crescido significativamente nos últimos anos, devido à expansão demográfica
desordenada e às falhas no planejamento das cidades, com precárias condições de
saneamento básico, gerando ambientes propícios para os criadouros do mosquito e sua
disseminação pelo país".

Wang L, Zhao H, Oliva, Zhu H (2017, apud ALVES, LOPES, PEREIRA and
SOBREIRA, 2021, p. 03) afirmam em estudo "(...) que não basta apenas existir políticas
25 REZENDE, Rubens Barbosa. Análise epidemiológica das arboviroses emergentes e reemergentes
no Brasil entre os anos de 2019 e 2020. Disponível em: file:///C:/Users/adm/Downloads/12611-Article-
166383-1-10-20210217.pdf. Acesso em: 19 jun. 2021.

28
públicas e protocolos de enfrentamento para arboviroses, visto que a população
também possui um papel fundamental no enfrentamento ao vetor. Torna-se
necessário que ela entenda a totalidade dos problemas existentes em torno dessas
patologias para que, assim, possa ajudar no controle dessas epidemias". (WANG L,
ZHAO H, OLIVA, ZHU H, 2017, apud ALVES, LOPES, PEREIRA and SOBREIRA, 2021,
p. 03). (Grifo nosso).

Pois bem, sabemos que as intervenções e alterações dos ecossistemas pelas


mãos humanas; o aumento populacional e de forma desordenada; as variações
climáticas; o saneamento básico inexistente ou inadequado; o acúmulo de lixo e das
políticas públicas que não conseguem mobilizar no todo a sociedade, além do descaso ou
falta de conscientização da população são fatores que criam as condições adequadas,
para a proliferação e o aumento de casos das doenças conexas ao mosquito Aedes
aegypti, mas, então, o que fazer para vencer as arboviroses?

Para Maria, Moreira, Pereira, Sansão and Zaia (2019, p. 07): "As epidemias de
dengue e outras doenças causadas pelo Aedes Aegypti são problemas multifatoriais que
exigem a elaboração de medidas que envolvam áreas de atuação distintas, como saúde e
educação. A conscientização sobre a importância da participação da população
para o combate ao vetor deve abranger o maior número possível de pessoas. Para
isso, é necessário utilizar estratégias para sedimentar o conhecimento e torná-lo
acessível por meio da aplicação da linguagem adequada para cada faixa etária,
classe social e nível de instrução. (Grifo nosso)

De acordo com Figueiredo e colaboradores (2011, apud FERREIRA, FERREIRA,


HERRERA and NUNES, 2019, p. 03), a educação da população, assim como a
participação efetiva nas ações de combate e eliminação de criadouros do A. aegypti, pode
ajudar no controle de doenças transmitidas por este vetor.

Assim, corroborando com esse entendimento e tendo a presente atividade um


cunho educativo, passamos a garantir a democratização do conhecimento, visando
transmitir, de forma coerente e objetiva, algumas características sobre as Arboviroses.

Arboviroses são doenças causadas por um grupo de vírus ecologicamente bem


definido chamado arbovírus. Os arbovírus são vírus transmitidos na natureza, mediante
transmissão biológica entre hospedeiros suscetíveis por meio de artrópodes

29
hematófagoso, ou de hospedeiro artrópode a hospedeiro artrópode, através da via
transovariana e, possivelmente, da via sexual; multiplicam-se e produzem viremia nos
vertebrados; multiplicam-se nos tecidos dos artrópodes e são repassados a novos
vertebrados suscetíveis através da picada do inseto, após um período de incubação
extrínseca (WHO Technical Report Series nº 719 apud PINHEIRO, ROSA, ROSA, ROSA,
RODRIGUES and VASCONCELOS, 2000, p. 03).

As arboviroses, em quase sua totalidade, são zoonoses mantidas em ambiente


silvestre. Consequentemente, as pessoas que mantêm contato com os focos enzoóticos
dos arbovírus são as que correm maior risco de adquirirem a infecção. No entanto, certas
arboviroses têm surgido periodicamente em áreas urbanas, sob forma epidêmica, tais
como o dengue, Oropouche, Chikungunya e outras, ou mesmo endemicamente, como é o
caso do dengue.

Em síntese, As Arboviroses "(...) são caracterizadas por doenças virais


transmitidas pela picada de artrópodes hematófagos, principalmente o Aedes Aegypti". As
manifestações clínicas em seres humanos, decorrentes das infecções por arbovírus,
podem ser reunidas em quatro categorias: doença febril, febre com exantema, febre
hemorrágica e encefalite que varia em gravidade, desde a meningite asséptica até casos
fatais. Os quadros febris constituem as manifestações clínicas observadas com maior
frequência. É oportuno frisar que o mesmo tipo de arbovírus é capaz de causar diferentes
síndromes clínicas e, por outro lado, a mesma sintomatologia pode ser determinada por
diferentes arbovírus26.

As arboviroses são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS)


como um problema global de saúde pública, em virtude de sua crescente dispersão
territorial e necessidade de ações de prevenção e controle cada vez mais complexas
(WHO, 2009, apud SANTOS, 2018, p. 20).

AEDES AEGYPTI:

26 PINHEIRO, Francisco P. et al. Arboviroses – Capítulo 68. Disponível em:


https://patua.iec.gov.br/bitstream/handle/iec/250/Arboviroses%20.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso
em: 17 de jun. 2021.

30
Figura 1. Urbanização e ecologia do dengue.

O Aedes albopictus é proveniente do sudeste da Ásia e tem preferência por áreas


tropicais e subtropicais. No Brasil, ele foi encontrado pela primeira vez nos estados do Rio
de Janeiro e Minas Gerais e embora sua desova também possa ser realizada em
criadouros artificiais, são mais frequentemente encontrados em ambientais naturais. E por
tal característica, há comprovação de que essa espécie não tenha expressiva importância
na disseminação dessas patologias no país (SANTOS, 2009).

Por sua vez, o "Aedes aegypti é um mosquito originário do Egito, mas que possui
uma ampla distribuição no mundo com especial ocorrência nos locais de clima tropical e
subtropical, situando-se principalmente entre os paralelos 45°N e 35°S, ou seja sua
presença é mais marcante em torno da linha do Equador e abaixo dela, nas regiões onde
ficam a maior parte dos países subdesenvolvidos" (SANTOS, 2009).

O mosquito Aedes aegypti é capaz de transmitir, além da dengue, outras


arboviroses como a chikungunya, a Zika e a febre amarela. Essas doenças virais se
disseminam rapidamente no mundo, sendo as mais importantes arboviroses que afetam o
ser humano, constituindo-se em um sério problema de saúde pública. Tais doenças
ocorrem e se alastram, especialmente, nos países tropicais e subtropicais, onde as
condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do mosquito

31
(KANTOR, 2016, OLIVEIRA, 2013 apud ALMEIDA, FRANÇA, MACEDO, SANCHES,
SANTOS, SILVA, SILVA and VIEIRA, 2017, p. 2). O Brasil é um país de clima tropical e
urbanização desordenada com características propícias à proliferação e disseminação do
Aedes Aegypti (Freire e Torrisi, 2013 apud FREITAS, LIMA, SANTOS and SOUZA, 2020,
p. 02).

Este culicídeo27 utiliza, principalmente, os recipientes artificiais, com acúmulo de


água, como criadouro para o desenvolvimento de suas formas imaturas. Tem-se
observado, com menor frequência, o encontro de Ae. Aegypti em criadouros naturais.
Entre os criadouros artificiais estão os pneus, latas, vidros, pratos de vasos, caixas de
água e tonéis mal tampados, piscinas e aquários abandonados, bebedouros de animais
ou qualquer tipo de objeto capaz de armazenar água. Os criadouros naturais de Ae.
Aegypti, correspondem a flores ornamentais como bromélias, cavidade de árvores,
buracos em rocha e internódios de bambu. (CONSOLI, 1994 and FORATTINI. 2002, p.
864 apud ROSSI and SILVA, p. 02).

Por exemplo, a construção civil constitui-se em uma das principais fontes geradora
de criadores artificiais nas diferentes etapas do processo produtivo, que segundo Santos
(2007, apud MENESES, 2018, p. 19) "a grande quantidade de matéria prima produzida e
seu pouco aproveitamento pela construção civil, faz com que seja gerado uma alta
quantidade de Resíduos de Construção e Demolição Civil sendo que a falta de políticas
públicas para a correta deposição do mesmo e sua devida reutilização e reciclagem, faz
com que esses resíduos sejam depositados em locais inadequados atraindo
resíduos não inertes, oferecendo, água, abrigo, alimento, para diversas espécies
patogênicas, tais como ratos, moscas, bactérias, vírus, fungos. (Grifo nosso). E de
acordo Frazão (2014, apud MENESES, 2018, p. 19) Isso pode causar poluição da água
de reservatórios próximos aos locais de despejos desses resíduos, como também a
disseminação de doenças causadas por essas espécies patogênicas, pois, principalmente
no período chuvoso, há a proliferação de insetos como o Aedes aegypti que é o causador
da dengue, de moscas, que podem transmitir doenças como diarreias, conjuntivite, febre
tifoide.
27 Os culicídeos, conhecidos popularmente como mosquitos, pernilongos e muriçocas, têm interesse para a
Saúde Pública pelo transtorno que causam ou por participarem na transmissão de doenças (dengue, febre
amarela, malária, filarioses e encefalites). Cidade de São Paulo – Saúde. Culicídeos. 2021. Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonoses/lab_s
inantropicos/index.php?p=4151. Acesso em: 17 de jun. 2021.

32
O Ae. Aegypti mede menos de 1 centímetro, é preto com manchas brancas no
corpo e nas pernas (...), é mais ativo durante o dia e não faz praticamente nenhum som
audível antes de picar. Quem pica é a fêmea, tendo o homem como vítima preferencial. O
ciclo homem-Aedes aegypti-homem é a forma mais frequente de transmissão do vírus.
Entretanto, existem relatos de transmissão da doença através de exposição acidental
(ocupacional) com material biológico (sangue) contaminado, perinatal e até sexual. A
fêmea contaminada ao picar uma pessoa infectada mantém o vírus na saliva e o
retransmite através da picada. Após a ingestão de sangue infectado, o mosquito torna-se
apto a transmitir o vírus e assim permanece durante toda a vida. A fêmea do Aedes
aegypti pode viver cerca de 30 a 45 dias, sendo capaz de contaminar até 300 pessoas.
Em sua fase de acasalamento, ela pica o homem por que precisa de sangue para garantir
o desenvolvimento dos ovos. O ciclo de vida do Aedes aegypti é composto por quatro
fases: ovo, larva, pupa e adulto. As larvas necessitam de água parada, limpa ou suja,
preferivelmente em locais sombreados e no peridomicílio para se desenvolverem. Os
ovos são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses de seca, até que a
chegada de água propicie a incubação. Desta forma, a regra de ouro para evitar a
transmissão da dengue é a eliminação do mosquito transmissor, eliminando focos de
acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. E
essa é uma ação que compete a todos os cidadãos28.

No contexto epidemiológico brasileiro, a Dengue (DENV), Chikungunya (CHIKV) e


Zika (ZIKV) são os arbovírus de maior circulação, apesar da existência de outros com
potencial de disseminação no Brasil. Assim, na sequência, serão apresentados os
conceitos e particularidades das referenciadas arboviroses:

28 PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e


negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus . 2016.
Disponível em: http://www.anamt.org.br/site/upload_arquivos/rbmt_volume_14_n
%C2%BA_1_2842016151247055475.pdf. Acesso em: 19 jun. 2021.

33
DENGUE (FEBRE DE QUEBRA-OSSOS, FEBRE DA DENGUE):

Figura 2 - Alerta à População – Dengue Mata!

Características29:

• Agente: um vírus RNA, arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família


Flaviviridae. Até hoje foram identificados quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e
DENV-4.

• Mecanismo de transmissão: através da picada da fêmea do mosquito Ae.


Aegypti e Ae. Albopictus.

• Transmissibilidade: são referidos dois ciclos; um ocorre no ser humano (que vai
do dia anterior ao surgimento da febre até o sexto dia da doença) e o outro, no vetor (de 8
a 12 dias após ter sido infectado até o final da vida do mosquito, em torno de seis a oito
semanas).

• Imunidade: a homóloga, ou seja, para o mesmo sorotipo, é permanente,


enquanto que a heteróloga ou cruzada dura de dois a três meses.

• Magnitude do problema: em 2015, em nosso país, foram notificados cerca de 1,5


milhão de casos prováveis de dengue. No período de 04/01/2015 a 14/11/2015, a região
29 PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e
negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.

34
sudeste notificou o maior número de casos (63% do total notificado no país). No mesmo
período os estados de Goiás e de São Paulo apresentaram as maiores incidências (cerca
de 2.300/100 mil habitantes e cerca de 1.600/100 mil habitantes, respectivamente) 30.
Foram confirmados 1.488 casos de dengue grave, 18.832 casos de dengue com sinais de
alarme e 811 óbitos, sendo a maioria dos casos notificados no estado de São Paulo.
Quando comparados com os dados de 2014, observa-se aumento considerável em todos
os indicadores.

• Clínica: a infecção pelo DENV pode ser assintomática ou causar uma doença
infecciosa febril aguda epidêmica, autolimitada na maioria dos casos, que pode
apresentar um amplo e variado espectro clínico, desde formas oligossintomáticas até
quadros graves de choque com ou sem hemorragia, podendo evoluir para óbito. A maioria
dos pacientes se recupera após evolução clínica leve, enquanto que uma pequena parte
pode evoluir para doença grave 31. O período de incubação varia de 4 a 10 dias, sendo em
média de 5 a 6 dias. A doença tende a ser mais grave em crianças pequenas, idosos e
portadores de asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme e infecção
secundária. Via de regra, a primeira manifestação clínica da dengue é a febre alta (39   a
40°C) súbita, que pode durar de dois a sete dias, acompanhada por cefaleia, mialgia,
artralgia, prostração, astenia, dor retrorbital, exantema e prurido cutâneo 32. Pela
semelhança com outras doenças febris, é recomendado realizar a "prova do laço", que
resultando positiva aumenta a probabilidade da doença. Podem ocorrer hemorragias
leves em mucosas e petéquias. Entre o 3º e o 7º dia a febre diminui, podendo haver
alterações hematológicas com aumento do hematócrito, leucopenia e plaquetopenia,
podendo caminhar para o choque, geralmente precedido por sinais de alarme. O choque
pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida após tratamento
adequado. O choque prolongado resulta em falência de múltiplos órgãos, acidose
metabólica e coagulação intravascular disseminada, com hemorragias graves. Nessa fase
crítica pode haver manifestações neurológicas como convulsões e irritabilidade.

30 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. 2015;46(36)


apud PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e
negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
31 Brasil. Portal da saúde. Dengue, Chikungunya e Zica
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/informacoes-tecnicas-dengue>. apud PUSTIGLIONE, Marcelo.
Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e negligenciadas: a conduta no caso das
febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
32 Idem.

35
• Casos suspeitos: toda pessoa que viva ou trabalhe em áreas onde esteja
ocorrendo casos de dengue, ou tenha Ae. Aegypti ou Ae. albopictus, ou tenha viajado nos
últimos 14 dias para regiões de risco e que apresente febre com 2 a 7 dias de duração e 2
ou mais das seguintes manifestações: (1) náuseas/vômitos; (2) exantema; (3)
mialgia/artralgia; (4) cefaleia/dor retrorbital; (5) petéquias/prova do laço positiva; ou (6)
leucopenia.

• Sinais de alarme: todo caso de dengue que, no período de diminuição da febre,


apresente um ou mais das seguintes manifestações: (1) dor abdominal intensa/dor à
palpação do abdômen; (2) vômitos persistentes; (3) ascite/derrame pleural e/ou
pericárdico; (4) sangramento de mucosas; (5) letargia e irritabilidade; (6) lipotímia; (7)
hepatomegalia; e (8) aumento progressivo do hematócrito.

• Sinais de dengue grave: todo caso de dengue que apresente um ou mais das
seguintes manifestações: (1) choque (taquicardia/extremidades frias/pulso fraco ou
indetectável/pressão diferencial convergente/evoluindo para hipotensão e insuficiência
respiratória); (2) sangramento grave (hematêmese/melena/metrorragia, etc.);
(3) comprometimento grave de múltiplos órgãos (fígado, sistema nervoso central, coração,
etc.).

• Confirmação: através de sorologia para detecção de anticorpos do tipo IgM e


IgG contra os quatro sorotipos; nos primeiros dias da doença é recomendada a realização
da pesquisa do dengue antígeno NS1 que tem maior sensibilidade e especificidade do
que os demais3334.

33 Laboratório Oswaldo Cruz. Novo exame para diagnóstico da dengue. apud PUSTIGLIONE, Marcelo.
Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e negligenciadas: a conduta no caso das
febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
34 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. 2015;46(38)
apud PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e
negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.

36
ZIKA (FEBRE DO ZIKAV)

Figura 3 - Zika vírus.

Características35:

• Agente: um vírus RNA, arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família


Flaviviridae, filogeneticamente próximo ao vírus da encefalite de Saint Louis. Foram
identificadas duas linhagens: uma asiática e outra africana (subdividida em linhagem do
leste e do oeste)36.

• Mecanismo de transmissão: através da picada da fêmea do mosquito Ae.


Aegypti ou Ae. Albopictus. Existem relatos de transmissão ocupacional, vertical e sexual
do ZIKAV, mas para fins de prevenção e controle da doença a transmissão vetorial deve
ser a principal a ser considerada 37. O risco de aquisição do ZIKAV aumenta pela grande
quantidade de doentes assintomáticos (cerca de 80%) e se a possibilidade de
transmissão por transfusões for confirmada.

35 PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e


negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
36 Mosquito da dengue. Disponível em: <http://www.dengue.org.br/mosquito_aedes.html>. apud
PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e
negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
37 Idem.

37
• Prevalência: o ZIKAV é considerado endêmico particularmente no leste e oeste
da África; há evidências que, a partir de 1966, o vírus tenha se expandido ao continente
asiático38. Em fevereiro de 2015, sete meses após a realização da copa do mundo de
futebol no Brasil, foram registrados casos caracterizados por exantema maculopapular,
prurido e febre baixa ou ausente; alguns doentes queixavam-se de cefaleia, hiperemia
conjuntival e dor e edema em punhos e tornozelos. A possibilidade de tratar-se de uma
arbovirose foi aventada e o ZIKAV passou também a ser investigado 39. Dados mais
recentes têm evidenciado a circulação desse vírus em várias regiões do Brasil.

• Transmissibilidade: muito provavelmente ocorre da mesma forma relatada para


a dengue.

• Imunidade: ainda não existem dados suficientes para determinar a imunidade ao


ZIKAV.

• Magnitude do problema: A gravidade da infecção por esse vírus está mais


associada à ocorrência da síndrome de Guillain-Barré em locais com circulação
simultânea do DENV e com um aumento desproporcional de casos de microcefalia
congênita em regiões com registro de casos de ZIKAV do que com sua manifestação
clínica. Até 28 de novembro de 2015 foram notificados à Secretaria de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde 1.248 casos suspeitos de microcefalia, identificados em
311 municípios distribuídos em 14 unidades da federação. Entre o total de casos
ocorreram sete óbitos suspeitos, todos na região nordeste 40. Esse cenário coloca no olho
do furacão as mulheres em idade fértil e as gestantes, e a microcefalia passou a ser
praticamente a única preocupação da infecção pelo ZIKAV.

• Clínica: A maioria das infecções são assintomáticas (estima-se que apenas


cerca de 20% das infecções humanas apresentam manifestações clínicas), quando
ocorrem, a doença se caracteriza como uma doença febril aguda autolimitada geralmente
não associada a complicações graves, sem registro de mortes e com baixa taxa de
hospitalização. A febre é baixa, sendo acompanhada por exantema maculopapular,
artralgia, mialgia, cefaleia, hiperemia conjuntival e, mais raramente, edema, odinofagia,

38 Idem.
39 Idem.
40 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. 2015;46(38)
apud PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e
negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.

38
tosse seca e vômitos41. Na febre pelo ZIKAV predominam o exantema e a hiperemia
conjuntival, havendo menos alteração nos leucócitos e trombócitos. Os sintomas
desaparecem cerca de três a sete dias após seu início, porém a artralgia pode persistir
por até um mês.

• Casos suspeitos: toda pessoa que viva ou trabalhe em áreas onde esteja
ocorrendo casos de zika, ou tenha Ae. Aegypti ou Ae. Albopictus, ou tenha viajado nos
últimos 14 dias para regiões de risco e que apresente o quadro clínico descrito.

• Sinais de alarme: caso ou indivíduo exposto seja gestante.

• Sinais de gravidade: todo caso de febre do ZIKAV que comece a apresentar


fraqueza muscular que começa na parte inferior do corpo e se espalha para cima (sinal
patognomônico da polirradiculoneuropatia desmielinizante 42 inflamatória aguda) ou
paralisia dos olhos e andar instável (presentes na Síndrome de Miller Fisher) 43. Devem
também ser observados casos de microcefalia em gestantes infectadas pelo ZIKAV.

• Confirmação: O diagnóstico laboratorial específico de ZIKAV baseia-se


principalmente na detecção de RNA viral a partir de espécimes clínicos. Acredita-se que o
período virêmico seja curto, o que permitiria a detecção direta do vírus até quatro a sete
dias após o início dos sintomas, sendo ideal até o terceiro dia. Até o momento, a
disponibilidade para realização de isolamento viral e RT-PCR estão restritos aos
Laboratórios de Referência da FIOCRUZ 4445.

41 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. 2015;46(38)


apud PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e
negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
42 Doenças e sintomas: síndrome de Guillain Barré. Disponível em:
<http://drauziovarella.com.br/letras/g/sindrome-de-guillain-barre/> apud PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina
do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e negligenciadas: a conduta no caso das febres
da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
43 Governo do Estado do Paraná. Secretaria da saúde. Zika vírus. Nota Técnica — NT06/DVDTV/2015.
Disponível em: <http://www.crmpr.org.br/uploadAddress/nota_tecnica_Zika_virus[1619].pdf> apud
PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e
negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
44 Brasil. Ministério da Saúde. Febre pelo vírus Zika: uma revisão narrativa sobre a doença. Boletim
Epidemiológico; 2015;46(26) apud PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças
emergentes, reemergentes e negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do
Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
45 Governo do Estado do Paraná. Secretaria da saúde. Zika vírus. Nota Técnica — NT06/DVDTV/2015
apud PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e
negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.

39
CHIKUNGUNYA (FEBRE DO CHIKV):

Figura 4 - Chikungunya: número de casos continuam a crescer no País.

Características46:

• Agente: um vírus RNA, arbovírus do gênero Alphavirus, pertencente à


família Togaviridae.

• Mecanismo de transmissão: através da picada da fêmea do mosquito Ae.


Aegypti ou Ae. Albopictus.

• Prevalência: significativamente maior nos países tropicais e subtropicais, onde


as condições ambientais favorecem o desenvolvimento e a proliferação do vetor: os Ae.
Aegypti e Ae. Albopictus.

• Transmissibilidade: muito provavelmente ocorre da mesma forma relatada para


a dengue.

• Imunidade: os indivíduos expostos ao vírus Chikungunya adquirem imunidade


duradoura4748.

46 PUSTIGLIONE, Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e


negligenciadas: a conduta no caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.
47 Mosquito da dengue. <http://www.dengue.org.br/mosquito_aedes.html> Idem.
48 Brasil. Portal da saúde. Dengue, Chikungunya e Zica.
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/informacoes-tecnicas-dengue>. Idem..

40
• Magnitude do problema: no Brasil, em 2015, até o mês de novembro, foram
notificados cerca de 17 mil casos autóctones suspeitos de febre do CHIKV. Desses, cerca
de 7 mil foram confirmados, 95% por critério laboratorial; cerca de 9 mil casos continuam
sob investigação. Quando comparados com os dados de 2014, observa-se aumento
considerável em todos os indicadores.

• Clínica: após um período de incubação intrínseco médio de três a sete dias a


partir da picada por mosquito infectado com o CHIKV, a infecção se manifesta como uma
doença aguda mais comumente caracterizada por febre de início súbito (tipicamente
maior do que 38,5°C e que dura geralmente de três a dez dias) e dor articular intensa
(particularmente tornozelos, punho e articulações da mão; as articulações maiores como o
joelho, ombro e a coluna também podem ser afetadas). A esses sintomas podem
associar-se: cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea, vômito, poliartrite, erupção
cutânea e conjuntivite; não é rara a ocorrência de exantema maculopapular, que se inicia
entre o 2º e o 5º dia e se mantém até o 10º dia de sintoma. A maioria dos indivíduos
apresenta doença sintomática, estima-se que apenas 3 a 28% das pessoas com
anticorpos para CHIKV apresentam infecção assintomática, mas estes indivíduos também
podem transmitir o vírus para os mosquitos, mantendo o ciclo 49. A maioria dos pacientes
se recupera depois de sete a dez dias, porém, alguns indivíduos podem apresentar dores
articulares por meses ou anos. Em alguns casos a artrite pode evoluir com dor articular
crônica incapacitante e poliartrite, tenossinovite e síndrome de Raynaud.

• Casos suspeitos: toda pessoa que viva ou trabalhe em áreas onde estejam
ocorrendo casos de chikungunya, ou tenha Ae. Aegypti ou Ae. Albopictus, ou tenha
viajado nos últimos 14 dias para regiões de risco e que apresente febre com 2 a 7 dias de
duração e 2 ou mais das manifestações relatas.

• Sinais de gravidade: todo caso de febre do CHIKV que apresente uma ou mais
das seguintes manifestações: meningoencefalite, mielite, paralisia facial, Guillain-Barré,
lesões cutâneas bolhosas e hiperpigmentação da pele; outras formas graves incluem
fenômenos hemorrágicos, uveíte, retinite, miocardite, hepatite e nefrite.
49 Governo do estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Saúde. Coordenação de Controle de
Doenças. Centro de Vigilância Epidemiológica. Divisão de Zoonoses. Chikungunya, Junho 2014. Febre do
Chikungunya. Informe Técnico. Disponível em:
<http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/zoo/informes/IF160614_CHIKUNGUNYA.pdf> apud PUSTIGLIONE,
Marcelo. Medicina do Trabalho e doenças emergentes, reemergentes e negligenciadas: a conduta no
caso das febres da dengue, do Chikungunya e do Zika vírus. Idem.

41
• Confirmação: em amostras colhidas até o 3º dia do início dos sintomas está
indicada a pesquisa de ácidos nucléicos virais por RT-PCR em Tempo Real e RT-PCR
convencional; em amostras colhidas até o 8º dia do início dos sintomas está indicada
sorologia IgM e IgG por ELISA50.

Por tudo exposto, e com a sensação de que mais uma missão foi cumprida,
encerramos esta seção com o seguinte ensinamento:

As epidemias de dengue e outras doenças causadas pelo Aedes Aegypti são


problemas multifatoriais que exigem a elaboração de medidas que envolvam áreas
de atuação distintas, como saúde e educação. A conscientização sobre a
importância da participação da população para o combate ao vetor deve
abranger o maior número possível de pessoas. Para isso, é necessário
utilizar estratégias para sedimentar o conhecimento e torná-lo acessível por
meio da aplicação da linguagem adequada para cada faixa etária, classe
social e nível de instrução. (MARIA, MOREIRA, PEREIRA, SANSÃO and ZAIA,
2019, p. 07). (Grifo nosso).

50 Idem.

42
5.2 As Arboviroses na Construção Civil.

A Constituição Federal, de 1988, expressa a relação saúde x meio ambiente em


diversos de seus artigos: O Art. 196: A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a
sua promoção, proteção e recuperação. O Art. 225: Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo, preservá-lo
para as presentes e futuras gerações. O Art. 200, incisos II e VIII, fixam, como atribuição
do Sistema Único de Saúde – SUS -, entre outras, “a execução de ações de vigilância
sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador e colaborar na
proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho". (Grifo Nosso)51.

O artigo 7º, inciso XII, da nossa Carta Magna, "(...) consagrou o direito social
jusfundamental à “redução dos riscos inerentes ao trabalho”, que (a) realiza no plano
laboral o princípio jurídico-ambiental da melhoria contínua ou do risco mínimo regressivo
(OLIVEIRA, 2011, p. 148, apud FELICIANO, MAENO, CARMO and HENRIQUES, 2020,
p. 07), (b) é titularizado por todos os trabalhadores em atividade no território nacional (ou,
fora dele, se em conexão com o ordenamento jurídico brasileiro 52), sejam ou não
subordinados, e (c) traduz-se, para os empresários, nos deveres de antecipação, de
planejamento e de prevenção/precaução dos riscos labor-ambientais. Tais deveres
demandam, em síntese, a adoção de todas as medidas e instrumentos disponíveis no
mercado, de acordo com o estado da técnica, que sejam economicamente viáveis e
tecnologicamente aptos a promover a eliminação ou a mitigação das ameaças à vida, à
integridade psicofísica e à saúde dos trabalhadores, de modo a precaver e prevenir a
ocorrência de quaisquer vicissitudes. (WERNER, 2001, p. 335-340, apud FELICIANO et
al., 2020, p. 08).

51 SANTOS, Lucas Bastos dos. Contribuição às Estratégias de Prevenção e Controle da Dengue,


Chikungunya e Zika no Município de Cruz aas Almas-BA. Disponível em:
file:///C:/Users/adm/Downloads/lucas%20bastos%20dos%20santos.pdf. Acesso em: 17 de jun. 2021.
52 V., e.g., Lei 7.064/1982, art. 3º, II. In verbis: “A empresa responsável pelo contrato de trabalho do
empregado transferido [para o exterior] assegurar-lhe-á, independentemente da observância da legislação
do local da execução dos serviços: [...] II - a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho,
naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação
territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria”.

43
Por consequência, a identificação de incidência de focos do Aedes Aegypti no
ambiente laboral pode se caracterizar um real risco ao desequilíbrio das condições de
trabalho e a qualidade de vida dos funcionários, portanto, as empresas devem, em
observância ao teor dos artigos 7º, XXII e 225, caput, da Constituição Federal, adotar
programas e medidas sólidas de prevenção com a finalidade de eliminar ou diminuir as
ameaças. Entre essas medidas, podemos citar a técnica de Planejamento Estratégico,
designada de Treinamento Comportamental, a ferramenta 5S e o instrumento de Gestão
em Segurança e Saúde do Trabalho, Diálogo Diário de Segurança (DDS), que serão
abordados amplamente em outro seção.

Em relação ao tipo de atividade econômica consideravelmente afetada pela


Arbovirose, temos a Construção Civil, quando mal gerenciada, os seus canteiros de obras
transformam-se em ambiente perfeito para a formação de focos do mosquito Aedes
Aegypt, em decorrência do entulho ali produzido e o seu descarte irregular, gerando,
assim, transtornos extramuros e intramuros, ou seja, causando danos ambientais e por
consequência acarretando risco à saúde, tanto na área interna da obra quanto em
terrenos ou/e em áreas públicas.

Todas as etapas do processo construtivo, tais como: extração da matéria-prima,


produção de materiais, construção e demolição geram RCD 53 que causam impactos
ambientais que afetam, direta ou indiretamente, os seguintes aspectos: saúde, a
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.
(PIOVEZAN JÚNIOR, 2007).

O setor da construção civil é o que mais causa impacto ao meio ambiente no


mundo, sendo que mais de 50% de tudo que é extraído de recursos naturais é utilizado na
construção civil. Isso acontece, pois, a indústria da construção civil é uma das maiores
geradoras de resíduos do mundo. Normalmente, os resíduos de Construção e Demolição

53 O Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama - conceitua, no artigo 2º, inciso I, da resolução
307/2002, resíduos da construção civil como “os provenientes de construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos tais
como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha”. Esses resíduos se
diferenciam do lixo, pois os resíduos possuem valor econômico, já o lixo não possui, ou seja, os resíduos
sólidos gerados pela construção civil, pode ser reaproveitado em algum processo produtivo, seja ele no
setor de construção civil ou em outro setor (MENESES, 2018, p. 14).

44
Civil são gerados em três etapas distintas que são: durante a construção, a manutenção e
a demolição (SANTOS, 2007, apud MENESES, 2018, p. 11). No Brasil, apenas em São
Paulo, cerca de 17 mil toneladas de resíduos são geradas por dia, e só cerca de 20 a
50% das matérias primas são realmente consumidas, gerando uma alta quantidade de
resíduos sólidos s. (SCILLAG, 2017, apud MENESES, 2018, p. 11).

Segundo os dados da pesquisa do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil –


PRSB 2016, em que foi realizado pela ABRELPE (2016 apud MENESES, 2018, p. 14),
mostram que cerca de 215 mil toneladas de resíduos sólidos são geradas por dia, como
pode-se ser observado na Tabela 1.

Figura 5 – Quantidade de resíduos Sólidos gerados no Brasil.

Em se tratando dos espaços extraterritorial da obra, a construção civil é


responsável por gerar "(...) impactos no meio ambiente com a produção de resíduos,
que se tornou um grande problema nas grandes cidades. O entulho chega a
representar 60% dos resíduos sólidos urbanos produzidos. Segundo dados
internacionais, segundo Pinto (2005), o total de geração de resíduos varia de 163 a mais
de 300 quilos por habitante/ano"54. (Grifo Nosso).

Ainda assim, é comum a disposição irregular de entulho na maioria das cidades


do país, por este motivo, esses resíduos são considerados um problema de limpeza
pública, acarretando uma série de inconvenientes para toda a sociedade, tais como:

54 MESQUITA, A. S. G. Análise da Geração de Resíduos Sólidos da Construção Civil em Teresina,


Piauí. 2012. Disponível em: file:///C:/Users/adm/Downloads/835-2788-1-PB%20(1).pdf. Acesso em: 17 de
jun. 2021.

45
altos custos para o sistema de limpeza urbana, saúde pública, enchentes,
assoreamento e contaminação de cursos d’água, contaminação de solo, erosão,
obstrução de sistemas de drenagem urbanos, dentre outros55. (Grifo nosso)

Os transtornos ocasionados à população pelo descarte inadequado dos resíduos


da construção civil podem variar da insalubridade ao aumento da proliferação de animais
indesejados. Além disso, há o risco do acúmulo de água parada, que juntamente
com os fatores ambientais gera um alto índice de larvários propiciando à
proliferação e sobrevivência do Aedes Aegypti56. (Grifo nosso).

Para a Organização Mundial da Saúde (2009), prevenir ou reduzir a transmissão


do vírus da dengue depende inteiramente do controle dos mosquitos vetores ou
interrupção do contato humano-vetor. As atividades de controle da transmissão devem
visar o Aedes aegypti (principal vetor) nos habitat de seus estágios imaturos e
adultos, na sua casa e nas imediações, assim como outros locais onde ocorre o
contato humano-vetor (por exemplo, escolas, hospitais e locais de trabalho) 57. (Grifo
nosso).

Já, dentro dos limites da obra, as Arboviroses são sinônimos de atrasos na


conclusão do projeto e prejuízos, além de transmissão de doenças reemergentes e/ou
negligenciadas, como por exemplo a dengue que é considerada uma doença relacionada
ao trabalho, conforme determinação da Portaria nº 1339, de 18 de novembro de 1999 do
Ministério da Saúde, bem como a difusão de doenças epidêmicas vetoriais emergentes,
como as febres do Chikungunya (CHIKV) e do Zika vírus (ZIKAV).

Tais fatos foram apontados pela a técnica Rosicleide Cabral, que coordena a
campanha de segurança do trabalho "Combate à dengue no Recife chega ao setor da
construção civil", realizada, em 2012, pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de
Pernambuco (Sinduscon), da seguinte maneira “É muito comum encontrarmos focos
do mosquito nas obras, principalmente quando ela está na fase estrutural

55 Idem.
56 GONZAGA, Giordano Bruno Medeiros, LIRA, Kíssila Maria Henrique, ROCHA, Marianna Silva Figueirêdo
da and SILVA, Leonardo Souza da. Produção e Descarte de Resíduos na Construção Civil: Uma Forma
de Combate ao Aedes Aegypti. Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/fitsexatas/article/view/3715/2049. Acesso em: 17 de jun. 2021.
57 PIENIZ, Felipe Guerim. Caracterização da Ocorrência de Dengue no Estado de Santa Catarina.
22016. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/166780/TCC_Felipe
%20Guerim%20Pieniz.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 de jun. 2021.

46
(levantamento de vigas, escavação)"58. (Grifo nosso). Segundo fonte do Ministério da
Saúde "os canteiros de obra e o descarte inadequado de resíduos da construção como os
responsáveis por cerca de 20% dos focos do Aedes Aegypti" 59. E "em média, 25% dos
exames de análise de água parada em pontos suspeitos nos canteiros de obras são
positivos para focos do vetor, ou seja, contêm larvas do mosquito" Conforme
(NOGUEIRA, 2015).

Em depoimento ao blog "Vamos Construir", a técnica em edificações Sheyla


Schneider disse "(...) que trabalhou em uma obra onde 80% das pessoas pegaram
dengue por causa de um foco de larvas que não foi levado em consideração, o que
dificultou muito o trabalho"60.

O diretor do SindusCon-SP em Ribeirão, Fernando Paoliello Junqueira, durante a


campanha e conscientização sobre as "Ações de combate ao mosquito transmissor,
Aedes Aegypti", ressalvou que: “Somos conscientes da grave ameaça que o Aedes
aegypti representa a nossa sociedade. Não basta apenas que algumas pessoas façam a
sua parte, é preciso a participação de todos. Por isso queremos conscientizar cada
trabalhador da construção civil sobre a importância de cada um atuar como
multiplicador de informações contra a proliferação do mosquito”61. (Grifo nosso).

Pois bem, seja uma pequena ou grande obra, todas estão sujeitas a produção de
resíduos de classe A, B, C e D, conforme disposições da Resolução n°. 307 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (Conama), porém, não sendo os mesmos descartados e não
tendo a sua destinação final correta, é bem possível que estarão suscetíveis a geração de
criadouro do Aedes Aegypti, sendo assim, é imperecível a intervenção nos canteiros de
obras, visando a adoção de medidas de prevenção as doenças infecciosas e promoção
da saúde dos funcionários que nesses locais exercem atividades laborais, além de
visitantes.

58 ESTEVAM, Tádzio. Combate à dengue no Recife chega ao setor da construção civil. 2012.
Disponível em: http://www2.recife.pe.gov.br/noticias/27/03/2012/combate-dengue-no-recife-chega-ao-setor-
da-construcao-civil. Acesso em: 17 de jun. 2021.
59 NOGUEIRA, Ângela, Programa nacional combate dengue no canteiro de obras. Idem.
60 Ecoinova Ambiental. Como prevenir Dengue, Zika e Febre Amarela, na construção civil? Disponível
em: https://www.ecoinovaambiental.com.br/single-post/2017/01/31/como-prevenir-dengue-zika-e-febre-
amarela-na-constru%C3%A7%C3%A3o-civil. Acesso em: 17 de jun. 2021.
61 ZAMPIERI, Monize. Combate à dengue invade rotina das empresas em Ribeirão - Construção civil,
cooperativas e comércio promovem ações para ampliar. Disponível em:
https://www.acidadeon.com/ribeiraopreto/cotidiano/cidades/NOT,2,2,1140665,Combate-a-dengue-invade-
rotina-das-empresas-em-Ribeirao.aspx. Acesso em: 17 de jun. 2021.

47
Para Dantas, Leme e Zarpelon (2008) o reconhecimento antecipado e o controle
dos agentes biológicos62 em um canteiro de obras se fazem necessário, em que uma
simples poça d’água pode proliferar o mosquito transmissor da Dengue e adoecer vários
trabalhadores, com riscos que pode levá-los até à morte na fase hemorrágica da
doença63.

Entretanto, Sampaio (1998) reforça que muitos acidentes de trabalho podem ser
evitados se as empresas desenvolvessem e implementassem programas de Segurança e
Saúde no Trabalho, e oferecesse maior atenção à educação e ao treinamento de seus
operários.

Mas, isso só será possível desde que se entenda que: "A qualidade do
treinamento é essencial para o setor, pois muitos acidentes de trabalho ocorrem por
deficiência nesta fase de formação do trabalhador, e identifica que a ausência de
programas que discutem e avaliem os treinamentos é falho e não atinge seu objetivo
(PRIORI JR., PROTEÇÃO, 2005, apud DANTAS, LEME and ZARPELON, 2008).

Também, "é importante conscientizar as equipes de construção quanto à


prevenção ao Aedes Aegypti no canteiro de obras. Pode-se aproveitar as oportunidades
como as reuniões da CIPA e o local onde ficam armazenados os Equipamentos de
Segurança Individual e Coletiva para alertar sobre o mosquito. O ideal é preparar ou
encontrar um material que alerte sobre o mosquito, as doenças que ele transmite e que
contenha cartazes para afixar no local da construção e outras dicas práticas para eliminar
o mosquito. Se cada um fizer a sua parte, é possível diminuir os focos do mosquito,
melhorando assim, a saúde no ambiente de trabalho e na cidade!".64

A gerente do Núcleo de Endemias da Vigilância Epidemiológica do Estado de


Sergipe, Sidney Sá, durante a realização do trabalho de informação e conscientização
sobre a Arbovirose no canteiros de obras do município de Aracajú- SE, em 2019,
62 A NR-9 (Brasil, 1994) considera agentes biológicos os microrganismos, tais como: bactérias, fungos,
acilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros, sendo que a caracterização de sua exposição é feita
através de inspeção no local de trabalho, onde o Anexo 14 da NR-15 (Brasil, 1978) exemplifica algumas
atividades em que a insalubridade pode ser caracterizada através da avaliação qualitativa.
63 DANTAS, Leoberto, LEME, Robinson and ZARPELON, Daniel. A NR-18 Como Instrumento de Gestão
de Segurança, Saúde, Higiene do Trabalho e Qualidade de Vida para os Trabalhadores da Indústria
da Construção. 2008. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/39946802/a-nr-18-como-
instrumento-de-gestao-saude-higiene-do-trabalho-e-qualidade-de-vida. Acesso em: 18 de jun. 2021.
64 Terra. Dengue, Zika e Febre Amarela, como a construção civil pode ajudar? 2017. Disponível em:
https://www.terra.com.br/noticias/dino/dengue-zika-e-febre-amarela-como-a-construcao-civil-pode-
ajudar,6bee03881e0c05e7fb0ca7e33e4b94fe9vakplln.html. Acesso em: 18 de jun. 2021.

48
comentou que “É feita uma conversa muito informal com eles dialogando sobre cuidados,
a prevenção em relação à dengue, os sintomas da doença, tirando dúvidas, é uma
conversa dinâmica com uma integração bastante proveitosa entre palestrante e
trabalhador. Como o tempo desses profissionais é reduzido, em virtude das suas tarefas,
a palestra precisa ser bem informal e muito rápida. É um trabalho gratificante porque
vemos resultado, esse trabalhador que está em um canteiro de obras é um cidadão
comum que retorna para sua residência, para seu local de moradia, e pode ser um
grande multiplicador de informação para nós”65.

Assim, a indústria da construção civil pode e deve dar uma importante


contribuição na luta contra as Arboviroses, fazendo o uso de com algumas medidas
simples e eficazes de combate a focos do Aedes Aegypti, tais como:

A disseminação de uma cultura de prevenção entre funcionários e a


conscientização da importância do combate e controle de doenças Arboviroses, mediante
treinamento;

Palestras, reuniões e campanhas de vistoria que visem 66:

Evitar o acúmulo de água parada em recipientes (potes, baldes, masseiras, etc.);

Escoar a água parada de lajes, calhas, poços de elevador, lonas e fundações;

Estocar equipamentos de proteção e outros que possam acumular água em locais


cobertos e seguros;

Cobrir caixas d’água e outros reservatórios de água;

Adicionar medidas de cloro em locais de estocagem de água não-potável (NÃO


USAR cloro em reservatórios de água para uso humano ou animal);

Afixar cartazes com informações para evitar acúmulo de água e lixo;

Descartar o lixo corretamente em sacos plásticos amarrados;

Realizar o armazenamento dos materiais em local adequado.

65 Governo do Estado de Sergipe - Secretaria de Estado da Saúde (SES). Governo realiza ações de
alerta sobre a dengue em canteiros de obras. 2019. Disponível em: https://www.saude.se.gov.br/ses-
realiza-acoes-de-alerta-sobre-a-dengue-em-canteiros-de-obras/. Acesso em: 18 de jun. 2021.
66 THOMÉ, Brenda Bressan. Dengue, Zika e Febre Amarela, como a construção civil pode ajudar?
Disponível em: https://www.sienge.com.br/blog/dengue-zika-e-febre-amarela-como-a-construcao-civil-pode-
ajudar/. Acesso em: 18 de jun. 2021.

49
E providenciar a destinação final correta dos resíduos;

Fazer vistorias semanais para procurar por focos do mosquito e verificar se a


prevenção está correta.

Do exposto, será que ainda é possível ser cético quanto a relação entre as
Arborvioses e a construção Civil?

Entendemos que não, na medida em que neste trabalho foi possível demonstrar
os fatores que podem contribuir para a ocorrência das Arboviroses e a importância do seu
combate mediante ações de precaução e prevenção 67 para a redução dos criadouros
potenciais do mosquito Aedes Aegypti no canteiros de obras!

Outrossim, foi constado que as causas geradoras das Arboviroses podem ser
mitigadas por meio de estratégias descomplicadas, mas efetivas, que compreendem
dentre outras, armazenamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, sejam de
entulho de construção ou demolição. Vale também mencionar que os treinamentos, que
são ferramentas de disseminação do conhecimento, podem superar os maiores
obstáculos, ou seja, a falta de consciência e desinformação dos trabalhadores que vão
em desencontro a um adequada gerência integrada dos resíduos, descartados em áreas
internas da obra e, de forma clandestina, nos espaços púbicos.

Por fim, ressaltamos que nos termos da Resolução 307 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente – CONAMA (2002), a gestão de resíduos da construção civil (RCC) é de
responsabilidade do gerador, que deve dispor de forma adequada o RCC, sendo esta
disposição feita de acordo com a classificação do resíduo.

Leciona a Lei nº. 6.938/81, que rege a Política Nacional do Meio Ambiente, em
seu artigo 14, §1º que: “sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é
o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar
os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade",
direito de indenização que também alcança o trabalhador, uma vez que a definição de

67 A distinção entre o princípio da precaução e o da prevenção, Wedy (2015) faz essa diferenciação com
base na relação “risco de perigo” (precaução) x “risco de dano” (prevenção). Vejamos: A diferenciação
inicia-se pelo fato de que o princípio da precaução, quando aplicado, é uma medida para evitar o mero risco,
e o princípio da prevenção é aplicado para evitar diretamente o dano. O risco pode ser entendido como a
possibilidade de ocorrência de uma situação de perigo. Já o perigo nada mais é do que a possibilidade de
ocorrência de dano.

50
meio ambiente abarca o ambiente de trabalho, por força do artigo 200, VIII, da
Constituição Federal. (Grifo nosso).

Esse mesmo entendimento é o de Melo (2017) que nos ensina que o "no Direito
do Trabalho, o bem ambiental envolve a vida do trabalhador como pessoa e integrante da
sociedade, devendo ser preservado por meio da implementação de condições adequadas
nos ambientes laborais, higiene e medicina do trabalho".

E reforça que "(...) ao empregador e tomador de serviços, que assumem os riscos


da atividade, cabe a obrigação de preservar e proteger o meio ambiente laboral; e,
ao Estado e à sociedade, fazer valer a incolumidade desse bem. Nesse sentido,
estabelece a Constituição Federal de 1988 (artigos 1º e 170), como fundamentos do
Estado Democrático de Direito e da ordem econômica os valores sociais do
trabalho, a dignidade da pessoa humana e o respeito ao meio ambiente.
Desrespeitado esse bem, estabelece a Constituição Federal a obrigação de
reparação em todos os seus aspectos administrativos, penais e civis, além dos de
índole estritamente trabalhista, como previsto em outros dispositivos
constitucionais e legais. Essa responsabilidade, como ESTABELECEM os artigos 225,
parágrafo 3º da Constituição e o artigo 14, parágrafo 1º da Lei 6.938/81 (Lei de Política
Nacional do Meio Ambiente), é de natureza objetiva". (Grifo nosso).

51
5.2 Metodologia 5S e a Ferramenta Diálogo Diário de Segurança (DDS) como
práticas motivacionais para a prevenção no canteiro se obras:

Administrar pessoas é uma empreitada da maior relevância dentro da corporação


e para mantê-las motivadas é imprescindível investir em ações que contribuam para o
aumento do engajamento dos funcionários no envolvimento dos objetivos da empresa.

Levando em consideração a etimologia da palavra - Maximiniano (2004, p. 267;


268, apud BATISTA, JORGE, MOZER and VIANA, 2015, p. 03) define “A palavra
motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover – em seu seu
sentido original, a palavra indica o processo pelo qual o comportamento humano é
incentivado, estimulado ou energizado por algum motivo ou razão". Motivo, motor e
emoção são outras palavras que têm a mesma raiz. O comportamento humano sempre é
motivado. Sempre é um motor funcionando, que movimenta o comportamento humano.
(Grifo nosso).

Porém, para Lima (2010, p. 34) o comportamento das pessoas em uma


organização é complexo, depende de factores internos (personalidade, capacidade de
aprendizagem, motivação, percepção do ambiente interno e externo, atitudes, emoções,
valores, etc.) e externos (as características organizacionais, sistema de recompensas e
punições, factores sociais, políticas, mudança na tecnologia utilizada pela organização, os
programas de formação e desenvolvimentos empregados pela organização, condições
ambientais, coesão grupal existente, etc.).

E Chiavenato (2002, apud BAIA et al., 2019, p. 04) afirma que para se alcançar à
motivação no indivíduo se faz necessários que as empresas busquem extrair dos seus
funcionários o seu melhor desempenho, procurando criar situações que façam com que
os indivíduos deem o melhor de si, sem jamais deixar de mostrar que as empresas estão
trabalhando com pessoas que possuem aspectos motivacionais, objetivos pessoais entre
outros.

Hoje em dia, a motivação dispõe-se em forma de diversas ferramentas, como


fortes aliados na concepção de um ambiente de trabalho mais saudável e satisfatório para

52
todos, e duas delas são a Metodologia 5S e o Diálogo Diário de Segurança (DDS), na
elevação do nível de motivação e satisfação dos funcionários.

Silveira explica que (2012) que nas "(...) organizações, a metodologia do


programa 5s permite desenvolver uma melhoria contínua na destinação dos materiais.
Esta metodologia melhora o clima organizacional, a produtividade e
consequentemente a motivação dos funcionários e é dividida em 5 palavras de
origem japonesa: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke. Cada uma destas palavras
busca despertar a atenção para um senso de responsabilidade". (Grifo nosso).

Nascido no Japão, o 5S começou a ser implantado nas empresas no início da


década de 1950, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Nessa época, as indústrias
japonesas ficaram arrasadas e passaram a usar essa ferramenta para evitar desperdícios
(luxo que eles não poderiam ter devido à escassez de matéria-prima), a quebra de
equipamentos e maquinários e reestruturar sua economia como um todo. No Brasil, o 5S
passou a ser adotado a partir da década de 1970, em grandes empresas tais como. Na
década de 1990, foi a vez dos órgãos públicos desvendarem a importância da ferramenta
para a melhoria contínua do trabalho e do relacionamento entre seus usuários 68. O
Programa 5S tem como objetivo básico a melhoria do ambiente de trabalho, nos sentidos
físico (layout da organização) e mental (mudança de paradigmas das pessoas) e visa, da
melhor maneira possível, e de forma organizada, o espaço físico da empresa, de modo a
otimizar espaço, melhorar o ambiente e evitar desperdícios, bem como auxilia na parte
psicológica das pessoas, que se tornam mais comprometidas com o processo e com a
empresa (FIOD NETO, SILVA, SILVA and SOUSA).

A ferramenta 5S consiste na adoção de cinco passos, à primeira vista bem


simples, com o objetivo de embasar o desenvolvimento da qualidade. Os princípios são: o
da organização, o da arrumação ou ordenação, o da limpeza, o da manutenção e o da
disciplina. A razão de o nome ser “5S” reside no fato das palavras que designam os cinco
princípios na língua japonesa começarem com a letra “S” 69.

Ao internalizar os princípios do Housekeeping ou 5S (Seiri, Seiton, Seiso,


Seiketsu e Shitsuke) é possível aguçar o interesse dos funcionários para a apropriada
68 CRUZ, Juliana Machado. 5S (Seiton, Seiri, Seiso, Seiketsu e Shitsuke). Disponível em:
https://www.infoescola.com/administracao_/5s-seiton-seiri-seiso-seiketsu-e-shitsuke/. Acesso em: 18 de jun.
2021.
69Idem..

53
observância das normas de segurança e saúde no ambiente de trabalho, conforme nos
ensinam Loçano e Melo (2019, p. 120):
(...) é possível visualizar que a segurança do trabalho pode atuar junto com a
melhoria contínua70, utilizando a metodologia do 5S para expandir sua atuação nas
empresas de forma simples ganhando maior visibilidade dos colaboradores e
tendo como consequência a redução de condições e atos inseguros,
redução e eliminação de desperdícios de recursos materiais, tornando a
empresa sustentável, otimização de espaço e tempo, detecção de problemas
para correção rápida, aumento da participação dos funcionários nas
sugestões de melhorias e cumprimento rigoroso e autônomo das normas e
instruções de trabalho. (Grifo nosso).
Ribeiro esclarece que a medida que praticamos cada um dos "S" dentro de uma
empresa, descobrimos que a segurança das instalações e do trabalho já são parte
integrante de qualquer um deles, a saber:

a) O SEIRI, Senso de Utilização, prega que devemos ter no ambiente de trabalho


os recursos adequados, na quantidade adequada, que os utilizemos de maneira
adequada e que estejam em plenas condições de uso. O SEIRI critica
severamente improvisações e problemas de conservação que gerem riscos, além
de criticar a utilização inadequada que possa gerar uma condição insegura.

b) O SEITON, Senso de Ordenação, consiste em ter locais de trabalho com locais


definidos e adequados para a guarda de cada recurso. Sempre que necessário,
os recursos, ambientes e locais de guarda devem estar identificados e
sinalizados, possibilitando um acesso seguro e rápido por todas as pessoas que
trabalhem ou circulem no ambiente de trabalho. Um layout eficiente e seguro e a
manutenção da ordem, também fazem parte deste Senso. Tudo isto, torna o
ambiente de trabalho mais seguro.

c) O SEISO, Senso de Limpeza, tem como principal objetivo a manutenção da


limpeza de ambientes e instalações. Para tal, a eliminação de fontes sujeira e a
postura de inspeção durante a limpeza geram um ambiente mais seguro por ter

70 A melhoria contínua é um dos principais atributos da gestão de riscos sendo um dos elementos chaves
da gestão da qualidade, tornando possível gerir os riscos com a utilização das ferramentas da qualidade,
principalmente o ciclo PDCA (do inglês: Plan, Do, Check, Act) que é utilizado ao longo de toda a atividade e
é complementado pelas outras ferramentas, com o objetivo de gerar informações e mapear as zonas
críticas do processo, antecipar os problemas e agir preventivamente contra os riscos, bem como realizar
novas melhorias em processos já considerados conformes. ARRUDA, Petterson Andrade, AVILA NETO,
Clovis Antunes de, KLAAR, Anne Carolina Rodrigues, LIMA, Lúcia Ceccato de and STEFENON, Stéfano
Frizzo. Aplicação dos 5S e das Ferramentas da Qualidade para Gestão de Riscos da Segurança e
Saúde no Trabalho. 2017. Disponível em: https://www.revistaespacios.com/a17v38n17/a17v38n17p23.pdf.
Acesso em: 20 de jun. 2021.

54
menos ou nenhuma sujeira e por possibilitar a detecção precoce de
anormalidades, incluindo condições inseguras.

d) O SEIKETSU, Senso de Higiene e Saúde, tem uma relação direta com a


Segurança, já que neste Senso são discutidos problemas ergonômicos, de
contaminação dos ambientes e de higiene pessoal como utilização adequada de
banheiros, vestiários, copas e EPIs.

e) O SHITSUKE, Senso de Autodisciplina, não se limita apenas a manter os 3


primeiros “S” no dia-a-dia, mas também prega que as Normas de Segurança e os
Procedimentos de Trabalho sejam cumpridas voluntariamente pelas pessoas,
sem depender de monitoramento ou cobranças.

Os resultados dos 5S’s são tão amplos que se tornam uma exercício essencial
para qualquer atividade empresarial que deseja manter um eficiente fluxo de produção e
ao mesmo tempo cultivar uma ambiente de trabalho saudável e organizado, inclusive para
o segmento da construção civil.

Implementar o programa 5S pode trazer muitos benefícios para a gestão da


qualidade. Aumento da produtividade e da segurança do trabalho, redução de custos e
aumento da lucratividade, melhoria do clima organizacional, com consequente retenção
de talentos, entre outros, são algumas de suas vantagens. Tudo isso também impacta na
imagem da empresa diante da sociedade, o que pode resultar em destaque diante da
concorrência e em mais vendas, consequentemente 71.

Cada Senso empregado no canteiro de obras pode resulta nos seguintes


benefícios:

Senso de utilização - em um canteiro de obras, se percebe uma oportunidade de


eliminar materiais que foram utilizados em etapas anteriores do processo, e que não
voltarão a ser usados, além de sobras que não serão mais úteis (GONZALEZ, 2009, apud
ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 140). Neste senso é preciso discernir o necessário do
desnecessário, eliminando todo o desnecessário (ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 140).

Senso de organização - consiste em manter o ambiente ordenado, identificando


e sinalizando o meio, os materiais e as ferramentas. Para tanto, é necessário um layout

71

55
que propicie segurança e acesso facilitado aos itens indispensáveis e aos postos de
trabalho (JESUS, 2003, apud ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 140). Em aplicação num
canteiro de obras, este senso pode contribuir no processo de organização de materiais
utilizados, através da separação e identificação, estipulando locais apropriados para
resíduos, ferramentas e elaboração de planos de tarefas que deverão ser realizadas, para
contribuir na fluidez do trabalho (ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 141).

Senso de limpeza - a aplicação deste senso em um canteiro de obras pode


resultar em postos de trabalho mais limpos. A prática deve ser motivada, pelo
entendimento de que cada operador é responsável pelo seu local de trabalho e pela
sujeira que ali produz (ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 141).

Senso de segurança - este Senso permite o desenvolvimento de condições


favoráveis à saúde física e mental. Para tanto, é necessária a manutenção do ambiente
de trabalho limpo, destacando a importância de se manter bons hábitos de higiene
através de informações e comunicados claros (LAPA, 1998, apud ANJOS and OLIVEIRA,
2018, p. 141).

É necessária a elaboração de um plano de ação para prevenir acidentes e


doenças a partir da detecção dos riscos à saúde e segurança dos colaboradores em seu
local de trabalho. O fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), bem
como o treinamento dos indivíduos para o uso correto é de responsabilidade da empresa
(LEONEL, 2011, apud ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 142). Figuram como principais
vantagens do Senso de Segurança: preservar a saúde; reduzir gastos com doenças e
acidentes; diminuir riscos de contaminação; reduzir ou evitar acidentes no trabalho;
propiciar melhoria da autoestima e cuidados com a saúde; fornecer condições favoráveis
à produtividade (GONZALEZ, 2009, apud ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 142). Em um
canteiro de obras, segurança é imprescindível e o uso de equipamentos de proteção
individual é indispensável, além de treinamento e conscientização para a conservação da
integridade física e saúde (ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 142).

Senso de autodisciplina o objetivo deste Senso é desenvolver a disciplina, que


corresponde a cumprir as normas e tudo o que lhe for determinado (COSTA; ROSA,
2002, apud ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 142). Esta é uma etapa delicada, dependente
do empenho dos colaboradores em cumprir rigorosas regras, bem como um

56
comprometimento com a contínua melhoria pessoal e organizacional (GONZALEZ, 2009,
apud ANJOS and OLIVEIRA, 2018, p. 142).

O processo de mensuração deste senso é difícil, uma vez que só com o avanço
da obra, pelas observações diárias do comportamento dos funcionários e pela situação do
canteiro, é que a eficiência da aplicação do senso poderá ser comprovada (ANJOS and
OLIVEIRA, 2018, p. 142).

E quanto ao Diálogo Diário de Segurança (DDS)? Quais as suas características?


O DDS é capaz de impactar motivacionalmente o ambiente de trabalho? Ele tem alguma
relação com o canteiro de obras?

O DDS é um treinamento que tem como objetivo alertar os trabalhadores sobre os


riscos existentes nas atividades que desenvolverão durante o dia, sejam elas de rotina ou
não. Ele pode ser aplicado a todos os trabalhadores (carpinteiros, pedreiros, pintores,
ajudantes, gesseiros, etc.) antes do início das atividades diárias, onde o grupo é reunido
pelo encarregado, mestre ou técnico de segurança e são discutidos assuntos referentes à
segurança e saúde no trabalho como: riscos da atividade, equipamentos de proteção
individual e coletivo necessários, conhecimento de todos os rótulos de substâncias
químicas que serão usadas no canteiro, requisitos da legislação de segurança, etc. 72.

Em regra, "o tema a ser discutido diariamente deve ser preparado previamente
por um funcionário responsável pela segurança do trabalho (normalmente um engenheiro
de segurança do trabalho), redigido e repassado aos líderes de equipe para comandar o
DDS em campo. O DDS tem peso de documento legal, e por isso deve ser registrado.
Após a operação do DDS, os empregados presentes deverão assinar o documento
anexado ao mesmo registrando a presença e ciência dos riscos descritos no manual
diário". (SILVA, 2017, p. 57 e 58).

A forma de abordagem dos temas pode ser efetuada de forma simples e


diversificada, para tornar o DDS mais interessante, melhorando o índice de absorção dos
trabalhadores. Exemplos de abordagens dos temas: • apresentação pelo encarregado,
mestre ou técnico de segurança; • sorteio de trabalhador para expor suas idéias sobre o

72 COCHARERO, Renato. Ferramentas para Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho no Canteiro


de Obras. 2007. Disponível em: http://www.pcc.usp.br/files/text/personal_files/francisco_cardoso/Monografia
%20-%20Renato%20Cocharero%20_TGP%20-%202007_%20Final.pdf. Acesso em: 26 jun. 2021.

57
tema; • interativo ou prático (executado no posto de trabalho), onde é possível demonstrar
na prática os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos 73.

Na prática o DDS segue os seguintes passos: • Reunião da equipe de trabalho


em torno de um líder de equipe; • Leitura do manual do DDS do dia; • Breve explanação
por parte do líder quanto ao DDS do dia; • Discussão do assunto tratado e troca de
experiências dos trabalhadores através de opiniões e relatos (SILVA, 2017, p. 56 e 57).

O DDS é uma ferramenta muitos simples de ser implantada (...) e pode ser
implementada em qualquer ambiente de trabalho sem quaisquer dificuldades técnicas,
exigindo apenas uma pequena porção de tempo de serviço para ser feito. (SILVA, 2017,
p. 56).

Para Tosmann (2020) a implementarão do DDS deve ocorrer da seguinte


maneira:

a) Planejar adequadamente e envolver de forma efetiva todos os


colaboradores é de extrema importância. Por isso, escolha temas atuais e
pertinentes para o dia a dia de trabalho, cuidados com a saúde e outros.
Incentive todos os profissionais a participarem e interagirem, para que a
conversa traga novos conhecimentos e ajude não apenas no
desenvolvimento profissional, como pessoal também.

b) Para não ficar cansativo, procure manter um diálogo que não ultrapasse 20
minutos. Se possível, tente manter uma duração de aproximadamente 10
minutos. Além disso, mantenha uma linguagem de fácil compreensão e
seja objetivo em todos os assuntos. Caso não seja você a pessoa que
conduzirá o diálogo, explique ao convidado como conduzir a conversa.

c) Crie um cronograma com os assuntos que estarão em pauta para que


todos estejam cientes. O correto é manter esse diálogo diariamente, assim
como o próprio nome diz. Entretanto, se for difícil, escolha uma
periodicidade que seja boa para todos.

73 COCHARERO, Renato. Ferramentas para Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho no Canteiro


de Obras. 2007. Idem.

58
d) Por último, e não menos importante, registre todas as informações do DDS,
como data, horário, tempo de duração, tema, lugar de encontro, quantidade
de participantes, lista de presença e outros.

A importância do DDS assim se caracteriza74:

● O DDS, se aplicado corretamente, pode se tornar um ótimo diferencial


para uma empresa, é bem melhor trabalhar em uma empresa preocupada
com a saúde dos trabalhadores.

● O DDS é um ótimo passo para um ambiente de trabalho seguro e


saudável, com trabalhadores motivados e engajados da melhor forma
possível;

● Por ser algo que envolve todos e é realizado periodicamente, a chance


de ser efetivo é grande e motivará o maior número de trabalhadores
possível à terem cuidados com a SST e com a própria saúde. (Grifo
Nosso).

E os seus benefícios são75:

● O DDS pode servir como um reforço de instruções que já foram passadas


em treinamentos ou palestras, como por exemplo, cuidados com EPI,
cuidados com a saúde mental, etc.;

● Por acontecer rotineiramente e envolver todos os colaboradores, é um ótimo


momento para descontração e fortalecer a união do grupo;

● Estabelecer um diálogo entre os trabalhadores e o SESMT é extremamente


benéfico e um dos principais meios de se atingir uma cultura de Segurança
do Trabalho plena;

● Outro dos objetivos do DDS é a prevenção de acidentes, trabalhadores


informados sobre os riscos ocupacionais e sabendo como lidar com eles
adequadamente, possuem menos chances de se envolver em acidentes de
trabalho;

74 On Safety. O Que é DDS, como aplicá-lo e quais são seus benefícios? 2019. Disponível em:
https://onsafety.com.br/o-que-e-dds-como-aplica-lo-e-quais-sao-seus-beneficios/. Acesso em: 26 jun. 2021.
75 Idem.

59
● O DDS é um ótimo meio de se adquirir a confiança dos colaboradores, pois
assim eles podem ver que são valorizados;

● Um dos objetivos do DDS é promover a saúde dos trabalhadores e


trabalhadores saudáveis podem ser mais motivados, produtivos e faltar
menos. (Grifo Nosso).

Não existe norma ou NR (Norma Regulamentadora) ou outra lei que fale


diretamente sobre a obrigatoriedade de fazer DDS (Diálogo Diário de Segurança), mas,
existem várias que relatam a obrigação do empregador de instruir os empregados sobre
os riscos existentes no ambiente de trabalho e sobre as medidas preventivas. O DDS é
sem dúvida uma das ótimas formas de instruir76.

E por mais que não exista uma Norma Regulamentadora específica para o DDS,
a NR-1 fala sobre capacitação e treinamento em segurança e saúde do trabalho e
estabelece regras para treinamento inicial, periódico e eventual, sendo o DDS pertencente
ao treinamento inicia77l.

NR-1: capacitação e treinamento em Segurança e Saúde no Trabalho


1.7 Capacitação e treinamento em Segurança e Saúde no Trabalho
1.7.1 O empregador deve promover capacitação e treinamento dos trabalhadores,
em conformidade com o disposto nas NR.
1.7.1.1 Ao término dos treinamentos inicial, periódico ou eventual, previstos nas
NR, deve ser emitido certificado contendo o nome e assinatura do trabalhador,
conteúdo programático, carga horária, data, local de realização do treinamento,
nome e qualificação dos instrutores e assinatura do responsável técnico do
treinamento.
1.7.1.2 A capacitação deve incluir:
a) treinamento inicial;
b) treinamento periódico; e
c) treinamento eventual.
1.7.1.2.1 O treinamento inicial deve ocorrer antes de o trabalhador iniciar suas
funções ou de acordo com o prazo especificado em NR.
1.7.1.2.2 O treinamento periódico deve ocorrer de acordo com periodicidade
estabelecida nas NR ou, quando não estabelecido, em prazo determinado pelo
empregador.
1.7.1.2.3 O treinamento eventual deve ocorrer:
a) quando houver mudança nos procedimentos, condições ou operações de
trabalho, que impliquem em alteração dos riscos ocupacionais;
b) na ocorrência de acidente grave ou fatal, que indique a necessidade de novo
treinamento; ou

76 Segurança do Trabalho NWN. Qual NR fala sobre a obrigatoriedade do DDS. Disponível em:
https://segurancadotrabalhonwn.com/qual-nr-fala-sobre-a-obrigatoriedade-do-dds/. Acesso em: 26 jun.
2021.
77 TAGOUT. O que é e qual a importância do DDS para a segurança do trabalho? Disponível em:
https://www.tagout.com.br/blog/o-que-e-e-qual-a-importancia-do-dds-para-a-seguranca-do-trabalho/. Acesso
em: 26 jun. 2021.

60
c) após retorno de afastamento ao trabalho por período superior a 180 (cento e
oitenta) dias.

Também encontramos no § 3º do artigo 19 da Lei 8.213/91, a necessidade do


empregador em relatar os riscos do ambiente de trabalho aos empregados, bem como as
medidas a saber:

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da


operação a executar e do produto a manipular. (BRASIL, 1991).

Ressalta-se que as exigências de algumas NR’s podem ser cumpridas através do


DDS, como a da NR 01, que diz78:

“Cabe ao empregador informar aos trabalhadores:


● Os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho;
● As medidas de controle adotadas pela empresa para reduzir ou eliminar tais
riscos;
● Os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.”
Ou como, no quesito de EPI, a NR 06, que diz79:

“Cabe ao empregador quanto ao EPI:


Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação".
A NR 09 – PPRA também destaca que é responsabilidade manter informado o
trabalhador sobre os riscos ambientais80:

“9.5.2 Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada


e suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de
trabalho e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para
proteger-se dos mesmos“.
Cabe ressaltar alguns pontos importantes no processo de utilização dessa
ferramenta. O primeiro é de que o DDS se trata de uma ferramenta educacional, e como
qualquer ferramenta que utilize o processo de aprendizado como foco principal, requer
tempo para que os resultados sejam alcançados, e não se espera desta ferramenta
resultados imediatos. O segundo ponto é de que o processo de aprendizado é através da
repetição, ou seja, os DDS devem ser aplicados diariamente e continuamente para o
sucesso do método. O terceiro é de que os DDS devem ser operacionalizados por líderes
de equipe, e não pelos gestores ou supervisores dos empregados, dessa forma, os
trabalhadores podem expor suas experiências sem medo de sofrer sansões; outra
vantagem de ser operacionalizado por um líder, é de que o DDS é de mais fácil aceitação

78 On Safety. O Que é DDS, como aplicá-lo e quais são seus benefícios? 2019. Idem.
79 Idem.
80 Idem.

61
por ser feito por um trabalhador que está em constante contato direto aos outros (SILVA,
2017, p. 57).

Lima (2017), ao abordar a importância do DDS, ensina-nos que "há inúmeros


riscos presentes na indústria da construção civil. Dentre eles, os elevados números de
acidentes no ambiente de trabalho. Logo, é muito importante estar ciente de todas as
formas, técnicas, normas e regras para garantir a segurança dos trabalhadores. Daí surge
a questão: como fazer isso? Uma das maneiras mais práticas, fáceis, rápidas e
praticamente sem custo algum é a aplicação do DDS no dia a dia do canteiro de obras.
Antes de mais nada você precisa informar seus colaboradores sobre o local das reuniões
e o horário em que vão acontecer. Não deixe de explicar a eles também os motivos que
levam à prática do DDS. Afinal, é muito importante que o colaborador saiba que você e a
empresa se preocupam com a sua saúde e segurança".

Gonzaga (2021), brilhantemente, revela-nos qual o objetivo e finalidade do DDS


no canteiro de obras:

A sigla DDS nada mais é do que a abreviação para Diálogo Diário de


Segurança, como a maioria dos profissionais da construção civil já sabe. É uma
técnica conhecida, também, como DDSMS — Diálogo Diário de Segurança, Meio
Ambiente e Saúde.
Seja chamado de DDSMS, ou DDS, a finalidade dessa ferramenta é a mesma.
Dessa forma, o DDS tem significado literal e sugere que todos os dias sejam
feitas conversas sobre assuntos relativos à saúde e segurança no trabalho.
Isto é, dialogar sobre maneiras de proteger e garantir a segurança dos
trabalhadores no canteiro de obras. Estas reuniões duram, em média, de 5 a 15
minutos, e são feitas antes que a jornada de trabalho inicie. (Grifo Nosso).
A cultura e técnica de estimular diálogos sobre segurança no canteiro de obras, de
forma diária, inicia a partir do começo da de 1990. A finalidade deste diálogo é
trazer situações cotidianas em que risco físico de acidentes estão presentes
e podem ocorrer com frequência.
Assim, se conscientizam sobre esses riscos e abordam sobre as soluções,
comentando diariamente medidas a serem tomadas.
Dessa forma, é uma ocasião de conversa em que os trabalhadores e equipes são
ouvidos, expõem suas dúvidas, inquietações e sugestões para melhorar o
processo e segurança na obra. (Grifo Nosso).
É evidente que tudo que é debatido durante uma DDS deve sempre respeitar as
regras das Normas Regulamentadoras do Trabalho. Assim, o ideal é que os
diálogos sejam mediados por profissionais capacitados em segurança do trabalho.

E lembra a autora que a "importância do DDS na construção civil se dá pelo


simples entendimento de que um funcionário consciente e saudável aumenta o
nível de produtividade da mão de obra. Essa é a maior importância que o DDS pode
oferecer para uma empresa e um canteiro de obra. Ou seja, quanto melhor a

62
performance do colaborador para a atividade ao qual foi designado, a empresa tende a
aumentar o lucro e a diminuir os custos. Entre os principais setores que apresentam baixa
de custo com a implementação do DDS, destacamos a assistência médica. Dessa
maneira, o ambiente de trabalho se torna um benefício para o negócio, pois o clima
entre os profissionais se torna harmonioso. Com isso, todos acabam aumentando
seu comprometimento e o nível de satisfação com o local aumenta".

E considerando que o DDS é uma ferramenta de uso diário e deve ser realizada
em curto tempo, segue alguns sugestões de tema para diversificar e transformar a
reunião mais dinâmica: EPI – Equipamento de Proteção Individual; EPC – Equipamento
de Proteção Coletiva; APR – Análise Preliminar de Risco; Quase Acidente; Limpeza e
Organização; Brincadeiras; Lesões nas Costas; Higiene Pessoal; Equipamentos e
Ferramenta; Primeiros Socorros – Cipa; Proteção das Mãos, etc.

Pois bem, na busca por instituir uma cultura de segurança e saúde no canteiro de
obras, considerando que o setor, por diversos fatores, ainda apresenta um crescente
número de acidentes de trabalho, implementar técnicas que instituam medidas de
segurança é de grande importância para transformar esse panorama, entre essas
técnicas estão a metodologia 5S e a ferramenta Diálogo Diário de Segurança, que além
de gerarem conhecimento, favorecem no processo motivacional de toda equipe, por
consequência, aumenta-se um nível de comprometimento dos empregados para com a
corporação e diminuem-se as paralizações das atividades, geradas por falta e acidentes
e/ou doenças ocupacionais, diminuindo também o custo na execução da obra.

Como nos ensina, Barzellay e Longo (2011, p. 19).

A melhoria das condições de trabalho nas empresas de construção civil não é


apenas um fator de motivação que resultará no aumento do nível de satisfação
dos funcionários, mas também um ponto de economia para a empresa. Quando
nos referimos à implantação com eficácia de um sistema de gestão da qualidade,
o melhor caminho a seguir, visando à motivação dos funcionários para aderir ao
projeto, é melhorar as condições e a qualidade de vida deles dentro da própria
empresa que, além de tudo, constitui-se em uma ação de responsabilidade social,
aqui entendida como a capacidade da empresa de incorporar ao seu cotidiano
práticas simples de governança corporativa como, por exemplo, o
comprometimento permanente do empresário com a segurança do trabalho e com
a melhoria contínua da qualidade de vida dos seus funcionários dentro do canteiro
de obra, tendo como objetivo motivá-los para um desempenho ótimo, criar um
ambiente de trabalho agradável e contribuir para o seu bem-estar. Com isso, a
empresa ganha dedicação, empenho e lealdade de seus trabalhadores.

63
Finalmente, espera-se confiante que este trabalho possa contribuir para a melhoria
das condições de vida e da produtividade nos canteiros de obra.
De tudo exposto, acredita-se que não resta mais dúvidas quanto ao tema aqui
retratado, passamos para a próxima seção, onde será abordada a Técnica de
Treinamento Comportamental.

64
5.3 Treinamento Comportamental

65
6. PROJETO INTEGRADOR

6.1"Construindo com Saúde e Segurança"

6.2 Manual Digital "Construindo com Saúde e Segurança"

66
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tudo que foi exposto,

67
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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