CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
FEVEREIRO/2021
BELÉM- PA
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Rayanna Alexia Oliveira Do Espirito Santo Corrêa
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
A ADI e a ADC estão previstas nos artigos 102 e 103 da Constituição, e são
regulamentadas Lei 9.868/1999, e estas se diferenciam principalmente quanto ao objeto:
enquanto a ADI é utilizada para questionar leis ou atos normativos federais ou estaduais que
confrontem a preceitos e dispositivos constitucionais. A ADC por sua vez tem por objeto de
questionamento apenas leis ou atos normativos federais.
Afim de suprir a lacuna deixada pela ADI, que só pode ser ajuizada contra lei ou atos
normativos, federais ou estaduais, que entraram em vigor em data posterior à promulgação da
Carta de 1988, foi regulamentada a ADPF conforme Lei 9.882/1999, que intenta evitar ou
reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público - em nível federal,
estadual ou municipal – entre eles os anteriores à promulgação do texto constitucional.
No que tange à decisão dessas ações, cumpre pontuar que em controle concentrado o
efeito é retroativo, entretanto, o artigo 27 da Lei das ADIs, o STF pode, por razões de segurança
jurídica ou de excepcional interesse social, restringir os efeitos da decisão ou determinar que
ela só tenha eficácia a partir do trânsito em julgado, ou de outro momento a ser determinado. É
a chamada modulação dos efeitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os mecanismos de controle de constitucionalidade são fundamentais para a garantia da
conformidade do sistema jurídico como um todo, pois é preciso averiguar se há consonância
entre determinações constitucionais e as demais normas, na mesma medida em que a própria
Constituição precisa estar em sintonia com os valores sociais de seu tempo – itens tais que
sofrem com as evoluções sociais. Por esses mecanismos inclusive, decisões importantes como
o reconhecimento da união estável homoafetiva, ocasião na qual o ministro Ayres Britto disse:
"Tudo que não está juridicamente proibido, está juridicamente permitido. A ausência de lei não
é ausência de direito, até porque o direito é maior do que a lei", destacando assim a importância
de não restar dúvidas quanto ao assunto.
Nesse sentido, o sistema de normas precisa ser claro e coerente, e a importância dos
mecanismos de controle é justamente atuar nessa salvaguarda, em todos os níveis de poder e
percebendo as particularidades de cada caso – seja pelo controle concentrado ou difuso.
É certo que as análises tratadas aqui não são suficientes para abordar a complexidade
desse instituto jurídico, mas, acredita-se que o essencial foi trazido para a discussão desse
trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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HAIDAR, Rodrigo. Supremo Tribunal Federal reconhece união estável homoafetiva.
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