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Missão Evangélica Filadélfia: A restauração do templo

A restauração do templo

“Tu, pois, ó filho do homem, mostra à casa de Israel esta casa,


para que se envergonhe das suas maldades;
sirva-lhe ela de modelo.
E, envergonhando-se eles de tudo quanto fizeram,
faze-lhes saber a forma desta casa, e a sua figura,
e as suas saídas, e as suas entradas,
e todas as suas formas, e todos os seus estatutos,
e todas as suas formas, e todas as suas leis;
e escreve isto aos seus olhos, para que guardem toda a sua forma
e todos os seus estatutos e os cumpram.
Esta é a lei da casa. Sobre o cume do monte,
todo o seu contorno em redor será santíssimo;
eis que esta é a lei da casa”.
Ezequiel 43:10-12

Na verdade, a visão de Ezequiel sobre o templo restaurado não se refere ao templo


construído por Salomão nem ao segundo templo, construído depois do exílio. Na verdade,
esta visão nos direciona para a restauração de um povo no tempo próximo à vinda do
governo do homem da iniqüidade, como a preparação deste mesmo povo para enfrentar
as provas desse terrível período.

De certa forma, a visão descrita nos versículos acima resumem de forma clara toda a
Casa de Deus, tanto da Igreja de Cristo como também em relação ao povo de Israel, de
modo que a restauração desta Casa tenha como modelo o sacrifício de Cristo na cruz do
Calvário (o altar dos holocaustos), na qual ficou revelada a proposta de Deus feita em si
próprio desde antes da fundação do mundo para a salvação da humanidade e para a
escolha de um povo que creia na sua Palavra, na forma e nas figuras desta mesma
Palavra, na sua lei e no cumprimento desta mesma lei, na revelação dos profetas e no
cumprimento das mesmas profecias, nas suas entradas e suas saídas.

A entrada é por Cristo e suas saídas são pelo Amor de Deus e sua Misericórdia, na sua
forma da Graça de Deus proposta em seu Filho Jesus Cristo, nos estatutos da fé
(completo e perfeito), vez que por nenhum outro estatuto poderíamos guardar a sua
forma, e pelo contorno em redor do monte, em cujo cume está o nosso Senhor Jesus
Cristo como cabeça e Rei de seu povo, irradiando o seu Amor em torno de si próprio, a
começar pelo trono de Deus onde está à destra da Majestade, dos céus, para alcançar
seus filhos na terra e alimentá-los com esse mesmo Amor, próprio da sua Santidade e
constrangedor pela sua Magnitude.

Nos versículos acima o Senhor conclama o seu povo a envergonhar-se de uma forma de
agir, certamente a mesma dos fariseus hipócritas, que desejavam demonstrar amor e
respeito à lei e não reconheceram e creram naquele que veio para cumprir toda a lei, os
quais também queriam demonstrar que eram cumpridores da lei só pela pregação do
mandamento, do qual eram apenas ouvintes, mas não eram cumpridores (Tiago 1:22-23),
tornando-se semelhantes ao varão que contempla ao espelho o seu rosto natural, ou seja,
a si mesmo, e, ao sair da frente do espelho, logo se esquece de como era (v. 24),
significando que não viviam o que pregavam.

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“Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo,


Senhor da glória, em acepção de pessoas.
Porque, se no vosso ajuntamento
entrar algum homem com anel de ouro no dedo,
com vestes preciosas,
e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta,
e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes:
Assenta-te tu aqui, num lugar de honra,
e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado,
porventura não fizeste distinção dentro de vós mesmos
e não fizestes juízes de maus pensamentos?
Ouvi, meus amados irmãos.
Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé
e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?
Mas vós desonrastes o pobre.
Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?
Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?
Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real:
Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
Mas, se fazeis acepção de pessoas,
cometeis pecado e sois redargüidos pela lei como transgressores.
Porque qualquer que guardar toda a lei
e tropeçar em um só ponto
tornou-se culpado de todos.
Porque aquele que disse: Não cometerás adultério,
também disse: Não matarás.
Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares,
estás feito transgressor da lei.
Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.
Porque o juízo será sem misericórdia
sobre aquele que não fez misericórdia;
e a misericórdia triunfa sobre o juízo”.
Tiago 2:1-13

Quem meditar superficialmente nestes versículos escritos por Tiago poderá até entender
ele está falando especificamente sobre a lei mosaica, quando na verdade o servo de
Deus está fazendo uso da alegoria da lei como um paralelo à liberdade da fé em Cristo
Jesus, como o objetivo final do cumprimento da lei de Deus.

Ele usa da alegoria da lei porque já naquela época havia o perigo do cristianismo vir a se
tornar mais uma seita judaizante, não fossem os cuidados e o zelo dos apóstolos na
aplicação dos fundamentos dados pelo Senhor, cujo perigo fora afastado definitivamente
pela epístola de Paulo aos Romanos, a qual joga por terra toda e qualquer tendência
legalista e judaizante.

Assim, vejamos os aspectos mais profundos de uma vida verdadeiramente cristã


abordados por Tiago em sua carta:

1. Tiago começa falando sobre a verdade de vida de uma pessoa cristã,


verdadeiramente convertida e cheia da Graça e do Amor de Cristo Jesus,
mediante a fé, a qual não faz acepção de pessoas;

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2. Depois chama a atenção da Igreja sobre o principal mandamento que comprova


que realmente o cristão ama ao Senhor Jesus Cristo (I João 4:20-21), que é o de
amar o seu semelhante como a si mesmo. Se o cumprimento desse mandamento
não for verdade, o chamado crente é na verdade um mentiroso (I João 4:20);

3. Em seguida, Tiago faz uma comparação apropriada para todo e qualquer


comportamento de fariseu legalista, o qual se acha cumpridor de um determinado
mandamento e se esquece dos outros. Isto disse o apóstolo como quem deseja
chamar a atenção de alguns membros da igreja que costumam julgar os aparentes
pecados dos outros, principalmente quando se trata daqueles que são mais vistos
externamente com o adultério, roubo, etc, e se esquecem de que fazer acepção de
pessoas também é pecado, e também de que não ter o Amor de Deus para amar
o seu próximo é também pecado, porque é uma mentira de quem diz que ama a
Deus e não ama a seu irmão;

4. Na verdade, é muito fácil vestir uma capa de “cristão” e sair acusando os pecados
alheios (o de adultério parece ser o que mais chama a atenção, o de roubo, nem
tanto), e ao mesmo tempo se fazer esquecido de qual é o seu comportamento na
hora de fechar um negócio comercial (se está agindo com justiça ou com astúcia),
se tem por costume honrar mais o homem do que glorificar o nome de Deus
(principalmente quando o homem é rico e poderoso), se fora do templo ou da
presença do seu pastor ou de algum irmão seu testemunho cristão não se altera e
tantas outras situações nas quais nem sequer é preciso ser um cristão para
identificar que se trata de uma pessoa que prega apenas a letra fria que mata,
sem a vida do Espírito Santo nelas.

5. Finalmente Tiago completa dizendo que o nosso julgamento será pela lei da
liberdade que a Graça de Deus nos proporciona através da fé, porque o juízo será
sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa
sobre o juízo, o que significa dizer em outras palavras: que o juízo será sem
misericórdia sobre aquele que não exercitou o amor de Deus que a ele foi dado
para exercer misericórdia sobre todos os que precisam da misericórdia de Deus
através de nossas vidas. Sobre isso, o nosso irmão Sérgio Lopes canta um hino
de louvor ao Senhor onde ele diz que o sofrimento alheio é a oportunidade que
nos dá o Senhor para demonstrar o Seu Amor que em nós deve residir.

Portanto, no tempo que se chama Hoje, tempo da Graça de Deus, vivemos e somos
cristãos pela fé, mas o selo de comprovação de que a semente da fé fora plantada em
terreno que dá fruto, e fruto que permanece, é testificado e autenticado pelo Amor de
Deus no coração de cada um que diz que tem fé, mas que só é verdadeira se ao seu lado
estiver arraigado o Amor de Deus.

Creio, portanto, que é hora de se tirar a máscara e reconhecer que precisamos


urgentemente nascer de novo como Igreja de Cristo, como o corpo de Cristo, para que
haja renovação de compromisso e da aliança feita com Cristo na cruz do Calvário (no
altar dos holocaustos), para não corrermos o risco de pisar no seu sangue, vituperando,
tornando seu sacrifício em vão.

A hora é de muita seriedade e serenidade. A responsabilidade é pessoal e a opção de


crer com firmeza e amor na Palavra de Deus é por demais necessária. Os líderes de
denominações e congregações precisam urgentemente descer de seus pedestais e

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prostrar-se diante do Senhor, pedindo misericórdia, porque a forma de agir nos tempos
atuais é como se tudo estivesse bem em nosso meio, mas quem for sincero com o nosso
Deus e Pai reconhecerá que estamos bastante afastados da verdade do Evangelho, como
um arremedo religioso que em nada se assemelha ao Poder do Reino de Deus, o qual se
manifesta através do seu Amor e pela sua Palavra, como instrumentos da unção do
Espírito Santo, como expressão da glória de Deus.

É hora de sacudir o pó e a poeira do que se deixou de fazer e lembrar que Cristo espera
sempre de nós que haja uma entrega para que nós mesmos vejamos o que Ele deseja
fazer com as nossas vidas, e de que forma Ele irá nos usar, de modo que toda a obra,
toda a honra, toda a glória, seja só dEle, até porque a sua glória Ele não dá a ninguém.

Que a Graça do Senhor Jesus Cristo, e o Amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo
sejam com vós todos. Amém!

Marival Novaes

04 de março de 2005

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