EDUCAÇÃO INFANTIL

5 ANOS

MANUAL DO PROFESSOR
 MANUAL DO
PROFESSOR

INFANTIL
5 ANOS
Direção-geral
Caio Lo Bianco

Gerência pedagógica
Joana London

Direção editorial
Rachel Nogueira

Gerência editorial
Elvira Cardoso

Gerência de criação
Erika Scheiner

Coordenação pedagógica
Renata Ishida

Supervisão editorial
Andressa Fontes

Supervisão de criação
Felipe Grisolia

Design
TUUT

Iconografia
Mariana Baptista e Tatiana Siqueira

Diagramação
Felipe Cabral, Paula Samico e Rafael Abreu

Revisão
Caíque Pereira, Karen Bandeira, Luciana Cafasso e Thayane Vieira

Autoria
Bianca Pinnola, Caio Lo Bianco e Joana London

Colaboradores
Cristiane Forny, Isabella Sá, Lais Fontenelle, Paula Salaverry e Raul Spitz

ISBN
978-65-5521-432-1
 CARTA DE
APRESENTAÇÃO
AOS PROFESSORES
DE LIV

Prezado professor,

Este é o seu guia de aulas de LIV. Talvez seja a

primeira vez que você se depare com um material
como este. Apesar de falar sobre um tema que
INTRODUÇÃO

todos nós conhecemos, as emoções, ele não é como

qualquer material didático. Com ele não esperamos
obter respostas “certas” ou “erradas”, mas queremos
conhecer nossas crianças e ajudá-las a se conhecer.
A maior riqueza das aulas que você vai ministrar é
justamente o diálogo entre seus alunos, a possibilidade
de dar fala às crianças, que diversas vezes não são
ouvidas, e de estimular a reflexão entre elas. Esse
processo as ajudará a desenvolver suas competências
socioemocionais.

Então, uma dica?

MERGULHE COM ELAS!

LIV · Infantil 5 anos 3
 O que são as competências socioemocionais?
Em um mundo muito preocupado com as habilidades cognitivas, o LIV
vem mostrar também a importância das habilidades socioemocionais, que,
inclusive, complementam as cognitivas. Essas habilidades se desdobram
em atitudes, valores e comportamentos que podem ser aprendidos e
experimentados na relação com o outro e com o espaço, seja na escola,
na cidade ou na família. A partir do desenvolvimento delas, o ser humano
se encontra mais preparado para enfrentar os desafios da vida, por meio
do olhar empático e do autoconhecimento.

A importância de saber lidar com as emoções está cada vez mais evidente,
pois sempre nos relacionamos com pessoas diferentes de nós. Isso torna
ainda mais imprescindível o ato de nos reconhecermos, porque assim
também podemos reconhecer o outro e, com isso, conviver com o próximo
e respeitar a ele e a nós mesmos.

Como trabalhamos tudo isso com crianças tão

pequenas?
Sempre da forma mais lúdica. Cada material nosso foi pensado com base
na idade para a qual seria desenvolvido. Na Educação Infantil, por meio de
ferramentas que envolvem as crianças, como histórias, jogos e músicas,
vamos ajudá-las a reconhecer e a nomear as emoções, além de entender
como estas são experimentadas no nosso corpo. É importante fazê-las
refletir sobre em quais momentos elas costumam sentir cada uma dessas
INTRODUÇÃO

emoções e pensá-las de forma bem individualizada, visto que um dos

aspectos de reflexão é justamente o fato de as emoções serem muito
particulares.

Utilizaremos como material didático o livro Mel e o Livro Dourado, da autora

Mirna Brasil Portella e do ilustrador Laurent Cardon. Nessa história, dez
filhotes vão estudar na Casa Amarela e ficam lá por um ano, sem os pais,
vivendo grandes aventuras. Nesse ambiente existem dois adultos que
cumprem as funções materna e paterna. O livro é a base presente durante
todo o ano, mas as leituras são intercaladas com discussões sobre a história,
músicas e atividades lúdicas. A personagem principal desse livro, a Mel, vai
se transformar em um fantoche que dará voz a essa história e à conversa
com as crianças, ajudando a envolvê-las no projeto. Nesse livro, as emoções
não aparecem sozinhas. Em todos os capítulos mais de uma emoção é
marcada na história, também para mostrar que às vezes as pessoas podem
ter sentimentos diferentes diante de uma mesma situação.
Na Educação Infantil serão trabalhadas as emoções básicas propostas
pelo psicólogo americano Paul Ekman: alegria, tristeza, raiva, medo e
nojo. Optamos por não dar ao nojo a mesma ênfase que daremos às outras
emoções. Por outro lado, também optamos por acrescentar a essa lista
o amor, pois, inspirados em estudos da psicanálise, principalmente no
autor Donald W. Winnicott, acreditamos que, em uma relação saudável,
a primeira emoção com a qual temos contato é o amor materno, que
especialmente nessa idade está em evidência.

Todas as aulas foram criadas com certa estrutura, mas prezamos a sua
autonomia e a sua conexão com a turma para que elas também possam ser
alteradas e repensadas. Só lhe pedimos que nos informe o que foi feito, pois a
sua alteração pode se tornar uma grande contribuição para o nosso material.

Qual é o livro anterior ao Mel e o Livro Dourado e o que

fazemos com o aluno que não o conheceu?
O livro que antecede o da Mel é Lupe e a Casa Amarela. Lupe é um lobo e
melhor amigo da Mel, e a Casa Amarela é o lugar onde eles estudam, moram
e vivem todas as suas aventuras. Nós sabemos que é possível que algum
aluno não conheça o livro anterior, de modo que nos preocupamos em
identificar todas as referências necessárias com relação ao livro do Lupe e
as explicações a respeito de quem são esses personagens.
Mas, caso seja necessário, você pode orientar a turma, principalmente em
relação à temática do Livro Dourado, pois é importante que as crianças se
envolvam e que queiram saber o que está escrito no livro, já que ele é um
tema central no material deste ano.

Qual é o formato das aulas?

Acreditamos que, para as crianças menores, a variação de estímulo é muito
significativa, pois dessa maneira conseguimos engajá-las de forma mais
participativa. Nossa história tem 12 capítulos intercalados com atividades
lúdicas e músicas compostas por Maíra Martins, mas não há uma ordem
preestabelecida de como esse esquema é feito. Alguns capítulos são
seguidos de música e jogos, outros só de jogos. O mais importante é que
o fantoche seja usado como interlocutor, que ele se comunique diretamente
com as crianças e também com você, professor, além de ser usado para
resgatar lembranças da história.

LIV · Infantil 5 anos 5

 Antes das descrições das atividades, há três boxes, que indicam
os objetivos principais de cada aula, o que é necessário para a sua
preparação e para a elaboração do “dever de casa”. Todas as atividades
estão descritas e detalhadas de forma a gerar o menor número de
dúvidas possível. Estas, no entanto, são normais e esperadas. Por isso,
sugerimos como preparação a leitura atenta do capítulo do livro a ser
trabalhado e da aula específica a ser ministrada no dia.

Cada atividade apresenta uma estimativa de tempo em relação à sua

duração. É importante ressaltar que o tempo não precisa ser cumprido
à risca e que nem sempre será possível fazer todas as atividades
propostas no livro. Isso não quer dizer que o professor fracassou.
O tempo e a quantidade de atividades vão variar de acordo com a
quantidade de alunos da turma, com o nível de atenção ou dispersão
deles etc.

Com quais materiais trabalharemos?

Os materiais do professor são o livro Mel e o Livro Dourado, o fantoche e
o link (indicado na próxima página) para as músicas. Há, ainda, o material
da família, o qual consiste em um álbum de figurinhas com algumas
intervenções que as crianças vão fazer com seus familiares É necessário
que o professor retenha todos os pacotes de figurinhas antes de enviar
o material para casa, pois é ele quem vai distribuí-las, depois de contar a
história do capítulo referente à imagem que a criança vai receber.
INTRODUÇÃO

Quando essa figurinha chegar à casa dos alunos em suas agendas, os

pais vão entender o sinal de que já se pode fazer a atividade referente
àquela imagem, pois esse capítulo já terá sido contado em sala de aula.
Se achar necessário, junto com a figurinha, o professor poderá mandar
um recado para as famílias se atentarem a fazer a atividade em casa.

Além das figurinhas, todas as crianças receberão dez cards, que terão,
na frente, uma ilustração do personagem e, atrás, uma apresentação de
quem ele é. Receberão, ainda, um dedoche da Mel e um do Lupe.
É importante que o professor retenha também esses cards até a aula
na qual eles serão usados (aula 3). Após essa aula, os cards podem
ser enviados para casa. Já os dedoches, que servem para que a criança
tenha mais uma ferramenta de vínculo com os personagens, podem ser
enviados para casa logo de início.
Na última aula é sugerida uma exposição desses álbuns na escola. Essa ideia
tem um papel fundamental no projeto, pois acreditamos que, para fazerem
sentido, as competências socioemocionais precisam ser trabalhadas de
forma global; logo, as famílias precisarão ser nossas aliadas nesse projeto.
Além de a exposição ser uma motivação para os responsáveis irem até a
escola, é também uma forma de eles participarem mais ativamente do
projeto, uma vez que as atividades do álbum exigem a sua participação. E o
professor também tem um papel fundamental em incentivá-los a realmente
cooperar com esse projeto e acompanhá-lo ao longo do ano. Além do dia
da exposição, sugerimos que haja um dia no qual o álbum da família volte
para a escola, para que seja possível acompanhar o desenvolvimento dele e
trabalhar com as crianças o que está sendo feito em casa.

Para que o LIV esteja presente no contexto escolar em diferentes

momentos, além das aulas da disciplina, propomos algumas ideias
visando à utilização do nosso material em ocasiões e espaços variados.
Sugerimos, por exemplo, que as crianças possam dormir com o fantoche
na hora do cochilo e que sejam acompanhadas por ele em seus passeios ou
saídas pedagógicas. Além disso, os professores de Música da escola podem
explorar o material do LIV em suas aulas. As músicas do projeto estão
disponíveis para toda a comunidade escolar e poderão ser aproveitadas de
diferentes maneiras. Contamos com a criatividade de todos para desfrutar
os diversos ritmos brasileiros.

Também disponibilizamos três jogos personalizados com imagens dos

personagens do livro Mel e o Livro Dourado – jogo da memória, quebra-cabeça
e dominó – que poderão ser aproveitados pela turma a qualquer momento do
dia. Para acessá-los, entre neste link:
<bit.ly/2YIHEGp>

Esperamos que a nova disciplina seja estimulante tanto para os

alunos quanto para os professores e para as famílias. Temos a grande
oportunidade de orientar e ajudar essas crianças tão pequenas – e
mesmo assim tão complexas – no seu caminho para o autoconhecimento.
O percurso é longo, sem dúvida. Mas, com a ajuda dos professores,
coordenadores, funcionários da escola e família, asseguramos que será
um caminho muito rico.

CONTE CONOSCO PARA O QUE FOR NECESSÁRIO.

Atenciosamente,
Equipe LIV

LIV · Infantil 5 anos 7

 DE QUE EU NÃO POSSO ESQUECER:
Figurinhas: Elas precisam ser retidas antes de irem para casa
no material das famílias. Você dará às crianças a figurinha referente
ao capítulo sempre que este for lido em sala de aula. O ideal é que
essa figurinha seja colocada na agenda, para não ser perdida e para
que os responsáveis a vejam.

Fantoche: O seu uso é de extrema importância. Ele é o principal

interlocutor e também é o que une todas as nossas ferramentas (música,
jogos e história). Sempre que houver o ícone, utilize-o, mas
também contamos com sua autonomia para usá-lo em
outros momentos. Assista ao tutorial para desenvolver seu
manejo com o fantoche.

Cards: Eles também devem ficar retidos até a aula em que serão utilizados.
Após o uso em sala de aula, devem ser enviados à casa do aluno.

Dedoches: Eles devem ser enviados normalmente para casa, junto

INFORMAÇÕES
IMPORTANTES

com o resto do material da família. Assim, a criança poderá brincar

em casa e dar continuidade ao vínculo criado na escola.

Ilustrações: Optamos por fazê-las em um formato no qual as crianças

possam mexer à vontade. Para isso, é necessário que, sempre que a história
for contada, as ilustrações sejam colocadas no meio da roda e as crianças
sejam estimuladas a manuseá-las. Após a história ser contada, o professor
pode expor as ilustrações pela sala para ambientar o espaço.

Preparação: É muito importante que o material seja lido antes da aula.

Tanto em relação às atividades, cujos materiais devem ser preparados,
quanto em relação à história, que precisa já ser conhecida pelo
professor.
Músicas: No material, há indicações de quando apresentar cada música,
mas é importante que, sempre que houver uma atividade introspectiva
(quando os alunos precisarem desenhar, por exemplo), sejam colocadas
as músicas do programa para que as crianças se familiarizem com elas e
as aprendam. Para acessá-las, entre no link a seguir:

goo.gl/j34JZd

Aniversário da Mel: Mel nasceu no dia 16 de junho e, como todo filhote, ela
também gosta de comemorar o seu aniversário. Então, marque no calendário
esse dia tão especial e, se for possível, prepare com a turma uma festa para
celebrar esse momento. Aliás, não esqueçam de convidar os outros filhotes
da Casa Amarela para comer um pedaço de bolo! Divirtam-se!

LIV · Infantil 5 anos 9

 CRONOGRAMA
AULA 01 AULA 02
História Música
Oi, meu nome é Mel A Mel é fofa?
p. 12 p. 14

AULA 03 AULA 04 AULA 05

Dinâmicas História História
Apresentação dos cards Chegada de um novo amigo Será que é hoje?
p. 16 p. 18 p. 20

AULA 06 AULA 07 AULA 08

Música História Atividades
Como abre esse cadeado? Enfim, o dia! Com quem eu vou falar?
p. 22 p. 24 p. 26

AULA 09 AULA 10 AULA 11

História Música História
Quem pode jogar? Ganhar ou perder Escuro dá medo?
p. 28 p. 30 p. 32

AULA 12 AULA 13 AULA 14

Atividades Atividades Música
O que é quando não vejo? Quero mais escuro! Dança no escuro
p. 34 p. 36 p. 38

AULA 15 AULA 16 AULA 17

História Dinâmicas Música
O que vamos fazer? Dia da surpresa! Amigo, estou aqui!
p. 40 p. 42 p. 44
AULA 18 AULA 19 AULA 20
Atividades História Atividades
O que você faria? Presenteando a Lola Conhecendo os álbuns
p. 46 p. 48 p. 50

AULA 21 AULA 22 AULA 23

Atividades Música História
Somos diferentes! Que bom que há diferenças Pesquisa sobre medo
p. 52 p. 54 p. 56

AULA 24 AULA 25 AULA 26

Dinâmicas História Dinâmicas
Interpretando o medo Uma caixa! Inventando brinquedos
p. 58 p. 60 p. 62

AULA 27 AULA 28 AULA 29

Música História História
Você me desculpa? Aprender a cuidar Caro Lobo Mau...
p. 64 p. 66 p. 68

AULA 30 AULA 31 AULA 32

Dinâmicas História Atividades
Chama o correio! Lupe, dá um sorriso! Nossa despedida
p. 70 p. 72 p. 74

AULA 33 AULA 34
História Dinâmicas
Um adeus da Mel Exposição com as famílias
p. 76 p. 78
ÁLBUM DA FAMÍLIA
HISTÓRIA
OBJETIVO
Conhecer a Mel e despertar curiosidade
para conhecê-la.
PREPARAÇÃO PARA A AULA
Arranjar uma caixa ou mala em que
a Mel caiba.
Material necessário:
Papel e lápis de cor.
DEVER DE CASA
Enviar figurinha para casa.
Propor às famílias que façam
a atividade 01 do álbum de
figurinhas.
12 LIV · Infantil 5 anos
AULA 01
OI, MEU NOME É MEL
1a ATIVIDADE
Apresentando a Mel
20 min
Colocar a Mel dentro de uma caixa (ou uma mala)
e chegar com essa caixa enfeitada na sala. Falar às
crianças que ali dentro tem uma nova amiga, mas
que será preciso tentar adivinhar como ela é para
conseguir abrir a caixa. Deixar que os alunos sugiram
ideias, aleatoriamente, a respeito do que foi solicitado,
e, depois, começar a dar dicas.
Dizer primeiro que é um animal; em seguida, dar mais
dicas: tem bastante pelo, costuma ser branquinha, faz o
som “mééé”. Prosseguir até que acertem e digam “Ovelha”.
Após os alunos acertarem, retirar a Mel, colocá-la na
mão e, como se fosse a personagem, dizer: “Nossa,
ainda bem que vocês acertaram, eu não aguentava
mais ficar dentro daquela caixa. Eu estava ouvindo a
voz de vocês e queria muito saber quem estava do lado
de fora. Nossa, eu comecei a falar e nem me apresentei;
vocês devem estar achando que sou mal-educada.
Oi, pessoal, meu nome é Mel e gosto de comer pastel.
v
e n ia
r fig
1
a
ur
inh
Como vocês se chamam?”. Deixar que as crianças se
apresentem para a Mel. Caso se sinta à vontade, você
pode começar a rimar os nomes com coisas para que
a atividade seja mais descontraída e divertida.

Depois das apresentações, você pode dizer que a Mel

2a ATIVIDADE
vai ensinar um cumprimento que adora fazer com os
Leitura em roda
amigos e que ela pode realizá-lo com todas as crianças
10 min
na roda. O movimento consiste em a criança e a Mel
fecharem a mão e darem três soquinhos.
Ler o capítulo “Apresentação”. Certificar-se de que
todas as crianças saibam o que é a Casa Amarela e
gerar curiosidade para que conheçam a Mel ainda mais.

3a ATIVIDADE
Suspense do Livro Dourado
15 min

Causar expectativa nos alunos sobre o Livro Dourado e

perguntar-lhes o que acham que ele é.

A Mel deve ajudar no suspense, perguntando aos alunos

o que pode haver dentro do livro. Ela pode sugerir que
desenhem como imaginam que é o Livro Dourado.

4a ATIVIDADE
Despedida da Mel
5 min

Deixar que os alunos abracem, beijem e cumprimentem

a Mel com os três soquinhos para ela poder ir embora.

LIV · Infantil 5 anos 13

 MÚSICA
AULA 02
A MEL É FOFA?

1a ATIVIDADE
Apresentar a música
20 min

Apresentar a música “Jazz da Mel”, repeti-la algumas

vezes e ensiná-la aos alunos. Provavelmente eles
não vão aprendê-la de imediato, mas será possível
OBJETIVO apresentá-la de novo em outros momentos. Tentar
fazer com que eles aprendam o refrão.
Conhecer um pouco mais da Mel.
JAZZ DA MEL

Fofa
PREPARAÇÃO PARA A AULA Eternamente fofa
Boazinha sempre
Não há. A agradar você

Material necessário: Fofa

Eternamente fofa
Papel, lápis de cor, música e som. Boazinha sempre
Sem ter querer

Quando me olha você vê uma ovelha indefesa

DEVER DE CASA
Mas não sou a vítima nem a vilã
Posso algum dia até te pegar de surpresa
Propor às famílias que escutem
Pois trago vontades diversas embaixo da minha lã
a música “Jazz da Mel” e façam a
atividade 02 do álbum de figurinhas.
Fofa
Eternamente fofa
Boazinha sempre
A surpreender você (3x)
Caso lhe pareça interessante, passar frase por frase
com os alunos, para que eles entendam melhor a letra e
vocês também possam conversar sobre ela.
2a ATIVIDADE
Apresentação da Mel
10 min
A Mel pode dizer que fez essa música porque todo
mundo acha que ela é só fofinha, pois sua lã é gostosa,
mas nem sempre ela é assim. Várias vezes, ela fica
irritada, erra, briga, por isso não gosta que pensem só
isso dela. Ela também não gosta que fiquem apertando
suas bochechas.
Pensar com os alunos se há algo que eles também não
gostam que falem deles.
3a ATIVIDADE
Cumprimentando a Mel
20 min
Lembrar aos alunos o que a Mel disse da última vez
sobre adorar fazer o cumprimento dos três soquinhos,
que é igual aos soquinhos dados por ela na parede
antes de dormir (momento em que se despede do Lupe).
Que tal inventarmos outros cumprimentos entre a Mel
e os alunos da turma?
Perguntar à turma se alguém tem alguma ideia de
como pode ser um novo cumprimento e, após a escolha,
realizá-lo entre os alunos e entre eles e a Mel. Alertar
os estudantes para tomarem cuidado com o corpo uns
dos outros. Eles podem sair da sala para cumprimentar
outras pessoas da escola e, se desejarem, apresentar-
lhes a Mel.
Caso sobre tempo ou os alunos não se envolvam
com a atividade, pedir-lhes que façam um desenho de
boas-vindas para a Mel.
LIV · Infantil 5 anos 15
EDUCAÇÃO INFANTIL
5 ANOS

LIVRO:
LUPE E CASA AMARELA
Direção-geral: Caio Lo Bianco
Direção pedagógica: Joana London
Direção editorial: Rachel Nogueira
Gerência editorial: Elvira Cardoso
Gerência de criação: Erika Scheiner
Coordenação editorial: Isabela Sued
Supervisão de criação: Felipe Grisolia
Autoria: Mirna Brasil Portella
Ilustrações: Laurent Cardon
Diagramação: Adriene Oliveira
Alex Custódio
Carolina Gomes
Revisão: Bianca Guedes
Davi Bretas
Elane Vicente
Gisele Valente

Esta obra foi composta em Kievit Slab para o

LIV (Laboratório Inteligência de Vida) e impressa
em agosto de 2019 pela Gráfica Eskenazi, em
offset sobre papel Supremo 300 g/m2.
APRESENTAÇÃO
Olá! Meu nome é Mel. Quem me conhece
sabe que eu sou uma ovelha. É muito difícil ser
uma ovelha. Ovelhas são fofas e todo mundo
espera que elas sejam boazinhas o tempo todo.
Ora, essa! Vai me dizer que, por ser fofa, tenho que
aceitar tudo o que os outros querem? Eu tenho
opinião própria!
O meu melhor amigo é o Lupe, e ele é um
lobo! Ele reclama que todo mundo acha que os
lobos estão sempre querendo aprontar alguma
coisa. Comigo é o contrário. Todos esperam que eu
seja fofa o tempo inteiro. Se eu faço algo que não
agrada, já dizem que isso não é coisa de ovelha.
O Lupe acha que eu sou mandona. Mas a gente
sempre se entende. Ele acha também que eu não
tenho medo de nada. Imagina! Eu tenho um monte
de medos escondidos debaixo da minha lã. Mas eu
nem digo para ele. Fico quietinha.
As férias terminaram e nós estamos de
volta à Casa Amarela, uma escola que fica no alto
de uma montanha, numa cidade cheia de bichos.
Nós estudamos e moramos aqui. Só vamos
para as nossas casas quando chegam as férias.
Somos dez ao todo, cabemos nos dedos das suas
mãos. A Dona Ecila cuida da gente como se fosse
nossa mãe. Ela faz o melhor chocolate quente do
planeta. O Seu Normando tem um ônibus para
levar a gente para passear aos domingos. E não é
que ele reformou o ônibus? Ficou bonitão. Agora
tem cortina na janela. Mas imagina: quem é que vai
querer cortina na janela do ônibus? A coisa mais
legal que tem é justamente olhar pela janela!
Vai entender...
O melhor de tudo foi encontrar a turma!
O Nino não voltou. Ele era um porquinho para lá de
querido. Foi embora para outra escola muito longe e
a gente nem se despediu dele. Eu gostava do Nino.
Em compensação, chegou outro aluno, o Tito.
Todas as noites tem a hora da história.
A Dona Ecila lê muitos livros para a gente, mas
nunca o Livro Dourado, um livro grandão que fica
na prateleira mais alta da estante. Ela prometeu
que este ano leria o Livro Dourado na primeira
noite de história.
Eu fiquei as férias inteiras pensando nisso e
não vejo a hora de a noite chegar!
3
CAPÍTULO 1
O RETORNO
(FELICIDADE, MEDO, RAIVA, TRISTEZA)
“As férias passaram numa piscada”, foi o
que Mel pensou quando voltou à Casa Amarela.
O quintal e o pique-esconde, a horta e suas
minhocas, os biscoitos açucarados, as aulas de
arte e os desenhos, os passeios aos domingos no
ônibus do Seu Normando, o chocolate quente e as
leituras da Dona Ecila. Tudo isso tinha um cheiro e
uma lembrança quentinha.
Mas o melhor de tudo mesmo foi quando Mel
entrou na Sala Maior e viu os amigos reunidos.
— Lupe! – Mel correu até ele e deu um abraço
apertado.
— Mel! – Lupe abraçou a amiga com um
sorriso cheio de felicidade.
— Lola, Dina, Milu, Mimi, Juno, Pinho, Cacau.
Espera aí! Cadê o Nino? – perguntou Mel.
— O Nino não voltou. Ele foi estudar em outra
escola – disse Lupe, com uma tristeza no canto da
boca.
— Mas a gente nem se despediu – lamentou
Mel.
Lupe levantou os ombros sem saber o que
dizer.
— Tem um aluno novo no lugar do Nino –
Cacau sussurrou.
— Um aluno novo? Cadê?
— Fala baixo, Mel! Tá ali, perto da cortina –
continuou Cacau, desconfiada.
Mel olhou para a cortina. Não viu nada.
Só uma bola no chão.
— O que é isso?! Vocês estão de brincadeira,
né? Ali só tem uma bola – disse Mel, dando uma
risada.
— É ele! – falou Dina, bem baixinho.
— Uma bola? O aluno novo é uma bola? –
perguntou Mel.
— Um tatu! – disse Milu.
— Um tatu? Bola... Um tatu-bola! – gritou Mel,
como quem faz uma grande descoberta.
Então ela correu até o tatu enrolado, abaixou-
-se e deu três batidinhas com a mão fechada, como
se fosse o boa-noite que dava ao Lupe na parede do
quarto.
— Ei! Tem alguém aí? – perguntou Mel,
não recebendo resposta alguma.
5
 — Ei! Aparece aí! A gente quer te conhecer.
Eu sou a Mel.
O tatu enrolado rolou para o outro lado da
sala. Mel foi atrás, seguida por todos os outros. Foi
quando Dona Ecila os chamou para um chocolate
quente com biscoito. Eles correram para a cozinha
e sentaram-se à mesa. A bola ficou lá, no meio
da sala. Lupe achou que aquele tatu devia ser um
chato de galochas. Ele não tinha gostado nada de a
Mel ter dado as três batidinhas secretas de boa-
-noite deles àquela bola sem graça. Inconformada,
Mel queria porque queria conhecer o amigo novo.
Todo mundo achou que o tatu não falava porque
era metido.
Mel saiu da cozinha e foi de fininho até a Sala
Maior.
— Tatu, eu sei que você está aí. Qual é o seu
nome? – ela perguntou, baixinho.
— Tito – ele disse, sem nem botar a cabeça
para fora.
— Eu sou a Mel. Você quer chocolate quente
com biscoitos? – perguntou ela.
Nesse instante, Tito desenrolou a cabeça.
— Eu não conheço ninguém – disse ele.
— Mas se você não conhecer, aí é que não vai
conhecer mesmo – concluiu Mel, com o seu jeito
de sabe-tudo. — Vem! Eu vou te apresentar!
Tito se desenrolou e ficou só tatu.
— Você é lindo! Você não é só uma bola! –
gritou Mel, cheia de alegria. — Vem!
Quando chegaram à cozinha, Mel o
apresentou a todos:
— Atenção! Atenção! Este é Tito! O tatu que
pode ser bola, mas é mais tatu do que bola.
Quando ela olhou para o lado, Tito estava
bola outra vez. Todo mundo caiu na gargalhada,
menos Lupe, que não estava gostando nada de
toda aquela atenção da Mel com o aluno novo e já
tinha um uivo preso na garganta. Dividir a amiga
era coisa que ele não queria de jeito nenhum!
— Perdi a fome. Acho que Naunau está me
chamando – disse Lupe, ao sair da mesa em direção
ao quarto, batendo as patas com toda a força.
Todos iniciaram uma conversa sem fim.
Era tanto assunto, mas tanto assunto, que até
esqueceram do tatu. Esqueceram de Lupe também,
que a essa altura estava sentado na cama,
reclamando com Naunau que a sua melhor amiga
o havia trocado por um tatu desconhecido que não
tinha nem cara.
Lá na cozinha, esquecido no meio de tanta
conversa, Tito espichou a cabeça, depois os braços,
as pernas e ploft! Estava inteiro, todo tatu, rodeado
de novos amigos, que era a coisa da qual ele morria
de medo. Medo de ninguém gostar dele. Medo de
chegar que nem um desconhecido numa escola
onde todo mundo já se conhecia havia um tempão.
7
 — Como é que você faz isso? – perguntou
Mel.
— Isso o quê?
— Isso de virar bola.
Então, Tito virou e desvirou, depois virou e
desvirou de novo. Bola, Tito, bola, Tito, bola, Tito.
— Você é legal! Não é metido, não – disse
Juno, tentando virar bola também. Acabou caindo
no chão com o rabo comprido para cima.
Todos estavam muito animados até que Mel
lembrou o que ninguém tinha lembrado ainda: o
Livro Dourado.
— Vamos chamar o Lupe! – disse Mel.
Marchando na frente, ela liderou o grupo de
filhotes até o quarto.
— Um, dois, feijão com arroz, três, quatro, até
o quarto!
Encontraram Lupe estirado na cama, com
cara de abandonado.
— Lupe! Nós viemos te buscar para ver o
Livro Dourado. Esqueceu que hoje é o dia? – disse
Mel, animada.
Lupe ficou em pé num instante e se juntou ao
grupo. Eles marcharam até a Sala Maior para ver
o livro, que estava lá, no alto da estante, brilhando
mais do que nunca.

9
CAPÍTULO 2
O LIVRO DOURADO
(TRISTEZA, RAIVA)
Depois de tomarem chocolate quente com
biscoitos, marcharem para resgatar Lupe no quarto
e irem até a Sala Maior ver o Livro Dourado, os
filhotes seguiram para a sala de artes. Mel foi a
última a chegar.
— Lola, posso sentar ao seu lado? – perguntou
Mel.
— Pode, sim. Onde você estava, Mel? –
perguntou Lola, que desenhava um elefante
engolido por uma cobra. — Nós estamos aqui há
um tempão!
Mel disse que estava no banheiro e reparou
que Lola tinha um grampo na cabeça.
— Lola, você me empresta seu grampo? –
perguntou Mel.
Lola olhou bem para Mel e achou que ela
estava mesmo precisando prender um pouco os
encaracolados da cabeça.
— Empresto. Mas é só emprestado, tá? Depois
da aula você me devolve.
Mel colocou o grampo perto da orelha e
sentou ao lado de Lola, com uma caixa de gizes de
cera. Não passou muito tempo, Lupe precisou do
giz vermelho e levantou de sua mesa para pegá-lo
com Mel. Mas, cadê?
— Ué! Onde está a Mel? – perguntou Lupe.
Lola olhou em volta, surpresa. Estava tão
concentrada em seu desenho que nem percebeu
que a amiga tinha saído.
— Que estranho... Ela estava aqui agorinha!
Deve ter ido ao banheiro de novo – disse Lola,
jogando as orelhas compridas para o lado.
Lupe pegou o giz vermelho e voltou para o
seu lugar. Queria acabar logo a Chapeuzinho que
estava desenhando.
Em seguida, Mel voltou para a sala de artes.
— Onde você foi, Mel? Ei! Cadê meu grampo?
– perguntou Lola, percebendo que o grampo não
estava mais na cabeça da amiga.
— Ah... Caiu. Está aqui. Obrigada, Lola – Mel
agradeceu, devolvendo-o.
Foi quando Lola viu que o grampo estava todo
torto.
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 — Ei, Mel! Você estragou meu grampo! – disse
Lola, já ficando brava.
— Desculpa, Lola, foi sem querer – Mel
lamentou, bastante chateada.
— Não foi nada! Você fez de propósito! Você
nem usou o grampo. Você só queria quebrá-lo! –
gritou Lola.
— Não foi de propósito! – disse Mel, com
lágrimas nos olhos.
— Eu pedi pra você ter cuidado! Você não
é mais minha amiga! Nunca mais eu vou sentar
ao seu lado, nem brincar com você! – disse Lola,
levantando da mesa de pintura com seu desenho.
Mel correu para o quarto, chorando, muito
magoada. Lola estava muito brava. Ela adorava
aquele grampo. Mas também estava triste por ter
brigado com a amiga.
Mais tarde, na hora do almoço, quando todos
estavam sentados para comer, Lupe lembrou do
Livro Dourado. O que teria nele? Que história
contaria? Suas páginas eram douradas também?
Mel levantou de repente.
— Esqueci de lavar as mãos – disse ela, saindo
da mesa.
Seu Normando entrou na cozinha,
perguntando se alguém sabia onde estavam as
chaves da lavanderia. Ele costumava colocá-las
no porta-chaves ao lado da porta de entrada da
casa, mas as chaves não estavam lá. Será que ele as
tinha perdido? Então todos ouviram um tilintar
de chaves vindo da sala. Seu Normando correu
para ver o que era e encontrou Mel com as
chaves na mão.
— O que você está fazendo com as chaves,
Mel? – perguntou Seu Normando.
— Eu? Nada.
— Estavam perdidas. Você encontrou, foi
isso?
— Foi – disse Mel.
Então Seu Normando pegou as chaves e
Mel voltou para a cozinha. Depois do almoço, os
filhotes foram brincar no quintal.
— Vamos brincar de pique-esconde? Tá
comigo! – gritou Milu.
Todos saíram correndo para se esconder
o mais rápido possível. Lupe se escondeu na
despensa. Foi quando viu que Mel também tinha
se escondido lá. Ela estava quietinha, segurando
um parafuso.
— Mel, pra que esse parafuso? – perguntou
Lupe.
— Ah! Eu o achei no chão – disse Mel.
“Ela está muito esquisita”, pensou Lupe.
Ele conhecia bem a amiga. Alguma coisa estava
acontecendo.
A brincadeira continuou por toda a tarde.
Lupe ainda catou umas pedras e Lola caçou
uns besouros.
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EDUCAÇÃO INFANTIL
5 ANOS

FANTOCHE LUPE
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