Benzedura Final

Benzedura ancestral
Saberes de ontem para o hoje bendito
por Pris Mariano
1
Benzedura Ancestral - Pris Mariano
B endito seja o universo, pela
permissão da vida em nós.
Bendita seja nossa família

ancestral, que por milhas de distância,
fiando a linha do tempo, nos faz aqui.
Bendito seja o próprio tempo, que

apazigua dores, matura frutos e flores,
dando-nos a possibilidade de evolução.
Bendito seja o conhecimento, que

nos traz saberes de ontem para o hoje
bendito!
2
Para minha mãe e vó.
Para todas as mulheres da minha linhagem.
Agradeço por existirem em mim.
3
Ao longo deste conteúdo, rezas de me-
mória familiar serão apresentadas em
forma de coleçãO.
O ração do Credo
Creio em Deus pai todo poderoso,
criador do céu e da terra,
e em Jesus cristo seu único filho, nosso senhor
que foi concebido, pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da virgem Maria, padeceu sob pôncio Pilatos, foi
crucificado,
morto e sepultado, desceu a mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia
subiu aos céus e está sentado a direita de Deus pai todo
poderoso donde há de vir
e julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito santo,
na Santa igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados
na ressurreição da carne
e na vida eterna.
Amém.
4
SUMÁRIO
Apresentação........................................................................... 6
História da benzedura............................................................ 8
O ser benzedor........................................................................ 11
Reza X benzer ........................................................................ 16
Os elementais na benzedura Sagrada.................................. 22
Ferramentas para benzedura................................................ 27
A Cruz...................................................................................... 31
Práticas de benzimento e benzedura à distância................ 33
As mãos como condutoras de energia................................. 51
Bendita seja a reza que pode iluminar o mundo................ 52
Sobre a autora......................................................................... 53
Sobre o Umbanda Eu Curto.................................................. 54
Referências.............................................................................. 55
Ficha Técnica........................................................................... 56
Rosa Amarela..........................................................................57
Outras publicações................................................................. 58
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Apresentação
Escrever sobre benzedura é voltar no tempo e lembrar
dos momentos em que minha avó vinha com seu cachimbo,
trazendo um galho de arruda ou uma faca na mão, para me
livrar dos sofrimentos.
Tive uma infância muito mística, voltada para a livre
prática do sagrado, onde ser rezada toda sexta-feira era
rotina. Passava por um “responso de Oxalá”, como minha
avó carinhosamente chamava, onde ela me banhava nas
águas de canjica cozida, depois de me dar um belo chá de
Rosa branca.
Lembro até hoje do cheiro de seu fumo, misturado as
ervas e ao som de seus búzios na pequena peneira, mas tão
cheia de magia.
Aprendi a rezar com minha mãe, que me presenteou
com um livreto de rezas de bolso. Nele continha o Pai Nosso,
Ave Maria, Salve Rainha, Santo Anjo e indicações para o
terço. Lembro que ele era rosado, com bordas em azul claro,
com uma imagem de Menino Jesus de Praga na capa. Seu
formato parecia o de uma sanfona de papel. Ele ficava preso
na beliche em que eu dormia. As recomendações eram para
que eu recorresse a ele em momentos de aflição. Assim era
feito!
Tive muitos problemas de saúde, sem falar nos acidentes
que eram recorrentes. Por isso eu sempre estava com breves
e patuás presos em minha roupa. Eu passava pelo “moço da
capa branca”, mas também pelas rezas, banhos e simpatias
de minha vó e mãe.
6
Tamanho cuidado e amor deram certo, pois hoje estou
aqui escrevendo aquilo que eu trago como memórias de
família, e que hoje pratico na minha vida ajudando os meus.
Costumo dizer que quando nos perdemos, precisamos
olhar para os nossos ancestrais. É neles que encontramos as
respostas do que trazemos como missão e evolução.
Somos uma coleção de histórias e rezas marcadas pelo
tempo. Ontem, alguém já vagava por essas terras construindo
seus feitos, abrindo espaço para nós hoje.
Portanto, devemos sempre nos curvar diante da
maestria ancestral com o coração aberto, agradecendo pelo
o que nos foi dado e deixado como legado, ensinando aos
mais novos o que um dia serão eles a consultar.
Nesse exato momento estou lembrando de uma canção
que vó Nair cantava pra mim em momentos de reza ou
quando acarinhava meus cabelos. Penso que seja uma boa
forma de adentrarmos pela porta do conhecimento.
Senhor, quem entrará no santuário pra te louvar?

Senhor, quem entrará no santuário pra te louvar?
Quem tem as mãos limpas
e o coração puro
quem não é vaidoso
e sabe amar
Quem tem as mãos limpas
e o coração puro
quem não é vaidoso
e sabe amar”
7
H istória da Benzedura...
P odemos dizer que muito antes do hoje, povos de

outras culturas já estabeleciam uma relação de prática com
o ato de curar.
Conectados com a natureza, buscavam respostas em
tempos lunares, ciclos de marés e nas demais respostas que
a mesma oferecia.
Até hoje, se visitarmos locais distantes do nosso
país, com certeza veremos mulheres e homens com a arte
do curandeirismo, atrelados a rezas, simpatias e muito
misticismo.
Por volta dos Séculos XII e XIII, inúmeras mulheres
e jovens foram perseguidas, apontadas como bruxas,
feiticeiras, praticantes de magia. Qualquer pessoa que
utilizasse Encantaria, poções alucinógenas, remédios
duvidosos, era perseguida e levada a fogueira.
Nesse período, tudo aquilo que se apresentava de forma
extrafísica era condenável, sendo perseguido pelo Clero
da época que, “ironicamente”, já realizava suas bênçãos,
batismos e outros tipos de rituais.

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Aqui no Brasil, com o encontro de nossas terras nativas
pelos portugueses, povos ameríndios já realizavam seus
processos “magísticos” com a função de curar, espantar
maus espíritos e atrair boa colheita. O uso de plantas e ervas
consideradas medicinais, já era uma prática da época.
Da mesma forma, outros grupos espalhados pelo
mundo, mantinham a crença e o respeito pelo intangível.
Isso se comprova com a vinda dos povos de África,
pois quando chegaram aqui, trouxeram seus ritos e formas
de manifestação energética. Rezas, transes, danças e toques,
tudo isso compõe o efeito cultural do misticismo africano,
que até hoje influencia algumas práticas de benzimentos
espalhadas pelo Brasil.
Todo esse registro histórico alimentou o surgimento de

rezadores e benzedeiras em nosso país. Ainda é inacreditável
as diversas formas de preconceitos espalhadas na sociedade,
ao redor de pessoas que possuem um caráter cultural para
além de seu tempo.
Do ponto de vista medicinal, se pensarmos em cidades
pequenas, sem infraestrutura de cuidados de saúde, veremos
que serão muitas mulheres que nutrem a cidade com suas
rezas e drogas do sertão. São elas que abrem as portas de
suas residências, buscando auxiliar naquilo que chamaremos
aqui de “dores da alma”.
9
Tal ofício, é passado de geração a geração, tendo como
forma de aquisição de conhecimento a prática.
Em caráter religioso, não podemos negar que a prática
da Benzedura por essas mulheres segue em conjunto com
suas crenças, onde muitas colocam-se como seguidoras do
Cristo vivo, sem cobrar por sua reza empregada, onde a
caridade é o princípio da prática da benzedura.
Muitas dessas mulheres tornam-se populares em seus
núcleos sociais, sendo vistas como curadoras, empenhando
um papel importante no seio cultural do espaço em que
vivem.
Todavia, no mundo contemporâneo, poucos jovens
despertam seu interesse para os ofícios de seus ancestrais,
rompendo com um ciclo valoroso de cura, cultura e amor.
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O ser benzedor...
A ntes de mais nada, é preciso compreender que

todospodem benzer, mas para isso é preciso despertar e
acreditar nessa possibilidade.
Ao mergulharmos nas memórias de nossos ancestrais,
veremos que muitos deles acreditavam no poder das rezas e
buscavam seu equilíbrio no encontro espiritual.
Com isso, existe uma relação muito próxima entre:
CULTURA
SIMBÓLICO MAGIA
Essa relação pode ser dita como sensorial, onde o próprio

meio irá empregar em nós a capacidade de tocarmos o outro
e a nós mesmos por meio de uma ação curativa e terapêutica,
onde os saberes populares e ancestrais proporcionam o tom
desta ação.
Devemos salientar ainda que todo ato de magia deriva
de uma intenção. Essa intenção é ativada por uma consciência
inteligente e atuante, que sabe bem como manipular os
elementos de trabalho. É aí que se faz o ser benzedor!
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Aquele que se predispõe a agir na magia, tem que
conhecer muito bem seu campo de trabalho, percebendo a
necessidade do próximo como a sua. É sagrada frase “faça
com o próximo, aquilo que você gostaria que fizessem a ti
mesmo.”
Diante de nossa história popular, até hoje muitas
mulheres são requisitadas no ato de rezar e benzer, são
profundas conhecedoras da magia; ervaria; e outras formas
de “crendices” populares que em sua prática terapêutica são
suas ferramentas de trabalho, e como todas as ferramentas
devem ser respeitadas e reconhecidas como elementos de
potência curativa.
Se compararmos o trabalho de uma benzedeira, dentro
do que podemos chamar de medicina popular, veremos
uma relação próxima com a medicina tradicional, científica
e atuante.
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É preciso conhecer a necessidade terapêutica,
compreendendo o motivo pelo qual o assistido recorreu a
esta prática. Dar nome a esta necessidade, buscar junto de
quem se está acolhendo o motivo pelo qual ele está ali. Todo
esse movimento também acontece em relações médicas.
Porém, entender que existem necessidades físicas,
mas também psicológicas e que o ato de benzer irá atuar
diretamente no campo energético de quem ali está, faz parte.
Por isso, também não se deve jamais abandonar ou abrir
mão de cuidados alopáticos, mas sim unir forças!
As palavras compõem a principal ferramenta de

uma benzedeira. Através delas, formas-pensamento são
desenhadas na atmosfera.
O pensamento positivo e curador deve nutrir aquele
que deseja mergulhar na prática da benzedura. E é aí que
encontramos a fé!
Do ponto de vista etimológico:
Fé (do latim fide) é a adesão de

forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa
a considerar como sendo uma verdade sem qualquer
tipo de prova ou critério objetivo de verificação,
pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia
ou fonte de transmissão.
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Acreditar na revitalização da energia por meio de uma
reza, benzimento ou qualquer outra prática magística, deve
pautar de início o trabalho de uma benzedeira.
Outro fator importante, é a construção da relação dual
entre o ser benzedor e o assistido.
Quando enfermos, procuramos ações curadoras que
possam nos propiciar uma melhora efetiva, e na maioria das
vezes, colocamos essa responsabilidade em quem nos trata.
Devemos entender que a força curadora deve ser
despertada no outro, colocando ele como o principal agente
de seu bem-estar.
Muitas vezes, pessoas desconectadas com o todo,

encontram-se em descontrole emocional, sendo tomadas
por acessos de raiva, causando enfeitiçamentos verbais para
si e para o próximo. Isso acaba por poluir o campo de energia,
trazendo ao físico os malefícios dessa conduta.
É preciso incentivar o outro no seu processo de
harmonização, mas antes de mais nada é preciso ter também
esse fluxo de energia em nós, compreendendo que somos o
que vibramos, vibramos o que alimentamos!
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Outro fator relevante que devemos observar, é que se
buscarmos hoje dentro das terapias integrativas de saúde
o ser benzedor, veremos claramente ações da benzedura,
porém com outros nomes. A exemplo disso temos o Reiki,
Johrei e outras práticas.
Não desconsiderando a importância de nenhuma

delas, no entanto devemos vivenciar o apoderamento de
uma prática genuinamente brasileira. Tomando para nós
nosso valor cultural, agregando força e diálogo por meio das
práticas curativas.
Por isso, se você sentiu o chamado, desperte o ser
Benzedor que há em ti. Bendita seja a reza ancestral, que
nos faz saber nossas origens!
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R

eza x benzer...
Q uando falamos de reza estamos apontando uma

prática comum, onde desde a infância a maioria das pessoas
estão inseridas. Quem não lembra da mãe, avó, pai, amigos,
rezando?
Desde muito novos somos inseridos numa prática de
reza, onde colocamos nossas palavras ao redor de um pedido
ou agradecimento.
Existem muitas rezas prontas para santos, anjos, orixás,
devas... Mas ainda sim, devemos compreender que o ato de
rezar é algo íntimo, oriundo do próprio coração. Por isso,
alimentar em nós a conexão com a reza faz parte.
Tenha sempre em mãos um caderno, onde você poderá
escrever suas conexões direcionadas ou não, a um devido
fim. Simplesmente externalize o que você sente!
Tenha o ato de conversar com você todas as manhãs,

recebendo suas palavras mágicas, registrando-as em folhas
de papel.
Disponibilize suas rezas ao mundo! Presenteie pessoas
com elas! As rezas que lançamos mão hoje, em algum
momento da história foram escritas por alguém, onde este
mago, sacerdote, benzedor, colocou para o mundo o seu
desejo íntimo de cura. Isso é lindo!
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O rezar...
Se observarmos, a maioria dos rezos tem como base
“orientar” Deus diante de nossas necessidades. Entretanto,
seria presunçoso de nossa parte, querermos dar ordem a
Deus diante de uma necessidade.
Deus é o todo, está em todas as partes, ele está em todos
nós. Por este motivo ele, melhor do que ninguém, sabe de
nossa necessidade, onde na maioria das vezes precisamos
entender o que ele nos fala.
Quando nos colocamos como ouvintes, decodificamos
as mensagens necessárias para nossa cura e para a cura do
próximo, reconhecendo o que precisa ser modificado. Daí o
rezo se faz!
Neste momento, já entendemos onde devemos atuar
energeticamente, lançando mão de nossa escuta.
Vale saber também, que toda benzedeira/rezadeira
terá a sua reza particular, sua reza de ancoramento e força,
aquela que irá abrir seu trabalho, sendo também fórmula
para momentos de aflição.
r eza ao menino jesus de praga

Ó querido e doce menino jesus: eis aqui um pobre enfermo que,
movido pela mais viva fé, sinceramente invoca vossa divina ajuda
em favor de sua enfermidade.
ponho em vós toda a minha confiança. sei que tudo podeis e sois
muito misericordioso, sois a própria misericórdia infinita.
grande pequenino, por vossas divinas virtudes e pelo imenso amor
que nutris pelos sofredores, aflitos e a todos os necessitados,
ouvi-me, bendizei-me, socorrei-me, consolai-me.
Amém.
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O benzer...
Benzer, como o nome já diz, é o ato de bendizer.
Seguindo o significado da palavra:
• Abençoar; fazer com que algo se torne próspero,

abençoado;
• Estar grato por uma graça alcançada;
• Enaltecer; falar coisas boas sobre algo ou alguém;
• Benzer; abençoar algo ou alguém; dar a bênção.
As definições acima, colocam para nós uma certeza:

benzer é um ato de amor! É um gesto puro e solidário! É
o cuidado, o acolhimento, o abraço, o servir. É dar luz, por
meio das palavras!
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A boa palavra nos conduz ao processo de cura.
Muitos estudiosos já aplicaram técnicas, expondo matérias
orgânicas aos diferentes tipos de palavras, onde a exposição
aos verbetes positivos implicaram diretamente no aspecto
dos materiais mantendo-os preservados, enquanto verbetes
negativos atuaram negativamente nos objetos de estudo.
Tudo isso porque segundo Masaru Emoto, boas
palavras preservam de maneira positiva a estrutura celular
das moléculas de água, sem modificar seu aspecto.
Diante do peso da palavra nesse pensamento, vale a reflexão:

rezar, benzer e conjurar são as mesmas ações?
REZAR
BENZER CONJURAR
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O ato de benzer, estará conectado ao desejo de cuidar,
curar, garantir o bem para alguém, onde a intenção é
direcionada ao ato de cruzar, física e mentalmente o campo
energético de uma pessoa, agindo diretamente no Duplo
Etérico, corpo sutil e vibracional que responde aos estímulos
da matéria.
O Duplo Etérico é responsável por conectar nosso corpo
físico ao períspirito. É ele quem transmite as informações
entre esses corpos, influenciando energeticamente em
nossas emoções por meio do magnetismo. Trata-se de um
corpo mais denso que o próprio períspirito e mais sutil que
o corpo físico.
Corpo Físico - Duplo Etérico - Perispírito
Portanto, ao benzermos, estamos atuando diretamente

no campo energético de alguém ou alguma coisa.
Neste ato, a ética se faz necessária, onde como
conhecedores de energia, sabemos que nossa doação deve
ser de amor e elevação.
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Junto do benzimento, estará a reza, onde sua magia
rítmica por meio das palavras, serão ferramentas de auxílio.
É muito importante que se mantenha o ritmo da
reza, onde a mesma pode ser repetida mais de uma vez. O
benzimento sempre é acompanhado do sinal da cruz.
Quando falamos de conjura, percebemos um outro
sentido nessa palavra:
Conjuração, conspiração.
Prece mágica que obedece à vontade de alguém, dirigida a for-
ças ocultas.
Portanto, analisando essas 3 palavras, podemos até

concluir que elas sejam próximas, mas ainda sim distantes
de seu real sentido.
Toda reza é resultado de um encontro divino. Logo,
benzer é um ato de amor, de doação. Já conjurar, obedece
fielmente o desejo exclusivo de alguém, eximindo a
propriedade do bendizer.
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O s elementais na Benzedura sagrada...
D iante do ofício de benzimento, podemos ver em

muitas linguagens o uso dos elementais. Esses elementais
compõem o sagrado na terra. Podemos chamar de, o colorido
de Deus.
Ar Fogo
águA Terra
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Ao entrarmos em templos, igrejas, espaços de reza,
veremos sempre um sacerdote manuseando um turibulo,
por meio da queima de ervas e ativação do elemental ar. Tal
prática se dá pelo desejo de limpeza e purificação do espaço.
O ar é símbolo de nossa memória, ideias e pensamentos.
Por isso, conectar-se com o vento traz para nós a possibilidade
de ampliação de nossa capacidade de raciocínio.
Se formos mais distantes, veremos que povos indígenas
já conversavam com o vento, buscando perceber por meio
da temperatura do ar o tempo que se anunciava.
Além do ar, danças ao redor de fogueiras eram praticadas
como formas de invocação e celebração.
Na Europa antiga, fogueiras de diversos formatos eram

acesas como forma de agradecimento pelo solstício de verão.
Dentro de um espaço sagrado, sempre veremos o fogo
como elemento ativador de nosso desejo de transformação.
Diante dele nada fica escondido e tudo o que já não serve é
transformado. Ele ativa e consome! Por isso é tão importante
o uso de velas em práticas de reza. A chama é o fogo sagrado
da regeneração.

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Quantos povos se formaram ao redor de grandes rios?
Vários!
A água é elemento vital para a vida. Nosso corpo vibra
em água, por meio de nosso sangue e outros fluídos.
Ela é valiosa para muitos povos, necessária para irrigação de
frutos, alimentação e higiene.
A água fala muito de nossas emoções, daquilo que
sentimos, dos sentimentos que fazem parte do nosso eu
interno.
Excelente condutora de energia, ela tem como aspecto
primordial o efeito calmante em seu estado primo. Sua
potência promove abertura de portais de energia, conduzindo
nossos desejos e intenções.
Em toda prática de benção e reza, podemos fazer uso
da santa água benta, no entanto não se finda aí. Tudo o
que há no planeta, em seu estado líquido, pode ser usado
na condução de energias. Nas rezas usamos azeite, vinho e
outras formas líquidas.
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Não há mundo sem base, sem estrutura ou apoio. Essa
tríade encontramos no elemental terra, que provém nossos
alimentos, vibrando em consonância no exercer de nossa
história kármica.
A terra traz registros de nossas histórias, ligando-
nos aos nossos ancestrais, onde podemos colher os frutos
plantados ao longo de nossa linhagem.
O ato de benzer, está aliado ao cultivo da terra, por meio
dos ramos sagrados das plantas, flores, frutos, sementes,
cristais, etc.
Outro fator importante, é que os elementais interagem
na ação da magia, onde em muitos casos estarão unidos
em uma determinada prática, sendo pela manifestação do
elemental ou ainda pela intenção do benzedor.
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R eza dos 4 elementos
que o aR traga-nos o sopro mágico da vida e renove a cada dia

as nossas energias físicas e nossa saúde mental, nutrindo nossos
pensamentos, organizando nossas ideias.
que o Fogo na sua força renovadora, possa consumir as energias

densas, transmutando todos os corpos atuantes na regeneração.
que a águA, fonte de vida e bênçãos, limpe nosso comportamento,

sentimentos e atitudes para o nosso bem e o bem de nossos
semelhantes.
que a Terra seja alimento e símbolo de prosperidade, espaço

sagrado para o plantio de nossa existência, ligando-nos aos nossos
ancestrais. fonte do fruto da vida. onde viveremos aqui e agora.
“o Fogo vai queimar o mal...

a águA vai lavar as feridas...
a Terra que é fundamental...
o aR que alimenta a vida...”
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Ferramentas para benzedura...
D iante do que já falamos aqui, afirmamos que

todo ser que apresentar o verbo sagrado como condução de
energia em suas relações, poderá estabelecer uma conexão
com o divino, produzindo atos de auto-equilíbrio e cura.
Nosso corpo vibra em energia! As dores da alma
acometem nosso corpo físico, de modo que nossa matéria
absorve todas as cargas densas geradas por nossos
sentimentos e mente.
Por isso, é preciso perceber e observar o aspecto
emocional de cada ser assistido. Acolher com carinho cada
desconforto apresentado e reconhecer no outro o seu tempo
de evolução, sem julgamentos ou exigências.
Antes de mais nada, é preciso ter bom senso e respeito
com possíveis lágrimas ou demonstrações de angústia ou
aflição.
O ouvir é o primeiro passo para o ser benzedor!
Estando de ouvidos abertos, é preciso estabelecer uma
relação de confiança com o assistido. Precisamos entender
que há um motivo para essa procura e que nosso papel é de
conforto e assistência, sem demonstrações de forças ou atos
de fenomenologia.
Até hoje, inúmeras causas e motivos impulsionam a
procura por benzedeiras e rezadores.
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Vejamos abaixo, algumas das causas mais populares e
seus vocabulários:
bucho virado: virose que ataca o estômago

cobreiro: inflamações que aparecem na pele
mal de simioto, mal de macaco: desnutrição
quebranto e mau-olhado: depressão, tristeza, apatia
espinhela caída: dores no corpo, vértebras e músculos
erisipela: vermelhidão das pernas
eczema: irritação da pele
Para esses e demais cuidados, é preciso apoiar-se em

elementos que sejam objetivos para o benzimento, mas
ainda assim de uso simples.
Em outros tempos, deixando vestígios até os dias
atuais, o uso de utensílios domésticos aparecem nos atos de
benzedura. Ferramentas simples, porém de grande poder
energético em sua condução, fazem parte do uso habitual
de uma benzedeira.
Vejamos a seguir, algumas dessas ferramentas tão
populares, relacionadas aos seus elementais energéticos.
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plantas, ervas, frutos (Terra)
sementes (Terra)
sal (Terra)
tesoura (Terra)
facas (Terra)
tecidos de algodão (Terra)
tecidos e fitas de seda (Terra)
linhas (Terra e Ar)
agulha (Terra)
vela (Fogo)
carvão em brasa (Terra e fogo)
óleo e azeite (Água e Terra)
penas de animais (Ar)
terços (Ar)
É importante compreender, que o uso desses elementos

não excluem suas outras formas de uso, assim como outras
ferramentas são usadas variando de região e histórico
familiar de cada benzedor.
29

Outro fator importante para o ato da benzedura, é
ter a permissão do assistido para auxiliar como benzedor/
benzedeira.
Ao receber uma pessoa, sendo criança, jovem ou idoso,
devemos entrar em conexão com a ancestralidade de cada
um, pedindo licença a linha ancestral do ser.
Guias e mentores espirituais fazem parte dessa jornada
histórica, por isso, como ato de respeito, devemos mentalizar
um pedido de permissão e por meio de uma prece, pedirmos
licença para adentrarmos no campo de energia do outro.
O mesmo vale para Pets, casas, objetos ou locais de
trabalho. Para cada componente da matéria, há uma energia
responsável, por isso devemos atuar com respeito antes do
início de cada reza direcionada. Praticando desde o princípio
o ato do sinal da Cruz.
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A cruz
A cruz está para além do elemento de

crucificaçãode Cristo. Usada como elemento de condenação
em tempos antigos, toda organização presente no universo
se dá na forma de uma cruz.
Seu formato nos apresenta as quatro direções sagradas,
os quatro caminhos a se seguir.
Se observarmos, veremos um quadrado formado
unindo as arestas em vértices, representando assim o fluxo
patriarcal para algumas civilizações antigas. Contrariando
a visão de uma circunferência, que irá apresentar-se num
fluxo único, linear e matriarcal.
Por meio de uma visão indígena, a Cruz marca para nós
os pontos cardeais, as quatro estações, as quatro lunações,
os quatro elementos.
Ao analisarmos a figura de uma cruz, veremos duas
linhas, com um ponto de intercessão, que representa um
local, ou o centro do mundo, ou ainda um portal de energia.
Benzendo, fazemos o sinal da cruz não só como sinal
de respeito, mas principalmente como adubo energético,
como alimentador daquilo que desejamos ver florescer no
outro. Neste caso a cura!
31
Reza de Santo Antônio de Categeró
oh, milagroso santo antônio de catogeró,

valei-me nesta hora de aflição.
preciso de vossa ajuda para vencer as lutas do dia a dia e as forças malígnas
que procuram tirar-me a paz. libertai-me das doenças e de todas as bactérias
infecciosas que querem contaminar o meu corpo colocando-me enfermidades.
oh, santo antônio de categeró, estendei as vossas mãos agora mesmo sobre
mim, livrando-me dos desastres, da inveja e
todas as obras malígnas.
oh, santo antônio de categeró, Iluminai os meus passos, a fim de que, onde
quer que eu vá, não encontre empecilhos, e guiado pela vossa luz me desvie de
todas armadilhas preparadas pelos meus adversários.
oh, santo antônio de categeró,
abençoai a minha família, o meu pão e a minha casa, cobrindo-nos com o véu da
prosperidade, do amor, da saúde e da felicidade.
para sempre! para sempre! amém! “
32
Práticas de benzimentO
e
Benzedura à distânciA
33
P raticando...
A presentamos aqui algumas práticas que

ultrapassaram o tempo e ainda hoje são presentes em muitos
lugares.
Algumas rezas aqui apresentadas, podem ser alteradas
de acordo com a intuição do ser benzedor, que dentro de
sua prática deverá apoderar-se de ferramentas íntimas e
número próprio.
Esse número atua como marcador de tempo no
tratamento da benzedura. Vale lembrar que, todo ato de
benzedura, deve acontecer com a permissão do benzido.
Preferencialmente, a benzedura deve ser realizada
durante o dia, onde o assistido deverá estar na direção do
sol.
34
Benzimento de espaços físicos .
Os benzimentos apresentados aqui, podem ser feitos
nos mais diversos espaços de convívio.
Benzedura dos 4 cantos

Benzer os 4 cantos do espaço, após limpeza energética
e material. (Atentar-se ao número do benzedor). Faz-se o
sinal da cruz em número de vezes, proferindo palavras e
afirmações benditas. Pode-se colocar nos cantos do espaço,
cabeças de alho ou pimentas como adstringentes de energia.
Magnetismo por mandalas

Realizar montagem de mandalas energéticas com ervas,
sementes e cristais, para um determinado fim. Neste caso,
devemos ser conhecedores da potência de energia de cada
elemento usado, dando ao composto pronto uma finalidade
própria.
35
Benzimento com vassoura
Essa vassoura é feita pelo benzedor, com ervas e
gravetos, imantados para o uso de limpeza energética.
Depois de pronta, a vassoura deverá ficar pendurada atrás
da porta de entrada principal da casa. Jamais deverá tocar
o chão! Seu uso se dá na limpeza energética dos cantos e
do ambiente, onde “varremos” o ar eliminando as energias
densas, sempre de dentro para fora. Podemos imantar
trazendo boas vibrações, varrendo de fora para dentro.
Ancoramento com flores, plantas e ervas

O uso de flores e ervas em casa traz alegria, renovação
e criatividade. Cada flor ou erva colocada em um espaço,
deverá ser direcionada a um objetivo. Ex: Coloco esta planta
porque já realizei meu objetivo! (falar do objetivo como algo
já concretizado).
36
Benzimento da Arruda
Usar de Arruda pela casa, como magnetizadora de
energias é muito bom. Tenha sempre em casa vasos com
galhos de arruda. Programe seus galhos dando a intenção
pelo qual eles estão em sua casa.
Catalizador de energias com Sal grosso e vinagre

Preencha a metade de um copo virgem com sal grosso.
Depois complete com vinagre claro. Faça todo processo
mentalizando toda limpeza energética que necessite no
espaço. Coloque o copo junto ao local onde há maior
trânsito e envolvimento. Caso haja energias negativas no
espaço, provavelmente formas serão formadas pelo sal. Em
picos e montes, significa energias densas internamente. Se
por ventura o sal espalhar-se ao redor do copo, há uma
tendência de haver doença física.
37
Benzimento de alho e cebola
Podemos queimar cascas de alho e cebola em turíbulos
com o intuito de espantar más energias. Tenha sempre na
cozinha um recipiente para juntar tais cascas. Quando se
apresentar uma quantidade suficiente para preencher um
prato, é hora de queimar as cascas.
Usando um turibulo ou qualquer outro recipiente,
coloque carvão em brasa junto as cascas. De dentro para a
fora da casa, vá realizando o sinal da cruz nos quatro cantos
de cada cômodo. Mentalize uma boa prece ou afirmações
positivas como:
“eu limpo com o poder do elemental ar, para que
nenhum mal possa chegar.
eu limpo com o poder do elemental fogo, afastando
daqui qualquer ser trevoso.
eu limpo com a luz de nosso senhor, pois não faço
guerra e vibro no puro amor.”
38
Benzimento para proteção do corpo
físico.
Benzedura da lâmina para lesões
Realizar o sinal da cruz com uma faca , sobre uma
lesão ou pancada. (Atentar-se ao número do benzedor)
proclamando a seguinte reza:
“salve são jorge guerreiro, santo protetor. por

tua glória eu corto todo mal que aqui chegou.
que cessem as dores. cortam-se os espinhos. pela
luz de são jorge, estão abertos todos os bons
caminhos.”
Benzedura com frutos

Para dores de cabeça e febre, usamos uma batata.
Quem não lembra com carinho da avó, colocando batatas
na cabeça?
Deve-se cortar a batata em 3 ou 7 rodelas. Para cada
rodela, um pedido e uma afirmação “que seja cortado, que
seja retirado”. Depois de pronto, coloca-se as rodelas ao
redor da cabeça do assistido, usando um lenço branco.
Em repouso, o assistido deverá se manter. Após a
mudança de cor da batata, descarta-se ela normalmente.
39
Benzeduras com patuás e breve contra acidentes
Os breves são muito usados até hoje no interior. Trata-
se de saquinhos de tecidos, feitos com amor e fé, onde a
proteção é o maior objetivo. Na confecção do breve usaremos:
• Um saquinho de tecido virgem, feito à mão, vermelho.
• Uma figa de Guiné pequena.
• 3 folhas de Arruda.
• 3 dentes pequenos de alho.
Todos esses elementos seguirão dentro do saquinho,

onde o assistido deverá usá-lo dentro da roupa.
Com o breve pronto, deve-se proclamar a intenção de
seu uso, consagrando-o com punhado de sal:
“pelo poder da terra eu (nome do benzedor) consagro

este breve para (nome do assistido), para sua proteção
e benção.”
40
Benzimento com patuá
Medalha de Padre Cícero, untada com óleo bento, para
afastar quebranto ou acidentes.
Benzedura para insônia

Benzimento com pena e óleo.
Faz-se o sinal da cruz no alto da
cabeça do assistido, cruzando
todos os lados da cabeça. (Esse
benzimento é usado para crianças
com dificuldades de dormir).
Benzedura das 3 folhas de Louro

Coloca-se a mão esquerda voltada para o céu. Com a
mão direita, usaremos o Louro para benzer. Cada folha será
usada numa determinada região do corpo. Começamos pela
cabeça, parte de trás e frente (Região frontal). A segunda
folha será usada na região do coração (chakra cardíaco). A
terceira folha, na região do abdômen (Plexo solar).
41
Benzedura das velas para garganta
Esse benzimento é para dores e inflamações na garganta.

Para eliminar rouquidão e perda de voz.
Pedindo a intercessão de São Brás, acende-se duas
velas brancas, unindo e apontando a chama na direção da
garganta do assistido. Realizando o sinal da cruz, proclama-
se 3 vezes:
“são brás, o virtuoso, são brás, o milagroso,

estando comigo a doença ele espanta, o mal vai
tirar desta garganta. dores e feridas, cicatrizam
e logo são vencidas.”
Finaliza-se com Pai Nosso e uma Ave Maria, apagando-se as

velas, quebrando-as.
42
Benzimento com carvão em brasa contra
quebranto e mau olhado
Usa-se uma tesoura apenas para esta finalidade, e carvão
em brasa em pequenos pedaços. Segura-se a tesoura na mão
direita, onde o benzedor irá manusear um pedaço de carvão.
Vamos limpando o corpo do assistido sempre em sinal da
cruz, proclamando a seguinte reza:
43
“virgem mãe da conceição, em nome de deus todo
poderoso
tirai este mal, este quebranto do corpo de (falar
o nome do assistido)
deus te fez, deus te criou, deus perdoa a quem
mal te olhou. em louvor à virgem maria, padre
nosso, ave maria.”
Coloca-se as brasas num copo com água, também para

esta finalidade. Fazemos esse movimento 3 vezes, Se todos os
pedaços descerem, significa que há carga energética densa.
Ao término, joga-se a água com carvão para a rua, por
cima do corpo do benzido.
Benzimento do ponto
Benzimento com linha, agulha e tecido. Na permanência
do assistido, a benzedura acontece. Este, deve levar até a
benzedeira um pedaço de tecido sem uso, linha vermelha e
agulha.
A benzedeira realiza a reza realizando pontos em forma de
cruz no tecido.
Nesta reza deve-se proclamar:
44
O que eu costuro?”
(A resposta vem do assistido) Finalizar com um pai nosso

e Ave Maria.
Essa benzedura pode ser realizada 3 vezes. Depois disso,

o tecido é levado pelo assistido, que deverá deixar o tecido
distante de si, para apodrecer.
45
Benzedura com boneco
Essa benzedura é muito usada em crianças que apresentam
alguma disfunção.
Solicita-se a mãe da criança, que confeccione um boneco
de tecido em cor clara e de algodão, simples e pequeno.
No ato da benzedura, coloca-se o boneco ao lado esquerdo
do corpo da criança. Ao lado direito coloca-se uma vela e
um copo com água para o anjo de guarda do assistido.
Faz-se a reza, transferindo toda carga energética para o
boneco.
“deus te viu, deus te criou, deus te livre de quem

para ti com mal olhou. com dois te puseram, com
três eu tiro. pelo poder da sagrada mãe divina,
pelo bento nome que te deram na pia. você é luz
em vida.”
Essa benzedura é feita no mínimo 3 vezes, utilizando um

ramo de arruda.
Feito isso, a mãe da criança deverá colocar o boneco em
local de natureza limpo, deixando-o para trás.
46
Benzimento à distância
“quando jesus encontrou com pedro nas estradas
de jerusalém, jesus perguntou a pedro, onde vais
pedro? e pedro respondeu, eu estou indo até o rio
jordão. jesus então ordenou a pedro: pedro, eu
lhe ordeno que leve agora os problemas que essa
pessoa está passando. leve agora esse problema
para o fundo do rio jordão e deixe-os lá, para não
mais voltar.”
Muitas formas de benzimentos presenciais, podem
acontecer a distância, o segredo estará na permissão dada
pelo assistido, pela intenção, poder de foco e concentração
do ser benzedor.
Outro fator que pode auxiliar, é sobre o preparo do
assistido. Preferencialmente, este deve estar conectado
mentalmente ao benzedor, no ato da benzedura à distância,
mantendo seu coração aberto para as bênçãos.
Deve-se criar um ambiente de plena paz no ato da
benzedura, onde mesmo separados, benzedor e ser benzido
possam estar conectados na mesma fluência energética.
47
Benzimento de rezos ao ar
Benzimento com tabaco ou fubá

Para este benzimento, será necessário confeccionar
uma trouxa de tecido sem uso (10 cm X 10 cm). Essa trouxa
deverá ser preenchida com fubá ou folhas de tabaco, sendo
amarrada com cordão de algodão (barbante).
Ao produzir a trouxa, o benzendor proclama a cura do
assistido.
“pelo poder da terra, eu te benzo (falar o nome do

assistido 3 vezes) , eu te alivio (falar o nome do assistido 3 vezes),
eu te curo (falar o nome do assistido 3 vezes) e anuncio a sua

vitalidade (falar o nome do assistido 3 vezes).
pelo poder do fogo, sua saúde se transforma (falar

o nome do assistido 3 vezes), como um bom filho que a casa
retorna.
pelo vento que corre sobre o mar, as benções

de cristo, sobre ti (falar o nome do assistido 3 vezes) a de
pairar.”
Ao final da reza, deve-se queimar a trouxa com o
conteúdo.
48
Benzimento do azeite
Para este benzimento, usa-se um prato branco, um
pouco de água (o suficiente para preencher o prato) e azeite
de oliva.
Deve-se escrever o nome e a data de nascimento do assistido
com lápis grafite num pedaço de papel branco.
Coloca-se o papel dentro do prato com água. Feito isso, o
benzedor deverá realizar o sinal da cruz, molhando seu dedo
no azeite, respingando-o sobre o prato, realizando o sinal da
cruz, proclamando:
“em nome de deus pai, filho, espírito santo, pela

força da santíssima trindade, peço licença para
cruzar (falar o nome do assistido 3 vezes), que a saúde seja
soberana, que o amor seja o grande libertador,
que a paz esteja presente, pela misericórdia de
cristo, nosso criador.”
49
Benzimento com flores e ervas
Coloca-se água limpa em uma bacia. Pode ser usada
água de lua nova ou cheia. Coloca-se na água ervas de agrado
do benzedor. Pode ser usada também ervas específicas para
uma determinada causa. Para isso é preciso ter conhecimento
breve sobre o universo herbário. Ao colocar a água na bacia,
o benzedor deverá mentalizar todas as energias de água
pedindo licença para este feito. Realiza-se o sinal da cruz
3 vezes sobre a água. Posterior a isso, macera-se as ervas,
pedindo licença a terra, aos senhores de folha e seus devas.
Coloca-se as flores, debulhando suas pétalas ou deixando-as
inteiras. Deve-se oferecer as flores para a grande mãe.
Nesta água, poderá ser colocado o nome dos benzidos,
ficando ali por 3 horas.
Esse benzimento também pode ser feito para as mãos
do benzedor. É muito importante que o benzedor esteja com
sua energia firmada. As mãos, assim como o seu coração,
serão grandes ferramentas de trabalho.
50
As mãos como condutora de energia...
D esde muito tempo, as mãos são utilizadas como

forma de ordenança e transferência energética. A bíblia nos
traz registros que apóstolos de Cristo praticavam curas por
meio do uso das mãos.
Nossas mãos estão em constante toque com o mundo,
ao mesmo tempo que recebe dele energias, realiza sua troca,
cria e transforma.
Nossas mãos, punhos e braços, fazem ligação íntima
com nosso chakra cardíaco. A força gerada por este chakra,
é irradiada por todo corpo e concentra-se no centro das
mãos.
Muitas praticas místicas e religiosas, baseiam-se nas
mãos como ferramenta de benção. Por este motivo o ser
benzedor deverá ter cuidado e carinho com suas mãos.
Um exercício prático de ativação de energia das mãos,
é esfregá-las limpando e recebendo energia.
Não se toca em qualquer coisa sem permissão, assim como
não se recebe qualquer coisa sem atenção!
Entretanto, a mão benta se faz primeiro no caráter divino,
em concordância com o exercício da fé, ministrar atos de
cura pelas mãos, é traduzir o sentido do mais puro amor por
meio da doação e carinho.
51
Bendita seja a reza que pode iluminar o mundo...
Abrir o coração para o passado, buscando as ferramentas
do tempo presente, é apontar um futuro de bênçãos e cura.
Trazemos em nossa alma aquilo que muitos antes de
nós realizaram, construindo uma linda história para que
hoje estivéssemos aqui. Por isso, que sejamos benditos em
nome do amor, valorizando e resgatando os nossos saberes
ancestrais.
Que possamos honrar as estrelas, agradecer pelo
alimento sagrado, pelo mais puro amor, que a nós foi
confiado!
Sejamos benditos!
Assim seja, assim será, e assim é!
52
Sobre a autora:
Pris Mariano, Cantora de alma, Pedagoga e
Psicopedagoga por formação, Reikiana, médium de
Umbanda, filha da Umbanda do Oriente, praticante da
magia oracular, neta de rezadeira, herdeira da fé de sua mãe.
Neste e-book, Pris Mariano apresenta informações que
derivam de vivência familiar, práticas, estudo e relação com
o mundo espiritual.
No intuito de difundir e valorizar a cultura das
benzedeiras, mantendo-se em conexão com suas ancestrais,
no dia 27 de setembro de 2020, Pris Mariano esteve a frente
de seu primeiro grupo de estudo sobre Benzedura Ancestral,
que deu origem a este E-book.
Ainda em agosto de 2020, Pris Mariano lançou seu
primeiro oráculo consagrado as benzedeiras, o Oráculo de
Reza.
Além disso, Pris Mariano promove junto de seu público,
o que ela chama de “Círculo de Reza”. Um movimento de
rezas e benzimentos diários em seu Instagram.
Em janeiro de 2019, Pris Mariano apresentou ao público
seu trabalho musical intitulado de Rosa Amarela, inspirado
nos cantos e toques de terreiro, cujo propósito é provocar
nas pessoas reflexões acerca da espiritualidade por meio de
suas canções e rezas.
Motivando autoconhecimento, respeito e valorização
pelas múltiplas formas de fé.

53
Sobre o umbanda eu curto:
O UMBANDA EU CURTO foi criado em outubro de 2011 como uma fanpage
e hoje é o maior
portal de informação para umbandistas na internet. Reunimos alguns dos
maiores nomes da
Umbanda, além de muita notícia, interatividade e conhecimento relacionado
à religião. E é
justamente este foco no conhecimento que nos levou a desenvolver esta nova
forma de
conhecer a Umbanda: os livros digitais (ou e-books).
Para isso criamos a iniciativa LIVROS DE UMBANDA - www.

livrosdeumbanda.com.br - que funciona como uma livraria e editora para
facilitar o lançamento de novos autores que escrevem romances inéditos
(mediúnicos ou não).
Neste você conhece o excelente livro sobre benzimentos ou bezenduras de

Pris Mariano, reunindo conhecimentos ancestrais e familiares sobre o tema
pela primeira vez neste formato.
Leia, divulgue, comente! A Umbanda é feita por todos nós!
Ajude-nos a manter vivo o trabalho de divulgação e desmistificação da

Umbanda, colaborando
para estas e outras ações bacanas que estamos preparando para vocês!
E se você é autor, gosta de escrever ou conhece alguém que possui este dom
e/ou talento,
acesse: http://editora.umbandaeucurto.com.br/
Muita luz a todos!
Editores
UMBANDA EU CURTO
54
Referências...
RAMOS, N. Receitas de feitiços e encantos Afro-brasileiros. Rio de Janeiro:
Pallas,1985.
TULLIO, T. O Livro das rezas: manual da benzedeira. Rio de Janeiro: Vila de

Beroe, 2014.
MENEZES, J. A arte do benzimento. São Paulo: Alfabeto, 2019.
PAULA, S (ORG.) Práticas Bioxamânicas: despertar das capacidades

interiores. São Paulo: Alfabeto, 2014.
BRENNAN, B. Mãos de luz. São Paulo: Pensamento - Cultrix, 1993.
EMOTO, Masaru. As mensagens da água. São Paulo: Isis, 2004.
55
FICHA TÉCNICA
TEXTOS
Pris Mariano
REVISÃO
Alexandre Negrini Turina
PROJETO VISUAL, DIREÇÃO DE ARTE, FOTOGRAFIA E DIAGRAMAÇÃO

Rodrigo Di Castro
FONTES DAS IMAGENS

Human Body - http://www.freepik.com”>Designed by brgfx / Freepik
http://www.freepik.com - Designed collection-greenery-leaf-plant-forest-

herbs-tropical-leaves-spring-flora-watercolor-style
As demais imagens fazem parte do acervo pessoal de Rosa Amarela.
56
Youtube: https://www.youtube.com/c/rosaamarela
Instagram: @rosa8amarela
Facebook: @rosa8amarela
Portal: https://www.rosaamarela.org
Esse material é parte integrante do estudo sobre ₢Benzedura Ancestral, ministrado por
Pris Mariano, tendo origem no ano de 2020.
E-book ¨Benzedura Ancestral - Saberes de ontem para o hoje bendito!¨.
É proibida a reprodução total ou parcial deste material, cópia ou venda sem autorização
de Pris Mariano e seus representantes.
57
Já conhece os
nossos livros digitais?
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58
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Benzedura Final

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Benzedura ancestral

Saberes de ontem para o hoje bendito

por Pris Mariano

Bendita seja nossa família

Bendito seja o próprio tempo, que

Bendito seja o conhecimento, que

Senhor, quem entrará no santuário pra te louvar?

P odemos dizer que muito antes do hoje, povos de

Todo esse registro histórico alimentou o surgimento de

A ntes de mais nada, é preciso compreender que

Essa relação pode ser dita como sensorial, onde o próprio

As palavras compõem a principal ferramenta de

Fé (do latim fide) é a adesão de

Muitas vezes, pessoas desconectadas com o todo,

Não desconsiderando a importância de nenhuma

Q uando falamos de reza estamos apontando uma

Tenha o ato de conversar com você todas as manhãs,

r eza ao menino jesus de praga

• Abençoar; fazer com que algo se torne próspero,

• Estar grato por uma graça alcançada;

• Enaltecer; falar coisas boas sobre algo ou alguém;

• Benzer; abençoar algo ou alguém; dar a bênção.

As definições acima, colocam para nós uma certeza:

Diante do peso da palavra nesse pensamento, vale a reflexão:

Corpo Físico - Duplo Etérico - Perispírito

Portanto, ao benzermos, estamos atuando diretamente

Portanto, analisando essas 3 palavras, podemos até

D iante do ofício de benzimento, podemos ver em

Na Europa antiga, fogueiras de diversos formatos eram

que o aR traga-nos o sopro mágico da vida e renove a cada dia

que o Fogo na sua força renovadora, possa consumir as energias

que a águA, fonte de vida e bênçãos, limpe nosso comportamento,

que a Terra seja alimento e símbolo de prosperidade, espaço

“o Fogo vai queimar o mal...

D iante do que já falamos aqui, afirmamos que

bucho virado: virose que ataca o estômago

Para esses e demais cuidados, é preciso apoiar-se em

É importante compreender, que o uso desses elementos

A cruz está para além do elemento de

oh, milagroso santo antônio de catogeró,

A presentamos aqui algumas práticas que

Benzedura dos 4 cantos

Magnetismo por mandalas

Ancoramento com flores, plantas e ervas

Catalizador de energias com Sal grosso e vinagre

“salve são jorge guerreiro, santo protetor. por

Benzedura com frutos

Todos esses elementos seguirão dentro do saquinho,

“pelo poder da terra eu (nome do benzedor) consagro

Benzedura para insônia

Benzedura das 3 folhas de Louro

Esse benzimento é para dores e inflamações na garganta.

“são brás, o virtuoso, são brás, o milagroso,

Finaliza-se com Pai Nosso e uma Ave Maria, apagando-se as

Coloca-se as brasas num copo com água, também para

(A resposta vem do assistido) Finalizar com um pai nosso

Essa benzedura pode ser realizada 3 vezes. Depois disso,

“deus te viu, deus te criou, deus te livre de quem

Essa benzedura é feita no mínimo 3 vezes, utilizando um

Benzimento com tabaco ou fubá

“pelo poder da terra, eu te benzo (falar o nome do

eu te curo (falar o nome do assistido 3 vezes) e anuncio a sua

pelo poder do fogo, sua saúde se transforma (falar

pelo vento que corre sobre o mar, as benções