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Identificação, Mapeamento e
Monitoramento do Impacto em
Organizações Híbridas
Diane Holt
David Littlewood
Esta pesquisa foi financiada pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social (referência RES- 061-25-0473)
Este documento foi autorizado até fevereiro de 2017, para fins educacionais, para Oscar Javier Celis Ariza, Universidade Estácio de Sá. A cópia ou o envio deste documento
viola os direitos autorais.
Permissions@hbsp.harvard.edu ou 617.783.7860
Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
É importante capturar o impacto, porque, a fim de medir e gerenciar algo, você deve
primeiramente identificá-lo. Um de nossos entrevistados resume esse dilema.
“Pessoas dizem ‘oh...quais são os seus resultados?’ e, se eu disser ‘milhares de rostos felizes’,
não será suficiente. Você precisa ter coisas que as pessoas possam assimilar e compreender e
digerir…Conheci muita gente que… todos disseram que seu projeto é fantástico, mas você não
pode medir os resultados e até que possa mensurá-los não chegará a lugar nenhum.” -
Presidente de uma Organização Híbrida da Zâmbia
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
As empresas sem fins lucrativos mais tradicionais estão interagindo cada vez mais com
as organizações híbridas. Quando essas interações ocorrem, é importante saber compreender
e relatar os impactos criados ou desgastados. Um lugar onde tais interações podem ocorrer é a
cadeia de suprimentos (por exemplo, quando um negócio tradicional adquire produtos de uma
híbrida) e particularmente quando “incorpora” a responsabilidade corporativa no
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desenvolvimento sustentável .
Assim, para as multinacionais e outras integrando as híbridas na cadeia de suprimento,
nosso processo de mapeamento de impacto podem ser desdobrado para compreender melhor
os impactos em áreas de atividades distintas, incluindo onde houver um espaço para melhorias
e onde identificar o impacto for um elemento importante dentro do relatório CSR. Esse
processo de Mapeamento de Impacto Híbrido (Hy-Map) também pode ser usado para
compreender e comunicar o impacto para as partes interessadas internas e externas (por
exemplo, doadores, clientes, empregados e beneficiários) com o potencial para construir a
confiança e a reciprocidade nos relacionamentos, além de promover o accountability.
Finalmente, o Hy-Map é uma ferramenta que pode ser adaptada e aplicada a iniciativas de
parceria co-criadas entre organizações híbridas e tradicionais (por exemplo, empreendimentos
7
de risco para os mais pobres em países em desenvolvimento) , para ajudar ambos os parceiros
a esclarecer os resultados desejados de seus relacionamentos e entre as partes interessadas.
Ilustramos nosso artigo com exemplos a partir de nosso estudo de caso na África
Subsaariana. Não foi nesse contexto que o processo Hy-Map surgiu. Por isso, ilustramos seu
uso com alguns dos exemplos vistos em nosso trabalho de campo, apresentando um caso para
ilustrar os estágios de nosso processo. O nosso processo Hy-Map é especialmente notável
para aqueles que trabalham para ou com organizações híbridas em um contexto de países em
desenvolvimento, onde a variabilidade institucional extrema leva a múltiplas formas de
organizações híbridas.
Definindo o Cenário
Cada vez mais, os negócios estão reconhecendo oportunidades para obter lucro e
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criação de “valor compartilhado” , ao projetar ou modificar modelos de negócio, produtos e
serviços novos ou já existentes, a fim de enfrentar desafios de desenvolvimento sustentável.
Em países em desenvolvimento, essa realização tem sustentado o surgimento de uma agenda
de desenvolvimento “trade not aid”, ou seja, comprar produtos dos países em desenvolvimento,
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ao invés de apenas enviar doações, estratégias de negócio Base da Pirâmide – BOP e nova
10
revisão do valor compartilhado aplicado a multinationais . As discussões recentes
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reconheceram a necessidade da “co-criação” do valor com os mais pobres , em países em
desenvolvimento, incorporando a participação ativa deles. Assim, as organizações híbridas são
atores importantes e principais parceiros em intervenções e programas BOP, especialmente na
associação com parceiros multinacionais.
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
Assim, “hibridação”, como um termo de definição, é aquele que reconhece que algumas
organizações podem empreender alguma distribuição limitada do lucro e ainda adotar a
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primazia de suas missões sociais/ambientais sem fins lucrativos . Ainda não há consenso para
um nome comum para tais organizações e para a delineação de características aceitas
universalmente. Em países desenvolvidos, as formas organizacionais são frequentemente
definidas de maneira mais estrita. Considerando os contextos de países em desenvolvimento,
a economia informal é preponderante e as estruturas legais podem ser mais “vagas”.
Entretanto, as organizações híbridas são definidas frequentemente com pelo menos duas, se
não todas, das seguintes características:
centralidade de uma missão social e/ou ambiental, com sua primazia sobre a criação
de valor econômico (considerada frequentemente como uma condição de limite
principal que separa as organizações híbridas dos modelos tradicionais);
geração de renda em virtude de negócios relacionados com a missão ou não (diferente
de caridade);
estruturas de governança participativa com envolvimento ativo das partes interessadas
e relacionamentos das partes interessadas baseados em resultados mútuos de
benefício e de sustentabilidade;
distribuição de lucro limitada com lucros ou superávits reinvestidos em causas sociais;
soluções inovadoras ligadas à criação de um modelo de negócio ou uma atividade
comercial.
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Atividades Organizacionais
Áreas básicas de Entradas, operações, distribuição, produtos e serviços, lucros e superávits;
criação de valor iniciativas
Processos parcerias, networks e patrocinadores, inovação e improvisação, participação e co-
secundários de criação
criação de valor
Social (partes Econômico Ambiental
interessadas)
Empregados Instituições (instituições Componentes Bióticos: Plantas e animais.
Clientes governamentais local, regional e Componentes Abióticos: Terra, clima, água
Comunidades (local ou nacional; autoridades tradicionais;
afetada pelas legislação e normas)
operações) Mercados (troca de bens,
Proprietários serviços, trabalho e conhecimento)
Distribuidores Organizações (parceiros,
Produtores fornecedores, compradores)
Usuários de serviço
Outros (identificados
durante o
comprometimento das
partes interessadas e
diálogo)
Bem-estar e Instituições, mercados e Ecossistema em funcionamento
funcionamento das organizações em funcionamento
partes interessadas
- Material (ativos, renda - Estruturas (de instituições, Impactos das organizações híbridas no
e meios de organizações e mercados) funcionamento dos ecossistemas, isto é, a
subsistência) - Recursos e capacidade saúde dos componentes bióticos e a interação
- Físico e psicológico - Comportamentos (atividades entre componentes bióticos e abióticos
(saúde física e mental) realizadas)
- Escolha e - Relacionamentos (interações)
oportunidades (acesso - Outros
a oportunidades)
- Segurança
(vulnerabilidade a
choques financeiros,
sociais, ambientais)
- Networks e
relacionamentos
(impactos nos
relacionamentos)
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Escolhemos quatro países para o nosso trabalho de campo, com contexto nacional e
níveis de renda distintos: Moçambique (após o conflito), Zâmbia (baixa renda, sem litoral),
Quênia (renda média a baixa) e África do Sul (o mais desenvolvido institucional e
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economicamente no continente africano). Os nossos 20 casos variam conforme a idade,
possuem tamanhos diferentes, têm missões sociais e/ou ambientais diversas, fundações
econômicas distintas e adotam uma mistura de distribuições lucrativas ou investimentos sem
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fins lucrativos .
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“Basicamente, as senhoras sustentam de quatro a cinco e, em alguns casos, até oito membros
da mesma família com a única renda que estão recebendo… a maioria dos empregados possui
família no Cabo Oriental, tais como avôs e avós; por isso, eles enviam dinheiro todo mês.” –
Gerente da KCC
“Houve uma melhoria em nossos meios de subsistência… Mumwa tem nos ajudado muito…
Antes não havia nenhum mercado para os produtos. Se não tivéssemos aprendido essas
habilidades, não poderíamos nem cuidar das crianças e dos órfãos de nossa comunidade. Não
poderíamos… leva-los à escola, comprar comida e uniformes para eles, nem dar a eles as coisas
que quisessem.”- Membro, Kabula Craft Center
Esse aumento na renda tem maiores implicações para os bens materiais dos membros da
MCA, com impactos relacionados nas áreas tais como educação e oportunidades, saúde e
estabilidade financeira e vulnerabilidade, tal como ilustrado abaixo.
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
“Há uma melhoria se compararmos com antigamente, quando não estávamos envolvidos com a
Mumwa. Pelo menos um consegue algo… porque você sabe que certamente no fim do mês a
Mumwa virá e comprará os seus produtos. Isso era um problema talvez para alguém até mesmo
comprar uma calça, mas agora isso é passado….É como trabalhar para uma empresa, porque
você sabe que no final do mês você receberá algo.” - Membro, Lububa Craft Center
“Agora que estou trabalhando aqui... quando tenho que comprar algo, eu mesma vou lá e
compro. Eu não preciso mais perguntar para o meu marido. Eu não preciso mais pedir para ele
comprar algo para mim. Agora eu tenho algo que para usar.” - Grupo Focal com empregados da
KCC
Além disso, um grupo voluntário viaja nos ônibus para estimular as crianças e os
professores a promoverem a alfabetização. Assim, o outro grupo que se beneficia de participar
do programa Book Bus envolve os voluntários com os impactos associados, partindo do
crescimento pessoal, passando pela melhora do currículo, até a autorrealização. Esse caso é
um exemplo dos diversos benefícios que uma híbrida pode ter nos países que são “clientes”,
onde elas operam, e também entre seus “clientes”.
A Fundação Book Bus participa de uma parceria híbrida com a empresa de viagem
VentureCo (especializada em turismo de aventura e traz riqueza de conhecimento e perícia
para essa parceria) e o Licenciamento de Organizadoras de Viagem Aérea (ATOL). Na
operação, na Zâmbia, eles empregam funcionários locais, embora no Equador suas atividades
sejam dirigidas por uma ONG independente. Isso destaca a diversidade de formas
operacionais que podem existir em diferentes países, mesmo em apenas uma organização.
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
A área principal de impacto do Book Bus está na esfera social. Com a doação de livros,
recursos de aprendizagem e de ensino e suporte para melhoria da infraestrutura, a Fundação
Book Bus está contribuindo para a melhoria da educação em escolas parceiras. Isso causa
impactos sociais significativos, porém, quando fizemos a visita, esse impacto não havia sido
realmente capturado pela equipe do Book Bus. Então, em parte como consequência de nosso
feedback no processo Hy-Map, eles prepararam um programa de monitoramento de impacto.
Agora eles registram os indicadores de impacto, tais como o número de crianças beneficiadas
pelo esquema, quantos livros suas escolas recebem e a frequência com que eles são usados.
Atualmente, a Fundação Book Bus é uma instituição de caridade registada, mas nós a
consideramos como um modelo de negócio híbrido que combina caridade e veia comercial. O
comentário abaixo mostra como essas formas híbridas podem se transformar com o passar do
tempo, em contextos distintos.
“Eu tenho tentado transformá-la em uma empresa social, como uma entidade no Reino Unido,
porque eu penso que se espera que mais e mais instituições de caridade deem suporte, ao invés
de apenas...você sabe... ‘dar o dinheiro’. Se uma instituição de caridade pudesse ser envolver de
alguma maneira em um negócio ou um formato de negócio que gerasse renda, que fosse
aceitável, então você amarraria uma empresa social a uma instituição de caridade, por exemplo,
e as dois poderiam de algum modo dar suporte para a outra.” - Presidente, Fundação Book Bus
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
A Cookswell Enterprises foi fundada por Teddy Kinyanjui, que é o filho do inventor do
fogão de energia eficiente Jiko e que também organizou a Musaki. Além das vendas e da
comercialização, a Cookswell também está comprometida com pesquisas relacionadas com
silvicultura, além de consultoria, instrução, treinamento e plantio de árvores. Além disso, eles
vendem sementes da árvore indígena para diversas finalidades, especialmente da família da
Acácia (certificada pelo Instituto de Pesquisa Kenya Forestry), como parte do compromisso
com a cozinha sustentável desde a semente até o carvão, na África. Com o nome “Kenya
Seeds of Change”, essas sementes são vendidas em pacotes pequenos com ênfase em
pequena escala e clientes BOP. As sementes são enviadas gratuitamente para cada compra
de um fogão ou forno Cookswell, com o objetivo de incentivar o plantio de árvores em pequena
escala, a fim de gerar a autossuficiência de combustível, em cada residência, quando as
árvores alcançarem a maturidade (cerca de 10 anos).
“É sobre cozinhar, a vida das senhoras na cozinha, e a quantidade de combustível usado, o tipo
de cozimento, o alimento que estão comendo e todos aqueles impactos vêm de lá. Isso pode ser
traduzido apenas em qualquer Objetivo de Desenvolvimento do Milênio que você possivelmente
possa colocar em uma etiqueta. O que as pessoas estão cozinhando? Como elas estão
cozinhando? E quanto isso custa para elas? Eu acredito que toca em cada único aspecto do
desenvolvimento social humano.” - Proprietário, Cookswell Enterprises
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
Possíveis + Musaki e Cookswell + Vendas de sementes. + Taxas para a criação dos meios de
Indicadores pagam impostos ao + Amostra dos clientes. subsistência.
governo. % plantio de sementes. + Levantamento sobre tempo economizado
+ Dados sobre - Quantidade de água na produção. em amostras de famílias.
economias domésticas - Quantidade de resíduos na produção. + Levantamento sobre uso de economia
a partir do uso do gasta.
carvão. - Dias não trabalhados pelos trabalhadores
- Dados de turnover por produção.
para empregados.
- Número de
empregadas.
O caso da Cookswell Enterprises também dá ideias para um debate mais amplo sobre
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sustentabilidade e ilustra a ideia dos trade-offs entre as dimensões social e ambiental.
Implícita na missão ambiental da Cookswell é a aceitação de que seus clientes usarão carvão.
Eles pretendem minimizar o uso do carvão na cozinha e reduzir o corte de árvores, mas seus
fogões e fornos sozinhos não interromperão essa dinâmica, pois os fogões solares talvez o
façam. Entretanto, os fogões solares têm também seus inconvenientes, incluindo custo,
aceitação local e limitações de uso, tais como hora e condições do tempo. O fundador da
Cookswell Enterprises fala sobre isso abaixo:
“O que nós dizemos quando não há carvão no Quênia, você não pode comprar o Jiko (fogão) se
você não tiver o carvão, e ele caminha para ser o único combustível. Honestamente, após ler
vários relatórios sobre biodiesel e bioetanol e solar e vento, etc., o carvão e a lenha são o
combustível para a África… isso é algo que está aqui, isso é algo que funciona absolutamente de
forma fantástica para este país, vamos pensar grande e deixar que as pessoas plantem as
árvores.”- Proprietário, Cookswell Enterprises
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
Indicadores de Impacto
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
A importância do ambiente
Nossa análise dos casos destaca também o enraizamento local das organizações
híbridas e suas atividades para criação de valor. Isso causa implicações para os líderes e
gerentes de organizações híbridas e as estratégias que eles adotam. Para serem eficazes, os
modelos operacionais precisam refletir, ser adaptados e expressar as oportunidades criadas
por condições ambientais locais específicas, especialmente nos países em desenvolvimento.
Adaptar-se às circunstâncias locais é particularmente pertinente se as organizações híbridas e
suas inovações queiram ampliar-se. As diferenças significativas foram identificadas em
operações e impactos de organizações híbridas entre as quatro nações africanas estudadas,
informadas pela variação ambiental local.
Entendendo o Impacto
A implicação mais significativa de nosso processo Hy-Map é que ele facilita a
compreensão de quem, como e qual é o impacto das organizações híbridas em suas várias
áreas de atividade e nas esferas social, ambiental e econômica. Para os líderes, gerentes e
parceiros da organização híbrida, isso fornece os seguintes benefícios.
Permite que identifiquem aquelas áreas onde estão criando mais valor e impacto
positivo e aquelas onde estão criando o mínimo. No caso do último, isso pode
incentivar uma inovação para lidar com as deficiências.
Permite a identificação de impactos negativos e o potencial para que as organizações
híbridas desgastem o valor; em tais exemplos, esse conhecimento pode novamente
resultar em inovação e engajamento na mitigação.
Facilita o reconhecimento dos trade-offs; por exemplo, onde o impacto e a criação de
valor social positivo resultem em implicações negativas para o funcionamento do
ecossistema. Compreender os trade-offs é outra vez a primeira etapa para a mitigação;
isso pode até mesmo resultar em um deslocamento radical em modelos operacionais
de organizações híbridas na resposta.
Estruturas de impacto existentes identificam frequentemente o mapeamento do
impacto como uma primeira etapa importante no processo de análise do impacto, mas
pode fornecer orientação limitada sobre como isso deve ocorrer; esboçamos um
processo claro, porém detalhado para isso.
Evidência e Métrica
Nosso processo Hy-Map é a primeira etapa para desenvolver a métrica apropriada de
avaliação do impacto. Uma organização híbrida cria valor e benefícios sociais com relação ao
bem-estar material das partes interessadas. Portanto, isso pode ser seguido por um estudo de
referência e por uma avaliação sobre como os ativos e a renda se alteram em relação ao
tempo.
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Os impactos das organizações híbridas podem também ser mais evidenciados qualitativamente
através de entrevistas, levantamentos e grupos focais com as partes interessadas. Na África do
Sul, a legislação do empoderamento está promovendo ligações mais próximas entre o setor
corporativo e as organizações híbridas (por exemplo, o relacionamento entre o grupo Foschini
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e a Learn to Earn) e essa tendência aumentará cada vez mais a necessidade de evidenciar
de forma adequada o impacto realizado por todos os atores. O crescimento internacional no
investimento em impacto está influenciando as empresas e as organizações híbridas a fazerem
cálculos específicos de impacto quantitativos com base em evidências.
Conclusões
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Notas
1. Andrew Hoffman, Krista L. Badiane, and Nadia Haigh, “Hybrid Organizations as Agents of Positive Social
Change: Bridging the For-Profit & Non-Profit Divide,” in Karen Golden-Biddle and Jane E. Dutton, eds., Using
a Positive Lens to Explore Social Change and Organizations: Building a Theoretical and Research Foundation
(Nova York, NY: Routledge/Taylor e Grupo Francis, 2012), pp. 131-153.
2. Para outras informações sobre o estado de campo teórico na pesquisa sobre organização hibrida, veja
Nardia Haigh e Andrew Hoffman, “Hybrid Organizations: The Next Chapter of Sustainable Business,”
Organizational Dynamics, 41/2 (2012): 126-134;
3. Considerado geralmente como referência ao segmento de baixa renda global que ganha menos de $2 por
dia.
4. Johanna Mair, Ignasi Martí e Marc Ventresca, “Building Inclusive Markets in Rural Bangladesh: How
Intermediaries Work Institutional Voids,” Academy of Management Journal, 55/4 (agosto de 2012): 819-850;
Ans Kolk, “Linking Subsistence Activities to Global Marketing Systems, the Role of Institutions,” Journal of
Macromarketing, 34/2 (junho de 2014): 182-194. Sobre interações entre organizações híbridas e instituições,
veja Mukesh Sud, Craig Van Sandt e Amanda Baugous, “Social Entrepreneurship: The Role of Institutions,”
Journal of Business Ethics, 85/S1 (fevereiro de 2009): 201-216.
5. Horst Rittel e Melvin Webber, “Dilemmas in a General Theory of Planning,” Policy Sciences, 4/2 (junho de
1973): 155-169; Veja exemplos em “The SEED Initiative,” <www.seedinit.org/>; USAID, “Development
Innovation Ventures,” <http://idea.usaid.gov/organization/div>; David Borstein, How to Change the World:
Social Entrepreneurs and the Power of New Ideas (Nova York, NY: Oxford University Press, 2008).
6. Michael Rake e David Grayson “Embedding Corporate Responsibility and Sustainability— Everybody’s
Business,” Corporate Governance 9/4 (agosto de 2009): 395-399.
7. Veja Ted London e Stuart Hart, Next Generation Business Strategies for the Base of the Pyramid: New
Approaches for Building Mutual Value (Upper Saddle River, NJ: FT Press, 2010); Aneel Karnani, “The Mirage
of Marketing to the Bottom of the Pyramid: How the Private Sector Can Help Alleviate Poverty,” California
Management Review, 49/4 (verão de 2007): 90-111; Kevin McKague e Christine Oliver, “Enhanced Market
Practices: Poverty Alleviation for Poor Producers in Developing Countries,” California Management Review,
55/1 (outono de 2012): 98-129.
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
8. Michael Porter and Mark Kramer, “Creating Shared Value,” Harvard Business Review, 89/1-2
(janeiro/fevereiro de 2011): 62-77.
9. Sobre comércio justo, veja Leonardo Becchetti e Marco Costantino, “The Effects of Fair Trade on Affiliated
Producers: An Impact Analysis on Kenyan Farmers,” World Development, 36/5 (maio de 2008): 823-842.
Sobre microfinanças, veja Carlina Van Rooyen, Ruth Stewart e Thea de Wet, “The Impact of Microfinance in
Sub-Saharan Africa: A Systematic Review of the Evidence,” World Development, 40/11 (2012): 2249-2262.
Sobre negócios inclusivos, veja Minna Halme, Sara Lindeman e Paula Linna, “Innovation for Inclusive
Business: Intrapreneurial Bricolage in Multinational Corporations,” Journal of Management Studies, 49/4
(junho de 2012): 742-784. Sobre BOP, veja Ans Kolk, Miguel Rivera-Santos e Carlos Rufín, “Reviewing a
Decade of Research on the ‘Base/Bottom of the Pyramid’ (BOP) Concept,” Business & Society 53/3 (maio de
2013): 338-377.
10. Porter e Kramer (2011), op. cit.
11. London e Hart (2010), op. cit.
12. Rich Leimsider, “5 Bad Reasons to Start a For-Profit Social Enterprise,” Harvard Business Review, July 30,
2014. Veja a crítica do suporte da UnLtd’s de negócios com “lucro e finalidade” feita por Ellie Ward, “Under
Scrutiny: Cliff Prior on Profit with Purpose,” 16 de dezembro de 2014, em <www.pioneerspost.com/news-
views/20141209/under-scrutiny-cliff-prior-onprofit-purpose>. Veja o ponto de vista da Social Enterprise
Scotland de que todos os lucros devem ser reinvestidos em uma empresa social, em
<www.socialenterprisescotland.org.uk/our-story/what-is-socialenterprise/>. Veja também J. Geoffrey Dees e
Battle Anderson, “For Profit Social Ventures,” in Marilyn L. Kourilsky and William B. Walstad, eds., Social
Entrepreneurship (Dublin: Senate Hall Academic Publishing, 2003).
13. Sobre geração de receita sem fins lucrativos, veja Alan Fowler, “NGDOs as a Moment in History: Beyond Aid
to Social Entrepreneurship or Civic Innovation?” Third World Quarterly, 21/4 (2000): 637-654; Ward (2014),
op. cit.
14. Sobre a influência do ambiente na criação de negócios, em geral, e nas empresas sociais, de forma
específica, veja Helen Haugh, “A Research Agenda for Social Entrepreneurship,” Social Enterprise Journal,
1/1 (março de 2005): 1-12; Johanna Mair e Ignasi Marti, “Social Entrepreneurship Research: A Source of
Explanation, Prediction, and Delight,” Journal of World Business, 41/1 (fevereiro de 2006): 36-44. Sobre a
importância de considerar a localização geográfica, veja Sophie Bacq e Fanny Janssen, “The Multiple Faces
of Social Entrepreneurship: A Review of Definitional Issues Based on Geographical and Thematic Criteria,”
Entrepreneurship and Regional Development, 23/5-6 (junho de 2011): 373-403; Sarah-Anne Munoz,
“Towards a Geographical Research Agenda for Social Enterprise,” Area, 42/3 (setembro de 2010): 302-312.
Sobre a importância relativa de instituições formais e informais, veja Miguel Rivera-Santos, Carlos Rufín e
Ans Kolk, “Bridging the Institutional Divide: Partnerships in Subsistence Markets,” Journal of Business
Research, 65/12 (dezembro de 2012): 1721-1727. Sobre a diferença na autopercepção como empresas
sociais, influência de identidade tribal e informalidade, veja Miguel Rivera-Santos, Diane Holt, David
Littlewood e Ans Kolk, “Social Entrepreneurship in Sub-Saharan Africa,” Academy of Management
Perspectives, 29/1 (março de 2015): 72-91.
15. Jed Emerson, “The Blended Value Proposition: Integrating Social and Financial Returns,” California
Management Review, 45/4 (verão de 2003): 35-51.
16. Veja também Boris Urban, “Social Entrepreneurship in South Africa: Delineating the Construct with Associated
Skills,” International Journal of Entrepreneurial Behavior & Research, 14/5 (2008): 346-364; Crispen Karanda
e Nuria Toledano, “Social Entrepreneurship in South Africa: A Different Narrative for a Different Context,”
Social Enterprise Journal, 8/3 (2012): 201-215; Janelle A. Kerlin, Social Enterprise a Global Comparison
(Líbano, NH: University Press of New England, 2008); Rivera-Santos et al. (2015), op. cit. Sobre interações
entre organizações híbridas e instituições, veja Sud, VanSandt e Baugous (2009), op. cit.
17. Borstein (2008), op. cit.
18. Veja Ted London’s Base of the Pyramid (BOP) Impact Assessment Framework (2009); the Social IMPact
measurement for Local Economies (SIMPLE) Framework developed by Social Enterprise UK; Third Sector
Performance Dashboard; Social Return on Investment (SROI); Best Available Charitable Option (BACO)
Impact investment decision making; Local Multiplier 3 (LM3); Microfinance Impact Assessment Tools; the
European Union’s Eco-Management and Audit Scheme (EMAS) e ISO 14001/26000 Environmental
Management System.
Este documento foi autorizado até fevereiro de 2017, para fins educacionais, para Oscar Javier Celis Ariza, Universidade Estácio de Sá. A cópia ou o envio deste documento
viola os direitos autorais.
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Identificação, Mapeamento e Monitoramento do Impacto em Organizações Híbridas
19. James Austin, Howard Stevenson e Jane Wei-Skillern, “Social and Commercial Entrepreneurship: Same,
Different, or Both?” Entrepreneurship: Theory & Practice, 30/1 (janeiro de 2006): 1-22.
20. Alex Nichols, “‘We do good things, don’t we?’: ‘Blended Value Accounting’ in Social Entrepreneurship,”
Accounting, Organizations and Society, 34/6-7 (agosto-outubro de 2009): 755-776.
21. Peter Leigh Taylor, “In the Market But Not of It: Fair Trade Coffee and Forest Stewardship Council
Certification as Market-Based Social Change,” World Development, 33/1 (janeiro de 2005): 129-147;
Becchetti e Constantino (2008), op. cit.
22. Peter Gibbon e Stefano Ponte, Trading Down: Africa, Value Chains, and the Global Economy (Philadelphia,
PA: Temple University Press, 2005).
23. “Ashoka Hybrid Value Chain Model,” <https://www.ashoka.org/hvc>.
24. Emerson (2003), op. cit.; Porter e Kramer (2011), op. cit.; Stuart Hart e Mark Milstein, “Creating Sustainable
Value,” The Academy of Management Executive, 17/2 (2003): 56-67; R. Edward Freeman, Strategic
Management: A Stakeholder Approach (Boston, MA: Pitman, 1984); Dima Jamali, “A Stakeholder Approach to
Corporate Social Responsibility: A Fresh Perspective into Theory and Practice,” Journal of Business Ethics,
82/1 (2008): 213-231.
25. Andrew Crane, Guido Palazzo, Laura J. Spence e Dirk Matten, “Contesting the Value of Creating Shared
Value,” California Management Review, 56/2 (inverno de 2014): 130-153.
26. Uma visão geral sobre cada estudo de caso pode ser encontrada em
<www.trickleout.net/index.php/casestudiesmainmenu>.
27. Os casos identificaram-se como empresas sociais e expressaram interesse em participar da pesquisa. Essa
abordagem foi utilizada em outra pesquisa. Veja, por exemplo, Moriah Meyskens et al., “Social Ventures from
a Resource-Based Perspective: An Exploratory Study Assessing Global Ashoka Fellows,” Entrepreneurship
Theory and Practice, 34/4 (julho de 2010): 661-680. Adotamos uma metodologia qualitativa para coleta de
dados, incluindo entrevistas individuais e em grupo, pesquisas de observação e análise de materiais
secundários, tais como relatórios anuais e websites, se disponíveis. No total, mais de 300 entrevistas e
grupos focais foram realizados. Toda empresa recebeu a visita da equipe de pesquisa para falar com os
empregados, a equipe da gerência e os membros da comunidade. Para a abordagem do caso, veja K.M.
Eisenhardt, “Building Theories from Case Study Research,” Academy of Management Review, 14/4 (outubro
de 1989): 532-550.
28. Eric Neumayer, Weak versus Strong Sustainability: Exploring the Limits of Two Opposing Paradigms
(Cheltenham, UK: Edward Elgar Publishing, 2012).
29. Veja também David Littlewood e Diane Holt, “Social Entrepreneurship in South Africa: Exploring the Influence
of Environment,” Business and Society, forthcoming.
30. Kolk (2014), op. cit.; Mair et al. (2012), op. cit.
California Management Review, Vol. 57, Nº 3, pp. 107–125. ISSN 0008-1256, eISSN 2162-8564. © 2015 pelos
Regentes da Universidade da Califórnia. Todos os direitos reservados. Para solicitar permissão para fotocopiar ou
reproduzir o conteúdo de artigos, entre em contato com a Universidade da Califórnia em
http://www.ucpressjournals.com/reprintinfo.asp. DOI: 10.1525/cmr.2015.57.3.107.
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