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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR DE SAÚDE


NUTRIÇÃO - BIOQUÍMICA ESTRUTURAL - IMS078

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS

Vidrarias e equipamentos básicos de laboratório

VITÓRIA DA CONQUISTA

AGOSTO DE 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR DE SAÚDE
NUTRIÇÃO - BIOQUÍMICA ESTRUTURAL - IMS078

RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS

Vidrarias e equipamentos básicos de laboratório

Relatório apresentado ao curso de Nutrição da


Universidade Federal da Bahia, Campus Vitória da
Conquista, como requisito parcial para obtenção de nota
na disciplina Bioquímica Estrutural - IMS078.

Bruna Monique Barbosa Amorim, Bruna Santos Silva,


Isabella Rezende Gonçalves, Mágelly Silva De Jesus,
Rebeca Cavalcante, Ricardo Barros, Sabrina Santos
Soares

VITÓRIA DA CONQUISTA

AGOSTO DE 2021
SUMÁRIO

1. Objetivo Geral

2. Objetivo Específico

3. Introdução Teórica

4. Procedimentos Experimentais

4.1 Aplicação prática 01: Experimento “Teste para radical de sódio” no laboratório virtual
PraxiLabs

5. Resultado e Discussões

5.1 Dez das principais vidrarias e equipamentos utilizadas nos laboratório

6. Conclusão

7. Referências Bibliográficas

OBJETIVO GERAL
Conhecer as vidrarias e utensílios encontrados em laboratórios, visando adquirir
conhecimento sobre o manuseio, características e principais aplicações para um bom e
seguro rendimento nesses ambientes.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Analisar as normas e regras de segurança necessárias no ambiente laboratorial;


● Distinguir as principais vidrarias e equipamentos utilizados em laboratório;
● Classificar as vidrarias e equipamentos e compreender suas características;
● Identificar seus diferentes materiais fabricados;
● Praticar o manuseio desses utensílios no laboratório virtual;
● Aplicar esse aprendizado na execução de procedimentos futuros nos ambientes
laboratoriais;

INTRODUÇÃO TEÓRICA

O ambiente laboratorial serve para a realização de experimentos, pesquisas e outros


processos. Algumas das substâncias utilizadas oferecem riscos para quem as manuseia,
pois são ácidos fortes, soluções inflamáveis, gases, etc. Dessa forma, o local de trabalho
precisa seguir corretamente as Boas Práticas de Laboratório, que incluem o manuseio
correto dos produtos químicos, o conhecimento acerca das vidrarias e como manuseá-las
corretamente, o cumprimento das normas de segurança e a utilização de EPI’s e EPC’S.

Desse modo, as Boas Práticas de Laboratório (BPL) são um conjunto de ações com o
objetivo de reduzir os riscos do ambiente laboratorial. Essas medidas incluem alguns
procedimentos básicos como a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
e Equipamentos de Proteção Coletivos (EPCs), limpeza e higienização do ambiente
laboratorial, entre outras.

Os EPIs são elementos de contenção de uso individual, utilizados para proteger o


profissional do contato de agentes biológicos, físicos, químicos, evitar a contaminação do
material em experimento ou em produção, entre outros riscos presentes no ambiente de
trabalho. Dentre os principais equipamentos de proteção individual está a vestimenta
ideal: jaleco, calça comprida, sapato fechado e cabelo preso. Essa vestimenta fornece
uma barreira de proteção e reduz a possibilidade de contaminação por microorganismos,
ação de agentes químicos, acidentes, previne a contaminação das roupas e protege a
pele da exposição de sangue e fluídos. O jaleco, usado para fornecer uma barreira de
proteção e reduzir a oportunidade de transmissão de microrganismos, deve ser de manga
longa, algodão ou fibra sintética (não inflamável). Recomenda-se o uso obrigatório e
constante no ambiente laboratorial, sendo necessário a descontaminação antes da
lavagem. Cabelos compridos soltos durante os procedimentos podem encostar em
substâncias químicas expostas na bancada, bicos de Bunsen acesos, placas
aquecedoras, além de atrapalhar a visão durante as manipulações no laboratório.

Além disso, também é importante não levar a mão à boca ou aos olhos enquanto estiver
manuseando produtos químicos ou biológicos, visto que o contato direto com essas fontes
de contaminação (tais como: sangue, fluídos do corpo, dejetos, microrganismos, produtos
químicos e animais de laboratório) representa grandes riscos à proteção do indivíduo,
podendo trazer problemas imediatos ou futuros, como cegueiras, intoxicações, entre
outros.

Os laboratórios modernos contam com instrumentos ideais, necessários para realização


de experimentos simples, por exemplo. Alguns anos atrás era utilizada a técnica de
pipetagem com a boca, onde o usuário sugava o líquido com a boca até o nível desejado,
entretanto, essa técnica não é ideal e não deve ser utilizada pois pode levar o líquido ou
aerossol até a cavidade oral que entra em contato com a substância tóxica ou corrosiva.
Além disso, o calor do corpo humano transferido durante a pipetagem altera o equilíbrio
de temperatura, podendo levar a alterações de volume. Atualmente existem dispositivos
disponíveis que realizam essa função, como o pipetador automático e o manual.
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

1. Aplicação prática 01: Experimento “Teste para radical de sódio” no laboratório virtual
PraxiLabs

● Materiais utilizados
1. Cloreto de sódio (NaCl)
2. Ácido clorídrico concentrado (HCl)
3. Solução de cobaltinitrito de sódio (Na3[Co(NO2)6])
4. Fio de platina.
5. Chama de Bunsen.
6. Água destilada.
7. Tubo de ensaio.
8. Espátula.
9. Vidro de relógio
10. Garra
11. Pisseta
12. Conta Gotas
● Experimento 1 (Teste de Solubilidade)

Solubilidade é a capacidade de um solvente dissolver um soluto. Nesse teste,


inicialmente, uma pequena quantidade de NaCl é colhida do vidro de relógio com uma
espátula e adicionada ao tubo de ensaio. Com auxílio da pisseta, adicionou-se (1-2) ml
de água e fez a agitação do tubo de ensaio, observando a formação de precipitado.
Posteriormente, colocou-se o tubo de ensaio na chama de Bunsen para aquecer a
solução.

Resultado: Com o aquecimento da solução de H20 e NaCl, houve a homogeneização do


soluto e solvente, não tendo mais a presença do precipitado. Esse fenômeno químico
comprova a solubilidade do sal em água quente, visto que o aumento da temperatura
influencia na solubilidade dos solutos em determinada quantidade de solvente.

● Experimento 2 (Teste de cobaltinitrito de sódio)

Nesse teste, inicialmente, uma pequena quantidade de NaCl é colhida do vidro de relógio
com uma espátula e adicionada ao tubo de ensaio. Com auxílio da pisseta, adicionou-se
(1-2) ml de água e fez a agitação do tubo de ensaio, observando a formação de
precipitado. Posteriormente, colocou-se o tubo de ensaio na chama de Bunsen para
aquecer a solução, eliminando o precipitado. Diante disso, é adicionado gotas do
reagente de teste confirmatório cobaltinitrito de sódio Na3[Co(NO2)6], alterando a cor da
solução e não sendo observado precipitado.

Resultado: Mesmo com a adição do cobaltinitrito de sódio, não foi observado a formação
de precipitado, o que indica a existência de íon sódio. Esse fenômeno químico está
relacionado com a solubilidade dos sais, que é a capacidade que essas substâncias
inorgânicas possuem de se dissolver ou não em água. Quando esses sais se dissolvem
em água, sofrem o fenômeno da dissociação (liberação de cátions e ânions), o que
comprova que uma solução aquosa de cloreto de sódio (NaCℓ(aq)) existem os íons Na+
(aq) e Cℓ-(aq).

● Experimento 3 (Teste de chama)

Inicialmente é umedecido um fio de platina com ácido clorídrico concentrado e, em


seguida, mergulhado no cloreto de sódio. Posteriormente, levou-se o fio de platina a
chama de Bunsen, observando a mudança de coloração de azul para amarelo dourado.

Resultado: A mudança de coloração da chama é característica do elemento presente na


substância aquecida. Por isso, ao se colocar o cloreto de sódio, sal de cozinha, na chama
de Bunsen, a luz emitida é de um amarelo dourado. Esse fenômeno ocorre porque cada
elemento é formado por um átomo diferente, desse modo, quando aquecemos o sal, o
elétron absorve energia e salta para um nível mais externo ficando em um estado
excitado. Porém, esse estado é instável e logo ele retorna para a sua órbita anterior,
liberando energia na forma de luz visível. E como as cores são ondas eletromagnéticas,
cada uma com um comprimento de onda diferente e que ficam na região do visível, a luz
liberada em cada caso será em um comprimento de onda também diferente, o que
corresponde a cada cor. No caso do sódio, o amarelo intenso.

RESULTADO E DISCUSSÕES

Antes de realizar experimentos no laboratório é preciso saber qual é a finalidade de cada


um dos equipamentos e como utilizá-los. As vidrarias são utensílios, geralmente de vidro
cristal, temperado, âmbar, pirex ou borosilicato, usados para análises, separação de
misturas, reações e testes. Esse tipo de material não apresenta porosidades, ou seja, não
permite que sujeira fique aderida; é inerte, portanto não reage com a maioria das
substâncias usadas em laboratório e são transparentes, facilitando a visualização das
reações. Além disso, os vidros de borossilicato apresentam resistência mecânica ao calor
e podem ser submetidos ao aquecimento direto ou indireto sem quebrar, visto que na sua
composição, além da sílica, tem o boro (mineral) que vai dar termo resistência à vidraria.

Existem também os equipamentos feitos de plástico, que possuem vantagem em serem


mais resistentes a quebras e quedas, fazendo com que sejam mais utilizados com uma
certa frequência, embora sejam mais descartáveis que os de vidros. Alguns podem ser
utilizados, inclusive, a altas temperaturas. Os polietilenos (não resistem a altas
temperaturas) e os polipropilenos (resistem a altas temperaturas). Também há os
materiais feitos de borracha, porcelana, metais e aqueles que são fontes de aquecimento.

A fim de evitar a utilização incorreta do instrumento, as vidrarias possuem algumas


classificações, são elas:

● Com base na resistência ao calor:

Vidrarias refratárias: quando conseguem resistir à altas temperaturas, por exemplo


autoclavagem e estufas. Geralmente possuem indicações impressas no vidro. Ex.:
becker, erlenmeyer, tubo de ensaio, etc;

Vidrarias não refratárias: são vidrarias a base de cristal, não podem ser aquecidas pois
não possuem resistência se submetidas a altas temperaturas . Ex.: vidro de relógio, funis
em geral, lâminas e lamínulas, etc.

● Com base na precisão:

Vidrarias de precisão: são vidrarias que não devem ser aquecidas, devido a perda de sua
precisão em virtude da dilatação sofrida pelo vidro durante o processo de aquecimento.
Permite medir volume interno do líquido, temperatura de aferição e capacidade.
Geralmente a precisão é definida pelos fabricantes dos utensílios para evitar o descalibre
ou que o material se dilate. Ex.: Proveta graduada, pipeta volumétrica, pipeta graduada,
bureta, etc.

Vidrarias de semi-precisão: podem suceder margem de erro entre 5 e 10%, apresentando


assim um volume aproximado. Em um experimento onde o volume seja de fundamental
importância é aconselhável que não utilize-as, visto que o resultado pode sofrer
alterações, não sendo totalmente exato. Ex.: Becker e balão volumétrico.

Vidrarias de não-precisão: não apresentam margem de erro e nem escala. Ex.: balão de
fundo chato e de fundo redondo, vidro de relógio.

Tabela 1 - Caracterização das vidrarias e as suas utilidades

Secagem em estufa Precisão Armazenamento

Tubo de ensaio x x

Béquer x x x

Erlenmeyer x x x
Balão de fundo chato x

Funil de vidro x

Pisseta x* x x

Espátula x

Pinça de madeira x

Bastão de vidro x x

Bureta x

*Levar em consideração material e temperatura da estufa

Conforme a tabela 01, podemos observar as diferentes características e utilidades dessas


vidrarias e equipamentos, cada uma visando uma diferente finalidade. Isso nos mostra a
importância de conhecê-los, saber as diferenças que apresentam entre si e suas funções,
a fim de utilizá-los de maneira adequada para suprir as necessidades do indivíduo ou da
coletividade.

2. Dez das principais vidrarias e equipamentos utilizadas nos laboratório

A. Tubo de ensaio (ilustrado na figura 1): utilizado em experimentos de reações


químicas em pequena escala, principalmente testes qualitativos. Suas principais
funções são coletar, aquecer, misturar, armazenar amostras e substâncias. Podem
ser aquecidos em movimentos circulares diretamente sob a chama do Bico de
Bunsen, mas devem ser aquecidos de forma que a extremidade aberta não esteja
virada para o usuário. Além disso, os tubos são geralmente mantidos em uma
estante.
B. Béquer (ilustrado na figura 2): Bastante comum na utilização com amostras, tem
como utilidade a dissolução de uma substância em outra, preparar soluções em
geral, aquecer líquidos (colocando-o sobre uma tela de amianto), dissolver
substâncias sólidas e realizar reações.

C. Erlenmeyer (ilustrado na figura 3): Semelhante ao Béquer, possui gargalo estreito e


por isso é utilizado para dissolver substâncias, agitar soluções, aquecer líquidos
sobre a tela de amianto, além de ser muito utilizado em titulações. Além disso,
possui a vantagem de permitir a agitação manual da solução.

D. Balão de fundo chato (ilustrado na figura 4): pode ser utilizado para aquecer
líquidos ou soluções, realizar reações em que há desprendimentos de gases,
também tem capacidade de armazenamento.
E. Funil de vidro (ilustrado na figura 6): usado em transferência de líquidos e em
filtrações simples, apresenta duas aplicações importantes, na transferência de
líquidos para frascos de boca estreita ou em filtração, para suportar o papel poroso
(papel de filtro) destinado a reter as partículas grosseiras, em suspensão na
mistura sólido-líquida a ser separada.

F. Pisseta (ilustrado na figura 7): é um frasco de plástico com uma cânula curva,
projetado para abrigar água destilada e solventes. É usada para lavagens,
remoções de precipitações e outros fins.

G. Bastão de vidro (ilustrado na figura 8): é encontrado em várias medidas e são


essenciais para facilitar a homogeneização, também usado para a agitação de
soluções, transporte de líquidos de um recipiente para outro e outros fins.

H. Espátula (ilustrado na figura 9): Objeto com duas extremidades sendo uma com
formato côncavo e outra reta. Utilizado para transferir substâncias sólidas.
I. Pinça de madeira (ilustrado na figura 10): Utilizada para segurar tubos de ensaio e
evitar contato com as vidrarias e demais materiais, principalmente, aqueles que
foram levados a altas temperaturas, visto que a madeira não conduz tanto calor.

J- Bureta (ilustrado na figura 5): utensílio de formato cilíndrico, e estreito, utilizado


para medir dosagem volumétrica de líquidos e com uma torneira na extremidade
inferior que permite interromper o escoamento do líquido no instante desejado.
Além de ser de precisão e grande exatidão.
CONCLUSÃO

Com a realização deste relatório, conclui-se, portanto, a importância de conhecer os


diferentes tipos de vidrarias e equipamentos encontrados dentro dos laboratórios, visto
que há uma grande diversidade desses utensílios. Existe as mais precisas ou resistentes
que outras, já que possuem formatos, composições de materiais diferentes e foram
projetadas para finalidades distintas. Cada uma com suas particularidades e
características, na qual parte do profissional ou estudante saber distinguir qual será o
mais adequado na realização de algum experimento. Além do mais, existe uma infinidade
de equipamentos que também são utilizados dentro do ambiente laboratorial, auxiliando
no manuseio das vidrarias e na realização dos trabalhos laboratoriais. O experimento
“Teste para radical de sódio” no laboratório virtual PraxiLabs foi de suma importância
para nosso aprendizado, visto que pudemos aplicar na prática esse conhecimento,
através do manuseio desses utensílios, compreendendo com mais clareza suas
finalidades. Dessa forma, visando um bom rendimento nesses ambientes, é fundamental
que o indivíduo conheça, não só as normas de segurança, como também os
equipamentos utilizados e suas respectivas funções.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

INSTITUTO MACAPENSE DE ENSINO SUPERIOR – IMMES, COMISSÃO DE


BIOSSEGURANÇA – Cbioss. Manual de Boas Práticas: Fortalecendo a
Biossegurança nos laboratórios no IMMES. Macapá, 2011. 13p

WINKLER, Georgia. Fundamentos da Patologia Clínica. Colégio Dr. Clóvis Bevilácqua.


2018. 19p

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB, INSTITUTO DE QUÍMICA – IQ. Química Geral


Experimental: Roteiro de Experimentos na UnB. Brasília, 2020. 71p

LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO - LACEN.


Manual de Biossegurança. Espírito Santo, 2019. 62p.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP. Guia para utilização de laboratórios


químicos e biológicos. Sorocaba, SP, 2013. 30p.

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