Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objectivos
Apόs estudar cuidadosamente este tema, vocȇ será capaz de:
reconhecer a importȃncia da comunicaçᾶo na Gestᾶo de Pessoas;
identificar os elementos do processo de comunicaçᾶo;
reconhecer factores que dificultam a comunicaçᾶo;
aplicar técnicas para tornar mais eficiente a comunicaçᾶo nas em-
presas.
IMPORTANCIA DA COMUNICAO
Por isso é que se requer do profissional de recursos humanos, ou gestor em geral, antes de
qualquer outra habilidade, o desempenho eficiente da funçᾶo de comunicador,
o que irá exigir o conhecimento do processo de comunicaçᾶo, o reconhecimento
dos factores que a dificultam e o dominio das regras para torná-la mais eficiente.
1
PROCESSO DE COMUNlCACAO
Realimentação
Figura 1: Modelo de Berlo 1963
2
constatar que entendeu a mensagem (cornpreensᾶo), esclarece a fonte acerca
de seu entendimento (realimentaçao).
A analise desse esquema deixa claro que a cornunicaçᾶo vai alérn do sim-
ples acto de informar. Requer sintonia com o interlocutor e tambérn o esclareci-
mento por parte deste acerca dos efeitos produzidos pela mensagem.
Pode-se, portanto, dizer que a comunicaçᾶo so pode ser considerada eficaz
quando a cornpreensᾶo do receptor coincide com o significado pretendido pelo
emissor.
BARRElRAS A COMUNlCACAO
Ruidos na comunicaçᾶo
Muitas vezes, o emissor tem uma vaga ideia do que pretende comunicar,
mas, em lugar de aperfeiçoa-Ia, passa a transmiti-la assim mesmo, imaginando
que seu interlocutor se incumbira naturalmente desse aperfeiçoamento.
De modo geral, isso não acontece. Mesmo uma ideia clara corre o risco de
ser mal interpretada em decorrência de outros factores. Por isso, o emissor deve-
ra primeiramente garantir que a ideia seja clara para si. E também devera estar
ciente de que a falta de clareza de uma ideia poderá estar ligada a sua propria
rejeição. É muito mais facil comunicar uma ideia ern que se acredita.
Comunicação multipla
Uma pessoa pode estar interessada ern se comunicar apenas verbalmente.
Na realidade, contudo, pode expressar-se também pelas mãos, pela curvatura
do corpo, pelo movimento dos rmúsculos da face etc.
3
Por uma série de razões de ordem psicológica, nem sempre a comunicação
verbal coincide corn a comunicação produzida pelo corpo. Não fica dificil ima-
ginar uma pessoa falando uma coisa corn a boca, outra corn as mãos e ainda
outra corn os pés. Veja a proposito o livro ‘’O corpo fala’’ , de Pierre Weil e Ro-
land Tompakov (1992).
Problemas de codificaçᾶo
Bloqueio emocional
Habitos de locuçᾶo
Quando uma pessoa inicia a conversa do que supõe que a outra pessoa
pensa ou sabe, a comunicaçᾶo pode nᾶo se completar, pois a suposiçᾶo pode ser
falsa.
4
Ruidos decorrentes do receptor
Audiçᾶo seletiva
Desinteresse
Avaliação prematura
Crenças e atitudes
Todos tern opiniões sobre muitos dos assuntos abordados nas comunica-
ções. Assim, tendem a valorizar determinados tipos de comportamento e envol-
ver-se emocionalmente em discussões. Quando crenças mais arraigadas sᾶo ob-
jecto de crítica, podem sentir-se ofendidos e mesmo ameaçados. Assim, ouvir
certas coisas pode ser perigoso, já que contribui para prejudicar a auto-imagem.
Reacçᾶo ao emissor
A reacçᾶo a pessoa que fala também contribui para que se ouça menos do
que efectivamente foi dito. O sotaque, a maneira de vestir, a gesticulaçᾶo, assim
como uma série de outros factores relacionados a pessoa que fala, sᾶo capazes
5
de provocar desagrado nos ouvintes. Em virtude de tudo isso, nem sempre se é
capaz de ouvir tudo o que as pessoas dizem.
Preconceitos e estereótipos
Experiências anteriores
Aquilo que se ouve ou entende quando alguem fala é, em grande parte, re-
sultado de experiências próprias, necessidades ou formaçᾶo. O que se ouve na
realidade é o que as mentes dizem que a pessoa falou. Todos tem ideias precon-
cebidas acerca do que as pessoas querem dizer quando falam. Essas ideias cons-
tituem a "prontidᾶo para receber". Dai a tendência a promover filtragens ou
distorções nas mensagens recebidas.
Atribuiçᾶo de intenções
Comportamento defensivo
6
para abandonar o código próprio de sua ocupaçᾶo ao se dirigirem a pessoas
sem maior experiência nessa área.
Sugere-se, pois, que o receptor, antes de iniciar a comunicaçᾶo, procure
indagar: Quais são os conhecimentos do receptor em relaçᾶo ao assunto a ser
abordado? Qual é o seu nível de linguagem? Qual é o seu grau de interesse?
Ouvir
7
corn a resposta a ser dada.
A actitude de escuta não é facil. Gostamos mais de falar do que de ouvir. Fi-
camos impacientes ou mesmo irritados corn as explicações dos outros. Gosta-
mos de avaliar e dar conselhos. E o que é mais grave: ouvimos melhor o que
gostamos de ouvir.
As reações que melhor expressam a actitude de escuta sᾶo as interrogações
e as reforrnulações. Por exemplo:
"Voce disse que ... ; é isso mesmo?"
"Voce se referiu a ... Pode esclarecer urn pouco mais?"
Convém considerar que a actitude de interrogaçᾶo difere da actitude de in-
querito, já considerada, pois refere-se especificamente a mensagem apresentada
e nᾶo a possiveis razões que determinararn a mensagem.
A actitude de escuta relaciona-se intimamente a realimentaçᾶo, que será
considerada a seguir.
Provocar realimentaçᾶo
8
A solicitaçᾶo de realimentaçᾶo pode, no entanto, transformar-se numa acti-
vidade desagradavel e muitas vezes inócua (inofensiva) para quem não esta acostumado. De
facto, pedir a alguem para que reproduza a mensagem que foi apresentada pode
parecer uma sabatina. E, como já foi visto, a actitude sabatinadora não é das que
mais favorecem a comunicaçᾶo ..
É necessario que a pessoa que pretende comunicar uma mensagem, logo
no inicio do processo, procure deixar claro que a cornunicaçᾶo se dará em duas
vias. Para tanto, convém que o interlocutor seja colocado à vontade e encoraja-
do a falar, sobretudo para pedir mais esc1arecimentos. Ou, utilizando outros
termos: que o emissor se disponha em alguns momentos a assumir o papel de
receptor.
Exprimir-se
O acto de exprimir-se diante de uma pessoa ou de urn grupo requer certo
número de cuidados, que costumam ser objecto de cursos de oratória. Os mais
importantes serᾶo rapidamente analisados a seguir.
A Voz
Os Gestos
Já foi lembrado que as pessoas nᾶo se comunicam apenas pela voz ou pela
escrita. Todo o corpo fala: os olhos, as mᾶos, os pés etc. Pode ocorrer, mesmo,
que se diga uma coisa com a boca, mas os movimentos das mᾶos e a inclinaçᾶo
do corpo digam outra. Nestes casos, é até provavel que a linguagem do corpo
9
sejá mais sincera do que a expressa com as palavras. Por isso, ao se falar, prin-
cipalmente para urn grupo, convém cuidar também dos gestos, para que a co-
municaçᾶo seja harmoniosa.
Atençᾶo especial deve ser conferida ao olhar, pois este pode ser entendido
como o liame entre o emissor e o receptor. Olhar o outro serve para certifi-
car-lhe de que é para ele que se fala, para solicitar sua atençᾶo, para incutir-lhe
seguranca e também para indicar-lhe como sua fala é recebida.
Quando se fala para um grupo númeroso, convém olhar para todos os par-
ticipantes. Algumas pessoas tendem a olhar mais para a direita e outros mais
para a esquerda. Convém, pois, identificar as tendências pessoais e esforcar-se
para olhar para todos os membros do grupo. Esta postura podera inicialmente
parecer urn tanto artificial, mas com o tempo tenderá a integrar-se ao compor-
tamento usual.
O Silencio
A Linguagem
Apoiar
10
Comportamentos defensivos e de apoio.
Muitas vezes, o emissor se vale de uma estratégia para nᾶo deixar claros
seus objectivos. O receptor, por sua vez, torna-se defensivo, porque teme ser viti-
ma de uma intençᾶo oculta. Urn chefe, por exemplo, pode insinuar a seus fun-
cionários que "esta investigando para saber quem esta atendendo os clientes de
maneira inadequada".
Esse chefe poderia agir com mais espontaneidade e dizer que foi informa-
do por alguns clientes que nᾶo estᾶo sendo bem atendidos e acha melhor que
isso nᾶo volte a ocorrer.
Quando uma comunicaçᾶo é feita com neutralidade, ou seja, sem envolvi-
mento, o ouvinte sente falta de interesse e coloca-se na defensiva. E o caso do
chefe que na entrevista de avaliaçᾶo de desempenho diz a seu subordinado: "seus pontos fortes
foram ... seus pontos fracos foram ... Avaliaçᾶo: regular."
Se essa comunicaçᾶo fosse feita de maneira mais afectiva, com entonaçᾶo
entusiasmada, favoreceria a empatia com o funcionario e, consequentemente,
urn comportamento mais receptivo.
Quando o emissor transmite sentimentos de superioridade fisica, financei-
ra ou intelectual, provoca reações de defesa. É comum ouvir urn chefe dizer ao
funcionário: "como voce nᾶo entende do assunto, deixe isso comigo."
Não é muito fácil para quem esta numa posiçᾶo hierarquicamente superior
assumir uma postura de igualdade. Porém, esse chefe poderia dizer: "Você tem
todas as condições para resolver esse problema, mas como ele requer uma solu-
çᾶo urgente, gostaria de assumi-lo."
Há emissores que parecem sempre ter certeza; nᾶo precisam de informa-
ções complementares e nᾶo admitem a possibilidade de se equivocar. Em virtu-
de disso, predispõern os interlocutores a actitudes defensivas. Como, por exern-
plo, o chefe de pessoal que diz a urn funcionário: "Você nᾶo tern absolutamente
o direito que alega ter. Nem precise consultar ninguern, pois nᾶo há como aten-
der a sua solicitaçᾶo."
Esse chefe poderia reduzir a defesa do ouvinte, se apresentasse maior fle-
xibilidade nas afirmações. Ele poderia, por exempIo, dizer ao funcionário: "sua
11
solicitaçᾶo me parece dificil de atender. Em todo caso, vou consultar a gerência
para ver se há alguma possibilidade."
LEITURAS COMPLEMENTARES
12
7 despreparado. Ele aceita o convite para a palestra, mas, confiante na ajuda
divina, nᾶo se prepara. Planear é perda de tempo e o improviso, excitante. Por isso
ele desconhece as necessidades do público e nᾶo sabe o que dizer, nem como dizer:
Suas ideias mostram-se confusas porque lhes faltam objectividade, coerência, fluência
e poder de sintese.
8 espalhafatoso. Esta sempre arrumando o cabelo e a roupa, contemplando as
próprias unhas. Utiliza o vidro da janela da sala como um espelho. Tudo nele é exces-
sivo: o colorido das roupas, a largura da gravata. Seus trajes gritam o tempo todo.
É impossivel prestar atençᾶo naquilo que diz."
Extraido de: MENDES, Eunice. Oito tipos de apresentadores que devem ser evitados. Ser humano
n 145, jun. 1999, p. 22-23.
LEITURAS RECOMENDADAS
MEDEIROS, Joᾶo Bosco. Comunicaçᾶo empresarial. 3. ed. Sᾶo Paulo: Atlas, 1998.
Esta obra procura seleccionar dúvidas e expor alternativas capazes de tornar
mais eficaz a cornunicaçᾶo escrita nas empresas. As técnicas apresentadas visarn
simplificar a linguagem e livra-las dos empecilhos que prejudicam a decodificaçᾶo e a
comunicaçᾶo imediata.
WElL, Pierre; TOMPAKOV, Roland. O corpo fala. 20. ed. Petropolis: Vozes, 1992.
13
Os autores tratam da rica linguagem da expressᾶo corporal. Possibilitam, com o
auxilio de caricaturas, identificar o que as pessoas falam com as diferentes partes do
corpo.
14
5. Quando você acha que já sabe o que a outra pessoa esta tentando dizer, para de
ouvir ?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
6. Você se vale dos diferentes meios eletrónicos disponiveis para se comunicar?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
7. Você submete a critica suas cartas e documentos importantes?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
8. Você costuma julgar o conteúdo da mensagem dos outros?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
9. Você planeja antecipadamente como vai comunicar-se?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
10. Você é capaz de receber um feedback negativo sem ficar na defensiva?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
11. Você procura identificar o humor das pessoas quando se comunica com elas?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
12. Você pede aos outros para esclarecerem o que nᾶo compreende?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
13. Você tern dificuldade para participar de conversas cujo assunto nᾶo é de seu inte-
resse?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
14. Você consegue imaginar como seu interlocutor se sente enquanto esta conver-
sando com voce?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
15. Você tem dificuldade para se concentrar no que uma pessoa esta falando em
meios em que a muito barulho?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
16. Você dispõe do tempo necessario para dar as informações de que as pessoas ne-
cessitam?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
17. Você se irrita quando as pessoas nᾶo entendem o que disse?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
18. Sua tendência é a de nᾶo ouvir as pessoas das quais discorda?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
19. Você costuma divagar (afastar-se) enquanto esta ouvindo os outros?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
20. Você procura prestar atençᾶo as ideias mais importantes e nᾶo aos detalhes?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
21. Você é capaz de prever a reaçᾶo dos outros a suas palavras?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
22. Você sabe quais os assuntos, frases e palavras que lhe fazem reagir emocional-
mente?
15
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
23. Você procura conhecer os sentimentos das pessoas com quem fala?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
24. Você procura imaginar como as pessoas gostariam de receber suas inforrnações?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
25. Você costuma se lembrar do conteúdo emocional ou da forma como as mensa-
gens sᾶo passadas?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
26. Você costuma interromper uma conversa para corrigir quem fala?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
27. Você corta a conversaçᾶo das pessoas para fazer perguntas?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
28. Você costuma pedir as pessoas para repetir o que disseram?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes ( ) Sempre
PONTUACAO
Faça um circulo em torno do número correspondente a alternativa que você
marcou em cada uma das perguntas:
Para as questões 1, 2, 4, 6, 7, 9, 10, 11, 12, 14, 16, 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 28:
Nunca Algumas vezes Muitas vezes Sempre
1 2 3 4
INTERPRETACAO
Total de pontos :
De 28 a 49 Sua cornunicaçᾶo nᾶo esta sendo muito eficiente. As outras pessoas
podem nᾶo estar entendendo o que você quer dizer. Entretanto, você
pode melhorar sua capacidade comunicativa. Ouça o que as pessoas
tem a lhe dizer e aprenda com seus próprios erros.
De 50 a 70 Nem sempre você consegue comunicar-se com eficiência. Algumas
áreas devem merecer mais atençᾶo, Procure identifica-las e melhorar seu
desempenho.
De 71 a 91 De modo geral, você comunica-se com eficiência, mas pode trabalhar
alguns pontos.
De 92 a 112 Você comunica-se muito bem. Entretanto, nᾶo se esqueça de que
sempre é possivel melhorar.
16