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INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS ..................................................................... 7
Necessidades fisiológicas ............................................................................................. 7
Necessidades de segurança ........................................................................................... 7
Necessidades sociais ..................................................................................................... 7
Necessidades de "status" ou de estima ......................................................................... 8
Necessidade de auto realização .................................................................................... 8
A EVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NOS PERÍODOS HISTÓRICOS ....... 8
PERÍODO PRÉ-CRISTÃO .............................................................................................. 8
Egito ............................................................................................................................. 8
Índia .............................................................................................................................. 8
Assíria e Babilônia ....................................................................................................... 9
China............................................................................................................................. 9
Japão ............................................................................................................................. 9
Grécia.......................................................................................................................... 10
Roma........................................................................................................................... 10
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM .................................................................................. 11
Período Florence Nightingale ..................................................................................... 11
A ENFERMAGEM COMO PROFISSÃO ..................................................................... 12
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM NO BRASIL ............................................................ 12
ANNA NERY ................................................................................................................. 14
SÍMBOLOS DA ENFERMAGEM ................................................................................ 15
Resolução COFEN-218/1999 ..................................................................................... 15
Resolve: ...................................................................................................................... 15
REGULAMENTO APROVADO PELA RESOLUÇÃO 218/99 I - SIMBOLOGIA
APLICADA À ENFERMAGEM: .................................................................................. 15
INFECÇÃO .................................................................................................................... 16
INFECÇÃO HOSPITALAR .......................................................................................... 16
Fatores de risco para ocorrer a infecção ..................................................................... 16
Fontes ou reservatórios de microrganismos ............................................................... 17
TIPOS DE INFECÇÕES ................................................................................................ 17
Modos de transmissão ................................................................................................ 17
A transmissão por contato pode ser: ........................................................................... 18
SISTEMA DE PRECAUÇÕES E ISOLAMENTO ....................................................... 19
Precaução Padrão ........................................................................................................ 19
Isolamento .................................................................................................................. 19
ÁREAS E ARTIGOS HOSPITALARES ....................................................................... 20
Áreas hospitalares ....................................................................................................... 20
LAVAGEM DAS MÃOS............................................................................................... 21
LUVAS ........................................................................................................................... 23
Tipos ........................................................................................................................... 23
Finalidade ................................................................................................................... 23
Método para calçar as luvas........................................................................................ 23
MÉTODO DE RETIRADA DAS LUVAS ESTÉREIS ................................................. 25
PREPARO DA CAMA HOSPITALAR ........................................................................ 26
Tipos de preparo ......................................................................................................... 26
Cama fechada ............................................................................................................. 26
Material ....................................................................................................................... 26
MÉTODO DE DOBRADURA ...................................................................................... 26
ORDEM NA QUAL A ROUPA DEVERÁ SER COLOCADA NO ESPALDAR DA
CADEIRA ...................................................................................................................... 27
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MÉTODO ....................................................................................................................... 27
Cama aberta ................................................................................................................ 27
Material ....................................................................................................................... 27
Método ........................................................................................................................ 28
Cama para operado ..................................................................................................... 28
Finalidade ................................................................................................................... 28
Materiais ..................................................................................................................... 28
Método ........................................................................................................................ 28
CUIDADOS DE HIGIENE CORPORAL NO LEITO .................................................. 29
Banho no leito ............................................................................................................. 29
Materiais ..................................................................................................................... 29
Procedimento .............................................................................................................. 29
Observação: ................................................................................................................ 31
Cuidados perineais ...................................................................................................... 31
Higiene oral ................................................................................................................ 32
Limpeza de próteses dentárias .................................................................................... 32
Cuidado com os cabelos ............................................................................................. 33
Lavagem dos cabelos no leito ......................................................................................... 33
Banho de aspersão (chuveiro) .................................................................................... 33
POSICIONAMENTO ..................................................................................................... 34
Decúbito dorsal, horizontal ou supina: ....................................................................... 34
Posição de Decúbito Lateral ....................................................................................... 35
Posição de Fowler: ..................................................................................................... 37
Decúbito ventral ou de prona: .................................................................................... 38
Decúbito lateral ou Sims: ........................................................................................... 39
Posição Genupeitoral .................................................................................................. 40
Posição ginecológica .................................................................................................. 41
Posição litotômica ...................................................................................................... 42
Posição de trendelemburg........................................................................................... 42
CUIDADOS COM A PELE ........................................................................................... 43
ÚLCERAS POR PRESSÃO........................................................................................... 44
Classificação da Úlcera de Pressão ............................................................................ 44
Esta classificação verifica o comprometimento tecidual: .......................................... 44
Causas imediatas ........................................................................................................ 44
Cuidados preventivos ................................................................................................. 45
CURATIVO ................................................................................................................... 45
Tipos de curativos O curativo pode ser: ..................................................................... 45
Medidas de antissepsia ............................................................................................... 46
Soluções mais utilizadas ............................................................................................. 46
Feridas com drenos ..................................................................................................... 50
SINAIS VITAIS ............................................................................................................. 51
VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS (SSVV) ............................................................. 51
Os Sinais Vitais (SSVV) referem-se a: ...................................................................... 51
ARTÉRIAS MAIS UTILIZADAS PARA A VERIFICAÇÃO DO PULSO ................. 53
VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ............................................................... 54
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS .............................................................................. 56
Finalidade ................................................................................................................... 56
Método de verificação do peso ................................................................................... 56
Método de verificação de estatura .............................................................................. 57
ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE ................................................................................ 57
Método para alimentar pacientes acamados, capaz de alimentar-se sozinho: ............ 57
3
Método para alimentar pacientes acamados, incapazes de alimentar-se sozinho: ..... 58
Alimentação por Gavagem ......................................................................................... 58
SONDA NASOENTERAL ............................................................................................ 60
SONDAGEM NASOGÁSTRICA .................................................................................. 62
Materiais Sonda gástrica ............................................................................................. 62
Método ........................................................................................................................ 62
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS ............................................................... 64
Descrição da Técnica: ................................................................................................. 64
Medicação Via Endovenosa ....................................................................................... 65
Descrição da Técnica: ................................................................................................. 66
MEDICAÇÃO VIA NASAL ......................................................................................... 67
Medicação Via Ocular ................................................................................................ 68
Material: ..................................................................................................................... 68
MEDICAÇÃO VIA ORAL ............................................................................................ 69
Via Oral Através de Sondas (Nasogástrica ou Nasoenteral) ...................................... 70
Via Oral Através de Sondas (Nasogástrica ou Nasoenteral) ...................................... 71
Medicação Via Otológica ........................................................................................... 71
Medicação Via Retal .................................................................................................. 72
Medicação Via Subcutânea ........................................................................................ 73
Medicação Via Sublingual.......................................................................................... 75
Medicação Via Tópica (Cutânea) ............................................................................... 76
Medicação Via Intramuscular ..................................................................................... 76
Medicação Via Intradérmica ...................................................................................... 78
Tricotomia .................................................................................................................. 80
ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL ................................................................................ 81
VERIFICAÇÃO DE GLICEMIA CAPILAR ................................................................ 82
VERIFICAÇÃO DE GLICOSÚRIA E CETONÚRIA .................................................. 84
TROCA DE ÁGUA DO FRASCO DE DRENAGEM DE TÓRAX (selo d’água) ....... 84
DOCUMENTAÇÃO ...................................................................................................... 86
Prontuário Médico ...................................................................................................... 86
O que anotar: condições físicas .................................................................................. 86
Passagem de plantão ................................................................................................... 88
Admissão Hospitalar .................................................................................................. 88
Transferência .............................................................................................................. 90
Ordem e Limpeza ....................................................................................................... 90
Limpeza geral ou terminal .......................................................................................... 90
CUIDADOS COM RESÍDUOS ..................................................................................... 91
CATETERISMO VESICAL .......................................................................................... 92
Cateterismo vesical de alívio ...................................................................................... 93
Cateterismo vesical de demora ................................................................................... 94
BALANÇO HÍDRICO ............................................................................................... 95
CUIDADOS COM ÚLCERA DE PRESSÃO ............................................................... 97
DESCRIÇÃO DA TÉCNICA: ....................................................................................... 97
1. Avaliação de risco: ................................................................................................. 97
2. Cuidados com a pele e medidas preventivas: ......................................................... 97
3. Redução de carga mecânica e utilização de superfícies de suporte: ...................... 98
ACESSO VENOSO PERIFÉRICO ................................................................................ 99
CÁLCULO DE GOTEJAMENTO ............................................................................... 101
APLICAÇÃO DE CALOR .......................................................................................... 103
CATETER NASAL ...................................................................................................... 105
COLETA DE URINA TIPO I ...................................................................................... 105
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Descrição da Técnica: ............................................................................................... 106
NEBULIZAÇÃO .......................................................................................................... 107
COLETA DE SANGUE ARTERIAL .......................................................................... 108
EXAMES LABORATORIAIS .................................................................................... 110
ANTIBIOGRAMA ....................................................................................................... 110
BAAR, CULTURA ...................................................................................................... 110
BAAR, PESQUISA ...................................................................................................... 111
COLESTEROL - HDL ................................................................................................. 111
COLESTEROL TOTAL / LDL E VLDL .................................................................... 112
GLICOSE ..................................................................................................................... 113
GLICOSE PÓS - PRANDIAL ..................................................................................... 113
GLICOSE TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA............................................................ 114
HEMOGRAMA ........................................................................................................... 114
PARASITOLÓGICOS DE FEZES .............................................................................. 115
PREPARO DO CORPO APÓS A MORTE ................................................................. 117
BIBLIOGRAFIAS ........................................................................................................ 122

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INTRODUÇÃO

Pode–se considerar que a enfermagem sempre esteve voltada para atender as


necessidades de assistência de saúde da sociedade. Ela originou-se do desejo de manter as
pessoas saudáveis, assim como propiciar conforto, cuidados e confiança ao enfermo.

“A enfermagem como profissão, é a única na medida, em que se dedica humanista, ás


reações dos pacientes e de suas famílias, frente aos problemas reais e potenciais”.

SAÚDE: É um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não meramente a


ausência de doença ou enfermidade.

3 – DOENÇA: É um processo anormal no qual o funcionamento do organismo de uma


pessoa está diminuído ou prejudicado em uma ou mais dimensões.

NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS


Necessidades fisiológicas
Estas são as necessidades mais básicas
(oxigênio, hidratação, nutrição, temperatura,
excreção, repouso, sexo). Uma vez satisfeitas
estas necessidades passamos a nos preocupar
com outras coisas.
Necessidades de segurança
No mundo conturbado em que vivemos
procuramos fugir dos perigos, buscamos por
abrigo, segurança, proteção, estabilidade e
continuidade. A busca da religião, de uma
crença deve ser colocada neste nível da
hierarquia.
Necessidades sociais
O ser humano precisa amar e pertencer. O ser humano tem a necessidade de ser
amado, querido por outros, de ser aceito por outros. Nós queremos nos sentir necessários
a outras pessoas ou grupos de pessoas. Esse agrupamento de pessoas pode ser, no seu
local de trabalho, na sua igreja, na sua família, no seu clube ou na sua torcida. Todos estes
agrupamentos fazem com que tenhamos a sensação de pertencer a um grupo .

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Necessidades de "status" ou de estima
O ser humano busca ser competente, alcançar objetivos, obter aprovação e ganhar
reconhecimento.
Necessidade de auto realização
O ser humano busca a sua realização como pessoa, a demonstração prática da
realização permitida e alavancada pelo seu potencial único. O ser humano pode buscar
conhecimento, experiências estéticas e metafísicas, ou mesmo a busca de Deus.
Os profissionais de saúde preocupam-se que estas necessidades básicas sejam
proporcionadas aos pacientes que buscam assistência.

A EVOLUÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NOS PERÍODOS HISTÓRICOS


PERÍODO PRÉ-CRISTÃO

Neste período as doenças eram tidas como um castigo de Deus ou resultavam do


poder do demônio. Por isso os sacerdotes ou feiticeiras acumulavam funções de médicos e
enfermeiros. O tratamento consistia em aplacar as divindades, afastando os maus espíritos
por meio de sacrifícios. Usavam-se: massagens, banho de água fria ou quente. Mais tarde
os sacerdotes adquiriam conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a ensinar
pessoas, delegando-lhes funções de enfermeiros e farmacêuticos. Alguns papiros,
inscrições, monumentos, livros de orientações política e religiosas, ruínas de aquedutos e
outras descobertas nos permitem formar uma idéia do tratamento dos doentes.

Egito

Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua época.


As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação de fórmulas
religiosas. Pratica-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos; acreditava-se na influência
de algumas pessoas sobre a saúde de outras. Havia ambulatórios gratuitos, onde era
recomendada a hospitalidade e o auxílio aos desamparados.

Índia

Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus conheciam: ligamentos,


músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos para alguns tipos de envenenamento e
o processo digestivo. Realizavam alguns tipos de procedimentos, tais como: suturas,
amputações e corrigiam fraturas. Neste aspecto o budismo contribui para o
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desenvolvimento da enfermagem e da medicina. Os hindus tornaram-se conhecidos pela
construção de hospitais. Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam
deles qualidades morais e conhecimentos científicos. Nos hospitais eram usados músicos e
narradores de histórias para distrair os pacientes. O bramanismo fez decair a medicina e a
enfermagem, pelo exagerado respeito ao corpo humano - proibia a dissecção de
cadáveres e o derramamento de sangue. As doenças eram consideradas castigo.

Assíria e Babilônia

Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para médicos incompetentes, tais


como: amputação das mãos, indenização, etc. A medicina era baseada na magia -
acreditava-se que sete demônios eram os causadores das doenças. Os sacerdotes -
médicos vendiam talismãs com orações usadas contra ataques dos demônios. Nos
documentos assírios e babilônicos não há menção de hospitais, nem de enfermeiros.
Conheciam a lepra e sua cura dependia de milagres de Deus, como no episódio bíblico do
banho no rio Jordão. "Vai, lava-te sete vezes no Rio Jordão e tua carne ficará limpa".

China

Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As doenças eram classificadas da


seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os sacerdotes eram divididos em três
categorias que correspondiam ao grau da doença da qual se ocupava. Os templos eram
rodeados de plantas medicinais. Os chineses conheciam algumas doenças: varíola e sífilis.
Tratamento: anemias indicavam ferro e fígado; doenças da pele aplicavam o arsênico.
Anestesia: ópio. Construíram alguns hospitais de isolamento e casas de repouso. A cirurgia
não evoluiu devido a proibição da dissecção de cadáveres.

Japão

Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A medicina era fetichista e a


única terapêutica era o uso de águas termais.

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Grécia

As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia. Apolo, o deus sol, era o deus da
saúde e da medicina. Usavam sedativos, fortificantes e hemostáticos, faziam ataduras e
retiravam corpos estranhos, também tinham casas para tratamento dos doentes. A
medicina era exercida pelos sacerdotes - médicos, que interpretavam os sonhos das
pessoas. Tratamento: banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água pura mineral.
Dava-se valor à beleza física, cultural e a hospitalidade. O excesso de respeito pelo corpo
atrasou os estudos anatômicos. O nascimento e a morte eram considerados impuros,
causando desprezo pela obstetrícia e abandono dos doentes graves. A medicina tornou-se
científica, graças a Hipócrates, que deixou de lado a crença de que as doenças eram
causadas por maus espíritos. Hipócrates é considerado o Pai da Medicina. Observava o
doente, fazia diagnóstico, prognóstico e a terapêutica. Reconheceu doenças como:
tuberculose, malária, histeria, neurose, luxações e fraturas. Seu princípio fundamental na
terapêutica consistia em "não contrariar a natureza, porém auxiliá-la a reagir". Tratamentos
usados: massagens, banhos, ginásticas, dietas, sangrias, e calmantes, ervas medicinais e
medicamentos minerais.

Roma

A medicina não teve prestígio em Roma.


Durante muito tempo era exercida por escravos
ou estrangeiros. Os romanos eram um povo,
essencialmente guerreiro. O indivíduo recebia
cuidados do Estado como cidadão destinado a
tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso.
Roma distinguiu-se pela limpeza das ruas,
ventilação das casas, água pura e abundante e
redes de esgoto. Os mortos eram sepultados
fora da cidade, na via Ápia. O desenvolvimento
da medicina dos romanos sofreu influência do
povo grego.

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O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Influiu positivamente
através da reforma dos indivíduos e da família. Os cristãos praticavam uma tal caridade,
que movia os pagãos: "Vede como eles se amam".
Desde o início do cristianismo os pobres e enfermos foram objeto de cuidados
especiais por parte da Igreja.

HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

Período Florence Nightingale


Nascida a 12 de maio de 1820, em Florença, Itália, era filha de ingleses. Possuía
inteligência incomum, tenacidade de propósitos, determinação e perseverança - o que lhe
permitia dialogar com políticos e oficiais do Exército, fazendo prevalecer suas idéias.
Dominava com facilidade o inglês, o francês, o alemão, o italiano, além do grego e latim.
No desejo de realizar-se como enfermeira, passa o inverno de 1844 em Roma, estudando
as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz uma viagem ao Egito e decide-se a
servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert, Alemanha, entre as diaconisas.
Decidida a seguir sua vocação, procura completar seus conhecimentos que julga
ainda insuficientes. Visita o Hospital de Dublin dirigido pela Irmãs de Misericórdia, Ordem
Católica de Enfermeiras, fundada 20 anos antes. Conhece as Irmãs de Caridade de São
Vicente de Paulo, na Maison de la Providence em Paris. Aos poucos vai se preparando para
a sua grande missão.
Em 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à Rússia: “ Guerra da
Criméia.” Os soldados acham-se no maior abandono. A
mortalidade entre os hospitalizados é de 40%.
Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias
entre religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais.
Algumas enfermeiras foram despedidas por
incapacidade de adaptação e principalmente por
indisciplina. A mortalidade decresce de 40% para 2%.
Os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela
foi imortalizada como a "Dama da Lâmpada" porque, de
lanterna na mão, percorre as enfermarias, atendendo os

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doentes.
Durante a guerra contrai tifo e ao retornar da Criméia, em 1856, leva uma vida de
inválida.
Dedica-se porém, com ardor, a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos na Criméia,
recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio, consegue iniciar o que para
ela é a única maneira de mudar os destinos da Enfermagem - uma Escola de Enfermagem
em 1959.
Após a guerra, Florence fundou uma escola de Enfermagem no Hospital Saint
Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que foram fundadas
posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das características da escola
nightingaleana, bem como a exigência de qualidades morais das candidatas. O curso, de
um ano de duração, consistia em aulas diárias ministradas por médicos.
Nas primeiras escolas de Enfermagem, o médico foi de fato a única pessoa
qualificada para ensinar. A ele cabia então decidir quais das suas funções poderiam
colocar nas mãos das enfermeiras. Florence morre em 13 de agosto de 1910, deixando
florescente o ensino de Enfermagem. Assim, a Enfermagem surge não mais como uma
atividade empírica, desvinculada do saber especializado, mas como uma ocupação
assalariada que vem atender a necessidade de mão-de-obra nos hospitais, constituindo-se
como uma prática social institucionalizada e específica.

A ENFERMAGEM COMO PROFISSÃO

Atualmente a enfermagem não é somente arte, mas uma ciência, pois baseia-se em
princípios científicos.
Para Wanda Horta a enfermagem tem três seres:
 O ser enfermagem
 O ser enfermeiro
 O ser paciente.

HISTÓRIA DA ENFERMAGEM NO BRASIL

A organização da Enfermagem na Sociedade Brasileira começa no período colonial e


vai até o final do século XIX. A profissão surge como uma simples prestação de cuidados
aos doentes, realizada por um grupo formado, na sua maioria, por escravos, que nesta

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época trabalhavam nos domicílios. Desde o princípio da colonização foi incluída a abertura
das Casas de Misericórdia, que tiveram origem em Portugal.
A primeira Casa de Misericórdia foi fundada na Vila de Santos, em 1543. Em seguida,
ainda no século XVI, surgiram as do Rio de Janeiro, Vitória, Olinda e Ilhéus. Mais tarde
Porto Alegre e Curitiba, esta inaugurada em 1880, com a presença de D. Pedro II e Dona
Tereza Cristina.
No que diz respeito à saúde do povo brasileiro, merece destaque o trabalho do Padre
José de Anchieta. Ele não se limitou ao ensino de ciências e catequeses. Foi além. Atendia
aos necessitados, exercendo atividades de médico e enfermeiro. Em seus escritos
encontramos estudos de valor sobre o Brasil, seus primitivos habitantes, clima e as doenças
mais comuns.
A terapêutica empregada era à base de ervas medicinais minuciosamente descritas.
Supõe-se que os Jesuítas faziam a supervisão do serviço que era prestado por pessoas
treinadas por eles. Não há registro a respeito.
Outra figura de destaque é Frei Fabiano Cristo, que durante 40 anos exerceu
atividades de enfermeiro no Convento de Santo Antônio do Rio de Janeiro (Séc. XVIII).
Os escravos tiveram papel relevante, pois auxiliavam os religiosos no cuidado aos
doentes. Em 1738, Romão de Matos Duarte consegue fundar no Rio de Janeiro a Casa dos
Expostos. Somente em 1822, o Brasil tomou as primeiras medidas de proteção à
maternidade que se conhecem na legislação mundial, graças a atuação de José Bonifácio
Andrade e Silva. A primeira sala de partos funcionava na Casa dos Expostos em 1822. Em
1832 organizou-se o ensino médico e foi criada a Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro. A escola de parteiras da Faculdade de Medicina diplomou no ano seguinte a
célebre Madame Durocher, a primeira parteira formada no Brasil.
No começo do século XX, grande número de teses médicas foram apresentadas
sobre Higiene Infantil e Escolar, demonstrando os resultados obtidos e abrindo horizontes
e novas realizações. Esse progresso da medicina, entretanto, não teve influência imediata
sobre a Enfermagem.
Assim sendo, na enfermagem brasileira do tempo do Império, raros nomes de
destacaram e, entre eles, merece especial menção o de Anna Nery.

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ANNA NERY

Aos 13 de dezembro de 1814, nasceu


Ana Justina Ferreira, na Cidade de
Cachoeira, na Província da Bahia. Casou-se
com Isidoro Antonio Nery, enviuvando aos
30 anos.
Seus dois filhos, um médico militar e
um oficial do exército, são convocados a
servir a Pátria durante a Guerra do Paraguai
(1864-1870), sob a presidência de Solano
Lopes. O mais jovem, aluno do 6º ano de Medicina, oferece seus serviços médicos em prol
dos brasileiros.
Anna Nery não resiste à separação da família e escreve ao Presidente da Província,
colocando-se à disposição de sua Pátria. Em 15 de agosto parte para os campos de
batalha, onde dois de seus irmãos também lutavam. Improvisa hospitais e não mede
esforços no atendimento aos feridos.
Após cinco anos, retorna ao Brasil, é acolhida com carinho e louvor, recebe uma
coroa de louros e Victor Meireles pinta sua imagem, que é colocada no edifício do Paço
Municipal.
O governo imperial lhe concede uma pensão, além de medalhas humanitárias e de
campanha.
Faleceu no Rio de Janeiro a 20 de maio de 1880.
A primeira Escola de Enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome. Anna Nery
que, como Florence Nightingale, rompeu com os preconceitos da época que faziam da
mulher prisioneira do lar.
“A enfermagem é uma arte; e para realiza-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um
preparo tão rigoroso, como a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do
frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus . É uma das artes; poder-se-ia
dizer, a mais bela das artes ‘’
Florence Nightingale

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SÍMBOLOS DA ENFERMAGEM

Resolução COFEN-218/1999
Aprova o Regulamento que disciplina sobre Juramento, Símbolo, Cores e Pedra
utilizados na Enfermagem.
Aprova o Regulamento que disciplina sobre Juramento, Símbolo, Cores e Pedra
utilizados na Enfermagem. O Conselho Federal de Enfermagem-COFEN, no uso de suas
atribuições legais e estatutárias; CONSIDERANDO os estudos e subsídios contidos o PAD-
COFEN Nº 50/98, sobre " padronização de Juramento, Pedra, Cor, e Símbolos a serem
utilizados nas Solenidades de Formaturas ou representativas da Profissão ", pelo Grupo de
Trabalho constituído através da Portaria COFEN-49/98; CONSIDERANDO as diversas
consultas sobre o tema, que constantemente são efetuadas; CONSIDERANDO inexistir
legislação, normatizando a matéria; CONSIDERANDO deliberação do Plenário em sua
Reunião Ordinária de nº 273; realizada em 28.04.99.
Resolve:
Art. 1º- Aprovar o regulamento anexo que dispõe sobre o Juramento a ser proferido nas
Solenidades de Formatura dos Cursos de Enfermagem, bem como a pedra, a cor e o
Brasão ou marca que representará a Enfermagem, em anéis e outros acessórios que
venham a ser utilizados em nome da Profissão.
Art. 2º- Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

REGULAMENTO APROVADO PELA RESOLUÇÃO 218/99 I - SIMBOLOGIA APLICADA À


ENFERMAGEM:

Os significados dados aos símbolos utilizados na Enfermagem são os seguintes:


 Lâmpada: caminho, ambiente;
 Cobra: magia, alquimia;
 Cobra + cruz: ciência;
 Seringa: técnica
 Cor verde: paz, tranquilidade, cura, saúde.

 Pedra Símbolo da Enfermagem: Esmeralda


 Cor que representa a Enfermagem: Verde Esmeralda
 Símbolo: lâmpada, conforme modelo apresentado

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Brasão ou Marca de anéis ou acessórios:

Enfermeiro: lâmpada e cobra + cruz

Técnico e Auxiliar de Enfermagem: lâmpada e seringa

INFECÇÃO

É uma ação exercida no organismo decorrente da


presença de agentes patogênicos, podendo ser por bactérias,
vírus, fungos ou protozoários.

INFECÇÃO HOSPITALAR

É uma infecção adquirida durante a internação do paciente-cliente. Pode se


manifestar durante a internação ou mesmo após alta hospitalar.
A infecção hospitalar está associada com a hospitalização ou com procedimentos
hospitalares.

Fatores de risco para ocorrer a infecção


a) idade
b) doenças de base
c) desnutrição

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d) uso prolongado de medicamentos
e) tempo de hospitalização
f) procedimentos invasivos
g) técnica de uso e processamento de materiais inadequados

Fontes ou reservatórios de microrganismos


Os microrganismos apresentam muitas fontes ou reservatórios para desenvolver se,
entre eles :
 O próprio organismo
 Insetos
 Animais
 Objetos inanimados
 Alimentos

TIPOS DE INFECÇÕES

a) Endógena: pode ocorrer quando parte da flora natural do paciente sofre alterações,
convertendo-se em patógenos por modificação de sua estrutura.
Exemplo: candidíase vaginal.

b) Exógena: resulta de microrganismos externos ao indivíduo que não fazem parte da flora
natural.
Exemplo: bactérias, vírus, fungos, entre outros.

Modos de transmissão
a) Contato: Exemplos de doenças que necessitam isolamento de contato: Infecções por
bactérias multirresistentes, Clostridium difficile, Difteria cutânea, Enterovirus, Hepatite A,
Herpes simples, herpes zoster, Impetigo, abcessos, celulite ou úlceras de decúbito, ou
outras infecções por Staphylococcus aureus cutâneo, Parainfluenza, VSR, Rotavirus,
Escabíose, Pediculose, Shigella, Febre hemorrágica (Ébola).

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A transmissão por contato pode ser:
Direta: transferência física direta de um indivíduo infectado e um hospedeiro
susceptível.
Exemplo: manusear um paciente infectado e logo em seguida manipular outro sem lavar
as mãos (infecção cruzada).
Indireta: contato pessoal do hospedeiro susceptível com objetos inanimados
contaminados.
Exemplo: agulhas, roupas de camas, fômites (comadres, papagaios), entre outros.

b) Gotículas: o agente infeccioso entra em contato com mucosas nasal ou oral do


hospedeiro susceptível, através de tosse ou espirro.
Exemplo: Adenovírus, Difteria faríngea, Haemophilus influenza tipo b ( meningite tipo b ),
Influenza ( gripe ), Parotidite, Mycoplasma pneumoniae, Pertussis, rubéola, Faringite ou
pneumonia estreptocócica .

c) Pelo ar: núcleos secos de gotículas, ou seja, resíduos de gotículas evaporadas que
permanecem suspensas no ar, quando o indivíduo infectado espirra, fala, tosse, etc..
Exemplo: tuberculose, sarampo e varicela.

d) por vetores: insetos, mosquitos, pulgas, carrapatos, piolhos.

e) por veículos: itens contaminados.


Exemplo: sangue, secreções, soluções, entre outros.

O profissional de saúde pode intervir para evitar que as infecções se desenvolvam ou


disseminem, adotando medidas preventivas adequadas.
O profissional exerce papel importante para minimizar a disseminação de infecções.
Por exemplo: uma simples lavagem das mãos, adotar técnicas adequadas no momento de
um banho no leito.
Os profissionais também podem contrair infecções dos pacientes, caso suas técnicas
sejam inadequadas no controle de transmissão de infecção.

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SISTEMA DE PRECAUÇÕES E ISOLAMENTO

O objetivo básico de um sistema de precauções e isolamento é a prevenção da


transmissão de um microrganismo de um paciente portador, são ou doente, para outro
paciente, tanto de forma direta ou indireta.
Esta prevenção abrange medidas referentes aos pacientes, mas também aos
profissionais de saúde:

Precaução Padrão
É o conjunto de técnicas que devem ser adotadas por todos os profissionais de saúde
para atendimento de todos os pacientes, independentemente de seu diagnóstico .
Deverão ser usadas quando existir risco de contato com sangue,
fluídos corpóreos, pele não íntegra e mucosa.
É recomendada para todas as situações, independente da
presença ou ausência de doença transmissível comprovada.
Os materiais que compões o conjunto de precauções
padrão são:
 Luvas de procedimentos;
 Avental de manga longa, descartável ou não;
 Máscaras simples;
 Óculos protetores.

Isolamento
Entende-se por isolamento o estabelecimento de barreiras físicas de modo a reduzir a
transmissão dos microrganismos de um indivíduo para outro.
a) Isolamento reverso: este isolamento é estabelecido para proteger das infecções um
indivíduo imunocomprometido.
Materiais:
 Quarto privado;
 Luvas de procedimentos;
 Máscara comum;
 Avental de manga longa.

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b) Isolamento para transmissão por via aérea ou gotículas:
 Quarto privado;
 Caso não seja possível dar um quarto a cada doente, junte doentes com a
mesma doença;
 Use máscara N95 se o doente tem tuberculose em fase contagiosa.

C) Isolamento por transmissão por contato


 Quarto privado. Se não for possível, agrupe os doentes por doença;
 Use sempre luvas de procedimentos;
 Lave as mãos antes e depois de retirar as luvas;
 Use avental se vai estar em contato próximo com o
doente.

ÁREAS E ARTIGOS HOSPITALARES

Áreas hospitalares
a) Área crítica: são aquelas que oferecem risco potencial para aquisição de infecções em
decorrência á procedimentos invasivos frequentes, manejo de substâncias infectantes e
por admitirem pacientes susceptíveis á infecções.
Exemplo: UTI, CC, Unidade de queimados, entre outros.

b) Área semicrítica: são todas aquelas ocupadas por pacientes que não exijam cuidados
intensivos ou de isolamento.
Exemplo: enfermarias.

c) Área não crítica: são áreas que não são ocupadas por pacientes.
Exemplo: almoxarifado, copa, farmácia.

Artigos hospitalares
a) Artigos críticos: são os artigos que penetram o sistema vascular, bem como todos os que
estejam diretamente conectados com este sistema.
Exemplo: cateteres vasculares (scalp, jelcos, intracath), equipos, polifix, torneirinhas.

b) Artigos semicríticos: entram em contato com mucosas íntegras ou pele não intacta.

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Exemplo: materiais de terapias respiratórias (cânula endotraqueal, sondas de aspiração,
cateteres de O2), endoscópios e sondas em geral.

c ) Artigos não críticos: são aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra.
Exemplo: termômetros, esfigmomanômetro, estetoscópios, entre outros.

Terminologias básicas
1) Limpeza: remoção mecânica da sujidade depositada em superfícies inanimadas.
2) Desinfecção: processo aplicado á artigos, qual elimina microrganismos na forma
vegetativa.
3) Esterilização: processo de destruição total de microrganismos, inclusive esporulados.
4) Assepsia: conjunto de práticas através das quais se evita a propagação de
microrganismos em objetos.
5) Antissepsia: medidas propostas para inibir crescimento de microrganismos em pele
e mucosas, através da aplicação de soluções antissépticas.

LAVAGEM DAS MÃOS

As mãos sãos um veículo importante para o transporte de microrganismos e sua


disseminação, portanto, devem ser mantidas sempre limpas por meio da lavagem, para
assim remover as células mortas, sujidades, microrganismos e prevenir infecções.
A principal via de transmissão de infecção hospitalar são as mãos da equipe de saúde,
sua adequada lavagem é de grande
importância.

Finalidade
 Eliminar microrganismos,
consequentemente evitar
propagação de infecções;
 Eliminar da pele substâncias tóxicas
e medicamentosas;
 Proteger-se contra agressões do
meio.

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Materiais
 Água corrente
 Sabonete líquido
 Toalhas de papel

Método
 Abrir a torneira e
molhar as mãos
sem encostar-se à
pia;
 Ensaboar as mãos e
pulsos, fazendo
fricção com sabão
por 30 segundos;
 Especialmente nos
espaços
interdigitais,
unhas, extremidades dos dedos;
 Enxaguar em água corrente;
 Secar as mãos com toalhas de papel;
 Fechar a torneira utilizando papel toalha.

Observações
 Retirar relógios, joias;
 Ao lavar as mãos NÃO encostar na pia ou torneira (se isso ocorrer repetir todo o
procedimento);
 Existem torneiras manuais, com pedais;
 As mãos são as partes mais contaminadas a serem lavadas, por isso a água deve fluir
da área menos contaminada para a mais contaminada (dos pulsos para as
periferias);
 Esfregar e friccionar mecanicamente;
 Friccionar os dedos e polegares assegura que todas as superfícies estão sendo limpas;

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 Manter unhas cortadas e lixadas;
 Ao secar as mãos deve-se iniciar da área mais limpa (periferia) para a menos limpa
(antebraço) para evitar contaminação.

LUVAS

As luvas são utilizadas com frequência pelos profissionais de saúde.

Tipos
a) Luvas de procedimentos: utilizada para manipular pacientes, principalmente em possível
contato com sangue ou fluídos corpóreos, assim como, em casos de contato com pele não
íntegras ou mucosas.
É recomendada para todas as situações independentemente da presença ou
ausência de doenças transmissíveis comprovadas.
Usada também em casos de isolamentos.

Finalidade
 Reduzir a possibilidade de a equipe entrar em contato com organismos infecciosos;
 Reduzir a possibilidade de a equipe transmitir sua flora endógena aos pacientes;
 Reduzir a possibilidade de a equipe tornar-se transitoriamente colonizada por
microrganismos que possam ser transmitidos a outros pacientes (infecção cruzada).

b) Luvas esterilizadas ou cirúrgicas: agem como barreira para a transmissão bacteriana. As


bactérias podem contaminar uma ferida ou objeto estéril.
As luvas estéreis são utilizadas para o manuseio dos materiais estéreis em técnicas
assépticas, as mesmas vêm acondicionadas em campo tipo envelope e tem numerações
variadas.

Método para calçar as luvas


 Realizar a lavagem das mãos;
 Remover o invólucro externo da embalagem, abrindo cuidadosamente as laterais;
 Pegar a embalagem interna e coloca-la sobre uma superfície plana e limpa, logo acima
do nível da cintura;

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 Identificar as luvas da mão direita e esquerda. Cada luva apresenta um punho de
aproximadamente 5 cm de largura;
 Com o polegar e o dedo indicador da mão não dominante, pegar a borda do punho
da luva da mão dominante (tocar somente a superfície interna da luva) Retirar do
campo;
 Puxar cuidadosamente a luva sobre a mão dominante, preocupando-se com o punho
para a luva não enrolar, sem soltar o punho;
 Com a mão dominante enluvada, colocar os dedos indicador, médio, anelar e mínimo
sob o punho da segunda luva;
 Puxar cuidadosamente a segunda luva sobre a mão não dominante com cuidado
evitando-se contaminação;
 Uma vez que a segunda luva já tenha sido calçada, entrelaçar os dedos de ambas as
mãos para que as luvas se ajustem;

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 Os punhos normalmente escorregam para baixo após colocação.

MÉTODO DE RETIRADA DAS LUVAS ESTÉREIS

Após o procedimento estéril, o profissional despreza as luvas das mãos, da seguinte


maneira:
 Segurar o punho da luva da mão dominante, com os dedos polegar, indicador e
médio da mão não dominante sem tocar a pele;
 Retirar vagarosamente de modo que a mesma permaneça do lado avesso Segura-la na
mão não dominante;

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 Colocar o dedo indicador da mão dominante sem luva, sob o punho da luva da outra
mão de modo a tocar somente abaixo da luva (na pele);
 Retira-la de modo que fique no avesso desprezando em seguida em recipiente
adequado (o par).

PREPARO DA CAMA HOSPITALAR

O preparo da cama hospitalar consiste em arruma-la,


de acordo com as características do paciente que vai
ocupá-la.
A técnica tem como função proporcionar repouso,
conforto e segurança ao cliente. Sendo encontrados três
tipos de arrumação.

Tipos de preparo
 Cama fechada
 Cama aberta
 Cama para operado
 Cama com paciente (banho no leito)

Cama fechada
É aquela que está desocupada, aguardando chegada (admissão) do paciente.

Material
 2 lençóis (de cima e de baixo)
 1 toalha de rosto
 1 toalha de banho
 1 fronha
 1 cobertor
 1 colcha

MÉTODO DE DOBRADURA

 Usar movimentos amplos, segurando a ponta superior e o lado mais próximo do


lençol;
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 Dobrar duas vezes no sentido da largura (ponta com ponta);
 Dobrar uma vez no sentido de comprimento e colocar no espaldar da cadeira.

ORDEM NA QUAL A ROUPA DEVERÁ SER COLOCADA NO ESPALDAR DA CADEIRA


 Toalhas
 Fronha
 Colcha
 Cobertor
 Lençol de cima
 Lençol de baixo

MÉTODO
 Reunir o material necessário e levá-lo ao quarto;
 Afastar a mesa de cabeceira;
 Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre ela, o travesseiro e o cobertor;
 Colocar a roupa na espalda da cadeira, empregando a técnica de dobradura,
observando ordem de uso;
 Pegar o lençol sobre o centro do colchão;
 Ajeitar o primeiro lençol, prendendo-o por baixo fazendo a dobra ao cobrir o canto;
 Estender o lençol de cima, colocando a bainha rente ao colchão, deixando-o solto;
 Colocar o cobertor na mesma técnica e também deixa-lo solto;
 Colocar a colcha utilizando técnica anterior, prendendo o lençol de cima, o cobertor e
colcha (todos juntos), realizando a dobradura nos pés da cama na cabeceira superior
dobrar as três peças juntamente (lembrar-se da estética);
 Cobrir o travesseiro com a fronha, deixando-o em pé na cabeceira superior;
 Ajeitar as toalhas na cabeceira inferior da cama.

Cama aberta
É aquela que está sendo ocupada por um paciente que pode deambular.

Material
 2 lençóis (de cima e de baixo)
 Fronha
 Cobertor
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 Colcha
 Luvas de procedimentos
 Hamper

Método
 Método utilizado anteriormente (cama fechada);
 Neste método (cama aberta) o travesseiro permanece abaixado na cabeceira
 superior e abre-se o lado que o paciente vai entrar e deitar na cama;
 Não se esquecer de fazer a limpeza concorrente do colchão, cabeceiras.

Cama para operado


É realizada para receber o paciente que está na
sala de cirurgia sob anestesia.

Finalidade
 Proporcionar conforto e segurança ao paciente;
 Facilitar colocação do paciente no leito;
 Prevenir infecção.

Materiais
 2 lençóis (de cima e de baixo)
 1 lençol móvel (dependendo da cirurgia)
 1 cobertor
 1 colcha
 1 forro de cabeceira
 Comadre ou papagaio
 Suporte para soro

Método
 Reunir o material necessário;
 Retirar toda a roupa da cama enrolando-as com cuidado e colocando-as no hamper;
 Dobrar a roupa e coloca-la no espaldar da cadeira;
 Realizar a limpeza concorrente do colchão e cabeceira;

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 Estender o lençol de baixo na mesma técnica das camas anteriores;
 Colocar o lençol móvel no centro da cama;
 Colocar as demais roupas sem prender os cantos;
 Nos pés, dobrar as roupas até o meio do colchão;
 Na cabeceira, dobrar as roupas até o meio do colchão;
 Realizar dobradura (envelope) e enrolar;
 Dobrar o forro de cabeceira em leque.

CUIDADOS DE HIGIENE CORPORAL NO LEITO

Banho no leito
Materiais
 2 lençóis ( de cima e de baixo )
 1 lençol móvel
 1 cobertor
 1 colcha
 1 fronha
 1 toalha de banho
 Compressas (esfregão)
 Sabão (de preferência líquido)
 1 jarro
 1 bacia
 1 camisola
 Biombo
 Luvas de procedimentos

Procedimento
 Explicar o procedimento ao paciente;
 Preparar as roupas de cama em ordem de uso, colocar biombo;
 Oferecer comadre ou papagaio ao paciente;
 Lavar as mãos;
 Abaixar grades laterais, acomodar o paciente em alinhamento corporal adequado;
 Retirar as roupas de cima e coloca-las no hamper, com exceção do lençol;

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 Retirar a camisola do paciente. Se o paciente estiver com venóclise, retirar
primeiramente do membro superior sem punção;
 Cobri-lo, levantar as grades;
 Encher o jarro com a água morna;
 Retirar o travesseiro se permitido;
 Dobrar o esfregão. Molha-lo e torcê-lo;
 Lavar os olhos do paciente com água morna. Usar diferentes áreas do esfregão para
cada olho. Lavar os olhos da comissura palpebral externa para a interna;
 Lavar região frontal, face, nariz, pescoço e orelhas;
 Lavar o braço do paciente com água e sabão, fazendo movimentos longos e firmes,
partindo da área distal para a proximal e axila;
 Imergir a mão do paciente na bacia com água e lava-la não esquecendo as unhas;
 Com o esfregão molhado com água e sabão, lavar tórax com movimentos longos e
formes, trocando as áreas do esfregão;
 Em casos de mulheres pode ser necessário erguer as mamas;
 Lavar abdome, dando atenção especial ao umbigo;
 Cobrir peito e abdome. Expor pernas, cobrindo períneo;
 Flexione as pernas do paciente, imergir pé dentro da bacia com água, lavar do
tornozelo ao joelho e do joelho a coxa;
 Esfregar o pé, as interdigitais, unhas, retirar bacia;
 Lavar períneo (técnicas seguintes);
 Auxiliar o paciente a assumir posição lateral, lavar pescoço, tórax posterior, região
lombar, como movimentos firmes e longos. Por último, dobras da pele das nádegas e
ânus;
 Trocar o leito de acordo a técnica, colocando roupas sujas no hamper sem balança-las;
 Hidratar e massagear pele do paciente;
 Colocar camisola sem dar nós ou laços;
 Pentear os cabelos;
 Colocar desodorante nas axilas;
 Realizar limpeza concorrente nos móveis do paciente;
 Auxilia-lo no desjejum e higiene oral (técnicas seguintes);
 Elevar grades;
 Lavar as mãos manter material em ordem.
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Observação:
 Os procedimentos devem ser repetidos do outro lado;
 Trocar água se necessário;
 Cobrir o paciente, não deixa-lo exposto;
 Se necessário realizar higiene dos cabelos (técnica seguinte), que deverá ser realizada
primeiramente logo após lavagem do rosto;
 Cortar unhas se necessário.

Cuidados perineais
a) Higiene perineal feminino
 Colocar a comadre sob a paciente;
 Não deixar áreas do corpo expostas desnecessariamente;
 Auxiliar a paciente a flexionar os joelhos e afastá-los;
 Molhar a genitália, lavar cuidadosamente as pregas da pele. Com a mão não
dominante afastar grandes lábios. Com a mão dominante lavar a região com esfregão
com água e sabão, em direção anterior para a posterior, trocando as áreas do
esfregão;
 Separar os pequenos lábios e expor o meato urinário e introito vaginal;
 Repetir o procedimento da região anterior para a posterior mudando áreas do
esfregão;
 Se necessário utilizar mais de um esfregão;
 Enxaguar;
 Retirar comadre, enxugar a região.
Observação:
Se houver presença de fezes, retira-las primeiro com papel higiênico antes de iniciar o
procedimento.

b) Higiene perineal masculina


 Explicar o procedimento ao paciente;
 Colocar a comadre;
 Levantar o pênis. Segura-lo com a mão dominante;
 Afastar cuidadosamente o prepúcio;

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 Lavar a glande, meato urinário, trocando áreas do esfregão (retirar todo o
esmegma);
 Com movimentos firmes e delicados lavar o corpo do pênis;
 Lavar cuidadosamente o escroto. Levanta-lo e lavar períneo, enxaguar;
 Retirar comadre e secar a região.

Higiene oral
Materiais
 Pasta de dente ou antisséptico bucal;
 Escova de dente ou material preparado com abaixador de
língua e gazes;
 Copo com água;
 Cuba-rim.
Procedimento
 Determinar a habilidade do paciente a segurar a escova de dente;
 Explicar o procedimento.
 Se o paciente não for debilitado:
Colocar a pasta de dente na escova;
Molhar a escova;
Segurar a cuba-rim e copo com água e auxilia-lo na escovação;
 Se o paciente for dependente:
Colocar antisséptico oral no copo descartável;
Molhar o abaixador de língua;
Molhar crostas e placas presentes nos lábios;
Cuidadosamente higienizar: bochechas internas, palato, língua e lábios;
Enxugar lábios;
Trocar os abaixadores de língua quantas vezes forem necessárias.
Observação:
 Retirar placas cuidadosamente para evitar sangramentos;
 Não enxaguar em casos de antissépticos antibacterianos.

Limpeza de próteses dentárias


 Quando o paciente fizer uso de próteses dentárias:

32
 Retirar as próteses com gaze cuidadosamente e coloca-las na cuba rim Leva-las ao
banheiro e lava-las no lavatório em água corrente;
 Devolve-las ao paciente delicadamente;
 Antes de coloca-las, realizar higiene oral adequadamente, observando presença de
ferimentos na cavidade oral;
 Comunicar e anotar alterações.

Cuidado com os cabelos


A aparência e sensação de bem estar de uma pessoa, geralmente, dependem da
aparência e da impressão dos cabelos. Uma doença ou incapacidade pode impedir que o
paciente cuide bem dos cabelos. Os cabelos de um paciente imobilizado rapidamente
tornam-se emaranhados. Escovar, pentear e lavar são as medidas básicas de higiene para
todos os pacientes.

Lavagem dos cabelos no leito

 Determinar se existe qualquer risco que possa contra indicar a lavagem dos cabelos;
 Explicar o procedimento ao paciente;
 Arrumar materiais em local conveniente;
 Colocar a bacia sob a cabeça do paciente;
 Com o jarro derramar água cuidadosamente aos cabelos;
 Realizar espuma, massageando bem o couro cabeludo;
 Enxaguar, até que os cabelos fiquem sem sabão;
 Repetir o processo sempre que necessário;
 Aplicar condicionador nas pontas se necessário;
 Enrolar a cabeça do paciente na toalha.
Observações:
Após o banho, troca da cama, por último pentear os cabelos a fim de remover
emaranhados, secar bem.

Banho de aspersão (chuveiro)


 Providenciar todos os produtos de higiene e roupas
requisitadas pelo paciente Coloca-los ao alcance do
chuveiro;

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 Auxiliar o paciente no banheiro, se não;
 Abrir o chuveiro e equilibrar a temperatura da água, demonstrando ao paciente para
saber se está a gosto;
 Instruir o paciente para não trancar a porta do banheiro;
 Não sair do quarto. Devemos manter atenção, enquanto o paciente realiza seu banho,
preparar cama aberta conversando com o mesmo a fim de detectar anormalidades;
 Auxiliar o paciente a sair do chuveiro, se necessário auxiliá-lo a se enxugar;
 Auxiliar o paciente a se vestir e calçar os chinelos;
 Auxiliar o paciente a ir para o leito e deitar, se não;
 Deixar o quarto do paciente em ordem e realizar a limpeza concorrente.
Observação:
Se necessário utilizar cadeira de banho.

POSICIONAMENTO

Há diferentes posições com a finalidade de proporcionar conforto, realizar exames,


tratamentos e cirurgias.
A enfermagem deve conhecê-las para ajudar o paciente a adotar posições
específicas.

Decúbito dorsal, horizontal ou supina:


O paciente se deita de costas no colchão, com extremidades inferiores apoiadas em
coxim e superiores sobre o abdome. Sob a cabeça coloca-se um travesseiro Cobre-se o
paciente com lençol. Esta posição é muito utilizada para exame físico.
O decúbito dorsal é indicado para a realização do exame físico, alguns exames por
imagens, cirurgias, etc.
Material:
 Luvas de procedimento s/n.
 Lençol.
 Travesseiro.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar o material.

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 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo s/n.
 Calçar as luvas de procedimento s/n.
 Deitar o cliente de costas com a cabeça e os ombros ligeiramente elevados por um
travesseiro.
 Pernas estendidas.
 Atentar-se ao padrão respiratório, não dobrando o pescoço e/ ou a cintura.
 Manter os membros superiores ao longo do corpo.
 O cliente deve ser posicionado corretamente para evitar distensão dos tendões da
perna.
 Manter os joelhos ligeiramente fletidos e os pés bem apoiados.
 Evitar a queda dos pés “equinos”.
 Proteger o cliente sempre com um lençol, expondo apenas a área a ser examinada.
 Após o exame ou tratamento, colocar o cliente em posição confortável.
 Recompor a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

Posição de Decúbito Lateral


A posição de decúbito lateral é indicada em cirurgias renais, massagens nas costas,
mudança de decúbito, melhora do fluxo sanguíneo (DLE), etc.

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Material:
 Luvas de procedimento s/n.
 Lençol.
 Travesseiro.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar o material.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo s/n.
 Calçar as luvas de procedimento s/n.
 Posicionar o cliente na cama sobre um dos lados.
 Colocar a cabeça sobre o travesseiro, apoiando também o pescoço.
 Colocar outro travesseiro, apoiando sob o braço que esta suportando o peso do
corpo.
 Colocar um travesseiro entre as pernas para aliviar a pressão de uma perna sobre a
outra.
 Manter o alimento do corpo a fim de facilitar a respiração.
 Proteger o cliente com o lençol, expondo somente o local a ser tratado ou
examinado.
 Após o tratamento, exame ou mudança de decúbito, posicionar o cliente de outra
forma confortável.
 Recompor a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

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Posição de Fowler:
Posição em que o paciente fica semi-sentado, com apoio sob os joelhos. A posição de
Fowler é indicada para clientes que apresentam dificuldades respiratórias, no momento da
alimentação, em pós-operatório nasal, buco-maxilo e tireoidectomia.

Material:
Luvas de procedimento s/n.
Lençol.
Travesseiro.
Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar o material.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que
será feito.
 Posicionar o biombo s/n.
 Calçar as luvas de procedimento s/n.
 Manter o cliente em posição dorsal, semi-sentado, encostado, com os joelhos fletidos,
apoiados em travesseiros ou estrado da cama modificado.
 Elevar a cabeceira da cama em ângulo de 45º.
 Elevar o estrado dos pés da cama para evitar que o cliente escorregue.
 Verificar se o cliente esta confortável.
 Proteger o cliente com o lençol.
 Após o exame, tratamento ou refeição, posicionar o cliente confortavelmente.
 Recompor a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
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 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

Decúbito ventral ou de prona:


É a posição em que o paciente fica deitado sobre o abdome, com a cabeça
lateralizada. É indicada para exames da coluna vertebral e região cervical.
A posição em decúbito ventral (de bruço) também é indicada para clientes que
realizaram laminectomia, cirurgias de tórax posterior, tronco ou pernas.

Material:
 Luvas de procedimento s/n.
 Lençol.
 Travesseiro.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar os materiais.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo s/n.
 Calçar as luvas de procedimento s/n.
 Deitar o cliente com o abdome sobre a cama ou sobre a mesa de exames.
 Colocar a cabeça virada para um dos lados.
 Colocar os braços elevados, com as palmas das mãos apoiadas no colchão, à altura da
cabeça ou ao longo do corpo.
 Colocar um travesseiro, s/n sob a parte inferior das pernas e pés, para evitar pressão
nos dedos.
 Proteger o cliente com lençol.
 Após o exame, tratamento ou mudança de decúbito, posicionar o cliente
confortavelmente.

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 Recompor a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Observações:
Em alguns casos esta posição é contraindicada (clientes portadores de incisões
abdominais, com dificuldade respiratória, idosos, obesos, etc.).

Decúbito lateral ou Sims:


O paciente assume posição lateral esquerda ou direita. O membro inferior que está
sob o corpo deve permanecer esticado e o membro inferior acima deve permanecer
flexionado.

A posição de sims é indicada para realizar exames retais, lavagem intestinal, exames
vaginais, clister, etc.
Material:
 Luvas de procedimento s/n.
 Lençol.
 Travesseiro.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar o material.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo s/n.
 Calçar as luvas de procedimento s/n.

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 Colocar o cliente deitado do lado esquerdo.
 Aparar a cabeça do cliente sobre o travesseiro.
 Colocar o braço esquerdo para trás do corpo do cliente.
 Flexionar o braço direito e deixá-lo apoiado sobre o travesseiro.
 Colocar o membro inferior esquerdo ligeiramente flexionado.
 Colocar o membro inferior direito fletido até quase encostar o joelho no abdome.
 Deixar o cliente sempre protegido com lençol, expondo apenas a região a ser
examinada ou tratada.
 Após o exame ou tratamento, colocar o cliente em posição confortável.
 Recompor a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

Posição Genupeitoral
O paciente se mantem ajoelhado sobre o colchão com o tórax na cama. Os membros
superiores ficam flexionados nos cotovelos, repousam sobre a cama, auxiliando a amparar
o paciente.
A posição genupeitoral é indicada para
realizar exames do reto e vagina,
sigmoidoscopia, etc.
Material:
 Luvas de procedimento s/n.
 Lençol.
 Travesseiro.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar os materiais.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo s/n.
 Calçar as luvas de procedimento s/n.
 Solicitar ao cliente para que fique em decúbito ventral.
40
 Apoiar o peito do cliente de encontro com o colchão.
 Pedir ao cliente para fletir os joelhos.
 Colocar a cabeça virada para um dos lados, sobre um travesseiro.
 Pedir para o cliente estender os braços sobre a cama, na altura da cabeça.
 Solicitar ao cliente para que descanse o peso sobre a cabeça, ombro, peito e os joelhos,
formando assim, um ângulo reto entre as coxas e as pernas.
 Proteger o cliente com o lençol, expondo apenas o necessário.
 Após o exame, colocar o cliente em posição confortável.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

Posição ginecológica

A pessoa fica deitada de costas, com as pernas flexionadas em suportes (perneiras)


Cobre-se a paciente com lençol em diagonal. Esta posição é utilizada para cirurgias por vias
baixas, exames ginecológicos. Também é
indicada para realizar exame vaginal ou vulvo
vaginal, sondagem vesical, tricotomia, parto
normal, etc.

Material:
 Luvas de procedimento s/n.
 Lençol.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar o material.
 Orientar a cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo s/n.
 Calçar as luvas de procedimento s/n.
 Colocar a cliente em decúbito dorsal.
 Joelhos flexionados e bem separados.

41
 Calcanhares sobre a cama.
 Proteger a cliente com o lençol até o momento do exame.
 Após o exame ou tratamento, colocar a cliente em posição confortável.
 Recompor a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário da cliente.

Posição litotômica

É considerada uma modificação da


ginecológica.
A paciente é colocada em decúbito dorsal,
com ombros e cabeça ligeiramente elevados. As
coxas, bem afastadas uma da outra são
flexionadas sobre o abdome. Essa posição é
utilizada para partos normais, cirurgias ou exame
do períneo, vagina e bexiga.

Posição de trendelemburg

Posição em que o corpo fica inclinado, com a cabeça em plano mais baixo que o
restante do corpo.
A posição de Trendelemburg é
indicada para clientes que realizaram
cirurgias da região pélvica, estado de
choque, tromboflebites, casos que se deseja

melhor irrigação cerebral, drenagem de


secreção pulmonar, para facilitar
drenagem de secreções brônquicas e
para melhorar o retorno venoso.

Material:
 Luvas de procedimento s/n.

42
 Lençol.
 Travesseiro.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar o material.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo s/n.
 Calçar as luvas de procedimento s/n.
 Colocar o cliente na posição dorsal horizontal.
 Inclinar a cabeceira da cama em ângulo adequado.
 Elevar os pés da cama em ângulo adequado, de forma que a cabeça fique mais baixa
em relação ao corpo.
 Proteger o cliente com o lençol, expondo apenas o necessário.
 Após o exame ou tratamento, colocar o cliente em posição confortável.
 Recompor a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

CUIDADOS COM A PELE

A fragilidade da epiderme ocorre por:


 Raspagem ou descamação de sua superfície pelo uso de lâminas de barbear secas
 Remoção de fitas adesivas
 Técnicas inadequadas de posicionamento do paciente
 Ressecamento excessivo que causa fissuras
 Exposição constante da pele á umidade
 Uso incorreto de sabões, cosméticos
 Banhos muito quentes ou frios
 Fricção excessiva
Riscos para o comprometimento com a pele
 Imobilização

43
 Redução da sensibilidade
 Alterações nutricionais
 Secreções e excreções da pele
 Insuficiência vascular
 Dispositivos externos

ÚLCERAS POR PRESSÃO

É uma lesão com tendência a necrose dos tecidos.


É causada pela irrigação sanguínea deficiente, ocasionada por pressão demorada e
consequente falta de nutrição dos tecidos.
Ocorre nos pacientes com afecções graves do sistema nervoso, sobretudo nos
hemiplégicos e paraplégicos, em pacientes em estado de coma ou politraumatizados
incapacitados de mover-se na cama.
A úlcera de pressão caracteriza-se por uma crosta enegrecida, formada de tecido
mortificado, com tendência a eliminar-se. Tende a aumentar de tamanho se a região não
for protegida e principalmente, se não for diminuída a pressão sobre o corpo, pela
mudança de posição.

Classificação da Úlcera de Pressão


Esta classificação verifica o
comprometimento tecidual:
- Estágio I: comprometimento da
epiderme;
- Estágio II: comprometimento até a
derme;
- Estágio III: comprometimento até o
subcutâneo;
- Estágio IV: comprometimento do
músculo e tecido adjacente.

Causas imediatas
 Pressão (longas horas na mesma
posição);

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 Fricção (rugas e migalhas na roupa de cama, defeitos do colchão);
 Umidade (paciente molhado por suor, urina e fezes);
 Falta de asseio corporal;
 Aplicação imprópria de aparelhos de gesso ou restrição;
 Excesso de calor e frio.

Cuidados preventivos
 Usar posicionadores e protetores (coxins, colchão caixa de ovo);
 Sentar o paciente fora do leito, com frequência, sempre que seu estado permitir;
 Incentivar deambulação precoce;
 Reduzir qualquer pressão sobre pontos do corpo, zelando principalmente pelas
proeminências ósseas;
 Mudar constantemente de posição;
 Manter cama limpa, seca, com lençóis bem esticados;
 Zelar pela higiene pessoal;
 Realizar massagem com dersani ou creme hidratante;
 Executar movimentos passivos;
 Incentivar dietas hiperproteícas se não houver restrição.

CURATIVO

É o tratamento de qualquer tipo de lesão da pele ou mucosa. Sua principal finalidade


é a limpeza da lesão, com o menor trauma possível, contribuindo para o processo da
cicatrização.

Tipos de curativos O curativo pode ser:


a) Aberto: Curativos em feridas sem infecção, que após a
limpeza podem permanecer abertos, sem proteção de gazes.
Exemplo: incisão cirúrgica (cesárea).

b) Oclusivo: Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação de medicamentos (cpm) é


ocluído ou fechado com gazes, micropore ou ataduras de crepe.

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c) Compressivo: É o que faz compressão para estancar hemorragias ou vedar bem uma
incisão.

d) Com Irrigação: Utilizado em ferimentos com infecção dentro de cavidades, com


indicação de irrigação com soluções salinas.

e) Com drenagem: São utilizados drenos em ferimentos com grande quantidade de


exsudato (Penrose, Kehr), tubular ou bolsas de Karaya.

Medidas de antissepsia
 Realizar degermação das mãos antes de manipular o material esterilizado;
 Diminuir o tempo de exposição da ferida ou dos materiais esterilizados;
 Não falar ao manipular o material esterilizado ou fazer o tratamento da ferida estando
com infecções das vias aéreas (usar máscara comum);
 Usar máscaras e aventais em caso de exsudato abundante;
 Realizar o curativo sempre da região limpa para a contaminada.

Soluções mais utilizadas


a) Creme de Sulfadiazina de prata + nitrato de cerium:
Antisséptico
Composição: sulfadiazina de prata micronizada e nitrato cerium hexahidratado;
Ações: eficaz contra uma grande variedade de microrganismos, tais como: bactérias,
fungos, protozoários e alguns vírus; promove melhor leito de enxertia e ação
imunomoduladora;
Indicação: tratamento de queimaduras, e feridas que não evoluem com coberturas
oclusivas e feridas extensas;
Contraindicação: presença de hipersensibilidade aos componentes;
Reações adversas: disfunção renal ou hepática, leucopenia transitória;
Troca: com período máximo de 24 horas.

b) Placa de Hidrocolóide:
Composição: possuem duas camadas: uma externa, composta por filme ou espuma de
poliuretano, flexível e impermeável à água, bactérias e outros agentes externos; e uma
interna, composta de partículas hidroativas, à base de carboximetilcelulose, gelatina e

46
pectina, ou ambas–que interagem com o exsudato da ferida, formando um gel amarelado,
viscoso e de odor acentuado;
Ações: absorvem o excesso de exsudato, mantém a umidade, proporcionam alívio da dor,
mantém a temperatura em torno de 37°C ideal para o crescimento celular, promovem o
desbridamento autolítico;
- Deve ser aplicada diretamente sobre a ferida, deixando uma margem de 2 a 4 cm ao
redor da mesma, para melhor aderência;
- Pode ser recortada, não precisa de tesoura estéril pois, as bordas da placa não entraram
em contato com o leito da ferida;
- Impermeável a fluidos e microrganismos (reduz o risco de infecção);
Indicação: feridas com médio exsudato, com ou sem tecido necrótico, queimaduras
superficiais.
Contraindicação: feridas infectadas e altamente exsudativas;
Troca: no 7º dia.

c) Grânulos de Hidrocolóide
- São compostos por partículas de carboximetilcelulose, que, na presença de exsudato,
formam um gel na cavidade da ferida;
- Devem ser sempre usados associados à placa de hidrocolóide, pois auxiliam a ação da
mesma.
- Devem ser trocados juntamente com as placas;
Indicação: feridas profundas, cavitárias;

d) Alginato de cálcio:
Composição: fibras de ácido algínico (ácido gulurônico e ácido manurônico) extraído das
algas marinhas marrons (Laminaria). Contém também íons de cálcio e sódio;
- Apresenta-se em forma de placa e deve estar associado à gaze aberta ou gaze dupla
(cobertura secundária);
Ações: através da troca ânica promove a hemostasia; absorve exsudato, forma um gel que
mantém a umidade, promove a granulação, auxilia o desbridamento autolítico;
- Manusear com luvas ou pinças estéreis;
- Pode ser recortado, mas deve-se utilizar tesoura estéril;
Indicação: feridas infectadas com exsudato intenso com ou sem tecido necrótico e
sangramento;

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Contraindicação: feridas com pouca drenagem de exsudato;
Troca: cobertura primária até 07 dias ou quando saturar e a troca da cobertura secundária
ocorrerá quando a gaze dupla ou aberta umedecer.

e) Carvão ativado e prata:


Composição: tecido de carvão ativado, impregnado com prata (0,15%) envolto
externamente por uma película de nylon (selada);
- Cobertura primária, e estéril; requer uma cobertura secundária (gaze aberta ou dupla);
- Manusear com luvas estéreis;
Ações: absorção de exsudato, microbicida, eliminação de odores desagradáveis,
desbridamento autolítico e manutenção da temperatura em torno de 37° C;
Indicações: feridas fétidas, infectadas e bastante exsudativas;
- Não pode ser cortado devido a liberação de prata no leito da ferida, o que pode
ocasionar queimadura dos tecidos pela prata ou formar granuloma devido resíduos a do
carvão;
Troca: até 07 dias;
Contraindicações: ferida com pouco exsudato, com presença de sangramento, exposição
óssea e tendinosa e em queimaduras.

f) Hidrogel Amorfo:
- Composto de goma de copolímero, que contém grande quantidade de água; hoje alguns
possuem alginato de cálcio ou sódio;
- Deve ser usado sempre associado à coberturas oclusivas ou gaze;
Ações: mantém a umidade e auxilia o desbridamento autolítico; - Não adere ao leito da
ferida;
Indicação: fornecer umidade ao leito da ferida;
Contraindicações: feridas excessivamente exsudativas.

g) Creme Hidratante:
Composição: 8% de uréia, 5% de glicerina, 3% de óleo de amêndoa doce e ácido esteárico.
Ação: a uréia presente no creme facilita a penetração de moléculas de água até camadas
mais profundas da pele;
Indicação: hidratação tópica;
Contraindicações: pele friável, relato de alergia à qualquer componente do produto.

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h) Papaína:
É uma enzima proteolítica extraída do látex da caricapapaya.
Indicação: em todo tecido necrótico, particularmente naqueles com crosta Mecanismo de
ação: atua como desbridante natural.
Modo de usar: preparar a solução (cpm) em frasco de vidro, irrigar a lesão e deixar gaze
embebida na solução, ou ainda há os que já vem preparados em pomadas.
Materiais:
 Pacote de pinças para curativos
 SF 0,9 % morno
 Seringa de 20 ml, agulhas, algodão umedecido com álcool á 70%
 Pacotes com gazes
 Micropore e esparadrapo
 Tesoura
 Luvas de procedimentos e esterilizadas
 Proteção para a roupa de cama
 Quando indicado pela prescrição médica ou de enfermagem
 Almotolia com antissépticos
 Pomadas
 Cremes
 Ataduras
Observação: A solução fisiológica deverá ser aquecida no momento da realização do
curativo e desprezada logo após o término. Não reutilizar.
Método:
Explicar o procedimento ao paciente
Preparar o ambiente:
 Fechar janelas para evitar correntes de ar e poeira
 Desocupar mesa de cabeceira
 Colocar biombo se necessário
 Separar e organizar o material de acordo o tipo de curativo
 Levar a bandeja com o material e colocar sobre a mesa de cabeceira
 Descobrir a área a ser tratada com luvas de procedimentos e proteger a cama
 Colocar o paciente em posição apropriada

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 Abrir o campo estéril para curativos e sem contaminar colocar os demais materiais
esterilizados a serem utilizados
 Calçar luva esterilizada
 Se o curativo for com irrigação, limpar a ferida com jatos de SF 0,9% usando a seringa
sem agulha (para ocorrer pressão)
 Com auxílio da pinça limpar e secar delicadamente as bordas da ferida, mudando as
áreas da gaze. Evitar atrito da gaze com o tecido de granulação para evitar que o
mesmo seja lesado
 Secar o centro da ferida com a gaze realizando movimentos circulares a fim de mudar
áreas da mesma
 Se indicado colocar o medicamento
 Ocluir o curativo
 Deixar o paciente confortável
 Deixar ambiente e materiais em ordem
 Lavar mãos
 Realizar anotações de enfermagem registrando classificação do curativo, quantidade
de exsudato, aspecto, odor. Presença de tecido de granulação condições de pele
circundante.
Observações:
Antes de realizar o curativo observar o estado do paciente, ler as anotações sobre o
tipo de curativo e prescrições para verificação de medicamentos Curativos úmidos por
secreções, água do banho, devem ser trocados.
Quando o paciente necessitar de vários curativos, iniciar pela incisão fechada e limpa,
seguindo-se as lesões abertas não infectadas e por último os curativos com infecção.
Em feridas com exsudato, com suspeita de infecção, antes de realizar o curativo pode
ser necessário a coleta de material para bacterioscopia (swab). Em casos de uso com
KmNO4 tomar os seguintes cuidados:
- protege-lo da luz
- se acastanhado (o que indica oxidação) despreza-lo e preparar nova solução para uso.

Feridas com drenos


 Limpar e secar o dreno e a pele com SF0, 9%;
 Colocar uma gaze sob o dreno, isolando-o da pele;

50
 Colocar outra gaze sobre o dreno, protegendo-o ou bolsa de karaya conforme
indicação;
 Atentar para que o dreno não apresente dobras para garantir boa drenagem;
 Anotar volume, aspecto, odores do material drenado.

SINAIS VITAIS
É um conjunto de ações de enfermagem que tem o objetivo de monitorar a condição
clínica do cliente através de mensuração sistematizada da temperatura, pulso, respiração e
pressão arterial.

VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS (SSVV)


As alterações da função corporal geralmente se refletem nos sinais vitais podendo
indicar enfermidade. Por essa razão devemos verificar e anotar com precisão.

Os Sinais Vitais (SSVV) referem-se a:


 Temperatura ( T )
 Pulso ou Batimentos Cardíacos ( P )
 Respiração ( R )
 Pressão Arterial ( PA )

Material:
 Termômetro digital.
 Estetoscópio.
 Esfigmomanômetro.
 Álcool a 70%.
 Algodão.
 Relógio de pulso com ponteiro para contar os segundos.
 Luva de procedimento s/n.
 Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.

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Temperatura: A manutenção da temperatura do nosso corpo é decorrência de um balanço
direto entre produção de calor pelo metabolismo e pela temperatura e umidade do
ambiente.
 Valor normal 37,2° C
Terminologias específicas
Normotermia: temperatura corporal normal
Afebril: ausência da elevação da temperatura
Febrícula: quando a temperatura corporal
encontra-se entre 37,3° C a 37,7° C
Hipertermia: quando a temperatura corporal encontra-se acima do valor normal. Entre
37,8° a 40, 9° C
Hiperpirexia: a partir de 41° C
Hipotermia: temperatura corporal abaixo do valor normal

Frequência cardíaca ou ritmo cardíaco: é o número de vezes


que o coração bate por minuto.
Padrão em adultos "pulso radial": 60 a 80 bpm /
adolescentes 80 a 100 bpm (normocárdico), < que 60 bpm
(bradicárdico) e > que 100 bpm (taquicárdico).
Média normal do pulso:
 Lactentes: - 110 a 130 bpm (batimentos por minuto)
 Abaixo de 7 anos: - 80 a 120 bpm
 Acima de 7 anos: - 70 a 90 bpm
 Puberdade: - 80 a 85 bpm
 Homem: - 60 a 70 bpm
 Mulher: - 65 a 80 bpm
 Acima dos 60 anos: - 60 a 70 bpm

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ARTÉRIAS MAIS UTILIZADAS PARA A VERIFICAÇÃO DO PULSO
 Radial ( pulso )
 Braquial ( região interna do braço )
 Carótida ( próximo a laringe )
 Poplítea ( atrás do joelho )
 Pediosa ( dorso do pé )
Terminologias básicas
Pulso normocárdico: batimento cardíaco normal
Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais
Pulso arrítmico: intervalos entre os batimentos desiguais
Taquisfigmia ou taquicardia: pulso acelerado, acima do valor normal
Bradisfigmia ou bradicardia: frequência cardíaca abaixo do valor normal
Pulso filiforme: fraco, quase que imperceptível
Observações:
 Não usar o polegar para verificação do pulso, pois a própria pulsação pode ser
confundida com a pulsação do paciente;
 Aquecer as mãos;
 Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir os
batimentos.

Respiração: é o ato de inalar e exalar ar através da boca, das cavidades nasais ou pela pele
para se processarem as trocas gasosas ao nível dos pulmões.
Padrão normal em adultos: de 16 a 20 ipm (eupneico), < que 16 ipm (bradipneico) e > que
20 ipm (taquipneico).
Terminologias básicas
Eupnéia: respiração normal
Taquipnéia: respiração acelerada
Bradipnéia: diminuição do número de movimentos respiratórios
Apnéia: ausência de movimentos respiratórios
Dispnéia: dor ou dificuldade ao respirar
Valores normais:
 Homem: - 16 a 18 mpm (movimentos por minuto)
 Mulher: - 18 a 20 mpm
 Criança: - 20 a 25 mpm
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 Lactentes: - 30 a 40 mpm

Método:
 Deitar o paciente ou sentá-lo
 Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax. Os dois movimentos
(inspiração e expiração) somam um movimento respiratório Colocar a mão no pulso
do paciente a fim de disfarçar a observação
 Contar os movimentos respiratórios durante um minuto
 Anotar o valor
 Comunicar e registrar anormalidades
Observações:
 Não permitir que o paciente fale durante o procedimento
 Não contar respiração após esforços físicos.

VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

A pressão arterial consiste na pressão do fluxo sanguíneo na parede das artérias.


Valor normal: Varia de indivíduo para indivíduo, portanto é difícil definir exatamente.
Pressão Arterial: é a pressão exercida pelo sangue contra a superfície interna das artérias, a
força vem do batimento cardíaco.
Padrão de normalidade no adulto "MSE": 120 x 80 mmHg (normotenso), < que 90 x 60
mmHg (hipotenso) e > que 130 x 90 mmHg (hipertenso).
Terminologias Básicas:
Hipertensão Arterial: PA acima da média de 150x90 mmHg
Hipotensão arterial: PA abaixo da média de 100x60 mmHg
Convergente: quando a sistólica e a diastólica se aproximam.
Exemplo: 120x100 mmHg
Divergente: quando a sistólica e a diastólica se afastam
Exemplo: 120x40mmHg

Método:
 Explicar o procedimento ao paciente;
 Realizar assepsia das olivas e diafragma do
estetoscópio;

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 Manter o paciente deitado ou sentado, com o braço apoiado;
 Deixar o braço descoberto, evitando-se compressão;
 Colocar o manguito 4 cm acima da prega do cotovelo, prendendo-o sem apertar
demasiado, nem deixar muito frouxo;
 Não deixar as borrachas se cruzarem para não ocorrer alterações;
 Colocar o manômetro de modo que fique bem visível;
 Localizar com o dedo indicador e médio, a artéria braquial;
 Colocar o estetoscópio no ouvido;
 Fechar a válvula de ar e insuflar rapidamente até 180 ou 200 mmHg;
 Abrir vagarosamente a válvula, observando o manômetro, os pontos em que são
ouvidos os primeiros batimentos;
 Observar o ponto em que houve desaparecimento dos sons;
 Retirar todo o ar do manguito, removê-lo e deixar o paciente confortável;
 Anotar os valores;
 Comunicar e anotar alterações;
 Realizar assepsia das olivas e diafragma
do estetoscópio;
 Manter materiais em ordem.
 Observação:
 Sendo necessário verificar a PA
novamente, manter o manguito no
braço sem compressão;
 Em casos de dúvidas, repetir verificação
(esvaziar completamente o manguito,
antes de fazer nova verificação);
 Qualquer verificação dos SSVV deve ser
realizada com o paciente descansado
(aproximadamente 10 minutos) antes
da verificação;
 Manter o cliente deitado ou sentado, com o braço apoiado ao nível do coração.
 Colocar o manguito do esfigmomanômetro no terço proximal do braço escolhido
(não mensurar a PA: em membros submetidos a cateterismo cardíaco, mesmo lado

55
onde tenha sido realizada mastectomia, na presença de fístulas arteriovenosas e na
presença de acesso venoso periférico);
 Palpar o pulso braquial e colocar o diafragma do estetoscópio sobre este local;
 Segurar a pêra do manguito com uma das mãos e com outra palpar o pulso radial;
 Inflar o manguito até 200 mmHg ou, acima do ponto no qual o pulso radial tornou-se
ausente na palpação;
 Esvaziar o manguito lentamente na velocidade de 20 a 30 mmHg por segundo;
 Atentar ao ponto no qual se ouve o primeiro som (Pressão Sistólica) e o último som
(Pressão Diastólica);
 Desinsuflar o manguito, retirar o esfigmomanômetro, deixando o cliente confortável;
 Limpar o diafragma do estetoscópio com algodão embebido em álcool 70%;
 Limpar as olivas auriculares do estetoscópio com algodão embebido em álcool a 70%;
 Recolher o material;
 Realizar lavagem básica das mãos;
 Anotar os resultados dos controles no prontuário do cliente, comunicando as
alterações significativas para o enfermeiro de plantão.

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

É o ato de verificar peso e altura


Finalidade
 Acompanhar o crescimento pondo-estatural;
 Detectar variações patológicas do equilíbrio entre peso e altura.

Método de verificação do peso


 Forrar a balança com papel toalha;
 Regular ou tarar a balança;
 Solicitar ao paciente que use roupas leves;
 Auxiliar o paciente a subir na balança, sem calçados, colocando-o no centro da
mesma, com os pés unidos e os braços soltos ao lado do corpo;
 Mover o indicador de quilos até a marca do peso aproximado do paciente;
 Mover o indicador de gramas até equilibrar o fiel da balança;
 Ler e anotar o peso indicado na escala;
 Auxiliar o paciente a descer da balança;
56
 Colocar os mostradores em zero e travar a balança.

Método de verificação de estatura


 Colocar o paciente de costas para a escala de medida;
 Suspender a escala métrica, fazendo com que a haste repouse sobre a cabeça do
paciente (cuidadosamente);
 Manter o paciente em posição ereta, com a cabeça em posição anatômica com os pés
unidos;
 Travar a haste;
 Auxiliar o paciente a descer da balança;
 Realizar a leitura e anotar;
 Destravar e descer a haste;
Observação:
Para verificação de peso e estatura de crianças existem balança e régua apropriada,
onde a criança permanece deitada.

ALIMENTAÇÃO DO PACIENTE
Sabemos que a alimentação contém nutrientes necessários ao organismo e que a
deficiência de vitaminas e nutrientes podem desencadear patologias graves.
Sendo a alimentação uma necessidade humana básica, que o alimento possui
finalidades importantes no organismo, precisa ser bem digerido e assimilado, a
enfermagem deve favorecer cuidados eficientes:

Método para alimentar pacientes acamados, capaz de alimentar-se sozinho:


 Verificar se a dieta está de acordo a prescrição médica;
 Auxiliar o paciente a sentar-se;
 Colocar a bandeja sobre a mesa de refeição;
 Colocar o prato, copos e talheres ao seu alcance, cortar carnes, pães se for necessário;
 Se o paciente recusar a refeição ou deixar de comer alimentos adequados á sua dieta,
persuadi-lo, explicando-lhe o valor dos mesmos;
 Terminada a refeição, retirar a bandeja e oferecer materiais para higiene oral e
lavagem das mãos;
 Deixar o paciente confortável
 Registrar alterações observadas
57
Método para alimentar pacientes acamados, incapazes de alimentar-se sozinho:
 Verificar se a dieta está de acordo a prescrição;
 Colocar o paciente em posição de Fowler, se não houver contraindicações;
 Colocar a bandeja sobre a mesa de refeição;
 Servir pequenas porções do alimento de cada vez, com cuidado e paciência,
estimulando o paciente a aceitar toda a refeição;
 Se o paciente estiver impossibilitado de ver, descrever-lhe os alimentos antes de
começar a alimentá-lo;
 Limpar a boca do paciente, sempre que necessário;
 Terminada a refeição, oferecer-lhe água;
 Remover a bandeja;
 Realizar a higiene oral do paciente, deixa-lo confortável e a unidade em ordem;
 Realizar anotação: hora da alimentação, tipo de dieta, reações do paciente e alterações
observadas.

Observações:
 Evitar interromper a alimentação do paciente para qualquer outro cuidado;
 Os alimentos quentes devem ser servidos quentes e frios, servidos frios;
 Servir os alimentos em pequenas porções, dando ao paciente oportunidade de repetir
e saborear o alimento;
 Adequar os alimentos as condições de mastigação.

Alimentação por Gavagem


É o método empregado para introduzir alimentos no estômago, por meio de sonda
nasogástrica (SNG), sonda nasoenteral (SNE) ou gastrostomia.
Indicações
 Pacientes inconscientes
 Pacientes que recusam alimentação
 Cirurgias em cavidade oral que exigem mucosa oral limpa e em repouso
 Pacientes debilitados ou com impossibilidade de deglutição

58
Materiais
 Suporte para frasco de alimento
 Equipo
 Frasco com o alimento
 Seringa de 20 ml
 Estetoscópio
 Luvas de procedimentos
Observação: Quando a dieta for em quantidade pequena, pode ser introduzida com a
seringa sem o êmbolo.
Método
 Explicar o procedimento ao paciente;
 Preparar o ambiente, desocupando mesa de cabeceira;
 Lavar as mãos e calçar as luvas;
 Separar e organizar o material, retirando o ar do equipo com a própria dieta;
 Levar o material para o quarto e colocar o frasco de dieta no suporte, protegendo
equipo;
 Dobrar a extremidade da sonda, adaptar a seringa, aspirar para verificação de
conteúdos gástricos. Se houver conteúdos, comunicar a enfermeira ou médico sobre
a quantidade e aspecto;
 Dobrar extremidade da sonda, retirar a seringa e adaptar o equipo da dieta,
controlando gotejamento cautelosamente;
 Terminada a introdução do alimento, introduzir o frasco de água a fim de remover
partículas que ficaram aderidas;
 Fechar a sonda;
 Deixar o paciente confortável, em decúbito de Fowler ou decúbito lateral direito;
 Providenciar a ordem e a limpeza do local;
 Anotar o cuidado, descrevendo observações.
Observações:
 Sempre que for conectar ou desconectar seringas ou equipos na sonda do paciente,
dobrar a extremidade a fim de prevenir distenção abdominal e flatulência;
 Se não houver restrição hídrica, hidratar paciente pela sonda;
 A dieta administrada lentamente esfria e deterioriza e rapidamente pode ocasionar
diarréias;

59
 Proceder da mesma forma para administrar medicamentos pela sonda.

SONDA NASOENTERAL

A sonda nasoenteral é fabricada em poliuretano e silicone, não sofrem alteração física


em contato com o PH ácido do estômago, são
flexíveis, maleáveis e duráveis. Seu calibre é fino,
com uma ogiva distal (tungstênio) possibilitando
seu posicionamento além do esfíncter piloro,
permitindo também o fechamento dos
esfíncteres durante seu trajeto (Cárdia e Piloro).
Sua indicação esta associada às patologias que
levam a dificuldades na deglutição,
impossibilitando a alimentação por via oral.
Material:
 Bandeja de inox.
 Luvas de procedimento.
 Sonda DOBBHOFF.
 Seringa de 20ml.
 Copo com água s/n.
 Pacote de gaze.
 Papel toalha.
 Lidocaína gel.
 Fita adesiva.
 Estetoscópio.
 Biombo s/n.
 Saco plástico para lixo.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Preparar o material e colocar sobre a mesa de cabeceira.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Solicitar ao acompanhante que aguarde fora do quarto e/ou posicione o biombo.
 Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para
frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada.
60
 Proteger o tórax com o papel toalha e limpar as narinas com gaze.
 Limpar o nariz e a testa com gaze para retirar a oleosidade da pele.
 Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e da ponta do nariz à base do
processo xifoide e acrescentar aproximadamente 10 cm.
 Marcar com adesivo.
 Calçar luvas de procedimento.
 Lubrificar a ponta da sonda com lidocaína.
 Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao cliente que degluta, introduzir até
a marca do adesivo.
 Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse, principalmente se estiver inconsciente.
 Testar se a sonda está na cavidade gástrica por meio de um destes métodos.
 Injetar 20ml de ar na sonda e auscultar na altura da região epigástrica
simultaneamente, será auscultado um ruído, no qual indica que a sonda está na
cavidade gástrica.
 Aspirar com a mesma seringa o conteúdo gástrico.
 Colocar a ponta da sonda no copo com água se houver borbulhamento há indicação
que está nas vias respiratórias.
 Solicitar um raio-x de tóraco-abdominal para confirmar o posicionamento da sonda
antes de iniciar a dieta.
 Colocar o cliente se possível em decúbito lateral direito para que a peristalse gástrica
facilite a migração da sonda através do piloro e chegue ao duodeno ou solicite que
caminhe para estimular a descida da sonda até o local apropriado (região pós pilórica).
 Após a confirmação da locação da sonda pelo raio-x, retirar o fio guia.
 Remover a oleosidade do nariz com gaze e promover a fixação da sonda sem que haja
tração da asa do nariz, para evitar lesões por isquemia.
 Colocar o cliente em posição confortável.
 Reunir o material e fazer o descarte no saco plástico para lixo.
 Retirar as luvas e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs. Procedimento realizado somente pelo médico ou enfermeiro.

61
SONDAGEM NASOGÁSTRICA
A Sonda Nasogástrica é um tubo de cloreto de
polivinila (PVC) que, quando prescrito pelo médico para
drenagem ou alimentação por sonda, deve ser
tecnicamente introduzido desde as narinas até o estômago.
É a introdução de uma sonda gástrica plástica através
da narina até o estômago.

Objetivos
 Drenar conteúdo gástrico (sonda aberta com coletor);
 Realizar lavagem gástrica;
 Administrar alimentos e medicamentos.

Materiais Sonda gástrica


 Lubrificante anestésico (xylocaína gel)
 1 seringa de 20 ml
 Micropore / esparadrapo
 Gazes
 Luvas de procedimentos
 Tesoura
 Algodão umedecido com álcool á 70% toalha de rosto ou papel toalha

Método
 Realizar lavagem das mãos;
 Reunir o material;
 Explicar o procedimento ao
paciente;
 Colocar os materiais sobre a mesa de cabeceira;
 Colocar o paciente em decúbito de Fowler;
 Colocar a toalha sobre o tórax do paciente;
 Calçar as luvas;

62
 Medir a sonda do lóbulo da orelha, este até a ponta do nariz, seguindo-se ao apêndice
xifoide e marcar com um pedaço de esparadrapo discreto;
 Passar a xilocaína na sonda a ser introduzida;
 Fletir a cabeça do paciente para frente com a mão não dominante, a fim de fechar o
acesso da sonda às vias respiratórias;
 Orientar o paciente que ao sentir a sonda em região orofaríngea o mesmo deve
deglutir;
 Introduzir a sonda na narina do paciente até o ponto demarcado;
 Testar localização da sonda através da aspiração de conteúdos e/ ou ausculta de
ruídos em região epigástrica injetando 10 ml de ar com a seringa e auscultando com o
estetoscópio;
 Fixar a sonda de modo que não atrapalhe o campo visual e não traumatize a narina;
 Recolher o material;
 Manter ambiente limpo e organizado;
 Anotar: o procedimento realizado, número da sonda, volume e aspecto de secreções
drenadas e intercorrências.
 Observações:
 Injetar 20ml de ar na sonda e auscultar com
estetoscópio, na base do processo xifoide, para
ouvir ruídos hidroaéreos;
 Ver fluxo de suco gástrico aspirando com a seringa
de 20ml;
 Colocar a ponta da sonda no copo com água se
tiver borbulhamento está na traquéia e deve ser
retirada imediatamente;
 Algumas literaturas questionam o "teste do copo"
tendo em vista a existências de falsos positivos sem contar a efetividade dos dois testes
anteriores;
 Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para evitar a
entrada de ar.

63
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

A administração de medicamentos é um dos deveres de maior responsabilidade da


equipe de enfermagem. Requer
conhecimentos de farmacologia e
terapêutica no que diz respeito á ação,
dosagem, efeitos colaterais, métodos e
precauções na administração das drogas.
Todo medicamento deve ser prescrito
pelo médico e a sua administração não é
um ato simples, tanto no que diz respeito a
preparar, quanto no que se refere a dar a
medicação ao cliente. Exigem-se responsabilidade e conhecimento de microbiologia,
farmacologia e de cuidados de enfermagem
específicos. Antes da administração deve-se
observar a regra dos dez certos: cliente certo,
leito certo, prescrição certa, medicamento certo,
via de administração certa, dose certa, hora
certa, tempo certo, validade certa e abordagem
certa.

Descrição da Técnica:
 Os medicamentos devem ser estocados na
farmácia e em menor quantidade, na unidade de enfermagem.
 Os entorpecentes/ psicotrópicos devem ser controlados pelo enfermeiro da unidade,
sendo guardado em gaveta com chave.
 Os recipientes contendo a medicação devem estar tampados e rotulados, de maneira
legível, com o nome e a dosagem da droga.
 No momento do preparo concentrar a atenção no trabalho e evitar outras atividades
paralelas.
 Estar ciente: do estado geral do cliente, dos efeitos desejados e colaterais do
medicamento.
 Quando houver dúvidas (letra ilegível, medicamento sem rótulo, etc.), não preparar o
medicamento até seu esclarecimento.

64
 Todo medicamento deve ser rotulado com os dados de identificação do cliente: nome,
número do leito, nome da medicação, via de administração e horário.
 Lavar as mãos antes de iniciar o preparo das medicações.
 Desprezar o medicamento quando houver alteração de odor, consistência ou outras
características indesejáveis.
 Providenciar o medicamento em falta na clínica, não o substituindo por outro se não
tiver certeza absoluta que ambos possuem o mesmo efeito farmacológico desejável.
 Antes de começar a administrar as medicações, deixar o local em ordem e limpo.
 Utilizar luvas de procedimento para a administração dos medicamentos.
 Utilizar máscara no preparo de antibióticos.
 Não ministrar o medicamento preparado por outra pessoa e nem permitir que
familiares e clientes o façam.
 Não deixar a bandeja de medicação no quarto do cliente, caso necessite sair do
aposento.
 Antes de administrar a medicação, conferir o n° do leito e o nome do cliente. Nos
impossibilitados de se comunicarem, identificá-los somente pelo n° do leito.
 Somente após a ingestão ou aplicação do medicamento, ele poderá ser checado no
horário correspondente da prescrição.
 Se o cliente recusar o medicamento, estiver ausente da clínica, não houver o
medicamento no hospital, ou qualquer outro motivo, bolar o horário e justificar na
anotação de enfermagem.
 Anotar e notificar as anormalidades (efeitos colaterais) que o cliente apresentar.

Obs. Em casos de emergência, a medicação poderá ser dada sob ordem verbal do
médico, mas relatada na anotação de enfermagem. Após a prescrição médica, o
enfermeiro deverá colocar o horário e o técnico e/ ou auxiliar de enfermagem que
ministrou checar.

Medicação Via Endovenosa


É a administração de uma droga diretamente na veia,
a fim de obter uma ação imediata do medicamento.
Material:
 Luvas de procedimento.

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 Bandeja de inox.
 Medicação a ser administrada.
 Seringa identificada com nome do cliente, nome da medicação, leito e horário.
 Agulha encapada (25x8 ou 25x7) ou Scalp (número conforme o caso).
 Almotolia de álcool a 70%.
 Bola de algodão.
 Fita adesiva.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Realizar o preparo da medicação com luvas de procedimento, no posto de
enfermagem.
 Reunir o material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente sobre o procedimento.
 Escolher cuidadosamente a veia a ser puncionada.
 Garrotear o membro acima do local de punção, tomando cuidado para não
machucar o cliente.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Fazer a assepsia com o algodão embebido em álcool 70%.
 Realizar a punção com agulha ou scalp.
 Puxar o êmbolo da seringa para trás, com a mão dominante, e observar retorno
sanguíneo (caso não ocorra, avaliar hiperemia, edema ou dor local e reiniciar o
procedimento em outro local, trocando a agulha ou scalp).
 Não ultrapassar o limite de três tentativas de punção. Neste caso, pedir auxílio ao
enfermeiro de plantão.
 Se a punção foi bem sucedida, prender as asas do scalp com adesivo, retirar o garrote
e iniciar a introdução da medicação, empurrando o êmbolo suavemente enquanto
se comunica com o cliente, para diminuir sua ansiedade.
 Ir verificando a ocorrência imediata de efeitos desejados e colaterais.
 Ao final, remover a agulha em movimento seguro e suave, aplicar pressão no local
com algodão embebido em álcool a 70%.
 Colocar a seringa na bandeja sem encapar a agulha.
 Fazer curativo no local da punção.
 Recompor o cliente e a unidade.
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 Descartar o material na caixa de perfuro cortante.
 Realizara lavagem das mãos.
 Anotar procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs. Caso o cliente esteja com acesso venoso central ou periférico, fazer a assepsia com
álcool a 70% antes de administrar a medicação e observar o local.

MEDICAÇÃO VIA NASAL

É uma via de administração, que consiste na


aplicação de fármacos dentro do nariz. Evita o efeito de
primeira passagem hepática. A mucosa nasal é
considerada ineficiente na absorção de fármacos. As
partículas de droga devem ser pequenas para que
alcancem os pulmões.
Material:
 Bandeja de inox.
 Luvas de procedimento.
 Medicação a ser administrada.
 Pacote de gaze.
 Papel higiênico.

Descrição da Técnica:
• Lavar as mãos.
• Reunir o material e levar ao leito do cliente.
• Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
• Calçar luvas de procedimento.
• Orientar o cliente a assuar suavemente o nariz com o papel higiênico, caso não seja
contra indicado.
• Colocar o cliente em decúbito dorsal, elevado 45º com a cabeça ligeiramente
inclinada para trás.
• Apoiar a mão não dominante na testa do cliente, enquanto levanta a narina.
• Segurar o frasco de medicação próximo ao nariz em direção ao septo nasal com a
mão dominante.
• Instilar o número de gotas indicado.

67
• Retirar as luvas.
• Orientar o cliente a permanecer na posição por 3-6 minutos.
• Recompor a unidade e recolher o material.
• Lavar as mãos.
• Anotar procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.

Medicação Via Ocular


É uma via de administração pela aplicação de fármacos
nos olhos. Sua absorção e início de efeito são praticamente
imediatos.
Material:
 Bandeja de inox.
 Medicação a ser administrada.
 Pacote de gaze estéril.
 Luvas de procedimento.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir o material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será
feito.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Colocar o cliente em decúbito dorsal, elevado a 45º ou
sentado.
 Abrir o pacote de gaze de maneira asséptica.
 Se observar secreção ou lágrimas em excesso ao redor dos cílios inferiores e pálpebra,
realizar higiene ocular.
 Segurar o frasco com a mão dominante.
 Colocar o punho da mão não dominante na testa do cliente.
 Com gaze estéril, puxar a pálpebra inferior suavemente para baixo com a mão não
dominante.
 Orientar o cliente para olhar em direção à própria testa.
 Instilar o número de gotas indicadas, dentro da bolsa conjutival do olho correto, sem
deixar que o gotejador toque no cliente.

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 No caso de pomadas: ao abrir o tubo aplicar cerca de 1 cm de pomada dentro do
saco conjutival.
 Orientar o cliente para fechar os olhos por um minuto, sem fazer força, pedindo que
não esfregue o olho. No caso de pomadas, pedir para o cliente girar o globo ocular
em todas as direções, se não houver contraindicação.
 Remover o excesso de medicação e secreção ao redor dos olhos com uma gaze
estéril.
 Retirar as luvas e desprezá-las.
 Orientar o cliente a não se mover até que a visão esteja clara.
 Recompor a unidade e recolher o material.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs.
1. Se for necessária à aplicação de mais de um tipo de pomada, aguarde cerca de 10
minutos entre uma aplicação e outra.
2. Se tiver que aplicar mais de um colírio, espere pelo menos cinco minutos entre as
aplicações.
3. Não lave o conta gotas do colírio. Não use colírios que apresentem alteração na
coloração.
4. Quando a aplicação do colírio for difícil, como em crianças ou clientes que piscam em
demasia, deitar o cliente com os olhos fechados e pingar o colírio no canto junto ao nariz.
Fazer o cliente abrir os olhos para o colírio escorrer por gravidade.

MEDICAÇÃO VIA ORAL

É um conjunto de procedimentos e cuidados que tem


por finalidade administrar os medicamentos prescritos por via
oral a um paciente sob tratamento médico, com o máximo de
segurança e controle de riscos.

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Material:
Via Oral
 Bandeja de inox.
 Copo pequeno descartável, com medicação a ser administrada (se a medicação estiver
fora da embalagem), identificado com nome do cliente, nome da medicação, leito e
horário.
 Copo com água filtrada.
 Canudinho s/n.
 Macerador de comprimido s/n.

Via Oral Através de Sondas (Nasogástrica ou Nasoenteral)


 Seringa descartável de 20 ml.
 Dieta.
 Equipo para administração da dieta.
 Água filtrada para lavagem.
Descrição da Técnica:
Via Oral
 Absorção e início dos efeitos: cerca de 30 minutos.
 Lavar as mãos.
 Reunir o material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Colocar o cliente em decúbito dorsal, elevado 45º.
 Oferecer ao cliente a medicação conforme orientação em prescrição.
 Oferecer água ou líquido indicado ao cliente, orientando para este colocar a
medicação na boca.
 Permanecer com o cliente até que toda a medicação seja tomada.
 Recompor o cliente e a unidade.
 Recolher o material.
 Realizar lavagem básica das mãos.
 Verificar após 30-60 minutos em média, a ocorrência de efeitos desejados e colaterais.
 Anotar procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.

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Via Oral Através de Sondas (Nasogástrica ou Nasoenteral)
 Quando SNG: verificar se não há conteúdo gástrico com dieta do horário anterior,
aspirando com a seringa de 20 ml e verificando retorno (teste de refluxo).
 Introduzir dieta gota a gota, através do equipo ou bomba de infusão, atentando para
a velocidade prescrita, evitando administrações rápidas para prevenir diarréias.
 Ao término da dieta, realizar higienização da sonda através de lavagem com água
filtrada em seringa ou por gavagem (atentar para restrições hídricas).
 Anotar procedimento em impresso próprio e comunicar intercorrências ao
Enfermeiro de plantão.

Medicação Via Otológica


É a introdução de medicamentos no canal auditivo
externo com a finalidade de prevenir ou tratar processos
inflamatórios, infecciosos, facilitar a saída de cerúmen e
corpos estranhos.
Material:
 Bandeja de inox.
 Medicação a ser administrada.
 Pacote de gaze estéril.
 Luvas de procedimento.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir o material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Colocar o cliente em decúbito dorsal com a cabeça lateralizada, deixando para cima o
ouvido que receberá a medicação.
 Com a mão não-dominante, puxar suavemente a aurícula para cima e para trás (para
maiores de 3 anos) e para baixo para trás (para menores de 3 anos.
 Descansar o punho da mão dominante do lado da face do cliente próximo à área
temporal, gotejar o número receitado de gotas no canal do ouvido sem tocar este com
o frasco.

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 Soltar o ouvido e remover o excesso de medicação ao redor do mesmo com compressa
de gaze estéril.
 Retirar as luvas e desprezá-las.
 Orientar o cliente a permanecer na posição por 3-5 minutos para absorção da
medicação.
 Recompor a unidade e recolher o material.
 Lavar as mãos.
 Anotar procedimento, em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs. Nos processos dolorosos recomenda-se a aplicação concomitante de calor úmido
ou seco.

Medicação Via Retal


É uma via de administração onde o fármaco é
aplicado na região retal. Sua indicação é impopular e
desconfortável. O fármaco é formulado em um supositório
ou enema retal, aplicados acima do esfíncter anal interno e
do anel anorretal.
Material:
 Bandeja de inox.
 Medicação a ser administrada.
 Luvas de procedimento.
 Pacote de gazes.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir o material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Preparar o ambiente solicitando a saída de acompanhantes e/ou posicionando o
biombo de maneira que favoreça privacidade ao cliente.
 Calçar luvas de procedimento.
 Posicionar o cliente em decúbito lateral com a perna superior em abdução.
 Remover o supositório do invólucro com uma gaze.

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 Se a ponta estiver afiada, esfregar levemente com uma gaze para que esta fique
arredondada.
 Afastar as nádegas com a mão não-dominante.
 Orientar o cliente a respirar lenta e profundamente pela boca para facilitar
relaxamento da musculatura.
 Inserir o supositório no reto, segurando com uma gaze, até se perceber o fechamento
do anel anal.
 Retirar as luvas de procedimento e descartá-las.
 Orientar o cliente a comprimir as nádegas por 3-4 minutos e permanecer na mesma
posição por 15-20 minutos para diminuir estímulo de soltar o supositório.
 Recompor a unidade e recolher o material.
 Lavar as mãos.
 Anotar procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

Medicação Via Subcutânea

Uma medicação injetada nos tecidos adiposos (gordura), abaixo da pele, se move
mais rapidamente para a corrente sanguínea
do que por via oral. A injeção subcutânea
permite uma administração medicamentosa
mais lenta e gradual que a injeção
intramuscular, ela também provoca um
mínimo traumatismo tecidual e comporta um

73
pequeno risco de atingir vasos sanguíneos de grande calibre e nervos. Absorvida
principalmente através dos capilares, as medicações recomendadas para injeção
subcutânea incluem soluções aquosas e suspensões não irritantes contidas em 0,5 a 2,0 ml
de líquido.
Material:
 Luvas de procedimento.
 Bandeja de inox.
 Medicação a ser administrada.
 Seringa de 1ml identificada: nome do cliente, nome da medicação, leito e horário.
 Agulha 13 x 4,5.
 Bola de algodão.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Realizar o preparo da medicação no Posto de Enfermagem.
 Reunir o material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Preparar o ambiente solicitando a saída de acompanhantes e/ou posicionando o
biombo de maneira que favoreça privacidade ao cliente, dependendo da área
escolhida para a aplicação.
 Selecione um local de injeção apropriado.
 Com a sua mão não dominante, agarre a pele ao redor do ponto de injeção
firmemente para elevar o tecido subcutâneo, formando uma dobra de gordura de
2,5cm.
 Segurando a seringa com a sua mão dominante, insira a bainha da agulha entre os
dedos anular e mínimo da sua outra mão enquanto agarra a pele ao redor do ponto
de injeção. Puxe para trás a seringa com a sua mão dominante para descobrir a agulha
agarrando a seringa como um lápis. Não toque a agulha.
 Posicione a agulha com o bisel para cima.
 Insira a agulha rapidamente em um único movimento. Libere a pele do cliente para
evitar a injeção da medicação em um tecido comprimido e irritar as fibras nervosas.
 Após a injeção, remova a agulha delicadamente (mas de forma rápida) na mesma
angulação utilizada para a inserção.

74
 Cubra o local com um chumaço de algodão seco e massageie delicadamente (a menos
que você tenha injetado uma medicação que contra indique a massagem, como a
heparina e a insulina) para distribuir a medicação e facilitar a absorção.
 Colocar a seringa na bandeja, sem encapar a agulha.
 Recompor o cliente e a unidade.
 Descartar o material em caixa de perfuro cortante.
 Lavar as mãos.
 Anotar procedimento em impresso próprio, no
prontuário do cliente.

Medicação Via Sublingual


É uma via de administração que consiste na
absorção de fármacos por debaixo da língua. As
mucosas situadas na região sublingual são altamente vascularizadas por capilares
sanguíneos, motivo pelo qual sua absorção é altamente eficaz.
Material:
 Bandeja de inox.
 Copo descartável pequeno.
 Medicação a ser administrada.
 Luvas de procedimento.
 Etiqueta para identificação.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir o material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Colocar a medicação debaixo da língua do cliente.
 Retirar as luvas.
 Orientar o cliente a não engolir a medicação.
 Lavar as mãos.
 Verificar após 30-60 minutos em média, a ocorrência de efeitos.
 Anotar procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.

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Obs. Pode-se pedir para o cliente colocar a medicação na região sublingual ele próprio,
com orientação e supervisão da equipe de enfermagem. Neste caso, não há necessidade
do profissional usar luvas.

Medicação Via Tópica (Cutânea)


É a aplicação de uma substância diretamente onde se
deseja sua ação (efeito local).
Material:
 Bandeja de inox.
 Luvas de procedimento.
 Medicação a ser administrada.
 Biombo s/ n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir o material e levar no leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Preparar o ambiente solicitando a saída do acompanhante e/ou posicionando o
biombo de maneira que favoreça privacidade ao cliente.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Posicionar o cliente, expondo a região a ser aplicado o creme.
 Colocar a quantidade prescrita na superfície palmar.
 Espalhar levemente com os dedos ou palmas, massageando levemente a região até o
produto ser absorvido ou de acordo com as orientações do medicamento ou da
prescrição.
 Retirar as luvas e desprezá-las.
 Recompor a unidade e o cliente.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

Medicação Via Intramuscular


São injeções intramusculares que depositam a medicação profundamente no tecido
muscular, o qual é bastante vascularizado, podendo absorver rapidamente. Esta via de

76
administração fornece uma ação sistêmica rápida e
absorção de doses relativamente grandes (até 5 ml em
locais adequados).
Material:
 Bandeja de inox.
 Luvas de procedimento.
 Medicação a ser administrada.
 Seringa identificada com nome do cliente, nome da
medicação, leito e horário.
 Agulha encapada (adultos hígidos = 30x7 ou 30x8).
 Almotolia de álcool a 70%.
 Bola de algodão.
 Biombo s/n.
 Fita adesiva.
 Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Realizar o preparo da medicação no Posto de Enfermagem.
 Reunir o material e levar ao leito do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Preparar o ambiente solicitando a saída de acompanhantes e/ou posicionando o
biombo de maneira que favoreça privacidade ao cliente, dependendo da área
escolhida para a aplicação.
 Selecionar a área para a aplicação, preferencialmente a região glútea por ser um
músculo de maiores proporções. O Músculo deltoide deverá ser escolhido no caso de
rodízio, ou de pequenos volumes. Evitar o Músculo vasto lateral (aplicações costumam
são mais dolorosas) a não ser que seja necessário em caso de falta de opção em rodízio
de locais.
 Posicionar cliente de maneira confortável e de fácil visualização da área de injeção.
 Limpar a área com algodão embebido em álcool a 70% com movimento único
unidirecional de cima para baixo.
 Retirar a tampa da agulha.
 Colocar o dedo indicador da mão não-dominante de um lado do local escolhido e o
dedo polegar do outro lado formando um V.

77
 Afastar os dedos, tensionando a pele.
 Rapidamente, inserir a agulha em ângulo de 90º com a mão dominante.
 Com os dedos que tensionam a pele, soltar a pele e segurar o corpo da seringa.
 Puxar o êmbolo para trás, com a mão dominante, e observar retorno sanguíneo (caso
ocorra, retirar a agulha, pois um vaso foi atingido). Reiniciar o procedimento neste
caso, orientando o cliente sobre o motivo da nova punção.
 Se não for observado retorno sanguíneo, empurrar o êmbolo suavemente enquanto
se comunica com o cliente, para diminuir sua ansiedade.
 Remover a agulha em movimento rápido e seguro em ângulo de 90º.
 Aplicar pressão firme no local com algodão embebido em álcool a 70%.
 Colocar a seringa na bandeja, sem encapar a agulha.
 Fazer o curativo no local de punção.
 Recompor o cliente e a unidade.
 Descartar o material em caixa de perfuro cortante.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs. Dependendo da região na qual será administrada a medicação, existe um volume
máximo: Região deltoidea: 2 ml; Região dorsoglutea: 4 ml; Região ventroglutea: 4 ml;
Região anterolateral da coxa: 3 ml.

Medicação Via Intradérmica


Finalidade:
Introdução de medicamentos na derme. É
indicada para teste de sensibilidade alérgica e
aplicação de vacinas.
 Volume de aplicação: até 0,5 ml (0,1ml –
0,5ml)
 Locais de aplicação: face interna ou ventral do antebraço e região escapular (por
serem locais de fácil acesso, pobre em pêlos, pigmentação e pouco vascularizada)
 A exceção é a vacina BCG que é aplicada na porção inferior do deltóide direito.
 Posição do paciente: deve estar sentado, antebraço descoberto. Apoiado em uma
superfície plana. É aplicada a qualquer idade.
Material:
 Medicação
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 Agulha fina (13X8)
 Seringa (1 ml)
 Algodão
 Álcool 70%
 Luvas de procedimento
Procedimento:
 Lavar as mãos, reunir o material, conferir a medicação, dose, hora, via e paciente.
 Explicar o procedimento ao paciente ou ao seu responsável
 Expor as áreas de aplicação; utilizar preferencialmente a face anterior do antebraço ao
a região subescapular
 Calçar as luvas de procedimento
 Fazer anti-sepsia local, de baixo para cima
 Distender a pele e introduzir somente o bisel da agulha para cima, paralelo à pele
 Injetar a medicação e observar a formação de pápula
 Retirar a agulha e não massagear
 Recolher o material, retirar as luvas, lavar as mãos e registrar a medicação e possíveis
reações.

Complicações que podem ocorrer:


Infecções: podem ser local (urticária) ou sistêmica (sepses). As infecções podem resultar da
contaminação do medicamento ou material.
Fenômenos alérgicos: aparecem em decorrência á susceptibilidade do indivíduo ao
produto usado. Pode ser local ou geral.
Embolias: resultam da introdução de bolhas de ar, óleos ou cristais das drogas.

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Traumas: podem ser psicológicos ( medo, tensão, choro ) ou tissulares (lesões da pele,
hematomas, equimoses, dor, parestesias, paralisias, nódulos, necrose).

Tricotomia
Tricotomia é a retirada dos pêlos antes de uma cirurgia
através de uma lâmina cirúrgica ou de barbear. Retiram-se os
pêlos do local onde irá ser feita a cirurgia, evitando qualquer
tipo de infecção.
Material:
 Luvas de procedimento.
 Aparelho de barbear descartável.
 Sabonete ou sabonete líquido.
 Pacote de gaze estéril.
 Cuba rim.
 Toalha de banho.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir material e levar ao leito do cliente.
 Orientar cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito, certificando da
compreensão do mesmo sobre o procedimento a ser realizado.
 Preparar ambiente solicitando a saída de acompanhantes e/ ou posicionando a cortina
de maneira que favoreça privacidade ao cliente.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Posicionar o cliente e expor a aérea onde será realizado o procedimento.
 Dispor sabão e água morna na cuba rim.
 Ensaboar a aérea a ser tricotomizada.
 Tracionar a pele e proceder à tricotomia em movimentos suaves para evitar lesão da
pele (a tricotomia deve ser realizada no sentido de crescimento dos pêlos).
 Retirar com a gaze o excesso de pêlos e o sabão do aparelho de barbear.
 Recolher os pêlos com a gaze.
 Providenciar higiene do cliente se não houver contra indicação.
 Ao término, secar a pele, recompor o cliente e a unidade.
 Recolher material.

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 Anotar procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL
É a retirada da secreção pulmonar através da introdução de uma sonda de aspiração
via cânula endotraqueal, traqueostomia, nasotraqueal ou orotraqueal.
Materiais:
 Frasco de aspiração
 Sonda estéril de aspiração
 Luva esterilizada ( traquéia )
 Máscara descartável
 Óculos protetores
 Luva de procedimento ( nasal e oral )
 Frasco de água destilada

Procedimento:
 Lavar as mãos
 Reunir o material
 Explicar o procedimento ao paciente
 Conectar o frasco de aspiração ao vácuo
 Conectar a extensão
 Abrir a extremidade da embalagem na técnica a extensão
 Colocar a máscara e o avental de mangas longas e o óculos protetor
 Abrir o vácuo
 Calçar a luva estéril
 Retirar a sonda da embalagem sem contaminá-la segurando-a com a mão dominante
 Desconectar o aparelho de ventilação
 Introduzir a sonda de aspiração sem ocluir o orificio “y”
 Ocluir o orificio “y” com o polegar após a introdução da sonda
 Retirar a sonda sem fazer movimentos rotatórios (pode lesar traquéia) tracionando-a
para fora
 Repetir quantas vezes forem necessárias
 Realizar aspiração nasal
 Realizar aspiração oral

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 Desconectar e desprezar a sonda de aspiração, a luva no lixo infectante
 Manter o vácuo aberto ao término da aspiração, lavar com a AD até total limpeza do
circuito
 Recolher o material
 Anotar no prontuário: horário, quantidade, aspecto, odor e consistência da secreção
aspirada, bem como o padrão respiratório do paciente
 Lavar frasco de aspiração no expurgo

Sequência de aspiração
1º traqueostomia ou cânula endotraqueal
2º cavidade nasofaríngea
3º cavidade oral

VERIFICAÇÃO DE GLICEMIA CAPILAR

Teste realizado para identificar a taxa de glicose


através da gota de sangue, utilizando glucômetro.
O teste de glicemia capilar possibilita conhecer os
níveis de glicemia durante o dia, em momentos que
interessam para acompanhar e avaliar a eficiência do
plano alimentar, da medicação oral e principalmente da
administração de insulina, assim como orientar as mudanças no tratamento.
Materiais:
 Glucômetro
 1 lanceta
 Lancetador / caneta
 Luvas de procedimento
 Algodão umedecido com álcool á 70 %
 Fita teste
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir o material.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Colocar a fita teste no aparelho próprio para aferição de glicemia capilar.

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 Calçar as luvas de procedimento.
 Abrir o invólucro da lanceta ou da agulha.
 Escolher um dos quirodáctilos que esteja com uma boa perfusão periférica.
 Segurar o quirodáctilo com a mão não dominante, fazendo uma leve pressão para
“acúmulo sanguíneo” no local.
 Fazer a antissepsia com o algodão embebida no álcool a 70%.
 Com a mão dominante, dar uma picada superficial com a lanceta ou agulha 13 x 4,5
na ponta do quirodáctilo do cliente.
 Ao sair sangue do quirodáctilo, colocar uma gota do mesmo na fita teste.
 No local perfurado pressionar com o algodão seco.
 Aguardar a leitura realizada pelo aparelho.
 Recolher o material.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavas as mãos.
 Comunicar o resultado ao enfermeiro da unidade ou ao médico se necessário
(hipoglicemia ou hiperglicemia).
 Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.
 Valor normal: 70 a 110 mg / dl
 Comunicar alterações.

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VERIFICAÇÃO DE GLICOSÚRIA E CETONÚRIA

É a realização do teste através da fita reagente para detecção indireta de glicose e/


ou cetona presentes na urina.
Materiais:
 Luvas de procedimentos
 Fita
 Reagente
Método:
 Higienizar as mãos
 Reunir o material
 Explicar o procedimento ao paciente
 Calçar luvas
 Coletar a urina em recipiente
 Imergir a área reagente da fita na urina retira-la em seguida
 Aguardar o tempo determinado para a leitura, conforme orientação do fabricante
 Comparar a cor da área reagente com a escala de cores impressas no rótulo do frasco
e realizar a leitura
 Recolher o material
 Anotar o resultado no prontuário, comunicando alterações

TROCA DE ÁGUA DO FRASCO DE DRENAGEM DE TÓRAX (selo d’água)

É o procedimento de substituição do líquido drenado no frasco do dreno de tórax


por água destilada estéril.
Objetivo:
 Manter fluxo de drenagem
 Permitir a mensuração do líquido
drenado
Materiais:
 Esparadrapo
 Frasco de AD estéril 500ml
 Cortoplast
 Luvas de procedimentos

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 Algodão umedecido com álcool á 70 %
 Cálice graduado
 Método:
 Reunir o material;
 Explicar o procedimento ao paciente;
 Higienizar as mãos realizar a desinfecção do frasco de AD com o
algodão e álcool;
 Abrir o frasco com o cortoplast;
 Calçar as luvas;
 Pinçar o dreno;
 Abrir o frasco de drenagem;
 Retirar a tampa segurando com cuidado para não contaminar a
ponta interna do frasco;
 Desprezar o conteúdo no cálice graduado, verificando volume e
aspecto do resíduo drenado;
 Colocar a AD no frasco, fazendo movimentos circulares para
desprender qualquer material que esteja aderido a parede do
frasco;
 Desprezar este conteúdo no cálice;
 Repetir o processo;
 Colocar 100 ml de AD no frasco para a realização do selo d’água;
 Colocar a tampa do frasco de drenagem imergindo a ponta interna na água;
 Despinçar a extensão do dreno;
 Colocar uma fita de esparadrapo no lado externo do frasco, marcando o nível de água
com a caneta. Anotar data, hora da troca;
 Recolher materiais, manter local limpo e organizado;
 Anotar no prontuário: o procedimento realizado, aspecto, volume e intercorrências;
 Observações:
 Deve haver borbulhamento, caso contrário comunicar e anotar;
 Ao medir o volume, não se esquecer de subtrair o volume da AD colocada
anteriormente;
 Por segurança, é recomendado que o procedimento seja realizado por duas pessoas.

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DOCUMENTAÇÃO
Prontuário Médico
É o conjunto de documentos escritos que identificam o paciente, registram a
evolução da doença, os tratamentos prescritos e cuidados de enfermagem executados,
bem como condições de alta, transferências.
Nele deve ser registrado a descrição concisa da história clínica do paciente e da
família, seus hábitos e antecedentes pessoais, sua condição física e estado mental,
diagnóstico médico e de enfermagem e o resultado de exames realizados. O prontuário é
útil para o paciente, equipe médica, equipe da enfermagem e outros profissionais
envolvidos no processo de atendimento.
Valor do prontuário médico
 Auxilia no diagnóstico e tratamento
 Constitui valioso material para ensino
 Oferece dados e informações para pesquisas e
estatísticas
 É documento para fins legais
Anotação de Enfermagem
Consiste nos registros realizados pela equipe de
enfermagem, em impresso próprio, a respeito dos
cuidados prestados ao paciente.
A anotação de enfermagem faz parte do prontuário médico sendo considerado um
documento legal, por ser o testemunho escrito da prática de enfermagem. Todas as
informações contidas nele são utilizadas pela equipe de saúde durante o tratamento.
Finalidade
 Estabelecer comunicação entre a equipe de enfermagem e demais profissionais
 Servir de base para elaboração de cuidados
 Acompanhar evolução do paciente
 Constituir documento legal para o paciente ou equipe de enfermagem referente a
assistência prestada
 Contribuir para a auditoria de enfermagem
 Colaborar para ensino e pesquisa
O que anotar: condições físicas
- estado da pele: coloração, presença de lesões, ressecamento, tugor cutâneo
- possibilidades de locomoção

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Manifestações emocionais
- alegria
- tristeza
- temor
- ansiedade
- agitação
- lucidez
- confusão mental
O que o paciente mantem
- soro
- cateteres
- sondas
Procedimentos realizados
- banho
- curativos
- medicamentos
Aceitação alimentar ( desjejum, almoço, lanche, jantar )
- boa aceitação
- recusa
- aceitação parcial
Intercorrências ( e a quem foi comunicado )
- algias
- êmese
- sangramentos, entre outros
Eliminações fisiológicas (diurese e evacuação)
- aspecto
- quantidade
- odor
- presença de muco, sangue
- coloração
Por ser um documento legal, a anotação de enfermagem deve obedecer a alguns
cuidados para o registro:
 Usar letra legível
 Escrever com caneta (nunca á lápis) de cor azul ou vermelha de acordo a instituição

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 Registrar horários
 Anotar todo procedimento prestado
 Ser claro, objetivo
 Se errar, não rasurar
 A descrição deve ser concisa ( resumida e exata )
 Usar abreviaturas padronizadas
 Não deixar espaços nem pular linhas
 Identificar com nomes as pessoas que deram informações. Ex : a mãe
 Registrar medidas de segurança adotadas para proteger o paciente
 Fechar com um traço espaço de linhas, assinar carimbar em caso de funcionário. Em
caso de alunos assinar e colocar o nome do colégio.
Passagem de plantão
A passagem de plantão tem como objetivo assegurar o fluxo de informações entre as
equipes de enfermagem, nos diferentes turnos, que se sucedem no período de 24 horas.
Pode ser considerada um elo de ligação no processo de trabalho da enfermagem com o
outro turno subsequente. É esta ligação que assegura a continuidade da assistência.
Admissão Hospitalar
Regras gerais
A maneira de receber um paciente depende da rotina de cada hospital. Em caso,
porém, o atendimento deverá ser afável e gentil, sendo realizado por alguém que possa
dar todas as informações necessárias.
Deve-se:
Mostrar as dependências do setor e aposento, explicando as normas e rotinas sobre:
 Horário de banhos
 Refeições
 Visitas médicas
 Visitas de familiares
 Repouso
 Recreação
 Serviços religiosos
 Pertences pessoais necessários
 Relacionar e guardar roupas seguindo a rotina do local
 Entregar pertences de valores á família, anotando no prontuário

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 Apresenta-lo á companheiros de quarto
 Se necessário, encaminhá-lo ao banho e vestir roupas apropriadas
 Preparar o prontuário
 Comunicar serviço de nutrição e demais serviços interessados
 Verificar SSVV, peso, altura e anotar
Fazer anotações de enfermagem referentes a:
 Hora de entrada
 Condições da chegada (deambulando, de maca, cadeira de rodas,
acompanhamento)
 Sinais e sintomas observados
 Orientações dadas
 Alergias e uso de medicamentos de rotina
 Se apresenta patologias (diabetes, hipertensão arterial, entre outros)
 Se foi realizada cirurgias anteriores
Alta Hospitalar
A alta do paciente, em decorrência a implicações legais, deve ser dada por escrito e
assinada pelo médico.
Tipos:
a) Alta hospitalar por melhora: aquela dada pelo médico porque houve melhora do estado
geral do paciente, sendo que este apresenta condições de deixar o hospital.
b) Alta a pedido: aquela em que o médico concede a pedido do paciente ou responsável,
mesmo sem estar devidamente tratado. O paciente ou responsável por ela assina o termo
de responsabilidade.
c) Alta condicional ou licença médica: aquela concedida ao paciente em ocasiões especiais,
com a condição de retornar na data estabelecida (dia das mães, pais, natal, entre outros).
Também deve ser assinado o termo de responsabilidade.
Papel da Enfermagem
 Avisar o paciente após alta registrada em prontuário pelo médico
 Orientar o paciente e familiares sobre cuidados precisos pós-alta (repouso, dieta,
medicamentos, retorno)
 Preencher pedido de alta (de acordo regras da instituição)
 Providenciar medicamentos ( conforme regulamento da instituição )
 Reunir pertences do paciente e providenciar suas roupas

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 Auxilia-lo no que for necessário
 Realizar anotações de enfermagem contendo:
 Hora de saída
 Tipo de alta
 Condições do paciente
 Presença ou não de acompanhante
 Orientações dadas
 Meio de transporte ( ambulâncias, carro próprio )
 Preparar prontuário e entrega-lo conforme rotina da instituição

Transferência
É realizada da mesma forma que a alta. Deve-se avisar os diversos serviços, conforme
rotina .
A unidade para onde o paciente está sendo transferido deverá ser comunicada com
antecedência, a fim de que esteja preparada para recebê-lo.
O prontuário deve estar completo e ser entregue na outra unidade.
O paciente será transportado de acordo as normas da instituição e seu estado geral.
Ordem e Limpeza
Limpeza é a eliminação de todo o material estranho (resíduos, material orgânico,
poeiras, entre outros), com uso de água, detergentes e ação mecânica. A limpeza antecede
os procedimentos de desinfecção e esterilização.
Os hipocloritos são desinfetantes amplamente utilizados, porém podem ser
inativados na presença de sangue ou outra matéria orgânica, daí a necessidade de limpeza
anterior.
O Serviço de Limpeza é de grande interesse nos hospitais e demais Serviços de Saúde,
não só porque essa é a primeira impressão do serviço ao paciente, mas também pela
importância no controle de infecções hospitalares.
A enfermagem deve participar ativamente na manutenção da ordem e limpeza, quer
atuando diretamente ou orientando o pessoal responsável por esse trabalho.
Limpeza geral ou terminal
É realizada pela equipe da limpeza. Consiste na limpeza geral e total do quarto e leito
do paciente. Nesta limpeza, a enfermagem participa retirando mobiliários do quarto,
limpando-os e recolocando-os novamente ao quarto.

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Indicações
 Quando ocorre óbito
 Quando o paciente é transferido para outra unidade
 Quando o paciente tem alta hospitalar
 Quando o paciente é acamado deve ser realizada a cada 15 dias, dependendo do
caso, uma vez por semana.
Limpeza diária ou concorrente
É realizada diariamente. Consiste na limpeza de partes do imobiliário do local, como
cabeceira da cama do paciente, mesa de cabeceira, cadeiras, poltronas, posto de
enfermagem, mesas, cadeiras, bandejas, pias, entre outros. . .
Objetivos
 Manter o local limpo e organizado
 Impedir propagação de microrganismos no local
Materiais
 Álcool a 70%
 Panos de limpeza

CUIDADOS COM RESÍDUOS


O destino dos resíduos merece atenção especial, não
por se constituir fonte de infecção, mas também pela
possibilidade de reciclagem.
Baseado na ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) deve ser dividido em:
a) Resíduos Infectantes: acondicionar em saco plástico
branco leitoso, com símbolo de infectante.

Exemplo: materiais com material orgânico,


como: swab, compressas, drenos, curativos, etc.
b) Resíduos Comuns: acondicionar em saco
plástico comum preto.
Exemplo: papel toalha, restos de alimentos,
copos descartáveis, entre outros.

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Materiais infectados e perfurocortantes
A preocupação dos profissionais de saúde com os perfurocortantes é antiga, pois
estes representam riscos potenciais aos trabalhadores da área.
Tipos de coletores:
O mais comumente utilizado em hospitais são os Descartex ou Descarpack. São caixas
de papelão, amarelo, montados com proteções que evitam a liberação de materiais
contaminados para seu exterior.
Causas mais frequente de acidentes ocupacionais:
 Locais inadequados para a fixação de coletores
 Descarte inadequado
 Reencapamento de agulhas usadas
 Falhas técnicas no procedimento
Recomendações
 Não ultrapassar linha demarcatória da caixa
 Após preenchimento, fechar a caixa e segura-la pelas alças
 Posicionar a caixa em suporte adequado, evitando-se coloca-la no chão enquanto
estiver sendo usada
 O coletor não deve ser posicionado muito alto, ou seja, acima dos olhos do profissional
.Deve-se mantê-lo na altura dos olhos
 Manter o coletor fora do alcance de respingos, ou seja,
afastado de pias, torneiras e saídas de líquidos.

CATETERISMO VESICAL

É a introdução de um cateter estéril através da uretra até


a bexiga, com o objetivo de drenar a urina. Deve-se utilizar
técnica asséptica no procedimento a fim de evitar uma
infecção urinária no cliente. Tem por finalidade esvaziar a
bexiga dos clientes com retenção urinária, controlar o volume urinário, preparar para as
cirurgias principalmente abdominais, promover drenagem urinária dos clientes com
incontinência urinária e auxiliar no diagnóstico das lesões traumáticas do trato urinário.

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Cateterismo vesical de alívio
É a introdução de um cateter, sem “cuff”, através da uretra até a bexiga, para
esvaziamento vesical momentâneo.
Objetivos:
 Promover esvaziamento vesical na retenção urinária (neurológicas e pós-anestésicas)
 Realizar coleta de amostra de urina para exames
Materiais:
 Luva estéril
 Cateter vesical com calibre adequado ao paciente
 Seringa de 20 ml (sexo masculino)
 Xilocaína gel
 Pacote de cateterismo vesical ( contem cuba rim, cúpula,
pinça )
 Pacotes de gazes estéreis
 Almotolia com antisséptico (PVP ) Polvidine tópico
 Comadre
 Biombo s/ n Agulha 40x12
Método:
 Lavar as mãos
 Reunir o material
 Explicar o procedimento ao paciente
 Abrir campo estéril entre os MMII do paciente que deve
permanecer em decúbito dorsal e colocar nele as gazes,
seringa, agulha, sonda, com cuidado para não contaminar
 Desprezar uma porção de PVPI no lixo a fim de desinfectar ponta da almotolia
 Colocar uma proporção na cúpula
 Calçar luvas esterilizadas na técnica adequada
 Realizar antissepsia da região perineal (conforme técnica de
higienização perineal demonstrada em banho no leito
masculina ou feminina), com as gazes embebidas na solução
com auxílio da pinça
No sexo masculino:
 Colocar 20 ml de xilocaína gel na seringa

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 Colocar agulha e retirar o ar.
 Retirar a agulha, introduzir a xilocaína na uretra

No sexo feminino:
 Manter paciente em posição dorsal com os MMII flexionados,
 Lubrificar com a xilocaína o cateter
 Introduzir sonda na uretra por aproximadamente 10 cm,
utilizando mão dominante estéril
 Observar o retorno da urina
 Retirar e desprezar o cateter ao término da drenagem
 Recolher material, deixando local limpo e organizado
Registrar: o procedimento, calibre do cateter utilizado,
aspecto, volume da urina e intercorrências.

Cateterismo vesical de demora


É a introdução de um cateter com “cuff”, através da uretra até a bexiga, para
esvaziamento vesical permanente.
Objetivos:
 Controlar débito urinário
 Manter pertuito uretral nas
obstruções urinárias anatômicas
ou funcionais prolongadas
 Realizar irrigação vesical em casos
de cirurgias da próstata
 Instilar medicamentos na bexiga
Materiais
 Luvas estéreis
 Sonda de Foley 2 vias
 Seringa de 20 ml (sexo masculino)
 Agulha 40x12
 1 ampola de AD xilocaína
 Pacote de cateterismo vesical
 Gazes estéreis

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 Almotolia com PVPI
 Coletor de urina sistema fechado
 Micropore / esparadrapo
 Tesoura
Método:
 Lavar as mãos
 Reunir o material
 Explicar o procedimento ao paciente
 Abrir pacote contendo o coletor sistema fechado e deixa-lo preso no leito
 Manter paciente em posição dorsal (sexo feminino com MMII flexionados e afastados;
sexo masculino MMII estendidos e afastados)
 Abrir campo entre os MMII e nele colocar todos os materiais estéreis a serem utilizados
 Desprezar PVPI em lixo e após colocar uma proporção na cúpula
 Calçar luvas estéreis
 Testar cuff da sonda
 Realizar a antissepsia da região com gazes embebidas na solução com auxílio da pinça
utilizando as técnicas anteriores
 No sexo masculino injetar 20 ml de xilocaína conforme técnica anterior
 Em sexo feminino lubrificar a sonda na xilocaína
 Introduzir o cateter até a saída da urina, dobrar sonda
 Retirar a tampa de proteção da extremidade do coletor de urina e conecta-lo a sonda
 Aspirar 10 ml de AD e inflar o cuff
 Tracionar o cateter até perceber a resistência do balão
 Fixar a sonda sem traciona-lo
 Manter local limpo e organizado
 Registrar o procedimento aspecto e volume da urina e intercorrências

BALANÇO HÍDRICO
O balanço hídrico é o resultado da quantidade de líquido que entra e sai do corpo
humano em um determinado intervalo de tempo, que tem por objetivo monitorar os
parâmetros que permitam acompanhar o equilíbrio hídrico do cliente diante do
tratamento proposto, dependendo de seu estado patológico, renal ou cardíaco.

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Material:
 Impresso próprio.
 Calculadora s/n.
Descrição da Técnica:
Controlar os ganhos e perdas
do cliente nas 24 horas da
seguinte forma:
Considerar como ganho/ entrada:
Dietas por: CNG, CNE, ostomias.
Ingestão: água, sucos, chás, sopas.
Terapia medicamentosa: soros,
medicações com diluição, sangue,
NPP.

Considerar como perda/ saída:


 Eliminações: vésico-intestinais (diurese e fezes líquidas e semi líquidas).
 Vômitos.
 Drenagens.
 Folha de Controles: computar perdas (exemplo: diurese) ou ganhos (exemplo: soro,
uma xícara de chá).
 No final de 24 horas, somar o total de ganhos e perdas e subtrair um do outro.
Exemplo:
O cliente recebeu 1.200 ml entre dieta e medicações e eliminou 980 ml entre diurese
e drenagens.
1.200 ml - 980 ml = 220 ml
O Balanço das 24 horas neste caso é positivo, pois o cliente teve mais ganho do que
perdas.
 Anotar o resultado final na folha de Controles, comunicando ao enfermeiro de plantão
qualquer alteração.

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CUIDADOS COM ÚLCERA DE PRESSÃO

É a prevenção de lesão decorrente da deficiência circulatória por pressão exercida


sobre um ponto por período prolongado.
Materiais:
 Luvas de procedimento.
 Roupa de cama limpa.
 Forro.
 Travesseiro
 Coxins.
 Colchão piramidal.
 Hidratantes.
 Material par higiene
íntima, s/n.
 Poltrona.
 Protetor de calcâneo, s/n.
 Protetores de pele.
 Escala Braden.
 Escala para mudança de
decúbito.

DESCRIÇÃO DA TÉCNICA:
1. Avaliação de risco:
 Considerar clientes restritos ao leito ou cadeira de rodas e aqueles com capacidade
debilitada de reposicionamento.
 Utilizar o método de avaliação de risco: Escala de Braden para assegurar uma
avaliação sistemática e padronizada por toda a equipe.
 Avaliar todos os clientes de risco no momento da admissão e em intervalos regulares.
 Identificar todos os fatores de risco, de forma a direcionar as medidas preventivas
específicas para cada um.

2. Cuidados com a pele e medidas preventivas:


 Inspecionar a pele pelo menos uma vez ao dia e documentar as observações.

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 Individualizar a frequência de banho. Utilizar um agente de limpeza suave, evitar água
quente e fricção excessiva.
 Avaliar e controlar incontinência. Quando não puder ser controlada, limpar a pele no
momento em que sujar utilizar uma barreira tópica e selecionar absorventes ou fraldas
que forneçam de forma rápida uma superfície seca à pele.
 Utilizar hidratantes na pele seca. Minimizar os fatores ambientais que causam o
ressecamento da pele.
 Evitar massagear as proeminências ósseas (isto não significa não hidratar e proteger a
pele destas regiões).
 Posicionar adequadamente o cliente, utilizando técnica correta de movimentação e
transferência de forma a minimizar as forças de fricção e cisalhamento na pele.
 Utilizar lubrificantes e/ ou coberturas protetoras para reduzir a lesão por fricção.
 Identificar e corrigir os fatores que comprometam a ingestão calórica e proteica e
considerar a utilização de suplementação ou suporte nutricional para pessoas que
necessitem.
 Monitorar e documentar as intervenções e os resultados.

3. Redução de carga mecânica e utilização de


superfícies de suporte:
 Reposicionar o cliente restrito ao leito ao menos
a cada duas ou três horas e o cliente restrito a
cadeira (cadeirantes) a cada hora.
 Documentar a utilização da escala para
mudança de decúbito no prontuário de cada
cliente.
 Selecionar recursos que reduzam a pressão para
cada cliente de risco, segundo suas
necessidades. Não utilizar almofadas tipo argola.
 Considerar o alinhamento postural, a distribuição do peso, balanço e estabilidade e o
alívio da pressão quando posicionar os clientes.
 Ensinar os clientes cadeirantes que são capazes a mudar a posição ou promover
manobras de alívio de pressão a cada 15 minutos.

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 Utilizar recursos tipo trapézio ou forro de cama para elevar ou movimentar ao invés de
arrastar os clientes durante a transferência ou mudança de posição.
 Utilizar travesseiros ou almofadas de espuma para manter ás proeminências ósseas
como joelhos e calcâneos fora do contato direto com a cama ou próprio corpo
 Utilizar recursos que aliviem totalmente à pressão nos calcâneos (colocar travesseiros
sob a panturrilha para elevar os pés).
 Evite posicionar o cliente apoiando-o diretamente sobre o trocânter. Quando utilizar o
decúbito lateral, lateralizar o cliente em ângulo de 30 graus.
 Elevar a cabeceira da cama o menos possível e por pouco tempo (ângulo máximo de
30 graus).

ACESSO VENOSO PERIFÉRICO

A punção venosa periférica é realizada


através de um cateter vascular. O cateter
vascular é um tubo (cateter) inserido em um
ducto ou vaso sanguíneo. São indicados em
clientes que necessitem da administração de medicamentos, soluções e hemofiltração
(plasmaferese).
Material:
 Bandeja de inox.
 Luvas de procedimento.
 Cateter vascular periférico (nº do calibre adequado).
 Bola de algodão.
 Almotolia de álcool a 70%.
 Garrote.
 Papel toalha.
 Fita adesiva.
 Polifix 02 vias.
 SF 0,9% ampola de 10 ml.
 Seringa de 10 ml.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
99
 Reunir o material e levar próximo ao cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o procedimento que será realizado.
 Posicionar o cliente de forma confortável.
 Escolher um acesso venoso de melhor calibre, preferencialmente no antebraço.
 Calçar luva de procedimento.
 Garrotear o membro a ser puncionado, acima do local da punção (evitar garrotear
direto sobre a pele o cliente, colocar uma folha de papel toalha ou garrotear sobre a
manga da roupa para tornar a técnica mais confortável para o cliente).
 Realizar antissepsia do local de punção com algodão embebido em álcool a 70% em
movimentos únicos do distal para o proximal.
 Abrir o invólucro do dispositivo e certificar-se da integridade do mesmo, segurando-o
pela parte distal.
 Segurar a pele firmemente com a mão não dominante, enquanto segura o cateter com
a outra mão. Inseri-lo na pele com o bisel voltado para cima, em ângulo de 30º, cerca
de 1 cm abaixo do local de introdução no vaso, no trajeto da veia.
 Quando observar retorno venoso (refluxo), avançar o cateter para dentro da veia,
mantendo o eixo do cateter e em seguida, ir retirando a agulha guia gradualmente.
 Soltar o garrote.
 Conectar o polifix já salinizado com SF 0,9%.
 Fixar o cateter com a fita adesiva, evitando movimentos no local puncionado para não
traumatizar ou perder a inserção.
 Abrir uma das vias do dispositivo para uma rápida “lavagem” na extensão com SF 0,9%
para evitar obstrução do acesso por formação de coágulo.
 Colocar a data e o período sobre a fixação para controle de 72 horas.
 Reunir o material e descartar no lixo, a agulha guia do cateter no coletor de perfuro
cortante.
 Retirar luvas e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs. Quando o cliente necessitar receber apenas uma dose do medicamento, a punção
venosa periférica poderá ser realizada com scalp.

100
CÁLCULO DE GOTEJAMENTO

Atualmente sabemos que para infundir as medicações endovenosas, podemos contar


com o auxílio da bomba de infusão, porém é necessário sabermos "calcular" o número de
gotas que serão administradas por minuto.
Material:
 Papel em branco.
 Caneta.
 Calculadora s/n.
Descrição da Técnica:
 Ler atenciosamente a prescrição
médica e observar o que esta
sendo solicitado.
 Preparar a solução/ medicação
com técnica asséptica.
 Realizar o cálculo de
gotejamento:

Exemplo 1
Quantas gotas deverão correr, em um minuto, para administrar 1.000 ml de soro
fisiológico (SF) 0,9% de 6 em 6 horas?

Fórmula:
Nº de gotas/ min.=__V__ V= volume em ml
Tx3 T= tempo em horas

101
V= 1.000 ml
T= 6 horas
Nº de gotas/ min.= 1.000 = 1.000= 55,5 = 56 (*Regra do Arredondamento)
6x3 18

Resposta: Deverão correr 56 gotas/ minuto.

Exemplo 2
Quantas microgotas deverão correr em um minuto, para administrar 300 ml de soro
glicosado (SG) 5% em 4 horas?
Fórmula:
Nº de microgotas/ min.=__V__ V= volume em ml
T T= tempo em horas

Nº de microgotas/ min.= 300 = 75


4

Resposta: Deverão correr 75 microgotas/ minuto.

Exemplo 3
Devemos administrar 100 ml de ringer simples em 30
minutos. Quantas gotas e microgotas deverão correr por
minuto?
Fórmula:
Nº de gotas/ min.= __V x 20__ 1ml= 20 gotas
Nº de minutos

V= 100 ml
Nº de minutos= 30

Nº gotas/ min.= 100 x 20 = 2.000 = 66,6 = 67 (*Regra do Arredondamento)


30 30
Resposta: Deverão correr 67 gotas/ minuto.
Fórmula:

102
Nº de gotas/ min.= __V x 60__ 1ml= 60 microgotas
Nº de minutos

Nº microgotas/ min.= 100 x 60 = 6.000 = 200


30 30

Resposta: Deverão correr 200 microgotas/ minuto.

APLICAÇÃO DE CALOR

É uma terapia (termoterapia) que auxilia no tratamento


de algumas patologias ortopédicas e neurológicas, aliviando a dor, aumentando a
flexibilidade dos tecidos músculo-tendíneos, diminuindo a rigidez das articulações,
melhorando o espasmo muscular e a circulação.
Material:
 Luvas de procedimento.
 Bacia com água quente.
 Compressas.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Preparar o material e colocar sobre a mesa de
cabeceira do cliente.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo se for enfermaria.
 Colocar o cliente em posição confortável.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Expor a área em que será aplicada a termoterapia.
 Submergir a compressa na água quente (temperatura adequada), torcer para retirar o
excesso e aplicar sobre o local por 20 ou 30 minutos (3x/dia).
 Recompor o cliente e a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.

103
 Anotar em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs. Não aquecer regiões do corpo que estiverem anestesiadas, edemaciadas,
inflamadas, feridas com sangramento, em áreas onde haja tumores, sobre os testículos,
sobre o abdome de gestantes ou em áreas do corpo de pessoas inconscientes.

APLICAÇÃO DE FRIO
É uma terapia (crioterapia) que auxilia no tratamento de
algumas patologias ortopédicas e neurológicas, diminuindo o
espasmo muscular, aliviando a dor, nos traumas (entorses,
contusões, distensões musculares, etc.), na prevenção de
edema e diminuição das reações inflamatórias.
Material:
 Luvas de procedimento.
 Bacia com água fria.
 Compressas.
 Biombo s/n.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Preparar o material e colocar sobre a mesa de cabeceira do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o biombo se for enfermaria.
 Colocar o cliente em posição confortável.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Expor a área em que será aplicada a crioterapia.
 Submergir a compressa na água fria (temperatura adequada), torcer para retirar o
excesso e aplicar sobre o local por 20 ou 30 minutos (3x/dia).
 Recompor o cliente e a unidade.
 Retirar as luvas de procedimento e desprezá-las.
 Lavar as mãos.
 Anotar em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs. O uso do frio é contraindicado nos casos de artrite porque aumenta a rigidez
articular. Nestes casos é preferível usar calor.

104
CATETER NASAL

O cateter de oxigênio é fabricado em silicone, sendo flexível, maleável e com boa


durabilidade. Visa administrar concentrações
baixas a moderadas de oxigênio aos pulmões
do cliente.
Material:
 Luvas de procedimento.
 Cateter de O2 descartável.
 Extensão de O2.
 Umidificador.
 Fluxômetro.
 Regulador de pressão.
 Água destilada estéril.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir o material e colocar na mesa de cabeceira do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o cliente de forma confortável.
 Instalar o fluxômetro na rede de oxigênio e testá-lo.
 Colocar água destilada no copo do umidificador até o nível indicado, fechar e conecta-
lo ao fluxômetro.
 Conectar a extensão plástica ao umidificador.
 Instalar o cateter nasal no cliente e ajustá-lo, evitando tracionar as asas do nariz.
 Conectar a parte distal do cateter à extensão plástica do umidificador.
 Abrir e regular o fluxômetro no volume de oxigênio prescrito pelo médico.
 Fixar o cateter na face do cliente, com as hastes atrás das orelhas, como um “óculos”.
 Recolher o material e organizar o local.
 Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.

COLETA DE URINA TIPO I

A urina é um material de coleta simples, não invasiva e indolor, e seu exame fornece
importantes informações tanto do sistema urinário como do metabolismo e de outras

105
partes do corpo. Para o exame ser fidedigno, é necessário
anotar certos aspectos da coleta, hora, duração, dieta e
medicamento ingerido e métodos da coleta.
Material:
 Luvas de procedimento.
 Pote (frasco) estéril.
 Seringa de 5 ml s/n.
 Etiqueta.
Descrição da Técnica:
Cliente Deambulante
 Orientar o cliente:
 Lavar as mãos antes de coletar a amostra.
 Deixar o pote sem tampa no momento de urinar para facilitar.
 Desprezar o primeiro jato de urina no vaso sanitário.
 Coletar o segundo jato (não é necessário encher o pote).
 Fechar o pote adequadamente para não vazar.
 Lavar as mãos.
 Entregar a equipe de enfermagem para ser identificado e encaminhado ao
laboratório.

Cliente Acamado
 Lavar as mãos.
 Separar o material e colocar sobre a mesa de cabeceira do cliente.
 Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Seguir a técnica do uso da comadre, para coletar a urina do cliente.
 Após retirar a comadre do cliente, dirigir-se ao banheiro do quarto.
 Colocar a comadre sobre o vaso sanitário, aspirar com a seringa de 5ml a amostra de
urina e armazená-la no pote estéril.
 Desprezar a urina restante no vaso sanitário.
 Recolher o material e encaminhar ao expurgo.
 Retirar as luvas de procedimento.
 Lavar as mãos.
 Identificar a amostra com a etiqueta do cliente antes de encaminhar ao laboratório.
106
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

Cliente Com Sonda Vesical de Demora


 Lavar as mãos.
 Separar o material e colocar sobre a mesa de cabeceira do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Calçar as luvas de procedimento.
 Coletar a amostra de urina, desclampeando o saco coletor da sonda.
 Desprezar a urina restante na comadre.
 Recolher o material e encaminhar ao expurgo.
 Retirar as luvas de procedimento.
 Lavar as mãos.
 Identificar a amostra com a etiqueta do cliente antes de encaminhar ao laboratório.
 Anotar o procedimento realizado em impresso próprio, no prontuário do cliente.

NEBULIZAÇÃO

É o procedimento realizado conforme prescrição médica para favorecer o processo


de fluidificação de secreções respiratórias do cliente e/ou aumentar a oferta de O2, através
de um método não invasivo.
Material:
 Luvas de procedimento.
 Kit de nebulização (máscara, copo e extensão
corrugada tipo traquéia).
 Regulador de pressão (painel ou torpedo).
 Água destilada estéril.
 Fluxômetro.
 Papel toalha.
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Reunir material e colocar sobre a mesa de cabeceira do cliente.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Instalar o fluxômetro na rede de O2 ou ar comprimido, conforme prescrição médica.
 Abrir a embalagem do nebulizador e reservá-la.
107
 Colocar água destilada no copo do nebulizador,
fechar, conectá-lo à extensão corrugada e ao
fluxômetro.
 Conectar a máscara à extensão corrugada.
 Regular o fluxo de ar o suficiente para produzir
névoa.
 Aproximar a máscara do rosto do cliente e ajustá-la.
 Manter o nebulizador de forma contínua.
 Orientar o cliente para tossir e expelir as secreções
utilizando o papel toalha sempre que necessário.
 Recolher material e organizar o local.
 Lavar as mãos.
 Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente.
Obs. O fluxo máximo: 5 L/ min, para não lesar a mucosa nasal ou conforme orientação
médica.

COLETA DE SANGUE ARTERIAL

A coleta de sangue arterial tem como objetivo analisar os gases do sangue


(gasometria). Esse exame é utilizado para avaliação de doenças respiratórias e de outras
condições que afetem os pulmões, além de determinar a eficiência da oxigenioterapia. O
componente ácido-base do exame também fornece informações a respeito do
funcionamento dos rins.

Material:
 Luvas de procedimento.
 Seringa de 3 ml.
 Scalp.
 Agulha 40 x 12.
 Anticoagulante (heparina).
 Álcool a 70%.
 Algodão.
 Cuba rim.
 Adesivo absorvente.
108
Descrição da Técnica:
 Lavar as mãos.
 Separar o material, colocando-os na cuba rim.
 Heparinizar a seringa.
 Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito.
 Posicionar o cliente confortavelmente.
 Caso o cliente esteja em oxigenioterapia, suspender por 20 minutos antes de coletar
(altera o resultado).
 Observar a presença de “pulso” e as condições da artéria a ser puncionada.
 Realizar a antissepsia com álcool a 70%.
 Palpar a artéria com os dedos: indicador e médio, sentindo a pulsação e abrir um
espaço entre os dois, onde será realizada a punção.
 Introduzir o bisel da agulha voltado para cima, em um ângulo de 90° em relação a
atéria, aprofundando a agulha até que se tenha um refluxo fácil de sangue na
seringa.
 Após a coleta da amostra, comprimir o local por 5 a 10 minutos (no caso da artéria
femoral comprimir por 20 minutos).
 Colocar o adesivo absorvente.
 Retirar as luvas de procedimento.
 Colocar a etiqueta com os dados de identificação do
cliente.
 Recompor a unidade.
 Lavar as mãos.
 Encaminhar a amostra ao laboratório o mais rápido
possível para não alterar a amostra e se ter um
resultado mais preciso.
 Anotar o procedimento em impresso próprio, no
prontuário do cliente.

Obs. Os riscos da medição de gases sanguíneos estão relacionados à punção arterial.


Em geral, o risco é bastante reduzido se o procedimento for realizado da forma correta.
Pode haver sangramento ou hematoma no local da punção (ou sangramento posterior na

109
área). Pode ocorrer deterioração da circulação no local da punção, mas isso raramente
acontece.

EXAMES LABORATORIAIS

Damos o nome de Exame Laboratorial ao conjunto de exames e testes realizados a


pedido do profissional de saúde, realizados em laboratórios de análise clínica, visando um
diagnóstico ou confirmação para uma patologia ou para um exame de rotina.
Os fluidos mais comuns para exame são: sangue, urina, fezes e expectoração, no
entanto em ambiente hospitalar poderá ser encontrado ainda: liquido sinovial, pleural,
cefalorraquidiano, pús, etc.
Entre os exames mais rotineiros, temos: hemograma completo, bioquímica do sangue
(dosagem de glicose, ureia, creatinina, colesterol
total e fracções, triglicerídeos, ácido úrico, etc),
hemostasia (coagulograma), imunologia (teste
imunológico de gravidez, teste luético,
antiestreptolisina o, proteína c reativa, etc), exame
parasitológico de fezes, uroanálise, bacteriologia
(culturas e antibiograma), etc.

ANTIBIOGRAMA
Sinonímia: Teste de sensibilidade a antibióticos,
Kirby-Bauer.
Material: Bactéria isolada dos diversos materiais.
Preparo do paciente: Realizado somente com resultado de cultura positivo, após
isolamento da bactéria.
Método: Difusão de disco.
Valor de Referência: O resultado é qualitativo (sensível ou resistente).
Principais Aplicações Clinicas: Tratamento das infecções bacterianas onde o antibiograma
pode orientar a quais antibióticos o microrganismo é sensível ou resistente.

BAAR, CULTURA

Sinonímia: Cultura para Mycobacterium tuberculosis, cultura para BK.


Material: Escarro, urina, lavado gástrico, lavado brônquico, líquido ascítico, líquido pleural,
líquor, punção de abscessos, linfonodos, etc.
110
Preparo do paciente: Para coleta de escarro, lavar a boca com água pura, eliminar saliva e
secreção nasal, inspirar profundamente várias vezes e tossir até conseguir o material; se
necessário usar nebulização com solução salina. Fazer a coleta pela manhã. No caso da
urina, fazer higiene genital, colher a 1ª urina da manhã durante 3 dias consecutivos,
enviar o material imediatamente após cada coleta.
Método: Semeadura em meio especial.
Valor de Referência: Negativo.
Principais Aplicações Clinicas: Exame útil para o diagnóstico de infecções causadas por
microbactérias, especialmente pelo bacilo da tuberculose.

BAAR, PESQUISA

Sinonímia: BAAR, pesquisa de Mycobacterium leprae, pesquisa de Mycobacterium


tuberculosis, bacterioscopia para lepra, bacterioscopia para tuberculose.
Material: Para hanseníase: linfa das áreas de lesão ativa da pele ou com perda de
sensibilidade ou conforme pedido médico: limpar local com álcool, fazer pequena incisão
com bisturi, raspar as bordas e o fundo do corte, limpar o sangue e manter a incisão livre
de sangue com uma pinça hemostática. Produzir esfregaços em lâminas novas e limpas.
Para tuberculose: escarro, urina, lavado gástrico, lavado brônquico, líquido ascírico, líquido
pleural, líquor, etc. Para coleta de escarro lavar a boca com água e eliminar saliva e
secreção nasal, inspirar profundamente várias vezes e tossir até conseguir o material. No
caso de urina, fazer higiene genital, colher a 1ª urina da manhã durante 3 dias
consecutivos. Enviar o material em frasco estéril imediatamente ao laboratório após cada
coleta.
Preparo do paciente: O escarro deve ser coletado em jejum.
Método: Exame direto pelo método de Ziehl-Neelsen.
Valor de Referência: Negativo.
Principais Aplicações Clinicas: Diagnóstico da tuberculose e da hanseníase. O M. leprae é
pesquisado nas lesões da pele, lóbulo da orelha, mucosa nasal ou em biópsias de tecidos.

COLESTEROL - HDL

Sinonímia: Colesterol de alta densidade, alfa - lipoproteína, fração do colesterol.


Material: Soro.
Preparo do paciente: Jejum obrigatório de 12 horas. Não ingerir álcool por pelo menos 48
horas antes da coleta do sangue.
111
Método: Colorimétrico enzimático automatizado.
Valor de Referência:
- Homem: - Ideal: maior que 55 mg/dl.
- Intermediário: 35 a 55 mg/dl.
- Diminuído: menor que 35 mg/dl.
- Mulher: - Ideal: maior que 65 mg/dl.
- Intermediário: 45 a 65 mg/dl.
- Diminuído: menor que 45 mg/dl.
Principais Aplicações Clínicas: Avaliação do risco da doença aterosclerótica. A fração
HDL do colesterol é tida como "protetora" do desenvolvimento de aterosclerose. Vários
estudos sugerem existir uma forte correlação inversa entre os níveis de C-HDL e o risco de
arteriosclerose. Altos níveis de HDL diminuem o risco e baixos níveis aumentam. Isto se
deve ao fato da HDL - lipoproteínas estar envolvida no chamado transporte reverso do
colesterol para ser metabolizado no fígado (sitio de maior excreção do colesterol). Valores
de C-HDL são dependentes de sexo e idade, sendo que tendem a crescer temporariamente
após enfarto agudo do miocárdio. Em doenças da tiróide, seus valores não devem ser
usados como estimativa de risco de arteriosclerose visto que o hipotireoidismo aumenta e
o hipertireoidismo diminui seu nível. Valores de HDL são aproximadamente 1/5 do
colesterol total. Fatores que contribuem para o decréscimo do colesterol HDL:
Hipoalfalipoproteinemia, fumo, obesidade, hipertrigliceridemia, sedentarismo, esteróides,
androgênios, progestágenos, anabólicos, tiazídicos, bloqueadores beta andrenérgicos,
neomicina, anti-hipertensivo.

COLESTEROL TOTAL / LDL E VLDL

Sinonímia: Colesterolemia, Colesterol Total e Frações.


Material: Soro.
Preparo do paciente: Jejum obrigatório de 12 horas. Recomenda-se não fazer uso de
bebidas alcoólicas pelo menos 48 horas antes do exame.
Método: CHOD/PAD - automatizado.
Valor de Referência:
- Colesterol Total: - Ideal: menor que 200 mg/dl.
- Intermediário: 200 a 240 mg/dl.
- Elevado: maior que 240 mg/dl.
- Colesterol LDL: - Ideal: menor que 140,0 mg/dl.
112
- Intermediário: 140,0 a 190,0 mg/dl.
- Elevado: maior que 190,0 mg/dl.
- Colesterol VLDL: até 40 mg/dl
Principais Aplicações Clínicas: Avaliação de risco de doença coronariana associando-se a
maior risco de aterosclerose, quando elevado. O grande dilema da arteriosclerose é que
ela é um processo silente. Está ativa em todos os indivíduos e permanece sem qualquer
manifestação por décadas e, subitamente se manifesta através de dor torácica, infarto
agudo do miocárdio ou morte súbita. Estudos populacionais longitudinais como os de
Tecumset, Albany Framinghian, Evam, Chicago, Oslo entre outro, e também dados
epidemiologicos e estudos experimentais em animais demonstraram uma correlação
positiva entre os níveis do colesterol, mais precisamente do colesterol LDL e o risco de
doença coronariana isquemica (DCI). Ao mesmo tempo foi fato evidenciado que os níveis
de colesterol HDL, são inversamente proporcionais ao risco de DCI. Os valores aumentados
de colesterol são encontrados na Nefrose, Hipotireoidismo, doenças colestáticas do fígado
e nas hiperlipoproteinemias dos IIa, IIb e III. Nos níveis diminuídos são encontrados no
hipertireoidismo, doenças consumptivas e desnutrição crônica. O nível do colesterol sérico,
juntamente com a hipertensão e o fumo, constituem fatores de risco de arteriosclerose e
DCI.

GLICOSE

Sinonímia: Glicemia (soro) - Glicosúria (urina) - Glicorraquia (líquor).


Material: Plasma Fluoretado. Líquor, líquidos corporais (pleural, ascitico, sinovial). Urina.
Preparo do paciente: Jejum obrigatório de 10 horas (Ideal), máximo 14 horas (aceitável).
Urina 12 ou 24 horas (refrigerar).
Método: Enzimático GOD - PAP - Automatizado.
Valor de Referência: Plasma basal = 70 a 110 mg/dl. Líquor = 50 a 80 mg/dl. Urina =
Negativa. Líquidos Ascítico, pleural, sinovial: Geralmente acompanha os níveis plasmáticos.

GLICOSE PÓS - PRANDIAL

Sinonímia: GPP, glicose 2 horas pós - prandial. Material: Plasma Fluoretado.


Preparo do paciente: Colhe 2 horas após término da refeição ou 2 horas após 75g de
dextrose.
Método: Colorimétrico Automatizado.
Valor de Referência:
113
- Normais: inferior a 140 mg/dl
- Intolerantes: 140 a 200 mg/dl
- Superior a 200 mg/dl: compatível com diagnóstico de diabetes se
confirmado em 2 ocasiões diferentes.
Principais Aplicações Clinicas: Avaliação de pacientes com alguma probabilidade de
desenvolver diabetes mellitus.

GLICOSE TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA

Sinonímia: TOT, GTT, TOTG.


Material: Plasma Fluoretado.
Preparo do paciente: Jejum de 10 -12 horas. Dieta normal em carboidratos nos 3 dias que
antecedem o teste, que consiste em acrescentar doces e massas às refeições usuais. Não
tomar laxante ou bebidas alcóolicas na véspera.
Método: Química seca.
Valor de Referência:
- Normal: até 140 mg/dl aos 120´ após a sobrecarga
- Intolerante: 140 a 200 mg/dl aos 120´ após a sobrecarga
- Diabetes: superior a 200 mg/dl aos 120´ após a sobrecarga

HEMOGRAMA

Sinonímia: Eritrograma + leucograma + plaquetas.


Material: Sangue total colhido em EDTA.
Preparo do paciente: Jejum não obrigatório.
Método: Automatizado, STKS - contagem eletrônica e eventual estudo morfológico do
esfregaço corado.
Valor de Referência:
- Idade Hemácia Hemoglo- Hemató- VCM HCM CHCM
- Leucócitos: Adultos 4000 - 10000
- Recém nascido 10000 - 26000
- 1 a 3 anos 6000 - 12000
- 4 a 12 anos 4500 - 11000

114
PARASITOLÓGICOS DE FEZES

Sinonímia: Exame de fezes, MIF, Pesquisa de Larvas, Verme adulto.


Material: Fezes recentes ou em conservante MIF.
Preparo do paciente: Não usar leite de magnésia ou laxantes oleosos. O ideal é não ter
usado antiparasitário e antibiótico nas últimas 3 semanas e antidiarreico nos 3 dias que
antecedem a coleta.
Método: Pesquisa de cisto, ovos, larvas de parasitas e verme adulto por microscopia após
diferentes métodos de concentração (HPJ modificado, Fanot, Baermam Moraes,
Parasitológico direto das fezes, Kato-Katz, MIG e Tamização.
Valor de Referência: Negativo.

PLAQUETAS, CONTAGEM
Sinonímia: Trombócitos, PQ, PL2. Material: Plama em EDTA e 2 esfregaços sanguíneos.
Preparo do paciente: Jejum não obrigatório.
Método: Automatizado, por impedância (resistividade).
Valor de Referência: 150.000 - 400.000 plaquetas/mm³.

TEMPO DE COAGULAÇÃO
Sinonímia: TC. Material: Sangue total sem anticoagulante.
Preparo do paciente: Jejum não obrigatório.
Método: Lee White
Valor de Referência: 5 a 10 min.

TRIGLICÉRIDES
Sinonímia: TG, triglicerol, triglecerideos.
Material: Sangue (soro).
Preparo do paciente: Jejum obrigatório de 12 horas. Obs.: Não ingerir bebidas alcoolicas
pelo menos 48 horas antes do exame. Método: Colorimétrico enzimático – GPO/PAP –
automatizado.
Valor de Referência:
- Até 24 anos menor que 160 mg/dL
- 25 a 39 anos menor que 180 mg/dL
- Maior que 40 anos menor que 200 mg/dL

115
URÉIA
Sinonímia: Uremia.
Material: Sangue (soro) Urina 24 horas Urina amostra recente
Preparo do paciente: Sangue: Jejum obrigatório de 4 horas.
Urina 24 horas: Sem conservante - Refrigerar.
Método: Enzimático em UV UREASI/GLDH – Automatizado.
Valor de Referência:
- Sangue: 10 a 50 mg/dl.
- Urina 24 horas: 20.000 a 35.000 mg/24 hs.
- Clearense de uréia 24 horas: Com diurese superior a 2 ml/min =
75,0 ml/min. Com diurese inferior a 2 ml/min = 54,0 ml/min.
URINA JATO INICIAL
Sinonímia: Urina primeiro jato.
Material: Urina jato inicial.
Preparo do paciente: Colher a primeira urina da manhã, ou quando autorizado pelo
médico, a qualquer hora do dia com pelo menos 4 horas de retenção. Método:
Microscopia do sedimento após centrifugação.
Valor de Referência: À critério médico.

URINA JATO MÉDIO


Sinonímia: Urinálise, urina tipo 1, EAS, rotina de urina.
Material: Urina "jato médio".
Preparo do paciente: Colher a primeira urina da manhã, ou quando autorizado pelo
médico, a qualquer hora do dia com pelo menos 4 horas de retenção.
Método: Tiras reagentes são utilizadas como triagem para alguns caracteres físicos e
químicos. Microscopia do sedimento após centrifugação.

UROCULTURA
Sinonímia: Cultura de urina com contagem de colônias e antibiograma.
Material: Urina recente, podendo ser de diferentes porções, colhida espontaneamente,
através de sonda vesical ou por punção supra - púbica.
Preparo do paciente: colher de preferência no laboratório. Fazer rigorosa antissepsia e
colher a primeira urina da manhã (jato médio) ou conforme orientação médica.

116
Método: Cultura quantitativa em meios apropriados para isolamento de diversos
microrganismos.
Valor de Referência: Resultado negativo ou contagem inferior a 10.000 UFC/ml. Este
número de bactérias pode ser significativo dependendo do caso clínico ou se a coleta foi
feita por punção supra-púbica.

PREPARO DO CORPO APÓS A MORTE

Finalidade:
- Preparar e identificar e identificar o corpo para entregá-lo à
família com o melhor aspecto possível.
- Manter o corpo limpo, evitando a exalação de maus odores e
a saída de líquido (líquido e secreções), durante o velamento
do corpo.
- Dispor o corpo em posição adequada, antes da rigidez do
cadáver.
Material:
 Escova de dentes,
 Solução para higiene oral,
 Escova ou pente para cabelos,
 Material para tricotomia facial para homens ( se necessário ),
 Biombo,
 Algodão,
 Pinça longa (Pean ou Cheron),
 Atadura de crepe,
 Éter ou benzina para remoção de fitas adesivas,
 Saco descartável para curativos,
 Luvas de procedimento,
 Maca sem colchão,
 Três lençóis (um para forrar a maca, um para envolver o corpo e um para cobrir o
corpo),
 Duas etiquetas de identificação de óbito (contendo o nome, data e hora do óbito,
número de registro e do leito),
 Roupas limpas do paciente.

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Procedimento:
 Desligar todos os equipamentos, logo após a verificação e constatação do óbito;
 Cercar o leite com biombo, se
necessário;
 Lavar as mãos e reunir o material,
levando-o à beira do leite;
 Manter a cama na posição horizontal;
 Calçar as luvas de procedimento;
 Soltar os lençóis da cama e retirar o
travesseiro;
 Proceder à limpeza do corpo, retirar
drenos, sondas, cateteres, curativos e outros objetos que se fizerem necessários e, se
houver drenagem, realizar o curativo compressivo no local;
 Realizar higiene corporal, inclusive a oral e de couro cabeludo, se necessário;
 Fechar os olhos, se estiverem abertos, com o auxilio dos dedos e, caso encontre
resistência, colocar gaze embebida em soro fisiológico sobre as pálpebras descidas
para mantê-las fechadas;
 Recolocar a prótese dentaria, se for o caso, já limpa, e se não for possível entregá-la à
família junto com os pertences pessoais corretamente identificados;
 Limpar as unhas, escovar os cabelos, e, se necessário, a tricotomia facial;
 Iniciar o tamponamento dos orifícios corporais naturais (ouvidos, narinas, boca, ânus e
vagina), com algodão seco montado em pinça longa, de tal maneira que o algodão
não apareça ao termino do procedimento;
 Amarrar o pênis com atadura crepe;
 Colocar um avental ou8 vestir a roupa providenciada pela família;
 Fixar o queixo, pés e mãos com atadura crepe (manter a boca fechada, mãos cruzadas
sobre o peito e pés juntos);
 Colocar a etiqueta de identificação devidamente preenchida, à altura da região
epigástrica;
 Forrar a maca com um lençol, colocar o outro lençol sobre a maca, e transferir o corpo
da cama para cima do lençol colocado sobre a maca, cobrindo o corpo com o terceiro
lençol;

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 Colocar a segunda etiqueta à altura do peito, presa ao lençol com fita crepe;
 Transportar o corpo para o necrotério;
 Recolher o material, retirar as luvas e lavar as mãos;
 Proceder as anotações pertinentes em impresso próprio;
 Estar atento para não realizar o tamponamento em caso de encaminhamento do
corpo para necropsia ou restrições religiosas ou culturais.

Morte
É um processo, não um momento exato.
É o cessar irreversível: - da função de todos os órgãos, tecidos, células, e reações físico-
químicas; do fluxo de todos os fluidos do corpo (sangue, ar); do funcionamento
espontâneo do coração e pulmão; do funcionamento de todo o cérebro.
Tipos de Morte:
a) Morte Encefálica:
É a morte do cérebro, incluindo o tronco cerebral que desempenha funções vitais como o
controle da respiração.
b) Morte Súbita:
Ocorre sem ser esperada, em pessoas sadias ou doentes. A morte se dá durante a
primeira hora entre o início dos sintomas até ser constatado o óbito, é considerado
morte súbita, se não forem encontrados sinais de violência.
c) Morte Aparente:
Observada quando as manifestações vitais estão reduzidas a tal ponto que parecem
extintas. (Afogamento, choque elétrico, emoções violentas).

Paciente Terminal:
É aquele onde o esperado passa a ser o óbito, independente da terapêutica utilizada,
sendo esta neste momento paliativa e não tendo a expectativa da cura.
a) Perdas do paciente terminal:
 Independência
 Senso de controle sobre a própria vida
 Privacidade e pudor
 Autoimagem
 Status – social
 Relacionamentos
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 Planos de sonhos futuros
 Segurança financeira
 Sono
b) Comportamentos do paciente terminal:
Negação: (não, não eu)
- Recusa em acreditar no diagnóstico
- Dúvida dos resultados do exame
- Procura por outros profissionais
Raiva: (por que eu?)
- Sensação de ser vitimizado
- Desloca a raiva para outras pessoas, Deus
- Reage exageradamente a mínimos problemas
Barganha: (sim, eu, no entanto)
- Aceita a morte
- Deseja ampliar sua vida
- Negocia com Deus ou com algum poder maior
Depressão: (sim, eu)
- Sente que a morte virá mais cedo
- Estado de ânimo triste
- Crises de choro
Aceitação: (estou pronto)
- Faz as pazes com Deus
- Finaliza assuntos pendentes
- Momentos de arrependimento
- Diz adeus aos seres amados

Rigidez Cadavérica:
 Processo que se inicia de 1 a 2 horas após a PCR.
 Acomete primeiro a mandíbula e o globo ocular
Resfriamento:
 Geralmente ocorre a perda de 1ºC nas três primeiras horas
 Após este período perde-se 1ºC por hora.
Confirmando a morte:
 Na ocorrência de PCR o médico deverá realizar as manobras de RCP;
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 Caso o médico não esteja presente, a equipe de enfermagem deverá adotar os
procedimentos de RCP de acordo com sua competência legal;
 O atestado de óbito é um documento legal, deve ser preenchido em três vias, pelo
médico que confirmou o óbito;
 O corpo só poderá ser transportado com o atestado de óbito;
 O corpo é encaminhado para a autópsia caso a morte tenha envolvido um crime,
tenha uma natureza suspeita ou tenha ocorrido sem assistência médica;
 A família deverá ser chamada e comunicada do falecimento.

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BIBLIOGRAFIAS

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Paulo, 1997.

Kawamoto Emi Emillia, Fates Ikeda Júlia. Fundamento de Enfermagem. Pedagógica e


Universitária Ltda, São Paulo, 1997.

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ampl, Editora EPU; São Paulo, 1997. AVELLO, Isabel M. Sancho GRAU, Carme Ferre;
Enfermagem; Editora DCL; São Paulo, 2005.

Noso, Maria Belém Salazar. Semiologia Semiotécnica de enfermagem: Atheneu , 2003.

Patela, Cristina Rodrigues. Manual de consulta para estágio em enfermagem. Yendis editor,
2006

SW eawingers, Pamela L. Atlas fotográfico de procedimentos de enfermagem, 3.ed.Porto


Alegre:Artmed, 2001

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