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ter estudado
em fevereiro
Biologia
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Biologia
Resumo
Todos os seres vivos possuem características em comum que os fazem serem classificados assim. A seguir,
temos uma lista destas características:
• Célula: A menor parte que constitui um ser vivo é a célula, sendo considerada também a menor unidade
biológica. Todas as células irão apresentar membrana plasmática e citoplasma, além de um material
genético próprio. A célula pode ser procarionte (sem carioteca, com o material genético no citoplasma,
e sem organelas membranosas) ou eucarionte (com carioteca, com material genético dentro de um
núcleo, e organelas membranosas). Os seres vivos podem também podem ser caracterizadas pelo
número de células que possuem, podendo ser unicelular (apenas uma célula, por exemplo bactérias e
protozoários) ou pluricelular (várias células, por exemplo animais e plantas).
• Material genético próprio: Todos os seres vivos apresentam material genético, que armazena as
informações e controla as atividades da célula. Esse material genético é formado por ácidos nucleicos
e são responsáveis por armazenar as informações genéticas, além de poderem ser transmitidos para
as próximas gerações, segundo o conceito de hereditariedade.
• Metabolismo: São as reações químicas com diversas funções no organismo, como por exemplo a
produção de energia, o armazenamento de nutrientes ou a formação de excretas. O metabolismo pode
ser dividido em catabolismo (reações de quebra) e anabolismo (reações de síntese).
• Responder à estímulos: Os seres vivos conseguem reconhecer um estímulo do ambiente e reagir a ele,
e chamamos essa capacidade de irritabilidade.
Planta conhecida como dormideira, que fecha as folhas como resposta ao estímulo do toque.
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Biologia
• Nutrição: Todos os seres vivos precisam de nutrientes para sobreviver, e apresentam estratégias para
isso. A obtenção de nutrientes pode ocorrer de maneira autotrófica (os seres produzem seu próprio
alimento, por exemplo plantas, cianobactérias e algas), heterotrófica (precisam se alimentar de outros
organismos, por exemplo animais e fungos) ou mixotróficos (produzem seu próprio alimento e se
alimentam de outros organismos, por exemplo algas do grupo das Euglenófitas e alguns protozoários).
• Reprodução: Organismos vivos apresentam a capacidade de se reproduzir, gerando descendentes. A
reprodução pode ser assexuada (onde não ocorre o encontro de gametas nem a fusão dos núcleos) ou sexuada
(onde ocorre produção de gametas masculinos e femininos, com a troca de material genético).
• Evolução: Processos evolutivos, como mutação, deriva gênica e seleção natural, atuam sobre todos os
seres vivos, e com isso eles são capazes de sofrer alterações ao longo do tempo.
• Composição química: Todos os seres vivos são formados por compostos químicos, que podem ser
orgânicos, como por exemplo a glicose, aminoácidos e lipídios, ou inorgânicos, como a água e os sais
minerais.
Obs.: Os vírus são organismos que apresentam tanto características de matéria bruta (não apresentam
células, não têm metabolismo próprio em vida livre e não respondem a estímulos) quanto características de
seres vivos (apresentam material genético próprio e sofrem influência da evolução).
Os níveis de organização em biologia ajudam a separar esta área da ciência tão ampla em partes menores,
que podem ser estudadas em conjunto ou separadamente. A nível bioquímico, citológico, fisiológico e
histológico, temos o estudo das moléculas, celulas, tecidos, órgãos e sistemas. A partir de organismo, temos
o estudo pelas áreas da botânica, zoologia e ecologia, incluindo os níveis de população, comunidade,
ecossistema e biosfera.
• Molécula: É a menor parte de uma substância com características e propriedades químicas
• Célula: Unidade morfológica e funcional dos seres vivos.
• Tecido: Células e substância intercelular que interagem para realizar suas funções.
• Órgão: Conjunto de tecidos que interagem para a execução das suas funções.
• Sistema: Conjunto de órgãos.
• Organismo: Conjunto de sistemas.
• População: Organismos da mesma espécie que vivem em um mesmo local ao mesmo tempo.
• Comunidade: Populações de diferentes espécies que vivem em um mesmo local ao mesmo tempo.
• Ecossistema: Conjunto dos fatores bióticos e abióticos.
• Biosfera: Conjunto de todos os ecossistemas da Terra.
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Biologia
Representação esquemática dos níveis de organização biológica, do menor (célula) ao mais amplo (biosfera).
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Exercícios
1. Muitas pessoas não sabem diferenciar corretamente o que é um ser vivo de um ser não vivo, entretanto,
os organismos vivos apresentam características marcantes que permitem essa diferenciação. Uma
dessas características é a capacidade de responder a estímulos, uma capacidade denominada de:
a) irritabilidade.
b) flexibilidade.
c) complexidade.
d) reação.
e) metabolismo.
2. É comum dizer que todos os organismos são formados por células, estruturas conhecidas como a
unidade funcional e estrutural dos seres vivos. Alguns organismos, no entanto, são acelulares e, por
isso, alguns autores não os consideram vivos. Entre os seres listados abaixo, qual é o único que não
possui células em sua constituição?
a) bactérias.
b) fungos.
c) protozoários.
d) vírus.
e) animais.
4. A descoberta dos microscópios de luz (óptico) e eletrônico permitiu muitos avanços nas diversas
áreas da Biologia. Um microscópio de luz pode apresentar um poder de resolução 1200 vezes maior
que o do olho humano e o eletrônico, 250 mil vezes. Utilizando-se um microscópio de luz, é correto
afirmar que é possível observar os seguintes níveis de organização da vida:
a) Populações, tecidos e átomos.
b) Populações, moléculas e órgãos.
c) Moléculas, átomos e órgãos.
d) Moléculas, organismos e células.
e) Células, tecidos e organismos.
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Biologia
5. Há um fenômeno de caráter geral entre ao seres vivos que justifica os mecanismos de evolução e da
biodiversidade. Assinale-o:
a) metabolismo
b) mutação
c) reprodução
d) ciclo vital
e) nutrição
8. Os seres vivos obtêm seus alimentos de formas diferentes. Alguns produzem seus próprios alimentos,
outros são incapazes de produzi-los e outros, quando se alimentam, fazem a reciclagem da matéria
na natureza. São conhecidos, respectivamente, como:
a) heterótrofos, decompositores e autótrofos
b) decompositores, autótrofos e heterótrofos
c) autótrofos, decompositores e heterótrofos
d) heterótrofos, autótrofos e decompositores
e) autótrofos, heterótrofos e decompositores
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Biologia
9. Considerando que todos os seres vivos necessitam de uma fonte de carbono para construir suas
moléculas orgânicas, a diferença essencial entre os autotróficos e heterotróficos, respectivamente, é:
a) usar carbono orgânico e carbono inorgânico.
b) usar carbono inorgânico e carbono orgânico.
c) usar carbono da água e do ar.
d) usar metano e gás carbônico.
e) realizar respiração aeróbia e fermentação.
10. Em nosso planeta, o que distingue a matéria viva da não viva é a presença de elementos químicos (C,
H, O, N) que juntos com outros, formam as substâncias orgânicas. Os seres vivos são formandos a
partir de níveis bem simples e específicos até os complexos e gerais. Numa ordem crescente de
complexidade, esses níveis têm a seguinte sequência:
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Biologia
Gabarito
1. A
Irritabilidade é o nome dado à capacidade dos seres vivos de responderem a estímulos externos.
2. D
Os vírus não possuem células em sua constituição. Por este e outros fatores, como por exemplo a
ausência de metabolismo, há discussões sobre vírus serem seres vivos ou não.
3. B
Os ribossomos estão presentes tanto em células eucariontes (ribossomos 80s) quanto em organismos
procariontes (ribossomos 70s).
4. E
Dos níveis de organização microscópicos, ou seja, não visíveis a olho nu, temos as células (menor nível
vivo), os tecidos (conjuntos de células) e podemos ver também microrganismos, sejam eles uni ou
pluricelulares.
5. B
A mutação é responsável por causar alterações aleatórias no material genético dos organismos.
6. E
A reprodução faz com que a linhagem de organismos e da espécie continue existindo no planeta, e a
adaptação ao meio permite que as melhores características sejam passadas para as próximas gerações,
garantindo um maior sucesso evolutivo e permanência da espécie no ambiente.
7. A
Organismos autotróficos produzem seu próprio alimento a partir de moléculas inorgânicas, como o CO2,
seja por fotossíntese ou quimiossíntese.
8. E
Seres que produzem seu próprio alimento são autotróficos, seres que necessitam se alimentar de outros
organismos são heterotróficos e seres que fazem a ciclagem da matéria são os decompositores.
9. B
Seres autotróficos utilizam carbono inorgânico para formar moléculas de glicose (orgânico). Seres
heterotróficos se alimentam de compostos orgânicos para formar suas próprias reservas, também
orgânicas.
10. D
Todos os seres vivos são formados por moléculas, que formarão uma célula e o conjunto de células
semelhantes formarão um tecido. Já um conjunto de tecidos formará um órgão e o conjunto de órgãos
formarão um sistema que irão compor um organismo. O conjunto de organismos semelhantes formarão
uma população, já o conjunto de populações diferentes formarão uma comunidade que juntamente com
os fatores abióticos irão compor um ecossistema. Já o conjunto de ecossistemas formarão a biosfera.
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Biologia
Resumo
A palavra biologia significa “estudo da vida”, sendo um campo da ciência muito amplo. Para facilitar seu
estudo, a dividimos em níveis de organização. Além disso, é importante seguir regras e critérios para
determinar a veracidade de um estudo ou experimento.
O método científico é utilizado para buscar explicações e respostas para os fenômenos observados na
natureza. Dentre as formas de observação e formulação de teorias, temos dois métodos:
• Dedutivo: quando, a partir de observações gerais, se chega a uma conclusão específica.
• Indutivo: quando, a partir de uma observação específica, cria-se um padrão geral. Este método nem
sempre gera conclusões verdadeiras.
1. Observação de um fato e coleta de dados: Fatos ou fenômenos são observados. Aqui temos apenas os
dados brutos que serão observados ou analisados.
2. Questionamento sobre o que foi observado: A partir do conhecimento prévio, questiona-se o que foi
observado. “Como? Porque? Quando?”
3. Formulação de hipóteses que possam explicar o que foi observado: Uma hipótese é uma explicação não
testada para o fato observado ou para a pergunta questionada. Aqui também se utiliza conhecimento
prévio para ajudar a criar a melhor, ou as melhores explicações.
4. Realização de experimentos controlados a fim de obter maior confiança nos dados obtidos: Os
experimentos testam se a hipótese é ou não verdadeira. Esse experimento deve sempre ser feito com um
grupo experimental (que sofre ações e alterações para o teste) e um grupo controle (que não recebe
nenhuma alteração, sem influenciar nas condições naturais. Por exemplo, experimentos médicos que
usam o remédio placebo).
5. Elaboração de uma conclusão, verificando se a hipótese estava correta ou incorreta: Caso o experimento
tenha sido falho ou a hipótese comprovada incorreta, deve-se realizar um novo experimento, ou mesmo
criar uma nova hipótese. Caso o experimento tenha resultados positivos, corroborando a hipótese,
podemos seguir para próxima etapa.
6. Divulgação dos resultados caso a hipótese esteja correta: Nesta etapa deve-se divulgar o trabalho feito,
com uma introdução sobre o tema e a hipótese criada, as etapas e explicação dos experimentos, os
resultados e dados finais e por fim a conclusão. Isso é importante para que, caso seja necessário, outros
cientistas possam repetir o experimento ou questioná-lo, até mesmo incluir novos dados que corroborem
ainda mais a hipótese.
7. Formulação de Teorias ou Leis científicas: Quando uma hipótese é confirmada por diversas
experimentações, ela pode se tornar uma teoria. A teoria se torna uma lei científica quando ela mostra
um conhecimento amplamente conhecido e irrefutável
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Biologia
Os níveis de organização em biologia ajudam a separar esta área da ciência, tão ampla, em partes menores,
que podem ser estudadas em conjunto ou separadamente. Eles são, do menor para o mais abrangente:
• Molécula: É a menor parte de uma substância com características e propriedades químicas
• Célula: Unidade morfológica e funcional dos seres vivos.
• Tecido: Células e substância intercelular que interagem para realizar suas funções.
• Órgão: Conjunto de tecidos que interagem para a execução das suas funções.
• Sistema: Conjunto de órgãos que irão se relacionar entre si.
Primeiros níveis de organização. Usualmente são estudados pelas áreas de bioquímica, histologia, anatomia e fisiologia.
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• Organismo: Conjunto de sistemas que irão formar o ser vivo em sua totalidade.
• População: Conjunto de organismos da mesma espécie que vivem em um mesmo local ao mesmo tempo.
• Comunidade: Conjunto de diferentes populações (ou seja, de diferentes espécies) que vivem em um
mesmo local ao mesmo tempo.
• Ecossistema: Conjunto dos fatores bióticos (seres vivos) e abióticos (luz, temperatura, pH, etc.) em um
determinado ambiente.
• Biosfera: Conjunto de todos os ecossistemas da Terra.
Níveis de organização finais. Usualmente são estudados pela botânica e zoologia (organismo) e pela ecologia (relação dos seres vivos
entre si e com o ambiente).
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Biologia
Exercícios
1. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, com a participação de mais de 800
cientistas de vários países, o nível do Mar subiu aproximadamente 20 centímetros nos últimos 100
anos.
Assinale a alternativa que apresenta a(s) hipótese(s) que poderia(m) ser considerada(s) a(s) causa(s)
desse fenômeno.
a) Baixas altitudes de ilhas no Oceano Pacífico, entre dois e três metros acima do nível do mar.
b) Aumento da acidez nos oceanos e alteração das correntes marítimas.
c) Expansão do volume da água por causa do aquecimento, e o derretimento do gelo da Antártica,
Groenlândia e geleiras.
d) Redução do volume de água em função do aquecimento do Planeta, que determina maior
evaporação da água proveniente do derretimento do gelo da Antártica, Groenlândia e geleiras.
e) Invernos rigorosos na Europa determinados pelo aquecimento global e pela modificação das
correntes marítimas, e da concentração de gás carbônico.
a) Um ecossistema.
b) Uma população.
c) A biosfera.
d) O meio ambiente.
e) Uma comunidade.
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Biologia
A alternativa que identifica corretamente cada uma das frases grifadas com cada uma das etapas de
construção do conhecimento científico é:
a) I – hipótese; II – teste da hipótese; III – fato; IV - observação
b) I – fato; II – teoria; III – observação; IV – teste da hipótese
c) I – observação; II – hipótese; III – fato; IV – teste da hipótese
d) I – observação; II – fato; III – teoria; IV – hipótese
e) I – observação; II – fato; III – hipótese; IV – teste da hipótese
4. O tema “teoria da evolução” tem provocado debates em certos locais dos Estados Unidos da América,
com algumas entidades contestando seu ensino nas escolas. Nos últimos tempos, a polêmica está
centrada no termo teoria que, no entanto, tem significado bem definido para os cientistas. Sob o ponto
de vista da ciência, teoria é
a) Sinônimo de lei científica, que descreve regularidades de fenômenos naturais, mas não permite
fazer previsões sobre eles.
b) Sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda sem comprovação experimental.
c) Uma ideia sem base em observação e experimentação, que usa o senso comum para explicar fatos
do cotidiano.
d) Uma ideia, apoiada no conhecimento científico, que tenta explicar fenômenos naturais
relacionados, permitindo fazer previsões sobre eles.
e) Uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico, que, de tão comprovada pelos cientistas, já é
considerada uma verdade incontestável.
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Biologia
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Biologia
8. No nosso cotidiano, acontecem, geralmente, coisas que servem para ilustrar determinados estudos
teóricos.
A contextualização é um meio muito utilizado para enriquecermos nosso conhecimento. As figuras a
seguir mostram elementos que exemplificam essa ideia. Observe-as.
De acordo com as figuras e o assunto abordado, analise as alternativas a seguir e assinale a que
REPRESENTA os passos correspondentes à experimentação (parte prática) evidenciada no
desenvolvimento de uma pesquisa científica.
a) I, II e III.
b) I e III, apenas
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) II apenas
9. A descoberta dos microscópios de luz (óptico) e eletrônico permitiu muitos avanços nas diversas áreas
da Biologia. Um microscópio de luz pode apresentar um poder de resolução 1200 vezes maior que o do
olho humano e o eletrônico, 250 mil vezes. Utilizando-se um microscópio de luz, é correto afirmar que
é possível observar os seguintes níveis de organização da vida:
a) Populações, tecidos e átomos.
b) Populações, moléculas e órgãos.
c) Moléculas, átomos e órgãos.
d) Moléculas, organismos e células.
e) Células, tecidos e organismos.
10. Durante a aula de campo, a professora chamou a atenção para o fato de que, naquela área, havia
inúmeros formigueiros, cada um deles de uma diferente espécie de formiga e todos eles interagindo
pelos recursos daquela área. Em ecologia, cada formigueiro em particular, e o conjunto de formigueiros
naquela área, referem-se, respectivamente, a:
a) ecossistema e população.
b) comunidade e ecossistema.
c) população e ecossistema.
d) comunidade e população.
e) população e comunidade.
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Gabarito
1. C
Com o aumento do mar, considerando que a quantidade de água no planeta não mudou, o mar só poderia
ter aumentado devido ao degelo das calotas polares.
2. A
O Ecossistema engloba os seres vivos presentes na comunidade juntamente com os fatores abióticos
como luminosidade, temperatura, água e nutrientes.
3. E
Teorias científicas são estruturas que explicam e interpretam os fenômenos da natureza. São o resultado
de hipóteses ou leis testadas e confirmadas, com bastante critério, por diversos estudos e experimentos.
Apesar de todo o critério para uma ideia conquistar o patamar de teoria, nenhuma pode ser considerada
verdade absoluta, já que novas teorias podem ser formuladas, substituindo-a.
4. D
As teorias são explicações científicas, comprovadas através de experimentos do método científico, que
explicam fenômenos naturais e permitem que possam ser feitas previsões sobre eles, visto que se trata
de uma interpretação destes que pode ser aplicada caso sejam observados padrões parecidos.
5. A
O nível de complexidade se dá desde organismo, passando para população que é um conjunto de
organismos da mesma espécie> após isso a comunidade que é um conjunto de diversas populações e
ecossistema que juntam esses seres vivos com os fatores abióticos.
6. C
O grupo controle é essencial em estudos, pois vai entender como funciona um determinado experimento
sem os fatores que poderiam ser influenciadores.
7. A
Ao final dos experimentos, deve-se chegar a uma conclusão analisando os resultados obtidos. Os
resultados podem ou não corroborar a hipótese criada, mas de qualquer forma uma conclusão, para
entender os resultados encontrados, é necessária.
8. D
Os experimentos que respondem a pergunta na figura está evidenciado em II (início do experimento) e III
(final do experimento).
9. E
Do microscópio é possível identificar desde células, tecidos, até microrganismos.
10. E
Cada formigueiro constitui uma população com o número de indivíduos de uma espécie. Um conjunto de
formigueiros pode haver mais espécies constituindo assim uma comunidade.
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Biologia
Água
Resumo
A água é uma substância importante para a vida, sendo responsável por formar a maior parte da massa dos
seres vivos. É inorgânico, sendo composta por um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio, formando uma
molécula polar, com o lado do oxigênio apresentando carga negativa e o lado dos hidrogênios apresentando
uma carga positiva. Essas diferentes cargas fazem com que a água seja considerada um dipolo.
Ela é representada quimicamente pela fórmula H2O, e possui certas propriedades que ocorrem devido a
disposição dos átomos e através das ligações de hidrogênio (também chamadas de pontes de hidrogênio).
Dentre estas podemos citar:
• Alto calor específico: É o quanto de calor 1g de substância tem que receber para aumentar a sua
temperatura em 1°C. Quanto maior este calor específico, maior a quantidade de calor que deve ser
fornecida. O calor específico da água é o maior, igual a 1cal/g°C, ou seja, ela apresenta uma alta
capacidade de absorver e conservar o calor, sem mudar de estado físico ou mesmo aquecer/esfriar de
maneira brusca.
• Adesão: Força que permite que a água se ligue a outras superfícies carregadas, formadas por
substâncias que não são a água.
• Coesão: Força que permite que a água se ligue com outras moléculas de água.
• Tensão superficial: Força que permite que a ligação das moléculas de água na superfície não se rompa
quando se exerce força sobre essa água, por exemplo, insetos caminhando sobre ela.
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Biologia
A partir destas propriedades, a água possui diferentes funções para os seres vivos como:
• Participar da maioria das reações metabólicas: em reações de hidrólise (quebra de moléculas pela água,
onde a presença de uma molécula de água faz com que a ligação entre dois compostos se rompa –
reações de catabolismo) ou de síntese por desidratação (quando duas moléculas se unem para formar
uma outra, os H+ e OH- liberados se ligam formando água – reações de anabolismo).
• Atuar como solvente universal: por conta de sua polaridade, ela consegue solubilizar com facilidade
outras moléculas também polares, chamadas de hidrofílicas, como por exemplo carboidratos, proteínas
e sais minerais. A água não consegue reagir com moléculas apolares, sendo que essas moléculas são
chamadas de hidrofóbicas, como por exemplo os lipídios. É por isso que, ao colocar óleo e água, as duas
substâncias não se misturam, e podemos observar diferentes fases na mistura.
• Participar no transporte de substâncias: no nosso corpo carrega, por exemplo, excretas e nutrientes.
• Participar na regulação térmica: por conta do alto calor específico, permite que a molécula consiga
transportar calor em processos como sudorese ou diurese, fazendo a regulação térmica. Nestes casos,
a água presente no suor absorve o calor do nosso corpo, diminuindo nossa temperatura, e quando ela
evapora, o calor também é retirado. Essa propriedade está relacionada ao calor latente de vaporização.
Ao juntar água e óleo, vemos uma mistura heterogênia, já que o óleo é lipossolível e não se solubiliza na água. Já o sal, por ser
hidrofílico, se dissolve na água, formando uma mistura homogênia.
• Metabolismo: quanto mais metabólico um tecido é, mais água é necessária. Por exemplo, a quantidade
de água varia entre os tecidos de acordo com a função e taxa metabólica dele (ex.: 20% de água nos
ossos, 85% de água no cérebro).
• Idade: Indivíduos mais jovens apresentam maior quantidade de água no corpo. Quanto maior a idade,
menos água o corpo precisa pois o metabolismo diminui.
• Espécie: dependendo da espécie, podem ter maior ou menor quantidade de água. Nos humanos, a média
é de 70% do nosso corpo, já as águas-vivas (Cnidários) apresentam mais de 95% do corpo com água, e
uma minhoca (Anelídeo) apresenta cerca de 80% de sua estrutura formada por água.
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Biologia
Exercícios
1. O fato de alguns insetos se locomoverem sobre a superfície da água e algumas espécies de plantas
crescerem por cima da superfície da água é também uma das propriedades que deixa as células
individualizadas e coesas. Essa propriedade físico-química da água é denominada:
a) Densidade.
b) Tensão superficial.
c) Capacidade térmica.
d) Temperatura de fusão.
e) Alto poder de dissolução.
2. Um ser humano pode ficar semanas sem ingerir alimentos, mas passar de três a cinco dias sem ingerir
líquidos pode ser fatal. Os especialistas recomendam que se deve beber no mínimo 2,5 litros de água
por dia. “Quando a pessoa está com sede, é porque já passou do ponto de beber água, diz a
pneumologista Juliana Ferreira, do Hospital das Clínicas, em São Paulo”. Em dias muito quentes ou
quando a pessoa faz exercícios intensos, essa ingestão pode até superar 6 litros, principalmente
porque o suor “desperdiça” muito líquido, na tentativa de manter a temperatura do corpo num nível
adequado. “É preciso se hidratar corretamente, caso contrário o organismo gasta mais água do que
absorve, afirma a nutricionista Isabela Guerra, que desenvolve doutorado na área de hidratação e
esporte”
Disponível em: Mundo Estranho / Saúde http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-sao-as-funcoes-da-agua-
nocorpo-humano. Adaptado.
Sabe-se que a recomendação de hidratação diária para o corpo humano é de 2.550 ml de água, que
podem ser abastecidos por meio da ingestão de alimentos (1.000 ml) e líquidos (1.200 ml) e de reações
químicas internas (350 ml). A desidratação diária, em condições normais, é do mesmo montante.
Assinale a alternativa que apresenta, em ordem decrescente, a perda de água no nosso organismo.
a) Fezes, urina, suor e respiração.
b) Suor, urina, fezes e respiração.
c) Respiração, urina, fezes e suor.
d) Suor, urina, fezes e respiração.
e) Urina, suor, respiração e fezes.
3. A água apresenta inúmeras propriedades que são fundamentais para os seres vivos. Qual, dentre as
características a seguir relacionadas, é uma propriedade da água de importância fundamental para os
sistemas biológicos?
a) Possui baixo calor específico, pois sua temperatura varia com muita facilidade.
b) Suas moléculas são formadas por hidrogênios de disposição espacial linear.
c) Seu ponto de ebulição é entre 0 e 100 °C.
d) É um solvente limitado, pois não é capaz de se misturar com muitas substâncias.
e) Possui alta capacidade térmica e é solvente de muitas substâncias.
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Biologia
5. No corpo humano, a água exerce variadas atividades fundamentais que garantem o equilíbrio e o
funcionamento adequado do organismo como um todo. Considerando que um ser humano adulto tem
entre 40 e 60% de sua massa corpórea constituída por água, é correto afirmar que a maior parte dessa
água se encontra localizada:
a) na linfa.
b) nas secreções glandulares.
c) no meio intracelular.
d) no plasma sanguíneo.
e) nos pelos do corpo
6. Durante uma competição esportiva, observa-se uma intensa sudorese nos atletas, que tem como
principal função:
a) Aliviar a excreção renal.
b) Controlar a pressão arterial.
c) Eliminar os resíduos metabólicos.
d) Manter a temperatura corporal.
e) Aumentar o metabolismo celular
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Biologia
8. A taxa de água em um organismo pode variar de acordo com alguns fatores. São eles:
a) Espécie, enzimas e proteínas.
b) Idade, espécie e proteínas.
c) Atividade, idade e espécie.
d) Atividade, enzimas e proteínas.
e) Idade, enzimas e proteínas.
9. A água é de importância vital para todos os seres vivos. Sob o ponto de vista biológico, entre as
propriedades físico-químicas, podemos citar três fundamentais que são:
a) baixo poder de dissolução, pequena tensão superficial e baixo calor específico.
b) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e baixo calor específico.
c) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e alto calor específico.
d) grande poder de dissolução, grande tensão superficial e alto calor específico.
e) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e alto calor específico.
10. “A taxa de água varia em função de três fatores básicos: atividade do tecido ou órgão (a quantidade
de água é diretamente proporcional à atividade metabólica do órgão ou tecido em questão), idade (a
taxa de água decresce com a idade) e a espécie em questão (o homem, 65%; fungos, 83%; celenterados,
96%; etc.).”
Baseado nesses dados, o item que representa um conjunto de maior taxa hídrica é:
a) coração, ancião, cogumelo.
b) estômago, criança, abacateiro.
c) músculo da perna, recém-nascido, medusa.
d) ossos, adulto, “orelha-de-pau”.
e) pele, jovem adolescente, coral.
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Biologia
Gabarito
1. B
A tensão superficial promovida pelas moléculas de água, fazem com que elas fiquem muito unidas
formando uma tensão que permite alguns insetos a se locomoverem sobre a sua superfície.
2. E
Perdemos muita água pela urina, já que todos nossos excretas estão diluídos em água. Depois, a perda
de água pelo suor ocorre para ajudar a controlar a temperatura corporal. Durante a respiração, temos a
perda de água em menor quantidade e por fim, nas fezes teremos a menor perda de água.
3. E
A temperatura da água não varia com facilidade, o que permite uma alta capacidade térmica por seu alto
calor específico, além de ser considerada um solvente universal.
4. E
Durante a fotossíntese, ocorre a fotólise da água (quebra da molécula de água pela energia luminosa),
liberando H+ que seguem para os outros ciclos da fotossíntese e oxigênio que será liberado para a
atmosfera.
5. C
No meio intracelular é onde terá maior concentração de água, pois é onde ocorre o metabolismo da
célula.
6. D
O suor colabora para o resfriamento do corpo, ao retirar o calor do corpo e evaporar.
7. E
A água está presente em diversos fluidos do nosso organismo, estando presente em grande quantidade
no sangue, por exemplo, auxiliando no transporte de nutrientes e hormônios.
8. C
A taxa metabólica, a idade e a espécie são os principais fatores que interferem na quantidade de água
em cada organismo.
9. D
A água é considerada solvente universal, possui uma forte tensão na camada superficial e um alto calor
específico, ou seja, não varia de temperatura com facilidade
10. C
O músculo tem uma alta atividade metabólica, recém-nascidos já jovens, e possuem um maior acúmulo
de água no organismo, e as medusas são Cnidários (Celenterados), grupo de animais com mais de 90%
do corpo composto por água.
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Biologia
Resumo
População é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que convivem e ocupam uma mesma área, no
mesmo período de tempo. As diferentes populações podem variar de tamanho, crescendo ou diminuindo.
Algumas populações conseguem se estabilizar, enquanto outras declinam podendo chegar a extinção, e a
presença dessas variações na população é chamada de dinâmica de populações.
Para entender sobre dinâmica de populações, é importante diferenciar dois conceitos:
Nesta fórmula, temos: D = densidade populacional; N = número de indivíduos da população (tamanho populacional); S = unidade de
área ou de volume, sendo o espaço ocupado pela população.
A imigração (I) e a natalidade (N) aumentam a densidade populacional, enquanto a emigração (E) e a
mortalidade (M) a diminuem.
Para saber qual a taxa de crescimento (TC) de uma população, utiliza-se as taxas de natalidade+imigração e
subtrai-se as taxas de mortalidade+emigração, como na seguinte fórmula: TC = (N+I)-(M+E). A relação entre
essas taxas podem indicar como a população está se comportando.
Relação entre os fatores que alteram o tamanho populacional e o que ocorre com a população em cada caso.
Uma população que não tem nenhum fator ambiental impedindo seu crescimento terá um aumento do
número de indivíduos de forma exponencial (chamada de curva J). Esta curva representa o potencial biótico.
O potencial biótico é a capacidade de uma população para crescer em condições favoráveis, ou seja, é a
capacidade dos seres vivos se multiplicarem através da reprodução.
Porém na natureza as populações sofrem com fatores que atrapalham seu crescimento, sendo este o
crescimento real, graficamente representado por uma curva que se estabiliza (chamada de curva S). A
estabilização da curva se dá por conta da resistência do meio. A resistência do meio é o conjunto de fatores
1
Biologia
A competição por recursos do ambiente pode alterar drasticamente as populações, quando diferentes
indivíduos interagem: no princípio de Gause, ou princípio da exclusão competitiva, duas espécies
compartilham nichos ecológicos semelhantes, e por causa dos recursos limitados competem entre si,
podendo causar a extinção da espécie menos apta à sobrevivência.
2
Biologia
Exercícios
1. O aumento das infestações por cupins em casas e prédios pode ser resultante da ação do homem
sobre o ambiente e das características biológicas desses animais.
A combinação de fatores que melhor explica esse aumento de infestações nas cidades é:
a) facilidade de reprodução e organização dos indivíduos em diferentes castas.
b) eliminação de predadores e maior número de machos reprodutores na colônia.
c) disponibilidade de alimento e facilidade para instalação de novas colônias.
d) presença de numerosos indivíduos operários e maior proteção do ninho.
3
Biologia
Considere o tipo de relação ecológica entre essas duas espécies e indique a afirmação correta.
a) A espécie P. aurelia é predadora de P. caudatum.
b) P. aurelia exclui P. caudatum por competição intraespecífica.
c) P. aurelia e P. caudatum utilizam recursos diferentes.
d) P. aurelia exclui P. caudatum por parasitismo.
e) P. aurelia exclui P. caudatum por competição interespecífica.
4. Observe o gráfico abaixo, que representa o crescimento populacional de uma espécie animal, em que
x corresponde ao tamanho populacional e t, ao tempo.
4
Biologia
5. Traíras são predadoras naturais dos lambaris. Acompanhou-se, em uma pequena lagoa, a evolução da
densidade populacional dessas duas espécies de peixes. Tais populações, inicialmente em equilíbrio,
sofreram notáveis alterações após o início da pesca predatória da traíra, na mesma lagoa.
Esse fato pode ser observado no gráfico abaixo, em que a curva 1 representa a variação da densidade
populacional da traíra.
6. Um biólogo foi convidado para realizar um estudo do possível crescimento de populações de roedores
em cinco diferentes regiões impactadas pelo desmatamento para ocupação humana, o que poderia
estar prejudicando a produção e armazenagem local de grãos. Para cada uma das cinco populações
analisadas (I a V), identificou as taxas de natalidade (n), mortalidade (m), emigração (e) e imigração (i),
em número de indivíduos, conforme ilustrado no quadro.
Em longo prazo, se essas taxas permanecerem constantes, qual dessas regiões deverá apresentar
maiores prejuízos na produção/armazenagem de grãos?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V
5
Biologia
Durante certo tempo, foram feitas contagens do número de indivíduos em cada recipiente e os
resultados representados nos gráficos.
6
Biologia
8. Os gráficos abaixo foram construídos com base em dados obtidos por diferentes pesquisadores, em
estudos sobre crescimento populacional, considerando diferentes espécies de animais, inclusive o
homem. Nos dois casos mostrados nos gráficos, para efeito de simplificação, faz-se referência ao
tempo, apenas sob o ponto de vista numérico. Com base nesses gráficos, pode-se afirmar que:
7
Biologia
8
Biologia
Gabarito
1. C
A disponibilidade de alimento juntamente com a capacidade de sobrevivência em ambientes urbanos
permite que a população destes animais crescerem.
2. E
Entre os dias 8 e 20 a população permaneceu de forma estável, ou seja, a população chegou na
capacidade limite do ambiente.
3. E
O terceiro gráfico mostra que quando cultivadas juntas, a P. aurelia exclui P. caudatum por competição
interespecífica, onde P. aurelia possui elevada densidade, enquanto P. caudatum tem sua densidade
bastante reduzida.
4. C
A população se torna estável ao atingir a capacidade suporte do ambiente, ou seja, o número máximo de
indivíduos da população que conseguem sobreviver em determinado ambiente com os recursos
oferecidos.
5. D
Como a população de traíras foi reduzida, a predação exercida sobre a população de lambaris também
foi e isso permitiu um crescimento populacional de lambaris na região.
6. D
Ao comparar a taxa de crescimento das diferentes populações, vemos que a população IV é a com a
maior taxa de crescimento, indicando um aumento mais expressivo na população de ratos, que trará
prejuízos para as plantações.
TC = (N+I) - (M+E)
i. (65+5) - (40+23) = 7
ii. (27+2) - (8+18) = 3
iii. (54+16) - (28+15) = 27
iv. (52+40) - (25+12) = 55
v. (12+4) - (9+6) = 1
7. D
A competição entre espécies acaba limitando o crescimento principalmente da espécie menos adaptada,
podendo levá-la a diminuição do crescimento populacional.
8. A
A resistência ambiental irá “frear” o crescimento populacional quando atingir a capacidade de suporte
do ambiente. Assim, a população tenderá a se tornar constante, não tendo um crescimento e nem
diminuição da população grandes.
9
Biologia
9. B
Os limites ambientais, também conhecidos como fatores de resistência do meio, podem acabar
causando a morte de mais organismos (ex. por predação ou mesmo falta de alimento), também
interferindo na taxa de natalidade.
10. C
O predador ao se alimentar de suas presas ele controla a densidade populacional da presa evitando
assim o aumento populacional.
10
Biologia
Sais Minerais
Resumo
Os sais minerais são substâncias inorgânicas que ajudam a formar diversas moléculas e a participar de
reações químicas no nosso organismo. Podem ser encontrados dissolvidos no plasma celular, associados a
moléculas orgânicas ou mineralizados.
Ossos com osteoporose são mais frágeis pois apresentam menor quantidade de sais mineralizados.
1
Biologia
Molécula de hemoglobina, presente nas hemácias e com ferro em sua estrutura, responsável pelo transporte de gases pela corrente
sanguínea.
Esquema da bomba de sódio e potássio, importante exemplo de transporte ativo de nosso organismo.
2
Biologia
Exercícios
1. Os seres vivos necessitam de diversos tipos de sais minerais para o funcionamento eficaz das células.
Na espécie humana, por exemplo, os íons de cálcio, dentre outras funções, participam da:
a) Contração muscular e da formação de ácido clorídrico no estômago
b) Coagulação do sangue e das moléculas de ácidos nucleicos.
c) Coagulação do sangue e da contração muscular.
d) Composição do osso e da forma da hemoglobina.
e) Forma da hemoglobina e da constituição dos hormônios da tireoide.
2. O iodo está entre um dos mais importantes sais minerais que necessitamos. Assinale abaixo a
alternativa correta sobre a importância desse sal mineral.
a) Faz parte da molécula de ácido nucleico.
b) Participa da transmissão do impulso nervoso.
c) Proteção dos dentes contra as cáries.
d) Participa nos processos de contração muscular.
e) Faz parte das moléculas dos hormônios da tireoide que estimulam o metabolismo.
3. Os adubos inorgânicos industrializados, conhecidos pela sigla NPK, contêm sais de três elementos
químicos: nitrogênio, fósforo e potássio. Qual das alternativas indica as principais razões pelas quais
esses elementos são indispensáveis à vida de uma planta?
a) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucléicos e proteínas; Fósforo - É constituinte de ácidos
nucleicos e proteínas; Potássio - É constituinte de ácidos nucléicos, glicídios e proteínas.
b) Nitrogênio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular; Fósforo - É constituinte de
ácidos nucleicos; Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.
c) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucléicos e proteínas; Fósforo - É constituinte de ácidos
nucleicos; Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.
d) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucleicos, glicídios e proteínas; Fósforo - Atua no equilíbrio
osmótico e na permeabilidade celular; Potássio - É constituinte de proteínas.
e) Nitrogênio - É constituinte de glicídios; Fósforo - É constituinte de ácidos nucleicos e proteínas;
Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.
3
Biologia
4. Os sais minerais, encontrados nos mais variados alimentos, desempenham função importante na
saúde do homem, podendo estar dissolvidos na forma de íons nos líquidos corporais, formando cristais
encontrados no esqueleto, ou ainda combinados com moléculas orgânicas. A alternativa que relaciona
CORRETAMENTE o sal mineral com sua função no organismo é:
a) K - participa dos hormônios da tireoide.
b) F - constitui, juntamente com o Ca, o tecido ósseo e os dentes.
c) P - participa da constituição da hemoglobina, proteína encontrada nas hemácias.
d) Cl- fortalece os ossos e os dentes e previne as cáries.
e) Ca - auxilia na coagulação sanguínea.
5. O petróleo é um tipo de combustível fóssil, de origem animal e vegetal, constituído principalmente por
hidrocarbonetos. Em desastres de derramamento de petróleo, vários métodos são usados para a
limpeza das áreas afetadas. Um deles é a biodegradação por populações naturais de microrganismos
que utilizam o petróleo como fonte de nutrientes. O quadro mostra a composição química média das
células desses microrganismos.
Para uma efetiva biodegradação, a região afetada deve ser suplementada com
a) nitrogênio e fósforo.
b) hidrogênio e fósforo.
c) carbono e nitrogênio.
d) carbono e hidrogênio.
e) nitrogênio e hidrogênio.
6. Entre os sais minerais descritos a seguir, marque a alternativa que indica corretamente aquele que faz
parte da composição da clorofila.
a) Ferro.
b) Flúor.
c) Iodo.
d) Magnésio.
e) Potássio.
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Biologia
7. Sabemos que o cálcio é um mineral bastante abundante no nosso corpo, sendo encontrado
principalmente nos ossos e dentes. Além desse importante mineral, qual outro sal faz parte da
composição e é considerado, juntamente com o cálcio, como principal componente de ossos e dentes?
a) Ferro.
b) Magnésio.
c) Iodo.
d) Fósforo.
e) Cloro.
8. Elementos que fazem parte da constituição das moléculas de ATP, clorofila e hemoglobina são,
respectivamente:
a) magnésio, ferro e fósforo.
b) ferro, magnésio e fósforo.
c) fósforo, magnésio e ferro.
d) magnésio, fósforo e ferro.
e) fósforo, ferro e magnésio.
9. No Alasca, o salmão é capturado pelos ursos durante a desova. As partes do peixe não consumidas
pelos ursos servem de alimento para outros animais e de fertilizante para as plantas. Já se observou
que plantas ribeirinhas de regiões onde ursos se alimentam de salmão crescem três vezes mais do que
plantas de outras áreas. Isso se deve ao fato de que as carcaças de peixes descartadas pelos ursos
enriquecem o solo com um dos macronutrientes mais importantes para o crescimento das plantas. A
que macronutriente o texto se refere?
a) Ao ferro
b) Ao zinco
c) Ao cloro
d) Ao nitrogênio
e) Ao manganês
10. Os sais minerais são reguladores e desempenham diversas funções relacionadas com o metabolismo.
São considerados ativadores enzimáticos e essenciais para o funcionamento celular. Sobre isso, é
correto afirmar-se que
a) o sódio interfere na pressão arterial e no volume celular.
b) a condução de impulsos nervosos nos nervos, nos músculos e no coração é desencadeada pelo
ferro.
c) o enxofre atua na produção de hormônios pela glândula tireoide.
d) a coagulação sanguínea depende diretamente do potássio.
e) o magnésio faz parte da hemoglobina.
5
Biologia
Gabarito
1. C
O fósforo é importante para a contração e relaxamento muscular. Além disso, é importante fator para a
coagulação do sangue.
2. E
O iodo é o principal constituinte dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que são hormônios
reguladores do metabolismo.
3. C
Nos ácidos nucleicos temos uma base nitrogenada (com nitrogênio) e um radical fosfato (com fósforo);
o principal constituinte das proteínas são os aminoácidos (com nitrogênio). O potássio ajuda a regular o
transporte passivo e a abertura e fechamento dos estômatos na planta.
4. E
O cálcio participa da coagulação sanguínea, já que a presença deste sal no sangue, junto com a
tromboplastina, estimula a protrombina a formar a trombina.
5. A
O quadro presente na questão mostra a composição química média das células dos microrganismos. De
acordo com o quadro, há percentuais de: carbono, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, entre outros. Assim,
para uma efetiva biodegradação na área afetada com derramamento de petróleo (hidrocarboneto) é
necessário o suplemento de nitrogênio e fósforo, uma vez que o carbono e hidrogênio são componentes
do petróleo, estando presentes na área afetada.
6. D
A clorofila é formada pelo sal magnésio, e ele também participa dos processos metabólicos do
cloroplasto.
7. D
O fósforo é o outro sal importante para formação de ossos e dentes.
8. C
ATP possui fósforo em sua constituição (adenosina tri-fosfato), a clorofila possui magnésio e a
hemoglobina das hemácias possuem ferro.
9. D
Durante a decomposição da matéria orgânica, é liberado nitrogênio em grande quantidade. Esse
nitrogênio proveniente dos salmões mortos auxilia na nutrição das plantas.
10. A
O sódio altera a pressão arterial, influenciando a reabsorção de água nos néfrons, e atua no controle
osmótico, alterando o volume celular.
6
Biologia
Resumo
As relações alimentares entre os seres vivos são chamadas de relações tróficas. Elas podem ser
representadas como uma cadeia ou como uma teia alimentar. Nessas representações, as setas indicam o
sentido do fluxo de matéria orgânica e de energia, que é do sentido do ser vivo que foi consumido para o que
consumiu.
Os níveis tróficos são as posições que os organismos ocupam em uma relação trófica, e podem ser:
• Produtor: Primeiro Nível Trófico → Organismos autotróficos, que produzem matéria orgânica a partir da
fotossíntese ou quimiossíntese
• Consumidor Primário: Segundo nível trófico → Animais que se alimentam de organismos produtores,
podendo ser chamados de herbívoros
• Consumidor Secundário: Terceiro nível trófico → Animais que se alimentam de consumidores primários,
podendo ser chamados de carnívoros.
Os níveis dos consumidores serão sempre um a mais do que o nível anterior.
A Cadeia alimentar é a transferência de matéria e energia representada de maneira linear, entre organismos
em um ecossistema, onde o organismo é alimento de apenas um outro ser vivo.
Exemplo de cadeia alimentar, onde a planta é o produtor (1º nível trófico), o grilo é o consumidor primário (2º nível trófico), o sapo é o
consumidor secundário (3º nível trófico) e a cobra é o consumidor terciário (4º nível trófico). Todos os seres podem ser decompostos
pelos decompositores.
Os decompositores podem não ser mostrados em imagens de cadeias tróficas, porém possuem um papel
importante na reciclagem de nutrientes, transformando a matéria orgânica em matéria inorgânica. Assim, os
nutrientes são disponibilizados novamente no ambiente e retornam a cadeia alimentar. São exemplos de
decompositores principalmente os fungos e bactérias. Esses organismos não possuem um nível trófico fixo,
visto que eles podem decompor qualquer componente da cadeia alimentar.
A Teia Alimentar é um conjunto de cadeias alimentares, e um organismo pode ser alimento para mais de um
outro ser vivo, ou mesmo um consumidor se alimentar de mais de um tipo de organismo, fazendo com que
1
Biologia
um mesmo indivíduo possa ocupar mais de um nível trófico. Neste caso, temos organismos onívoros, que
podem se alimentar tanto de produtores quanto de outros consumidores.
Exemplo de teia alimentar. Importante lembrar que todos os níveis podem ser decompostos por decompositores.
Ciclo da Matéria
Tanto nas cadeias quanto nas teias podemos ver o ciclo da matéria. Os organismos do primeiro nível trófico
produzem matéria orgânica através da fotossíntese ou quimiossíntese utilizando nutrientes inorgânicos
disponíveis no meio. Essa matéria será transferida ao longo da cadeia trófica no momento da alimentação.
Quando os seres morrem, os decompositores são os responsáveis por transformar a matéria orgânica
existente em matéria inorgânica, reiniciando assim o ciclo.
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Biologia
Transferência de Energia
A energia entra no sistema pelos organismos produtores, e é armazenada nas moléculas orgânicas. Durante
a vida, o metabolismo dos organismos gasta energia, então apenas parte da energia passa para o nível trófico
seguinte no momento da alimentação. O fluxo de energia sempre seguirá um fluxo unidirecional, pois parte
da energia é perdida ao longo da cadeia trófica.
Representação de uma cadeia alimentar indicando a concentração de energia ao longo dos níveis tróficos. Os decompositores não
estão representados.
Pirâmides Ecológicas
As cadeias alimentares podem ser representadas em pirâmides ecológicas, e elas podem ser
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Biologia
Exemplos de pirâmides de energia. Pirâmides de biomassa invertidas são comuns em ambientes aquáticos. A letra “C”, nas pirâmides
de biomassa, indica “consumidor”.
Quando há um acúmulo de substâncias não biodegradáveis ao longo de uma cadeia ou teia alimentar, temos
a magnificação trófica, também chamada de biomagnificação. O último nível trófico é o que é mais afetado,
acumulando uma maior quantidade destes componentes em seu organismo.
Outro conceito é o de bioacumulação, onde há o acúmulo de substâncias tóxicas em apenas um organismo.
Esquema da magnificação trófica do pesticida DDT (diclorodifeniltricloroetano), mostrando os componentes da cadeia alimentar e uma
representação em pirâmide de número.
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Biologia
Exercícios
1. Os parasitoides (misto de parasitas e predadores) são insetos diminutos que têm hábitos muito
peculiares: suas larvas podem se desenvolver dentro do corpo de outros organismos, como mostra a
figura. A forma adulta se alimenta de pólen e de açúcares. Em geral, cada parasitoide ataca hospedeiros
de determinada espécie e, por isso, esses organismos vêm sendo amplamente usados para o controle
biológico de pragas agrícolas.
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Biologia
3. Na goiabeira do quintal de uma casa, eram muitas as goiabas que se apresentavam infestadas por
larvas de moscas. Nos galhos da árvore, inúmeros pássaros se alimentavam dos frutos enquanto, ao
pé da goiabeira, pássaros iguais aos dos galhos se alimentavam das larvas expostas pelas goiabas que
haviam caído e se esborrachado no chão. Pode-se afirmar que:
a) Os pássaros dos galhos e os pássaros do chão ocupam diferentes níveis tróficos e, portanto, a
despeito da mesma aparência, não pertencem à mesma espécie.
b) As larvas são decompositores, enquanto os pássaros são consumidores primários.
c) As larvas são consumidores primários e os pássaros podem se comportar como consumidores
primários e secundários.
d) A goiabeira é produtor, os pássaros são consumidores primários e as larvas são parasitas, não
fazendo parte de esta cadeia alimentar.
e) As larvas ocupam o primeiro nível trófico, os pássaros dos galhos e os pássaros do chão ocupam,
respectivamente, o segundo e o terceiro níveis tróficos.
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Biologia
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Biologia
7. Suponha que um pesticida lipossolúvel que se acumula no organismo após ser ingerido tenha sido
utilizado durante anos na região do Pantanal, ambiente que tem uma de suas cadeias alimentares
representadas no esquema:
PLÂNCTON –> PULGA-D’ÁGUA –> LAMBARI –> PIRANHA –> TUIUIÚ
Um pesquisador avaliou a concentração do pesticida nos tecidos de lambaris da região e obteve um
resultado de 6,1 partes por milhão (ppm). Qual será o resultado compatível com a concentração do
pesticida (em ppm) nos tecidos dos outros componentes da cadeia alimentar?
a)
b)
c)
d)
e)
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Biologia
8. Assinale a alternativa que relaciona corretamente os níveis tróficos dos organismos constituintes da
teia alimentar representada ao lado.
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Biologia
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Biologia
Analise a pirâmide I e II. É correto afirmar, com relação às cadeias 1 e 2 e aos modelos de pirâmides I
e II, que:
a) a pirâmide I pode representar tanto o número de indivíduos como a quantidade de energia
disponível em cada nível trófico da cadeia 2.
b) a pirâmide II pode representar tanto o número de indivíduos como a quantidade de energia
disponível em cada nível trófico da cadeia 1.
c) a pirâmide II pode representar a quantidade de energia disponível em cada nível trófico da cadeia
2.
d) a pirâmide I pode representar o número de indivíduos em cada nível trófico da cadeia 1.
e) a pirâmide I pode representar o número de indivíduos da cadeia 2, e a pirâmide II, a quantidade de
energia disponível em cada nível trófico da cadeia 1.
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Biologia
Gabarito
1. B
Como a lagarta é herbívoro, ou seja, um consumidor primário, o parasitoide então ocupará a função de
consumidor secundário.
2. C
O tigre ao se alimentar do homem, e este homem se alimentando de plantas, este ocupa a função de
consumidor secundário, enquanto os abutres serão então o consumidor terciário.
3. C
Ao se alimentarem de lagartas, e sendo as lagartas como herbívoros, os pássaros neste caso serão
consumidores secundários. Já quando eles se alimentam de frutas, eles ocuparão a função de
consumidor primário.
4. D
O mercúrio como não é biodegradável, ele tende a acumular ao longo da cadeia alimentar, sendo mais
abundantes nos consumidores que estarão no topo da cadeia.
5. B
Com a toxicidade foi afetada no capim, isso influenciou toda a cadeia trófica, diminuindo a população do
consumidor primário e consequentemente a do consumidor secundário.
6. D
A pirâmide B pode apresentar invertida em ambientes aquáticos devido à alta taxa reprodutiva dos
produtores.
7. C
A questão fala sobre bioacumulação e magnificação trófica. Esses conceitos têm relação com o aumento
de compostos tóxicos nos organismos, e sempre com um maior acúmulo nos organismos de maior nível
trófico. Como o lambari possui uma concentração de 6,1, os organismos abaixo dele (plâncton e pulga
d’água) na cadeia alimentar devem ter uma concentração menor, enquanto os indivíduos acima (piranha
e tuiuiú) devem ter uma concentração maior do composto.
8. B
Coelhos, ratos e morcegos se alimentam da planta, sendo animais herbívoros (consumidores primários).
As raposas podem ser consumidoras secundárias (ao comerem coelhos), terciárias (ao comerem uma
coruja que comeu um morcego ou um rato) ou quaternárias (ao comerem uma coruja que comeu uma
cobra).
9. C
O DDT, por não ser biodegradável, tende a se acumular ao longo a cadeia trófica causando a
magnificação trófica. Os consumidores no topo de cadeia por sua vez terão maiores concentrações
deste composto em seu organismo do que os seres que estão em níveis inferiores.
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Biologia
10. A
Tanto o número de indivíduos, quanto o fluxo de energia pode ser representado pela pirâmide I, pois ela
é decrescente ao longo da cadeia.
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Filosofia
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Filosofia
Filosofia pré-socrática
Resumo
Os filósofos pré-socráticos são os primeiros filósofos da história, tendo vivido entre os séculos VII e VI a.C.
e contribuído decisivamente para a ruptura entre o pensamento mítico e o pensamento racional. Eles são
chamados de pré-socráticos por terem precedido o grande filósofo Sócrates, cuja importância é tão grande
que dividiu a história da filosofia entre os pensadores que lhe precederam e os que lhe sucederam, como
Platão e Aristóteles. A maior parte da obra desses primeiros filósofos foi perdida, restando-nos fragmentos
e comentários feitos por filósofos posteriores, o que chamamos de doxografia. A grande genialidade desses
pioneiros foi ter, ao menos em parte, abandonado as explicações mitológicas sobre o mundo, para buscar
uma explicação mais lógica, mais racional, sem a presença de seres sobrenaturais.
Assim, os pré-socráticos irão buscar uma explicação do mundo através do Lógos (razão ou explicação
argumentativa) e não mais através do mito, abandonando o recurso tão usado pela poesia homérica ao
divino e ao transcendente. Dentre os filósofos pré-socráticos podemos destacar Heráclito de Éfeso,
Parmênides de Eleia, Demócrito de Abdera, Tales de Mileto, Empédocles de Agrigento, entre outros.
A questão do conhecimento
Em relação à questão do conhecimento, destaca-se a discussão entre Heráclito e Parmênides. Heráclito
defende que tudo o que existe no mundo está em constante transformação, num fluxo perpétuo, ou seja,
nada permanece idêntico a si mesmo, “tudo flui”. Nesse sentido, o ser (tudo o que existe) está sempre em
movimento, por isso Heráclito é considerado um filósofo mobilista. A imagem que melhor representa esse
pensamento é a imagem do rio. Diz Heráclito que não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, pois, quando
entramos pela segunda vez, as águas do rio não são as mesmas e, portanto, o rio não é o mesmo. Além do
mais, nós, quando entramos novamente no rio, não somos também os mesmos, já somos diferentes do que
éramos, pois estamos submetidos necessariamente à mudança. Se nada permanece igual, o conhecimento
está diante de um problema: como posso dizer que conheço algo de maneira objetiva dado que essa coisa
1
Filosofia
que digo conhecer, assim como tudo, está em constante transformação? Nesse sentido, o conhecimento é
justamente a percepção das transformações. Como o ser o móvel, o Lógos (razão) é mudança e contradição.
Parmênides, por outro lado, não aceitará em seu método as contradições, sendo famoso justamente por ter
estabelecido o princípio de não contradição através da frase: “o ser é e o não ser não é”. Assim, se para
Heráclito a permanência é uma ilusão, já para Parmênides a mudança é que consiste numa ilusão, sendo
impossível a passagem do ser para o não ser ou do não ser para o ser. Evidentemente, Parmênides não quer
dizer com isso que não existe mudança no mundo, mas apenas que as mudanças estão restritas ao mundo
material, às coisas sensíveis, mas a essência de uma coisa nunca muda, é imóvel. Assim Parmênides é
considerado um filósofo imobilista, pois aquilo que existe não pode deixar de ser o que é, ou seja, não pode
perder a sua essência. O mundo do pensamento, portanto, é imóvel e o conhecimento objetivo sobre as
coisas é possível graças à identidade que ele reconhece entre ser, pensar e dizer: as palavras refletem o
pensamento, e o pensamento tem a capacidade de exprimir a essência imutável das coisas.
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Filosofia
Exercícios
1. A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três
razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em
segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora
apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.
NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999
2. TEXTO I
Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas
vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne.
HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo. Abril Cultural, 1996 (adaptado).
TEXTO II
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável
e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é
perecer? Como poderia gerar-se?
PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das
a) investigações do pensamento sistemático.
b) preocupações do período mitológico.
c) discussões de base ontológica.
d) habilidades da retórica sofistica.
e) verdades do mundo sensível.
3
Filosofia
3. O homem sempre buscou explicações sobre os aspectos essenciais da realidade que o cerca e sobre
sua própria existência. Na Grécia antiga, antes de a filosofia surgir, essas explicações eram dadas pela
mitologia e tinham, portanto, um forte caráter religioso. Historicamente, considera-se que a filosofia
tem início com Tales de Mileto, em razão de ele ter afirmado que “a água é a origem e a matriz de todas
as coisas”. Nesse sentido, pode-se dizer que a frase de Tales tem caráter filosófico pelas seguintes
razões:
a) Porque destaca a importância da água para a vida; porque faz referência aos deuses como causa
da realidade e, porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é
matéria”.
b) Porque enuncia algo sobre a origem das coisas; porque o faz sem imagem e fabulação e porque
nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é um”.
c) Porque narra uma lenda; porque narra essa lenda através de imagens e fabulação e porque nela,
embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é movimento”.
d) Porque enuncia uma verdade revelada por Deus; porque o faz através da imaginação e, porque
nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “o homem é a medida de todas
as coisas”.
e) Porque enuncia algo sobre a origem das coisas; porque o faz recorrendo a deuses e a imaginação
e, porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “conhece-te a ti
mesmo”.
5. Heráclito nasceu na cidade de Éfeso, região da Jônia, e viveu aproximadamente entre 540 e 480 a.C.
Ficou conhecido como “o obscuro”, porque seus escritos eram, em geral, aforismos, isto é, frases
enigmáticas que condensam a ideia transmitida. Dentre suas ideias mais destacadas está a do “eterno
devir”.
A partir dessas informações, marque a alternativa que descreve corretamente o significado de “eterno
devir”.
a) O princípio de que tudo é água ou o elemento úmido.
b) A permanência do ser.
c) Transformação incessante das coisas.
d) O Mundo das Ideias.
e) Futuro distante
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Filosofia
6. A relação entre mito e filosofia é objeto de polêmica entre muitos estudiosos ainda hoje. Para alguns,
a filosofia nasceu da ruptura com o pensamento mítico (teoria do “milagre grego”); para outros, houve
uma continuidade entre mito e filosofia, ou seja, de alguma forma os mitos continuaram presentes –
seja como forma, seja como conteúdo – no pensamento filosófico.
A partir destas informações, assinale a alternativa que NÃO contenha um exemplo de pensamento
mítico no pensamento filosófico.
a) Parmênides afirma: “Em primeiro lugar, criou (a divindade do nascimento ou do amor) entre todos
os deuses, a Eros...”.
b) Platão propõe algumas teses como a teoria da reminiscência e a transmigração das almas.
c) Heráclito afirma: “As almas aspiram o aroma do Hades”.
d) Aristóteles divide a ciência em três ramos: o teorético, o prático e o poético.
e) Tales afirma: “A coisa mais bela é o mundo, porque é obra divina”.
7. Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente.
Porque se as coisas que são agora neste mundo – terra, água, ar e fogo e as outras coisas que são
agora neste mundo – , se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua
natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações,
então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, mistura-se umas às outras, nem fazer bem ou
mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir
à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas
nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando
sempre a mesma coisa.
DIÓGENES. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.
O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a
principal preocupação filosófica era de ordem
a) cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da
natureza.
b) política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras da democracia.
c) ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior.
d) estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis.
e) hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade.
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Filosofia
8. A atitude filosófica inicia-se dirigindo indagações ao mundo que nos rodeia e às relações que
mantemos com ele. Pouco a pouco, porém, descobre que essas questões se referem, afinal, à nossa
capacidade de conhecer, à nossa capacidade de pensar.
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, 1996. p. 14).
Sobre isso, é CORRETO afirmar que a filosofia
a) pode ser entendida como aspiração ao conhecimento sensível, lógico e assistemático da
realidade natural e humana.
b) é tão-somente uma forma consciente e acrítica de pensar e de agir.
c) é uma forma crítica e incoerente de pensar o mundo, produzindo um entendimento de seu
significado e formulando uma concepção específica desse mundo.
d) designava, desde a Grécia Antiga, a particularidade do conhecimento sensitivo, desenvolvido pelo
homem.
e) como forma consciente e crítica de compreender o mundo e a realidade não se confunde, de
maneira alguma, com o fato de estar "investida" inconscientemente de valores adquiridos com
base no "senso comum".
O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio
constitutivo das coisas” estava representado pelo(a)
a) número, que fundamenta a criação dos deuses.
b) devir, que simboliza o constante movimento dos objetos.
c) água, que expressa a causa material da origem do universo.
d) imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal.
e) átomo, que explica o surgimento dos entes.
10. A filosofia, para muitos filósofos e comentadores, tem data e local de nascimento – séc. VII a. C. – e
o primeiro filósofo teria sido Tales de Mileto (640-550 a.C.). Esse nascimento da filosofia marcou toda
história do Ocidente, deixando um vasto legado de conquistas que ainda hoje influenciam nosso modo
de ser. Dentre esses legados, destaca-se
a) a desconfiança nas decisões puramente racionais, exigindo que os sentimentos e as paixões
tivessem prioridade sobre a razão.
b) a visão fatalista da realidade, já que os gregos acreditavam que a vontade humana era
condicionada por determinismos sociais e históricos.
c) o nascimento da filosofia enquanto fato histórico-social, circunscrito à realidade grega,
exercendo pouca influência no desenvolvimento posterior do Ocidente.
d) o pensamento operando conforme leis e princípios que permitem distinguir o verdadeiro do falso,
além de postular que as práticas humanas eram resultado da deliberação da vontade.
e) A criação da ideia de Estado-Nação, ordenação sociopolítica que veio a se tornar o modelo de
organização das sociedades ocidentais herdeiras do legado grego.
6
Filosofia
Gabarito
1. C
Nietzsche faz referência ao surgimento da filosofia através dos pré-socráticos que buscavam na
natureza (physis) uma justificativa racional para a origem de tudo. Inicialmente, encontravam um
elemento essencial (arché) como solução primordial.
2. C
Foram um grupo de filósofos que especularam sobre a origem do mundo e observaram a natureza como
fonte de conhecimento. A teoria de Parmênides visava o imobilismo, enquanto a de Heráclito, o
mobilismo. daí, encontramos a contradição teórica. Ontologia é um estudo voltado para o “ser”, portanto,
cada um dos filósofos possui um posicionamento quanto ao papel do “ser” na natureza.
3. B
O surgimento da filosofia está atrelado ao momento em que os homens passam a investigar as origens
do mundo, dos seres, enfim, de tudo o que os cerca, sem ter de recorrer a explicações baseadas no divino
ou no mito. A frase de Tales de Mileto aponta justamente isso, porque atribui a origem das coisas a um
ente físico (a água) e não a um ente sobrenatural. Encaixa-se nas teorias monistas dos primórdios da
filosofia (uma única origem para tudo). Excetuando a questão B, todas as alternativas estão erradas,
porque referem-se a uma informação que não está presente na afirmação (a presença de deuses ou
fabulação para explicarem a realidade); e se esses elementos estivessem presentes, não estaríamos
falando de filosofia, mas de mitos.
4. D
a) Incorreta. Segundo Parmênides, o ser é identidade, não há multiplicidade alguma.
b) Incorreta. Quem disse isso foi Heráclito de Éfeso, para quem o ser é devir constante.
c) Incorreta. Segundo Parmênides o ser é e o não ser não é.
d) Correta. Para Parmênides o que "é" é o que pode ser pensado e dito, e o que "não é" não pode nem
ser pensado nem dito. Ou seja, pluralidade ou multiplicidade, mudança ou movimento e oposições
são irreais, impensáveis e indizíveis. Assim, "não ser", "perceber" e "opinar" são o mesmo: nada,
diante do pensamento, que exige estabilidade, permanência e verdade.
5. C
a) Incorreta. Para Tales de Mileto tudo era água ou o elemento úmido.
b) Incorreta. A permanência do ser é a definição de Parmênides para a arché.
c) Correta. Segundo Heráclito, um homem não entra duas vezes no mesmo rio, porque o homem não
será o mesmo, tampouco o rio.
d) Incorreta. O mundo das ideias faz parte da filosofia posterior, de Platão.
6. D
A única afirmativa que não apresenta referência a alguma ideia de origem mítica é a D, na qual está
indicada a divisão da ciência proposta por Aristóteles, em uma visão racionalista. A afirmativa A fala em
um Ser Criador não palpável que cria um deus, Eros; a afirmativa B fala em transmigração de almas e
reminiscências, compreensíveis apenas em um contexto mítico, já que não possuem comprovação
racional ou científica; e a afirmativa C fala novamente em almas e em Hades, o deus grego que governaria
o mundo para onde iriam as almas dos mortos, portanto, um entendimento mítico do mundo.
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Filosofia
7. A
Para os filósofos pré-socráticos a principal questão se desenvolveu dentro do aspecto da natureza, sua
origem e seu funcionamento. Buscavam respostas que definiriam o princípio que rege a existência em
si. Não à toa também eram conhecidos como filósofos da physis.
8. E
A afirmativa correta é a E, pois informa que a filosofia é uma disciplina consciente e crítica à
compreensão sem, contudo, negar que esteja investida também de valores que se originam do senso
comum, afinal, esse também é base para o raciocínio filosófico. A afirmativa A está incorreta porque a
filosofia não se vale somente do conhecimento sensível, mas também do racional, e é sistemática em
seus procedimentos. A afirmativa B está incorreta porque a filosofia é crítica e não acrítica. A afirmativa
C está incorreta porque a filosofia é coerente e não incoerente. E a afirmativa D está incorreta porque a
filosofia não se restringe apenas a refletir sobre o conhecimento sensitivo, nem o indicava como
particular apenas aos homens, pois todas as criaturas sentem: o que diferencia o homem é justamente
a capacidade de pensar.
9. E
Os filósofos pré-socráticos foram responsáveis por buscar na natureza um elemento primordial que
justificasse a origem de todas as coisas. Para Demócrito, sua arché seria o átomo, parte indivisível e
eterna, que permanece em constante movimento.
10. D
Graças à atitude filosófica, os fatos, fenômenos, ações e ideias passaram a ser encaradas por uma
perspectiva racional, produzindo um encadeamento lógico que permite distinguir o verdadeiro do falso.
Além disso, essa mesma perspectiva racional permite dar autonomia aos seres humanos nas suas
ações, formando uma noção de aproximação da ideia de bem pela prática do controle da vontade.
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Filosofia
Sofistas e Sócrates
Resumo
Ignorância e autoconhecimento
O filósofo ateniense Sócrates (469 – 399 a.C) foi um pensador do período clássico da filosofia grega antiga
e é considerado o pai da filosofia. Podemos afirmar que Sócrates é um marco importante na filosofia pela
postura que o pensador admitia na busca do conhecimento. Partindo da frase “Conhece-te a ti mesmo” uma
das máximas délficas inscritas no templo de Apolo, Sócrates revolucionou o pensamento, que até então era
voltado ao mundo ao redor do homem, para seu interior, inaugurando a filosofia antropológica. Essa máxima
guiou o filósofo na sua relação com o conhecimento, que nunca se afirmava como sábio, mas amante do
saber.
Sócrates se considerava um ignorante. Afirmava que acreditar saber aquilo que não sabe era a ignorância
mais reprovável. Por ser um amante da sabedoria, tinha uma postura humilde frente ao conhecimento e
acreditava que reconhecer sua própria ignorância era o primeiro passo na busca da verdade. O oráculo de
Delfos chegou a afirmar que Sócrates era o homem mais sábio que existia. Mas esse, ao saber disso, e, em
autoexame, afirmou: “Se sei de uma coisa, é de que nada sei”. A partir dessa afirmação podemos perceber o
quanto Sócrates valorizava o autoconhecimento. Para ele, uma vida não refletida não vale a pena ser vivida.
Por isso, o pensador criou um método de (auto)investigação que baseou sua ação em Atenas e acabou por
despertar a ira da elite local.
O método socrático
Sócrates acreditava na superioridade da língua oral sobre a língua escrita. Considerava que o conhecimento
deveria ser construído sempre através do diálogo e, por isso, não deixou nenhum texto
escrito. Diferentemente dos sofistas, Sócrates era um pensador dogmático, ou seja, acreditava que era
possível encontrar o conhecimento verdadeiro através da diferenciação entre a mera opinião (doxa) e a
verdade (episteme).
A genialidade do seu pensamento pode ser compreendida, em linhas gerais, se atentarmos para o método
socrático, que é composto de dois momentos principais: A ironia e a maiêutica. A ironia pode ser entendida
como o momento destrutivo do diálogo, onde Sócrates procurava mostrar ao seu interlocutor que aquilo que
ele considerava ser uma verdade tratava-se apenas de uma opinião. É o momento chave da assunção da
ignorância. Já no segundo momento do diálogo – a maiêutica – Sócrates fazia o que chamava de parto das
ideias (inspirado pelo ofício de sua mãe), levando seu interlocutor a buscar a verdade por si mesmo através
do diálogo.
No período clássico (séc. V e IV a.C), o centro cultural deslocou-se das colônias gregas para a cidade de
Atenas. Nesse período, Atenas vivia uma intensa produção artística, filosófica, literária, além do
desenvolvimento da política. No campo da filosofia, embora ainda se discutisse temas cosmológicos, o
avanço em direção à política, moral e antropologia já era visível. Nesse contexto, surgem os sofistas,
filósofos que ficaram conhecidos como os mestres da retórica.
1
Filosofia
Os sofistas eram professores itinerantes, ou seja, não ensinavam em um único lugar. Uma das suas
características era cobrar pelos seus ensinamentos, recebendo assim duras críticas dos seguidores de
Sócrates, que os acusavam de mercenários do saber. Outra crítica que comumente era feita aos sofistas
dizia respeito à crença de que eles não se importavam com a verdade, mas apenas com a persuasão,
reduzindo seus argumentos a meras opiniões. É importante salientar, no entanto, que os sofistas, em sua
maioria, pertenciam à classe média e, por isso, necessitavam cobrar pelas suas aulas.
Durante séculos perdurou uma visão pejorativa dos sofistas, mas a partir do século XIX uma nova
historiografia surgiu reabilitando-os e realçando suas principais contribuições. Dentre elas sua contribuição
para a sistematização do ensino, elaborada a partir de um currículo de estudos dividido entre gramática (da
qual são os iniciadores), retórica e dialética. Além disso, eles contribuíram decisivamente para o
estabelecimento do sistema político democrático na Grécia.
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Filosofia
Exercícios
1. Em um importante trecho da sua obra Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes
termos: Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da natureza em sua totalidade, mas buscava
o universal no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a fixar a atenção nas definições.
ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002. A6, 987b 1-3.
a) O método utilizado por Sócrates consistia em um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu
interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio reconhecimento da própria ignorância −, e
levá-lo a formular conceitos de validade universal (definições).
b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza. Para ele, a investigação filosófica é a busca
pela “Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por isso, o método socrático era idêntico aos
utilizados pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
c) O método socrático era empregado simplesmente para ridicularizar os homens, colocando-os
diante da própria ignorância. Para Sócrates, conceitos universais são inatingíveis para o homem;
por isso, para ele, as definições são sempre relativas e subjetivas, algo que ele confirmou com a
máxima “o Homem é a medida de todas as coisas”.
d) Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por meio da investigação filosófica. Para ele,
isso implica não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o filósofo, o
fundamento da vida moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o que é o bem para o
indivíduo num dado momento de sua existência.
e) Sócrates concluiu que o universal é apenas uma abstração humana, não existindo na realidade.
Por isso, ficou conhecido como o primeiro relativista, afirmando que a busca do conhecimento se
funda em definir o que é assumido como verdade em dado momento histórico.
2. Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo
real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no
errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas
regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
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Filosofia
3. A filosofia de Sócrates se estrutura em torno da sua crítica aos sofistas, que, segundo ele, não amavam
a sabedoria nem respeitavam a verdade. O ataque de Sócrates à sofística NÃO tem como pressuposto
a ideia de que:
a) o conhecimento verdadeiro só pode ser resultado de um diálogo contínuo do homem com os
outros e consigo mesmo.
b) o confronto de opiniões na política democrática afasta a possibilidade de se alcançar a sabedoria.
c) a ciência (episteme) é acessível a todos os homens, contanto que estejam dispostos a renunciar
ao mundo das sensações.
d) a verdade das coisas é obtida na vida cotidiana dos homens e, portanto, pode ser múltipla e
inacabada.
e) o autoconhecimento é a condição primária de todos os outros conhecimentos verdadeiros.
4. Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das
concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre.
Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor que
sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior
dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais
condenável não é essa de supor saber o que não se sabe?
(Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61.)
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Filosofia
5. Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça;
leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como
Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque
receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. É sobretudo a esses jovens, muitos
quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
6. Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os transeuntes e fazer perguntas aos
que se achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o
interlocutor em situação delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua
atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude,
desobedecer às leis da cidade e desrespeitar certos valores religiosos.
Considerando essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma pela qual seu
pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia:
a) transmitia conhecimentos de natureza científica.
b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população ateniense.
d) ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar
a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos.
b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores.
c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos.
d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus.
e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano.
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Filosofia
8. O Oráculo de Delfos teria declarado que Sócrates (470-399 a.C.) era o mais sábio dos homens. Essa
profecia marcou decisivamente a concepção socrática de Filosofia, pois sua verdade não era óbvia:
“Logo ele, sem qualquer especialização, ele que estava ciente de sua ignorância? Logo ele, numa
cidade [Atenas] repleta de artistas, oradores, políticos, artesãos? Sócrates parece ter meditado
bastante tempo, buscando o significado das palavras da pitonisa. Afinal concluiu que sua sabedoria
só poderia ser aquela de saber que nada sabia, essa consciência da ignorância sobre as coisas que
era sinal e começo da autoconsciência.”
(J. A. M. Pessanha)
Sobre a filosofia de Sócrates, é incorreto afirmar que:
a) a sabedoria de Sócrates está em saber que nada sabe, enquanto os homens em geral estão
impregnados de preconceitos e noções incorretas, e não se dão conta disso.
b) a filosofia de Sócrates consiste em buscar a verdade, aceitando as opiniões contraditórias dos
homens; quanto mais importante era a posição social de um homem, mais verdadeira era sua
opinião.
c) o reconhecimento da própria ignorância é o primeiro passo para a sabedoria, pois, assim,
podemos nos livrar dos preconceitos e abrir caminho para a verdade.
d) após muito questionar os valores e as certezas vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar
os deuses oficiais (impiedade) e corromper a juventude; foi julgado e condenado à morte por
ingestão de cicuta.
e) o caminho socrático para a sabedoria deve ser trilhado pelo próprio indivíduo, que deve por ele
mesmo reconhecer seus preconceitos e opiniões, rejeitá-los e, através da razão, atingir a verdade
imutável.
9. ‘Via de regra, os sofistas eram homens que tinham feito longas viagens e, por isso mesmo, tinham
conhecido diferentes sistemas de governo. Usos, costumes e leis das cidades-estados podiam variar
enormemente. Sob esse pano de fundo, os sofistas iniciaram em Atenas uma discussão sobre o que
seria natural e o que seria criado pela sociedade.’’
(GAARDER, J. O Mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995).
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Filosofia
10. “Os sofistas eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos
de filosofia. Levando em consideração os interesses dos alunos, davam aulas de eloquência e
sagacidade mental. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e
privados.”
“O momento histórico vivido pela civilização grega favoreceu o desenvolvimento desse tipo de
atividade praticada pelos sofistas. Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas
assembleias democráticas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam a necessidade de
aprender a arte de argumentar em público para conseguir persuadir em assembleias e, muitas vezes
fazer prevalecer seus interesses individuais e de classe.”
“As lições sofísticas tinham como objetivo, portanto, o desenvolvimento do poder da argumentação,
da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Eles transmitiam, enfim, todo um
jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas,
driblando as teses dos adversários”.
(Gilberto Cotrim – Fundamentos de Filosofia)
Sócrates rebelou-se contra os sofistas e desenvolveu uma teoria contrária à deles, fazendo-lhes
pesadas críticas e acusações. Sobre os sofistas, seria incorreto afirmar o seguinte:
a) Ensinavam a técnicas de persuasão aos jovens, que aprendiam a defender uma posição e depois
a posição contrária, a fim de que tivessem bons argumentos a favor ou contra qualquer opinião
na assembleia.
b) Ensinavam a arte da persuasão, cuja única finalidade era fazer os jovens mentirem.
c) Foram incumbidos de organizar o projeto de educação da democracia ateniense.
d) Apresentavam-se como mestres da oratória, capazes de ensinar a arte da persuasão a quem
quisesse aprendê-la.
e) Foram mestres na arte de bem falar.
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Filosofia
Gabarito
1. A
A afirmativa B está errada. Uma das divisões dos períodos da filosofia antiga em pré-socrático e
socrático se dá justamente devido a uma ruptura de entendimento e não por questões temporais.
Sócrates abandona o pensamento sofista. Desta forma, não há como dizer que o método socrático era
idêntico ao dos filósofos que o antecederam. A afirmativa C está errada, o objetivo de Sócrates não era
ridicularizar os homens, mas sim fornecer-lhes meios de conhecer realmente, sendo o conhecimento
uma virtude primeira. Por sua vez, a frase "o Homem é a medida de todas as coisas" é de Protágoras. A
afirmativa D está errada, Sócrates buscava o conhecimento real e não em sua aparência. E o egoísmo,
como conceito, só é criado no século XVIII (ainda que já se conhecessem suas características), não
podendo ser atribuído ao filósofo da antiguidade.
2. D
Para o pensamento platônico, as noções de justiça e ética estão voltadas para o ensinamento
transmitido através da vida em comunidade, já que cada indivíduo é responsável por suas ações para si
e para os demais e Trasímaco também compreende que essas noções estão ligadas ao processo social.
No entanto, Platão tem uma posição dogmática em relação a esses conceitos, acreditando que justiça e
bem são coisas reais e que cabe ao filósofo as comtemplar no mundo inteligível. Trasímaco, ao contrário,
entende que preceitos de comportamento em comunidade são imposições e, por isso, relativas.
3. D
Sócrates acreditava que os sofistas não eram verdadeiros filósofos, pois os filósofos são os amantes da
sabedoria. Sua crença se dá pelo fato de os sofistas cobrarem para ensinar, o que denotava que esses
pensadores não estavam interessados na sabedoria em si. Também os criticava por serem relativistas,
suas afirmações eram frágeis e voláteis, importando mais a retórica que o que é dito em si. Sócrates era
dogmático, ou seja, acreditava na existência de uma verdade permanente e imutável. Sendo assim, sua
crítica não poderia se basear num conceito de verdade que comtemple provisoriedade e multiplicidade.
4. C
O lema da filosofia socrática é: conheça-te a ti mesmo; e como o próprio Sócrates diz na sua Apologia:
“a vida sem inspeção não vale a pena ser vivida pelo homem”. Seguindo esse lema e essas palavras,
podemos dizer que o pensamento de Sócrates se desenvolve como uma investigação metódica cuja
única finalidade é esclarecer através deste exame minucioso a ignorância daquele que diz saber sem,
todavia, saber realmente. O segredo dessa investigação metódica (a dialética) de Sócrates está no
conceito de ironia que garante para cada interlocutor um discurso particular a respeito das suas
suposições sobre seu próprio conhecimento. Por esse discurso, o filósofo esclarece seu interlocutor
sobre sua ignorância e o faz assumir, ou pelo menos considerar a possibilidade de uma postura distinta
da inicial, mais elevada, mais sábia e, portanto, capaz de se reconhecer a si mesmo.
5. B
A dialética socrática era dividida em ironia e maiêutica, na qual há um debate entre posicionamentos
distintos que são defendidos e contraditos posteriormente. O objetivo era gerar o “parto” das ideias,
chegar a novos conhecimentos.
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Filosofia
6. D
A filosofia de Sócrates é baseada na dialética, onde, através do método socrático, interpelava as pessoas
e iniciava um diálogo com a intenção de atacar a mera opinião e fazer nascer novas ideias
comprometidas com a verdade. Sócrates afirmava que as pessoas devem gerar o conhecimento por si,
sendo apenas o “parteiro” dessas ideias. Por seu conhecimento em livros textos seria contrariar sua
perspectiva e seu método. Por isso, principalmente através de Platão, os registros sobre a filosofia
socrática aparecem em formato de diálogos.
7. A
Platão, influenciado fortemente por Sócrates, apresenta em seus diálogos a metodologia de seu mestre
para empreender a busca da verdade. O método socrático constrói-se a partir de perguntas e respostas
(dialética) que levam o interlocutor, que não possua conhecimento e coerência sobre o que está falando,
a contradizer-se e acabar por revelar sua ignorância. A partir deste momento inicia-se outra construção
que conduz o interlocutor a descobrir a verdade de forma gradativa e coerente. Este método que busca
a construção da verdade por meio da contraposição de argumentos é conhecido como maiêutica.
8. A
A verdade em nada se relaciona com a importância de determinados homens. Para os homens se
tornarem sábios, devem trilhar o caminho da filosofia, perceber a contradição de suas ideias e passar a
buscar a verdade.
9. C
Os sofistas foram muito malvistos devido aos escritos de Platão. Entretanto, ainda que lucrassem com
sua atividade de ensino, esses filósofos desenvolveram importantes teorias. Hoje sua importância é
reconhecida principalmente em relação ao relativismo cultural e às contribuições ao espírito
democrático.
10. B
Apesar das críticas tecidas aos sofistas, seu objetivo estava longe da propagação da mentira. Como
podemos apreender do enunciado, os sofistas buscavam desenvolver nos seus alunos a capacidade
retórica e a eloquência, essenciais para a vida no ambiente político ateniense, democrático e aberto ao
discurso. Além disso, não se trata de mentira ou verdade, mas de uma percepção diferente do
conhecimento. Os sofistas não percebiam o conhecimento tal qual Sócrates e seus discípulos, que eram
dogmáticos. Os sofistas eram relativistas e acreditavam na multiplicidade e provisoriedade da verdade.
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Filosofia
Resumo
Discípulo mais importante de Sócrates, responsável por quase tudo que sabemos sobre seu mestre, Platão é
tido por muitos como o maior filósofo de todos os tempos. De fato, produziu ele uma obra imensa, da qual
nos restaram cerca de 28 livros, abrangendo e todos os temas possíveis para a investigação filosófica. Não
obstante toda essa variedade, porém, a obra platônica possui uma unidade, um eixo central: a chamada
Teoria das Ideias.
Elaborada basicamente como um esforço de síntese entre o mobilismo de Heráclito e o imobilismo de
Parmênides, a Teoria das Ideias de Platão era dualista: segundo ela, a realidade se encontra dividida em dois
níveis: o mundo sensível e o mundo inteligível. No que diz respeito ao mundo sensível, Heráclito estaria
correto, ao assinalar o devir e o conflito; no que diz respeito ao mundo inteligível, Parmênides seria o correto,
ao ressaltar a permanência e a identidade.
De acordo com Platão, o mundo sensível, realidade mais imediata e aparente, é o conjunto de tudo aquilo que
percebemos com os cinco sentidos, através de nosso corpo; por sua vez, o mundo inteligível, realidade mais
profunda, invisível aos sentidos, só é captável pela razão, pela inteligência, através da alma. Para esta divisão
platônica, no mundo sensível se encontram as coisas, realidades concretas, palpáveis, determinadas; já no
mundo inteligível se encontram as Ideias, essências abstratas das coisas. Enquanto as Ideias são eternas e
imutáveis, as coisas são mutáveis e passageiras; enquanto as Ideias são unas e espirituais, as coisas são
múltiplas e corpóreas; enquanto as Ideias inteligíveis são modelos perfeitos e acabados, as coisas sensíveis
são cópias imperfeitas e corruptíveis. Em suma, neste mundo sensível em que vivemos se encontra apenas
o reflexo imperfeito do mundo inteligível (ou mundo das Ideias) que só pode ser acessado pela alma. Lembre-
se sempre, é claro, que entre as próprias Ideias há uma hierarquia ontológica, e a Ideia suprema é a ideia do
Bem.
Esta diferença ontológica é que serve de base para a teoria do conhecimento de Platão. De fato, uma vez que
o mundo inteligível é superior ao sensível, sendo perfeito e servindo de base para ele, apenas a razão, apenas
a alma, que é capaz de alcançar o mundo das Ideias, pode efetivamente obter conhecimento genuíno, alcançar
a verdade absoluta. Por sua vez, preso que é ao mundo sensível, o corpo, dotado dos cincos sentidos, só pode
obter opinião, alcançar verdade relativa. Não à toa, para Platão, o método que dá ao homem condições de
alcançar as Ideias é a dialética, isto é, a discussão racional - influência de Sócrates. Aliás, a diferença
fundamental entre o filósofo e o homem comum, de acordo com Platão, é justamente que, enquanto o
primeiro se guia por sua alma e, portanto, pelo que é eterno, o segundo se guia por seu corpo, sendo escravo
de impulsos passageiros.
Preocupado em expor sua teoria não apenas através de argumentos lógico-racionais, mas também por meio
de imagens apropriadas, Platão elaborou uma história, uma fábula que representasse a Teoria das Ideias: a
chamada alegoria ou mito da caverna.
No mito da caverna, Platão nos pede para imaginarmos uma série de homens presos em uma caverna desde
a sua infância. Tais homens, porém, encontram-se presos de um modo especial: estão algemados de uma
maneira com que jamais conseguem olhar para entrada da caverna, mas apenas para o seu fundo. Do lado
de fora da caverna, por sua vez, há uma mureta e, atrás dela, alguns transitando com objetos nas mãos. Mais
além da mureta, há uma fogueira. Ora, a fogueira, projetando luz sobre os homens da mureta, gera sombras
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Filosofia
no fundo da caverna. Os prisioneiros, algemados desde a infância, capazes apenas de ver o fundo da caverna,
naturalmente consideram as sombras, única realidade que conseguem ver, a única realidade verdadeira.
Diz Platão: imaginemos, porém, que um dos prisioneiros se liberte, perceba que aquela realidade de sombras
é apenas o reflexo imperfeito de uma realidade superior, se livre das algemas e saia da caverna. Obviamente,
tal prisioneiro terá dificuldade, a princípio, de adaptar-se ao ambiente externo: a luz do Sol tenderá a cegá-lo,
uma vez que ele estava acostumado à escuridão. Com o tempo, porém, ele se adaptará, diz Platão, verá com
nitidez os homens da mureta e poderá enfim ver o próprio Sol de frente. Depois, alegre e satisfeito, sentindo-
se na obrigação de esclarecer seus amigos, voltará à caverna para revelar o engano dos demais prisioneiros.
Estes, porém, inteiramente acostumados às sombras, não o compreenderão, o verão como louco e o matarão.
Como se deve imaginar, como um dos elementos deste mito é um símbolo. Os prisioneiros da caverna somos
nós, seres humanos. As sombras representam o mundo sensível. A mureta e os homens da mureta, original
do qual derivam as sombras, são o mundo inteligível ou mundo das Ideias. As algemas que aprisionam os
homens e só os permitem ver as sombras são os sentidos. O homem que se liberta da caverna e volta para
esclarecer os demais é o filósofo (sua morte pelos demais prisioneiros é uma referência à Sócrates). O
exercício e a dificuldade do homem em adaptar-se à luz do ambiente externo é a dialética. O Sol é a Ideia
suprema, a Ideia do Bem.
Como se vê, tanto no mito da caverna quanto na Teoria das Ideias propriamente dita, Platão sempre apresenta
o filósofo como uma figura superior e mais sábia do que o homem comum. Isto tinha implicações políticas.
Com efeito, para o pensador grego, uma sociedade justa não seria uma sociedade democrática, onde todos
têm igualmente acesso ao poder político, mesmo que não tenham capacidade de fazer bom uso dele. Não.
Uma sociedade justa seria aquela em que apenas aqueles que têm competência para exercer o poder político,
isto é, os sábios, teriam acesso a ele. Por isso, Platão defendia uma sociedade hierárquica, dividida em três
classes: os trabalhadores, responsáveis pela subsistência da sociedade; os guerreiros, responsáveis pela
proteção da sociedade; e os filósofos, responsáveis pelo governo da sociedade.
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Filosofia
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Filosofia
Exercícios
1. Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar
conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se
de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos
ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada
mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo.
(PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Os Pensadores) p. 48).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é CORRETO afirmar que
a) a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um indivíduo belo, no qual percebemos
o belo em si.
b) a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que visam a uma dimensão transcendente
da beleza em si.
c) a compreensão do que é belo se dá subitamente, quando partimos dele para compreender os belos
ofícios e ciências.
d) a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite distinguir quais deles são belos ou
feios em si.
e) a participação do mundo sensível no mundo inteligível possibilita a apreensão da beleza em si.
2. Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de Platão, há
prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que eles não
podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca
da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força, num
processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento).
Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si
mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o que, antes, ele via somente mediante sombras.
Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das
Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante
intuição direta. Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das
Formas mediante a dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o
conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO dizer:
a) para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.
b) o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor,
por todos os seres humanos.
c) as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.
d) a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo
difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).
e) a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao
conhecimento do Bem
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Filosofia
O autor na citação acima sinaliza a significância do período sistemático da filosofia antiga. No que
tange à filosofia de Platão, assinale a alternativa CORRETA.
a) Enfatiza as ideias no mundo sensível, buscando a verdade na natureza.
b) Retrata a doutrina das ideias e salienta a existência do mundo ideal para fazer possível a
verdadeira ciência.
c) Prioriza a verdade do mundo concreto com a confiança no conhecimento dos sentidos.
d) Sinaliza o valor dos sentidos como condição para o alcance da verdade.
e) Atenta para o significado da razão no plano da existência da realidade sensível.
4. Pensemos num cavalo diante de nós. Então perguntemos: o que é isso? Platão diria: “Esse animal não
possui nenhuma existência verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser.
Verdadeiramente é apenas a Ideia, que se estampa naquele cavalo, que não depende de nada, nunca
veio-a-ser, sempre da mesma maneira. Enquanto reconhecemos nesse cavalo sua Ideia, é por completo
indiferente se temos aqui diante de nós esse cavalo ou seu ancestral. Unicamente a Ideia do cavalo
possui ser verdadeiro e é objeto do conhecimento real”. Agora, deixemos Kant falar: “Esse cavalo é um
fenômeno no tempo, no espaço e na causalidade, que são as condições a priori completas da
experiência possível, presentes em nossa faculdade de conhecimento, não determinações da coisa-
em-si. Para saber o que ele pode ser em si, seria preciso outro modo de conhecimento além daquele
que unicamente nos é possível pelos sentidos e pelo entendimento.”
(Arthur Schopenhauer. “Sobre as ideias”. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)
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Filosofia
5.
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o
conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a
a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
b) realidade inteligível por meio do método dialético.
c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.
6. Segundo Platão, na sequência de Sócrates, a sociedade nasce do homem, isto é, de sua condição
natural. O Bem e a Justiça se realizam no exercício da cidadania.
PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis, 2006. p. 31.
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Filosofia
Toda a obra de Platão tem um profundo sentido ético. Três poderiam ser os eixos centrais, que
comandam a ética platônica: primeiro, a justiça na ordem individual e social; segundo, a transcendência
do Bem; terceiro, as virtudes humanas e a ordem política presididas pela justiça.
PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 25-26. Adaptado.
O autor mencionado demarca alguns pontos singulares dos temas centrais da ética de Platão. Sobre
esse assunto, é correto afirmar que
a) as virtudes humanas estão em conexão com a transcendência do bem e desvinculadas da ordem
política, presidida pela justiça.
b) o sentido ético-político na filosofia de Platão prioriza a ordem individual em detrimento do
plano social.
c) Platão defende um ideal ético, centrado na sabedoria, declinando da ordem política presidida pela
justiça.
d) a justiça e o bem se realizam na ordem individual, e a virtude, na ordem política.
e) na ética de Platão, a virtude é prática da justiça.
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Filosofia
8. No pórtico da Academia de Platão, havia a seguinte frase: “não entre quem não souber geometria”. Essa
frase reflete sua concepção de conhecimento: quanto menos dependemos da realidade empírica, mais
puro e verdadeiro é o conhecimento tal como vemos descrito em sua Alegoria da Caverna.
“A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a toda a realização imperfeita do círculo na areia ou na tábula
recoberta de cera. Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito.
Isso não impede que essa ideia também esteja presente no círculo imperfeito que eu tracei. É assim
que aparece a ideia ou a forma.”
JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1995.
Com base nas informações, assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento de Platão.
Com base na leitura do trecho e em seus conhecimentos sobre a obra de Platão (428 a.C. – 348 a.C.),
assinale a alternativa INCORRETA.
a) Platão distingue o mundo sensível ou das aparências, onde tudo o que se capta por meio dos
sentidos pode ser motivo de engano, e o mundo inteligível, onde se encontram as ideias a partir
das quais surgem os elementos do mundo sensível.
b) Platão tinha como principal objetivo o conhecimento das ideias: realidades existentes por si
mesmas, essências a partir das quais podem ser geradas suas cópias imperfeitas.
c) O pensamento de Platão deu origem aos fundamentos da ciência moderna graças ao seu método
de observação e experimentação para o conhecimento dos fenômenos naturais.
d) A obra de Platão está fundamentada em um método de investigação conhecido como dialética
cujo objetivo é superar a simples opinião (doxa) e atingir o conhecimento verdadeiro ou ciência
(episteme).
e) Conhecer é relembrar as ideias que a alma contemplou no mundo inteligível, já que a alma é eterna
e tem acesso a todo o conhecimento, mas se esquece do que viu ao encarnar
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Filosofia
10. “SÓCRATES: Portanto, como poderia ser alguma coisa o que nunca permanece da mesma maneira?
Com efeito, se fica momentaneamente da mesma maneira, é evidente que, ao menos nesse tempo, não
vai embora; e se permanece sempre da mesma maneira e é ‘em si mesma’, como poderia mudar e
mover-se, não se afastando nunca da própria Ideia?
SÓCRATES: Mas também de outro modo não poderia ser conhecida por ninguém. De fato, no próprio
momento em que quem quer conhecê-la chega perto dela, ela se torna outra e de outra espécie; e assim
não se poderia mais conhecer que coisa seja ela nem como seja. E certamente nenhum conhecimento
conhece o objeto que conhece se este não permanece de nenhum modo estável.
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Filosofia
Gabarito
1. B
a) Incorreta. Observar alguém belo é apenas ter contato com certo grau de beleza, e não a conhecer em
si mesma, pois, para se atingir esse em si, segundo Platão, é preciso abstrair das várias belezas do
mundo da sensibilidade e acessar a beleza ideal, que é transcendente.
b) Correta. Para Platão, só conhecemos algo verdadeiramente quando conhecemos o “em si”, ou seja, a
essência de algo, que para ele explica a existência de diversos graus de beleza no mundo sensível.
c) Incorreta. Compreendemos o belo em si, para Platão, partindo da compreensão dos vários belos
ofícios, ciências e seres que percebemos no dia a dia e que são belos em certa medida. Não temos
uma apreensão do em si antes do contato com as várias formas como ele aparece para nós no mundo
sensível. Mas só acessamos o em si transcendendo o sensível via dialética, o que não ocorre
subitamente.
d) Incorreta. Observando a realidade que nos cerca, mesmo distinguindo coisas belas de feias, não as
distinguimos de modo verdadeiro, já que apenas distinguimos certos graus de beleza e feiura. Só
sabemos o que é belo e feio em si, para Platão, transcendendo os graus em que estes aparecem no
sensível, ou seja, acessando o inteligível via dialética.
e) Incorreta. A beleza em si, para Platão, tem existência transcendente no mundo inteligível, das
ideias/formas, que, por sua vez, é o fundamento ou causa da realidade dos fenômenos sensíveis. O
mundo da sensibilidade, ou mundo dos fenômenos, possui certos graus dessa beleza, por
participação do em si, de modo graduado, na realidade sensível.
2. D
De acordo com o pensamento de Platão, a dialética é o instrumento que possibilita ao indivíduo o alcance
da verdade. A dialética platônica serve para mostrar as contradições e falhas fundamentais das ideias do
senso comum. Assim, o método dialético admite as contradições para poder superá-las, através do
questionamento das ideias pré-concebidas, para, a partir de então, poder buscar o conhecimento
verdadeiro.
3. A
Para responder à questão, o aluno deve conhecer o pensamento filosófico platônico, segundo o qual o
verdadeiro conhecimento humano se daria a partir da passagem do “mundo das aparências” para o
“mundo das essências” ou “mundo das ideias”. Para Platão, as formas e conceitos só existiriam em suas
formas puras e imutáveis no plano das ideias, o que possibilitaria um conhecimento autêntico de todas
as coisas. As impressões advindas dos sentidos, por sua vez, levariam a ideias ilusórias, de modo que no
mundo sensível estariam presentes cópias imperfeitas e mutáveis dos conceitos, tal como indicado pela
alternativa [A].
4. E
Para Platão, algo do mundo sensível só pode ser denominado por participar deste mesmo algo no mundo
inteligível. Ou seja, o cavalo manifestado materialmente, que podemos tocar, cheirar e ver, é uma mera
sombra, uma cópia imperfeita da ideia de cavalo que existe no mundo das ideias. Para ele, são essas
ideias que devem ser alvo de nosso raciocínio e inteligência. Conhecer realmente é conhecer as ideias
que estão no mundo inteligível.
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Filosofia
5. B
Para Platão existem dois mundos – o inteligível e o sensível. No mundo inteligível ou das ideias, as coisas
são perfeitas, verdadeiras, eternas. Já no sensível – o mundo material, onde o homem habita- convivemos
com as cópias. Desta forma, para Platão o conhecimento verdadeiro se encontra no mundo inteligível –
em cima. Por isso, Platão aponta para o alto.
6. A
A questão trata das relações entre bem e justiça e seu papel na constituição da cidadania. O bem é um
conceito filosófico amplo que aparece no campo da ética, assim como na filosofia platônica, na qual é
visto metafisicamente como aquilo que confere verdade aos objetos cognoscíveis e ao homem o poder
de conhecê-los, tornando-se uma dádiva e um meio para o progresso humano. A justiça, por sua vez, em
termos filosóficos, pode ser vista como conformidade da conduta a uma norma ou como eficiência de
uma norma ou sistema de normas. Mas devemos lembrar que, assim como o bem, trata-se de um
conceito amplo. Normalmente, confunde-se justiça e bem, pois nem sempre o que leva ao bem pode ser
considerado justo e vice-versa. É nesse sentido que a alternativa A está correta, porque é a compreensão
desses dois conceitos que permitirão uma melhor consciência da cidadania, um espaço que visa ao bem
coletivo, mas que busca isso por meio de normas comuns a todos, um universo regrado pela justiça.
7. E
a) Incorreta. Na política também deve haver presença das virtudes humanas, da busca do bem e não
apenas o crivo da dita justiça, que por ser impessoal pode levar ao prejuízo dos seres.
b) Incorreta. Platão priorizava o bem coletivo e não a vantagem individual.
c) Incorreta. Não existe essa separação entre sabedoria e justiça, sendo a primeira, elemento necessário
ao exercício da segunda.
d) Incorreta. Essa separação não é aceitável, tanto a ordem individual quanto a política devem possuir
justiça, busca do bem e da virtude.
8. D
A afirmativa A está incorreta, porque, para Platão, o verdadeiro conhecimento é o do "mundo inteligível",
das ideias. O conhecimento do mundo sensível é, portanto, falho, como fica demonstrado na Alegoria da
Caverna. A afirmativa B está incorreta, pois podemos entender percepção como sinônimo de
sensibilidade ou empirismo, o que para Platão não leva ao conhecimento verdadeiro. A afirmativa C está
incorreta, porque, ao traçar um círculo imperfeito, demonstramos que é impossível reproduzir no mundo
sensível a perfeição existente no mundo das ideias. Por fim, a alternativa D está correta, pois trata-se da
ideia platônica dos "conceitos" ou "universais".
9. C
- A afirmativa C está incorreta porque se refere a Aristóteles. Foi ele o filósofo que se preocupou com
métodos para observação e experimentação dos fenômenos naturais, sendo um precursor do
desenvolvimento da ciência moderna. Como a filosofia de Platão era mais voltada ao conhecimento
idealístico do mundo, ele não teve a preocupação de pensar as coisas em sua realidade concreta, sensível.
10. A
A - Correta. Para Platão as ideias são perfeitas e imutáveis, e somente elas trazem o verdadeiro
conhecimento a respeito das coisas, por isso, a teoria da dialética é a única maneira de sair da opinião,
indo de ideia em ideia até intuir a ideia Suprema. B, C, D e E - Incorretas. Para Platão o mundo das coisas
sensíveis é o mundo das aparências, das sombras, limitados à opinião, e por isso, não oferecem
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Filosofia
conhecimento verdadeiro sobre as coisas. A única realidade imutável e que oferece, aos que a elas
chegam, um conhecimento sobre as coisas, é a realidade das ideias, que podem ser
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Física
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Física
Resumo
Primeiramente cabe distinguir três conceitos: Grandeza física, Unidade de medida e Conversão.
Grandeza física: tudo aquilo que pode ser medido, acompanhada de uma unidade de medida.
Ex.: Um pedaço de madeira de massa 2 g.
Note que o pronome indeterminado “uma” não foi a toa. De fato, o grama (g) é “uma” e não “a” medida de
unidade da grandeza física chamada massa. Podemos ter mais de uma unidade de medida para a mesma
grandeza física e, por isso, por ventura convertemos uma unidade de medida em outra. Por exemplo, podemos
converter grama (g) para quilograma (kg) e vice-versa. Este processo se justifica histórica, social e
culturalmente.
No entanto, em 1960 desenvolveu-se o Sistema Internacional de Unidades (S.I.). Sempre que você ouvir seus
professores de Física aqui do Descomplica falando “ [...] na unidade do S.I. [...]” já sabe que é para converter
determinada unidade usual para a unidade padrão!
Sistema Internacional de Unidades é a forma moderna do sistema métrico e é geralmente um sistema
de unidade de medida concebido em torno de sete unidades básicas e da conveniência do número dez. É o
sistema de medição mais usado do mundo, tanto no comércio todos os dias e, sobretudo, na ciência. O SI é
um conjunto sistematizado e padronizado de definições para unidade de medida, utilizado em quase todo o
mundo moderno, que visa a uniformizar e facilitar as medições e as relações internacionais daí decorrentes.
1. Unidades do S.I.
1.1. Básicas
Definiram-se sete grandezas físicas postas como básicas ou fundamentais. Por conseguinte, passaram a
existir sete unidades básicas correspondentes — as unidades básicas do SI — descritas na tabela, na coluna
à esquerda. A partir delas, podem-se derivar todas as outras unidades existentes. As unidades básicas do SI
são dimensionalmente independentes entre si.
1
Física
Para mais informações sobre a correta escrita de unidades S.I. basta clicar aqui.
Se você tiver curiosidade sobre o assunto, pode acessar os seguintes links para um estudo mais aprofundado,
basta clicar nos nomes: inmetro, bbc, inovação tecnológica, scielo.
Repito: Somente se você tiver tempo e curiosidade, pois nada do que se encontra nos links acima será cobrado
numa questão de vestibular para você!
2
Física
3. Potências de base 10
Dentro dos vários campos da Física os estudos se deparam com corpos ou quantidades que são muito
grandes ou muito pequenas, quando comparadas as quantidades usuais.
Exemplo 1: velocidade média de um carro dentro de uma cidade: 6,0 m/s
velocidade aproximada da luz no vácuo: 300000000 m/s
tamanho médio de uma pessoa adulta: 1,70 m
tamanho médio de uma célula: 0,000030 m
Esse tipo de representação, em muitos casos, dificulta a operação matemática ou mesmo o entendimento
real da quantidade medida. Uma forma de representar essas quantidades é pela utilização de fatores
multiplicativos que permitem a escrita num formato mais “amigável”, e que facilitam a realização de
operações matemáticas, denominada notação científica.
Para podermos escrever os números em formato de notação científica, precisamos compreender o que são
as chamadas potências de base 10, pois são elas que fornecerão o formato mais simplificado para os
algarismos que reescreveremos.
A potência é um produto de números (fatores) iguais, resultante de uma operação matemática que
denominada potenciação, onde:
sendo a o número que se repete e n indica o número de vezes que multiplicamos a por ele mesmo.
Exemplo 2: 10º = 1 10¹ = 10 10² = 10x10 = 100
10³ = 10x10x10 = 100 104 = 10x10x10x10 = 10000
No caso de a potência estar colocada no divisor de uma operação matemática, é possível também representar
o resultado dessa operação utilizando a base 10. Para isso precisamos lembrar apenas que existe uma regra
básica quando realizamos o produto ou a divisão entre bases iguais, onde no produto devemos repetir a base
e somar os expoentes e no caso da divisão devemos repetir a base e subtrair os expoentes.
1
Se considerarmos essas relações, vamos considerar que exista uma certa base como divisor de 1( 𝑛 ), nessa
𝑎
condição teremos que a representação será da forma 𝑎 −𝑛 visto que:
3
Física
Exemplo 3:
1 1 1 1
= = 10−1 = = 10−2
10 10¹ 100 10²
1 1 1 1
= = 10−3 = = 10−4
10 10³ 10000 104
As bases 10 e seus respectivos expoentes fornecem, além da facilitação nas operações matemáticas,
representar as quantidades pelo uso de prefixos que indicam por qual fator o número é multiplicado e alguns
deles podem são mostrados na tabela 1.
onde 𝑎 ∈ 𝕽, 1 ≤ 𝑎 < 10, ou seja, a é um número real 𝕽 maior ou igual a 1 e menor que 10, com apenas uma
casa decimal, e n é um número inteiro qualquer.
No entanto, é fácil perceber que podemos ter problemas em escrever esses números, pois no caso de certos
algarismos será necessária a realização de alguma aproximação para sua total adequação ao formato
desejado da notação científica. Vejamos alguns exemplos:
a) 150.000.000.000 = 1,5. 1011 (a vírgula deslocou-se 11 casas para a esquerda).
b) 0,000000000000000458 = 4,58. 10−16 (a vírgula deslocou-se 16 casas para a direita).
c) 0,4589 = 4,589. 10−1 (a vírgula deslocou 1 casa para a direita).
4
Física
Ou seja, se a for maior ou igual à √10, então a OG será a base 10n+1. Caso contrário, se a for menor que √10,
então a OG será a base 10n.
5
Física
Exercícios
1. SEU OLHAR
Na eternidade
Eu quisera ter
Tantos anos-luz
Quantos fosse precisar
Pra cruzar o túnel
Do tempo do seu olhar
Gilberto Gil, 1984.
Gilberto Gil usa na letra da música a palavra composta ANOS-LUZ. O sentido prático, em geral, não é
obrigatoriamente o mesmo que na ciência. Na Física, um ano luz é uma medida que relaciona a
velocidade da luz e o tempo de um ano e que, portanto, se refere a
a) tempo.
b) aceleração.
c) distância.
d) velocidade.
e) luminosidade.
2. De acordo com os dados da tabela e os conhecimentos sobre unidades e escalas de tempo, assinale a
alternativa correta.
a) A diferença de tempo entre as provas de 1500 m do nado livre e de 1500 m do atletismo é de dez
minutos, quarenta segundos e novecentos e dez milésimos de segundo.
b) O tempo da prova de 50 m do nado livre é de vinte e um segundos e trinta décimos de segundo.
c) O tempo da prova de 1500 m do nado livre é de quatorze minutos, quarenta e um segundos e
quinhentos e quarenta centésimos de segundo.
d) A diferença de tempo entre as provas de 100 m do atletismo e a de 50 metros do nado livre é de
onze segundos e sessenta e um centésimos de segundo.
e) A volta de classificação da Fórmula-1 é de um minuto, vinte e nove segundos e seiscentos e
dezenove centésimos de segundo.
6
Física
3. A medida de certo comprimento foi apresentada com o valor 2,954 103 m. Levando-se em conta a
teoria dos algarismos significativos, essa medida foi feita com um instrumento cuja menor divisão era
o
a) quilômetro.
b) hectômetro.
c) decâmetro.
d) metro.
e) decímetro.
7
Física
8. O Brasil adota o Sistema Internacional de Unidades – SI, porém, há unidades em uso no Brasil que não
fazem parte do SI.
Nesse contexto, assinale a anternativa incorreta:
a) A unidade de capacidade volumétrica litro, mesmo não sendo incluída no SI, é admitida para uso
geral e tem como símbolo oficial a letra (manuscrita) podendo ser simbolizada pela letra L
(maiúscula).
b) Somente as unidades que levam o nome de cientistas devem ser representadas por letras
maiúsculas, as demais com letras minúsculas.
c) As unidades de pressão centímetro de Hg, milibar e PSI (lib/pol2) são muito usadas e não fazem
parte do SI.
d) A unidade quilograma (kg) excepcionalmente pode ser utilizada como unidade de massa e de peso.
9. Um tenista, numa brilhante jogada durante um treino, atirou a bola de tênis para o outro lado da quadra.
Instantes depois, foi anunciado que a bola atingiu uma velocidade escalar média de 151,2 km/h.
Expresse essa velocidade no sistema internacional de unidades.
a) 42 m/s.
b) 36 m/s
c) 42 km/s
d) 57 m/s
e) 57 km/s
Assinale alternatica que demonstra esses comprimentos em ordem crescente e a razão d 3/d1,
respectivamente:
a) 𝑑3 < 𝑑2 < 𝑑1 ; 20
b) 𝑑2 < 𝑑1 < 𝑑3 ; 20
c) 𝑑2 < 𝑑1 < 𝑑3 ; 10
d) 𝑑3 < 𝑑2 < 𝑑1 ; 10
e) 𝑑1 < 𝑑2 < 𝑑3 ; 20
8
Física
Gabarito
1. C
Ano luz é a distância percorrida pela luz em um ano.
2. D
61
21,30 – 9,69 = 11,61 = 11 + 0,61 = 11 +
100
3. C
Como 2,954 ⋅ 103 m = 2954 m, temos que o valor medido possui quatro algarismos significativos, com a
incerteza instrumental sobre o último algarismo ( 4 m) . Dessa forma, a escala possui uma menor divisão
de 10 m, ou seja, o decâmetro.
4. C
V = 0,15 dm x 400 dm x 0,22 dm = 13,2 L
5. D
1 km 1 km
= = 60 km / h
1 min (1/ 60)h
6. A
45 dm3 = 45 x 103 cm3 = 4,5 x 104 cm3
54km 54000m
54 km/h = = = 15m / s
1h 3600s
13,6 106 g
13,6 103 kg / m3 = = 13,6g / cm3
106 cm3
7. C
Sabemos que 1 minuto equivale a 60 segundos. Com isso, podemos montar uma regra da seguinte forma:
𝟏 𝐦𝐢𝐧 → 𝟔𝟎 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨𝐬
𝟐, 𝟒 𝐦𝐢𝐧 → 𝐱 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨𝐬
𝐱 = 𝟐, 𝟒 𝐱 𝟔𝟎 = 𝟏𝟒𝟒 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨𝐬.
8. D
A unidade quilograma (kg) pode ser utilizada apenas como unidade de massa. A grandeza peso é uma
força e, no SI, é medida em newton.
9. A
No Sistema Internacional (SI) a velocidade escalar média é expressa (em m/s):
151,2km/h = 151,2 × 1000m/3600s = 42 m/s
9
Física
10. C
d1 = 0,521km = 521 m
d2 = 5,21.10-2 m
d3 = 5,21.106 mm = 5210 m
d2 d1 d3
d3 5210
= = 10
d1 521
10
Física
Resumo
Imagina que você está em casa e pede um taxi para ir até a casa de um amigo. Durante todo trajeto, o taxista
permanece a uma velocidade de 20 km/h. Eu sei que você estaria bem nervoso dentro desse carro, mas vamos
tentar entender o movimento que o taxista fez.
Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o seu movimento é chamado de
movimento uniforme (M.U.) Sendo um movimento uniforme, então podemos dizer que ele apresenta uma
velocidade média constante (valor fixo) e esse valor pode ser calculado como:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Sendo:
• 𝑉𝑚 = velocidade escalar média
• ∆𝑆 = deslocamento (variação de posição)
• ∆𝑡 = intervalor de tempo (variação de tempo)
Note que, na fórmula, temos um ∆. Esse termo chamasse delta e a função dele é calcular a variação da
grandeza que ele está atrelado. Logo:
1
Física
2
Física
Exercícios
1. Um veículo move-se com velocidade constante de 36 km/h. Ao seu lado, um outro veículo trafega com
velocidade constante de 54 km/h. Assinale a alternativa que indica qual será a distância, em km, entre
esses veículos após um intervalo de tempo de 5 minutos.
a) 5,0 km
b) 2,0 km
c) 1,5 km
d) 3,0 km
2. Um veículo move-se com velocidade constante de 18 km/h. Ao seu lado, um outro veículo trafega com
velocidade constante de 72 km/h. Assinale a alternativa que indica qual será a distância, em km, entre
esses veículos após um intervalo de tempo de 3 minutos.
a) 5,0 km
b) 2,1 km
c) 1,5 km
d) 2,7 km
3. Uma pessoa sobe por uma escada rolante de 8 m de base por 6 m de altura com uma velocidade
constante de 0,5 m/s. Determine o intervalo de tempo necessário para que ela consiga chegar ao topo
dessa escada.
a) 15 s
b) 20 s
c) 10 s
d) 40 s
4. Uma pessoa sobe por uma escada rolante de 12 m de base por 9 m de altura com uma velocidade
constante de 0,6 m/s. Determine o intervalo de tempo necessário para que ela consiga chegar ao topo
dessa escada.
a) 25 s
b) 20 s
c) 30 s
d) 40 s
3
Física
5. Deseja-se fazer uma viagem de 90 km de distância com velocidade média de 60 km/h. Um veículo
percorre os primeiros 30 km desse trajeto em um intervalo de tempo de 30 minutos (0,5 h). Assinale a
alternativa que mostra o tempo restante para o motorista terminar o percurso, a fim de que ele
mantenha a velocidade média desejada.
a) 3,0 h
b) 2,0 h
c) 0,5 h
d) 1,0 h
6. Deseja-se fazer uma viagem de 240 km de distância com velocidade média de 80 km/h. Um veículo
percorre os primeiros 120 km desse trajeto em um intervalo de tempo de 60 minutos. Assinale a
alternativa que mostra o tempo restante para o motorista terminar o percurso, a fim de que ele
mantenha a velocidade média desejada.
a) 3,0 h
b) 2,0 h
c) 0,5 h
d) 1,0 h
7. Um trem necessita completar uma viagem de 400 km em um tempo máximo de 4h, movendo-se a 80
km/h. Após 30 minutos de viagem, o trem quebra e fica parado por 30 minutos. Determine a velocidade
média que o trem precisará desenvolver no restante do trajeto para chegar a tempo em seu destino.
a) 100 km/h
b) 120 km/h
c) 160 km/h
d) 90 km/h
8. Um trem necessita completar uma viagem de 800 km em um tempo máximo de 8h, movendo-se a 90
km/h. Após 60 minutos de viagem, o trem quebra e fica parado por 30 minutos. Determine a velocidade
média aproximada que o trem precisará desenvolver no restante do trajeto para chegar a tempo em
seu destino.
a) 100 km/h
b) 120 km/h
c) 160 km/h
d) 109 km/h
4
Física
9. Um trem carregado de combustível, de 120m de comprimento, faz o percurso de Campinas até Marília,
com velocidade constante de 72 Km/h. Esse trem gasta 12s para atravessar completamente a ponte
sobre o rio Tietê. O comprimento da ponte é:
a) 120m
b) 88,5m
c) 90m
d) 75,5m
10. Um trem carregado de combustível, de 120m de comprimento, faz o percurso de Campinas até Marília,
com velocidade constante de 50 Km/h. Esse trem gasta 15s para atravessar completamente a ponte
sobre o rio Tietê. O comprimento da ponte é:
a) 100m
b) 88,5m
c) 80m
d) 75,5m
5
Física
Gabarito
1. C
v1 = 36km/h = 10m/s
v2 = 54km/h = 15m/s
Δt = 5min = 300s
ΔS
v=
Δt
ΔS
veículo 1 ⟶ { 10 = 300
ΔS = 3000m
ΔS
veículo 2 ⟶ { 15 = 300
ΔS = 4500m
ΔS = 1500m = 1,5km
2. D
v1 = 18km/h = 5m/s
v2 = 72km/h = 20m/s
Δt = 3min = 180s
ΔS
v=
Δt
ΔS
veículo 1 ⟶ { 5 = 180
ΔS = 900m
ΔS
veículo 2 ⟶ { 20 = 180
ΔS = 3600m
ΔS = 2700m = 2,7km
3. B
ΔS 2 = 62 + 82
ΔS 2 = 36 + 64
ΔS 2 = 100
ΔS = 10m
ΔS
v=
Δt
10
0,5 =
Δt
Δt = 20s
4. A
Δ𝑆 2 = 92 + 122
Δ𝑆 2 = 81 + 144
Δ𝑆 2 = 225
ΔS = 15𝑚
Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
15
0,6 =
Δ𝑡
Δ𝑡 = 25𝑠
6
Física
5. D
Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
90
60 =
Δ𝑡
90
Δ𝑡 = = 1,5ℎ
60
Como o motorista gasta 30 minutos nos primeiros 30 km do trajeto e o tempo total de viagem não pode
exceder 1,5 h, então, o tempo que lhe resta para percorrer os 60 km seguintes é de 1 h.
6. B
Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
240
80 =
Δ𝑡
240
Δ𝑡 = = 3ℎ
80
Como o motorista gasta 60 minutos nos primeiros 120 km do trajeto e o tempo total de viagem não
pode exceder 3 h, então, o tempo que lhe resta para percorrer os 120 km seguintes é de 2 h.
7. B
Para resolver esse exercício, precisamos descobrir quanto o trem andou antes de ter quebrado. De
acordo com o exercício, o trem movia-se a 80 km/h e, após 30 minutos, quebrou. Fazendo o cálculo,
descobrimos que esse trem andou uma distância de 40 km. Como o conserto do trem demorou mais 30
minutos, restam apenas 3h do tempo total de viagem, para que o trem não se atrase, e uma distância de
360 km. Dessa forma, fazemos o cálculo da velocidade para a distância e o tempo restante, então,
encontramos o valor de 120 km/h. Veja o cálculo:
Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
Δ𝑆
80 = ⟶ Δ𝑆 = 40𝑘𝑚
0,5
360
𝑣= = 120𝑘𝑚/ℎ
3
8. D
Para resolver esse exercício, precisamos descobrir quanto o trem andou antes de ter quebrado. De
acordo com o exercício, o trem movia-se a 90 km/h e, após 60 minutos, quebrou. Fazendo o cálculo,
descobrimos que esse trem andou uma distância de 90 km. Como o conserto do trem demorou mais 30
minutos, restam apenas 6,5h do tempo total de viagem, para que o trem não se atrase, e uma distância
de 710 km. Dessa forma, fazemos o cálculo da velocidade para a distância e o tempo restante, então,
encontramos o valor de 109 km/h. Veja o cálculo:
Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
Δ𝑆
90 = ⟶ Δ𝑆 = 90𝑘𝑚
1,0
710
𝑣= ≅ 109 𝑘𝑚/ℎ
6,5
9. A
72 𝐾𝑚/ℎ ÷ 3,6 = 20 𝑚/𝑠
𝑉𝑚 = 𝐿(𝑡𝑟𝑒𝑚) + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 𝛥𝑡
20 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 12
20 . 12 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
7
Física
10. B
50 𝐾𝑚/ℎ ÷ 3,6 = 13,9 𝑚/𝑠
𝑉𝑚 = 𝐿(𝑡𝑟𝑒𝑚) + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 𝛥𝑡
13,9 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 15
13,9 . 15 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
208,5 − 120 = 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) = 88,5𝑚
8
Física
Resumo
Primeiramente cabe distinguir três conceitos: Grandeza física, Unidade de medida e Conversão.
Grandeza física: tudo aquilo que pode ser medido, acompanhada de uma unidade de medida.
Ex.: Um pedaço de madeira de massa 2 g.
Note que o pronome indeterminado “uma” não foi a toa. De fato, o grama (g) é “uma” e não “a” medida de
unidade da grandeza física chamada massa. Podemos ter mais de uma unidade de medida para a mesma
grandeza física e, por isso, por ventura convertemos uma unidade de medida em outra. Por exemplo, podemos
converter grama (g) para quilograma (kg) e vice-versa. Este processo se justifica histórica, social e
culturalmente.
No entanto, em 1960 desenvolveu-se o Sistema Internacional de Unidades (S.I.). Sempre que você ouvir seus
professores de Física aqui do Descomplica falando “ [...] na unidade do S.I. [...]” já sabe que é para converter
determinada unidade usual para a unidade padrão!
Sistema Internacional de Unidades é a forma moderna do sistema métrico e é geralmente um sistema
de unidade de medida concebido em torno de sete unidades básicas. É o sistema de medição mais usado do
mundo, tanto no comércio todos os dias e, sobretudo, na ciência. O SI é um conjunto sistematizado e
padronizado de definições para unidade de medida, utilizado em quase todo o mundo moderno, que visa a
uniformizar e facilitar as medições e as relações internacionais daí decorrentes.
1. Unidades do S.I.
1.1. Básicas
Definiram-se sete grandezas físicas postas como básicas ou fundamentais. Por conseguinte, passaram a
existir sete unidades básicas correspondentes — as unidades básicas do SI — descritas na tabela, na coluna
à esquerda. A partir delas, podem-se derivar todas as outras unidades existentes. As unidades básicas do SI
são dimensionalmente independentes entre si.
1
Física
Para mais informações sobre a correta escrita de unidades S.I. basta clicar aqui.
Se você tiver curiosidade sobre o assunto, pode acessar os seguintes links para um estudo mais aprofundado,
basta clicar nos nomes: inmetro, bbc, inovação tecnológica, scielo.
Repito: Somente se você tiver tempo e curiosidade, pois nada do que se encontra nos links acima será cobrado
numa questão de vestibular para você!
2
Física
3
Física
Exercícios
4
Física
8. Um veículo desloca-se com velocidade de 216 km/h. Sua velocidade, em metros por segundo, é
expressa por:
a) 45 m/s
b) 777,6 m/s
c) 60 m/s
d) 180 m/s
e) 36 m/s
5
Física
6
Física
Gabarito
1.
a) 25,4 km = 25400 m
b) 2,5 cm = 0,025 m
c) 9856 cm = 98,56 m
d) 578 mm = 0,578 m
e) 6947 dam = 69470 m
f) 0,0025 km = 2,5 m
g) 8,93 dm = 0,893 m
2.
a) 750 g = 0,750 kg
b) 895 mg = 0,000895 kg
c) 2 g = 0,002 kg
d) 2000 dag = 20 kg
e) 35 mg = 0,000035 kg
3.
a) 3 horas e 30 minutos.
1 hora tem 60 minutos, logo, 3 horas tem 3.60 = 180 minutos.
180 + 30 = 210 minutos.
b) 40 minutos.
1 minutos tem 60 segundos, logo, 40 minutos tem 40.60 = 2400 segundos.
c) 240 minutos.
1 hora tem 60 minutos, logo, temos 240÷60 = 4 horas em 240 minutos.
d) 150 minutos.
1 hora tem 60 minuos, logo, temos 150÷60 = 2,5 horas em 150 minutos.
e) 4200 segundos.
1 minuto tem 60 segundos, logo, temos 4200÷60 = 70 minutos em 4200 segundos.
f) 86400 segundos.
1 minuto tem 60 segundos, logo, temos 86400÷60 = 1440 minutos em 86400 segundos.
1440÷60 = 24 horas.
4.
a) 80 cm² = 0,0080 m²
b) 9000 mm² = 0,009 m²
c) 6 km² = 6000000 m²
d) 50 dm² = 0,5 m²
7
Física
e) 7 mm² = 0,000007 m²
5.
a) 200000 mm³ = 0,0002 m³
b) 50 km³ = 50.000.000.000 m³
c) 280 cm³ = 0,00028 m³
d) 60 dm³ = 0,06 m³
6.
a) 1 l vale 1 dm³. Convertendo de mm³ para dm³ temos:
5000 mm³ = 0,005 dm³ = 0,005 l.
7.
a) 1 ml vale 1 cm³. Temos:
2 ml = 2 cm³.
8. C
216 km/h ÷ 3,6 = 60 m/s
9.
a) 3,6 km = 3.600 m
3.600 m + 450 m =
4050 m
b) 6,8 hm = 680 m
0, 34 dam = 3,4 m
680 m - 3,4 m = 676,6m
c) 16 dm = 1,6 m
54,6 cm = 0,546 m
200 mm = 0,2 m
8
Física
e) 82,5 hm + 6 hm = 88,5hm
88,5 hm = 8850 m
10.
a) 20 m/s . 3,6 = 72 km/h
b) 30 m/s . 3,6 = 108 km/h
c) 90 m/s . 3,6 = 324 km/h
d) 10 m/s . 3,6 = 36 km/h
9
Física
Exercícios
1. Um móvel em M.R.U gasta 10h para percorrer 1100 km com velocidade constante. Qual a distância
percorrida após 3 horas da partida?
a) S = 270 km.
b) S = 300 km.
c) S = 310 km.
d) S = 330 km.
2. Um móvel em M.R.U gasta 7200s para percorrer 180 km com velocidade constante. Qual a distância
percorrida após 3 horas da partida?
a) S = 270 km.
b) S = 300 km.
c) S = 310 km.
d) S = 330 km.
3. A função horária do espaço de um carro em movimento retilíneo uniforme é dada pela seguinte
expressão: x = 100 + 8.t. Determine em que instante esse móvel passará pela posição 260m.
a) t = 30s
b) t = 25s
c) t = 20s
d) t = 10s
4. Um móvel com velocidade constante percorre uma trajetória retilínea à qual se fixou um eixo de
coordenadas. Sabe-se que no instante 𝑡0 = 0, a posição do móvel é 𝑥0 = 500m e, no instante t = 20s, a
posição é x = 200m. Qual a velocidade do móvel?
a) v = −15m/s
b) v = 15m/s
c) v = −20m/s
d) v = 20m/s
1
Física
5. Um móvel com velocidade constante igual a 20 m/s parte da posição 5 m de uma reta numerada e anda
de acordo com o sentido positivo da reta. Qual a posição do móvel após 15 s de movimento?
a) 105 m
b) 205 m
c) 305 m
d) 405 m
6. Um móvel com velocidade constante igual a 36 km/h parte da posição 10 m de uma reta numerada e
anda de acordo com o sentido positivo da reta. Qual a posição do móvel após 20 s de movimento?
a) 105 m
b) 180 𝑚
c) 200 𝑚
d) 210 𝑚
7. Um homem sai da posição 15 m de uma pista de caminhada e anda até a posição 875 m mantendo
uma velocidade constante de 2 m/s. Sabendo disso, o tempo gasto para completar a caminhada é de
a) 430 s
b) 320 s
c) 450 s
d) 630 s
8. Um homem sai da posição 20 m de uma pista de caminhada e anda até a posição 1100 m mantendo
uma velocidade constante de 10,8 km/h. Sabendo disso, o tempo gasto em minutos para completar a
caminhada é de.
a) 5,0 min
b) 5,2 min
c) 6,0 min
d) 6,8 min
2
Física
9. O gráfico a seguir relaciona a posição de um móvel, em metros, com o tempo, em segundos. Assinale
a alternativa que indica corretamente a sua velocidade média.
a) 3 m/s
b) 2 m/s
c) 4 m/s
d) 30 m/s
10. Analise o gráfico a seguir e assinale a alternativa que indica corretamente o tipo de movimento
representado.
a) movimento positivo.
b) movimento uniforme e progressivo.
c) movimento uniforme e retrógrado.
d) movimento uniformemente retardado.
3
Física
Gabarito
1. D
𝑉 = 𝑆/𝑡
𝑉 = 1100/10
𝑉 = 110𝑘𝑚/ℎ
110 = 𝑆/3
𝑆 = 330 𝑘𝑚.
2. A
7200𝑠 = 2ℎ
𝑉 = 𝑆/𝑡
𝑉 = 180/2
𝑉 = 90𝑘𝑚/ℎ
90 = 𝑆/3
𝑆 = 270 𝑘𝑚.
3. C
𝑥 = 100 + 8. 𝑡
260 = 100 + 8. 𝑡
8. 𝑡 = 160
𝑡 = 160/8
𝑡 = 20𝑠
4. A
𝑣 = 𝛥𝑠/𝛥𝑡
𝑣 = (200 − 500)/(20 − 0)
𝑣 = −300/20
𝑣 = −15𝑚/𝑠 (𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑟ó𝑔𝑟𝑎𝑑𝑜)
5. C
A partir dos dados fornecidos, temos:
𝑣 = 20 𝑚/𝑠
𝑆0 = 5𝑚
𝑡 = 15
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, temos:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 5 + 20.15
𝑆 = 5 + 300
𝑆 = 305 𝑚
6. D
A partir dos dados fornecidos, temos:
𝑣 = 36 km/h = 10m/s
𝑆0 = 10𝑚
4
Física
𝑡 = 20
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, temos:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 10 + 10.20
𝑆 = 10 + 200
𝑆 = 210 𝑚
7. A
Do enunciado da questão, temos:
𝑆0 = 15 𝑚
𝑆 = 875 𝑚
𝑣 = 2 𝑚/𝑠
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, podemos escrever que:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
875 = 15 + 2. 𝑡
875 – 15 = 2. 𝑡
2. 𝑡 = 860
𝑡 = 430 𝑠
8. C
Do enunciado da questão, temos:
𝑆0 = 20 𝑚
𝑆 = 1100 𝑚
𝑣 = 10,8𝑘𝑚/ℎ = 3 𝑚/𝑠
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, podemos escrever que:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
1100 = 20 + 3. 𝑡
1080 = 3. 𝑡
𝑡 = 360 𝑠
360
𝑡= = 6,0 𝑚𝑖𝑛
60
9. A
Para calcularmos a velocidade média de um móvel, utilizamos a equação:
Δs
𝑣𝑚 =
Δt
Em ΔS = 𝑆𝑓 – 𝑆0 , 𝑆𝑓 é a posição final, e 𝑆0 , a posição inicial do movimento. Analisando o gráfico, é fácil
perceber que a posição inicial (𝑆0 ), ou seja, a posição no instante t = 0 s é igual a 2 m. A posição final (𝑆𝑓 )
pode ser qualquer uma escolhida, uma vez que, como o gráfico é uma reta, a velocidade é constante.
Vamos escolher a posição correspondente ao instante de tempo t = 2 s, 𝑆𝑓 = 8 m.
8−2 6
𝑣𝑚 = = = 3 𝑚/𝑠
2−0 2
Para calcular a velocidade média, basta calcular a razão entre ΔS e Δt.
5
Física
10. B
A reta da velocidade mantém-se paralela em relação ao tempo, indicando que seu valor é constante,
portanto, o movimento é uniforme. Como a reta encontra-se acima do eixo das abscissas (x), o
movimento é progressivo.
6
Física
Resumo
Imagina que você está em casa e pede um taxi para ir até a casa de um amigo. Durante todo trajeto, o taxista
permanece a uma velocidade de 20 km/h. Eu sei que você estaria bem nervoso dentro desse carro, mas
vamos tentar entender o movimento que o taxista fez.
Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o seu movimento é chamado de
movimento uniforme (M.U.) Sendo um movimento uniforme, então podemos dizer que ele apresenta uma
velocidade média constante (valor fixo) e esse valor pode ser calculado como:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Sendo:
• 𝑉𝑚 = velocidade escalar média
• ∆𝑆 = deslocamento (variação de posição)
• ∆𝑡 = intervalor de tempo (variação de tempo)
Note que, na fórmula, temos um ∆. Esse termo chamasse delta e a função dele é calcular a variação da
grandeza que ele está atrelado. Logo:
∆S = posição final − posição inicial = S − S0
∆t = tempo final − tempo inicial = t − t 0
1
Física
2
Física
Exercícios
1. Uma partícula descreve um movimento uniforme. A função horária dos espaços, com unidades do
Sistema Internacional de Unidades é: 𝑠 = −2,0 + 5,0. 𝑡 . Nesse caso, podemos afirmar que a
velocidade escalar da partícula é:
a) -2 m/s e o movimento é retrógrado.
b) -2 m/s e o movimento é progressivo.
c) 5,0 m/s e o movimento é progressivo
d) 5,0 m/s e o movimento é retrógrado
2. Uma partícula descreve um movimento uniforme. A função horária dos espaços, com unidades do
Sistema Internacional de Unidades é: 𝑠 = 2,0 − 4,0. 𝑡 . Nesse caso, podemos afirmar que a
velocidade escalar da partícula é:
a) -2 m/s e o movimento é retrógrado.
b) -2 m/s e o movimento é progressivo.
c) 4,0 m/s e o movimento é progressivo
d) 4,0 m/s e o movimento é retrógrado
3. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela que segue.
s(m) 25 21 17 13 9 5
t(s) 0 1 2 3 4 5
4. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela que segue.
s(m) 31 26 21 16 11 6
t(s) 0 1 2 3 4 5
3
Física
5. Sabendo que o espaço do móvel varia com o tempo, e obedece a seguinte função horária do espaço:
𝑥 = −100 + 25𝑡. O instante quando o móvel passa na origem das posições é:
a) t = 2s
b) t = 4s
c) t = 8s
d) t = 10s
a) 2h
b) 3h
c) 4h
d) 5h
7. A partir do gráfico abaixo, escreva a função horária da posição para o móvel que executa movimento
uniforme.
a) S = 50 + 5.t
b) S = 50 + 15.t
c) S = 50 – 5.t
d) S = 50 + 10.t
4
Física
Com base nele, determine a velocidade e a função horária do espaço deste móvel são respectivamente:
a) v = 20m/s / x = 50 + 20.t
b) v = 10m/s / x = 50 + 20.t
c) v = 10m/s / x = 50 - 20.t
d) v = 20m/s / x = 50 + 10.t
9. O movimento uniforme de um móvel durante certo tempo está representado abaixo. Marque a
alternativa correta.
5
Física
10. Os dois primeiros colocados de uma prova de 100 m rasos de um campeonato de atletismo foram,
respectivamente, os corredores A e B. O gráfico representa as velocidades escalares desses dois
corredores em função do tempo, desde o instante da largada (t = 0) até os instantes em que eles
cruzaram a linha de chegada.
Analisando as informações do gráfico, é correto afirmar que, no instante em que o corredor A cruzou
a linha de chegada, faltava ainda, para o corredor B completar a prova, uma distância, em metros, igual
a
a) 5
b) 25
c) 15
d) 20
e) 10
6
Física
Gabarito
1. C
A forma mais fácil de identificar a resposta certa é comparando a equação e os valores dados.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣 . 𝑡
𝑥 = −2,0 + 5,0. 𝑡
2. D
A forma mais fácil de identificar a resposta certa é comparando a equação e os valores dados.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣 . 𝑡
𝑥 = 2,0 − 5,0. 𝑡
3. B
1º - Vamos calcular a velocidade, não esquecendo que a velocidade média será igual a instantântea.
𝑉 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝑉 = (5 − 25) ÷ (5 − 0)
𝑉 = −20 ÷ 5
𝑉 = −4 𝑚/𝑠
4. A
1º - Vamos calcular a velocidade, não esquecendo que a velocidade média será igual a instantântea.
𝑉 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝑉 = (6 − 31) ÷ (5 − 0)
𝑉 = −20 ÷ 5
𝑉 = −5 𝑚/𝑠
5. B
𝑥 = −100 + 25 .8
𝑥 = −100 + 200
𝑥 = 100𝑚
7
Física
6. D
Escrevendo a função horária da posição do movimento uniforme para os corpos A e B, temos:
𝑆𝐴 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡 → 𝑆𝐴 = 0 + 30. 𝑡 → 𝑆𝐴 = 30. 𝑡
𝑆𝐵 = 𝑆0 – 𝑣. 𝑡 → 𝑆𝐵 = 400 – 50. 𝑡
Sabendo que no momento do encontro SA = SB, temos:
𝑆𝐴 = 𝑆𝐵
30. 𝑡 = 400 – 50. 𝑡
50. 𝑡 + 30. 𝑡 = 400
80. 𝑡 = 400
𝑡 = 5ℎ
7. C
Analisando o gráfico, temos:
Posição inicial: S0 = 50 m;
Tempo até atingir a posição 0: t = 10 s;
Tipo de movimento: Reta decrescente indica movimento retrógrado, logo, a velocidade é negativa.
A partir da definição de velocidade média, podemos determinar a velocidade do móvel:
𝑣 = 𝛥𝑠/𝛥𝑡
(0 – 50)
𝑣 =
10
𝑣 = − 5𝑚/𝑠
De posse da velocidade, podemos determinar a função horária da posição para esse móvel.
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 50 – 5. 𝑡
8. A
𝑣 = 𝛥𝑠/𝛥𝑡
𝑣 = (250 – 50)/(10 − 0)
𝑣 = 200/10
𝑣 = 20𝑚/𝑠 – 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑥 = 𝑥𝑜 + 𝑣. 𝑡
𝑥 = 50 + 20. 𝑡
9. D
Como o gráfico é uma reta, a função que o representa é a do tipo ax + b, em que o termo “a” é denominado
de coeficiente angular da reta e representa a velocidade na função horária da posição para o movimento
uniforme (s = s0 + v.t). Sabendo que o coeficiente angular é a tangente do ângulo formado pela reta,
podemos escrever que:
𝑡𝑔 45° = 𝑎
𝑎 = 1, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜, 𝑣 = 1 𝑚/𝑠
8
Física
10. D
A partir do gráfico, podemos perceber que, após o corredor A ter parado, o corredor B correu a 10 m/s
entre os instantes 10 s e 12 s. Sendo assim, a distância percorrida por B após A ter parado é:
𝑣𝐵 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝛥𝑠 = 𝑣𝐵 . 𝛥𝑡
𝛥𝑠 = 10 . ( 12 – 10)
𝛥𝑠 = 10 . 2 = 20 𝑚
9
Física
Termometria
Resumo
Introdução
Termologia é a parte da Física que estuda os fenômenos relativos ao aquecimento, resfriamento ou às
mudanças de estado físico em corpos que recebem ou cedem um determinado tipo de energia. Estudaremos,
em Termologia, as formas pelas quais essa energia, que denominaremos energia térmica, muda de local,
propagando-se através de um meio. Estudaremos, ainda, o comportamento de um modelo teórico de gás,
denominado gás perfeito, e, dentre outras coisas, as relações existentes entre a energia térmica e a energia
mecânica.
No estudo de todos os fenômenos relativos à Termologia, sempre aparece um parâmetro muito importante,
denominado temperatura, capaz de definir o estado térmico do sistema físico estudado. Assim, iniciaremos
o nosso estudo de Termologia conceituando a temperatura e estabelecendo processos e regras usados para
sua medição.
Temperatura
Grandeza que caracteriza o estado térmico de um sistema.
É comum as pessoas avaliarem o estado térmico de um corpo pela sensação de quente ou frio que sentem
ao tocá-lo. Até que ponto, entretanto, podemos confiar nessa sensação? Muitas vezes pessoas diferentes em
um mesmo ambiente experimentam sensações térmicas diferentes! Note que isso ocorre porque as
sensações de quente e frio são individuais e subjetivas, dependendo do indivíduo e das condições a que ele
está sujeito.
Agora você deve estar se perguntando: como podemos avaliar fisicamente esse “quente” e esse “frio”?
Imaginemos um balão de borracha, fechado, com ar em seu interior. O ar, como sabemos, é constituído de
pequenas partículas que se movimentam em todas as direções. Agora, vamos aquecer o ar. O que acontece?
O balão estufa, aumentando de tamanho. O que provocou isso? Foi o ar em seu interior, que, ao ser aquecido,
empurrou mais fortemente as paredes elásticas, aumentando o volume do balão. Isso ocorre porque as
partículas de ar movimentam-se, possuindo certa velocidade, certa energia cinética. Quando aumentamos
a temperatura dessas partículas por aquecimento, essa energia cinética aumenta, intensificando os choques
dessas partículas com as paredes internas do balão, o que produz aumento de volume.
Assim, podemos associar a temperatura do ar à energia cinética de suas partículas, isto é, ao estado de
movimento dessas partículas.
Entretanto, o que acontece nos sólidos e nos líquidos, cujas partículas são impedidas de movimentar-se
livremente?
Nesses casos, as partículas apenas agitam-se em regiões limitadas, e esse estado de agitação aumenta com
o aquecimento, com o aumento de temperatura.
A conclusão a que podemos chegar é que, de alguma forma (vide seção 2.2), a temperatura está relacionada
com o estado de movimento ou de agitação das partículas de um corpo. Assim, como uma ideia inicial,
1
Física
podemos dizer que a temperatura é um valor numérico associado a um determinado estado de agitação ou
de movimentação das partículas de um corpo, umas em relação às outras.
Considerando que os dois recipientes contêm o mesmo tipo de gás, no recipiente 2 o estado de agitação das partículas
que compõem o gás é maior, pois estas se movimentam com maior rapidez. Assim, podemos concluir que o gás do
recipiente 2 encontra-se em uma temperatura mais elevada que o gás do recipiente 1.
Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.
Termômetro
Considerando o que vimos anteriormente, você deve ter percebido que não temos condições de medir
diretamente a energia de agitação das moléculas de um corpo. Como podemos, então, avaliar sua
temperatura?
É simples: isso deve ser feito por um processo indireto, usando-se um segundo corpo que sofra alterações
mensuráveis em suas propriedades físicas quando do processo de busca do equilíbrio térmico com o
primeiro. A esse corpo chamamos de termômetro.
2
Física
Escalas termométricas
Escala termométrica é um conjunto de valores numéricos em que cada valor está associado a uma
determinada temperatura. Se, por exemplo, a temperatura de um sistema A é representada pelo valor 50 e a
de um sistema B, pelo valor 20, em uma mesma escala termométrica, dizemos que a temperatura de A é maior
que a de B. Isso indica que as partículas do sistema A estão em um nível energético mais elevado que as do
sistema B.
Como uma escala termométrica é constituída por um conjunto de valores arbitrários, um mesmo estado
térmico pode ser representado em escalas termométricas diversas, por valores numéricos diferentes. Os
valores numéricos de uma escala termométrica são obtidos a partir de dois valores atribuídos previamente a
dois estados térmicos de referência, bem definidos, denominados pontos fixos.
3
Física
a sua escala assinalava 32 para o ponto do gelo e 212 para o ponto do vapor. A escala Fahrenheit de
temperaturas é utilizada principalmente nos países de língua inglesa.
Na escala Celsius, temos 100 divisões iguais entre os pontos fixos, cada divisão correspondendo à unidade
da escala, que recebe o nome de grau Celsius, simbolizado por °C.
Na escala Fahrenheit, temos 180 divisões iguais entre os pontos fixos, sendo a unidade da escala
denominada grau Fahrenheit, simbolizado por °F.
4
Física
Perceba que os intervalos de temperaturas correspondentes nos dois termômetros são proporcionais. Assim,
vale a relação:
𝜃𝑐 − 0 100 − 0
=
𝜃𝐹 − 32 121 − 32
𝜃𝑐 100 5
= =
𝜃𝐹 − 32 180 9
Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.
𝜃𝑐 𝜃𝐹 − 32
=
5 9
Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.
Variação de temperatura
Para converter uma variação de temperatura em graus Celsius para graus Fahrenheit, ou vice-versa, observe
o esquema abaixo, em que comparamos essas duas escalas.
Note que a variação em uma das escalas é proporcional à variação correspondente na outra. Assim, podemos
afirmar que:
∆𝜃𝑐 ∆𝜃𝐹
=
100 180
Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.
O zero absoluto
Imagine um sistema físico qualquer. Quando o aquecemos, sua temperatura se eleva, aumentando o estado
de agitação de suas partículas. Se o esfriamos, sua temperatura diminui porque o estado de agitação das
partículas também diminui. Se continuarmos a esfriar esse sistema, o estado de agitação das partículas
diminuirá mais e mais, tendendo a um mínimo de temperatura, denominado zero absoluto.
Zero absoluto é o limite inferior de temperatura de um sistema. É a temperatura correspondente ao menor
estado de agitação das partículas, isto é, um estado de agitação praticamente nulo.
5
Física
No zero absoluto, ainda existe nas partículas do sistema uma quantidade finita, não nula, de energia cinética.
Essa energia é denominada energia do ponto zero.
Escala absoluta
O físico britânico William Thomson (1824-1907), mais conhecido como Lord Kelvin, foi quem verificou
experimentalmente a variação da pressão de um gás a volume constante. Por meio de uma extrapolação, ele
concluiu que a menor temperatura que aquele gás poderia atingir coincidia com a anulação da pressão.
Até chegar a essa conclusão ele realizou experiências com diferentes amostras de gases, a volume constante.
As variações de pressão foram plotadas (marcadas) em um gráfico, em função da temperatura Celsius. O
prolongamento do gráfico levou-o ao valor -273,15 °C, que foi denominado “zero absoluto”. Para facilitar os
cálculos, aproximamos esse -273 °C. A escala Kelvin, também denominada escala absoluta, tem sua origem
no zero absoluto e utiliza o grau Celsius como unidade de variação. O símbolo da unidade da escala Kelvin é
K.
Do exposto, pode-se concluir que a equação de conversão entre as escalas Celsius e Kelvin é dada por:
6
Física
Exercícios
1. Pernambuco registrou, em 2015, um recorde na temperatura após dezessete anos. O estado atingiu a
média máxima de 31 C, ° segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). A falta de chuvas
desse ano só foi pior em 1998 – quando foi registrada a pior seca dos últimos 50 anos, provocada pelo
fenômeno “El Niño”, que reduziu a níveis críticos os reservatórios e impôs o racionamento de água.
Novembro foi o mês mais quente de 2015, aponta a APAC. Dos municípios que atingiram as
temperaturas mais altas esse ano, Águas Belas, no Agreste, aparece em primeiro lugar com média
máxima de 42 C°
Fonte: g1.com.br.
a) 300 e 317.
b) 273 e 373.
c) 304 e 315.
d) 242 e 232.
e) 254 e 302.
7
Física
2. Com o aumento do efeito estufa, a chuva ácida pode atingir a temperatura de 250 C.
c) 482
d) 523
Com esses dados, pode-se concluir que a variação de temperatura na sexta-feira e a máxima, no
sábado, na escala Fahrenheit, foram, respectivamente:
a) 9 e 33,8.
b) 9 e 68.
c) 36 e 9.
d) 68 e 33,8.
e) 68 e 36.
4. O gráfico indicado a seguir representa a relação entre a temperatura medida numa escala X e a mesma
temperatura medida na escala Celsius.
8
Física
5. Quando se mede a temperatura do corpo humano com um termômetro clínico de mercúrio em vidro,
procura-se colocar o bulbo do termômetro em contato direto com regiões mais próximas do interior do
corpo e manter o termômetro assim durante algum tempo, antes de fazer a leitura. Esses dois
procedimentos são necessários porque:
a) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque demanda
sempre algum tempo para que a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive.
b) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo, e porque
demanda sempre algum tempo para que a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se
efetive.
c) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque é preciso
evitar a interferência do calor específico médio do corpo humano.
d) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo, e porque
o calor específico médio do corpo humano é muito menor que o do mercúrio e o do vidro.
e) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque é preciso
reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo.
Utilizando a escala como referência, podemos dizer que 0°C e 50°C equivalem, em Kelvin, a?
a) 212 e 273.
b) 273 e 373.
c) 212 e 32.
d) 273 e 37.
e) 273 e 323.
9
Física
7. O texto a seguir foi extraído de uma matéria sobre congelamento de cadáveres para sua preservação
por muitos anos, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 21.07.2002.
“Após a morte clínica, o corpo é resfriado com gelo. Uma injeção de anticoagulantes é aplicada e um
fluido especial é bombeado para o coração, espalhando-se pelo corpo e empurrando para fora os
fluidos naturais. O corpo é colocado numa câmara com gás nitrogênio, onde os fluidos endurecem em
vez de congelar. Assim que atinge a temperatura de – 321°, o corpo é levado para um tanque de
nitrogênio líquido, onde fica de cabeça para baixo.”
O Estado de S. Paulo
Na matéria, não consta a unidade de temperatura usada. Considerando que o valor indicado de – 321°
esteja correto e que pertença a uma das escalas, Kelvin, Celsius ou Fahrenheit, pode-se concluir que foi
usada a escala
a) Kelvin, pois trata-se de um trabalho cientifico e esta e a unidade adotada pelo Sistema
Internacional.
b) Fahrenheit, por ser um valor inferior ao zero absoluto e, portanto, só pode ser medido nessa escala.
c) Fahrenheit, pois as escalas Celsius e Kelvin não admitem esse valor numérico de temperatura.
d) Celsius, pois só ela tem valores numéricos negativos para a indicação de temperatura.
e) Celsius, por tratar-se de uma matéria publicada em língua portuguesa e essa ser a unidade adotada
oficialmente no Brasil.
8. Um termômetro com defeito está graduado na escala Fahrenheit, indicando 30 °𝐹 para o ponto de fusão
do gelo e 214 °𝐹 para o ponto de ebulição da água. A única temperatura neste termômetro medida
corretamente na escala Celsius é
a) 158.
b) 86.
c) 122.
d) 50.
e) 194.
9. Vários turistas frequentemente têm tido a oportunidade de viajar para países que utilizam a escala
Fahrenheit como referência para medidas da temperatura. Considerando-se que quando um
termômetro graduado na escala Fahrenheit assinala 32°F, essa temperatura corresponde ao ponto de
gelo, e quando assinala 212°F, trata-se do ponto de vapor. Em um desses países, um turista observou
que um termômetro assinalava temperatura de 74,3°F. Assinale a alternativa que apresenta a
temperatura, na escala Celsius, correspondente à temperatura observada pelo turista.
a) 12,2 °C.
b) 18,7 °C.
c) 23,5 °C.
d) 30 °C.
e) 33,5 °C.
10
Física
10. Os termômetros são instrumentos utilizados para efetuarmos medidas de temperaturas. Os mais
comuns baseiam-se na variação de volume sofrida por um líquido considerado ideal, contido em um
tubo de vidro cuja dilatação é desprezada. Num termômetro em que se utiliza mercúrio, vemos que a
coluna deste líquido “sobe” cerca de 2,7 cm para um aquecimento de 3,6 °C. Se a escala termométrica
fosse a Fahrenheit, para um aquecimento de 3,6°F, a coluna de mercúrio “subiria”:
a) 11,8 cm.
a) 3,6 cm.
b) 2,7 cm.
c) 1,8 cm.
d) 1,5 cm.
11
Física
Gabarito
1. C
Para a resolução da questão, basta passar as temperaturas médias da escala Celsius para a escala
Kelvin.
Para a média do estado de Pernambuco:
𝑇1 = 31 + 273 ∴ 𝑇1 = 304𝐾
2. D
A transformação da escala Celsius em Kelvin é realizada pela equação:
K = C + 273
3. B
4. B
12
Física
5. B
Por meio da transpiração, a pele regula a temperatura interna do corpo humano. Assim, para obter o valor
dessa temperatura, devemos introduzir o termômetro em uma das aberturas do corpo, como, por
exemplo, a boca. O termômetro deve ficar algum tempo em contato com o corpo para que haja
transferência de calor e possa proporcionar o equilíbrio térmico entre o mercúrio (do termômetro) e o
interior desse corpo humano.
6. E
Usando a expressão que relaciona as escalas termométricas Celsius e Kelvim, vem:
7. C
O menor valor de temperatura na escala Celsius é -273ºC e na escala Kelvin é o zero absoluto.
8. D
Aplicando a equação de conversão:
T − 30 T − 32 T − 30 T − 32
= = 46 T − 1.472 = 45 T − 1.350 T = 122 F.
214 − 30 212 − 32 46 45
Transformando para C :
TC 122 − 32
= TC = 50 C.
5 9
9. C
10. E
13
Física
Resumo
Figura 01 – Velocimetro
A figura 01 é uma iamgem classifca de filmes de ação como Velozes e Furiosos que demonstram um
momento de ação! A função do velocimetro é medir a velocidade do carro durante a trajetória e, mostrar como
essa velocidade pode mudar ou não. O Movimento retilíneo uniformemente variado (M.U.V) descreve um
corpo que apresenta um movimento com aceleração constante (𝑎 = 𝑐𝑡𝑒), ou seja, esse corpo apresenta
variações de velocidade com o passar do tempo.
Aceleração
Antes de começarmos a monstrar as formulas, precisamos definir o que é aceleração. Para a Física,
aceleração é a mudança do valor da velocidade de um corpo em função do tempo. Logo, podemos escrever
aceleração da seguinte forma:
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
1
Física
Podemos modificar essa função para que ela não de a posição final do corpo, mas sim a deslocamento dele
por completo. Com o objeto de encontrar o deslocamento, podemos utilizar a função horária da posição da
seguinte forma:
𝑎𝑡²
∆𝑆 = 𝑉0 𝑡 +
2
Equação de Torricelli
A equação de Torricelli é a unica equação do M.U.V que não utilizar a grandeza tempo para descrever a
trajetória, sendo ela um trunfo para quando você não tiver tempo como dado do seu problema. Essa equação
apresenta seguinte forma:
𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑎∆𝑆
Com essas três equações, a duvida sempre aparece durante as questõa: Qual dessas formulas eu devo usar?
Para responder essa pergunta, você precisa separar todos os dados que a questão forneceu e analisa-los. Os
dados definem qual formula você deve utilizar.
Classificação do movimento
Assim como foi feito em M.U, podemos classificar o movimento de um corpo em M.U.V a partir da direção e
sentido da aceleração em relação a trajetória. O seu movimento será:
• Acelerado: Caso a aceleração apresente a mesma direção e sentido da trajetória.
• Retardado: Caso a aceleração apresente a mesma direção, mas sentido oposto a trajetória.
Como pode ver, a classificação do M.U.V pode ser feita junto da classificação do M.U. Então, para facilitar a
sua vida, montamos uma tabela para você entender como classificar o movimento.
2
Física
Exercícios
1. Ao caçar, um guepardo - partindo do repouso - atinge uma velocidade de 72 Km/h em 2 segundos. Qual
a sua aceleração nesse intervalo de tempo?
a) a = 17 m/s²
b) a = 15 m/s²
c) a = 12 m/s²
d) a = 10 m/s²
2. Um avião parte do repouso e, com aceleração constante, atinge a velocidade de 450 Km/h em 25
segundos. Qual a aceleração do avião?
a) a = 1 m/s²
b) a = 3 m/s²
c) a = 5 m/s²
d) a = 8 m/s²
3. Durante um trecho da corrida, um carro de fórmula 1 aumenta sua velocidade de 100 Km/h para 260
Km/h, fazendo isso em 4 segundos. Qual a sua aceleração média neste trecho?
a) a = 11,11 𝑚/𝑠²
b) a = 13,31 𝑚/𝑠²
c) a = 14,21 𝑚/𝑠²
d) a = 15,11 𝑚/𝑠²
4. Um móvel que se afasta de um referencial, mas tem a sua velocidade reduzida a cada segundo de
maneira constante executa um movimento do tipo
a) regressivo e retardado.
b) progressivo e retardado.
c) progressivo e acelerado.
d) uniforme e retilíneo.
5. Um móvel realiza um movimento retardado com desaceleração constante de 2 m/s². Sabendo que a
sua velocidade era inicialmente de 20 m/s, determine em qual instante de tempo o móvel inverterá o
sentido do seu movimento.
a) 1,0 s
b) 5,0 s
c) 10,0 s
d) 3,0 s
3
Física
6. Um veículo de passeio consegue acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 11 s. Determine sua aceleração
média em m/s² e assinale a alternativa correspondente
a) 15,0 m/s²
b) 2,0 m/s²
c) 2,5 m/s²
d) 5,0 ms²
7. Um móvel tem a sua velocidade alterada de 36 km/h para 54 km/h, em um intervalo de tempo de 2,5 s.
Calcule o módulo de sua aceleração média.
a) 10,0 m/s²
b) 2,0 m/s²
c) 3,5 m/s²
d) 5,0 ms²
8. Ao avistar um obstáculo, um motorista pisa no freio e diminui sua velocidade a uma taxa de 2 m/s a
cada segundo. Determine o intervalo de tempo necessário até que o veículo pare completamente,
sabendo que a sua velocidade ao início da frenagem era de 30 m/s.
a) 1,0 s
b) 5,0 s
c) 10,0 s
d) 15,0 s
9. Ao avistar um obstáculo, um motorista pisa no freio e diminui sua velocidade a uma taxa de 5 m/s a
cada segundo. Determine o intervalo de tempo necessário até que o veículo pare completamente,
sabendo que a sua velocidade ao início da frenagem era de 90km/h.
a) 1,0 s
b) 5,0 s
c) 10,0 s
d) 3,0 s
10. Um móvel parte do repouso e acelera a 3 m/s² durante um intervalo de tempo de 8 s. Determine a
velocidade desse móvel ao final desse intervalo de tempo.
a) 24 m/s
b) 20 m/s
c) 18 m/s
d) 12m/s
4
Física
Gabarito
1. D
Como ele parte do repouso, temos:
𝑉𝑖 = 0 𝐾𝑚/ℎ
𝑉𝑓 = 72𝐾𝑚/ℎ = 20 𝑚/𝑠
𝑡𝑖 = 0 𝑠
𝑡𝑓 = 2 𝑠
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
𝑎 = 20/2
𝑎 = 10 𝑚/𝑠²
2. C
𝑉𝑖 = 0 𝐾𝑚/ℎ
𝑉𝑓 = 450 𝐾𝑚/ℎ = 125 𝑚/𝑠
𝑡𝑖 = 0 𝑠
𝑡𝑓 = 25 𝑠
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
𝑎 = 125/ 25
𝑎 = 5 𝑚/𝑠²
3. A
𝑉𝑖 = 100 𝐾𝑚/ℎ = 27,8 𝑚/𝑠
𝑉𝑓 = 260 𝐾𝑚/ℎ = 72,2 𝑚/𝑠
𝑡𝑖 = 0 𝑠
𝑡𝑓 = 4 𝑠
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
𝑎 = (72,2 – 27,8) / (4 – 0)
𝑎 = 44,4 / 4
𝑎 = 11,11 𝑚/𝑠²
4. B
Como o móvel afasta-se do referencial, o seu movimento é progressivo. Além disso, pelo fato de sua
velocidade diminuir com o tempo, dizemos que o seu movimento é retardado. Portanto, o movimento em
questão é progressivo e retardado.
5. C
Utilizaremos a fórmula da aceleração média para resolver esse exercício:
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
Para resolver esse exercício, é necessário perceber que, como o seu movimento é retardado, a sua
aceleração é negativa (-2 m/s²). Além disso, como o exercício pede que determinemos o instante em que
o sentido do movimento é invertido, esse instante corresponderá àquele quando a velocidade do móvel
se tornará nula, além disso, consideraremos o instante inicial do movimento como 0. Observe o cálculo:
30 − 0
𝑎= = 6𝑚/𝑠²
5
De acordo com o resultado encontrado, o tempo necessário para o móvel inverter o seu sentido de
movimento é de 10 s
5
Física
6. C
Para resolvermos esse exercício, devemos usar a fórmula da velocidade média, além disso, também é
necessário converter a velocidade que está em quilômetros por hora para metros por segundo. Para
tanto, devemos dividir a velocidade pelo fator 3,6. Observe os cálculos:
𝑣 = 100𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 27,7 𝑚/𝑠
27,7 − 0
𝑎= = 2,5𝑚/𝑠²
11
7. B
𝑣 = 54𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 15 𝑚/𝑠
𝑣 = 36𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 10 𝑚/𝑠
15 − 10
𝑎= = 2 𝑚/𝑠²
2,5
8. D
𝑣=0
𝑣0 = 30𝑚/𝑠
𝑎 = −2𝑚/𝑠²
Δ𝑡 = ?
𝑣 − 𝑣0 0 − 30
𝑎= ⟶ −2 =
Δ𝑡 Δ𝑡
Δ𝑡 = 15𝑠
9. B
𝑣=0
𝑣0 = 90𝑘𝑚/ℎ = 25𝑚/𝑠
𝑎 = −5𝑚/𝑠²
Δ𝑡 = ?
𝑣 − 𝑣0 0 − 25
𝑎= ⟶ −5 =
Δ𝑡 Δ𝑡
Δ𝑡 = 5 𝑠
10. A
𝑣 =?
𝑣0 = 0𝑘𝑚/ℎ
𝑎 = 3𝑚/𝑠²
Δ𝑡 = 8𝑠
𝑣 − 𝑣0 𝑣−0
𝑎= ⟶ 3=
Δ𝑡 8
𝑣 = 3.8 = 24 𝑚/𝑠
6
Física
Resumo
Figura 01 – Velocimetro
A figura 01 é uma iamgem classifca de filmes de ação como Velozes e Furiosos que demonstram um
momento de ação! A função do velocimetro é medir a velocidade do carro durante a trajetória e, mostrar como
essa velocidade pode mudar ou não. O Movimento retilíneo uniformemente variado (M.U.V) descreve um
corpo que apresenta um movimento com aceleração constante (𝑎 = 𝑐𝑡𝑒), ou seja, esse corpo apresenta
variações de velocidade com o passar do tempo.
Aceleração
Antes de começarmos a monstrar as formulas, precisamos definir o que é aceleração. Para a Física,
aceleração é a mudança do valor da velocidade de um corpo em função do tempo. Logo, podemos escrever
aceleração da seguinte forma:
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
1
Física
𝑎𝑡²
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉0 𝑡 +
2
Podemos modificar essa função para que ela não de a posição final do corpo, mas sim a deslocamento dele
por completo. Com o objeto de encontrar o deslocamento, podemos utilizar a função horária da posição da
seguinte forma:
𝑎𝑡²
∆𝑆 = 𝑉0 𝑡 +
2
Equação de Torricelli
A equação de Torricelli é a unica equação do M.U.V que não utilizar a grandeza tempo para descrever a
trajetória, sendo ela um trunfo para quando você não tiver tempo como dado do seu problema. Essa equação
apresenta seguinte forma:
𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑎∆𝑆
Com essas três equações, a duvida sempre aparece durante as questõa: Qual dessas formulas eu devo usar?
Para responder essa pergunta, você precisa separar todos os dados que a questão forneceu e analisa-los. Os
dados definem qual formula você deve utilizar.
Classificação do movimento
Assim como foi feito em M.U, podemos classificar o movimento de um corpo em M.U.V a partir da direção e
sentido da aceleração em relação a trajetória. O seu movimento será:
• Acelerado: Caso a aceleração apresente a mesma direção e sentido da trajetória.
• Retardado: Caso a aceleração apresente a mesma direção, mas sentido oposto a trajetória.
Como pode ver, a classificação do M.U.V pode ser feita junto da classificação do M.U. Então, para facilitar a
sua vida, montamos uma tabela para você entender como classificar o movimento.
2
Física
Exercícios
1. Uma motocicleta tem velocidade inicial de 20 m/s e adquire uma aceleração constante e igual a
2m/s². Qual a velocidade em km/h ao percorrer 100 m?
a) 95,2 km/h
b) 98,4 km/h
c) 101,8 km/h
d) 104,8 km/h
2. Uma motocicleta tem velocidade inicial de 90km/h e adquire uma aceleração constante e igual a
2m/s². Qual a velocidade em km/h ao percorrer 68,75 m ?
a) 100 km/h
b) 108 km/h
c) 115 km/h
d) 120 km/h
3. Sabendo que a velocidade de uma aeronave no momento de decolagem é 300m/s, com aceleração
constante de 50 m/s², calcule quantos metros sobre a pista ela percorre a partir do repouso.
a) 800 m
b) 850 m
c) 870 m
d) 900 m
4. Sabendo que a velocidade de uma aeronave no momento de decolagem é 900 km/h, com aceleração
constante de 40 m/s², calcule quantos metros sobre a pista ela percorre a partir do repouso.
a) 781,3 m
b) 721,6 m
c) 700,2 m
d) 681,0 m
3
Física
5. Um carro com velocidade de 72 Km/h é freado com uma aceleração constante, contrária ao movimento,
de 10m/s² até parar. A distância em metros percorrida pelo carro desde o instante da aplicação dos
freios até parar vale:
a) 1
b) 10
c) 20
d) 30
6. Um motorista está viajando de carro em uma estrada a uma velocidade constante de 90 km/h, quando
percebe um cavalo a sua frente e resolve frear, imprimindo uma desaceleração constante de 18km/h
por segundo. Qual a distância mínima de frenagem em metros?
a) 10
b) 21
c) 40,5
d) 62,5
Em relação ao movimento descrito por esse gráfico, assinale somente a alternativa correta.
a) Trata-se de um movimento regressivo com aceleração positiva.
b) Trata-se de um movimento progressivo e com aceleração constante.
c) Trata-se de um movimento uniforme e progressivo.
d) Trata-se de um movimento retilíneo uniformemente retardado.
4
Física
Em relação ao movimento descrito pelo diagrama mostrado acima, assinale a alternativa correta:
a) Trata-se de um movimento uniforme e progressivo.
b) Trata-se de um movimento regressivo e retardado.
c) Trata-se de um movimento progressivo e retardado.
d) Trata-se de um movimento regressivo e acelerado.
9. Analise o diagrama da posição (s) em função do tempo (t) abaixo e assinale a alternativa correta:
5
Física
a) 87,5m
b) 67,5m
c) 43,75m
d) 35,5m
6
Física
Gabarito
1. C
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
𝑣² = 20² + 2.2.100
𝑣² = 400 + 400
𝑣² = 800
𝑣 = √800
𝑣 = 28,28 𝑚/𝑠 𝑥 3,6
𝑣 = 101,8 𝑘𝑚/ℎ
2. B
90𝑘𝑚/ℎ = 25𝑚/𝑠
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
𝑣 2 = 252 + 2.2.68,75
𝑣² = 625 + 275
𝑣² = 900
𝑣 = √900
𝑣 = 30 𝑚/𝑠 𝑥 3,6
𝑣 = 108 𝑘𝑚/ℎ
3. D
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
300² = 0² + 2.50. 𝛥𝑠
90 000 = 100. 𝛥𝑠
90 000 ÷ 100 = 𝛥𝑠
900 = 𝛥𝑠
4. A
900 𝑘𝑚/ℎ = 250 𝑚/𝑠
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
250² = 0² + 2.40. 𝛥𝑠
62500 = 80. 𝛥𝑠
90 000 ÷ 100 = 𝛥𝑠
781,3 = 𝛥𝑠
5. C
O primeiro passo é transformar as unidades métricas.
𝑣0 = 72 𝑘𝑚/ℎ = 20𝑚/𝑠
Obs: Observe quando o texto diz que o carro é freado, isso indica uma aceleração negativa que é
confirmada quando ele indica que tal aceleração é contrária ao movimento. Quando o carro para indica
que a velocidade final é zero.
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
0² = 20² + 2. (−10) 𝛥𝑠
0² = 400 − 20𝛥𝑠
−400 = −20 𝛥𝑠
−400 ÷ 20 = − 𝛥𝑠
−20 = − 𝛥𝑠 (−1)
𝛥𝑠 = 20𝑚
7
Física
6. D
Primeiro vamos transformar a velocidade inicial de km/h para m/s, em seguida vamos analisar a
aceleração, pois quando o motorista desacelera indica que ele pisa nos freios, ou seja, temos uma
aceleração negativa que está em km/h e precisa ser transformada em m/s por s que será a mesma coisa
que m/s².
𝑣𝑜 = 90𝑘𝑚/ℎ = 25 𝑚/𝑠
𝑎 = 18 𝑘𝑚/ℎ = − 5𝑚/𝑠²
𝑣 = 0
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
0² = 25² + 2. (−5). 𝛥𝑠
0 = 625 − 10𝛥𝑠
−625 = −10𝛥𝑠
−625 ÷ 10 = −𝛥𝑠
−62,5 = − 𝛥𝑠 . (−1)
𝛥𝑠 = 62,5𝑚
7. B
O gráfico apresenta a velocidade variando de forma linear em relação ao tempo, indicando que a
aceleração desse móvel é constante. Além disso, por estar disposta acima do eixo das abscissas (eixo
t), a velocidade é positiva, indicando que o movimento é progressivo.
8. C
O diagrama mostrado na figura apresenta a velocidade sendo reduzida em função do tempo linearmente,
o que indica que a desaceleração presente no movimento é constante. Dessa forma, podemos identificá-
lo como um movimento retardado. Além disso, a velocidade, apesar de estar diminuindo em módulo,
continua positiva, indicando que o corpo ainda se afasta do referencial, configurando, portanto, um
movimento progressivo. Com isso, dizemos que esse movimento é progressivo e retardado.
9. B
Quando a velocidade de um móvel é uniformemente variada, dizemos que sua aceleração é constante.
Além disso, o seu deslocamento pode ser calculado por meio da função horária da posição do MUV.
𝑎. 𝑡²
Δ𝑆 = 𝑣0 . 𝑡 +
2
Analisando a expressão acima, é possível perceber a sua dependência temporal com o quadrado do
tempo (t ), de forma que o gráfico de posição em função do tempo deve ser uma parábola de concavidade
voltada para cima, nos casos de aceleração positiva, ou para baixo, quando a aceleração do móvel é
negativa.
10. A
É possível calcular o deslocamento sofrido pelo móvel por meio da área abaixo da curva da velocidade.
Analisando o diagrama, vemos que a figura em questão é um trapézio, cuja área pode ser calculada pela
relação a seguir:
(𝐵 + 𝑏). ℎ (30 + 5). 5
𝐴𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = = = 87,5𝑚
2 2
8
Física
Resumo
Introdução
Observe as seguintes figuras:
1
Física
Do exposto, podemos concluir que a variação total do comprimento ∆L sofrida pelo fio é
diretamente proporcional ao seu comprimento inicial L0.
𝛥𝐿 = 𝐿0 𝛼𝛥𝜃
𝐿 − 𝐿0 = 𝐿0 𝛼 ∆𝜃
𝐿 = 𝐿0 + 𝐿0 𝛼 ∆𝜃
𝐿 = 𝐿0 (1 + 𝛼 ∆𝜃)
A representação gráfica do comprimento L em função da temperatura θ está feita abaixo.
2
Física
𝛼 𝑒𝑚 𝑜𝐶 −1
Substância
Zinco 26 . 10-6
Alumínio 24 . 10-6
Latão 10 . 10-6
Prata 19 . 10-6
Bronze 18 . 10-6
Cobre 16 . 10-6
Ouro 14 . 10-6
Ferro 13 . 10-6
Concreto 12 . 10-6
Platina 9 . 10-6
Vidro comum 8 . 10-6
Vidro pirex 4 . 10-6
Porcelana 3 . 10-6
Invar* 1 . 10-6
* Liga de níquel e ferro. Invar é redução do francês invariable (invariável), por causa de seu baixo coeficiente de dilatação térmica.
Lâminas bimetálicas
Você já deve ter visto uma árvore de natal enfeitada com muitas lâmpadas pisca-pisca. Também já deve ter
notado que de tempos em tempos a geladeira se desliga automaticamente, voltando a funcionar após alguns
minutos.
Nessas duas situações, é uma lâmina bimetálica que liga e desliga os circuitos elétricos. A lâmina bimetálica
é constituída de duas lâminas de materiais diferentes, “coladas” uma à outra, que incialmente possuem
comprimentos iguais. Quando a corrente elétrica passa pela lâmina bimetálica, ela se aquece, o que provoca
dilatações diferentes nos metais. Por exemplo, se usássemos alumínio (a = 24 . 10 -6 ºC-1) em uma das faces
cobre (a = 16 . 10-6 ºC-1) na outra, teríamos uma dilatação maior para o alumínio. A lâmina iria se encurvar, e
o alumínio ficaria na face convexa. Isso seria suficiente para interromper a corrente elétrica, apagando as
lâmpadas ou desligando a geladeira.
Após algum tempo, a lâmina esfria, diminuindo de tamanho devido à contração térmica. O metal que se dilata
mais ao ser aquecido é aquele que se contrai mais ao ser esfriado. Ao voltar ao comprimento inicial, a lâmina
fecha o circuito, que volta a ser percorrido por corrente elétrica, até que um novo aquecimento provoque
curvatura na lâmina.
3
Física
Aquecendo-se a placa até uma temperatura θ (θ > θ0), o aumento de suas dimensões lineares produz uma
dilatação da sua área, calculada por:
∆𝐴 = 𝐴0 𝛽∆𝜃
Vamos agora colocar as duas partes no interior de um forno preaquecido. Depois de alguns minutos, usando
luvas térmicas apropriadas, tentaremos encaixar no orifício a parte que foi retirada. Será que conseguiremos
encaixá-la? Sim, conseguiremos! Ela encaixa! Isso ocorre porque, na placa, o aquecimento provocará uma
dilatação “para fora”, isto é, tudo se passa como se o buraco estivesse preenchido do material da placa.
Assim, o pedaço retirado irá se dilatar e o buraco também e, a qualquer temperatura que se aqueça o conjunto,
placa e pedaço retirado, o encaixe ocorrerá.
Do exposto acima podemos concluir que, no aquecimento, os orifícios encontrados em placas ou blocos
aumentarão de tamanho e, no resfriamento , diminuirão de tamanho. Tudo acontecendo como se a placa ou
o bloco tivessem buracos preenchidos do mesmo material existente ao seu redor.
Nos cálculos para se determinar comprimentos, larguras, áreas ou volumes de buracos, usaremos as
equações da dilatação e iremos considerar o coeficiente de dilatação do material do corpo que o forma o
buraco.
4
Física
𝑉 = 𝑉0 (1 + 𝛾∆𝜃) ou ∆𝑉 = 𝑉0 𝛾∆𝜃
𝛼 𝛽 𝛾
= =
1 2 3
O comportamento dos buracos nos sólidos volumétricos é semelhante aos sólidos superficiais!
5
Física
Exercícios
1. Uma dona de casa resolveu fazer uma salada para o jantar, mas não conseguiu abrir o frasco de
palmito, que tem tampa metálica. Porém, lembrando-se de suas aulas de Física, ela mergulhou a tampa
da embalagem em água quente durante alguns segundos e percebeu que ela abriu facilmente. Isso
provavelmente ocorreu porque:
a) reduziu-se a força de coesão entre as moléculas do metal e do vidro;
b) reduziu-se a pressão do ar no interior do recipiente;
c) houve redução da tensão superficial existente entre o vidro e o metal;
d) o coeficiente de dilatação do metal é maior que o do vidro;
e) o coeficiente de dilatação do vidro é maior que o do metal.
2. Uma régua de alumínio tem comprimento de 200,0 cm a 20 °C. O valor, em centímetros, do seu
comprimento a 60 °C é:
Dado: coeficiente de dilatação linear do alumínio = 2,5 · 10 –5 K–1
a) 200 cm
b) 200,2 cm
c) 300,5 cm
d) 202 cm
e) 305 cm
3. Uma barra metálica, inicialmente à temperatura de 20 °C, é aquecida até 260 °C e sofre uma dilatação
igual a 0,6% de seu comprimento inicial. O coeficiente de dilatação linear médio do metal nesse
intervalo de temperatura é:
a) 2,5 · 10–5 °C–1
b) 3,5 · 10–5 °C–1
c) 4,5 · 10–5 °C–1
d) 5,5 · 10–5 °C–1
e) 6,5 · 10–5 °C–1
6
Física
4. Em uma atividade de laboratório, um aluno do IFCE dispõe dos materiais listados na tabela a seguir. Se
o professor pediu a ele que selecionasse, dentre as opções, aquele material que possibilita maior
dilatação volumétrica para uma mesma variação de temperatura e um mesmo volume inicial, a escolha
correta seria
a) alumínio.
b) chumbo.
c) aço.
d) cobre.
e) zinco.
6. Um mecânico de automóveis precisa soltar um anel que está fortemente preso a um eixo. Sabe-se que
o anel é feito de aço, de coeficiente de dilatação linear 1,1 · 10 –5 °C–1. O eixo, de alumínio, tem
coeficiente 2,3 · 10–5 °C–1. Lembrando que tanto o aço quanto o alumínio são bons condutores
térmicos e sabendo que o anel não pode ser danificado e que não está soldado ao eixo, o mecânico
deve:
a) aquecer somente o eixo.
b) aquecer o conjunto (anel + eixo).
c) resfriar o conjunto (anel + eixo).
d) resfriar somente o anel.
e) aquecer o eixo e, logo após, resfriar o anel.
7
Física
Com essas informações, o estudante resolveu calcular a distância mínima entre dois trilhos de trem. O
valor que ele encontrou foi de:
Dado: coeficiente de dilatação linear do aço = 1,1 · 10–5 °C–1
a) 2,2 mm
b) 4,4 mm
c) 5,6 mm
d) 9 mm
e) 55 mm
8. A cada ano, milhares de crianças sofrem queimaduras graves com água de torneiras fervendo. A figura
a seguir mostra uma vista em corte transversal de um dispositivo antiescaldante, bem simplificado,
para prevenir este tipo de acidente.
Dentro do dispositivo, uma mola feita com material com um alto coeficiente de expansão térmica
controla o êmbolo removível. Quando a temperatura da água se eleva acima de um valor seguro
preestabelecido, a expansão da mola faz com que o êmbolo corte o fluxo de água. Admita que o
comprimento inicial L da mola não tensionada seja de 2,40 cm e que seu coeficiente de expansão
volumétrica seja de 66,0x10-6 ºC-1. Nas condições acima propostas o aumento no comprimento da
mola, quando a temperatura da água se eleva de 30 C, ° é de:
a) 1,58x10-3 cm
b) 4,74x10-3 cm
c) 3,16x10-3 cm
d) 2,37x10-3 cm
8
Física
9. A caminho da erradicação da pobreza, para poder contemplar a todos com o direito à habitação, as
novas edificações devem ser construídas com o menor custo e demandar cuidados mínimos de
manutenção. Um acontecimento sempre presente em edificações, e que torna necessária a
manutenção, é o surgimento de rachaduras. Há muitas formas de surgirem rachaduras como, por
exemplo, pela acomodação do terreno ou ocorrência de terremotos. Algumas rachaduras, ainda,
ocorrem devido à dilatação térmica. A dilatação térmica é um fenômeno que depende diretamente do
material do qual o objeto é feito, de suas dimensões originais e da variação de temperatura a que ele é
submetido.
Considere dois muros feitos com o mesmo material, sendo que o menor deles possui uma área de
superfície igual a 100 m², enquanto que o maior tem 200 m². Se o muro menor sofrer uma variação de
temperatura de + 20ºC e o maior sofrer uma variação de + 40ºC, a variação da área da superfície do
muro maior em relação à variação da área da superfície do muro menor, é:
a) quatro vezes menor.
b) duas vezes menor.
c) a mesma.
d) duas vezes maior.
e) quatro vezes maior.
10. Uma lâmina bimetálica é constituída de duas placas de materiais diferentes, M1 e M2, presas uma à
outra. Essa lâmina pode ser utilizada como interruptor térmico para ligar ou desligar um circuito elétrico,
como representado, esquematicamente, na figura I:
Quando a temperatura das placas aumenta, elas dilatam-se e a lâmina curva-se, fechando o circuito
elétrico, como mostrado na figura II. Esta tabela mostra o coeficiente de dilatação linear α de diferentes
materiais:
9
Física
Considere que o material M1 é cobre e o outro, M2, deve ser escolhido entre os listados nessa tabela.
Para que o circuito seja ligado com o menor aumento de temperatura, o material da lâmina M2 deve ser
o:
a) aço.
b) alumínio.
c) bronze.
d) níquel.
10
Física
Gabarito
1. D
O coeficiente de dilatação do metal é maior que o do vidro. Ao ser mergulhada na água quente, a tampa
de metal dilata mais do que o vidro, soltando-se.
2. B
∆𝐿 = 𝐿0 𝛼∆𝜃
∆𝐿 = 200,0 . 2,5 . 10−5 . (60 − 20)(𝑐𝑚)
∆𝐿 = 0,2𝑐𝑚
Portanto:
𝐿 = 𝐿0 + ∆𝐿
∆𝐿 = 200,0 + 0,2 (𝑐𝑚)
𝐿 = 200,2 𝑐𝑚
3. A
𝐿0 → 100%
0,6 𝐿0
∆𝐿 → 0,6% ⇒ ∆𝐿 =
100
Como
∆𝐿 = 𝐿0 𝛼∆𝜃,
Então:
0,6 . 𝐿0
= 𝐿0 𝛼∆𝜃
100
6 . 10−3 = 𝛼 . (260 − 20)
𝛼 = 2,5 . 10−5 °𝐶 −1
4. B
O material que possibilita maior dilatação é o de maior coeficiente, no caso, o chumbo.
5. A
O volume inicial V0 corresponde a 100% e a variação de volume ΔV, a 0,09%. Assim, podemos escrever
a relação:
0,09𝑉0
∆𝑉 =
100
0,09𝑉0
Como: ∆𝑉 = 𝑉0 𝛾∆𝜃, então = 𝑉0 𝛾∆𝜃
100
Mas 𝛾 = 3𝛼
Portanto
0,09
= 3𝛼(80 − 20)
100
𝛼 = 5 . 10−6 °𝐶 −1
11
Física
6. C
Como αAl > αaço, ao resfriarmos o conjunto, o eixo de alumínio irá se contrair mais que o anel de aço,
ocorrendo a separação.
7. B
∆𝑉 = 𝐿0 𝛼∆𝜃
Como: 𝐿0 = 10𝑚 = 10000𝑚𝑚
Vem:
∆𝐿 = 1000 . 1,1 . 10−5 . (50 − 10)
∆𝐿 = 4,4𝑚𝑚
8. A
A dilatação térmica da mola é dada por: ∆𝐿 = 𝐿0 . 𝛼 . ∆𝑇
São dados o comprimento inicial da mola L0, a variação de temperatura ΔT e o coeficiente de expansão
volumétrica γ. Este último dado é uma “pedaginha”, pois necessitamos é do coeficiente de dilatação
linear do material α, que é a terça parte do coeficiente volumétrico:
𝛾 66,0 𝑥 10−6 ℃−1
𝛼= ⇒ 𝛼= ∴ 𝛼 = 22,0 𝑥 10−6 ℃−1
3 3
Agora calculando a dilatação linear, temos:
∆𝐿 = 2,40𝑐𝑚 . 22,0 𝑥 10−6 ℃−1 . 30 ℃ ∴ ∆𝐿 = 1,584 . 10−3 𝑐𝑚
9. E
Dilatação térmica do muro maior:
∆𝑆1 = 𝑆01 . 𝛽 . ∆𝜃1 ⇒ ∆𝑆1 = 200𝑚2 . 𝛽 . 40 ℃ ∴ ∆𝑆1 = 800 𝑚2 . 𝛽 . ℃
10. B
Para que a lâmina se curve com o menor aumento de temperatura, a lâmina M2 deverá ter o maior
coeficiente de dilatação (o alumínio).
12
Geografia
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Geografia
Resumo
A Revolução Industrial consiste em uma mudança radical no modo de transformar a matéria. Ela ocorre a
partir da invenção de ferramentas que otimizaram a produção de certos gêneros sendo que, posteriormente,
essas ferramentas foram se tornam máquinas, ou seja, objetos que o homem comanda a ação, e que fazem
as mesmas funções que ele, só que de maneira mais rápida e constante. As revoluções industriais indicam
portanto novas formas de produzir, alterando a organização espacial, o mundo do trabalho e as dinâmicas
locais dadas até então. A constante evolução técnica e diversas outras características permitem dividir esse
processo em três ou quatro fases, as quais começaremos estudando agora.
A Primeira Revolução Industrial (Século XVIII - 1789) deriva de um momento caracterizado pela mudança dos
processos artesanais (produção manual sem uso de máquinas) para as maquinofaturas (intenso uso de
máquinas no processo de fabricação). Ela aconteceu na Inglaterra, sendo este o país que saiu à frente do
processo industrial. A Inglaterra passava por um período de estabilidade política, e era uma grande
exportadora de tecidos, o que permitiu o desenvolvimento de pequenas e médias fábricas para otimizar a
produção têxtil. Além disso, ela tinha o controle de diversos portos e navios, que permitiram escoar a
produção e ampliar o mercado consumidor de seus produtos. Ela contava com a matéria prima de seu
território e também de suas colônias. Nesse sentido, o carvão mineral, substituindo a queima de madeira,
serviu como o combustível principal para as máquinas a vapor desenvolvidas. Essas máquinas permitiram
aumentar a produtividade diminuindo o custo de produção, causando uma crise no sistema artesanal.
Os trabalhadores que, anteriormente contavam com maior autonomia e maior domínio de todos os processos
produtivos, passam a se assalariar nessas pequenas e médias fábricas têxteis que estavam surgindo. Os
fatores de localização da indústria eram muito regulados pela disponibilidade de matéria prima, dada a
dificuldade do desenvolvimento dos transportes naquele período. Diz-se que o modelo produtivo da primeira
revolução industrial, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido como
padrão manchesteriano. Sobre isto, é importante destacar que não é propriamente um modelo produtivo, mas
uma característica das fábricas na cidade de Manchester, Reino Unido.
1
Geografia
A Segunda Revolução Industrial (Século XIX - 1850) é a evolução produtiva dessa primeira fase, com a
incorporação de um modelo produtivo. Ela ocorreu no final do século XIX, e contou com países como Japão,
EUA, Alemanha, Inglaterra e França, dada as transformações vividas na geopolítica mundial ao longo dos
anos. Podemos diferencia-la da prímeira, pelo uso do petróleo como principal combustível. Sobre isso é
importante frisar que, embora o petróleo e a eletricidade sejam símbolos da Segunda Revolução Industrial, o
carvão mineral nunca deixou de ser usado. Ainda hoje, o petróleo e o carvão mineral são os combustíveis
fósseis mais utilizados no mundo. De qualquer forma, o motor a combustão, e não mais a vapor, possibilitou
o surgimento de novos produtos. Além disso, as fábricas e indústrias começaram a se tornar mais complexas,
com destaque para as indústrias siderúrgicas, que transformavam o metal em aço, e nas indústrias
automobilísticas.
Sobre os fatores locacionais, é importante frisar que as indústrias naquele período eram enormes, pois
possuíam em si todas as etapas do processo de produção. Contava também com as vilas operárias onde
moravam os trabalhadores, muito próximas das fábrica, o que, somado aos níveis de exploração do trabalho,
facilitava a formação de sindicatos e movimentos trabalhistas.
O modelo produtivo, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido como
Fordismo-Taylorismo. Esse modelo contava com uma alta fragmentação das tarefas, onde cada trabalhador
era especializado em uma única função repetitiva, num regime de trabalho rígido. Chama-se nesse período
mão de obra alienada, por conta do trabalhador não conseguir enxergar no produto final, a etapa do seu
trabalho. É um modelo de produção em massa que conta com as linhas ou esteiras de montagem para
aumentar a produtividade. O empregador ditava o ritmo da produção do empregado por meio delas. Além
disso, o trabalho era bem simples, o que possibilitou contratação de muitas pessoas, havendo diversas
denúncias de trabalho infantil dentro dessas fábricas. Até hoje, existem indústrias mais simples que se
organizam dessa forma.
2
Geografia
• De modo geral, vamos ver na tabela as principais características e diferenças das duas Revoluções
Industriais estudadas:
3
Geografia
Exercícios
1. Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da
natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a
escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do
relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso - todas
as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).
2. “Segundo Braverman: O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão
manufatureira do trabalho [...] A divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum
idêntica ao fenômeno da distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção [...].”
BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. p. 70.
Com base no texto, o que difere a divisão do trabalho na indústria capitalista das formas de distribuição
anteriores do trabalho é
a) A formação de associações de ofício que criaram o trabalho assalariado e a padronização de
processos industriais.
b) A realização de atividades produtivas sob a forma de unidades de famílias e mestres, o que
aumenta a produtividade do trabalho e a independência individual de cada trabalhador.
c) O exercício de atividades produtivas por meio da divisão do trabalho por idade e gênero, o que leva
à exclusão das mulheres do mercado de trabalho.
d) O controle do ritmo e da distribuição da produção pelo trabalhador, o que resulta em mais riqueza
para essa parcela da sociedade.
e) A subdivisão do trabalho de cada especialidade produtiva em operações limitadas, o que conduz
ao aumento da produtividade e à alienação do trabalhador.
4
Geografia
3.
Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram a Primeira Revolução Industrial, a
alternativa correta é:
a) Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende-se até meados do século XIX. A invenção
da máquina a vapor e o uso do carvão como fonte de energia primária marcam o início das
mudanças nos processos produtivos.
b) O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas para o início da industrialização devido
à intensa acumulação de capitais no decorrer do Capitalismo Financeiro.
c) Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, o metalúrgico e o automobilístico.
d) As transformações produtivas desta fase atingiram rapidamente outros países como a Alemanha,
França e Estados Unidos ainda no Século XVIII.
e) Foi marcado pelo harmônico período entre indústria e meio ambiente, uma vez que os níveis de
poluição eram considerados de poucos danos em escala mundial.
5
Geografia
5.
6. A Segunda Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, nos EUA, período em que
a eletricidade passou gradativamente a fazer parte do cotidiano das cidades e a alimentar os motores
das fábricas, caracterizou-se pela administração científica do trabalho e pela produção em série.
MERLO, A. R. C.; LAPIS, N. L. A saúde e os processos de trabalho no capitalismo: reflexões na interface da psicodinâmica do
trabalho e da sociologia do trabalho. Psicologia e Sociedade, n. 1, abr. 2007.
De acordo com o texto, na primeira metade do século XX, o capitalismo produziu um novo espaço
geoeconômico e uma revolução que está relacionada com a
a) proliferação de pequenas e médias empresas, que se equiparam com as novas tecnologias e
aumentaram a produção, com aporte do grande capital.
b) técnica de produção fordista, que instituiu a divisão e a hierarquização do trabalho, em que cada
trabalhador realizava apenas uma etapa do processo produtivo.
c) passagem do sistema de produção artesanal para o sistema de produção fabril, concentrando-se,
principalmente, na produção têxtil destinada ao mercado interno.
d) independência política das nações colonizadas, que permitiu igualdade nas relações econômicas
entre os países produtores de matérias-primas e os países industrializados.
e) constituição de uma classe de assalariados, que possuíam como fonte de subsistência a venda
de sua força de trabalho e que lutava pela melhoria das condições de trabalho nas fábricas.
6
Geografia
7.
Ronald Findlay e Kevin O’Rourke. Power and Plenty: Trade,War, and theWorld Economy in the Second Millennium. Princeton:
Princeton University Press, 2007. Adaptado.
7
Geografia
8.
Por meio da imagem presente na tela, é possível identificar uma das principais características da
sociedade liberal burguesa construída ao longo do século XIX. Essa característica pode ser definida
como:
a) obtenção do lucro
b) valorização do exotismo
c) preservação da natureza
d) exaltação do individualismo
e) aumento de tecnologia moderna
9. Quanto mais complicada se tomou a produção industrial, mais numerosos passaram a ser os
elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância
fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento só poderia
ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis a compra. Agora eles tinham que ser
organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência de um sistema de
mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se garante
a autorregulação por meio de mercados competitivos interdependentes.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (adaptado).
8
Geografia
10. Podemos dizer que, na segunda metade do século XIX, iniciou-se a "era do petróleo e da eletricidade".
A partir de 1870, principalmente, houve não só uma gigantesca expansão da economia mundial,
firmemente sustentada na industrialização de numerosos países, como a aceleração da produção de
mercadorias e grande concentração de capitais para investimento.
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Geografia
Gabarito
1. E
Dominar a luz foi um passo fundamental para superar o tempo da natureza. Com o sucessivo avanço
das técnicas de iluminação noturna, foi possível “colonizar” a noite. Esse processo, concomitantemente
ao desenvolvimento capitalista, permitiu cada vez mais usar o período noturno para o trabalho humano,
aumentando a jornada de trabalho e a produtividade.
2. E
A divisão do trabalho tem como intencionalidade a desarticulação do conhecimento do trabalhador
acerca do produto. As operações limitadas compõem uma domesticação do corpo do trabalhador.
3. A
O advento da Revolução Industrial derivou de uma série de inovações tecnológicas (ex: motor a vapor),
responsáveis pelo aumento da produção e de uma consequente mudança em nível de organização da
sociedade.
4. A
Somente após a Segunda Guerra Mundial, Portugal, ao contrário dos demais países que tiveram
industrialização precoce e hegemônica, pôde aprofundar-se na sua industrialização, logo, não se
destacou ao longo do século XIX, como os outros países mencionados na questão.
5. A
Muitos pontos colaboram para o desenvolvimento de um processo de industrialização, entre eles, a
disposição de capital é fundamental, no caso inglês, o acúmulo dos períodos mercantilistas garantiu o
recurso.
6. B
O fordismo, modelo de produção traduzido pela divisão do trabalho dentro do ambiente fabril e pela linha
de montagem, é típico da Segunda Revolução Industrial.
7. C
A questão trabalha análise de tabela e relacionamento com a Revolução Industrial. O pioneirismo inglês
é amplamente conhecido, contudo, o destaque da Bélgica também foi bastante importante. Os dados
mostram exatamente isso, não necessitando de prévios conhecimentos específicos.
8. D
A imagem de um homem sozinho no topo da montanha pode ser associada a uma característica da
ideologia liberal burguesa, que é o culto ao direito individual e individualismo.
9. C
A consolidação do capitalismo industrial provocou mudanças importantes na organização da sociedade,
a exemplo da divisão social em classes (burguesia e proletariado), a acumulação de capital através da
elevação dos lucros, a propriedade privada dos meios de produção e a difusão do trabalho assalariado.
10. C
Os avanços técnicos e produtivos da Segunda Revolução Industrial possibilitaram o surgimento de
grandes complexos industriais que passaram a ser organizar grandes conglomerados.
10
Geografia
Resumo
A Geografia é uma ciência que tem como objeto de estudo o espaço geográfico, isto é, o espaço natural
modificado permanentemente pelo homem por meio do seu trabalho e das técnicas por ele utilizadas. Nesse
contexto, existem outros três conceitos que precisam ser diferenciados. São eles:
• Meio natural: Corresponde ao momento em que o ganho era determinado pela natureza, isto é, a
produção dependia do tempo da natureza.
• Chamamos de meio natural ou espaço natural o período da história no qual a produtividade humana
dependia dos fatores naturais. As atividades humanas que garantiam a sobrevivência se baseavam
basicamente em coleta, extração e caça. A humanidade se utilizava de um determinado espaço até
que as intemperes naturais ocasionassem a necessidade de deslocamento, conhecido como
nomadismo. Com o tempo, a humanidade passa desenvolver técnicas de controle do ambiente
como o plantio, a agricultura, o armazenamento de alimentos (com destaque para a invenção dos
potes), a domesticação e cruzamento de espécies e técnicas de irrigação. Com isso, o homem se
sedentariza, formando as primeiras aldeias fixas que originariam as primeiras vilas e cidades. A
essa mudança histórica damos o nome de Revolução Neolítica. Essa mudança da relação da
humanidade com o meio possibilitou não apenas um enorme crescimento populacional, mas
marcou a passagem do meio natural para o dito espaço geográfico, uma vez que, a partir desse
momento, a escala de interferência e domínio da humanidade sobre os processos ambientais passa
a crescer vertiginosamente.
• Meio técnico: A partir da Revolução Industrial (mudança abrupta na forma de produzir), o ganho passou
a ser determinado pela capacidade de produzir. É nesse sentido que os países pioneiros no processo de
industrialização conseguiram uma grande acumulação de capital e, por isso, até pouco tempo, esses
países eram sinônimos de países ricos.
• Esse período marca a passagem do trabalho artesanal para o trabalho manufatureiro. É sabido que
a repetição do trabalho permite o desenvolvimento de técnicas e de máquinas que auxiliam na
produção. Com a revolução industrial, a produtividade aumenta em ritmo e volume. Nesse período
as transformações espaciais ambientais se tornam mais intensas sobretudo no que tange a
mineração e desenvolvimento urbano.
1
Geografia
A Revolução Industrial consiste em uma mudança radical no modo de transformar a matéria. A constante
evolução técnica e diversas outras características permitem dividir esse processo em três ou quatro fases,
que serão estudadas nesta e nas próximas aulas. Antes de estudar as características de cada uma dessas
fases, é importante destacar que a economia pode ser dividida em três setores. São eles:
• Setor primário: Corresponde à agricultura, à pecuária e ao extrativismo, atividades relacionadas à
obtenção/produção de matéria-prima.
• Setor secundário: Corresponde à indústria, isto é, a transformação da matéria-prima.
• Setor terciário: Corresponde ao comércio, bancos e serviços.
Sobre a evolução da relação sociedade x natureza e as transformações espaciais que esses diferentes
momentos implicam, uma importante contribuição é de um geografo que ficou conhecido como o precursor
da geografia humana. Ratzel foi um pensador alemão que ganhou destaque por sua obra “Antropogeografia”.
Este autor via o ser humano sob uma perspectiva biológica, estando este inserido nas relações de causa e
efeito que condicionam a vida no ambiente. De acordo com essa visão, o homem seria produto do meio, como
se as condições naturais determinassem a vida em sociedade. Essas ideias ficaram conhecidas na ciência
geográfica por ser caratér determinista, por enunciar que o espaço e as condições do ambiente determinam
as características sociais. Ele viveu ao longo do período da unificação alemã, sendo um intelectual engajado
no projeto estatal, legitimando o expansionismo com suas ideias. O objeto geográfico, para Ratzel, seria o
estudo da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade. Para ele, o meio define o
homem em suas posses, cultura, caráter, o que se reflete na sociedade que é definida pela natureza. O homem
deveria portanto utilizar os recursos da natureza para expandir a sociedade. Se os recursos são escassos, a
sociedade não se desenvolve. Para ele, quando a sociedade se organiza para defender seu território, se
transforma em estado. Nesse sentido, ele desenvolve o conceito de espaço vital que seriam as condições
espaciais e naturais para manutenção e consolidação do poder do organismo social sobre seu território.
Apesar de ser considerado determinista, sua contribuição para geografia foi ímpar por romper com uma
tendência meramente descritiva à época, ampliando os horizontes acerca da concepção espacial com seu
conceito, tanto sobre o ponto de vista biogeográfico, uma vez que a captação de recursos é o espaço que o
homem domina por meio do trabalho para sua sobrevivência, e do ponto de vista político, das relações de
poder e conquista de territórios.
2
Geografia
Exercícios
2. A história da incorporação das técnicas no espaço geográfico passou por três etapas distintas: o meio
natural, o meio técnico e o meio técnico-científico-informacional. Este é um meio geográfico onde o
território inclui necessariamente ciência, tecnologia e informação.
Ainda sobre o meio técnico-científico-informacional, pode-se afirmar:
a) inicia-se antes da Segunda Guerra Mundial e apresenta uma divisão técnica e social do trabalho
baseada na utilização intensiva de energia e de matéria-prima.
b) começa após a Segunda Guerra Mundial e organiza o espaço sob a estruturação de redes,
integradas virtualmente por meio das tecnologias da informação.
c) surge no início do século XX e apresenta uma produção de objetos técnicos e culturais por meio
de uma interação no espaço da ciência e da técnica.
d) emerge nas últimas décadas do século XX e considera o espaço como produto exclusivo de
reprodução da técnica e do uso de tecnologias de bases virtuais e digitais.
e) surge no início do século XVIII a partir da Revolução Industrial e corresponde à capacidade do
homem alterar o meio natural a partir da técnica.
3
Geografia
3.
4. A linhagem dos primeiros críticos ambientais brasileiros não praticou o elogio laudatório da beleza e
da grandeza do meio natural brasileiro. O meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial
econômico, sendo sua destruição interpretada como um signo de atraso, ignorância e falta de cuidado.
PADUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de
Janeiro:Zahar, 2002.
Descrevendo a posição dos críticos ambientais brasileiros dos séculos XVIII e XIX, o autor demonstra
que, via de regra, eles viam o meio natural como
a) ferramenta essencial para o avanço da nação.
b) dádiva divina para o desenvolvimento industrial.
c) paisagem privilegiada para a valorização fundiária.
d) limitação topográfica para a promoção da urbanização.
e) obstáculo climático para o estabelecimento da civilização.
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Geografia
5. “A poluição e outras ofensas ambientais ainda não tinham esse nome, mas já eram largamente notadas
no século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais. E a própria chegada ao campo das estradas
de ferro suscitou protestos. A reação antimaquinista, protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa
a batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o combate social contra os miasmas urbanos.”
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002 (adaptado).
6. Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa
produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução
tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas
consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução
Industrial, as quais incluem
a) a erradicação da fome no mundo.
b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas.
c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos.
d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura.
e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da
mecanização.
7. “O espaço geográfico é fruto de um processo que ocorre ao longo da história das diversas sociedades
humanas; dessa forma, representa interesses, técnicas e valores dessas mesmas sociedades, que o
constroem segundo suas necessidades. Então, é possível dizer que ele reflete o estágio de
desenvolvimento dos meios técnicos de cada sociedade”.
SILVA, A. C. et. al. Geografia contextos e redes 01. 1º ed. São Paulo: Moderna, 2013. p.19.
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Geografia
a) atividades industriais de alta tecnologia que não dispõem de uma moderna rede de infraestrutura
que permita a aceleração do fluxo da economia informacional, contribuindo, assim, para a repulsão
populacional.
b) intenso desenvolvimento e concentração espacial dos setores de alta tecnologia, em função dos
investimentos públicos e privados e da absorção de mão de obra migrante proveniente dos países
do Sul.
c) interconexão dos fluxos mundiais de informação e conhecimento, voltados para o
desenvolvimento tecnológico, produzindo, assim, um novo meio geográfico adaptado às
exigências da economia globalizada.
d) inovações tecnológicas que estão localizadas principalmente nas antigas zonas industriais dos
países asiáticos, com destaque para o Japão e a China, que são as maiores economias do mundo
capitalista na atualidade.
e) intenso desenvolvimento e fluxo de capital responsável pela absorção de todo o tipo de mão de
obra, criando grandes zonas industriais com forte ação sindical em função dos investimentos
privados.
9. “Esse autor, porém, traria a grande contribuição para a formulação esquemática do conhecimento
geográfico, com seu livro Antropogeografia e com a propagação das ideias deterministas, que
consideravam a existência de uma grande influência do meio natural sobre o homem. De formação
antropológica, ele foi bastante influenciado pelas ideias evolucionistas de Charles Darwin e Ernest
Haeckel, admitindo que, na luta pela vida, venceriam sempre os mais fortes e que a vitória dos mais
fortes, dos mais aptos sobre os mais fracos era o resultado lógico da luta pela vida”
(ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica. São Paulo: Ed. Atlas, 1987).
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Geografia
10. Ecossistema e meio geográfico são a mesma coisa? Não, e devemos ser enfáticos nisso a fim de
delimitar os diferentes campos de trabalho. A diferença substancial está no fato de que o homem,
vivendo em sociedade, não é um ser vivo a mais, nem se adapta à natureza de forma direta como os
animais. Sua relação com a natureza é demorada: primeiro, produz-se a adaptação com o meio social
e, através deste, ele se relaciona com o meio natural.
Adaptado de Wettstein, citado por Oliva e Giansanti
A leitura do texto nos permite afirmar que:
a) tanto as comunidades humanas como os animais relacionam-se do mesmo modo com a natureza.
b) os homens, individualmente, participam dos processos de adaptação e de transformação da
natureza.
c) os homens vivem independentemente da natureza.
d) os homens relacionam-se coletivamente com a natureza.
e) os homens não devem preocupar-se com a natureza, pois vivem independentemente dela.
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Geografia
Gabarito
1. C
A oposição entre os pensamentos determinista e possibilista marcou a história do pensamento
geográfico. O Possibilismo é uma corrente que defende a capacidade da ação humana de modificar o
meio e que o homem não é apenas determinado por esse meio, mas é também um agente.
2. B
O meio técnico-científico-informacional representa a atual etapa do sistema capitalista de produção e
transformação do espaço geográfico, estando relacionado, sobretudo, à Terceira Revolução Industrial.
Surge após a Segunda Guerra Mundial e permite a organização do espaço e da produção a partir de uma
rede integrada pela tecnologia da informação.
3. A
Na charge, pode-se perceber que as máquinas estão sendo servidas pelos homens, tomando conta do
mundo. As indústrias provocaram essa sensação. O desenvolvimento industrial foi muito apoiado na
ideologia do desenvolvimento e do progresso.
4. A
No texto, é referenciado que o meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial econômico, o que
demonstra que esse meio era visto como uma ferramenta essencial para o avanço da nação.
5. E
As transformações nas formas de se produzir causam verdadeiros impactos nas paisagens e nos
espaços sociais, alterando dinâmicas e ressignificando funções. Esses impactos vêm justificados na
modernidade, no desenvolvimento e no progresso, a troco da qualidade de vida e dos recursos naturais
da população.
6. C
As Revoluções Industriais intensificaram o uso dos recursos naturais e alteraram as formas de trabalhar.
O trabalhador não foi apenas substituído pela máquina, mas a máquina demanda um outro perfil de
profissional e de função. Mesmo com a excessiva produção de alimentos, a fome no mundo parece ser
consequência do sistema que se baseia em exploração e desigualdades aquisitivas.
7. E
No texto, o autor comenta que o espaço geográfico é resultado de um processo histórico em diversas
sociedades e representa seus interesses, técnicas e valores. Assim, o espaço geográfico é resultado das
diferentes técnicas produtivas desenvolvidas pelas sociedades, que modificaram a realidade e
construíram sua própria espacialidade.
8. C
Os tecnopolos no atual contexto do meio técnico-científico-informacional consistem em pontos de troca
e desenvolvimento de informação e conhecimento. Um novo tipo de meio geográfico adaptado as
exigências da globalização.
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Geografia
9. E
As ideias de Friedrich Ratzel são muito bem representadas pela frase “Espaço é poder”, o que o faz ser
conhecido pelo conceito de espaço vital, segundo o qual um grande povo, uma grande nação é
naturalmente merecedora daquele espaço.
10. D
A capacidade do homem de alterar o meio natural se dá pela técnica, porém, isso só ocorre a partir da
sua organização social, isto é, vivendo em sociedade. Nesse sentido, a sociedade produz o espaço e, ao
mesmo tempo, é reflexo desse.
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Geografia
Crise de 29 e o Keynesianismo
Resumo
A Crise de 29, ou Grande Depressão, foi um momento de crise financeira das principais potências, que
acarretou uma crise mundial em 1929. É uma crise do Liberalismo. Com o otimismo pós-guerra (Primeira
Guerra Mundial), observou-se o aumento da produção possibilitado pelo Fordismo. Todavia, esse otimismo e
crescimento não se manifestaram no consumo, em parte, porque não houve aumento do poder de compra
dos trabalhadores. Assim, produzia-se mais do que se consumia. Genericamente, essas foram as condições
para a crise de superprodução de 1929. Cuidado!! Não é uma crise do Fordismo (modelo produtivo), e sim do
modelo econômico, Liberalismo.
O Liberalismo
O Liberalismo defendia a economia de livre mercado, ou seja, uma economia que se “auto-regula”. Ele tinha
também como características o individualismo e a defesa da propriedade privada. Foi na decadência do
mercantilismo e com o firmamento do capitalismo que surgiu a teoria do liberalismo econômico. Essa teoria
se baseava na não-intervenção de qualquer agente externo à economia (Estado, leis, políticas, reis), pois de
acordo com ela, o mercado consegue se auto-regular sem a intervenção do estado. É a ideia da “mão invísivel”
que regula a economia a partir dos demais princípios básicos como a livre concorrência, que causaria uma
espécie de seleção das melhores lojas e empresas, e da lei da oferta e da procura, na qual os preços se
autoregulam no mercado a partir da relação entre disponibilidade dos produtos e demanda.
A crise de 29
O consumismo era uma importante bandeira pregada nesse contexto no qual a capacidade de expandir o
mercado consumidor estava limitada. Com estoques cheios, os bancos concediam créditos, empréstimos
para que a população pudesse acessar a modernidade que estava sendo produzida. Outra característica de
uma democracia liberal é a redução de direitos trabalhistas, uma vez que é o estado o responsável por
assegurá-los. Ou seja, havia cosumo sem que houvesse de fato poder de compra por parte dos trabalhadores.
A crise de 29 portanto foi uma crise de superprodução e de concessão de créditos, que levou a quebra dos
bancos e da Bolsa de Valores de Nova York, assim como fechamento de fábricas, desemprego e
consequente redução do consumo.
Os dizeres: "O melhor padrão de vida do mundo. Não há jeito melhor que o jeito americano"
Em frente ao cartaz, desempregados na fila de alimentos durante a Grande Depressão.
1
Geografia
O Keynesianismo
O Keynesianismo, assim como o Liberalismo, é uma doutrina econômica, que foi instaurada para reaquecer a
economia no contexto de crise liberal. O cientista econômico John Maynard Keynes já vinha apontando para
a possibilidade de uma crise econômica devido a não interferência do Estado na economia. Ele defendia que
o Estado deveria ser atuante (forte) na economia, para ajudar o capitalismo nos momentos de crise, naturais
desse sistema. O estado seria portanto responsável por prover não somente os direitos básicos da população,
como acesso a serviços de saúde e educação, mas por realizar grandes obras em setores estratégicos como
transporte, energia e infraestrutura, além de controlar as empresas e a atuação financeira, ampliando o setor
estatal. O aumento da atuação pública garantiria portanto uma boa qualidade de vida e reaquecimento do
consumo. É o que ficou conhecido como estado de bem estar social, ou Welfare State. Após a crise do
Liberalismo, Keynes, que já apontava para seu esgotamento, passou a ser um grande referencial na economia.
Todas essas ações buscavam o crescimento do número de empregos, da renda e do consumo, recuperando
a economia americana. Esse Estado forte na economia ficou conhecido como Estado Keynesiano ou Estado
do Bem-Estar Social. Nos Estados Unidos, foi responsável por consolidar o American Way of Life (estilo de
vida americano). Na Europa, está associado a diversos ganhos sociais pela população desse continente.
2
Geografia
Exercícios
1. “A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano Franklin Roosevelt
(1933 - 1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de projetos federais
implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da prática da
intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de ajuda
social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos federais
geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-
americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no
entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer radicalmente a produção industrial.
No final da guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido”.
EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (tradução adaptada).
2. Ante a grande depressão de 1929, o economista John M. Keynes defendia o déficit público como uma
forma de enfrentar a recessão. Nos Estados Unidos, o Presidente Franklin Roosevelt, a partir de 1930,
financiou obras públicas a fim de diminuir o desemprego. A partir desse período, as mudanças na
política econômica propiciaram:
a) a oposição do governo norte-americano ao desenvolvimento do intervencionismo na economia.
b) a intervenção do Estado na economia, como estratégia de ampliação do mercado de trabalho.
c) a consolidação dos grupos econômicos que impediam a intervenção estatal.
d) o fechamento do comércio europeu ao capital norte-americano.
e) a livre aplicação do capital pela iniciativa privada.
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Geografia
3. O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo,
entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o único que é importante
–, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das
massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego.
CROUZET,M. Os Estados perante a crise. In: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1966(adaptado).
4. O colapso deflagrado no mundo pela crise financeira dos anos 20 teve como principal ato o craque da
Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Como consequência dessa crise, podemos
destacar:
a) os preços e salários subiram, aumentando a oferta de empregos na área industrial europeia.
b) a Europa recuperou sua prosperidade com altos investimentos dos fundos particulares norte-
americanos.
c) o Brasil manteve-se fora da crise com contínuos aumentos das exportações do café.
d) o mundo todo foi afetado drasticamente, quando a Inglaterra abandonou o padrão-ouro,
permitindo a desvalorização da libra.
e) nos primeiros anos da década de 30, a indústria alemã duplicou a sua produção, acarretando o
crescimento do comércio mundial.
5. A grave crise econômico-financeira que atingiu o mundo capitalista, na década de 30, tem suas origens
nos Estados Unidos. A primeira medida governamental que procurou, internamente, solucionar essa
crise foi o “New Deal”, adotado por Roosevelt, em 1933. Uma das medidas principais desse programa
foi o(a):
a) encerramento dos investimentos governamentais em obras de infraestrutura.
b) fim do planejamento e da intervenção do Estado na economia.
c) imediata suspensão da emissão monetária.
d) política de estímulo à criação de novos empregos.
e) redução dos incentivos à produção agrícola.
4
Geografia
6. “Cenas de agonia se passavam, nas salas de clientes dos vários corretores. Ali, os que poucos dias
antes haviam-se regalado em ilusões de riqueza, viam todas as suas esperanças esmagadas num
colapso tão devastador, tão além de seus mais desenfreados temores, que tudo parecia irreal.
Buscando salvar um pouco da ruína, mandavam vender suas ações "no mercado", quando descobriam
que não apenas haviam perdido tudo, mas ainda estavam em débito com o corretor.
E então, reviravolta irônica: a sacudida seguinte do louco mercado elevava os preços para onde eles
poderiam haver vendido e conseguido um substancial equilíbrio de caixa restante. Toda jogada era
errada naqueles dias. O mercado parecia uma coisa insensata, se vingava louca e impiedosamente dos
que julgavam dominá-lo."
24/out/1929 - BELL, Elliot V. New York Times. In LEWIS, John - O Grande Livro do Jornalismo. Rio de Janeiro: José Olympio,
2008, p 107.
O texto acima relata uma crise que
a) provocou transformações estruturais na economia europeia que, com déficit de produção, buscou
matéria-prima em outros continentes, dando início ao moderno imperialismo.
b) provocou uma reestruturação das instituições financeiras americanas com o objetivo de evitar a
ampliação da crise e a consequente contaminação da economia mundial.
c) não afetou a economia latino-americana, tradicionalmente agrária, tendo em vista que a crise foi
motivada fundamentalmente pela superprodução industrial.
d) demonstrou a fragilidade do capitalismo liberal e conduziu à adoção de medidas saneadoras que
ampliaram a participação do Estado na economia.
e) levou a Europa a adotar medidas livre-cambistas, como estratégia para conter o avanço da crise
financeira em seu território.
7. No fim da década de 20, após anos de prosperidade, uma grave crise econômica, conhecida como a
Grande Depressão, começou nos EUA e atingiu todos os países capitalistas. J. K. Galbraith, economista
norte-americano, afirma que “à medida que o tempo passava tornava-se evidente que aquela
prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição.”
Dias de boom e de desastre in J.M. Roberts (org), História do Século XX.
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Geografia
8.
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Geografia
9. TEXTO I
A Europa entrou em estado de exceção, personificado por obscuras forças econômicas sem rosto ou
localização física conhecida que não prestam contas a ninguém e se espalham pelo globo por meio de
milhões de transações diárias no ciberespaço.
ROSSI, C. Nem fim do mundo nem mundo novo. Folha de São Paulo, 11 dez. 2011 (adaptado).
TEXTO II
Estamos imersos numa crise financeira como nunca tínhamos visto desde a Grande Depressão iniciada
em 1929 nos Estados Unidos.
Entrevista de George Soros. Disponível em: www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado).
A comparação entre os significados da atual crise econômica e do crash de 1929 oculta a principal
diferença entre essas duas crises, pois:
a) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos EUA na I Guerra Mundial e a atual crise é o
resultado dos gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e Iraque.
b) a crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de superprodução industrial nos EUA e a atual crise
resultou da especulação financeira e da expansão desmedida do crédito bancário.
c) a crise de 1929 foi o resultado da concorrência dos países europeus reconstruídos após a I Guerra
e a atual crise se associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes econômicos.
d) o crash da Bolsa em 1929 resultou do excesso de proteções ao setor produtivo estadunidense e a
atual crise tem origem na internacionalização das empresas e no avanço da política de livre
mercado.
e) a crise de 1929 decorreu da política intervencionista norte-americana sobre o sistema de comércio
mundial e a atual crise resultou do excesso de regulação do governo desse país sobre o sistema
monetário.
10. “Para Keynes (...) para criar demanda, as pessoas deveriam obter meios para gastar. Uma conclusão
daí decorrente é que os salários de desemprego não deveriam ser considerados simplesmente como
débito do orçamento, um meio por intermédio do qual a demanda poderia aumentar e estimular a oferta.
Além do mais, uma demanda reduzida significava que não haveria investimento suficiente para produzir
a quantidade de mercadorias necessárias para assegurar o pleno emprego. Os governos deveriam,
portanto, encorajar mais investimentos, baixando as taxas de juros (...), bem como criar um extenso
programa de obras públicas, que proporcionaria emprego e geraria uma demanda maior de produtos
industriais.”
O texto refere-se a uma teoria cujos princípios estiveram presentes
a) no “New Deal”, planejamento econômico baseado na intervenção do Estado, elaborado devido à
crise de 1929.
b) na obra MEIN KAMPF, que desenvolveu os fundamentos do nazismo: ideia da existência da raça
ariana.
c) no Plano Marshall, cujo objetivo era recuperar a economia europeia através de maciços
investimentos.
d) na criação da Comunidade Econômica Europeia, organização que visa o livre comércio entre os
países.
e) no livro O CAPITAL, onde se encontram os princípios básicos que fundamentam o socialismo
marxista.
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Geografia
Gabarito
1. A
A questão evidencia a importância do Estado para recuperação da economia, retomando importante
conceito do intervencionismo keynesiano. Ressalta-se que, ingerência, é um substantivo feminino, cujo
significado corresponde ao ato ou efeito de ingerir(-se); introdução, intromissão. Nesse sentido,
ingerência do Estado, significa intromissão, intervenção do Estado e por isso Keynesianismo. A alternativa
E está errada, pois a intervenção de Roosevelt NÃO coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial.
2. B
O New Deal marca o início de um Estado interventor, com o objetivo de recuperar a economia norte-
americana a partir do consumo. Para isso, o Estado buscou fazer grandes investimentos garantindo o
pleno emprego.
3. E
O New Deal (Novo Acordo) foi a política implementada por Franklin Delano Roosevelt, presidente dos
Estados Unidos, para solucionar a crise econômica que assolou o país após a quebra da bolsa de Nova
Iorque. Essa política representou um rompimento com o modelo liberal vigente. Baseando-se no
Keynesianismo, o New Deal visava a solucionar a crise por meio da intervenção econômica do Estado.
4. D
Devido à forte junção entre capital financeiro e industrial, a crise de 1929 afetou todo o mundo. A Inglaterra
era um dos poucos países que garantiam uma paridade da sua moeda a um determinado peso em ouro.
Com o fim dessa paridade (padrão-ouro) e a desvalorização da libra, as referências monetárias se
tornaram artificiais.
5. D
Entre as principais medidas propostas pelo New Deal para a resolução dos impactos da crise de 1929,
podem-se citar o aumento dos salários, a estabilidade no emprego, a redução das jornadas de trabalho e,
consequentemente, a geração de novos empregos.
6. D
A crise da bolsa de Nova Iorque em 1929 foi caracterizada por um considerável aumento de produção,
não acompanhado pelo respectivo consumo. As empresas vendiam ações no mercado financeiro com
valor alavancado escorado na produção, mas a economia não dava contrapartida no consumo e as taxas
de juros praticadas eram altas atraindo investidores do mundo todo, resultando em um surto especulativo.
Com o estouro da bolha especulativa, ocorreram inúmeras falências e elevadas taxas de desemprego.
Ficou evidente a fragilidade do capitalismo liberal, que facilitou a condução da adoção de medidas
saneadoras que ampliaram a participação do Estado na economia, através do New Deal, política
implementada no primeiro governo de Franklin D. Roosevelt.
7. D
A crise de superprodução, a especulação financeira e a diminuição da renda dos trabalhadores devido às
demissões estão entre as principais características dessa crise.
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Geografia
8. C
Na tirinha, Calvin tenta vender seu produto dentro da lógica capitalista e obter maior lucro, mas isso se
mostra impossível, pois não há procura que dê o retorno desejado. A Lei da Oferta e da Procura possui
limitações que podem obrigar os países a contrair dívidas externas e o Estado conceder incentivos fiscais.
No final da tirinha, ele pede para ser subsidiado. Subsídio significa uma concessão de dinheiro que o
governo oferece para determinadas atividades a fim de manter o preço do seu produto acessível para
estimular as vendas, as exportações.
9. B
A diferença entre as duas crises refere-se às suas causas. A crise de 29 está relacionada a uma
superprodução industrial e à falta de mercado no período em que o modelo fordista-taylorista estava em
destaque. Já a crise de 2008 está relacionada a uma grande oferta de crédito bancário, em que foi
desconsiderado o pagamento desse.
10. A
O New Deal, adotado por Roosevelt em 1933, foi um programa econômico de governo que adotava as
ideias de John M. Keynes, com o objetivo de recuperar a economia norte-americana após a crise de 1929.
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Geografia
Resumo
Para obter maior lucratividade, a indústria passou a aperfeiçoar as formas de trabalho e produção. É nesse
contexto que surgem os modelos produtivos, que consistem em um método de racionalização da produção.
O Fordismo (1914) e o Toyotismo (1970) são os dois modelos produtivos estudados pela Geografia, pois eles
transcendem a organização da fábrica.
O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), visando a aumentar a eficiência produtiva,
estudou tempos e movimentos de operários e máquinas na linha de produção. Seus estudos ficaram
conhecidos como Taylorismo.
Henry Ford (1863-1947) já desenvolvia sua linha de montagem para aumentar sua produção, quando ouviu
falar das ideias de Taylor. Impressionado, Ford contratou o engenheiro para trabalhar na sua fábrica. O
Fordismo nasce dessa associação entre as ideias de Taylor e a prática de Ford. Por isso, o Fordismo também
é chamado de Fordismo-Taylorismo.
São características do Fordismo:
• Linha de montagem: É a famosa esteira de produção retratada no filme Tempos Modernos.
• Trabalho especializado (repetitivo): É a pura aplicação das ideias de Taylor. Quanto menor fosse a tarefa
executada pelo trabalhador, mais eficiente ele poderia ser. Com o tempo, a tendência era se tornar um
especialista naquela tarefa.
• Padronização: A repetição das tarefas exigia uma padronização da produção.
• Mão de obra alienada: O trabalhador executava apenas uma tarefa e não conhecia todo o método de
produção, apenas a sua função.
• Produção concentrada: Espacialmente, a fábrica fordista era concentrada em um local, produzindo e
armazenando (estoques lotados) tudo no mesmo espaço. A concentração espacial reunia no mesmo
espaço milhares de trabalhadores, o que facilitava a ação de sindicatos, por isso, a pressão sindical era
muito forte.
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Exercícios
1. A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o fordismo acabaram por
representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo de trabalho ao longo de
várias décadas do século XX.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009
(adaptado).
2. “No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a algum
sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no
geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é um arranjo que encoraje
ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o baixo custo trabalhista das fábricas
não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda indústria.”
SCHLOSSER, Eric. País Fast- Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.
No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do tipo Mcjobs
“McEmprego”, comuns em empresas fast-food. Assinale a alternativa que apresenta somente
características desse tipo de emprego.
a) Alta remuneração da força de trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de
produção automatizado.
b) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da
empresa.
c) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do trabalho.
d) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de avanço
na carreira.
e) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta
rotatividade.
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Geografia
3.
A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra
nela inserida:
a) Ampliação da jornada diária.
b) Melhoria da qualidade do trabalho.
c) Instabilidade nos cargos ocupados.
d) Eficiência na prevenção de acidentes.
e) Desconhecimento das etapas produtivas.
4. Nas primeiras décadas do século XX, o engenheiro Frederick Taylor desenvolveu os princípios de
administração científica, que consistiam, basicamente, no controle dos tempos e dos movimentos dos
trabalhadores para aumentar a eficiência do processo produtivo. Ao adotar estes princípios em sua
fábrica, Henry Ford criava um novo método de produção. A inovação mais importante do modelo
fordista de produção foi:
a) a fragmentação da produção.
b) o trabalho qualificado.
c) a linha de montagem.
d) a produção diferenciada.
e) a redução dos estoques.
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Geografia
6. Os trabalhadores que construíam seus carros Modelo N, predecessor do Modelo T, dispunham as peças
e partes numa fileira no chão, punham-nas em trilhos deslizadores e arrastavam-nas, ajustando umas
às outras. Mais tarde, o dinamismo do processo tornou-se mais sofisticado. Ford dividiu a montagem
do Modelo T em 84 passos discretos, por exemplo, treinando cada um de seus operários em executar
apenas um dos passos. Contratou também o especialista em estudos de movimento, Frederick Taylor,
para tornar a execução ainda mais eficiente. Nesse meio tempo, construiu máquinas que poderiam
estampar as partes automaticamente e muito mais rapidamente do que o mais ágil dos trabalhadores.
Com base no texto, a produção fordista tem por característica a
a) flexibilização da produção.
b) produção padronizada.
c) produção por demanda.
d) utilização de trabalho escravo.
e) valorização do trabalho artesanal.
Taylorismo Fordismo
• separação do trabalho por tarefas e • produção e consumo em massa
níveis hierárquicos • extrema especialização do trabalho
• racionalização da produção • rígida padronização da produção
• controle do tempo • linha de montagem
• estabelecimento de níveis mínimos de
produtividade. Pós-fordismo
• estratégia de produção e consumo em
escala planetária
• valorização da pesquisa científica
• desenvolvimento de novas tecnologias
• flexibilização dos contratos de trabalho
Pelas características dos modelos produtivos do momento da Segunda Revolução Industrial, é possível
afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características.
Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente,
pressupunham:
a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas.
b) altos ganhos de produtividade vinculada a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de
montagem.
c) redução do custo de produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários
das fábricas.
d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os
contratos de trabalhos.
e) racionalização dos estoques, diminuindo a disponibilidade dos produtos e a possibilidade de
crises econômicas.
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Geografia
9. No início do século XX, o desenvolvimento industrial das cidades criou as condições necessárias para
aquilo que Thomas Gounet denominou "civilização do automóvel". Nesse contexto, um nome se
destacou, o de Henri Ford, cujas indústrias aglutinavam contingentes de trabalhadores maiores que o
de pequenas cidades com menos de 10.000 habitantes. O nome de Ford ficou marcado pela forma de
organização de trabalho que propôs para a indústria.
Com base nos conhecimentos sobre a organização do trabalho nos princípios propostos por Ford,
assinale a alternativa correta.
a) A organização dos sindicatos de trabalhadores dentro da fábrica transformou-os em
colaboradores da empresa.
b) A implantação da produção flexível de automóveis garantiu uma variedade de modelos para o
consumidor.
c) A produção em massa foi substituída pela de pequenos lotes de mercadorias, a fim de evitar
estoques de produtos.
d) O método de Ford potencializou o parcelamento de tarefas, largamente utilizado por Taylor.
e) Para obter ganhos elevados, a organização fordista implicava uma drástica redução dos salários
dos trabalhadores.
10. Outro importante método de racionalização do trabalho industrial foi concebido graças aos estudos
desenvolvidos pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Uma de suas preocupações
fundamentais era conceber meios para que a capacidade produtiva dos homens e das máquinas
atingisse seu patamar máximo. Para tanto, ele acreditava que estudos científicos minuciosos deveriam
combater os problemas que impediam o incremento da produção.
Taylorismo e Fordismo. Disponível em www.brasilescola.com. Acesso em: 28 fev. 2012.
O Taylorismo apresentou-se como um importante modelo produtivo ainda no início do século XX,
produzindo transformações na organização da produção e, também, na organização da vida social. A
inovação técnica trazida pelo seu método foi a
a) utilização de estoques mínimos em plantas industriais de pequeno porte.
b) cronometragem e controle rigoroso do trabalho para evitar desperdícios.
c) produção orientada pela demanda enxuta atendendo a específicos nichos de mercado.
d) flexibilização da hierarquia no interior da fábrica para estreitar a relação entre os empregados.
e) polivalência dos trabalhadores que passaram a realizar funções diversificadas numa mesma
jornada.
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Gabarito
1. D
A racionalização da produção em larga escala levou à criação de um modelo produtivo altamente
fragmentado, em que os trabalhadores executavam atividades repetitivas dentro de uma cadeia de
produção.
2. E
Os fast-foods são um bom exemplo das heranças fordistas e demonstram como a sobreposição dos
tempos traz a historicidade nos novos modelos. Alta rotatividade, baixa qualificação e má remuneração
são características desse tipo de trabalho.
3. E
A organização interna da indústria e do trabalho fordista/taylorista é caracterizada pela adoação da linha
de montagem, produção em massa, grandes estoques e especialização do trabalho. Um dos impactos da
divisão e especialização do trabalho é que o operário não conhece a totalidade ou o conjunto das etapas
produtivas.
4. C
A linha de montagem foi a concretização material das ideias de Taylor, que buscavam uma maior
produtividade sobre o trabalho e, consequentemente, lucratividade. Foi a partir da linha de montagem que
se definiu o recorte temporal do Fordismo, sendo um componente fundamental desse modelo.
5. C
As ideias de Taylor tinham a intencionalidade de eliminar o controle dos trabalhadores sobre o processo
de produção. Consistia na divisão em etapas simples, capazes de serem reproduzidas por qualquer um.
Além disso, buscava-se a máxima racionalidade no uso de matérias-primas e ferramentas de trabalho.
6. B
As principais características do Fordismo são a linha de montagem e a produção padronizada.
7. C
A exploração do trabalhador assalariado presume aumentar a lucratividade, a mais-valia que o patrão
lucra. Ao mesmo tempo, em um sistema que busca a máxima produção, é preciso que os trabalhadores
tenham dinheiro para consumir seu produto final a fim de movimentar os estoques.
8. B
Os preceitos científicos de Taylor (administração científica) com a prática de Ford (linhas de produção)
fizeram um modelo eficiente de exploração e produção em massa.
9. D
o Fordismo apoiou-se na concepção de Taylor, caracterizando-se pela divisão do trabalho nas fábricas,
cuja produção é gerenciada pelo sistema Just-in-case, buscando ampliar o estoque dos produtos.
10. B
O Taylorismo compreende um sistema de organização industrial desenvolvido no século XX com o
objetivo de maximizar a produção. Seus objetivos são: utilização de métodos de padronização da
3
Geografia
produção para evitar o desperdício produtivo, adoção de métodos para evitar a fadiga dos trabalhadores
e disciplina da distribuição das tarefas.
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Geografia
Crise do Fordismo
Resumo
A lógica fordista de produção em massa e consumo em massa foi perfeita para a recuperação econômica
americana com base no New Deal (1933). Os anos seguintes foram caracterizados por um grande
crescimento econômico do mundo, principalmente após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). A
estruturação do Sistema Bretton Woods, acordo para o gerenciamento da economia internacional foi
fundamental para o crescimento econômico desse período, criando importantes mecanismos de defesa a
crises capitalistas como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
O Fordismo viveu seu auge (anos dourados) durante as décadas seguintes, de 1950 a 1960, viabilizado pela
política de Welfare States, ou Estado de Bem Estar Social. Após a crise liberal de 1929, houve uma política de
estado forte e interventor na economia, que garantiu o giro de consumo e o reaquecimento da econômia. Isso
levou o fordismo, mesmo com sua lógica de produção em massa e estoques, a chegar ao seu auge. Todavia,
as características do Fordismo não se sustentaram por mais tempo e, com outros fatores econômicos,
levaram a uma crise do modelo produtivo na década de 1970. O encarecimento da produção, os estoques
cheios e padronizados e o desenvolvimento tecnológico foram as grandes razões para essa crise.
Foram as razões para a crise do Fordismo:
• Welfare States e os gastos públicos: Como dito, foi o período de forte intervenção estatal na econômia
que garantiu o consumo e o Fordismo permaneceu em alta. Porém, os ganhos de direitos trabalhistas
encareciam os gastos públicos, o que causa a consequente diminuição dos lucros. O lucro se dá a partir
da diferença entre o gasto da produção e ganho bruto. Os direitos trabalhistas encarecem o valor da mão
de obra, reduzindo o lucro final das empresas.
• Desenvolvimento tecnológico: A inserção de tecnológia no processo produtivo também aumentava os
custos de produção, assim como permitia maior conexão dos mercados internacionais. Com estados
endividados, foram necessários medidas de abertura comercial e maior autonomia a iniciativa privada.
O desenvolvimento das tencológias de comunicação e transporte que conectou os mercados gerou
também novas organizações produtivas, como o Toyotismo, que superava vários problemas
apresentados pelo Fordismo, que foi se tornando obsoleto no cenário competitivo.
• Regime rígido e pouco adaptável: O caratér rígido e pouco adaptável do modelo de produção nas linhas
de montagem não dinamizava a superação problemas. O custo da produção aumentava, enquanto os
estoques ficavam cheios, o que barateava o produto pela alta disponibilidade já produzida. O fordismo
no entanto não alterava o perfil de produção, nem tampouco as relações trabalhistas, mesmo diante das
mudanças que surgiam. A produtividade se manteve alta, mas o custo aumentou.
• Ampliação do mercado e padronização produtiva: Com as maiores conexões de mercado entre países
do mundo, as exigências frente ao cenário competitivo demandava produtos diversificados. Novas
demandas de produtos que antes não existiam surgem. Como o Fordismo produzia em massa, os
produtos eram padronizados. A propaganda moderna passou a vender a ideia de produtos cada vez mais
específicos, de acordo com a necessidade de cada cliente.
• Durabilidade dos produtos e estoques lotados: A durabilidade dos produtos fordistas e sua padronização,
necessária para a produção em massa, gerava uma estagnação do consumo. Os estoques permaneciam
cheios mas os produtos tinham alta durabilidade, o que postergava a necessidade de compra.
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Geografia
• Maior pressão sindical: facilitada pelo fato de a fábrica estar espacialmente concentrada. Muitos
trabalhadores moravam nas vilas operárias e o debate sobre a exploração trabalhista era inevitável.
Assim, somando-se essas características e a crise do petróleo em 1973 e 1979, observou-se uma crise do
Fordismo e do Estado Keynesiano.
O avanço técnico nos transportes e comunicação (globalização) e o surgimento de métodos produtivos mais
eficientes (Toyotismo) permitiram a redistribuição espacial da indústria pelo mundo, buscando as vantagens
competitivas (mão de obra mais barata, legislação trabalhista e ambiental mais flexível). Tudo isso ainda será
visto nas próximas aulas.
Importante pontuar que o Fordismo não desparece do mundo, dando lugar ao Toyotismo. Sobretudo em
indústrias mais simples e países mais pobres, podemos identificar estruturas produtivas e organizacionais
típicas desse modelo. Em diversos empregos, a produção continua bem fragmentada, não demandando
qualificação profissional da mão de obra e produzindo em escala, como o caso dos “Mc Empregos”. Além
disso, muitas empresas de tecnológia por exemplo, possuem características Toyotistas no sentido de
produzir de acordo com a demanda, realizando pesquisas de mercado, contando com tecnológia agregada,
demandando mão de obra qualificada, mas, em alguns setores de sua empresa trabalham com as linhas de
montagem para trabalhos mais simples e baratos. Isso tende a ser superado entretando pela Robótica,
característica da futura quarta revolução industrial.
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Exercícios
1. Detroit foi símbolo mundial da indústria automotiva. Chegou a abrigar quase 2 milhões de habitantes
entre as décadas de 1960 e 1970. Em 2010, porém, havia perdido mais de um milhão de habitantes. O
espaço urbano entrou em colapso, com fábricas em ruínas, casas abandonadas, supressão de serviços
públicos essenciais, crescimento da pobreza e do desemprego. Em 2013, foi decretada a falência da
cidade. Essa crise urbana vivida por Detroit resulta dos seguintes processos:
a) ascensão do taylorismo; protecionismo econômico e concorrência com capitais europeus;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
b) consolidação do regime de acumulação fordista; protecionismo econômico e concorrência com
capitais europeus; deslocamento de indústrias para outros países.
c) declínio do toyotismo; liberalização econômica e concorrência com capitais asiáticos;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
d) ascensão do regime de acumulação flexível; concorrência com capitais asiáticos; deslocamento
de indústrias para outros países.
e) crise de superprodução; ascensão do regime produtivo rígido; mudanças nas estruturas e
estratégias empresariais.
2. A expansão da produção capitalista, nos três primeiros quartos do século XX, esteve assentada
principalmente no modelo de organização fordista. A partir dos anos 1970, esse modelo sofreu
significativas alterações, decorrentes da dificuldade em enfrentar, através de ganhos de produtividade,
a crise que atingiu o sistema capitalista. Impôs-se ao universo da produção a necessidade de profunda
reestruturação econômica, expressa pela introdução de novas tecnologias, flexibilidade dos processos
de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo. Tais mudanças foram
vistas por alguns como ruptura e, por outros, como continuidade do modelo fordista. De qualquer
maneira, o mundo do trabalho real do século XXI já não é mais o mesmo.
Sobre os impactos concretos que afetaram a produção e o trabalho no Brasil, no quadro das
transformações comentadas no texto, é correto afirmar que houve:
a) consolidação do assalariamento regulamentado, através da expansão do emprego com carteira
registrada para a totalidade dos trabalhadores.
b) fortalecimento do poder de negociação dos sindicatos e elevação contínua da renda dos
trabalhadores.
c) extinção por inteiro das formas antigas de divisão do trabalho baseada na separação entre
concepção e execução, em decorrência da alta qualificação intelectual dos trabalhadores.
d) expansão de formas alternativas de organização do trabalho (trabalho informal, doméstico,
temporário, por hora e subcontratação) em detrimento do assalariamento tradicional.
e) redução drástica das jornadas de trabalho e ampliação do tempo de lazer desfrutado pelos
trabalhadores.
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6. Transformações produtivas geram grandes consequências que vão além da lógica das indústrias. A
crise que assolou o modelo fordista nos anos 70 trouxe reflexos para a organização das cidades em
que as principais unidades fabris estavam localizadas.
Podemos apontar como consequência da crise mencionada no texto
a) A ampliação do número de sindicatos e o fortalecimento de sua capacidade de negociação e de
pressão.
b) A emergência de um mercado de trabalho sólido decorrente de uma produção em escalas
diferentes.
c) A elevação de postos de trabalho nos países ditos desenvolvidos.
d) A redução dos postos de trabalho e a ampliação dos níveis de proteção social dos empregados.
e) A elevação dos níveis de desemprego e a precarização do trabalho.
7. A posição central ocupada pela técnica é fundamental para explicar a atual fase do capitalismo em que
se insere o pós-fordismo. Essa nova forma de organização da produção promove o seguinte conjunto
de consequências:
a) Retração do setor de comércio e serviços; ampliação de um mercado consumidor seletivo,
diversificado e sofisticado.
b) Intensificação das estratégias de produção e consumo a nível internacional; redução do fluxo de
informação e dos veículos de propaganda.
c) Redução da distância dos estabelecimentos industriais e comerciais; acelerado ritmo de
inovações do produto com mercados pouco especializados.
d) Crescente terceirização das atividades de apoio à produção e distribuição; elevados níveis de
concentração de capitais com formação de conglomerados.
e) Crescente busca pela capacidade de produção, concentrando os esforços de desenvolvimento nos
processos fabris.
8. A eterna busca por reduzir custos pode levar o gestor a um dilema: centralizar os estoques e reduzi-los
ou manter estoques descentralizados privilegiando a velocidade da operação em detrimento dos
custos. Para empresas que têm múltiplas unidades, fica o dilema, se estoque é custo e reduzir estoques
significa colocar mais dinheiro no caixa, o ideal é sempre reduzi-los, portanto, centralizar é melhor, mas
a centralização aumenta o risco de ruptura e pode até parar a operação, então, descentralizar é melhor,
porém esta ação pode aumentar os estoques e, consequentemente, os custos, o que fazer?
GRONSKI, Augusto. Estoques: centralizar ou descentralizar? Portal Administradores, 17 de abril de 2013. Disponível
em: Administradores.com
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Geografia
9. “Nos períodos mais recentes, o capitalismo vem passando por nova transformação. O capital, na sua
busca incessante de valorizar-se, e para fazer frente à profunda recessão que se agravou a partir de
1973, com a crise do petróleo, procurou novas formas de elevar a produtividade do trabalho e a
expansão dos lucros. Assim, a partir da década de 1970, desenvolve-se uma nova fase no processo
produtivo capitalista que poderíamos chamar de pós-fordismo ou a da acumulação flexível”.
Tomazi, Nelson Dácio (coordenador). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000, p. 54.
10. Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao assegurar uma produção,
buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo
seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo
de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do
consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000
(adaptado).
O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a)
a) aumento do poder aquisitivo.
b) estimulo à livre concorrência.
c) criação de novas necessidades.
d) formação de grandes estoques.
e) implantação de linhas de montagem.
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Gabarito
D
Detroit cresceu como grande centro industrial americano, com destaque para o setor automobilístico.
Assim como o crescimento da indústria gerou reflexos na cidade, o declínio do sistema gerou enorme
impacto no centro americano. O passar do tempo mostrou a fuga de população, o desemprego, os
altíssimos graus de violência e outros problemas urbanos.
D
Com o surgimento do Toyotismo, as relações de trabalho, que antes eram rígidas, se tornaram mais
flexíveis para se adequar à demanda produtiva em um contexto em que a produção passou a ocorrer de
acordo com o gosto do consumidor. Isso, por outro lado, favoreceu o empresariado, pois representou a
diminuição dos custos e a maximização dos lucros.
E
Nos anos 60, o Fordismo começou a perder cenário, devido à sua estrutura rígida, para novas estratégias
e técnicas de produção mais eficientes.
B
A organização do espaço social e natural é extremamente regulada pelas relações produtivas e de poder
que se estabelecem no âmbito econômico.
E
Nessa época, o Brasil estava passando pela ditadura militar, que fazia alianças diretas com os chefes de
poder dos Estados Unidos. A ditadura seguiu a tendência das políticas neoliberais de desenvolvimentismo
e medidas que beneficiavam a burguesia. As consequências da crise no Brasil, portanto, foram no sentido
de tentar manter o desenvolvimento dos polos industriais, fracassando e aumentando muito a dívida
externa e o peso sobre a população.
E
O Pós-Fordismo e o Toyotismo contam com relações de trabalho mais líquidas, menos comprometidas.
A terceirização, o trabalho temporário e a demanda por profissionais que se adequem a diversas
mudanças são elevados. Isso indica um menor nível de permanência e crescimento nos empregos,
permitindo, também, que as formas de contratação economizem, sendo mais positivas para a empresa
que para o trabalhador.
D
As terceirizações começam a ficar intensas no Pós-Fordismo a partir do momento em que as partes da
indústria estão fragmentadas no espaço, complexificando a produção. Um só produto pode ter sido feito
em diversas indústrias, em diferentes países, a ponto de ninguém saber, de fato, cada etapa produtiva
para realizá-lo. As formas flexíveis de contratação, como terceirizados, freelancers, ou trabalhos
temporários são características dessa nova fase, assim como o aumento das multinacionais e oligopólios.
D
O Toyotismo busca oferecer uma produção de acordo com a demanda a fim de evitar estoques
desnecessários e possíveis gastos desnecessários. Just in time significa “em cima da hora” ou “no
momento certo”. É o sistema de pronta-entrega.
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Geografia
A
O Pós-Fordismo caracteriza-se pela flexibilização da capacidade produtiva e do trabalho, além da maior
automação na produção. A letra E está errada, pois o marketing é cada vez mais responsável por estimular
a troca por novos produtos.
C
No Fordismo, a produção era o fato gerador de consumo. Com a crise desse modelo e a necessidade de
mudança, o Toyotismo conseguiu atender bem a essa questão, pois, primeiro, cria a necessidade, antes
mesmo de o produto existir.
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Geografia
Toyotismo
Resumo
O modelo de produção toyotista foi idealizado por Eiji Toyoda e Taiichi Ohno e difundido pelo mundo a partir
de 1970. O Toyotismo, também conhecido como sistema flexível ou pós-fordista, foi desenvolvido em uma
fábrica de automóveis da Toyota, no Japão, buscando atender às especificidades da produção e do território
japonês.Todavia, suas características despontaram como alternativa ao Fordismo, que enfrentava sua crise
na década de 1970.
São características do Toyotismo:
• Produtos pouco duráveis: A durabilidade foi um problema para o Fordismo. Nesse sentido, a lógica do
Ciclo de Obsolescência Programada, em que os produtos possuem uma data de “validade”, foi
fundamental para superar as limitações do consumo fordista.
• Diversificação: A produção diversificada, com muitas opções, buscando atender às características de
cada mercado, foi importantíssima para oferecer uma maior variedade de produtos.
• Just in time: Seguindo a lógica acima, produzir de acordo com a demanda e gosto do mercado permitiu
reduzir os estoques e a possibilidade de perdas produtivas.
• Mão de obra qualificada: Outra característica que possibilitava o amplo desenvolvimento desse modelo.
Com uma mão de obra altamente educada e qualificada, toda melhoria no processo produtivo poderia ser
mais rapidamente incorporada, ao mesmo tempo que esses trabalhadores contribuíam para esse
progresso.
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Geografia
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Geografia
Exercícios
1. (UERJ 2013) Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema capitalista sempre foram
o resultado da busca por caminhos para manter o crescimento da produção e do consumo.
2. (UERJ 2012) Quando os auditores do Ministério do Trabalho entraram na casa de paredes descascadas
num bairro residencial da capital paulista, parecia improvável que dali sairiam peças costuradas para
uma das maiores redes de varejo do país. Não fossem as etiquetas da loja coladas aos casacos, seria
difícil acreditar que, através de uma empresa terceirizada, a rede pagava 20 centavos por peça a
imigrantes bolivianos que costuravam das 8 da manhã às 10 da noite. Os 16 trabalhadores suavam em
dois cômodos sem janelas de 6 metros quadrados cada um. Costurando casacos da marca da rede,
havia dois menores de idade e dois jovens que completaram 18 anos na oficina.
(Adaptado de Época, 04/04/2011)
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Geografia
3. (ENEM 2013) “Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior
controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é
muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente
descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.”
SENNETT, R. A corrosão do caráter, consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).
4. (ENEM 2017) A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral
de desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o
comando da economia. Essa mudança implica nova divisão internacional do trabalho, que não é mais
apoiada na clara segmentação setorial das atividades econômicas.
RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org.). Olhares geográficos:
modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012 (adaptado).
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Geografia
5. (UERJ 2011) O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com alguns
estudiosos, vive-se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse sistema econômico. Observe o
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Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível
explicar essas transformações pelo(a)
a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.
d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário.
e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade do diploma superior
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Geografia
7. (ENEM 2015) No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema
presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais,
unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse
sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).
Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das
transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.
8. (ENEM 2013) Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma
crise de superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator:
a) Origem da matéria-prima.
b) Qualificação da mão de obra.
c) Velocidade de processamento.
d) Necessidade de armazenamento.
e) Amplitude do mercado consumidor.
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Geografia
9. (UNCISAL 2016) O chamado banco de horas é uma possibilidade admissível de compensação de horas,
vigente a partir da Lei nº 9.601/1998. Trata-se de um sistema de compensação de horas extras mais
flexível, mas que exige autorização por convenção ou acordo coletivo, possibilitando à empresa
adequar a jornada de trabalho dos empregados às suas necessidades de produção e demanda de
serviços.
Esse sistema de banco de horas pode ser utilizado, por exemplo, nos momentos de pouca atividade da
empresa para reduzir a jornada normal dos empregados durante um período, sem redução do salário,
permanecendo um crédito de horas para utilização quando a produção crescer ou a atividade acelerar.
Se o sistema começar em um momento de grande atividade da empresa, a jornada de trabalho poderá
ser estendida além da jornada normal (até o limite máximo da décima hora diária) durante o período
em que o alto volume de atividade permanecer e deverá ser compensada posteriormente com a
redução da jornada de trabalho.
Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/banco_horas.htm>. Acesso em: 03 nov. 2015.
10. (UNCISAL 013) Os métodos de gestão atuam como disciplinadores do trabalho e extrapolam a
dinâmica do processo produtivo. Fordismo, taylorismo e toyotismo são expressões particulares de um
mesmo fenômeno: o controle do processo de trabalho pela dinâmica da acumulação capitalista.
O Sistema Toyota de Produção, ou toyotismo, foi concebido para eliminar absolutamente o desperdício
e superar o modelo de produção em massa americano. As bases desse sistema se ancoraram em dois
pilares, sendo o Just in time o automação com um toque humano
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Geografia
Gabarito
A
Ao mencionar “Obsolescência programa, eles ganham a corrida antes mesmo da largada” o autor
menciona uma importante característica do Toyotismo, que garante a renovação do consumo em menor
tempo, uma vez que a durabilidade dos produtos, seja por quebra, seja por se tornar ultrapassado, é menor.
C
No trecho apresentado, observa-se a ocorrência de uma estratégia empresarial típica do Toyotismo, a
terceirização de atividades produtivas, que é representada pela confecção de roupas. Ao mesmo tempo,
as condições de trabalho são precárias, marcadas pela exploração da mão de obra e pela ausência de
direitos trabalhistas, cenário parecido com aquele verificado no momento pré-fordista, correspondente
ao modelo manchesteriano.
E
O trecho de apoio aponta para a questão do trabalho em um contexto flexível, ou seja, o trabalho no
contexto toyotista, em que o trabalhador, muitas das vezes, não necessita ir à fábrica para trabalhar, como
ocorre em um contexto fordista-taylorista, pois era o local de produção e, por sua vez, de controle do ritmo
de produção através da linha de montagem. No Toyotismo, o trabalhador pode exercer suas funções
remotamente. Desse modo, o empregador não mais exerce controle sobre o processo produtivo, mas sim
sobre os resultados apresentados pelo trabalhador através de metas pré-estabelecidas.
D
Hoje, o desenvolvimento tecnológico é a principal vertente de crescimento econômico e está associado
aos tecnopolos, universidades e setores de pesquisa das empresas, onde se encontra a mão de obra
característica do modelo toyotista, a mão de obra qualificada e polivalente. Nesse sentido, os países
desenvolvidos perdem as suas indústrias para países em que a mão de obra é mais barata, numerosa e
pouco qualificada, porém, não deixam de desenvolver a tecnologia e, por isso, não perdem a posição de
centro de comando.
C
A imagem evidencia uma das características do modelo produtivo industrial toyotista, a demanda
regulando a oferta, ou seja, a produção de bens de acordo com a procura, de acordo com as demandas
dos consumidores, evitando, assim, os desperdícios de investimentos e os estoques lotados.
C
O texto fala sobre o processo de desenvolvimento de novas lógicas de tecnologia e de localização
industrial, típica do toyotismo e da terceira revolução industrial. Outro ponto bastante claro no texto é o
fato da modernização industrial não ter promovido uma distribuição de renda e nem uma alteração das
formas de trabalho. O enunciado pede os processos que geraram a situação descrita, logo, o advento de
novas tecnologias e a reestruturação da indústria e da forma de produzir, constantemente atendendo à
demanda de mercado.
E
A questão trata do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A
mensagem do texto é de crítica em relação ao modelo que, ao criar possibilidades de substituição de mão
de obra por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego, o modelo toyotista de produção industrial.
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Geografia
D
Observando-se as duas imagens, é possível notar que a diferença entre elas é a necessidade ou não de
estoque. No modelo 1, o armazenamento é originado pela produção em massa, característica do modelo
fordista-taylorista de produção, enquanto no modelo 2, a produção ocorre quando é requerida, eliminando,
assim, os estoques, característica essa que corresponde ao modelo toyotista de produção (just in time).
B
Com a demanda ordenando o momento da produção, surgiu a necessidade de flexibilização da carga de
trabalho, pois, em um momento, essa demanda pode estar baixa e, em outro, alta. Visando sempre ao
lucro, o empresariado busca uma mão de obra disponível e aberta a atender a essa demanda, trabalhando,
se necessário, por horas além do estabelecido. Essa flexibilização é característica do modelo toyotista.
E.
O “Just in time” na sua tradução mais literal quer dizer “apenas no tempo” ou “apenas no tempo certo”,
indica a ideia de que a produção deve ocorrer sob demanda, evitando desperdício e crise de estoques
lotados como acontecia no fordismo.
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História
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História
Resumo
Antes de iniciarmos o estudo dos acontecimentos históricos mais cobrados nos vestibulares, temos que nos
familiarizar com os conceitos básicos do estudo da História. Dentre eles, estão os conceitos de cultura,
sociedade, economia e política. Essa divisão didática pode ser utilizada para pensar os mais diversos
contextos históricos, facilitando o entendimento do conteúdo.
Cultura
A cultura dentro do estudo histórico ajuda a compreender a vida dos operários, camponeses e artesãos,
assim como das elites, já que este conceito abrange comportamentos sociais em um determinado contexto
e região. Com o conceito de cultura, podemos abordar assuntos como a religiosidade, a arte, os hábitos
cotidianos, mentalidades, etc. É importante lembrar que as culturas não devem ser hierarquizadas, ao
contrário disso, a valorização da pluralidade de culturas é um caminho para a construção de um
conhecimento que respeite a diversidade das sociedades.
Política
Geralmente associamos o conceito de política aos governantes e tendemos a pensar em um passado recente.
No entanto, a política é tão antiga quanto a humanidade, já que este conceito se relaciona à ideia de poder e
de administração das relações humanas em grupo, ou seja, desde que os homens começaram a viver em
grupo e tomaram consciência de sua existência, existiam atos políticos. O estudo da política nos ajuda,
assim, a compreender que poderes são instituídos em cada conjuntura histórica e, claro, como se relacionam
com o restante da sociedade.
Sociedade
O estudo da sociedade nos ajuda a compreender como nos organizamos ao longo do tempo. As formas de
organização social se transformam ao longo do tempo, assim como variam muito de região para região. É
importante relacionar o conceito de sociedade com o de cultura e de política, já que estão em permanente
diálogo.
Economia
O estudo da economia está associado às relações de produção e troca. Ou seja, debruça-se sobre as
atividades produtivas e as relações a elas associadas. A forma como os indivíduos produzem traz, sem
dúvidas, inúmeros impactos sobre as demais relações sociais. Assim, um estudo da economia é
fundamental para compreensão de seus impactos das sociedades humanas em diversos contextos
históricos.
Além disso, é importante lembrar que costumamos dividir a História em períodos. São eles:
Pré-História: período que trata das sociedades anteriores ao domínio da escrita. Essa nomenclatura é muito
questionada atualmente já que traz, implicitamente, que os povos sem escrita não teriam história.
Idade Antiga: a Idade Antiga se iniciou com as Civilizações da Antiguidade Oriental, as primeiras a
desenvolverem um código escrito. A Idade Antiga se inicia em aproximadamente 4 mil anos a.C., com
1
História
civilizações como os egípcios, os persas, os babilônios, etc, além da chamada Antiguidade Clássica, período
em que se desenvolveram as civilizações grego e romana.
Idade Média: O período chamado de Idade Média durou aproximadamente mil anos. Ele se iniciou com a
queda do Império Romano do Ocidente e se encerrou em 1453 com a Tomada de Constantinopla. É nele que
estudamos o Feudalismo, período de fortalecimento da Igreja Católica.
Idade Moderna: A Idade Moderna se iniciou no século XV, período de transição do feudalismo para os
Estados Nacionais Modernos. É um dos períodos mais cobrados nos vestibulares e costumamos
caracterizá-lo, na Europa, como o período do Antigo Regime. Ele encerra com a Revolução Francesa em
1789.
Idade Contemporânea: A Idade Contemporânea se iniciou com a Revolução Francesa, contexto no qual
muitos dos pilares da sociedade que vivemos hoje são fundados. Os acontecimentos dos séculos XIX, XX e
XXI, incluindo os atuais, estão inseridos no que chamamos de Idade Contemporânea.
Cada um desses períodos apresenta uma unidade própria, revelando aspectos singulares que o diferenciam
de outras épocas. Esse tipo de divisão, é importante lembrar, é feita para fins didáticos, ou seja, nos ajuda
na compreensão dos conteúdos mais importantes para o vestibular.
2
História
Exercícios
1. Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática. oriunda dos salões
franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por
sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de
um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os
dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”,
“Chez des dames”, “Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a
chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.
As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a
quadrilha é considerada uma dança folclórica por
a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma
nação ou região.
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma
nação.
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança-espetáculo.
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.
a) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.
b) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores.
c) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade
produtiva.
d) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na
organização do trabalho.
e) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo
produtivo
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História
3. “Se o conhecimento da História nos apresenta uma importância prática, é porque nela aprendemos
conhecer os homens que, em condições diferentes e com meios diferentes, no mais das vezes
inaplicáveis à nossa época, lutaram por valores e ideais análogos, idênticos ou opostos aos que
possuímos hoje; o que nos dá consciência de fazer parte de um todo que nos transcende, a que no
presente damos continuidade e que os homens vindos depois de nós continuarão no porvir.
A consciência histórica existe apenas para uma atitude que ultrapassa o eu individualista; ela é
precisamente um dos principais meios para realizar essa superação.”
Lucien Goldman
De acordo com o texto, podemos afirmar que:
a) a História é importante porque fornece à atualidade os meios de resolver seus problemas;
b) o estudo da História mostra a universalidade e a identidade dos valores e ideais humanos;
c) tem consciência o homem que conhece os fatos históricos de sua época;
d) a consciência histórica existe na medida em que o homem é capaz de se reconhecer no processo
histórico;
e) a importância prática da História se relaciona com o estudo e o conhecimento do presente
4. Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-
me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos
e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos
tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento)
TEXTO II
PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso
em: 12 jun. 2013. (Foto: Reprodução)
4
História
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari
retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra,
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a
mesma função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em
um mesmo momentos históricos, retratando a colonização.
5. A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem
L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem
desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.
GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de
Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).
A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das
letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a:
a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.
b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.
c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.
d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.
e) Dificuldade apresentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.
A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas das obras, tinha como propósito
a construção de uma memória que
a) afirmava a centralidade de um estado na política do país.
b) resgatava a importância da resistência escrava na história brasileira.
c) evidenciava a importância da produção artística no contexto regional.
d) valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma memória social.
e) destacava a presença do indígena no desbravamento do território colonial.
5
História
7. Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é compreensível que os simples
vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação
autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações
pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre
regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido,
por essa época, uma acentuação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma
estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras,
racionalizadoras.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
8. Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a
imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor econômico na
medida de seu incremento técnico: amplitude do espelhamento e da atenção pública. Aparecer é então
mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado,
ao mesmo tempo que acena democraticamente para as massas com os supostos “ganhos
distributivos” (a informação ilimitada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha
cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies, tanto
falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo de “espelhamento”.
SODRÉ, M. Disponível em: http://aulas.estadao.com.br. Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado).
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História
10. Diante de ameaças surgidas com a engenharia genética de alimentos, vários grupos da sociedade civil
conceberam o chamado “princípio da precaução”. O fundamento desse princípio é: quando uma
tecnologia ou produto comporta alguma ameaça à saúde ou ao ambiente, ainda que não se possa
avaliar a natureza precisa ou a magnitude do dano que venha a ser causado por eles, deve-se evitá-
los ou deixá-los de quarentena para maiores estudos e avaliações antes de sua liberação.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Cia. das Letras, 2001 (adaptado).
7
História
Gabarito
1. B
A quadrilha tem toda uma questão de regionalidade, como todo folclore. Tratando de forma específica,
esta dança é originária da França, dos grandes salões nobres, porém, ao chegar ao Brasil sofreu
transformações e passou a ter um caráter extremamente popular, fazendo parte do que chamamos de
bem imaterial.
2. E
O parcelamento das atividades e a hierarquia são vitais para o desenvolvimento do capitalismo industrial,
tal qual destaca o texto ao mencionar a “divisão capitalista do trabalho”.
3. D
Compreendendo, assim, as características políticas, econômicas, sociais e culturais de cada conjuntura.
4. C
Temos um contraponto perceptível entre a carta de Caminha e o quadro de Portinari: ambos tratam da
temática da chegada dos Portugueses ao Brasil, porém, Caminha descreve a terra com um olhar otimista
em relação aos indígenas. Já o quadro no mostra uma afeição de surpresa e inquietação dos nativos.
5. D
O trecho evidencia as diferenças culturais entre indígenas e portugueses, assim como a incompreensão
– e a perspectiva eurocêntrica - destes em relação as especificidades dos povos nativos.
6. A
Na busca pelo fortalecimento de identidade nacional, conveniente para a atuação da política no país,
cria-se a imagem do Herói Bandeirante, que desbravou as matas no Brasil, expandindo nosso território
e absorvendo novos conhecimentos. Atualmente sabemos que a atuação dos bandeirantes não
caminhava muito nesse sentido, pois foram eles responsáveis pela escravização de índios e geração de
conflitos internos.
7. B
Os interesses pessoais vêm a tona pela falta de ideais ordenadores e racionalizantes.
8. A
Vivemos em sociedade onde é crescente a exposição dos indivíduos. Essa mensagem passada no texto
pode ser associada a ideia de identidade autoreferente, ou seja, a necessidade de construir uma
determinada identidade através das imagens midiáticas.
9. D
O texto de Weber mostra a transição do pensamento antigo para o moderno diante das alterações
históricas ocorridas no período, como Revolução Industrial, surgimento do capitalismo, entre outros.
Assim, há um afastamento em relação às crenças mais antigas. A questão traz, ainda, o diálogo entre a
história e o pensamento sociológico.
10. C
Esse tipo de reflexão é comum às socialistas contemporâneas. A partir da questão podermos ressaltar
8
História
a importância de compreender as tendências do pensamento social dentro dos contextos históricos nos
quais se inserem.
9
História
O Mundo Antigo
Resumo
Quando começamos a estudar a Idade Antiga, é bastante comum ouvirmos dizer que esse período histórico
foi marcado pelo surgimento das primeiras civilizações. É importante lembrar, no entanto, que a existência
de uma civilização não faz referência à existência de um povo “mais evoluído” do que outros que viveram
anteriormente. Essa nomenclatura, ao contrário disso, é utilizada para explicar a existência de uma série de
características específicas, como instituições políticas, hierarquização e diversificação social.
Não é possível apontar um local específico onde teria surgido “a primeira civilização” do mundo antigo.
Quando olhamos para o Oriente, temos o desenvolvimento das civilizações chinesa e indiana, além da
formação da civilização egípcia e dos vários povos que dominaram a região Mesopotâmica - localizada nas
proximidades dos rios Tigre e Eufrates. Também conhecidas como civilizações hidráulicas, essas culturas
agruparam largas populações que sobreviviam da exploração das águas e terras férteis presentes na beira
dos rios.
No Ocidente se faz necessário destacar o surgimento da civilização greco-romana, que teve grande influência
na formação de conceitos e costumes que ainda hoje permeiam o mundo ocidental. Esse período também é
chamado de Antiguidade Clássica e, como a história que estudamos é nitidamente eurocêntrica, em geral, os
vestibulares tendem a privilegiar a história dessas duas civilizações da antiguidade. É importante lembrarmos
que, além dessas, há as civilizações que se desenvolveram na América muito antes da chegada dos Europeus,
com os maias, astecas, incas.
Mesopotâmia
A Mesopotâmia esteve localizada no Oriente Médio entre os rios Tigre e Eufrates, território onde o período
das cheias permitia a fertilidade do solo. A própria palavra “Mesopotâmia” significa “terra entre rios”, em
associação à importância dos rios para aquela região. Os primeiros povos que se estabeleceram na região
foram os sumérios. Foi com eles que se desenvolveu a primeira forma de escrita da humanidade: a escrita
cuneiforme. Criada para manter controle sobre a contabilidade dos palácios reais, essa escrita era feita em
blocos de argila com um instrumento pontiagudo chamado cunha. Depois dos Sumérios, habitaram a região
os Acádios, os amoritas (babilônios), os assírios e, por fim, os caldeus.
A escrita cuneiforme
1
História
Egito Antigo
A civilização egípcia emergiu no nordeste da África, em uma região de
características desértica e – assim como a mesopotâmia - graças às terras
férteis que se localizavam nas margens do rio Nilo. Do ponto de vista político, os
egípcios se organizaram através de pequenas aldeias, chamadas de nomos.
Com o passar do tempo, os nomos sofreram um processo de centralização
dando início ao Império Egípcio. Na sociedade egípcia, o faraó ocupava o topo
da hierarquia na condição de chefe de Estado e encarnação do deus Hórus.
Abaixo dele estavam os sacerdotes, responsáveis por organizar as atividades
religiosas, seguidos por nobres e escribas. A base da sociedade ainda contava
com os soldados, os camponeses e artesãos, que trabalhavam nas colheitas e
na organização das obras públicas necessárias ao desenvolvimento agrícola e
comercial. Por fim, havia uma pequena parcela de escravos que também
estavam subordinados ao Faraó.
Grécia Antiga
A Grécia Antiga surgiu na Península Balcânica e também conquistou outras regiões vizinhas como a Península
Itálica e a Ásia Menor. Do ponto de vista político, a Grécia tinha diversas cidades-estados autônomas, as
chamadas poleis. As duas principais eram Atenas e Esparta. Atenas é considerada o berço da democracia. O
modelo de democracia ateniense, vale lembrar, difere muito do que temos atualmente. Lá, além da
democracia ser direta, ela era confundida com a ideia de cidadania, já que só votavam homens, maiores de
idade, filhos de pais e mães atenienses. Esparta, sua por sua vez, era uma cidade-estado fortemente
militarizada, que vivia o regime oligárquico. As divergências entre as cidades-estados promoveram disputas -
conhecidas como a Guerra do Peloponeso - que permitiram a conquista da Grécia pelos macedônios, com
Alexandre, O Grande. Ele foi responsável por expandir o território, o que levou a fusão dos elementos
da cultura grega com as culturas da Ásia Menor, Eurásia, Ásia Central, Síria, África do Norte, Fenícia,
Mesopotâmia, Índia e Irã. Este período foi um marco entre o domínio da cultura grega e o surgimento da
civilização romana.
2
História
Roma
As origens de Roma nos remetem a explicação mítica dos irmãos Rômulo e Remo. Após a fundação, Roma
vivenciou seu período monárquico (753-509 a.C.). Com o passar do tempo, houve a formação de um regime
republicano (509-27 a.C.). Foi durante a república que cresceram as tensões entre patrícios e plebeus, já que
as conquistas territoriais enriqueciam as elites romanas e determinavam a dependência de uma massa de
plebeus. No século I a. C. o general Otávio instituiu o Império (27 a.C.-476 d.C.) e os governos subsequentes
conseguiram manter a ordem e reduzir as tensões sociais. Um dos marcos do período imperial foi a política
de Pão e Circo, instituída ainda no período de transição da República para o Império. Através dela, promovia-
se o apaziguamento das tensões sociais, através da promoção de festas, banquetes e da distribuição de
alimentos. O seu objetivo era entreter a plebe, a fim de evitar levantes e movimentos de insatisfação.
No século I d.C., o desenvolvimento da religião cristã foi um ponto fundamental na transformação do Império.
A partir do século III, o Império Romano entrou em declínio. Com o fim das guerras de conquista, esgotou-se
a principal fonte fornecedora de escravos, o que abalou seriamente a economia, fez surgir o colonato e
provocou o êxodo urbano. Enfraquecido, o Império Romano foi dividido em dois e a parte ocidental não resistiu
às invasões dos bárbaros germânicos. A queda do Império Romano do Ocidente marcou o fim da Idade Antiga
e o Início da Idade Média.
Vale lembrar que mesmo após o declínio do Império, muitos foram os legados romanos ao mundo ocidental.
Dentre eles podemos destacar o Direito Romano, a língua (já muitas línguas faladas atualmente - inclusive o
português - são derivadas do Latim, falado pelos romanos), o alfabeto e, claro, o cristianismo.
3
História
Exercícios
1. Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de
Flaubert esta frase: "Quando os deuses tinham deixado de existir e o Cristo ainda não viera, houve um
momento único na história, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho". Os deuses
pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas no breve
momento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se viu livre da metafísica - e não gostou,
claro. Quem quer ficar sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo
de uma teologia, qualquer teologia?
Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses.
A compreensão do mundo por meio da religião é uma disposição que traduz o pensamento medieval,
cujo pressuposto é
a) o antropocentrismo: a valorização do homem como centro do Universo e a crença no caráter divino
da natureza humana.
b) a escolástica: a busca da salvação através do conhecimento da filosofia clássica e da assimilação
do paganismo.
c) o panteísmo: a defesa da convivência harmônica de fé e razão, uma vez que o Universo, infinito, é
parte da substância divina.
d) o positivismo: submissão do homem aos dogmas instituídos pela Igreja e não questionamento
das leis divinas.
e) o teocentrismo: concepção predominante na produção intelectual e artística medieval, que
considera Deus o centro do Universo.
2. Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma
geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça
conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez
pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar
a legislação de Sólon.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo. Martins Fontes, 2000.
A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à
a) adoção do sufrágio universal masculino.
b) extensão da cidadania aos homens livres.
c) afirmação de instituições democráticas.
d) implantação de direitos sociais.
e) tripartição dos poderes políticos.
4
História
3. O Império Romano expandiu-se pelo Mar Mediterrâneo durante o período republicano; isso gerou, no
decorrer do século II d.C., várias repercussões, entre as quais podemos destacar.
a) surgimento da classe média de pequenos proprietários rurais e desaparecimento dos
latifundiários.
b) aumento da população rural na Itália e consequente declínio da população urbana.
c) crescimento do número de escravos e grande fluxo de riquezas.
d) criação de grande número de pequenas propriedades e fortalecimento do sistema assalariado.
e) difusão do Cristianismo e proscrição das manifestações culturais de outras regiões.
4. Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de
constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase todo o
mundo habitado ao seu governo exclusivo — fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem
seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer
outro objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento?
POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.
A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a
a) ampliação do contingente de camponeses livres.
b) consolidação do poder das falanges hoplitas.
c) concretização do desígnio imperialista.
d) adoção do monoteísmo cristão.
e) libertação do domínio etrusco.
5. O Mar Mediterrâneo foi a maior de todas as vias de circulação romanas e dele resultou a formação do
Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.). A respeito dessa importante conquista para a civilização romana,
assinale a alternativa correta.
a) A eliminação da hegemonia cartaginesa sobre a região além de permitir que Roma passasse a
dominar o comércio mediterrâneo, possibilitou aumentar o dinamismo próprio da estrutura
escravista, que necessitava de mão de obra decorrentes das conquistas.
b) Após a derrota romana nas Guerras Púnicas, quando fenícios e cartagineses ocuparam o estreito
de Gibraltar, a única saída para dar continuidade ao processo de expansão foi a conquista do mar
Mediterrâneo.
c) A explosão demográfica e os conflitos internos com a plebe urbana exigiram medidas
expansionistas por parte do governo, para que se estabelecessem colônias romanas fora da
península itálica a fim de minimizar as tensões sociais.
d) A necessidade de expansão do cristianismo, que a partir do século IV, tornou-se a religião oficial
do império romano, implicou na divulgação dos princípios dessa nova doutrina para os povos
bárbaros.
e) A crescente produção de cereais, durante o império romano, especialmente, o trigo, levou à
expansão de suas fronteiras, uma vez que era necessário ser escoado e vendido para as demais
províncias romanas.
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História
6. O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito,
podemos afirmar que:
a) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não
compartilhavam dos valores destas mesmas civilizações.
b) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para qualificar povos que não falavam
grego e depois disso deixou de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo.
c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam como inadequados para a conquista,
como os vândalos, por exemplo.
d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que viviam da caça e da coleta, como os
persas, em oposição aos povos urbanos civilizados.
7. A expansão romana pelo Mar Mediterrâneo gerou importantes transformações políticas, econômicas
e sociais. Dentre elas temos:
a) fortalecimento da família; desenvolvimento das atividades agropastoris; grande afluxo de
riquezas, provenientes das conquistas.
b) aumento do trabalho livre; maior concentração populacional nos campos e enriquecimento da elite
patrícia.
c) influência bastante grande da cultura grega; domínio político dos plebeus; grande moralização dos
costumes.
d) fim do trabalho escravo; concentração da plebe no campo; domínio político dos militares.
e) grande número de escravos; predomínio do comércio; êxodo rural, gerando o empobrecimento da
plebe.
8. A civilização romana exerceu uma grande influência sobre as civilizações posteriores, e dentre os
maiores legados deixados por ela temos:
a) o direito romano, que continua ainda hoje a ser a base da ciência jurídica, e o idioma.
b) a organização social e sua estrutura administrativa.
c) a cultura clássica, as ciências e as artes, além da religião politeísta e do idioma.
d) o sistema econômico e a religião dualista copiada dos persas.
e) a religião politeísta, bastante semelhante à grega, e a educação, que valoriza a escrita e a leitura.
9. "O Mediterrâneo tomou-se um lago romano: é o Mare Nostrum dos mapas antigos."
Aquino et al.
A situação-chave que consolidou a definitiva expansão romana foi:
a) a derrota da influente Cartago, possibilitando o controle sobre o Mediterrâneo ocidental e abrindo
as condições necessárias para a intervenção nos Estados Helenisticos vizinhos;
b) a vitória da. Sicília nas Guerras Púnicas, o que permitiu a tomada de Cartago pelos romanos;
c) a vitória da Sicília (cartaginesa) e a anexação desta a Roma;
d) a vitória da influente Cartago (colônia romana) sobre os Estados Helenísticos próximos;
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História
e) a vitória da influente Cartago (colônia romana) sobre a Sicília (colônia grega), o que abriu
importante base no Mediterrâneo à expansão territorial.
10. Do ponto de vista cultural, na passagem da Antiguidade para a Idade Média, é correto afirmar que o
patrimônio greco-romano:
a) só não sofreu perda maior devido à ação esclarecida de muitos chefes bárbaros.
b) perdeu-se quase completamente porque, dado o seu caráter pagão, foi rejeitado pela Igreja.
c) foi rejeitado pelos bárbaros em razão do caráter cristão com que foi revestido pela Igreja.
d) não desapareceu com a antiguidade porque a Igreja serviu de conduto para sua sobrevivência.
e) escapou do desaparecimento graças à preservação fortuita de textos antigos.
7
História
Gabarito
1. E
O exercício invoca um passado romano a fim de explicar um pensamento medieval do teocentrismo.
2. B
A partir do século VIII a.C., a organização política passou a sofrer profundas mudanças em Atenas. Os
europátridas (donos das terras que monopolizavam o poder político) foram obrigados a fazer
concessões para outros setores da sociedade como artesãos e comerciantes. Nesse período, o
legislador Drácon foi responsável pela introdução do registro por escrito das leis. A partir desse momento,
a Cidade de Atenas passou a ser governada com base em uma legislação e não conforme o costume.
Tal quadro faz parte de um processo de extensão da cidadania que foi totalmente consolidada por
Clístenes, que estendeu a participação política a todos os homens livres.
3. C
Como a economia romana dependia de seus empreendimentos expansionistas, a conquista do
mediterrâneo e de seus territórios litorâneos aumentou as riquezas e a oferta de mão de obra escrava no
império.
4. C
O texto mostra como a visão dos romanos sobre as demais áreas era de superioridade. O Império
Romano em si começa apenas em 27 a.C. porém, a caminhada para tal feito já vinha sendo percorrida
há muito tempo antes, como podemos perceber no texto apresentado.
5. A
Cartago, localizada no Norte da África, foi a única que talvez pudesse ter contido o expansionismo
romano. Sua derrota e destruição nas Guerras Púnicas (264-146 a.C.) abriu caminho para que Roma
transformasse o Mediterrâneo no célebre Mare Nostrum (observe-se que a hegemonia cartaginesa
abrangia somente o Mediterrâneo Ocidental). As conquistas romanas que se seguiram ao conflito com
Cartago não só dinamizaram o comércio de Roma como consolidaram o modo de produção escravista,
provocando profundas alterações econômicas, sociais e políticas, responsáveis pela implantação do
Império.
6. A
O termo bárbaro é usado na história antiga de modo depreciativo e parcial. Pode ser considerado uma
denominação comum a muitas civilizações para qualificar povos que possuíam diferenças culturais,
atribuindo a eles um juízo de valor negativo.
7. E
A conquista do mar mediterrâneo aumentou o fluxo comercial e de escravos enriquecendo os
comerciantes e empobrecendo a plebe.
8. A
A estruturação do estado romano foi uma necessidade inerente ao tamanho dos territórios
administrados por Roma, sendo o direito um dos grandes legados até os dias atuais.
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História
9. A
A derrota de Cartago transferiu a hegemonia do mediterrâneo para os romanos.
10. D
Com desmantelamento do Império Romano, a Igreja Católica herdou a estrutura administrativa do estado
de Roma.
9
História
Resumo
A reflexão sobre o mundo feudal perpassa necessariamente o processo de crise do Império Romano e a
consolidação do cristianismo na Europa. Reconstruiremos este percurso para compreender como o
feudalismo marcou o período conhecido como Idade Média.
O Cristianismo
O nascimento de Jesus Cristo ocorreu durante o Império Romano, na atual região da Palestina, dando origem
ao cristianismo, segunda grande religião monoteísta. No entanto, a relação de Roma com os cristãos nem
sempre foi amigável. Os cristãos sofreram uma série de perseguições por não crerem nos deuses romanos e
nem cultuarem o imperador.
Com a expansão do cristianismo, o imperador Constantino, em 313 d.C, concedeu a liberdade de culto aos
cristãos. Porém, o cristianismo só veio a se tornar religião oficial do Império Romano quase 70 anos depois,
com o imperador Teodósio.
O surgimento do cristianismo não pode ser considerado um fator que levou à queda do império romano, no
entanto, seu crescimento, no contexto de crise do Império, é um dos marcos desse processo de declínio. No
momento de fragilidade, as concepções religiosas de salvação trouxeram conforto à população, contribuindo
para a sobrevivência do cristianismo mesmo após o fim do Império.
1
História
A Idade Média começou a se estruturar com a queda de Roma, quando começou a se desenvolver uma nova
estrutura social, política e econômica, caracterizada por uma sociedade rural, descentralizada e estamental.
O período durou mais de 1000 anos e pode ser dividido em Alta Idade Média e Baixa Idade Média. Nesse longo
período se consolidou o que ficou conhecido como o feudalismo, modo de produção que associava elementos
romanos e germânicos, como o teocentrismo, baseado na grande influência ideológica da Igreja Católica
Apostólica e na descentralização política que acontecia nos últimos anos do império romano.
No feudalismo, as relações políticas entre nobres eram baseadas no princípio da suserania e da vassalagem,
no qual um nobre doava terras conquistadas por ele (suserano) a outro nobre (vassalo) em troca de fidelidade
nos compromissos militares do suserano. Apesar da existência da figura do rei, seus poderes eram limitados,
já que o poder estava descentralizado entre diversos senhores feudais.
As relações de vassalagem
A economia feudal também ocorria de forma descentralizada, dentro de estruturas chamadas de feudos. Os
feudos se baseavam na atividade agrícola, realizada pelos servos, e, em geral, eram autossuficientes, ou seja,
produziam os principais produtos necessários à sobrevivência de seus habitantes, tendo pouca necessidade
de troca entre os feudos. Isso gerou um desaquecimento do comércio e das atividades urbanas. A sociedade
feudal se caracterizou por uma estrutura estamental. Os estamentos eram divididos entre os que guerreavam
(nobreza), os que rezavam (clero) e os que trabalhavam (servos). A mobilidade social era quase inexistente,
já que a posição ocupada era determinada pelo nascimento.
2
História
Exercícios
2. Em 24 de junho, dia de São João, os camponeses de Verson (na França) colhiam os frutos dos campos
de seu senhor e os levavam ao castelo. Depois, cuidavam dos fossos e, em agosto, faziam a colheita
do trigo, também entregue ao senhor. Eles próprios não podiam recolher o seu trigo, senão depois que
o senhor tivesse tirado antecipadamente a sua parte. No começo do inverno, trabalhavam sobre a terra
senhorial para prepará-la, passar o arado e semear. No dia 30 de novembro, dia de Santo André, pagava-
se uma espécie de bolo. Pelo Natal, “galinhas boas e finas”. Depois, uma certa quantidade de cevada e
de trigo. E mais ainda! No moinho, para moer o grão do camponês, cobrava-se uma parte dos grãos e
uma certa quantidade de farinha; no forno, era preciso pagar também, e o “forneiro” dizia que, se não
tivesse o seu pagamento, o pão do camponês ficaria malcozido e imprestável.
LUCHAIRE, La Société française au temps de Philippe Auguste. Adaptado
O texto nos revela as principais obrigações servis na idade medieval. Assinale a alternativa que associa
corretamente a obrigação ao trabalho realizado.
a) o servo pagava a talha quando ceifava os prados do senhor, levava os frutos ao castelo, cuidava
dos fossos e colhia o trigo.
b) o servo trabalhava apenas de 24 de junho a 30 de novembro em muitas atividades: dos cuidados
com os animais ao trabalho no campo.
c) o servo trabalhava e recebia salário, pois pagava no moinho pela moagem dos grãos e ao forneiro
pelo pão assado.
d) o servo devia a seu senhor a corveia, a talha e as banalidades pelo uso das instalações senhoriais
bem como presentes em datas festivas.
e) o trabalho servil era recompensado no Natal, quando o senhor dava aos servos bolos, finas e
gordas galinhas.
3
História
3. Igreja, em torno de 1030, proclamou que, segundo o plano divino, os homens dividiam-se em três
categorias: os que rezam, os que combatem, os que trabalham, e que a concórdia reside na troca de
auxílios entre eles. Os trabalhadores mantêm, com sua atividade, os guerreiros, que os defendem, e os
homens da Igreja, que os conduzem à salvação. Assim a Igreja defendia, de maneira lúcida, o sistema
político baseado na senhoria.
DUBY, Georges. Arte e sociedade na Idade Média, 1997. Adaptado.
Segundo essa definição do universo social, feita pela Igreja cristã da Idade Média, a sociedade medieval
era considerada
a) injusta e imperfeita, na medida em que as atividades dos servos os protegiam dos riscos a que
estavam submetidos os demais grupos sociais.
b) perfeita, porque era sustentada pelas atividades econômicas da agricultura, do comércio e da
indústria.
c) sagrada, contendo três grupos sociais que deveriam contribuir para o congraçamento dos homens.
d) dinâmica e mutável, na medida em que estava dividida entre três estamentos sociais distintos e
rivais.
e) guerreira, cabendo à Igreja e aos trabalhadores rurais a participação direta nas lutas e empreitadas
militares dos cavaleiros.
4
História
5. Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade Média era o seu sentimento
de insegurança (…) que era, no fim das contas, a insegurança quanto à vida futura, que a ninguém estava
assegurada (…). Os riscos da danação, com o concurso do Diabo, eram tão grandes, e as probabilidades
de salvação, tão fracas que, forçosamente, o medo vencia a esperança.
Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.
O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto acima.
Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto.
6. “Reconheço ter prendido mercadores de Langres que passavam pelo meu domínio. Arrebatei-lhes as
mercadorias e guardei-as até o dia em que o bispo de Langres e o abade de Cluny vieram procurar-me
para exigir reparações.”
Castelão do século XI.
O texto apresentado permite afirmar que, na Idade Média,
a) o poder da Igreja era, além de religioso, também temporal.
b) os senhores feudais eram mais poderosos do que a Igreja.
c) o clero era responsável pela distribuição das mercadorias.
d) o conflito entre Igrejas e nobreza aproximou o clero dos comerciantes.
e) o poder do papa era limitado pelos sacerdotes.
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História
7. Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser
celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer
completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda
contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um trampolim para
as trevas e o desconhecido.
DUBY, G. Ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).
Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve
um processo de:
a) mercantilização das crenças religiosas.
b) transformação das representações sociais.
c) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.
d) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico.
e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.
Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos
católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de:
a) redefinir o gosto dos cristãos.
b) incorporar ideais heréticos.
c) educar os fiéis através do olhar.
d) divulgar a genialidade dos artistas católicos.
e) valorizar esteticamente os templos religiosos.
9. O próprio Deus quis que entre os homens alguns fossem senhores e outros servos, de modo que os
senhores veneram e amam a Deus, e que os servos amam e veneram o seu senhor, seguindo a palavra
do apóstolo; servos, obedecei vossos senhores temporais com temor e apreensão; senhores, tratai
vossos servos de acordo com a justiça e a equidade.
Marvin Perry. Civilização Ocidental: Uma História Concisa.
A partir da leitura do texto é possível assinalar que a respeito da ordem social feudal, o clero:
a) propugnava por uma sociedade dinâmica e de camponeses questionadores;
b) afirmava que os direitos e deveres das pessoas não dependiam de sua posição na ordem social;
c) rebatia a avaliação de que a vontade de Deus tivesse qualquer relação com a ordem social;
d) considerava que a sociedade funcionava bem quando todos aceitavam sua condição e
desempenhavam o papel que lhes era atribuído;
e) era o maior interessado em questionar a ordem social injusta do feudalismo.
6
História
10. “A desagregação do Império no Ocidente e o caos trazido pelas invasões permitiram à Igreja não só
definir com maior clareza a sua doutrina, como especialmente ampliar e fortalecer as instituições já
criadas”.
ESPINOSA, Fernanda. Antologia de Textos Históricos Medievais. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1972
De acordo com o trecho acima, os fatores que contribuíram para o fortalecimento da Igreja foram o
caos trazido pelas invasões e a desagregação do Império do Ocidente, isto porque:
a) se estabeleceu na Europa uma crise política, que levou a Igreja a ter o controle sobre o Estado e
toda a sociedade.
b) a cada invasão o poder do imperador se fortalecia e dava segurança ao povo, que buscava na
Igreja apenas o apoio espiritual.
c) com a queda do império do Ocidente, a sociedade romana se urbanizou, facilitando o processo de
evangelização desenvolvido pela Igreja.
d) a situação política e social gerado pelo fim do império e as invasões criaram condições para o
fortalecimento do poder da Igreja.
e) o caos que se instalou no império do Ocidente estimulou a criação de comunidades cristãs que
praticavam o comunismo primitivo, atraindo centenas de camponeses
7
História
Gabarito
1. B
A escravidão no mundo antigo não estava relacionada ao determinismo étnico, logo, muitas pessoas
eram escravizadas como espólios de guerra ou por dívidas e, muitas vezes, realizavam importantes
funções públicas.
2. D
Os servos eram constantemente taxados – com os impostos citados na opção. Os seus senhores
cobravam parte da produção pelo uso da terra e dos equipamentos, em troca, o senhor lhes prometia
proteção contra invasores.
3. C
Essa divisão defendida pelos religiosos, com base na fé (sagrada) favorecia as classes que batalhavam
e oravam, ou seja, a nobreza e o clero.
4. A
Os servos, presos a terra, deviam uma série de obrigações ao senhor, cobradas na forma de impostos.
5. A
Nesse contexto, a ideologia medieval altamente religiosa atribuía uma explicação punitiva aos eventos
como a peste e as guerras. Deste modo, mantinham a estrutura social com base no medo divino.
6. A
No contexto da Idade Média, a Igreja concentrava muitos poderes em suas mãos, garantindo grande
influência sobre a vida dos homens e mulheres.
7. B
As mudanças sociais, culturais e econômicas realizadas entre o ano 1000 e o ano 2000 provocaram
alterações também na forma como o ser humano se relaciona com o mundo físico e espiritual, ou seja,
houve uma mudança nas representações sociais do que seria entendido como vida, morte e eternidade.
8. C
A maioria dos fiéis católicos durante a Idade Média não sabia ler e nem escrever, logo, para fins
educativos, os vitrais e as imagens católicas auxiliaram muito na difusão das ideias.
9. D
Em um mundo teocentrista, a igreja dominava o mundo das ideias, esta tinha a missão de manter o status
quo da servidão.
10. D
O clima de insegurança fortalecia a ideologia punitiva dos pecados junto com a promessa de remissão
no paraíso disseminada pela igreja.
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História
Resumo
Para compreendermos a formação dos Estados Nacionais, é necessário que olhemos para a Baixa Idade
Média, período de crise do feudalismo, e que compreendamos os fatores que contribuíram para a
transformação do mundo feudal e o advento da Idade Moderna.
Cruzadas
As Cruzadas foram expedições militares organizadas pela Igreja Católica que aconteceram entre os séculos
XI e XIII, com o objetivo de conquistar Jerusalém, a chamada Terra Santa. Uma das principais consequências
da Cruzadas foi a abertura de rotas comerciais na Europa, contribuindo para o chamado renascimento
comercial, fato essencial para a compreensão das transformações que levaram ao declínio da Idade Média.
1
História
ampliada pela longa guerra entre os reis da Inglaterra e França, que entre combates e tréguas, durou mais de
um século (1337/1453): a Guerra dos Cem Anos.
A solução para este cenário de crise foi justamente a centralização do poder político, que levou a formação
dos Estados Nacionais Modernos e do Absolutismo. Ele foi fruto de um processo que levou ao fortalecimento
do poder dos reis, caminho encontrado para supressão das revoltas camponesas. A nobreza feudal, que
detinha poder político sobre o feudo, se tornou uma nobreza cortesã detentora de privilégios na nova ordem
vigente. Foi, assim, essa aliança entre o rei e a nobreza que promoveu a centralização do poder político nas
mão dos reis absolutistas. Com a formação dos Estados Nacionais Modernos houve a criação de uma
burocracia administrativa, a criação de um exército nacional para estabelecer ordem pública na sociedade, a
unificação das leis e o surgimento de tarifas e tributos unificados. Nesse processo, a burguesia garantiu
elementos que levaram ao seu fortalecimento econômico, como a unificação dos pesos, medidas e moedas
e a dissolução dos impostos feudais.
O primeiro reino a utilizar o modelo de Estado Moderno foi Portugal. Ali, a centralização política ocorreu como
consequência de campanhas militares da Guerra da Reconquista - que objetivavam recuperar os territórios
da Península Ibérica dominados pelos mouros - , assim como na Espanha. Já na França, a vitória sobre a
Inglaterra na Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453) firmou as bases para a consolidação do Estado Moderno,
enquanto na Inglaterra, o processo se deu após a Guerra das Duas Rosas (1455 - 1485).
2
História
Exercícios
1. “O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram
tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles
eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos
ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de
classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se
curvou às circunstâncias a que não podia escapar.“
Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).
2.
Charge anônima. BURKE, P. A fabricação do rei. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. (Foto: Enem)
Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam
sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra
a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real.
b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o
público e sem a vestimenta real, o privado.
c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei
despretensioso e distante do poder político.
d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de
outros membros da corte.
e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado
esconde os defeitos do corpo pessoal.
3
História
3. “O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o
povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros
que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.”
MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A
manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na:
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.
O reino imaginário de Pasárgada e os privilégios dos amigos do rei podem ser comparados à situação
da nobreza europeia com a formação das Monarquias Nacionais Modernas. A razão fundamental do
apoio que esta nobreza forneceu ao rei, no intuito de manter-se "amiga" do mesmo, conservando
inúmeras regalias, pode ser explicada pela (o):
a) composição de um corpo burocrático que absorve a nobreza, tornando esse segmento autônomo
em relação às atividades agrícolas que são assumidas pelo capital mercantil.
b) subordinação dos negócios da burguesia emergente aos interesses da nobreza fundiária,
obstaculizando o desenvolvimento das atividades comerciais.
c) manutenção de forças militares locais que atuaram como verdadeiras milícias aristocráticas na
repressão aos levantes camponeses.
d) repressão que as monarquias empreenderiam às revoltas camponesas, restabelecendo a ordem
no meio rural em proveito da aristocracia agrária.
e) completo restabelecimento das relações feudo-vassálicas, freando temporariamente o processo
de assalariamento da mão-de-obra e de entrada do capital mercantil no campo.
4
História
5.
6. O poder dos reis tinha, na época do absolutismo, respaldo em ideias de filósofos, como Hobbes, e
fortalecia a centralização de suas ações colonizadoras no tempo das navegações. Os reis do
absolutismo:
a) encontraram apoio dos papas da Igreja Católica que concordavam, sem problemas, com o
autoritarismo dos reis e a existência das riquezas vindas das colônias.
b) eram desfavoráveis ao crescimento político da burguesia, pois se aliavam com a nobreza
latifundiária e defensora da continuidade de princípios do feudalismo.
c) dominaram na Europa moderna, contribuindo para diminuir o poder do papa e reorganizar a
economia conforme princípios do mercantilismo.
d) fortaleceram as alianças políticas entre grupos da aristocracia europeia que queriam a
descentralização administrativa dos governos.
e) fizeram pactos com grupos da burguesia, embora fossem aliados da Igreja Católica e
concordassem com a teoria do ‘justo-preço’
5
História
7. (...) entre os séculos XVII e XVIII ocorreram fatos na França que é preciso recordar. Entre 1660-1680,
os poderes comunais são desmantelados; as prerrogativas militares, judiciais e fiscais são revogadas;
os privilégios provinciais reduzidos. Durante a época do Cardeal Richelieu (1585-1642) aparece a
expressão “razão de Estado”: o Estado tem suas razões próprias, seus objetivos, seus motivos
específicos. A monarquia francesa é absoluta, ou pretende sê-lo. Sua autoridade legislativa e executiva
e seus poderes impositivos, quase ilimitados, de uma forma geral são aceitos em todo o país. No
entanto... sempre há um “no entanto”. Na prática, a monarquia está limitada pelas imunidades, então
intocáveis, de que gozam certas classes, corporações e indivíduos; e pela falta de uma fiscalização
central dos amplos e heterogêneos corpos de funcionários. Leon Pomer, O surgimento das nações.
Apud Adhemar Marques et al, História Moderna através de textos.
No contexto apresentado, entre as “imunidades de que gozam certas classes”, é correto considerar
a) os camponeses e os pequenos proprietários urbanos eram isentos do pagamento de impostos em
épocas de secas ou de guerras de grande porte.
b) a burguesia ligada às transações financeiras com os espaços coloniais franceses não estava
sujeita ao controle do Estado francês, pois atuava fora da Europa.
c) a nobreza das províncias mais distantes de Paris estava desobrigada de defender militarmente a
França em conflitos fora do território nacional.
d) os grandes banqueiros e comerciantes não precisavam pagar os impostos devido a uma tradição
relacionada à formação do Estado francês.
e) o privilégio da nobreza que não pagava tributos ao Estado francês, condição que contribuiu para o
agravamento das finanças do país na segunda metade do século XVIII.
8. O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de
França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte. As despesas
da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da França sob a
rubrica significativa de Casas Reais.
ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.
Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se
transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é:
a) o palácio de Versalhes.
b) o Museu Britânico.
c) a catedral de Colônia.
d) a Casa Branca.
e) a pirâmide do faraó Quéops.
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História
9. TEXTO I
O Estado sou eu.
Frase atribuída a Luís XIV, Rei Sol, 1638–1715. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br. Acesso em: 30 nov. 2011.
TEXTO II
A nação é anterior a tudo. Ela é a fonte de tudo. Sua
vontade é sempre legal; na verdade é a própria lei.
SIEYÈS, E–J. O que é o Terceiro Estado. Apud. ELIAS, N. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos
XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
a) ampliação dos poderes soberanos do rei, considerado guardião da tradição e protetor de seus
súditos e do Império.
b) associação entre vontade popular e nação, composta por cidadãos que dividem uma mesma
cultura nacional.
c) reforma aristocrática, marcada pela adequação dos nobres aos valores modernos, tais como o
princípio do mérito.
d) Organização dos Estados centralizados, acompanhados pelo aprofundamento da eficiência
burocrática.
e) crítica ao movimento revolucionário, tido como ilegítimo em meio à ascensão popular conduzida
pelo ideário nacionalista.
10. Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo
sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano,
pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.
DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo:
Cia. das Letras, 1990 (adaptado).
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando
elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente
relacionado com:
a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b) a migração de camponeses e artesãos.
c) a expansão dos parques industriais e fabris.
d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.
7
História
Gabarito
1. C
Apesar de conviverem em relação de proximidade com a corte, os músicos pertenciam ao terceiro estado,
assim como a burguesia, os camponeses, etc.
2. E
O estado se confundia com a própria pessoa do rei. Devido a isso, o soberano tendia a adornar-se assim
fortalecia a imagem do estado.
3. E
Maquiavel aconselhava o soberano a balancear o uso da força, afim de passar a imagem de um
governante justo.
4. D
O Rei surge como uma figura capaz de conter às revoltas, aspecto fundamental para compreendermos
a centralização monárquica e a formação dos Estados Nacionais.
5. C
Durante o período das cruzadas, um dos grandes objetivos católico foi a retomada de Jerusalém, cidade
considerada sagrada para muitas religiões. Logo, no mapa, podemos observar a cidade representada no
centro do mundo, como algo importante e disputado por todos.
6. C
O absolutismo foi a principal característica política das nações europeias durante a Idade Moderna,
caracterizado por forte centralização do poder e, nos Estados católicos, justificado como de origem
divina. Existe uma ideia comum de que, para os reis fortalecerem o seu poder, a nobreza e a Igreja tiveram
seu poder reduzido; essa interpretação é predominante nos livros didáticos, porém existem visões
diferentes, que reforçam o poder das velhas elites – nobreza e clero – no controle do Estado Moderno
7. E
Na França do Antigo Regime, entre os séculos XV e XVIII, a monarquia absolutista reconhecia privilégios
de alguns grupos sociais. Entre esses, a nobreza tinha imunidade fiscal e uma justiça particular. Tais
privilégios são anulados com a Revolução Francesa. O fragmento utilizado como apoio para a questão
mostra como a monarquia absolutista não foi exatamente absolutista, pois havia limitações ao seu poder.
8. A
O Palácio de Versalhes foi um grande simbolo da nobreza francesa, representando também os valores
dessa classe, o autoritarismo do absolutismo e os privilégios nobiliárquicos.
9. B
A transição do primeiro momento para o segundo é marcado pela Revolução Francesa, mostrando assim
a mudança dos próprios pensamentos sobre o que é o Estado e a nação. No primeiro momento, o Estado
era o absolutismo, o rei, no segundo, o soberano é o povo e seus desejos, que formam a nação.
8
História
10. A
O renascimento urbano e comercial representou principalmente um retorno da vida urbana e da
circulação de dinheiro e bens materiais entre as cidades e feudos. Assim, com o aumento desses bens,
os ataques, roubos e invasões também se ampliaram, tornando necessária a criação de fortalezas e
muralhas para proteger certas regiões.
9
História
Resumo
Chamamos de Reforma Protestante o surgimento de novas religiões cristãs que questionavam práticas do
catolicismo. Durante a Idade Média, a Igreja Católica tinha grande poder e era detentora de muitas riquezas.
No entanto, com a consolidação da Idade Moderna crescia a insatisfação de alguns grupos sociais em relação
a isso. Enquanto os reis nutriam insatisfação em relação ao excesso de poder da igreja católica, a burguesia
em ascensão incomodava-se com a condenação da usura (lucro) por parte da igreja. Somado a isso, práticas
da Igreja passaram a ser criticadas, sobretudo após o Renascimento, movimento que valorizou a razão e
permitiu o questionamento da lógica teocêntrica. Dentre as práticas da Igreja criticadas, estavam:
Diante de suas críticas à igreja Católica, Lutero foi excomungado pelo papa.
Através da Confissão de Augsburgo, sintetizou os elementos da religião
luterana:
Martinho Lutero
• Livre interpretação da Bíblia;
• Manutenção dos sacramentos do batismo e da eucaristia, suprimindo-se
todos os outros;
• Fim da proibição do casamento para os clérigos (celibato).
Outro importante reformador foi João Calvino, que elaborou a Teoria da Predestinação, ou seja, a ideia de
que viemos ao mundo predestinados por Deus à salvação ou a condenação. Os sinais da escolha divina se
manifestariam na vida dos indivíduos. O trabalho e o cumprimento dos
deveres seriam alguns desses sinais. No pensamento calvinista, consolidou-
se a ideia de que, com a vida dedicada ao trabalho era possível, por meio do
progresso material, saber se o homem era ou não predestinado à salvação.
O pensamento calvinista trouxe grande transformação na concepção de
trabalho. Na Idade Média, o trabalho era visto como forma de penitência ou
castigo. Segundo Max Weber, em A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo, a transformação operada pelo calvinismo foi central ao
desenvolvimento do modo de produção capitalista, já que valorizava o
trabalho e os ganhos materiais como sinais de graça divina. Não por acaso,
o calvinismo se tornou uma religião essencialmente burguesa.
João Calvino
1
História
Já que, ao contrário da igreja católica – que condenava a usura – João Calvino valorizava o trabalho e os
ganhos materiais. Na Inglaterra os calvinistas ficaram conhecidos como puritanos. Foram perseguidos e
imigraram em grande número para a América do norte. Na Escócia, ficaram conhecidos como presbiterianos,
e na França como huguenotes.
Ao contrário dos dois movimentos anteriores, a Reforma Religiosa na
Inglaterra ocorreu a partir da iniciativa de um rei, e não de teólogos
críticos às doutrinas e práticas do clero católico. Henrique VIII,
monarca inglês rompeu com Roma sob a justificativa de que a Igreja
não aceitou seu pedido de divórcio com Catarina de Aragão, nobre de
origem espanhola, para casar-se com Ana Bolena. O então monarca
desejava um filho homem e culpava a esposa pelo insucesso em lhes
dar um herdeiro. Dos seis filhos de Catarina, apenas a princesa Maria
Henrique VIII sobreviveu. Diante da negação do papa, já que o divórcio não era
permitido pela Igreja, o rei separou-se de forma arbitrária e foi excomungado por Clemente VI. Após ser
excomungado, foi decretado na Inglaterra o Ato de Supremacia, pelo qual o soberano inglês passava a ser o
chefe supremo da Igreja na Inglaterra. Com essa medida, era criada a chamada Igreja Anglicana. O rei inglês
passava a ter o poder de nomear os ocupantes dos cargos eclesiásticos, além de decidir sobre assuntos de
ordem religiosa. Os historiadores defendem que as divergências com a Igreja eram anteriores a questão do
divórcio e vinham desde a Guerra dos Cem Anos (1337-1453). O monarca nutria insatisfação em relação ao
excesso de poder e terras do clero na Inglaterra, utilizando-se do divórcio muito mais como uma justificativa
para uma ruptura já desejada.
Contrarreforma
Diante do surgimento de novas doutrinas cristãs na Europa através da Reforma Protestante, a Igreja reagiu
reformulando instituições, assim como agindo de forma repressiva. A instituição havia perdido o poder
religioso, econômico e político sobretudo nos reinos alemães e na Inglaterra, além da diminuição da influência
nos Países Baixos, França, Áustria, etc.
Entre 1545 e 1563 foi realizado o Concílio de Trento, na Itália. Reunindo as
principais autoridades católicas, teve como objetivo redefinir o
posicionamento da Igreja em relação à sua doutrina religiosa, bem como
encontrar meios de frear o avanço do protestantismo pela Europa. Dentre as
medidas tomadas no Concílio de Trento, estiveram: a proibição da venda de
indulgências e a criação de seminários, instituição seria responsável pela
formação eclesiástica do clero, buscando evitar, dessa forma, a venda de
cargos na Igreja. No encontro, dogmas na igreja também foram reafirmados,
como o culto aos santos e à virgem Maria. Outra importante medida tomada
pela Contrarreforma foi a reativação do Tribunal do Santo Ofício,
a Inquisição, com o objetivo de perseguir os praticantes das doutrinas
cristãs protestantes. Milhares de pessoas foram torturadas e muitas mortas.
Grandes nomes da ciência mundial, como Galileu Galilei, foram julgados como Livros destruídos pela Contrarreforma
heréticos em decorrência de suas pesquisas, como a de a Terra girar em torno
do Sol. Galileu foi obrigado a renegar suas próprias ideias para fugir da morte na fogueira.
Foi criado, além disso, uma lista de livros proibidos - Index Librorum Prohibitorum - em uma época em que a
imprensa criada por Gutenberg havia facilitado a difusão da cultura escrita. E, para atuar nas Américas, houve,
ainda, a Criação da Companhia de Jesus, cujo objetivo era a expansão da fé e a catequização dos nativos
através dos jesuítas.
2
História
Exercícios
2. A Igreja foi uma poderosa instituição medieval. Porém, os conflitos e diferenças existentes, tornaram-
se tão intensos nos séculos XV e XVI, que acabaram gerando uma divisão na cristandade, por meio da
Reforma Protestante.
Dentre os fatores que contribuíram para a Reforma Protestante do século XVI, destaca-se:
a) a insatisfação de mercadores e comerciantes em relação à postura da Igreja, que condenava a
usura e a cobiça.
b) o apoio dos Estados Nacionais à Igreja, em virtude de sua influência política nas questões locais.
c) a condenação da exploração feudal praticada por nobres católicos sobre os camponeses.
d) a revolta da nobreza de Toga contra os abusos praticados pelo rei em relação à Igreja.
e) a criação do Tribunal da Santa Inquisição para reprimir crimes cometidos contra o Estado.
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História
5. “Deus chama cada um para uma vocação particular cujo objetivo é a glorificação de Deus. O
comerciante que busca o lucro, pelas qualidades que o sucesso econômico exige: o trabalho, a
frugalidade, a ordem, responde também ao chamado de Deus, santifica de seu lado o mundo pelo
esforço e sua ação é santa (...) o pobre é suspeito de preguiça, que é uma injúria a Deus (...). ”
João Calvino apud MOUSNIER, Roland. Os séculos XVI e XVII. In: CROUZET, Maurice. História Geral das Civilizações. São
Paulo: Difel, Tomo IV, v. I, 1973, p. 90.
Sobre a doutrina Calvinista e as alterações na sociedade europeia do séc. XVI, é correto afirmar que
a) a descoberta de privilégios para o alto clero católico ao explorar os fiéis despertou nos calvinista a
recusa dessa prática e o direcionamento da doutrina para o benefício dos pobres.
b) a Reforma Protestante como reação à Igreja Católica encontrou na proposição Calvinista a
disposição em fortalecer a nobreza europeia, expandindo-se também para as colônias inglesas na
América.
c) as relações de trabalho foram abrandadas nas regiões em que o Calvinismo se disseminou
enquanto doutrina, haja vista o reconhecimento do esforço e vocação comunitária para a melhoria
da sociedade.
d) o acúmulo de terras pela Igreja Católica fez com que os camponeses encontrassem apoio nos
Calvinistas para que a distribuição de terras fosse realizada para aqueles que abandonassem a
preguiça e se dedicassem ao trabalho.
e) a indicação da moralidade burguesa, com o princípio de esforço e dedicação espiritual que se
materializa em conquistas terrenas, é utilizada como tentativa de explicar a desigualdade social,
estabelecendo o princípio da predestinação.
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História
6. “De pé, diante de Deus, o homem responderá por seus atos. E se a gente da Igreja invoca a obscuridade
dos dogmas, as dificuldades de interpretação de uma religião em que apenas o sacerdote é qualificado
para ensinar, responde-se que eles a complicaram intencionalmente, a fim de se tornarem
indispensáveis. Na verdade religião Deus fala ao homem e o homem fala a Deus em uma linguagem
clara, direta, e que todos compreendem.”
Guilherme (org.). Febvre. 2a ed São Paulo: Ática, 1978. p. 90.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Reforma na Alemanha, é correto afirmar:
a) O monopólio da interpretação religiosa pela Igreja ficou assegurado a partir da reforma luterana.
b) O apoio de Martinho Lutero às revoltas camponesas na Alemanha foi decisivo para a derrota da
nobreza alemã.
c) A tradução da Bíblia latina para o alemão, realizada por Lutero, fortaleceu a tese de que a leitura
das Escrituras Sagradas estava ao alcance de todo homem motivado pela fé cristã.
d) A defesa das atividades comerciais pela ética religiosa luterana estimulou o desenvolvimento da
burguesia alemã.
e) Os princípios teológicos de Lutero enfatizavam o livre-arbítrio e a importância das ações para a
salvação humana.
7. “A Inquisição em Roma não foi objeto de uma verdadeira refundação, mas sim de uma reorganização,
em 4 de julho de 1542, através da bula Licet ab initio. Ao contrário dos motivos invocados para o
estabelecimento das Inquisições na Espanha e em Portugal, onde a difusão do judaísmo justificava a
organização do tribunal, aqui era a heresia protestante o alvo da nova configuração do Santo Ofícioda
Inquisição.”
Francisco Bethencourt, História das Inquisições
A reorganização da Inquisição foi uma entre várias providências tomadas pela Igreja Católica em sua
luta contra a “heresia protestante”. Assinale a alternativa em que aparece outra dessas providências. A
convocação do Concílio de Trento, que, entre outras coisas, ratificou o dogma católico da
transubstanciação e a doutrina da salvação por meio das obras.
a) A tradução da bíblia para os idiomas modernos, de maneira a permitir ao fiel a leitura individual dos
textos sagrados.
b) O combate a práticas populares consideradas supersticiosas, como as romarias, o culto a imagens
e as novenas.
c) O afastamento dos religiosos em relação à vida secular, dando-se preferência à vida meditativa,
retiradado mundo, como o faziam os jesuítas.
d) A eliminação da hierarquia eclesiástica, passando a figura do Papa a ser mero título honorífico.
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História
8. O Rei Henrique VIII rompeu com o Papa Clemente VII, em 1534 e aproveitando-se do seu desligamento
da Igreja de Roma consolidou
a) seu desejo de assumir as terras e riquezas da Igreja Católica e enfraquecer sua influência na
Inglaterra.
b) a exigência da revisão de todos os dogmas da Igreja Católica, incluindo a indissolubilidade do
matrimônio, através do Ato dos Seis Artigos.
c) sua negação quanto às 95 teses de Lutero, que denunciavam as irregularidades da Igreja Católica.
d) o trabalho e a acumulação de capital que são manifestações da predestinação à salvação eterna.
e) o Ato de Supremacia que submetia a Igreja Anglicana à autoridade papal.
9. “Depois que a Bíblia foi traduzida para o inglês, todo homem, ou melhor, todo rapaz e toda rapariga,
capaz de ler o inglês, convenceram-se de que falavam com Deus onipotente e que entendiam o que Ele
dizia”. Esse comentário de Thomas Hobbes (1588-1679)
a) ironiza uma das consequências da Reforma, que levou ao livre exame da Bíblia e à alfabetização
dos fiéis.
b) alude à atitude do papado, o qual, por causa da Reforma, instou os leigos a que não deixassem de
ler a Bíblia.
c) elogia a decisão dos reis Carlos I e Jaime I, ao permitir que seus súditos escolhessem entre as
várias igrejas.
d) ressalta o papel positivo da liberdade religiosa para o fortalecimento do absolutismo monárquico.
e) critica a diminuição da religiosidade, resultante do incentivo à leitura da Bíblia pelas igrejas
protestantes.
10. “O cristianismo incorporou antigas práticas relativas ao fogo para criar uma festa sincrética. A igreja
retomou a distância de seis meses entre os nascimentos de Jesus Cristo e João Batista e instituiu a
data de comemoração a este último de tal maneira que as festas do solstício de verão europeu com
suas tradicionais fogueiras se tornaram “fogueiras de São João”. A festa do fogo e da luz no entanto
não foi imediatamente associada a São João Batista. Na Baixa Idade Média, algumas práticas
tradicionais da festa (como banhos, danças e cantos) foram perseguidas por monges e bispos. A partir
do Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja resolveu adotar celebrações em torno do fogo e associá-las
à doutrina cristã.”
CHIANCA, L. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos católicos. RevistaAnthropológicas, n. 18,
2007 (adaptado).
Com o objetivo de se fortalecer, a instituição mencionada no texto adotou as práticas descritas, que
consistem em
a) promoção de atos ecumênicos.
b) fomento de orientações bíblicas.
c) apropriação de cerimônias seculares.
d) retomada de ensinamentos apostólicos.
e) ressignificação de rituais fundamentalistas.
6
História
Gabarito
1. D
A insatisfação com certas práticas da Igreja Católica – como o nepotismo, a venda de simonia e
indulgências – impulsionaram a Reforma Protestante. Em contrapartida, a Igreja promove a
Contrarreforma onde a Companhia de Jesus vai surgir com o intuito de promover missões de
evangelização.
2. A
As ideias humanistas e o individualismo do renascimento influenciaram o protestantismo nas posturas
da aceitação dos juros e do acumulo de capital. Deste modo, muitos comerciantes adeririam a Reforma,
se convertendo principalmente ao Calvinismo.
3. B
A reforma rompeu com a unidade uma vez que criou outras religiões cristã, incentivou o capitalismo pois
foi popular entre os burgueses, já que não condenava a usura, e fortaleceu as monarquias já que muitas
romperam com a Igreja católica, insatisfeitas com seu excesso de poder.
4. A
A ideia de que a salvação só viria através da fé vai reduzir a importância da igreja enquanto intermediária
e criar um novo tipo de individualismo, que vai se fortalecer nos séculos seguintes.
5. E
Apesar de defender a importância do trabalho como fonte de crescimento espiritual, Calvino propagava
a doutrina da predestinação onde a riqueza material seria o indício daqueles que foram escolhidos para
serem salvos por Deus, enquanto aqueles que são pobres viviam em tais condições por não terem sido
eleitos.
6. C
Ao contrário dos católicos , os protestantes defendiam a leitura das escrituras por qualquer pessoa, a
livre interpretação da bíblia e as missas rezadas em língua local.
7. A
Tanto a reorganização da Inquisição quanto a Convocação do Concílio de Trento foram medidadas
adotadas pela Igreja em um movimento conhecido como Contrarreforma, que, dentre outras coisas,
buscava barrar a expansão do protestantismo na Europa, a conquista de novos fiéis e a reafirmação dos
dogmas católicos.
8. A
Com o rompimento com a Igreja, Henrique VIII confisca os territorios e bens que pertenciam a Igreja
Católica enfraquecendo seu poder no territotrio inglês e aumentando seu próprio poder ao se
autodeclarar o novo líder supremo da Igreja Anglicana.
9. A
Naquele contexto, para muitos dos defensores do catolicismo a alfabetização e a leitura da Bíblia por
fiéis era visto como algo inapropriado, já que estes acreditavam na importância da intermediação das
autoridades eclesiásticas.
7
História
10. C
Em um contexto onde as práticas religiosas propagadas pela Igreja Católica Apostólica Romana estavam
sendo questionadas pela Reforma Protestante, a Instituição decide fazer concessões a algumas práticas
de origem pagã, incorporando-as ao seu culto para que houvesse uma maior conversão e aceitação a
religião cristã.
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História
Resumo
1
História
No âmbito da ciência, o método experimental e a reflexão racional foram fundamentais. Galileu Galilei –
nascido na península Itálica – propôs que o racionalismo matemático fosse a base de todo o pensamento
científico. Em seus estudos, comprovou a teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, segundo a qual o centro
do sistema solar é o sol e não a terra, como defendia a igreja católica.
No auge do Renascimento, outros acontecimentos foram decisivos: a invenção da imprensa, por Johannes
Gutenberg, o que facilitou a circulação das ideias e novas perspectivas e a Reforma Protestante,
desencadeada por Martinho Lutero. Esses dois acontecimentos combinados mudaram, aos poucos, a relação
dos homens com o conhecimento intelectual e o mundo a sua volta.
Dica:
LASSICISMO
NTROPOCENTRISMO
ACIONALISMO
NDIVIDUALISMO
ATURALISMO
UMANISMO / HEDONISMO
TIMISMO
2
História
Exercícios
1. Para uns, a Idade Média foi uma época de trevas, pestes fome, guerras sanguinárias, superstições,
crueldade. Para outros, uma época de bons cavaleiros, damas, corteses, fadas, guerras honradas,
torneios, grandes idéias. Ou seja, uma Idade Média “má” e uma Idade Média “boa”.
2. Nos séculos finais da Baixa Idade Média europeia, a economia de subsistência e de trocas naturais
tendia a ser suplantada pela economia monetária, a influência das cidades passou a prevalecer sobre
os campos, e a dinâmica de comércio levou à mudança e à ruptura das corporações de ofício medievais.
(SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1988, p.5. Adaptado)
3. Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre
o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também
iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e
mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.
O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela
constante relação entre:
a) fé e misticismo.
b) ciência e arte.
c) cultura e comércio.
d) política e economia.
e) astronomia e religião.
3
História
4. O texto foi extraído da peça "Tróilo e Créssida" de William Shakespeare, escrita provavelmente, em
1601.
"Os próprios céus, os planetas, e este centro
reconhecem graus, prioridade, classe,
constância, marcha, distância, estação, forma,
função e regularidade, sempre iguais;
eis porque o glorioso astro Sol
está em nobre eminência entronizado
e centralizado no meio dos outros,
e o seu olhar benfazejo corrige
os maus aspectos dos planetas malfazejos,
e, qual rei que comanda, ordena
sem entraves aos bons e aos maus."
(personagem Ulysses, Ato I, cena III).
SHAKESPEARE, W. Troilo e Créssida. Porto: Lello & Irmão, 1948.
5. As ideias trazidas pelo Renascimento conseguiram expandir-se pela Europa, mudando hábitos,
criticando tradições, renovando concepções de mundo. Em Portugal, a obra do poeta Luís de Camões:
a) construiu uma epopéia do povo português, exaltando seus feitos e aventuras.
b) ressaltou as conquistas políticas portuguesas, com o fim do absolutismo.
c) teve importância fundamental para a época, embora não tenha se destacado no mundo lusófono.
d) imitou a estrutura da Divina Comédia de Dante e foi, por isso, pouco original.
e) afirmou a literatura portuguesa como a mais importante do Renascimento.
6. Nas obras Comentariolus e Revolução das Orbes Celestes, Nicolau Copérnico formulou uma teoria que
desafiou os dogmas da Igreja Católica Apostólica Romana, ao conceber um novo modelo. Assinale a
alternativa que apresenta, corretamente, os valores culturais do Renascimento:
a) Coloquialismo, fundamentalismo e escatologia.
b) Formalismo, relativismo e misticismo.
c) Gnosticismo, hermetismo e sofismo.
d) Heliocentrismo, antropocentrismo e racionalismo.
e) Teocentrismo, aristotelismo e quiliasmo.
4
História
7. A Literatura apresenta, de imediato, uma novidade, que é a utilização das novas línguas nacionais,
derivadas do latim: o espanhol, o português, o italiano, o francês. Tendo como tema central o Homem,
os escritores, com profundo senso crítico, buscaram elaborar um novo conceito de vida e de homem.
A época medieval foi profundamente satirizada em seus valores essenciais: a cavalaria, a Igreja, a
nobreza.
(FARIA et al, 1993, p. 51). FARIA, R. et al. História. Belo Horizonte: Editora Lê, v.3,1993.
8. A análise histórica do Renascimento italiano, caso das obras de Leonardo da Vinci e de Brunelleschi,
permite identificar uma convergência entre as artes plásticas e as concepções burguesas sobre a
natureza e o mundo naquele período. Acerca da relação entre artistas e burgueses, é correto afirmar
que ambos:
a) convergiram em ideias, pois valorizavam a pesquisa científica e a invenção tecnológica.
b) retomaram o conceito medieval de antropocentrismo ao valorizar o indivíduo e suas obras
pessoais.
c) adotaram os valores da cultura medieval para se contrapor ao avanço político e econômico dos
países protestantes.
d) discordaram quanto aos assuntos a serem abordados nas pinturas, pois os burgueses não
financiavam obras com temas religiosos.
e) defenderam a adoção de uma postura menos opulenta em acordo com os ideais do capitalismo
emergente e das técnicas mais simples das artes.
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História
9. As condições históricas que favoreceram a Renascença, na transição da Idade Média para a Moderna,
foram:
a) a crise do poder da Igreja e a atrofia das cidades e do comércio, particularmente na Península
Itálica.
b) a preservação da cultura greco-romana nos mosteiros e o fortalecimento das relações feudais de
produção.
c) o enriquecimento das cidades italianas e o desejo de afirmação da burguesia com o patrocínio às
artes.
d) o mecenato praticado por papas e monarcas e a renovação da cultura devido à ênfase dada à
religião.
e) o desejo, por parte da nobreza, de glorificar o homem e a valorização da fé no lugar do racionalismo.
10.
Sant’Ana, a Virgem e o Menino com o cordeiro, óleo sobre madeira de Leornardo da Vinci (séc. XVI)
6
História
Gabarito
1. B
A sociedade renascentista já iniciava um processo de desvalorização do pensamento e da cultura
medieval durante o século XV, no entanto, com o iluminismo, a produção de conhecimento sobre o
período medieval ampliou a visão pessimista desse passado.
2. A
O contexto analisado revela o surgimento da classe burguesa e seu fortalecimento através do
renascimento comercial e urbano. A circulação de moedas e a valorização do comércio nas novas cidades
que surgiam foram características fundamentais para também para o renascimento cultural.
3. B
A revolução científica e o renascimento artístico muitas vezes cruzaram seus caminhos, sobretudo
através de personalidades como Michelangelo e Leonardo Da Vinci, que valorizavam a observação, os
estudos científicos e a razão como ferramentas para se criar uma obra de arte.
4. C
No trecho “eis porque o glorioso astro Sol / está em nobre eminência entronizado / e centralizado no meio
dos outros”, o autor expõe sua visão da teoria de Nicolau Copérnico, que questionava a Igreja Católica ao
afirmar que o Sol estaria no centro do universo, em um modelo heliocêntrico.
5. A
Luís de Camões foi um dos grandes responsáveis pela construção linguística e identitária de Portugal,
enaltecendo a história do país e as aventuras portuguesas pelo Atlântico.
6. D
Dentre as alternativas apresentadas, heliocentrismo, antropocentrismo e racionalismo são características
do renascimento, pois colocam o sol como centro do univerno, o ser humano como a grande criação
divina e a razão como a forma de ver e entender o mundo.
7. D
As características mencionadas demonstram uma ruptura do renascimento com o pensamento medieval,
dominado pela Igreja Católica, pela servidão e pelo feudalismo.
8. A
As ideias burguesas e o pensamento artístico do período se convergiam, pois a forma racional de ver o
mundo e a valorização de ideais em comum ligava os dois grupos. Além do mais, os grandes
financiadores das artes plásticas foram os burgueses, que ansiavam por representações artísticas deste
novo mundo que desejavam construir.
9. C
Com a reabertura do mar mediterrâneo e o renascimento urbano e comercial, as cidades italianas
passaram a dominar as principais rotas comerciais da região e se tornaram grandes polos atrativos para
burgueses, artistas e viajantes. Com essa conjuntura formada, o renascimento artístico e cultural logo
aflorou nas cidades italianas, com a ascensão da própria burguesia como classe.
7
História
10. A
Uma das características do racionalismo e do classicismo renascentista é a busca pelo equilíbrio e a
visão do mundo de forma racional, ou seja, equilibrada, bem distribuída e calculada. Assim, a perspectiva
nas obras de arte se tornou uma forma de trazer essa racionalidade para dentro das pinturas.
8
Literatura
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Literatura
Resumo
A arte
A palavra arte é derivada do termo latino “ars”, que significa arranjo ou habilidade. Neste sentido, podemos
entender a noção de arte como um meio de criação, produção de novas técnicas e perspectivas. Há
diferentes visões artísticas, mas todas possuem em comum a intenção de representar simbolicamente a
realidade, sendo assim, resultado de valores, experiências e culturas de um povo em um determinado
momento ou contexto histórico.
A arte pode ser composta pela linguagem não verbal (por meio de imagens, sons, gestos, etc.) ou, ainda, pela
linguagem verbal, formada por palavras. Quando ocorre a fusão entre os dois tipos de linguagem, chamamos
de linguagem mista ou híbrida. É importante dizer, ainda, que ainda que a arte faça referência a algum período
histórico ou político, essa não possui compromisso de retratar fidedignamente a realidade e possui o intuito
de instigar, despertar o incômodo, romper com os padrões.
A literatura
Além disso, a literatura também é um tipo de manifestação artística e sua “matéria prima” são as palavras,
que podem compor prosas ou versos literários. A linguagem, em geral, explora bastante o sentido conotativo
e o uso das figuras de linguagem contribuem para a construção estética do texto. Os movimentos literários,
que estudaremos em breve, estão vinculados a um contexto histórico e possuem características que
representam os anseios e costumes de um determinado tempo.
Os textos literários têm maior expressividade, há uma seleção vocabular que visa transmitir subjetividade,
uma preocupação com a função estética, a fim de provocar e desestabilizar o leitor, as palavras possuem
uma extensão de significados e faz-se preciso um olhar mais atento à leitura, que não prioriza a informação,
mas sim, o caráter poético.
Veja, abaixo, exemplos de textos literários:
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Literatura
Anúncios classificados
Vendedoras. Ótima aparência, excelente salário. Rua tal, no tal. Recusada.
Boutique cidade precisa moça boa aparência entre 25 e 30 anos. Marcar entrevista tel. no tal. Recusada.
Moças bonitas e educadas para trabalhar como recepcionistas. Garantimos ganhos acima de um milhão.
Procurar D. Fulana das 12,00 às 20,00 horas, na rua tal, no tal. Recusada.
Senhor solitário com pequeno defeito físico procura moça de 30 anos para lhe fazer companhia. Não precisa
ser bonita. Endereço tal.
Desta vez ela não disfarçou a corcunda nem pôs óculos escuros para esconder o estrabismo. Contratada.
(CUNHA, Helena Parente. Cem mentiras de verdade, 1985)
Morte do Leiteiro
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Literatura
Poema Brasileiro
No Piauí de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade
No Piauí
de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade
No Piauí
de cada 100 crianças
que nascem
78 morrem
antes
de completar
8 anos de idade
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Literatura
Exercícios
1.
PICASSO, P. Cabeça de touro. Bronze, 33,5 cm x 43,5 cm x 19 cm. Musée Picasso, Paris. França, 1945. JANSON, H. W.
Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
Na obra Cabeça de touro, o material descartado torna-se objeto de arte por meio da
a) reciclagem da matéria-prima original.
b) complexidade da combinação de formas abstratas.
c) perenidade dos elementos que constituem a escultura.
d) mudança da funcionalidade pela integração dos objetos.
e) fragmentação da imagem no uso de elementos diversificados.
2
Literatura
Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que
se observa a
a) imprecisão no sentido dos vocábulos.
b) dramaticidade como elemento expressivo.
c) subjetividade em oposição à verossimilhança.
d) valorização da imagem com efeito persuasivo.
e) plasticidade verbal vinculada à cadência melódica.
No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo,
aflora o
a) cuidado em apagar da memória os restos do amor.
b) amadurecimento revestido de ironia e desapego.
c) mosaico de alegrias formado seletivamente.
d) desejo reprimido convertido em delírio.
e) arrependimento dos erros cometidos.
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Literatura
5. amora
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor
a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
Marco Catalão, Sob a face neutra
É correto afirmar que o poema
a) aborda o tema da memória, considerada uma faculdade que torna o ser humano menos amargo e
sombrio.
b) enfoca a hesitação do eu lírico diante das palavras, o que vem expresso pela repetição da palavra
“talvez”.
c) apresenta natureza romântica, sendo as palavras “amora” e “amargo” metáforas do sentimento
amoroso.
d) possui reiterações sonoras que resultam em uma tensão inusitada entre os termos “amor” e
“amar”.
e) ressalta os significados das palavras tal como se verificam no seu uso mais corrente.
4
Literatura
6. O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta
atrás de casa.
Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era
mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.
Considerando que se trata de um texto literário, uma interpretação que seja capaz de captar a sua
complexidade abordará o poema como
a) uma defesa da natureza.
b) um ataque às forças armadas.
c) uma defesa dos direitos humanos.
d) uma defesa da resistência civil.
e) um ataque à passividade.
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Literatura
8.
TEXTO I TEXTO II
Utilizando chocolate derretido como matéria-prima, essa obra de Vick Muniz reproduz a célebre
fotografia do processo de criação de Jackson Pollock. A originalidade dessa releitura reside na
a) apropriação parodística das técnicas e materiais utilizados.
b) reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte.
c) simplificação dos traços da composição pictórica.
d) contraposição de linguagens artísticas distintas.
e) crítica ao advento do abstracionismo.
6
Literatura
9. TEXTO I
ALMEIDA, H. Dentro de mim, 2000. Fotografia p/b. 132 cm x 88 cm. Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
TEXTO II
A body art põe o corpo tão em evidência e o submete a experimentações tão variadas, que sua
influência estende-se aos dias de hoje. Se na arte atual as possibilidades de investigação do corpo
parecem ilimitadas – pode-se escolher entre representar, apresentar, ou ainda apenas evocar o corpo
– isso ocorre graças ao legado dos artistas pioneiros.
SILVA, P R. Corpo na arte, body art, body modification: fronteiras. II Encontro de História da Arte: IFCH-Unicamp, 2006
(adaptado).
7
Literatura
10. Somente uns tufos secos de capim empedrados crescem na silenciosa baixada que se perde de vista.
Somente uma árvore, grande e esgalhada mas com pouquíssimas folhas, abre-se em farrapos de
sombra. Único ser nas cercanias, a mulher é magra, ossuda, seu rosto está lanhado de vento. Não se
vê o cabelo, coberto por um pano desidratado. Mas seus olhos, a boca, a pele – tudo é de uma aridez
sufocante. Ela está de pé. A seu lado está uma pedra. O sol explode.
Ela estava de pé no fim do mundo. Como se andasse para aquela baixada largando para trás suas
noções de si mesma. Não tem retratos na memória. Desapossada e despojada, não se abate em
autoacusações e remorsos. Vive. Sua sombra somente é que lhe faz companhia. Sua sombra, que se
derrama em traços grossos na areia, é que adoça como um gesto a claridade esquelética. A mulher
esvaziada emudece, se dessangra, se cristaliza, se mineraliza. Já é quase de pedra como a pedra a
seu lado. Mas os traços de sua sombra caminham e, tornando-se mais longos e finos, esticam-se
para os farrapos de sombra da ossatura da árvore, com os quais se enlaçam.
FRÓES, L. Vertigens: obra reunida. Rio de Janeiro: Rocco, 1998
8
Literatura
Gabarito
1. D
O enunciado fala em um material descartado tornando-se obra de arte, visto que há uma nova
funcionalidade que lhe é atribuída a partir da junção de objetos. É válido ressaltar que a reciclagem
implicaria na transformação do objeto fonte.
2. E
A plasticidade verbal verifica-se na oscilação do tamanho dos sintagmas. Além disso, a cadência
melódica diz respeito à construção do texto como prosa poética, indicado no próprio título “Canções
sem metro”.
3. B
A expressão “isso te devo” reveste-se de um sentido potencialmente irônico, pois o eu-lírico indica por
meio dela sentimentos negativos (expressos pelo desassossego, alma esvaziada, etc) causados por
esse interlocutor. Nota-se, também, o amadurecimento do eu-lírico em função dessas experiências
vividas e um desapego em relação a essa figura com quem eu-poético teve um vínculo emocional.
4. E
O poema se constrói com base em incongruências temporais propostas a partir de transformações do
eu lírico.
5. D
O jogo de palavras em que se dispõe o eu írico para cultivar um sentimento no leitor traz a análise
morfológica dos termos “amor” e “amar”, de modo a ressignificar seus sentidos para a caracterização
literária.
6. B
O uso do substantivo “enseada” destitui o cenário admirado pelo eu lírico de beleza, graça, poesia. Ou
seja, trata-se de uma perda da impressão subjetiva sobre o espaço, característica típica de Manoel de
Barros.
7. D
A interpretação do texto aborda a resistência, representada pela planta, em aguentar a imensidão de
repressão, aí caracterizada pelo exército de pisadas. Embora ela sofra, há também o impacto por quem
a pisa, demonstrando, desse modo, uma força contrária para se fortalecer diante a ações hostis.
8. A
O texto II propõe um diálogo intertextual. Há um elemento paródico ao se utilizar o chocolate derretido
como matéria-prima da obra de arte. É válido ressaltar que não necessariamente a paródia implica uma
atitude de zombaria.
9. B
A partir da análise dos dois textos, é possível identificar que a concepção de body art diz respeito à
utilização do corpo como suporte para a expressão do sujeito.
9
Literatura
10. A
O enunciado reforça o entrelaçamento dos elementos contidos no texto, e a letra A, por meio da palavra
“amalgamada”, evidencia essa fusão da mulher com a natureza.
10
Literatura
Resumo
Os gêneros literários
Os gêneros literários são conjuntos ou categorias que reúnem aspectos semelhantes de forma e conteúdo
em relação às produções literárias. Esse agrupamento também pode ser realizado de acordo com
características semânticas, contextuais, discursivas e sintáticas. O filósofo Aristóteles foi o primeiro a definir
os gêneros e os dividiu em três importantes classificações: épico ou narrativo, dramático e lírico.
Gênero épico/narrativo
No gênero épico, do grego “epikos”, há a presença de uma narrativa mitológica com temáticas grandiosas e
heróicas sobre a história de um povo e seus personagens. O narrador fala de um determinado passado e
apresenta também o espaço onde sucederam as ações. Em geral, o texto é constituído por versos e há a
presença de elementos míticos ou fantasiosos.
Duas obras muito conhecidas são “Ilíada” e “Odisseia”, heróis épicos da Grécia Antiga. Na Idade Média, Dante
Alighieri retoma a escrita com “Divina Comédia”; já na Era Moderna, Luís Vaz de Camões revive o gênero com
“Os Lusíadas”. Abaixo, você encontra um pequeno trecho de “Ilíada” e algumas características da lírica
épica:
“Torna ao conflito o herói; se à frente há pouco
Era atroz, o furor se lhe triplica.
Quando o leão, que assalta agreste bardo,
Sem rendê-lo o pastor golpeia e assanha,
Foge e a grei desampara; a pulo a fera
Trepa, amedronta o ermo, umas sobre outras
Atropela as lanígeras ovelhas,
Do redil sai ovante e ensangüentado:
Anda assim na baralha o cru Tidides.”
Já o texto gênero narrativo nasce na modernidade derivado do épico, no entanto, é constituído em prosa.
São exemplificados pelas novelas, romances, contos, etc. Por desenvolver uma estrutura diferente das
antigas obras épicas, ela é caracterizada por:
• Apresentação: Introdução dos personagens, tempo, espaço em que seguirá a narrativa.
• Desenvolvimento: parte da história é desenvolvida com base nas ações dos personagens, direcionando
a um momento de ápice.
• Clímax: momento da história de maior tensão, é o ápice da narrativa.
• Desfecho: finalização dos conflitos e desenvolvimentos, conclusão dos peronagens e de suas relações.
Leia, abaixo, um trecho da obra “Senhora”, de José de Alencar e identifique as características do texto
narrativo:
“Filho de um empregado público e órfão aos dezoito anos, Seixas foi obrigado a abandonar seus estudos na
Faculdade de São Paulo pela impossibilidade em que se achou sua mãe de continuar-lhe a mesada.
1
Literatura
Já estava no terceiro ano, e se a natureza que o ornara de excelentes qualidades lhe desse alguma energia
a força de vontade, conseguiria ele vencendo pequenas dificuldades, concluir o curso; tanto mais quanto um
colega e amigo, o Torquato Ribeiro lhe oferecia hospitalidade até que a viúva pudesse liquidar o espólio.
Mas Seixas era desses espíritos que preferem a trilha batida, e só impelidos por alguma forte paixão, rompem
com a rotina. Ora, a carta de bacharel não tinha grande solução para sua bela inteligência mais propensa à
literatura e ao jornalismo.”
Os elementos da narrativa são essenciais para o gênero, pois é por meio deles que ocorre o decorrer das
ações da história. Dividem-se em cinco:
• Personagem: São as pessoas presentes na narrativa. De acordo com sua importância, são denominados
como “protagonistas” (figuras principais) ou “coadjuvantes” (personagens secundários).
• Enredo: É o tema/assunto da história, que pode ser contada de maneira linear ou não-linear (respeitando
ou não a cronologia). E a partir dele que irá se desdobrar o decorrer da narrativa.
• Tempo: Podendo ser cronológico (que segue uma linearidade dos acontecimentos) ou de modo interior
e digressivo, é importante ressaltar que toda a narrativa é transmitida em um certo tempo para que se
façam os acontecimentos.
• Espaço: É o local em que se desenvolve a narrativa. Podendo ser físico ou psicológico, determinará onde
as ações irão acontecer.
• Narrador: Também chamado de “foco narrativo”, é a “voz” do texto, ou seja, é quem irá transmitir as
ideias presentes da narrativa.
Obs: É importante lembrar os tipos de narradores: há o narrador-personagem, que é aquele que narra e
também faz parte do enredo; há o narrador-observador, que não faz parte do enredo e narra a história em 3ª
pessoa e, por fim, há o narrador onisciente, que é aquele que narra e sabe os anseios e sentimentos dos
personagens.
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Literatura
Textos de apoio:
TEXTO I
Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a musa antiga canta
Que outro valor mais alto se alevanta
CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas
TEXTO II
O arquivo
No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em seus vencimentos.
joão era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso, embora tenha sido um os
poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a
agradecer ao chefe.
No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o salário reduzido, podia
pagar um aluguel menor.
Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito. Acordava mais cedo,
e isto parecia aumentar-lhe a disposição.
Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.
O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.
Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. A redução foi um pouco maior: dezessete por cento.
Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.
Agora joão acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação, comia menos. Ficou
mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O contentamento aumentou.
Prosseguiu a luta.
Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.
(...)
A vida foi passando, com novos prêmios.
Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo acomodara-se à fome.
Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais
problemas de moradia ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os
farrapos de um lençol adquirido há muito tempo.
O corpo era um monte de rugas sorridentes.
Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou quarenta anos de
serviço, foi convocado pela chefia:
— Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua função, a partir de
amanhã, será a de limpador de nossos sanitários.
O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca tremeu, mas nada disse.
Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir:
— Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha aposentadoria.
O chefe não compreendeu:
3
Literatura
— Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de alguns meses terá de
pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de convívio? O
senhor ainda está forte. Que acha?
A emoção impediu qualquer resposta.
joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura regrediu. A cabeça se
fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-
se cinzento.
João transformou-se num arquivo de metal.
Victor Giudice
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Literatura
Exercícios
1. Autorretrato falado
Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Uma obra literária pode combinar diferentes gêneros, embora, de modo geral, um deles se mostre
dominante. O poema de Manoel de Barros, predominantemente lírico, apresenta características de um
outro gênero. Qual?
a) Gênero épico.
b) Gênero poético.
c) Gênero elegíaco.
d) Gênero dramático.
e) Gênero narrativo.
5
Literatura
O texto acima é parte da cena de abertura do poema épico grego Odisseia. A partir da leitura atenta do
fragmento e dos conhecimentos acumulados sobre o gênero épico, podemos afirmar que este:
a) Tem como característica principal a existência de cinco fatores: tempo, espaço, narrador,
personagem e enredo.
b) Responde à necessidade humana de expressão da individualidade e da subjetividade, a partir da
presença marcante de um eu lírico.
c) Gira em torno, principalmente, do cuidado com a linguagem, concentrando-se mais na forma do
que no conteúdo.
d) Celebra, em estilo solene e grandioso, um acontecimento histórico protagonizado por um herói.
e) Concentra-se no diálogo como principal fio condutor da história.
3. Ed Mort só vai
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana
entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um cinzeiro.
Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vencerão. Comprei
um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia
entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando as máscaras.
Espisoteei meia dúzia. As outras atacarama mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal era
novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco.
Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com balconista topless.
Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.
VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).
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Literatura
4. Em casa, Hideo ainda podia seguir fiel ao imperador japonês e às tradições que trouxera no navio que
aportara em Santos. […] Por isso Hideo exigia que, aos domingos, todos estivessem juntos durante o
almoço. Ele se sentava à cabeceira da mesa; à direita ficava Hanashiro, que era o primeiro filho, e
Hitoshi, o segundo, e à esquerda, Haruo, depois Hiroshi, que era o mais novo. […] A esposa, que também
era mãe, e as filhas, que também eram irmãs, aguardavam de pé ao redor da mesa […]. Haruo
reclamava, não se cansava de reclamar: que se sentassem também as mulheres à mesa, que era um
absurdo aquele costume. Quando se casasse, se sentariam à mesa a esposa e o marido, um em frente
ao outro, porque não era o homem melhor que a mulher para ser o primeiro […]. Elas seguiam de pé, a
mãe um pouco cansada dos protestos do filho, pois o momento do almoço era sagrado, não era hora
de levantar bandeiras inúteis […].
NAKASATO, O. Nihonjin. São Paulo: Benvirá, 2011 (fragmento).
Referindo-se a práticas culturais de origem nipônica, o narrador registra as reações que elas
provocam na família e mostra um contexto em que
a) a obediência ao imperador leva ao prestígio pessoal.
b) as novas gerações abandonam seus antigos hábitos.
c) a refeição é o que determina a agregação familiar
d) os conflitos de gênero tendem a ser neutralizados.
e) o lugar à mesa metaforiza uma estrutura de poder
O lobo e o leão
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à conclusão
que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-se daquela
merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no
caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a
ovelha.
O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom
injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito
me pertence!"
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas como o
Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma
merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por acaso,
terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?"
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Literatura
6. Menina
A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes na
boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a
tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito
decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a
de ( ) como quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa
tinha-as pensado. Oh, tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente
agora quase com fome depressa depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e — Mamãe, o
que é desquitada? — atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse
o mundo acabava ou Deus aparecia — sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele instante, forte demais
para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo sem solução podendo desabar a qualquer
pensamento, a máquina avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz
luz luz.
ÂNGELO, I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.
7. TEXTO I
João Guedes, um dos assíduos frequentadores do boliche do capitão, mudara-se da campanha havia
três anos. Três anos de pobreza na cidade bastaram para o degradar. Ao morrer, não tinha um vintém
nos bolsos e fazia dois meses que saíra da cadeia, onde estivera preso por roubo de ovelha.
A história de sua desgraça se confunde com a da maioria dos que povoam a aldeia de Boa Ventura,
uma cidadezinha distante, triste e precocemente envelhecida, situada nos confins da fronteira do
Brasil com o Uruguai.
MARTINS, C. Porteira fechada. Porto Alegre: Movimento, 2001 (fragmento).
TEXTO II
Comecei a procurar emprego, já topando o que desse e viesse, menos complicação com os homens,
mas não tava fácil. Fui na feira, fui nos bancos de sangue, fui nesses lugares que sempre dão para
descolar algum, fui de porta em porta me oferecendo de faxineiro, mas tava todo mundo escabreado
pedindo referências, e referências eu só tinha do diretor do presídio.
FONSECA, R. Feliz Ano Novo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (fragmento).
A oposição entre campo e cidade esteve entre as temáticas tradicionais da literatura brasileira. Nos
fragmentos dos dois autores contemporâneos, esse embate incorpora um elemento novo: a questão
da violência e do desemprego.
As narrativas apresentam confluência, pois nelas o(a)
a) criminalidade é algo inerente ao ser humano, que sucumbe a suas manifestações.
b) meio urbano, especialmente o das grandes cidades, estimula uma vida mais violenta.
c) falta de oportunidades na cidade dialoga com a pobreza do campo rumo à criminalidade.
d) êxodo rural e a falta de escolaridade são causas da violência nas grandes cidades.
e) complacência das leis e a inércia das personagens são estímulos à prática criminosa.
8
Literatura
8. A relação entre autor e narrador pode assumir feições diversas na literatura. Pode-se dizer que tal
relação tem papel fundamental na caracterização de textos que, a exemplo do livro de Graciliano
Ramos, constituem uma autobiografia – gênero literário definido como relato da vida de um indivíduo
feito por ele mesmo.
A partir dessa definição, é possível afirmar que o caráter autobiográfico de uma obra é reconhecido
pelo leitor em virtude de:
a) Conteúdo verídico das experiências pessoais e coletivas relatadas
b) Identidade de nome entre autor, narrador e personagem principal
c) Possibilidade de comprovação histórica de contextos e fatos narrados
d) Notoriedade do autor e de sua história junto ao público e a sociedade
Com a frase acima, o escritor lembra um princípio básico da literatura: a verossimilhança – isto é, a
semelhança com a verdade – é mais importante do que a verdade mesma. A melhor explicação para
este princípio é a de que a invenção narrativa se mostra mais convincente se:
a) Parecer contar uma história real.
b) Quer mostrar seu caráter ficcional
c) Busca apoiar-se em fatos conhecidos
d) Tenta desvelar as contradições sociais
9
Literatura
10. Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida.
Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre
houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início,
se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré- história já havia os monstros
apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois
juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida,
inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que
justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos
antecedentes.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector,
culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-
se essa peculiaridade porque o narrador
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às
personagens.
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos
que a compõem.
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as
palavras exatas.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de
ficção.
10
Literatura
Gabarito
1. E
O poema apresenta características do gênero narrativo. Essa mistura dos gêneros - em que o verso se
aproxima da prosa - é uma herança da poesia modernista. Uma das características do gênero narrativo
que se mostra no poema de Manoel de Barros é a apresentação dos fatos numa sequência temporal, tal
como se dá quando contamos uma história. (Comentário Uerj)
2. D
O gênero épico é conhecido por exaltar grandes feitos, por trazer a imagem do herói.
3. D
O efeito de humor é obtido pela concatenação de sequências inusitadas/absurdas/estranhas: baratas
roubando objetos; o rosto do King Kong andando pela sala; uma ótica com uma balconista fazendo
topless.
4. E
O lugar à mesa nas práticas culturais nipônicas reflete uma pirâmide hierárquica na qual a mulher ocupa
o lugar mais baixo.
5. E
A fábula de Esopo apresenta os elementos característicos do gênero narrativo: enredo, personagens,
clímax, espaço e tempo.
6. D
A hesitação da menina em perguntar à mãe o sentido da palavra “desquitada”, somada ao clima gerado
após a pergunta, representa o estigma social em relação à figura da mãe solteira.
7. C
A falta de oportunidades econômicas e educacionais na cidade, que exige sempre referências na hora
do emprego, dialoga com a pobreza das áreas pobres, alimentando, assim, a criminalidade e violência.
8. B
Uma vez que se trata de uma autobiografia, aquele que está sendo biografado (personagem principal)
acaba por ser, também, o autor e o narrador de sua própria história.
9. A
A verossimilhança não pode ser confundida com veracidade. Por isso, parecer contar uma história real
é o mais importante.
10. C
Nesse fragmento de “A hora da estrela”, deparamo-nos com um narrador que tece reflexões sobre
questões existenciais (“Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas”, continuarei a escrever”),
e sobre a própria construção de sua narrativa (“Como eu irei dizer agora, esta história...”)
11
Literatura
Resumo
O gênero lírico
Os textos do gênero literário lírico costumam ser breves, pois, diferentemente dos épicos/narrativos, não há
uma história sendo contada, há a supressão do enredo. Versam sobre sentimentos, divagações e expressões
do eu-lírico e é por meio deles que o indivíduo extravasa suas emoções, por isso a subjetividade é uma das
características principais desse modo de escrita. Os poemas são textos que se enquadram, em sua maioria,
nesse gênero.
Observação: eu-lírico é a voz que fala com o leitor dentro do texto. O poeta é autor do eu-lírico. É comum
autores masculinos escreverem um eu-lírico do gênero oposto e vice-versa.
Os textos poéticos representam muito o gênero lírico, que mantém relações estreitas com a música.
Antigamente, as obras eram acompanhadas por instrumentos musicais. Recursos sonoros se fazem
presentes nesses textos até a atualidade, como métrica, rima e figuras de linguagem moram neles.
Recursos sonoros
Métrica: organização silábica de acordo com a fala e não com a ortografia que privilegia a sonoridade dos
versos. Conta-se desde a primeira sílaba até a última tônica do verso.
Exemplo:
Mui/to en/gra/ça/da
contar na última silaba tônica do verso).
Não/ ti/nha/ te/to
Não /ti/nha /na/da
Vinicius de Moraes
1
Literatura
Rima: repetições sonoras no final dos versos. Podem ser avaliadas quanto a disposição nos versos e quanto
a qualidade.
Chico Buarque
Refrão: não é uma figura de linguagem, mas um verso (ou conjunto de versos) que se repete a fim de criar
ritmo.
2
Literatura
Textos de apoio
As pombas
Vai-se a primeira pomba despertada... Também dos corações onde abotoam
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas Os sonhos, um a um, céleres voam,
Das pombas vão-se dos pombais, apenas Como voam as pombas dos pombais;
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
No azul da adolescência as asas soltam,
E à tarde, quando a rígida nortada Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas, E eles aos corações não voltam mais.
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada... Raimundo Correia
Casemiro de Abreu
3
Literatura
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
Oswald de Andradre
2
Literatura
Exercícios
1. Texto I
No meio do caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra
Tinha uma pedra no meio
do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha
uma pedra
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000. (fragmento).
Texto II
DAVIS, J. Garfield, um charme de gato -7. Trad. De A gência Internacional Press. Porto Alegre: L&PM, 200.
A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que
a) o texto I perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em
quadrinho.
b) o texto II pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do
texto I.
c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao
mesmo gênero.
d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com
finalidades distintas.
e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como
pertencentes ao mesmo gênero.
3
Literatura
2. Primeira lição
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.
O gênero lírico compreende o lirismo.
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e pessoal.
É a linguagem do coração, do amor.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os versos sentimentais eram
declamados ao som da lira.
O lirismo pode ser:
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta.
CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de
construção do texto indica que o(a)
a) caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.
b) tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.
c) seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística.
d) enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade.
e) referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.
4
Literatura
3. Anoitecer
A Dolores
É a hora em que o sino toca,
mas aqui não há sinos;
há somente buzinas,
sirenes roucas,
apitos aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo.
[...]
É a hora do descanso,
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz – morte – mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.
Hora de delicadeza,
agasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim,
meu passado, meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.
ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento).
Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro “A rosa do povo” revela desdobramentos da
visão poética. No fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a)
a) defesa da esperança como forma de superação das atrocidades da guerra.
b) desejo de resistência às formas de opressão e medo produzidas pela guerra.
c) olhar pessimista das instituições humanas e sociais submetidas ao conflito armado.
d) exortação à solidariedade para a reconstrução dos espaços urbanos bombardeados.
e) espírito de contestação capaz de subverter a condição de vítima dos povos afetados.
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Literatura
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Literatura
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Literatura
6. Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
O poema de Adélia Prado, que segue a proposta moderna de tematização de fatos cotidianos,
apresenta a prosaica ação de limpar peixes na qual a voz lírica reconhece uma
a) expectativa do marido em relação à esposa.
b) imposição dos afazeres conjugais.
c) disposição para realizar tarefas masculinas.
d) dissonância entre as vozes masculina e feminina.
e) forma de consagração da cumplicidade no casamento.
a) Gênero marcado pela subjetividade dos textos. Presença de um eu lírico que manifesta e expõe
seus sentimentos e sua percepção acerca do mundo.
b) As mais conhecidas estruturas formais do gênero lírico são a elegia, o soneto, o hino, a sátira, o
idílio, a écloga e o epitalâmio.
c) São longos poemas narrativos em que um acontecimento histórico protagonizado por um herói é
celebrado.
d) Nota-se, no gênero lírico, a predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa e a exploração da
musicalidade das palavras.
e) Os poemas do gênero lírico podem apresentar forma livre ou estruturas formais.
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Literatura
8. A viagem
Que coisas devo levar
nesta viagem em que partes?
As cartas de navegação só servem
a quem fica.
Com que mapas desvendar
um continente
que falta?
Estrangeira do teu corpo
tão comum
quantas línguas aprender
para calar-me?
Também quem fica
procura
um oriente.
Também
a quem fica
cabe uma paisagem nova
e a travessia insone do desconhecido
e a alegria difícil da descoberta.
O que levas do que fica,
o que, do que levas, retiro?
MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A. (Org.). Rua Aribau. Porto Alegre: Tag, 2018.
A viagem e a ausência remetem a um repertório poético tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com
essa tradição, repercutindo a
a) saudade como experiência de apatia.
b) presença da fragmentação da identidade.
c) negação do desejo como expressão de culpa.
d) persistência da memória na valorização do passado.
e) revelação de rumos projetada pela vivência da solidão.
9
Literatura
9. Carta ao Tom 74
Rua Nascimento Silva, cento e sete
Você ensinando pra Elizete
As canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ah, que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor
MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente. São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).
O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes apresenta marcas do gênero textual carta,
possibilitando que o eu poético e o interlocutor
a) compartilhem uma visão realista sobre o amor em sintonia com o meio urbano.
b) troquem notícias em tom nostálgico sobre as mudanças ocorridas na cidade.
c) façam confidências, uma vez que não se encontram mais no Rio de Janeiro.
d) tratem pragmaticamente sobre os destinos do amor e da vida citadina.
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos turísticos específicos.
10
Literatura
10. À garrafa
Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.
Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.
Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,
numa explosão
de diamantes.
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.
A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária
contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a):
a) reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão
“Por translúcidas pões".
b) subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se
em "prisão da forma".
c) visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme
expressa o verso "e te estilhaces, suicida".
d) processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos
"numa explosão / de diamantes".
e) necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente
comparada à "garrafa" a ser "estilhaçada".
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Literatura
Gabarito
1. D
No caso, temos uma história em quadrinhos que retoma um poema de Drummond. Aliás, o conhecimento
do poema é fundamental para a compreensão da paródia realizada nos últimos quadrinhos da história.
Por fim, enquanto o texto 1 traz uma reflexão de caráter existencial e filosófica, o texto 2 tem um objetivo
mais modesto, que é provocar humor. Atente-se para a intertextualidade.
2. B
O caráter didático do texto justifica seu “tom explicativo e contido”, embora seja discutível se somente
esse tom é capaz de constituir “uma forma peculiar de expressão poética”.
3. C
No texto, o eu-lírico não demonstra qualquer tipo de esperança com relação ao fim da guerra - sente-se
oprimido. Mesmo ao descansar, quando busca a paz, ou a morte, ainda ouve a continuidade da guerra,
sugerida de forma metonímica por diversos vocábulos do texto, como sino (igreja), buzinas (trânsito),
sirenes (ambulâncias).
4. B
A angústia do eu lírico tem a ver com o fato de ele pertencer à geração “do meio”, e ser “errado quando
apanhou da de cima \ e errado quando bateu na de baixo”. No entanto, ela afirma que “apesar de
amaldiçoados \ éramos todos inocentes”, já que o ato de bater nos filhos era visto como “normal” pelo
senso comum.
5. B
Linguisticamente, percebe-se a manifestação da oralidade no texto escrito, o que fica exemplificado
pelos termos “cantador”, “amô”, “querê”, “prá”. Com isso, o texto se apropria de expressões populares
(que não são, necessariamente, regionais) do português.
6. E
No poema, fica evidente a cumplicidade de um casal. O eu lírico apresenta-se como uma esposa que, em
vez de se revoltar com a tarefa de limpar peixes, como o fazem algumas mulheres, aproveita o momento
para inteirar-se mais afetuosamente de seu marido, como se fosse um ritual íntimo dos dois.
7. C
As características descritas na opção “c” referem-se ao gênero épico.
8. E
O estado de abandono e solidão do eu lírico o fazem buscar novos rumos: línguas para aprender, a
procura por um oriente ou por novas paisagens, travessias e descobertas.
9. B
É possível reconhecer pela semântica textual os tempos verbais no pretérito imperfeito e expressões
interjetivas enfatizando o tom de nostalgia – valorização do passado.
10. D
O texto trabalha gradativamente o processo de construção poética, associando a imagem final dos
“diamantes” à riqueza da plurissignificação da palavras possibilitada pela poesia.
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Matemática
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Matemática
Resumo
Ao estudarmos os conjuntos numéricos, estamos dando um foco num segmento do estudo dos conjuntos.
Assim, todas as operações entre os conjuntos também são aplicáveis nesse segmento.
2. Conjunto
*
+ = *
dos números inteiros positivos não nulos:
*
+ = *
= x | x 0 = 1,2,3,...
+ = = x | x 0 = 0,1,2,3,...
*
4. Conjunto − os números negativos não nulos:
*
− = x | x 0 = ..., −3, −2, −1
1
Matemática
Alguns exemplos:
0
• 0=1
−2
• −2 = 1
1
• 2
* * * * * *
Da mesma forma que temos , + , + , − , − , temos também , + , + , − , − com definições
análogas.
Obs: Lembrando que entre dois números racionais há infinitos números racionais.
Obs2: Dízimas periódicas são racionais pois podem ser escritas sob a forma de fração.
Dízima periódica
Número decimal que possui uma repetição periódica e infinita de termos (período) , mas não tem uma
representação exata. São classificadas como simples e compostas:
• Simples: o período começa logo após a vírgula. Exemplo: 0,3333... , 0,121212.... e 1,3333...
• Composta: Existe uma parte não periódica entre a virgula e o período: Exemplo: 0,0222..., 1,125555...
Elas podem ser representas como 0, 3 e 1,125 com a barra indicando onde começa o período. Com a dízima
periódica dá para descobrir a fração que a gerou, essa chamada fração geratriz.
• Simples. Exemplo: 0,3333...
x = 0,333... , 10x = 3,333...
10x = 3,333... - x = 0,333...
___________
9x = 3
3 1
x= =
9 3
1
Logo, a fração geratriz é .
3
2
Matemática
• √2 ≈ 1,414213562. ..
• √5 ≈ 2,236067977. ..
Racionais( )
Reais
Irracionais( − )
3
Matemática
Exercícios
2. Em trabalhos com matemática, é mantido um contato permanente com o conjunto dos números
reais, que possui, como subconjuntos, o conjunto dos números naturais, o conjunto dos
números inteiros, o dos números racionais e o dos números irracionais I. O conjunto dos númeroa
reais também pode ser identificado por
a)
b)
c)
d) I
e) I
1 7 14
3. Sobre os números racionais , e , é correto afirmar que
11 33 55
a) Apenas dois desses números, em sua forma decimal, são representados por dízimas periódicas.
b) Apenas um desses números, em sua forma decimal, é representado por uma dízima periódica
simples.
c) Os três números, em sua forma decimal, podem ser representados por dízimas periódicas tais
que o período de cada uma delas é um número primo.
d) Os três números, em sua forma decimal, podem ser representados por dízimas periódicas tais
que o período de cada uma delas é um número divisível por 3.
e) Os três números são irracionais.
4
Matemática
4. No contexto da matemática recreativa, utilizando diversos materiais didáticos para motivar seus
alunos, uma professora organizou um jogo com um tipo de baralho modificado, No início do jogo, vira-
se uma carta do baralho na mesa e cada jogador recebe em mãos nove cartas. Deseja-se formar pares
de cartas, sendo a primeira carta a da mesa e a segunda, uma carta na mão do jogador, que tenha um
valor equivalente àquele descrito na carta da mesa. O objetivo do jogo é verificar qual jogador
consegue o maior número de pares. Iniciado o jogo, a carta virada na mesa e as cartas da mão de um
jogador são como no esquema:
Segundo as regras do jogo, quantas cartas da mão desse jogador podem formar um par com a carta
da mesa?
a) 9
b) 7
c) 5
d) 4
e) 3
a) −1, 2, 2,
1
b) −5, 0, , 9
2
2
c) −2, 0, ,
3
d) 3, 64,9, 2
1
e) −1, 0, 7,
3
5
Matemática
6. Em um jogo educativo, o tabuleiro é uma representação da reta numérica e o jogador deve posicionar
as fichas contendo números reais corretamente no tabuleiro, cujas linhas pontilhadas equivalem a 1
(uma) unidade de medida. Cada acerto vale 10 pontos.
Na sua vez de jogar, Clara recebe as seguintes fichas:
Para que Clara atinja 40 pontos nessa rodada, a figura que representa seu jogo, após a colocação das
fichas no tabuleiro, é:
a) b)
c) d)
e)
x
7. Os números x e y são tais que 5 ≤ x ≤ 10 e 20 ≤ y ≤ 30. O maior valor possível de é:
y
a) 1/6
b) 1/4
c) 1/3
d) 1/2
e) 1
𝑝
8. Se é a fração irredutível equivalente à dízima periódica 0,323232... , então q – p vale:
𝑞
a) 64.
b) 67.
c) 68.
d) 69.
e) 71.
6
Matemática
9. Um grupo de alunos cria um jogo de cartas em que cada uma apresenta uma operação com números
racionais. O ganhador é aquele que obtiver um número inteiro como resultado da soma de suas cartas.
Quatro jovens ao jogar receberam as seguintes cartas:
10. O número real x, que satisfaz 3 < x < 4, tem uma expansão decimal na qual os 999.999 primeiros dígitos
à direita da vírgula são iguais a 3. Os 1.000.001 dígitos seguintes são iguais a 2 e os restantes são
iguais a zero.
Considere as seguintes afirmações:
I. x é irracional.
10
II. x
3
III. x 10
2.000.000
é um inteiro par.
Então,
a) nenhuma das três afirmações é verdadeira.
b) apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
c) apenas a afirmação I é verdadeira.
d) apenas a afirmação II é verdadeira.
e) apenas a afirmação III é verdadeira.
7
Matemática
Gabarito
1. D
Considere a relação hierárquica dos conjuntos numéricos
ℕ ⊏ ℤ ⊏ ℚ ⊏ ℝ⊏ℂ
ℝ =ℚ ∪ Ι
Ι ⊏ ℝ ⊏ ℂ
Analisando as afirmações:
I. Verdadeira, pois ℕ ⊏ ℤ
II. Verdadeira, pois ℕ ⊏ ℤ ⊏ ℚ ⇒ ℕ ⊏ ℚ
III. Falsa. Note que os números irracionais não possuem subconjuntos definidos segundo os
conjuntos apresentados.
2. E
Como os números naturais também podem ser inteiros, e todas as opções dadas na questão são de
união, a única alternativa correta é a que define o conjunto dos números reais como a união dos
números racionais e irracionais (ℚ ∪ l)
3. D
1 7 14
Tem-se que ̅̅̅̅,
= 0, 09 = 0, 21̅̅̅̅. Em consequência, os três números, em sua forma
̅̅̅̅ e
= 0,2545
11 33 55
decimal, são representados por dízimas periódicas, com o 0, 09 ̅̅̅̅ e 0, 21
̅̅̅̅ sendo dízimas periódicas
̅̅̅̅
simples e 0,2545 uma dízima periódica composta. Ademais, os período dessas dízimas são: 9, 21 e 45,
todos divisíveis por 3.
4. E
6 3
É imediato que = = 0,75 = 75%. Portanto, a resposta é 3.
8 4
5. B
1
A resposta correta é B, pois todos os elementos do conjunto {-5, 0, , √9 podem ser escritos como
2
10 0 1 6
fração: -5 = - 2, :0= -3,2,e √9 = 2
6. D
1 3
Como x = √3 ≅ 1,7; y = - = -0,5 e z = = 1,5, tem-se t < y < z < x. Assim, a figura que representa
2 2
o jogo de Clara é a da alternativa D. Note que na alternativa A, x=3.
7. D
Para o maior valor de x/y escolhe-se o maior valor para x e o menor para y logo 10/20 = ½
8
Matemática
8. B
32
A dízima 0,3232... equivale a e 99-32=67
99
9. C
12 4 12 7 510
Maria teve a soma: ( geratriz de 1,333...)+ + (1,2 na forma de fração)+ =
9 5 10 3 9
2 1 3 1 8
Selton teve a soma: + +
9 5 10
+ 6= 9
10 3 17 8 36
Tadeu teve a soma: + 10 + 10 +9= =4
9 9
2 7 1 1 143
Valentina teve a soma: + +
3 2 10
+2 = 90
.
O único que teve como resposta um número inteiro foi Tadeu que foi o vencedor.
10. E
9
Matemática
Resumo
Propriedades
Associativa: (a + b) + c = a + (b + c) = b + (a + c)
Comutativa: a + b = b + a
Elemento Neutro: O zero é o elemento neutro da adição pois ao somarmos zero, o resultado não se altera.
Propriedades
Comutativa: a . b = b . a
Associativa: (a . b) . c = a . (b . c) = b . (a . c)
Distributiva: a . (b + c) = ab + ac e a.(b – c) = ab - ac
Elemento Neutro: O elemento neutro da multiplicação é o um pois ao multiplicarmos um número por um, o
resultado não se altera.
1
Matemática
Caso os denominadores sejam diferentes, calcula-se o menor múltiplo comum entre os denominadores.
1 2 3 4 7
Exemplo: + 3 = 6 + 6 = 6 (MMC entre 2 e 3 = 6).
2
1 2 1 3 3
Divisão: Repete a primeira fração e multiplica pelo inverso da segunda fração : = 2x2 = 4
2 3
2
Matemática
Exercícios
1. Pitágoras estabeleceu a seguinte relação entre as sete notas musicais e números racionais:
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
8 64 3 2 16 128 1
1
9 81 4 3 27 243 2
16 2
Para encontrarmos o número , relativo à nota LÁ, multiplicamos o (correspondente da nota SOL)
27 3
8 3 64
por . Assim, para obtermos (relativo à nota FÁ), devemos multiplicar (da nota MI) por
9 4 81
8
a) 9
9
b) 8
243
c) 256
256
d) 243
192
e) 324
1 1
2. Seja o número real k, tal que 𝑘 = + 2− 3 . Sobre o valor de k é correto afirmar que
√2+√3 √ √
3
Matemática
1
3. O número real w = 3+√5 pode ser escrito da forma 𝑤 = 𝑎 + 𝑏 ⋅ √5 para certos números naturais
racionais a e b cuja soma vale
5
a)
6
2
b)
3
3
c)
4
4
d)
5
1
e)
2
r1
e) Para r2 0 , a razão será sempre um número racional.
r2
5. Uma professora de matemática organizou uma atividade associando um ábaco a três dados de
diferentes formatos: um cubo com faces numeradas de 1 a 6, associadas à haste C, um octaedro com
faces numeradas de 1 a 8, associadas à haste D, e um dodecaedro com faces numeradas de 1 a 12,
associadas à haste U. Inicialmente, as hastes do ábaco encontram-se vazias.As letras C, D e U estão
associadas a centenas, dezenas e unidades, respectivamente. A haste UM representa unidades de
milhar.
Regras do jogo: são jogados os três dados juntos e, a cada jogada, colocam-se bolinhas nas hastes,
correspondendo às quantidades apresentadas nas faces voltadas para cima de cada dado,
respeitando a condição "nunca dez", ou seja, em cada haste podem ficar, no máximo, nove bolinhas.
Assim, toda vez que a quantidade de bolinhas em alguma haste for superior a nove, dez delas são
retiradas dessa haste e uma bolinha é colocada na haste imediatamente á esquerda. Bolinhas, em
quantidades iguais aos números obtidos na face superior dos dados, na segunda jogada, são
acrescentadas às hastes correspondentes, que contêm o resultado da primeira jogada.
Iniciada a atividade, um aluno jogou os dados duas vezes. Na primeira vez, as quantidades das faces
voltadas para cima foram colocadas nas hastes. Nesta jogada, no cubo, no octaedro e no dodecaedro,
as faces voltadas para cima foram, respectivamente, 6, 8 e 11 (Figura 1).
4
Matemática
Na segunda vez, o aluno jogou os dados e adicionou as quantidades correspondentes, nas respectivas
hastes.O resultado está representado no ábaco da Figura 2.
De acordo com a descrição, as faces voltadas para cima no cubo, no octaedro e no dodecaedro, na
segunda jogada, foram, respectivamente,
a) 4, 2 e 9.
b) 4, 3 e 9.
c) 4, 3 e 10.
d) 5, 3 e 10.
e) 5, 4 e 9.
5
Matemática
2 2 5 1 2 3
[( ) ( − )] + ÷
3 4 2 5 10
Qual é o resultado encontrado, em sua forma irredutível?
5
a)
3
10
b)
6
260
c)
123
90
d)
54
12
e)
25
8. Em um aeroporto, os passageiros devem submeter suas bagagens a uma das cinco máquinas de raio-
X disponíveis ao adentrarem a sala de embarque. Num dado instante, o tempo gasto por essas
máquinas para escanear a bagagem de cada passageiro e o número de pessoas presentes em cada
fila estão apresentados em um painel, como mostrado na figura.
Um passageiro, ao chegar à sala de embarque desse aeroporto no instante indicado, visando esperar
o menor tempo possível, deverá se dirigir à máquina:
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
9. Em um teleférico turístico, bondinhos saem de estações ao nível do mar e do topo de uma montanha.
A travessia dura 1,5 minuto e ambos os bondinhos se deslocam à mesma velocidade. Quarenta
segundos após o bondinho A partir da estação ao nível do mar, ele cruza com o bondinho B, que havia
saído do topo da montanha. Quantos segundos após a partida do bondinho B partiu o bondinho A?
a) 5.
b) 10.
c) 15.
d) 20.
e) 25.
6
Matemática
10. Um executivo sempre viaja entre as cidades A e B, que estão localizadas em fusos horários distintos.
O tempo de duração da viagem de avião entre as duas cidades é de 6 horas. Ele sempre pega um voo
que sai de A às 15h e chega à cidade B às 18h (respectivos horários locais). Certo dia, ao chegar à
cidade B, soube que precisava estar de volta à cidade A, no máximo, até as 13h do dia seguinte (horário
local de A). Para que o executivo chegue à cidade A no horário correto e admitindo que não haja
atrasos, ele deve pegar um voo saindo da cidade B, em horário local de B, no máximo à(s)
a) 16h.
b) 10h.
c) 7h.
d) 4h.
e) 1h.
7
Matemática
Gabarito
1. C
3
4 = 3 . 81 = 243
64 4 64 256
81
2. B
Calculando
√2 + √3 + √2 - √3 2√2 2√2
k= = = = 2√2 = -2,8 ⇒ {k 𝝐 ℝ/k < -2}
(√2 + √3) . (√2 - √3) (√2)² - (√3)² -1
3. E
1 3 - √5 3 - √5 3 - √5 3 1
𝑤 = . = 2 = = − . √5
3 + √5 3 - √5 32 − √5 4 4 4
3 1 2 1
∴ a + b = + (- ) = =
4 4 4 2
4. B
A alternativa B é a incorreta, pois o produto de dois irracionais pode ser racional. Exemplo: √2 . √8 = 4
5. A
Calculando: 1ª jogada > 6, 8, 11
Unidade = 11 – 10 = 1
Dezena = 8 + 1 = 9
⇒ 691
Centena = 6
Milhar = 0
2ª jogada > x, y, z
Unidade = 1+ z = 10 > z = 9 > 10 – 10 = 0
Dezena = 9 + 1 + y = 12 > y = 2 > 12 – 10 = 2
⇒ x, y, z = 4, 2, 9
Centena = 6 + 2 + x = 11 > x = 4 > 11 – 10 = 1
6. E
I. Falso. Calculando (√2)² = 2.
II. Falso. Calculando − √2 + √2 = 0
III. Verdadeiro. O produto de um número irracional por um número racional não nulo é sempre um
número irarcional.
IV. Verdadeiro. A soma de um número irracional com um número racional é sempre um número
irracional.
V. Verdadeiro. O conjunto dos números reais é a união do conjunto dos número racionais com o
conjunto dos números irracionais.
8
Matemática
7. A
8. B
O tempo de espera nas máquinas 1, 2, 3, 4 e 5 são, respectivamente, iguais a 35 . 5 = 175𝑠, 25 . 6 =
150 𝑠, 22 . 7 = 154𝑠, 40 . 4 = 160𝑠 𝑒 20 . 8 = 160 𝑠.
Portanto, o passageiro deverá se dirigir à máquina 2.
9. B
A travessia dura 90 segundos (ou 1,5 minutos). Se o bondinho A se colocou por 40 segundos até
determinado ponto, isso quer dizer que o bondinho B deve ter se deslocado por 50 segundos, na direção
oposta, até cruzar-se com o bondinho A. Ou seja, o bondinho B partiu 10 segundos antes do bondinho A
– Alternativa B. Ou ainda:
𝑑
𝑉𝐴 = 𝑉𝐵 =
𝑡
𝑑 4𝑑
𝑑𝐴 = . 40 =
90 9
5𝑑
5𝑑
𝑑𝐵 = ⇒ 𝑡𝐵 = 9 = 50𝑠
9 𝑑
90
10. D
Sabendo que duração da viagem de A para B é de 6 horas, e que saindo da cidade A às 15 horas o voo
chega à cidade B às 18 horas, e que a diferença de fusos horários entre A e B é de 3 horas. Desse modo,
se na cidade A são 13 horas, na cidade B são 10 horas e, portanto, o executivo deve pegar um voo, na
cidade B, que saia, no máximo, às 10 - 6 = 4 horas.
9
Matemática
Resumo
Principais Conceitos
Ponto, reta e plano são elementos cuja existência é aceita sem uma definição. Suas representações são
dadas por:
Semirreta: uma semirreta é uma das partes de uma reta limitada por um único ponto P.
Segmento de reta: dada uma reta AB , o segmento de reta AB é a parte limitada entre os pontos A e B.
1
Matemática
Ângulo
Ângulo é a parte do plano delimitada por duas semirretas de mesma origem. Chama-se de lado as duas
semirretas que formam o ângulo, e de vértice a origem comum às duas semirretas.
Representação: ˆ
AOB
Unidade de medida de ângulo: existem duas medidas angulares principais, o grau e o radiano.
1
• Grau: do comprimento angular de uma circunferência. Ou seja, uma volta completa na circunferência
360
percorre 360°.
• Radiano: Medida angular de um arco com o mesmo comprimento métrico do raio. Como a circunferência
tem comprimento 2 vezes o seu raio, seu comprimento angular é 2 radianos.
2 rad 360
Ângulos adjacentes: dois ângulos são adjacentes se forem consecutivos e não possuírem pontos internos
em comum.
Ângulo Agudo: Ângulo Reto: Ângulo Obtuso: Ângulo Raso (meia volta):
2
Matemática
Ângulos consecutivos: dois ângulos são consecutivos quando possuem o mesmo vértice e um lado
comum.
OP é bissetriz de AÔB
AÔP=PÔB
Ângulos Complementares: dois ângulos que somados dão 90º. Complemento de a é 90° – a.
+ = 90º
Ângulos Suplementares: dois ângulos que somados dão 180º. Suplemento de a é 180° – a.
+ = 180º
Ângulos Replementares: dois ângulos que somados dão 360°. Replemento de a é 360° – a.
+ = 360º
3
Matemática
Ângulos Opostos pelo Vértice: dois ângulos serão opostos pelo vértice (O.P.V.) quando um deles for
composto pelas semirretas opostas do outro.
4
Matemática
Exercícios
a) 42°.
b) 32°.
c) 142°.
d) 148°.
e) 24°.
a) x = 13 e y = 49
b) x = 15 e y = 35
c) x = 12 e y = 48
d) x = 17 e y = 42
e) x = 10 e y = 50
5
Matemática
4. Dois ângulos são complementares e suas medidas são x e y. Sabe-se, também, que o dobro da medida
do menor ângulo é igual à medida do maior aumentada em 30°. Qual valor de x e y.
a) 40º e 50º
b) 60º e 30º
c) 20º e 70º
d) 25º e 75º
a) 62º
b) 72º
c) 108º
d) 118º
e) 154º
6. Sabendo-se que a soma de dois ângulos é 78° e um deles vale 3/5 do complemento do outro, os valores
dos ângulos são:
a) 10° e 68°.
b) 15° e 63°.
c) 16° e 62°.
d) 18° e 60°.
e) 20° e 58°.
6
Matemática
8. Duas retas cruzam-se no ponto V, formando os ângulos opostos pelo vértice de 10x + 20 e 5x + 50. Qual
é o valor de x?
a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 9
10. Os ângulos  e B̂ são congruentes. Sendo  = 2x + 15 e B̂ = 5x − 9. Assinale a alternativa que
representa, corretamente, o valor de x.
a) 2
b) 8
c) 12
d) 24
e) 48°
7
Matemática
Gabarito
1. B
Como podemos notar pela figura, y + 6x +4 = 180, pois y e (6x + 4) são suplementares. Além disso, (2x
+100) e (6x + 4) são opostos pelo vértice, ou seja, são iguais. Assim, temos um sistema:
y + 6 x + 4 = 180
2 x + 100 = 6 x + 4
Encontramos x = 24 e y =32.
2. D
Pelas informações dadas no enunciado, temos:
A + 40 = 90
B + 40 = 180
C + 40 = 360
Resolvendo as equações encontramos A = 50, B = 140 e C = 320.
3. E
Pela figura, temos que 2y + y – 10 + x + 30 = 180 e que y – 10 = x + 30, já que OP é bissetriz de AÔB.
Assim, podemos montar o sistema:
2 y + y – 10 + x + 30 = 180
y − 10 = x + 30
Resolvendo o sistema encontramos y = 50 e x = 10.
4. A
Se x e y são complementares, então x + y =90. Suponha que x seja o menor ângulo. Assim, 2x = y + 30.
Temos um sistema:
2 x = y + 30
x + y = 90
Resolvendo o sistema, encontramos x = 40 e y = 50.
5. D
Como podemos notar pela figura, y + 3x -16 = 180, pois y e (3x - 16) são suplementares. Além disso, (2x
+10) e (3x - 16) são opostos pelo vértice, ou seja, são iguais. Assim, temos um sistema:
y + 3 x − 16 = 180
2 x + 10 = 3 x − 16
Encontramos x = 26 e y =118.
8
Matemática
6. D
Pelas informações do enunciado temos:
x + y = 78
3(90 − y )
x=
5
Resolvendo o sistema, encontramos x = 18 e y = 60.
7. C
Pelas informações do enunciado, temos:
180 – x = 4(90 – x) + 6
Resolvendo a equação, encontramos x = 62.
8. B
O exercício afirma que os ângulos são opostos pelo vértice. Assim sendo, basta escrever:
10x + 20 = 5x + 50
10x – 5x = 50 – 20
5x = 30
x = 30/5
x = 6.
9. A
Calculando:
θ α θ+α
+ =
2 2 2
10. B
Se  e B̂ são congruentes, podemos escrever que:
2x + 15 = 5x − 9 24 = 3x x = 8
9
Matemática
Resumo
A reta t é denominada transversal às retas r e s. Sua intersecção com as retas determina oito ângulos. Com
relação aos ângulos formados, podemos classificá-los como:
Com isso, podemos demonstrar como a soma dos ângulos internos de um triângulo vale 180°.
1
Matemática
Seja ABC um triângulo. Trace a reta que contém o segmento BC . Em seguida, tome a reta paralela à BC
passando por A, conforme a figura abaixo:
Note que a reta que passa por A e por C é transversal às duas outras retas. Com isso o ângulo 𝐴𝐶̂ 𝐵 (ângulo
vermelho) e 𝐴𝐵̂𝐶 (ângulo verde) tem seus alternos internos na reta que passa por A. Podemos reparar
também que a soma do ângulo verde com o ângulo vermelho e o ângulo cinza dá 180°, conforme queríamos
provar.
Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas é cortado por duas retas transversais, os segmentos determinados sobre a
primeira transversal são proporcionais a seus correspondentes determinados sobre a segunda transversal.
𝐴𝐵 𝐵𝐶
Por Tales: = 𝐸𝐹
𝐷𝐸
Usando as propriedades de proporção, podemos reescrever a proporção acima de outras formas ainda mais
𝐴𝐶 𝐷𝐹
completas, como, por exemplo, = .
𝐴𝐵 𝐸𝐹
2
Matemática
Exercícios
a) 40°.
b) 45°.
c) 50°.
d) 65°.
e) 130°.
2. Numa gincana, a equipe “Já Ganhou” recebeu o seguinte desafio: Na cidade de Curitiba, fotografar a
construção localizada na rua Marechal Hermes no número igual à nove vezes o valor do ângulo  da
figura a seguir:
3
Matemática
3. A crise energética tem levado as médias e grandes empresas a buscarem alternativas na geração de
energia elétrica para a manutenção do maquinário. Uma alternativa encontrada por uma fábrica foi a
de construir uma pequena hidrelétrica, aproveitando a correnteza de um rio que passa próximo as suas
instalações. Observando a figura e admitindo que as linhas retas r, s e t sejam paralelas, pode-se afirmar
que a barreira mede:
a) 33 m.
b) 38 m.
c) 43 m.
d) 48 m.
e) 53 m.
4. O jardineiro do Sr. Artur fez um canteiro triangular composto por folhagens e flores onde as divisões
são todas paralelas à base AB do triangulo ABC, conforme figura.
4
Matemática
a) 3.
b) 4.
c) 5.
d) 6.
6. Na figura a seguir, as retas r e s são paralelas. Considerando que a reta t é bissetriz do ângulo PÂQ, a
medida do ângulo x é:
a) 50°.
b) 80°.
c) 90°.
d) 100°.
5
Matemática
O valor de a, b e x é:
a) x = 70°, a = 150° e b = 140°.
b) x = 140°, a = 150° e b = 70°.
c) x = 150°, a = 70° e b = 140°.
d) x = 70°, a = 140° e b = 150°.
e) x = 150°, a = 140° e b = 70°.
8. Na figura abaixo, as retas r, s e t são paralelas. Sendo assim, qual é o valor dos ângulos a, b, c e d?
6
Matemática
9. A figura a seguir representa um terreno com frente para duas ruas. A frente para a rua da Paz mede 270
metros.
O proprietário do terreno resolveu dividi-lo em três lotes menores, traçando sobre ele duas paralelas
perpendiculares à rua do Amor. Os terrenos I, II e III ficaram com 80 m, 60 m e 40 m de frente para essa
rua, respectivamente.
Com base nessas informações, determine as medidas das frentes dos três terrenos para a rua da Paz.
a) I = 90 m, II = 60 m e III = 120 m.
b) I = 60 m, II = 90 m e III = 120 m.
c) I = 120 m, II = 60 m e III = 90 m.
d) I = 60 m, II = 60 m e III = 90 m.
e) I = 120 m, II = 90 m e III = 60 m.
10. Para melhorar a qualidade do solo, aumentando a produtividade do milho e da soja, em uma fazenda é
feito o rodízio entre essas culturas e a área destinada ao pasto. Com essa finalidade, a área produtiva
da fazenda foi dividida em três partes conforme a figura.
Considere que
– os pontos A, B, C e D estão alinhados;
– os pontos H, G, F e E estão alinhados;
– os segmentos 𝐴𝐻, 𝐵𝐺, 𝐶𝐹 e 𝐷𝐸 são, dois a dois, paralelos entre si;
– 𝐴𝐵 = 500𝑚, 𝐵𝐶 = 600𝑀, 𝐶𝐷 = 700𝑚 e 𝐻𝐸 = 1980𝑚.
7
Matemática
Gabarito
1. A
Observe a figura:
2. C
Gire a figura para a esquerda e observe:
Como r e s são paralelas, trace uma transversal e calcule os ângulos alternos internos. O ângulo  é
ângulo externo ao triângulo inferior, portanto  = 65 + 46 = 111. Queremos saber o valor de 9 = 9 x 111
= 999.
8
Matemática
3. B
x = 38 metros.
4. B
Usando o teorema de Talles, temos que:
e . Assim, x = 28 e y = 56.
5. B
Pelo teorema de Tales, temos que:
6. A
Observe a figura:
Assim, x + x + 80 = 180.
x = 50 graus.
9
Matemática
7. A
Pela figura, vemos que b e 40° são colaterais internos, assim, somam 180°. Logo, b = 140°. Vemos,
também, que a e 30° são colaterais internos, assim, somam 180°. Logo, a = 150°. Por fim:
a + b + x = 360
150 + 140 + x = 360
x = 70
8. A
Pela figura, vemos que a = 120° pois são ângulos correspondentes. Além disso, a e b são colaterias
internos, assim, somam 180°. Dessa maneira, b = 60°. Indo além, d e 120° também são colaterias internos,
assim, somam 180°. Dessa maneira, d = 60°. Por fim, vemos que b + c + d = 180°. Encontramos c = 60°.
9. E
Pelo teorema de Tales, temos:
270 I
= I = 120m
180 80
270 II
= II = 90m
180 60
270 III
= III = 60m
180 40
10. B
10
Matemática
Potenciação
Resumo
m−n
b) a : a = a
m n
c) a ( )
m n
= a m.n
Na potenciação de uma potência, conserva-se a base e multiplica os expoentes.
Exemplo: 2 ( ) 3 2
= 26
d) ( a.b ) = a .b
m m m
Potência de uma multiplicação ou de uma divisão, conserva-se as bases e distribui o mesmo expoente
nas bases.
Exemplo: ( 2.4 ) = 2 .4
2 2 2
e)
Exemplo:
1
Matemática
f) a = 1
0
Todo número com elevado ao expoente igual a zero, o resultado sempre será 1.
g) a = a
1
h) 1m = 1
O número 1 elevado a qualquer expoente sempre resultará em 1.
m
−m 1
i) a =
a
2
1 −2
Exemplo 2 =
2
j) a = n am
n
1
Exemplo 3 =23
2
Notação científica
Serve para representar grandezas muito grandes ou muito pequenas a partir de potências de 10. A fórmula
n
da notação científica é: m.10 , onde m é a mantissa, ou seja um número racional maior que 1 e menor que
10 e n represente algum número inteiro que é a potência de 10, também chamado ordem de grandeza.
250000 = 2,5.105
Por exemplo:
0, 002 = 2.10−3
2
Matemática
Exercícios
1. Uma das principais provas de velocidade do atletismo é a prova dos 400 metros rasos. No
Campeonato Mundial de Sevilha, em 1999, o atleta Michael Johnson venceu essa prova, com a marca
de 43,18 segundos. Esse tempo, em segundo, escrito em notação científica é
a) 0,4318 × 102
b) 4,318 × 101
c) 43,18 × 100
d) 431,8 × 10−1
e) 4.318 × 10−2
2. A Agência Espacial Norte Americana (NASA) informou que o asteroide YU 55 cruzou o espaço entre a
Terra e a Lua no mês de novembro de 2011. A ilustração a seguir sugere que o asteroide percorreu sua
trajetória no mesmo plano que contém a órbita descrita pela Lua em torno da Terra. Na figura, está
indicada a proximidade do asteroide em relação à Terra, ou seja, a menor distância que ele passou da
superfície terrestre.
Com base nessas informações, a menor distância que o asteroide YU 55 passou da superfície da Terra
é igual a
a) 3,25 × 102 km.
b) 3,25 × 103 km.
c) 3,25 × 104 km.
d) 3,25 × 105 km.
e) 3,25 × 106 km.
3
Matemática
3. A gripe é uma infecção respiratória aguda de curta duração causada pelo vírus influenza. Ao entrar no
nosso organismo pelo nariz, esse vírus multiplica-se, disseminando-se para a garganta e demais partes
das vias respiratórias, incluindo os pulmões.
O vírus influenza é uma partícula esférica que tem um diâmetro interno de 0,00011 mm.
Disponível em: www.gripenet.pt. Acesso em: 2 nov. 2013 (adaptado).
a) c ab
b) c ba
c) abc
d) ac b
5. Considere que o corpo de uma determinada pessoa contém 5,5 litros de sangue e 5 milhões de glóbulos
vermelhos por milímetro cúbico de sangue. Com base nesses dados, é correto afirmar que o número
6
de glóbulos vermelhos no corpo dessa pessoa é (use que 1L=dm³= 10 mm³):
a) 2,75.109
b) 5,5.1010
c) 5.1011
d) 5,5.1012
e) 2,75.1013
a) 1
11
b) −
6
c) 2
5
d) −
2
7
e)
4
4
Matemática
7. A expressão
2 0
(−5)² − 3² + (3)
1 1
3−2 + + 2
5
é igual a :
3150
a)
17
b) 90
1530
c)
73
17
d)
3150
e) – 90
a) 1/4
b) 1/40
c) -1/4
d) 1/20
9. No século III, o matemático grego Diofante idealizou as seguintes notações das potências:
x – para expressar a primeira potência;
xx – para expressar a segunda potência;
xxx – para expressar a terceira potência.
No século XVIII, o pensador e matemático francês René Descartes (1596 – 1650) introduziu as
notações x , x 2 , x 3 para potências, notações que usamos até hoje.
Fonte: GIOVANNI; CASTRUCCI; GIOVANNI JR. A conquista da matemática. 8 ed. São Paulo: FTD, 2002.
I.
(x y )
3 4 4
= x12 y16
−50 + 30 − ( −4 ) = 1
0
II.
1
20 +
2 = −2
1 0
−3
III. 4
5
Matemática
(4 0
+ 4−1 ) ( 40 − 4−1 ) =
5
3
IV.
1 3 1
1 2 −
(4) ⋅4 2 ⋅36 2 1 −1 −1
10. Se a = ( 25) e x = 3 − ( −3) , então, é correto afirmar que
−1
=
b− 2
,
−
1
25
10000 4
a) c<b<a
b) b<c<a
c) b<a<c
d) a<b<c
e) a<c<b
6
Matemática
Gabarito
1. B
43,18
A resposta é 43,18 = 10 = 4,318 101.
10
2. D
Utilizando a ideia de notação científica, temos: 325 mil km = 325 . 10³ km = 3,25 . 10² . 10³ = 3,25 . 105
km.
3. D
104
Tem-se que 0,00011mm = 0,00011 . = 1,1 . 10-4 mm.
104
4. A
a = 1150
b = 4100 = (42 )50 = 1650
c = 2150 = (23 )50 = 850
850 11501650 c a b
5. E
6
5,5 L= 5,5 dm³ = 5,5. 10 mm³. Número de glóbulos vermelhos: 5.106 . 5,5.106 = 27,5.1012 = 2,75.1013
6. B
298 +450 −834 298 +(22 )50 −(23 )34 298 +2100 −2102 298 (1+22 −24 ) 1.−11 11
= = = = =−
299 −3220 +2101 299 −(25 )20 +2101 299 −2100 +2101 299 (1−2+22 ) 2.3 6
7. C
2 0
(−5)²−3²+( ) 25−9+1 17 17 90 1530
3
1 1 = 1 1 1 = 10+18+45 = 73 = 17. =
3−2 + + + + 73 73
5 2 9 5 2 90 90
8. A
1
53𝑎 = 64 ⇔ (5𝑎 )3 = 43 ⇔ 5𝑎 = 4, logo 5−a =
4
7
Matemática
9. B
10. B
8
Matemática
Radiciação
Resumo
Radical
n
Simbolizado por é a raiz n-ésima de um número x com a seguinte propriedade:
Se , ou seja, se n (ou índice) for par o número dentro da raiz (chamado radicando) tem
que ser maior que 0, caso o índice for ímpar, x pode assumir qualquer valor real. Considerando que
n , n 2
Propriedades.
xm = = 8:4 =
n n:p 8 4 4:4 2
a) xm:p . Exemplo:
b) m
x.y = m x.m y Exemplo: 2
2.4 = 2 2. 2 4
m
x x 5 35
c) m = . Exemplo: 3 =
y m
y 4 34
d)
m n
x = m.n x . Exemplo: 3 4
3 = 3.4 3 = 12 3
No caso da letra B, vale ressaltar que a expressão poderia ter sido escrita como 2
= 2
. E usando as
1
Uma notação muito usual é a de representar a radiciação por um expoente fracionário. Exemplo: 27 3 = 3 27
2 m
ou 20 5 = 20 2 . Em geral: x n =
n
5
xm
1
Matemática
Racionalização
É o processo de multiplicar o denominador por algum número a fim de torna-lo um número racional, quando
ele for irracional. Exemplos:
1 2 2
. =
a) 2 2 2
1 3 −1 3 −1 3 −1
b) . = = . Nesse exemplo lembre do produto notável: (a+b)(a-b)= (a²-b²)
3 +1 3 −1 3−1 2
2 5+ 2 2 5 +2 2
c) . =
5− 2 5+ 2 3
3
6 22 63 4
d)
3
. = = 33 4
2 3
22 2
2
Matemática
Exercícios
√𝑎+√𝑎3 +√𝑎5
1. Para todo número real positivo a, a expressão é equivalente a
√𝑎
a) 1 + √𝑎 + 𝑎
b) 1 + 𝑎2 + 𝑎
c) √𝑎 + 𝑎
d) √𝑎 + 𝑎 2
e) 1+𝑎
2. Dentre outros objetos de pesquisa, a Alometria estuda a relação entre medidas de diferentes partes do
corpo humano. Por exemplo, segundo a Alometria, a área A da superfície corporal de uma pessoa
2
relaciona-se com a sua massa m pela fórmula 𝐴 = 𝑘. 𝑚3 , em que k é uma constante positiva. Se no
período que vai da infância até a maioridade de um indivíduo sua massa é multiplicada por 8, por quanto
será multiplicada a área da superfície corporal?
3
a) √16
b) 4
c) √24
d) 8
e) 64
a) 4.
3
b) 3.
c) 5.
3
d) 2.
e) 42 .
3
Matemática
237
4. Simplificando-se a expressão , obtém-se o número
235 + 238 + 239
19
a) 4
19
b) 2
c) 0,4
d) 0,16
2
37
e) 2
a) 9.
b) 12.
c) 15.
d) 18.
e) 25.
3
3 +39
?
3
6. Quanto vale 3
3
a) 3
3
b) 9
c) 1+ 3 3
d) 1+ 3 9
e) 23 3
4
Matemática
1
2+
7. Simplificando a expressão 2 obtemos:
2 −1
11 2
.
a) 2
2
+ 3.
b) 2
7
+ 2 2.
c) 2
5 2
3+ .
d) 2
2+3 2
.
e) 2
a) 3 2.
b) 24 2 .
c) 15 2 .
d) −15 2 .
e) 2.
1 1
9. Seja A= e B= , então A + B é igual a:
3+ 2 3− 2
a) −2 2
b) 3 2
c) −2 3
d) 3 3
e) 2 3
5
Matemática
6
Matemática
Gabarito
1. B
2. B
Sendo A a área da superfície corporal de uma pessoa na infância e S a área da superfície corporal dessa
mesma pessoa na maioridade, de acordo com o enunciado, tem-se:
3. D
3
2 2 2 23 2
= = =32
3 3 2 3 3 3
4 2 2 2
4. C
237 237
=
235 + 238 + 239 235 (1 + 23 + 24 )
22
=
25
2
=
5
= 0,4.
5. B
1728 3
576 3
192 3
64 2
3
32 2 → 33 23 23 → 3 1728 = 33 23 23 = 12
16 2
82
4 2
2 2
7
Matemática
6. C
3
3 +39 3
3 3
9
= +
3 3 3
3 3 3
9
= 1+ 3
3
= 1 + 3 3.
7. D
Simplificando a expressão, tem-se:
2+
2
1
2 +
1
2 +1
2
( 2 +1) 1 5+3 2 2 5 2 +6 5 2
= = 2 2 +3+ = = =3+
2 −1 2 +1 1 2 2 2 2 2
8. C
− + = − + = − + =
= 3 2 − 6 2 + 18 2 = 15 2
9. E
1 3− 2
A= . = 3− 2
3+ 2 3− 2
1 3+ 2
B= . = 3+ 2
3− 2 3+ 2
A +B = 2 3
10. B
( )
1,25
ax = 161,25 = 24 = 25 = 32
8
Matemática
Resumo
Ceviana
Ceviana é qualquer segmento que parte de um vértice de um triângulo e corta o lado oposto a esse vértice ou
seu prolongamento. São exemplos de cevianas: mediana, altura e bissetriz.
Mediana
Mediana é uma ceviana que liga o vértice de onde ela parte ao ponto médio do lado oposto a esse vértice.
Baricentro
O baricentro é exatamente o ponto de encontro das medianas. É o centro de gravidade (ponto de equilíbrio)
do triângulo.
Importante saber que se BD for uma mediana do triangulo temos algumas relações importantes:
BG = 2 DG
2
BG = BD
3
1
DG = BD
3
Obs: É importante ressaltar que um triângulo possui três medianas e a propriedade do baricentro funciona
com todas elas.
1
Matemática
Altura
A altura é uma ceviana que parte de um vértice e faz 90° com o lado oposto ao mesmo ou seu prolongamento.
Ou seja, ela é perpendicular ao lado oposto a esse vértice ou seu prolongamento. De cada vértice do triângulo
parte UMA altura.
Ortocentro
O ortocentro é exatamente o ponto de encontro das três alturas desse triângulo, podendo pertencer ao exterior
do triângulo, ou até mesmo coincidir com um de seus vértices.
Bissetriz
A bissetriz é uma ceviana que parte de um vértice do triângulo e que divide ao meio o ângulo referente a esse
vértice. Em um triângulo, de cada vértice parte UMA bissetriz.
Incentro
O incentro é o ponto de encontros das três bissetrizes internas do triângulo.
O incentro também é o centro da circunferência inscrita nesse triângulo, pois equidista dos três lados.
Repare que D é um dos pontos de tangência da circunferência com o triângulo.
2
Matemática
Mediatriz
Qualquer segmento de reta perpendicular a um lado do triângulo e que passa por seu ponto médio.
A reta r é a mediatriz do triângulo ABC relativa ao lado BC pois é perpendicular a BC e M é ponto médio
deste lado.
Circuncentro
Todo triângulo possui três mediatrizes que se encontram em um ponto denominado circuncentro,
simbolizado na figura pela letra C:
Informações importantes:
• No triângulo equilátero, os pontos notáveis são coincidentes.
• No triângulo isósceles, a altura relativa à base também é bissetriz, mediana e mediatriz.
• A Mediatriz não é dita ceviana, pois não necessariamente parte do vértice.
3
Matemática
4
Matemática
Exercícios
1. Para fazer um experimento em sala de aula, um professor utilizou uma placa rígida uniforme com
formato de um triângulo escaleno e um pouco maior que um livro escolar. Assim, apoiando seu dedo
indicador em um ponto destacado na superfície da placa, o professor conseguiu equilibrá-la e mantê-
la paralela ao chão.
Esse feito ocorre pelo fato de o ponto destacado sobre a superfície ser
a) o ortocentro da placa triangular.
b) o ex-incentro da placa triangular.
c) o incentro da placa triangular.
d) o circuncentro da placa triangular.
e) o baricentro da placa triangular.
5
Matemática
a) 30 e 24.
b) 20 e 4.
c) 5 e 16.
d) 8 e 10.
e) 4 e 8.
a) II e IV são verdadeiras.
b) I e III são verdadeiras.
c) I e II são verdadeiras.
d) III e IV são verdadeiras.
e) II e III são verdadeiras.
6
Matemática
a) 10.
b) 9.
c) 8.
d) 6.
e) 4.
7. Em relação a um triangulo qualquer ABC, quais pontos notáveis estão posicionados necessariamente
na região interna do triangulo?
a) Baricentro e ortocentro.
b) Incentro e circuncentro.
c) Baricentro e circuncentro.
d) Incentro e ortocentro.
e) Baricentro e incentro.
8. Na figura abaixo, a circunferência de centro O está inscrita no triângulo ABC. Se os pontos D, O e E são
colineares e DE é paralelo a BC , com AC = 19 , BC = 21 e AB = 25 , então o perímetro do
triângulo CDE vale
a) 39
b) 39
c) 40
d) 44
e) 46
7
Matemática
a) 72 cm²
b) 62 cm²
c) 50 cm²
d) 42 cm²
e) 36 cm²
10. Na figura a seguir, temos dois triângulos equiláteros ABC e A’B’C’ que possuem o mesmo baricentro,
tais que AB / / A ' B ' , AC / / A ' C ' e BC / / B ' C ' . Se a medida dos lados de ABC é igual a 3 3 ea
distância entre os lados paralelos mede 2 cm, então, a medida das alturas de A’B’C’ é igual a
a) 11,5
b) 10,5
c) 9,5
d) 8,5
e) 7,5
8
Matemática
Gabarito
1. E
O baricentro de um triângulo é também seu centro de massa, ou seja, seu ponto de equilíbrio.
2. B
Todo triângulo obtusângulo possui ortocentro na região externa do triângulo.
3. C
Observe a figura:
4. C
Pelo teorema do baricentro:
Y = 2 x 8 = 16
X = 10/2 = 5.
5. B
Já que BM = CM, então AM é uma mediana. Como AH é perpendicular a BC, então AH é altura do triângulo
ABC. Alternativa I verdadeira.
AP não é mediatriz pois não passa pelo ponto médio do segmento AC, que é o ponto M. Alternativa II
falsa.
AP é uma bissetriz pois BÂP = PÂC. Alternativa III verdadeira.
AH é uma altura, mas AM não é mediatriz por não ser perpendicular ao lado AC Alternativa IV falsa.
6. E
Pelo teorema do baricentro, GM mede 1/3 do segmento BM ou seja, GM = 12/3 = 4.
Letra E.
9
Matemática
7. E
O Circuncentro e o ortocentro estão localizados na região externa de triângulos obtusângulos.
Eliminando as alternativas ficamos com a letra E.
8. C
Se O é o centro da circunferência inscrita ao triângulo ABC, então O é o incentro do triângulo ABC. Assim,
é o encontro das bissetrizes de ABC. Traçando as bissetrizes AO e BO , formamos dois triângulos
isósceles: ADO e BEO. Dessa maneira, DO = AD e EO = BE . Por fim, o perímetro do triângulo CDE é
igual a AC + BC = 19 + 21 = 40 .
9. E
Sabemos que uma propriedade importante das medianas de um triângulo é de dividir o triângulo em 6
triângulos de mesma área. Assim, a área do triângulo ACD vale 6 x 6 = 36 cm².
10. B
Seja G o baricentro dos dois triângulos. Como a medida dos lados de ABC é 3 3 , temos que sua altura
é dada por:
l 3 3 3 3 9
= = .
2 2 2
Além disso, usaremos a propriedade que nos diz que o baricentro divide a altura em uma proporção 1:2.
1 9 3
Assim, o segmento GD abaixo mede =
3 2 2
1
Agora, fica fácil ver que GD’ é equivale a da altura de A’B’C’. Como sabemos que DD’ = 2 cm, temos que
3
3 7
GD ' = +2= .
2 2
Por fim:
7 H 21
= H = = 10,5
2 3 2
10
Matemática
Resumo
Um triângulo é uma figura geométrica constituída a partir de três pontos distintos não colineares e segmentos
de reta que os liga.
Na figura acima, temos que A,B e C são chamados de vértices e os segmentos AB, BC e CA são os lados
Condição de existência
A condição de existência de um triângulo é:
Num triângulo ABC, qualquer lado é menor que a soma dos outros dois e maior que o módulo da diferença,
ou seja, considerando a, b e c os lados do triângulo:
b−c a b+c
a −c b a +c
a−b ca+b
|12 − 13 | 5 12 + 13 =| −1| 5 25 = 1 5 25
| 5 − 13 | 12 5 + 13 =| −8 | 12 18 = 8 12 18
| 5 − 12 | 13 5 + 12 =| −7 | 13 17 = 7 13 17
| 5 − 1| 7 5 + 1 = 4 7 6
1
Matemática
Como essa desigualdade é falsa, não podemos construir um triângulo cujos lados medem 1, 5 e 7. Ou seja,
isso implica em um triângulo que não “fecha”:
Lei angular
Considere o triângulo abaixo:
Nele temos que α,β e γ são ângulos internos do triângulo. A lei angular dos triângulos diz que a soma dos
ângulos internos de um triângulo qualquer vale 180°. Nesse caso, α + β + γ = 180 .
Temos que θ, λ e ε são chamados de ângulos externos do triângulo e o teorema do ângulo externo diz que
um ângulo externo tem a mesma medida que a soma de dois ângulos internos não adjacentes (ou seja, o que
não está ao lado dele). Nesse triângulo, temos que:`
θ = β + γ
λ = α + β
ε = γ + α
2
Matemática
Classificação do triângulo
Quanto aos lados
Equilátero: Apresenta os três lados congruentes
Isósceles: Apresenta os dois lados congruentes (e ângulos da base iguais)
Escaleno: Apresenta os três lados diferentes entre si
Note que um triângulo é classificado quanto aos lados e quanto aos ângulos.
Exemplo:
3
Matemática
Área do Triângulo
Quando falamos do cálculo da área de uma figura plana, estamos querendo calcular a medida de sua
superfície. Seja b a base do triângulo e h a altura dele. Sua área é dada por:
bh
A=
2
Uma outra fórmula que nos é muito útil pode ser vista abaixo:
a b sen
A=
2
Temos, também, uma fórmula exclusiva para o cálcula da área de triângulos equiláteros:
L2 3
A=
4
4
Matemática
Exercícios
1. O remo de assento deslizante é um esporte que faz uso de um barco e dois remos do mesmo
tamanho. A figura mostra uma das posições de uma técnica chamada afastamento.
Nessa posição, os dois remos se encontram no ponto A e suas outras extremidades estão indicadas
pelos pontos B e C. Esses três pontos formam um triângulo ABC cujo ângulo BÂC tem medida de 170°.
O tipo de triângulo com vértices nos pontos A, B e C, no momento em que o remador está nessa
posição, é
a) retângulo escaleno.
b) acutângulo escaleno.
c) acutângulo isósceles.
d) obtusângulo escaleno.
e) obtusângulo isósceles.
2. Uma criança deseja criar triângulos utilizando palitos de fósforo de mesmo comprimento. Cada
triângulo será construído com exatamente 17 palitos e pelo menos um dos lados do triângulo deve ter
o comprimento de exatamente 6 palitos. A figura ilustra um triângulo construído com essas
características.
A quantidade máxima de triângulos não congruentes dois a dois que podem ser construídos é
a) 3
b) 5
c) 6
d) 8
e) 10
5
Matemática
a) 20º
b) 30º
c) 50º
d) 60º
e) 90º
Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos médios dos lados do quadrado e os segmentos AP e QC
medem 1/4 da medida do lado do quadrado. Para confeccionar um vitral, são usados dois tipos de
materiais: um para a parte sombreada da figura, que custa R$30,00 o m2, e outro para a parte mais clara
(regiões ABPDA e BCDQB), que custa R$50,00 o m2. De acordo com esses dados, qual é o custo dos
materiais usados na fabricação de um vitral?
a) R$ 22,50
b) R$ 35,00
c) R$ 40,00
d) R$ 42,50
e) R$ 45,00
6
Matemática
5. Observe a figura.
Nela, a, 2a, b, 2b, e x representam as medidas, em graus, dos ângulos assinalados. O valor de x, em
graus, é:
a) 100
b) 110
c) 115
d) 120
e) 130
a) [0,15]
b) [15,20]
c) [20,25]
d) [25,30]
e) [30,35]
7
Matemática
7. Na figura, AB = AC e CE = CF . A medida de β é:
a) 90°
b) 120°
c) 110º
d) 130°
e) 140°
8.
O triângulo PMN acima é isósceles de base MN. Se p, m e n são os ângulos internos do triângulo,
como representados na figura, então podemos afirmar que suas medidas valem, respectivamente,
e)
80, 80, 40
8
Matemática
9. Deseja-se fazer uma ligação entre o km 32 da BR-1 e o km 55 da BR-2, como mostra a figura.
Sabendo que essa ligação terá um número inteiro de quilômetros, quais as medidas, mínima e máxima,
respectivamente, que poderá ter?
a) 24 km e 86 km
b) 23 km e 87 km
c) 23 km e 86 km
d) 24 km e 87 km
10. Determine a medida do ângulo do vértice A do triângulo isósceles ABC, sabendo que
BC = CD = DE = EF = FA .
a) 15°
b) 20°
c) 25°
d) 30°
e) 35°
9
Matemática
Gabarito
1. E
Como ̅̅̅̅
𝑨𝑩 = ̅̅̅̅
𝑨𝑪, temos que o triângulo é isósceles. Como BÂC = 170º, o triângulo é obtusângulo.
2. A
O perímetro do triângulo é de 17 palitos. Temos que esse triângulo deve ter um lado medindo 6 palitos.
Desse modo, poderemos formar os triângulos com as seguintes medidas de lados, levando em
consideração a condição de existência de um triângulo:
6-6-5 ; 7-6-4 ; 8-6-3
3. A
Observe a figura:
Sendo o triângulo ABC isósceles (AB = BC), os ângulos da base AC têm a mesma medida α. Os triângulos
ADE e DCF são semelhantes porque são isósceles e possuem os ângulos dos vértices congruentes, logo
os ângulos de suas bases também são congruentes e medem δ. Analisando a figura ao lado, conclui-se
que:
ADE + EDF + FDC = 180
2δ + 80 = 180
2δ = 100
α = 80
2 α = 160
β = 20
4. B
A área da região clara pode ser calculada através do quádruplo da área do triângulo APB, visto que os
triângulos APB, APD, CQD e CQB são congruentes, possuindo mesmas áreas.
A área da região clara é igual à área da região sombreada e pode ser calculada através da diferença da
área do quadrado pela área clara:
1-0,25=0,75m².
Calcula-se o preço do vitral através do produto da área de cada região pelo preço do m² correspondente.
Preço= 0,25.50 + 0,75.30 = 12,5 + 22,5 = 35 reais.
10
Matemática
5. D
Sabemos que X é igual 2a + 2b, pois x é ângulo externo do triângulo que possui os ângulos 2b (oposto
pelo vértice) e 2a.
x = 2a+2b
x= 2(a+b)
a+b+x=180
a+b + 2(a+b) = 180
a+b+2a+2b=180
3a+3b=180
simplificamos por 3:
a + b = 60
6. B
1º triângulo:
y + 3x + 4x = 180
y + 7x = 180
y = 180 - 7x
2º triângulo:
y + z + 5x = 180
como y = 180 - 7x, então:
180 - 7x + z + 5x = 180
z = 2x
3º triângulo:
z + 6x + 2x = 180
2x + 6x + 2x = 180
10x = 180
x = 18º
11
Matemática
7. B
Observe a figura:
O triângulo CEF é isósceles, pois CE = CF. Logo, BÊD = CÊF = CFE = 40. Como ACB é externo ao triângulo
CEF, temos ACB = 40 + 40 = 80 graus.
O triângulo ABC é isósceles, pois AB = AC. Logo, ABC = ACB = 80. Como β é externo ao triângulo BDE,
temos β = 40 + 80 = 120 graus.
8. A
n = 180 − 115 n = 65
PM = PN m = 65
Logo,
p = 180 − 2 65 = 50
9. A
Repare que que a ligação é um lado de um trângulo cujos outros dois lados medem 32 e 55. Assim, pela
condição de existência de um triângulo qualquer, temos:
55 − 32 x 55 + 32
23 x 87
Dessa maneira, seu comprimento mínimo é 24 e máximo é 86.
10. B
Como temos vários triângulos isósceles, e pelo teorema do ângulo externo, podemos fazer as seguintes
marcações:
12
Matemática
Por fim:
4 x + 4 x + x = 180
9 x = 180
x = 20
13
Matemática
Resumo
Razões e proporções
Razão é a fração determinada por duas grandezas, que visa a obter a relação que se estabelece entre as
quantidades de cada uma delas em uma determinada situação. Assim, uma razão entre as grandezas a e b é
𝑎
dada por .
𝑏
Quando duas razões têm o mesmo resultado, ou seja, se elas são iguais, determinam uma proporção. Desse
modo, a proporção dada por quatro números a, b, c e d é representada pela seguinte igualdade de razões:
𝑎 𝑐
= =𝑘
𝑏 𝑑
em que k é a constante de proporcionalidade.
Exemplo: Um pai deixou para seus filhos André, Bruno e Cristiano uma herança de R$ 70.000,00 a ser
distribuída em quantias diretamente proporcionais a 1,2 e 4, respectivamente. Quanto cada um dos três
filhos recebeu?
Chamemos por A, B e C as quantias recebidas por André, Bruno e Cristiano, respectivamente. A seguinte
proporção pode ser montada:
A B C
= = =k
1 2 4
Igualando-se cada razão à constante k de proporcionalidade, podem-se criar as seguintes equações:
A = k , B = 2k e C = 4k
Dessa maneira, sabemos que a soma das quantias recebidas por cada um é o valor total da herança,
R$ 70.000,00:
A + B + C = 70000
k + 2k + 4k = 70000
7k = 70000
k = 10000
Assim, André recebeu R$ 10 000,00, Bruno recebeu R$ 20 000,00 e Cristiano, R$ 40 000,00.
1
Matemática
Exemplo: Um pai deixou para seus filhos André, Bruno e Cristiano uma herança de R$ 70.000,00 a ser
distribuída em quantias inversamente proporcionais a 1, 2 e 4, respectivamente. Quanto cada um dos três
filhos recebeu?
Escala
Escalas de mapas e miniaturas são exemplos de razões entre grandezas de mesma natureza (neste caso,
comprimento). Uma escala (e) é a razão entre o comprimento do desenho ou da miniatura (d) e o
comprimento real (r).
Medida do desenho d
E= =
Medida Real r
2
Matemática
Exercícios
1. Para uma temporada das corridas de Fórmula 1, a capacidade do tanque de combustível de cada carro
passou a ser de 100 kg de gasolina. Uma equipe optou por utilizar uma gasolina com densidade de 750
gramas por litro, iniciando a corrida com o tanque cheio. Na primeira parada de reabastecimento, um
carro dessa equipe apresentou um registro em seu computador de bordo acusando o consumo de
quatro décimos da gasolina originalmente existente no tanque. Para minimizar o peso desse carro e
garantir o término da corrida, a equipe de apoio reabasteceu o carro com a terça parte do que restou
no tanque na chegada ao reabastecimento.
Disponível em: www.superdanilof1page.com.br. Acesso em: 6 jul. 2015 (adaptado).
3
Matemática
3. O resultado de uma pesquisa eleitoral, sobre a preferência dos eleitores em relação a dois candidatos,
foi representado por meio do Gráfico 1.
Ao ser divulgado esse resultado em jornal, o Gráfico 1 foi cortado durante a diagramação, como mostra
o Gráfico 2.
Apesar de os valores apresentados estarem corretos e a largura das colunas ser a mesma, muitos
leitores criticaram o formato do Gráfico 2 impresso no jornal, alegando que houve prejuízo visual para
o candidato B. A diferença entre as razões da altura da coluna B pela coluna A nos gráficos 1 e 2 é:
a) 0
1
b)
2
1
c)
5
2
d)
15
8
e)
35
4
Matemática
4. A mensagem digitada no celular, enquanto você dirige, tira a sua atenção e, por isso, deve ser evitada.
Pesquisas mostram que um motorista que dirige um carro a uma velocidade constante percorre “às
cegas” (isto é, sem ter visão da pista) uma distância proporcional ao tempo gasto ao olhar para o celular
durante a digitação da mensagem. Considere que isso de fato aconteça. Suponha que dois
motoristas (X e Y) dirigem com a mesma velocidade constante e digitam a mesma mensagem em seus
celulares. Suponha, ainda, que o tempo gasto pelo motorista X olhando para seu celular enquanto digita
a mensagem corresponde a 25% do tempo gasto pelo motorista Y para executar a mesma tarefa.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 21 jul. 2012 (adaptado).
5. Um pesquisador, ao explorar uma floresta, fotografou uma caneta de 16,8 cm de comprimento ao lado
de uma pegada. O comprimento da caneta (c), a largura (L) e o comprimento (C) da pegada, na
fotografia, estão indicados no esquema.
a) 4,9 e 7,6.
b) 8,6 e 9,8.
c) 14,2 e 15,4.
d) 26,4 e 40,8.
e) 27,5 e 42,5.
5
Matemática
6. A figura apresenta dois mapas, em que o estado do Rio de Janeiro é visto em diferentes escalas.
Há interesse em estimar o número de vezes que foi ampliada a área correspondente a esse estado no
mapa do Brasil. Esse número é
a) Menor que 10.
b) Maior que 10 e menor que 20.
c) Maior que 20 e menor que 30.
d) Maior que 30 e menor que 40.
e) Maior que 40.
7. Em uma cantina, o sucesso de venda no verão são sucos preparados à base de polpa de frutas. Um
dos sucos mais vendidos é o de morango com acerola, que é preparado com 2/3 de polpa de morango
e 1/3 de polpa de acerola.
Para o comerciante, as polpas são vendidas em embalagens de igual volume. Atualmente, a
embalagem da polpa de morango custa R$ 18,00 e a de acerola, R$ 14,70. Porém, está prevista uma
alta no preço da embalagem da polpa de acerola no próximo mês, passando a custar R$ 15,30.
Para não aumentar o preço do suco, o comerciante negociou com o fornecedor uma redução no preço
da embalagem da polpa de morango.
6
Matemática
8. Em um jogo on-line, cada jogador procura subir de nível e aumentar sua experiência, que são dois
parâmetros importantes no jogo, dos quais dependem as forças de defesa e de ataque do participante.
A força de defesa de cada jogador é diretamente proporcional ao seu nível e ao quadrado de sua
experiência, enquanto sua força de ataque é diretamente proporcional à sua experiência e ao quadrado
do seu nível. Nenhum jogador sabe o nível ou a experiência dos demais. Os jogadores iniciam o jogo
no nível 1 com experiência 1 e possuem força de ataque 2 e de defesa 1. Nesse jogo, cada participante
se movimenta em uma cidade em busca de tesouros para aumentar sua experiência. Quando dois deles
se encontram, um deles pode desafiar o outro para um confronto, sendo o desafiante considerado o
atacante. Compara-se então a força de ataque do desafiante com a força de defesa do desafiado e
vence o confronto aquele cuja força for maior. O vencedor do desafio aumenta seu nível em uma
unidade. Caso haja empate no confronto, ambos os jogadores aumentam seus níveis em uma unidade.
Durante um jogo, o jogador J1, de nível 4 e experiência 5, irá atacar o jogador J2, de nível 2 e experiência
6.
O jogador J1 venceu esse confronto porque a diferença entre sua força de ataque e a força de defesa
de seu oponente era
a) 112.
b) 88.
c) 60.
d) 28.
e) 24.
9. Para contratar três máquinas que farão o reparo de vias rurais de um município, a prefeitura elaborou
um edital que, entre outras cláusulas, previa:
• Cada empresa interessada só pode cadastrar uma única máquina para concorrer ao edital;
• O total de recursos destinados para contratar o conjunto das três máquinas é de R$ 31 000,00;
• O valor a ser pago a cada empresa será inversamente proporcional à idade de uso da máquina
cadastrada pela empresa para o presente edital.
As três empresas vencedoras do edital cadastraram máquinas com 2, 3 e 5 anos de idade de uso.
Quanto receberá a empresa que cadastrou a máquina com maior idade de uso?
a) R$ 3 100,00
b) R$ 6 000,00
c) R$ 6 200,00
d) R$ 15 000,00
e) R$ 15 500,00
7
Matemática
𝑘⋅𝑏⋅𝑑2
a) 𝑆=
𝑥2
𝑘⋅𝑏⋅𝑑
b) 𝑆=
𝑥2
𝑘⋅𝑏⋅𝑑2
c) 𝑆=
𝑥
𝑘⋅𝑏2 ⋅𝑑
d) 𝑆=
𝑥
𝑘⋅𝑏⋅2𝑑
e) 𝑆=
2𝑥
8
Matemática
Gabarito
1. B
2. C
3. E
4. B
5. D
9
Matemática
6. D
A escala apresenta a relação entre duas medidas , a do desenho e a real. No mapa do brasil, 1 unidade
do desenho equivale a 25 000 000 do real. Já no mapa do Rio de Janeiro, 1 unidade equivale a 4 000 000
25000000 25 25 2 625
do real. Logo a escala é = Como a escala é de área então seu valor é ( ) =
4 16
=
4000000 4
39,0625.Então, o número de vezes que foi ampliada a área é um número maior que 30 e menor que 40.
7. E
8. B
Sejam d e a, respectivamente, a força de defesa e a força de ataque. Logo, sendo n o nível e ℓ a
experiência, temos d = 𝛼 . n . ℓ² e a = 𝛽 . n² . ℓ.
Desse modo, segue que 1 = 𝛼 . 1. 1² ⇔ 𝛼 = 1 e 2 = 𝛽 . 1² . 1 ⇔ 𝛽 = 2.
Portanto, sabendo que J1 ataca J2, podemos concluir que a resposta é dada por 2 . 4² . 5 – 2 . 6² = 160 –
72 = 88
9. B
Sejam x, y e z, respectivamente, os valores recebidos pelos contratos das máquinas com 2, 3 e 5 anos de
idade de uso. Logo, temos 2x = 3y = 5z = k, com k sendo a constante de proporcionalidade. Em
k k k
consequência, vem x + y + z = 31000 ⇔ + + = 3100
2 3 5
⇔ 𝑘 = 30000.
30000
A resposta é z = = R$ 6.000,00
5
10. A
𝑏 .𝑑²
De acordo com as informações, segue que S = k.
𝑥²
10
Matemática
Resumo
Produtos Notáveis
Por serem frequentes no cálculo algébrico, alguns produtos são chamados de produtos notáveis são eles:
a) Produto da soma pela diferença de dois termos: (x+y).(x-y)
b) Quadrado da soma de dois termos: (x+y).(x+y)=(x+y)²
c) Quadrado da diferença de dois termos: (x-y)(x-y)=(x-y)²
• (3+x)²=9+2.3.x+x²=9+6x+x²
• (2x-3y)=(2x)²-2.2x.3y+(3y)²=4x²-12xy+9y²
• (4x+2)(4x-2)=16x²-4
Fatoração
Fatorar uma expressão diz respeito a transformação em fatores de um produto. Por exemplo: A forma
fatorada de x²+2x+1 é (x+1)², a forma fatorada de x²-5x+6 é (x-2).(x-3). Fatorar muitas vezes é útil para
𝑥²+2𝑥+1 (𝑥+1).(𝑥+1)
simplificações algébricas. Por exemplo: = = (𝑥 + 1).
𝑥+1 (𝑥+1)
• 10x-20y= 10(x+2y).Nesse caso o fator comum é o 10 que é o maior divisor comum entre 10 e 20.
• x³y²-xy²+xy. Repare que o fator comum é xy, pois reescrevendo os termos temos que:
o x³y²=xy.x²y
o xy²=xy.y
Dessa forma x³y²-xy²+xy = xy(x²y-y+1)
1
Matemática
Agrupamento
Essa outra técnica é usada quando o fator comum é um grupo comum. Por exemplo: 2x+2+ax+a. Nesse caso
podemos fatorar pelo fator comum ficando com 2(x+1)+a(x+1). Note que x+1 é comum logo usando o
agrupamento: (x+1)(2+a). Efetuando a distributiva volta ao 2x+2+ax+a. Outros exemplos:
• x²+ax+bx+ab=x(x+a)+b(x+a)=(x+a)(x+b)
• x³-x²+x-1=x²(x-1)+1.(x-1)=(x+1)(x²-1)
2
Matemática
Exercícios
2
1 1
1. Se x − = 3 , então + é igual a:
x
a) 0.
b) 1.
c) 5.
d) 6.
2. Se x + y = 13 e x · y = 1, então x² + y² é
a) 166.
b) 167.
c) 168.
d) 169.
e) 170.
3
Matemática
ab
b) (a2 + b2 )2 .
c) a2 + b2.
a 2b 2
(a + b)2
d) .
x² + 6x + 9
8. Simplificando a expressão , obtém-se:
x² − 9
a) 6x.
b) –6x.
x −3
c) x+3
x+3
d) x −3
4
Matemática
b) (a + 2b)(c – d).
c) (a – 2b) (c + d).
d) (a + c)2(a – b).
e) (a – c)(a + 2b).
5
a) .
9
b) .
c)
36x 9 y 9 .
d)
3x 9 y 9 .
e)
6x 9 y 9 .
5
Matemática
Gabarito
1. C
2
1 1 1 1 1
− = − + = − + = + =
2. B
+ = + = + + =
x.y = 1
+ + = + =
3. E
x 2 − y 2 x 2 − 2xy + y 2 (x + y)(x − y) (x - y)²
· = · = (x − y)² =
x+y x−y x+y x−y
= (1,25 − 0,75)² = (0,5)² = 0,25
4. A
(4x + y)(4x − y) = (4x)² − (y)² = 16x² − y²
5. D
−1
1 1 2 1 1
−1
b² + 2ab + a²
−1
(a ) 2 a²b²
–2
–1
+ b –1
= + = + + = =
a b a² ab b² a²b² (a + b)²
6. B
x²y + xy² = xy(x + y) = 12.8 = 96
7. D
( x – y) ² – (x + y ) ² = x² − 2xy + y² − x² − 2xy − y² = −4xy
8. D
x² + 6x + 9 (x + 3)² x+3
= =
x² − 9 (x + 3)(x − 3) x − 3
9. B
ac + 2bc – ad – 2bd = a(c − d) + 2b(c − d) = (a + 2b)(c − d)
10. A
8
= 5
9 9
= 5 7 4
5
= 5
6
Matemática
Resumo
Paralelogramo
É o quadrilátero que possui os lados opostos paralelos.
Área: A = b h
Propriedades:
1. Os lados opostos são congruentes, assim como os ângulos opostos.
2. Os ângulos adjacentes são suplementares.
3. As diagonais se cruzam em seus pontos médios.
Retângulo:
É o quadrilátero equiângulo, ou seja, possui os quatro ângulos iguais a 90°.
Área: A = b h
Propriedade:
1. Uma propriedade interessante do retângulo é que suas diagonais têm o mesmo comprimento, ou seja,
AC = BD .
1
Matemática
Quadrado
É um quadrilátero regular, ou seja, possui os quatro lados e os quatro ângulos iguais.
Área do quadrado: A = l
2
Losango
É o quadrilátero equilátero, ou seja, possui os quatro lados iguais.
Propriedade:
1. Suas diagonais são perpendiculares e são bissetrizes dos ângulos internos, dividindo o losango em quatro
triângulos retângulos.
2
Matemática
Exercícios
1. Dadas as afirmações:
I. Quaisquer dois ângulos opostos de um quadrilátero são suplementares.
II. Quaisquer dois ângulos consecutivos de um paralelogramo são suplementares.
III. Se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares entre si e se cruzam em seu ponto
médio, então este paralelogramo é um losango.
2. O proprietário de um restaurante deseja comprar um tampo de vidro retangular para a base de uma
mesa, como ilustra a figura
Sabe-se que a base da mesa, considerando a borda externa, tem a forma de um retângulo, cujos lados
medem AC = 105 cm e AB = 120 cm.
Na loja onde será feita a compra do tampo, existem cinco tipos de opções de tampos, de diferentes
dimensões, e todos com a mesma espessura, sendo:
Tipo 1: 110 cm x 125 cm
Tipo 2: 115 cm x 125 cm
Tipo 3: 115 cm x 130 cm
Tipo 4: 120 cm x 130 cm
Tipo 5: 120 cm x 135 cm
O proprietário avalia, para comodidade dos usuários, que se deve escolher o tampo de menor área
possível que satisfaça a condição: ao colocar o tampo sobre a base, de cada lado da borda externa da
base da mesa, deve sobrar uma região, correspondendo a uma moldura em vidro, limitada por um
mínimo de 4 cm e máximo de 8 cm fora da base da mesa, de cada lado.
3
Matemática
Segundo as condições anteriores, qual é o tipo de tampo de vidro que o proprietário avaliou que deve
ser escolhido?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
a) 50
b) 90
c) 120
d) 130
e) 220
4. Diariamente, uma residência consome 20160 Wh. Essa residência possui 100 células solares
retangulares (dispositivos capazes de converter a luz solar em energia elétrica) de dimensões 6 cm u
8 cm. Cada uma das tais células produz, ao longo do dia, 24 Wh por centímetro de diagonal. O
proprietário dessa residência quer produzir, por dia, exatamente a mesma quantidade de energia que
sua casa consome.
Qual deve ser a ação desse proprietário para que ele atinja o seu objetivo?
a) Retirar 16 células.
b) Retirar 40 células.
c) Acrescentar 5 células.
d) Acrescentar 20 células.
e) Acrescentar 40 células
4
Matemática
6. Considere as afirmações:
I. Todo retângulo é um paralelogramo.
II. Todo o quadrado é um retângulo.
III. Todo o losango é um quadrado.
Associe a cada uma delas a letra V, se for verdadeira ou F, caso seja falsa. Na ordem apresentada
temos:
a) FFF
b) FFV
c) VFF
d) VVF
7. José somou as medidas de três dos lados de um retângulo e obteve 40 cm. João somou as medidas
de três dos lados do mesmo retângulo e obteve 44 cm. Com essas informações, pode-se afirmar
corretamente que a medida, em cm, do perímetro do retângulo é
a) 48.
b) 52.
c) 46.
d) 56.
e) 58
5
Matemática
AB
O valor da razão é igual a
BC
5
.
a) 3
5
.
b) 2
4
.
c) 3
3
.
d) 2
9. (Ucs 2015) No losango abaixo dois ângulos medem 120 e o lado mede 4 cm.
Qual das expressões a seguir, corresponde à soma das medidas das diagonais do losango?
a)
4(1 + 3)
b) 1 + 3
1+ 3
c) 2
3
d) 4
1+ 3
e) 4
6
Matemática
7
Matemática
Gabarito
1. C
I. Quaisquer dois ângulos opostos de um quadrilátero são suplementares. Isso é falso: isso não
acontece por exemplo, com o trapézio retângulo.
II. Quaisquer dois ângulos consecutivos de um paralelogramo são suplementares. Verdade!
III. Se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares entre si e se cruzam em seu ponto médio,
então esse paralelogramo é um losango. Verdade!
2. C
As medidas dos lados AC = 105 cm e AB = 120 cm poderão variar em 4 cm e 8 cm por cada lado. Logo,
as medidas mínimas e máximas desses lados, serão respectivamente: AC = 113 cm (105 + 8) valor
mínimo e AC = 119 cm (105 + 16) valor máximo.
AB = 128 cm (120 + 8) valor mínimo e AC = 132 cm (120 + 16) valor máximo. Portanto, o único tipo que
satisfaz essas condições é o tipo 3.
3. D
Observe a figura:
4. A
A cada retângulo de dimensões 6 cm x 8 cm, temos uma diagonal de 10 cm. Assim, por dia, cada célula
produz 10 . 24 = 240 Wh e 100 células produzem 100 x 240 = 24000 Wh.
Desse modo, temos 3840 Wh a mais que o consumo inicial, logo, percebemos que 3840 Wh / 240 Wh =
16. Assim, devemos retirar 16 células.
5. B
3x - 45°+ 2x + 10° + 2x +15° + x +20° = 360
3x + 2x+2x +x = 360+45-10-15-20
8x = 360
x = 45
8
Matemática
6. D
I e II) Paralelogramo é todo quadrilátero que tem dois pares de lados opostos paralelos. VERDADEIRO.
III) Todo losango tem 2 ângulos maiores que 90º e dois menores que 90º, e no quadrado todos os ângulos
tem 90º. FALSO
7. D
Sejam a e b as medidas da base e da altura do retângulo, em centímetros. Logo, supondo a b,
podemos escrever a + 2b = 40 e 2a + b = 44. Dessa forma, somando as equações, encontramos
3a + 3b = 84 e, assim, vem a + b = 28.
A resposta é 2a + 2b = 56.
8. A
Há três tipos de quadrados, com 1 2 3 sendo os seus lados. É fácil ver que 2 = 2 1 e
AB + 2 5
3 = 1 + 2 = 3 1. Portanto, temos = 3 = .
BC 3 3
9. A
Se dois ângulos do losango medem 120, então cada um dos outros dois mede
360 − 2 120
= 60.
2
Logo, a diagonal menor divide o losango em dois triângulos equiláteros congruentes de lados 4cm.
4 3
Portanto, a diagonal menor mede 4cm e a maior mede 2 = 4 3 cm.
2
A resposta é 4 + 4 3 = 4(1+ 3)cm.
10. A
Se os ângulos estão em uma razão 1: 3 , significa que um é o triplo do outro. Assim, sejam x e 3x os
ângulos internos consecutivos. Como sabemos, eles são complementares, ou seja x + 3x = 180 .
Resolvendo a equação, encontramos x = 45 .
9
Matemática
Resumo
Trapézio
É um quadrilátero que possui dois lados paralelos, que são chamados de bases.
B+b
A base média de um trapézio pode ser calculado através da semi-soma de suas bases, ou seja, Bm =
2
Área: A = Bm h =
( B + b) h
2
Mediana de Euler
Mediana de Euler é o segmento que une os pontos médios das diagonais de um trapézio e fica localizada
sobre sua base média, conforme é mostrado no desenho:
B −b
Ela é expressa pela fórmula .
2
1
Matemática
1. Trapézio isósceles:
É aquele cujos lados não paralelos são congruentes.
Propriedade:
Os ângulos de cada base também são congruentes.
2. Trapézio escaleno:
É aquele cujos lados não paralelos têm comprimentos distintos.
3. Trapézio retângulo:
É aquele em que a altura é o próprio lado.
2
Matemática
Exercícios
2. Um marceneiro deseja construir uma escada trapezoidal com 5 degraus, de forma que o mais baixo e
o mais alto tenham larguras respectivamente iguais a 60 cm e a 30 cm, conforme a figura.
Os degraus serão obtidos cortando-se uma peça linear de madeira sujo comprimento mínimo, em cm,
deve ser:
a) 144
b) 180
c) 210
d) 225
e) 240
3. Sabendo-se que, em um trapézio, a soma da base média com a mediana de Euler é igual a 12 cm e que
a razão entre as bases do trapézio é 2, a base menor desse trapézio mede:
a) 5 cm
b) 6 cm
c) 7 cm
d) 8 cm
e) 9 cm
3
Matemática
4. Os lados de uma folha retangular ABCD de papel medem 10 cm e 6 cm, como indica a figura 1. Essa
folha, que é branca de um dos lados e cinza do outro, será dobrada perfeitamente de tal forma que o
vértice A irá coincidir com o vértice C, como mostra a figura 2.
5. Na figura abaixo, temos um trapézio retângulo cujas bases medem 9 cm e 12 cm e cujo lado não
perpendicular às bases mede 5 cm.
6. Sabendo que as diagonais de um trapézio medem 7 x −125 e 4x + 43 , qual é o valor de x para que
esse trapézio seja isósceles?
a) 56
b) 128
c) 168
d) 199
e) 256
4
Matemática
8. A vazão do rio Tietê, em São Paulo, constitui preocupação constante nos períodos chuvosos. Em alguns
trechos, são construídas canaletas para controlar o fluxo de água. Uma dessas canaletas, cujo corte
vertical determina a forma de um trapézio isósceles, tem as medidas especificadas na figura I. Neste
caso, a vazão da água é de 1.050 m³/s. O cálculo da vazão, Q em m³/s, envolve o produto da área A do
setor transversal (por onde passa a água), em m², pela velocidade da água no local, v, em m/s, ou seja,
Q = Av.
Planeja-se uma reforma na canaleta, com as dimensões especificadas na figura II, para evitar a
ocorrência de enchentes.
Na suposição de que a velocidade da água não se alterará, qual a vazão esperada para depois da
reforma na canaleta?
a) 90 m³/s.
b) 750 m³/s.
c) 1.050 m³/s.
d) 1.512 m³/s.
e) 2.009 m³/s.
5
Matemática
9. A figura representa um trapézio isósceles ABCD, com AD = BC = 4cm. M é o ponto médio de AD, e
o ângulo BMCˆ é reto.
a) 8.
b) 10.
c) 12.
d) 14.
e) 15.
10. No trapézio ABCD, o ângulo ADC tem o dobro da medida do ângulo ABC e os lados paralelos AB e CD
valem respectivamente 50,6 m e 33,8 m.
A medida do lado AD é:
a) 33,8 m
b) 25,3 m
c) 18,5 m
d) 16,8 m
e) 15,6 m
6
Matemática
Gabarito
1. D
a) Incorreta! Os trapézios são quadriláteros que possuem um par de lados opostos paralelos.
b) Incorreta! Os trapézios não possuem um par de lados adjacentes paralelos, mas, sim, um par de
lados opostos paralelos.
c) Incorreta! Apenas os trapézios isósceles possuem diagonais congruentes.
d) Correta!
2. D
Duplicando a figura dada, como na figura a seguir, podemos observar 5 degraus de 90cm cada.
5 .90
Logo a soma dos comprimentos dos degraus da escada é
2
= 225 cm.
Portanto, será necessária uma peça linear de no mínino 225 cm.
3. B
Segundo os dados do enunciado, temos:
B +b B −b
+ = 12
2 2
B +b+ B −b 2B
= 12 = 12 B = 12 cm
2 2
Como a razão entre as bases é 2, temos que a base maior é o dobro da base menor, ou seja, b = 6 cm.
7
Matemática
4. B
Abrindo-se novamente a folha de papel, tem-se:
5. C
Considere a figura, em que H é o pé da perpendicular baixada de A sobre CD.
6. A
Um trapézio isósceles possui diagonais congruentes. Assim, o valor de x que faz com que esse trapézio
seja isósceles pode ser encontrado pela equação:
7x – 125 = 4x + 43
7x – 4x = 43 + 125
3x = 168
x = 168
3
x = 56
7. E
Se ABCD é isósceles, então os ângulos agudos são congruentes, bem como os obtusos. Além disso, A e
D são suplementares, o que implica em A = 60°. Por outro lado, sendo AC ⊥ BC, e chamando de M o ponto
médio de AB, é fácil ver que AMCD e BCDM são losangos congruentes. Portanto, o resultado pedido é
3
2
. ̅̅̅̅
AB + ̅̅̅̅
AB = 25cm.
8
Matemática
8. D
(30+20).2,5
Área da figura I = = 62,5m² e seja v a velocidade da água.
2
9. C
Seja N o ponto do segmento BC tal que MN é paralelo a AB. Logo, MN é a base média do trapézio
AB + CD
ABCD e, portanto, segue que MN = . Além disso, MN é a mediana relativa à hipotenusa BC do
2
BC
triângulo BMC. Daí, vem MN = = 2cm.
2
10. D
Traçando a bissetriz DE do ângulo ADC, temos:
Podemos observar que o quadrilátero BCDE é um paralelogramo, por apresentar ângulos opostos
congruentes. Assim, DE é paralelo a BC e os ângulos ADE e CBE são correspondente, ou seja, congruentes.
9
Português
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Português
Resumo
Adjetivos
São palavras que modificam substantivos e servem para caracterizar seres, objetos indicando uma qualidade
ou defeito, modo de ser, aspecto ou aparência e estado e para estabelecer com o substantivo relações de
tempo, de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade.
Por exemplo: aluno inteligente, pessoa humilde, céu azul, casa arruinada, nota mensal (= nota relativa ao
mês), vinho português (= vinho proveniente de Portugal).
Locuções adjetivas:
São expressões formadas pela união de preposição e substantivo com o objetivo de caracterizar
substantivos.
Exemplo: Amor de mãe (= amor materno)
Sol da manhã (= sol matutino)
Estilística:
Em algumas situações, a mudança de posição do adjetivo lhe confere maior destaque, o que, ainda que
mantenha seu sentido original, tende a enfatizá-lo.
Exemplo: menina bela/bela menina.
Já em outros casos, é possível que a mudança de posição do adjetivo provoque mudança em seu significado
original.
Exemplo: homem grande/grande homem.
Além disso, o adjetivo (termo determinante) tem uma relação muito próxima com o substantivo (termo
determinado) e por isso deve-se ter muita atenção com a sua posição em uma frase. Veja:
Exemplo: autor defunto/defunto autor.
No primeiro caso, a palavra “autor” é um substantivo que é caracterizado pelo adjetivo “defunto”, enquanto no
segundo, ocorre o contrário,”defunto” é um substantivo e “autor” é adjetivo.
Existe também a substantivação do adjetivo quando um determinante (artigo) está anteposto ao adjetivo e
provoca uma alteração de sentido na frase. Compare:
O céu cinzento indica chuva.
O cinzento do céu indica chuva.
1
Português
Numeral
É uma classe de palavras que indica número ou quantidade exata de seres ou o lugar por eles ocupados em
uma série. Em seu aspecto semântico, designa o conceito número-ordem, multiplicação e divisão e podemos
utiliza-los para intensificar ou atenuar uma ideia.
Veja: Já disse mil vezes.
Troquei duas palavras com ele.
Obs.: Ambos/ambas são considerados numerais e são muito empregados para retomar elementos citados
anteriormente.
Exemplo: Mário e Lucas, alunos do Colégio Pedro II, foram classificados para a final do campeonato de xadrez.
Ambos foram ovacionados.
2
Português
Exercícios
1. Durante uma Copa do Mundo, foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia
de que um apostador inglês acertou o resultado de uma partida porque seguiu os prognósticos de seu
burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: "Já vi muito comentarista
burro, mas burro comentarista é a primeira vez."
Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que elas assumem na
expressão. Assinale a alternativa em que isso não ocorre:
a) obra grandiosa
b) jovem estudante
c) brasileiro trabalhador
d) velho chinês
e) fanático religioso
A conversão de substantivos em adjetivos, isto é, tomar uma palavra designadora (substantivo) e usá-
la como caracterizadora (adjetivo), constitui um procedimento comum em língua portuguesa. Assinale
a opção em que a palavra sublinhada exemplifica este procedimento de conversão de substantivo em
adjetivo.
a) E depois a tomaram como espantados.
b) Fez o salto real.
c) Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis.
d) Com cabelos mui pretos pelas espáduas.
e) E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas.
3
Português
4.
Os gêneros textuais nascem emparelhados a necessidades e atividades da vida sociocultural. Por isso,
caracterizam-se por uma função social específica, um contexto de uso, um objetivo comunicativo e por
peculiaridades linguísticas e estruturais que lhes conferem determinado formato.
Esse classificado procura convencer o leitor a comprar um imóvel e, para isso, utiliza-se:
a) da predominância das formas imperativas dos verbos e de abundância de substantivos.
b) de uma riqueza de adjetivos que modificam os substantivos, revelando as qualidades do produto.
c) de uma enumeração de vocábulos, que visam conferir ao texto um efeito de certeza.
d) do emprego de numerais, quantificando as características e aspectos positivos do produto.
2
Português
5. Há situações em que o adjetivo muda de sentido, caso seja colocado antes ou depois do substantivo.
Observe:
Lá se vão os pobres meninos
Pelas ruas da cidade.
Meninos pobres,
pelas ruas da cidade rica.
3
Português
7. Futurolândia
George Jetson não poderia desejar TV mais bacana que esta. Chama-se Satellite, e foi criada pela
empresa norte-americana Mercury. Possui monitor de 14 polegadas e repousa sobre uma esfera de
alumínio polido. Os tubos de plástico ABS conduzem a fiação para duas esferas: na menor, vermelha,
está instalado o alto-falante; e na maior, com um globo terrestre, fica o sensor do controle remoto. O
resultado é absolutamente inovador.
Carta Capital, São Paulo, 19 mar. 1997.
Quanto ao termo “bacana” podemos afirmar que é:
a) substantivo que indica qualidade positiva.
b) adjetivo que indica qualidade positiva, pertencente à gíria brasileira.
c) gíria, usada sempre no sentido de grã-fino.
d) gíria americana e foi introduzida no Brasil na década de 50.
e) conotativo; no sentido denotativo significa festeiro.
8. Assinale a alternativa cuja frase contém um numeral cardinal empregado como substantivo.
a) Há muitos anos que a política em Portugal apresenta (...)
b) Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente possuem o Poder (...)
c) (...) os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem para continuar (...)
d) (...) são tirados deste grupo de doze ou quinze indivíduos (...)
e) (...) aos quatro cantos de uma sala (...)
4
Português
9.
As palavras “sete”, “fome” e “colabore”, em destaque no cartaz, podem ser classificadas, correta e
respectivamente, nas classes gramaticais:
a) artigo, substantivo e adjetivo.
b) artigo, adjetivo e substantivo.
c) numeral, preposição e verbo.
d) numeral, advérbio e conjunção.
e) numeral, substantivo e verbo.
5
Português
Gabarito
1. A
Entre as alternativas apresentadas, apenas em “obra grandiosa” ou “grandiosa obra” não há alteração de
sentido nem de classe gramatical das palavras caso sua ordem seja alterada porque “obra” é substantivo
e “grandiosa”, adjetivo.
2. C
O vocábulo “moças” é ressignificado e assume o sentido de “novas”, portanto, é deslocado da função de
substantivo para a de adjetivo.
3. C
A afirmação “sempre que se muda o adjetivo de lugar, muda-se o sentido do substantivo” é incorreta,
pois isso não ocorre sempre, depende do caso e do contexto; por exemplo: a linda menina/ a menina
linda. As demais afirmações estão corretas.
4. B
O texto – se tratando de um anúncio com objetivo de convencer o interlocutor a adquirir o que está sendo
anunciado – apresenta forte adjetivação a fim de convencer o leitor de que o produto é bom: maravilhoso
jardim, linda residência, rua tranquila.
5. D
Na primeira ocorrência, o vocábulo “pobres” significa “coitados”, “dignos de pena”. Na segunda,
entendemos que eles não possuem recursos (como dinheiro, por exemplo).
6. B
Uma das características da obra de Veríssimo é o uso de ironias, que fazem uma crítica social. No poema
“O Sedutor Médio”, essa ironia é caracterizada pelo adjetivo “médio” e o advérbio “meio”, utilizada para
criticar o matrimônio.
7. B
O adjetivo “bacana” é uma gíria que caracteriza o substantivo “TV” e possui um sentido de qualidade
positiva.
8. C
O numeral cardinal “cinco” é empregado como substantivo porque está determinado pelo artigo definido
“os”. Já os outros numerais cardinais estão empregados na sua função própria.
9. E
“Sete” é uma palavra que representa um número, sendo classificada como numeral. “Fome” é um
substantivo que dá nome ao estado de carência alimentar. “Colabore” é um verbo no modo imperativo,
que está conjugado na 3ª pessoa do singular.
10. D
No primeiro caso, “um presente”, podemos entender “um” como um numeral cardinal (=quantidade de
presentes) ou como artigo indefinido (=algum presente). No entanto, não há opção que contemple a
primeira opção. Portanto, devemos considerar “um” = “algum”.
6
Português
7
Português
Resumo
Substantivo
É a palavra que usamos para designar seres, pessoas, lugares, sentimentos, processos, características e
afins. Eles devem funcionar sempre como termo mais importante das expressões nominais das quais fazem
parte. Os substantivos podem ser classificados:
Quanto ao significado:
1. Concreto: designam seres, sejam reais ou fictícios.
Exemplo: caneta, árvore, homem, cavalo.
Quanto à abrangência:
1. Comuns: designam, genericamente, um elemento de um conjunto.
Exemplo: aluno, homem, país, cachorro.
Quanto à formação:
Quanto à origem:
1. Primitivos: são aqueles cujo radical não passa por nenhuma forma de derivação.
Exemplo: blusa, menina, cabelo.
2. Derivados: são aqueles que sofrem sufixação, prefixação ou alguma forma de derivação.
Exemplo: blusinha, menininha, cabeleira.
Os substantivos podem ser flexionados de acordo com seu número (singular e plural), e gênero (feminino e
masculino). Além disso, por adição de sufixo, eles assumem categoria de grau (diminutivo e aumentativo).
1
Português
Artigo
São palavras (o, a, os, as, um, uma, uns, umas) variáveis em número e gênero que se antepõem aos
substantivos para indicar um ser já conhecido (definido) pelo leitor ou para indicar um representante de uma
espécie ao qual não se fez menção anterior (indefinido). Ou seja, os artigos definidos têm a função semântica
de especificar, determinar os substantivos, e os indefinidos têm a função de generalizar os substantivos.
Por exemplo:
O jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista específico, já mencionado anteriormente).
Um jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista genérico, não mencionado antes).
Substantivação:
Os artigos podem substantivar qualquer palavra ou expressão a que se antepõem, independentemente da
classe gramatical a que essa palavra pertence. Esses casos são conhecidos como derivação imprópria.
Ex.: O andar de Gabriela chama atenção.
O artigo definido também é utilizado para ressaltar a notoriedade de algum ser para destacar o seu caráter
único. Esse recurso é muito utilizado em propagandas para apresentar produtos como os melhores de sua
categoria.
Na publicidade acima, podemos observar a frase “É assim que se constrói o Canal Campeão”. Logo, o artigo
‘o’ enfatiza que o canal apresentado é o melhor, o campeão dentre todos os outros canais.
2
Português
Exercícios
1. O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa
porque geralmente o usamos para designar o que é agradável, aquelas coisas tão afáveis que se
deixam diminuir sem perder o sentido. E precavida porque também o usamos para desarmar certas
palavras que, por sua forma original, são ameaçadoras demais.
Luís Fernando Veríssimo, Diminutivos.
2. Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal,
Joaquim Barbosa:
Entrevistador: — O protagonismo do STF dos últimos tempos tem usurpado as funções do Congresso?
Entrevistado: — Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente detalhista, com um número
imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a fomentar interpretações e toda sorte de litígios.
Também temos um sistema de jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol enorme
de agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer questões ao Supremo.
É um leque considerável de interesses, de visões, que acaba causando a intervenção do STF nas mais
diversas questões, nas mais diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação. Nossas
decisões não deveriam passar de duzentas, trezentas por ano. Hoje, são analisados cinquenta mil,
sessenta mil processos. É uma insanidade.
Veja, 15/06/2011.
3
Português
3. A questão aborda um fragmento de um artigo de Mônica Fantin sobre o uso dos tablets no ensino,
postado na seção de blogues do jornal Gazeta do Povo em 16.05.2013:
Ou seja, pensar na potencialidade que o tablet oferece na escola - acessar e produzir imagens, vídeos,
textos na diversidade de formas e conteúdos digitais - implica em repensar a didática e as
possibilidades de experiências e práticas educativas, midiáticas e culturais na escola ao lado de
questões econômicas e sociais mais amplas. E isso necessariamente envolve a reflexão crítica sobre
os saberes e fazeres que estamos produzindo e compartilhando na cultura digital.
(Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br. Adaptado.)
No último período do texto, os termos “saberes” e “fazeres” são
a) adjetivos
b) pronomes
c) substantivos
d) advérbios
e) verbos
4. A CIÊNCIA DO PALAVRÃO
Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser
um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como fllha da...,
mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.
Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência
ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à
parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da
parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça.
Mais exatamente no sistema Iímbico. Nossa parte animal fica lá.
E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da
síndrome de Tourette. Essa doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do
cérebro cuja função é manter o sistema Iímbico comportado. E os palavrões saem como se fossem
tiques nervosos na forma de palavras.
Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em quando, claro. Justamente
por não pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com
uma intensidade inigualável.
Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então
pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir
toda a carga emocional da paixão propriamente dita. Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é
outra. Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do sistema Iímbico de quem fala diretamente para o
de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que
a linguagem comum.
Disponível em: www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.
4
Português
No texto, o substantivo "palavrão", ainda que se mostre flexionado em grau, não reporta a ideia de
tamanho. Tal emprego também se verifica em:
a) Durante a pesquisa, foi colocada uma "gotícula" do ácido para se definir a reação.
b) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas "caminhas".
c) Para cortar gastos, resolveu confeccionar "livrinhos" que cabem nos bolsos.
d) Não estava satisfeita com aquele "empreguinho" sem graça e sem perspectivas.
e) Teve um "carrinho" de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, um de sete.
5. Quaresma despiu-se, lavou-se, enfiou a roupa de casa, veio para a biblioteca, sentou-se a uma cadeira
de balanço, descansando. Estava num aposento vasto, e todo ele era forrado de estantes de ferro. Havia
perto de dez, com quatro prateleiras, fora as pequenas com os livros de maior tomo. Quem examinasse
vagarosamente aquela grande coleção de livros havia de espantar-se ao perceber o espírito que
presidia a sua reunião. Na ficção, havia unicamente autores nacionais ou tidos como tais: o Bento
Teixeira, da Prosopopéia; o Gregório de Matos, o Basílio da Gama, o Santa Rita Durão, o José de Alencar
(todo), o Macedo, o Gonçalves Dias (todo), além de muitos outros.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro: Mediafashion, 2008, p. 12 (com adaptações).
No texto, o uso do artigo definido anteposto aos nomes próprios dos escritores brasileiros:
a) demonstra a familiaridade e o conhecimento que o personagem tem dos autores nacionais e de
suas obras.
b) consiste em um regionalismo que tem a função de caracterizar a fala pitoresca do personagem
principal.
c) é uma marca da linguagem culta cuja função é enfatizar o gosto do personagem pela literatura
brasileira.
d) constitui um recurso estilístico do narrador para mostrar que o personagem vem de uma classe
social inferior.
e) indica o tom depreciativo com o qual o narrador se refere aos autores nacionais, reforçado pela
expressão “tidos como tais”.
5
Português
6. ARRASTÃO
Estarrecedor, nefando, inominável, infame. Gasto logo os adjetivos porque eles fracassam em dizer o
sentimento que os fatos impõem. Uma trabalhadora brasileira, descendente de escravos, como tantos,
que cuida de quatro filhos e quatro sobrinhos, que parte para o trabalho às quatro e meia das manhãs
de todas as semanas, que administra com o marido um ganho de mil e seiscentos reais, que paga
pontualmente seus carnês, como milhões de trabalhadores brasileiros, é baleada em circunstâncias
não esclarecidas no Morro da Congonha e, levada como carga no porta-malas de um carro policial a
pretexto de ser atendida, é arrastada à morte, a céu aberto, pelo asfalto do Rio.
(...)
O marido de Cláudia Silva Ferreira disse que, se o porta-malas não se abrisse como abriu (por obra do
acaso, dos deuses, do diabo), esse seria apenas “mais um caso”. Ele está dizendo: seria uma morte
anônima, aplainada pela surdez da praxe, pela invisibilidade, uma morte não questionada, como tantas
outras. (...) Pois assim como Amarildo é aquele que desapareceu das vistas, e não faz muito tempo,
Cláudia é aquela que subitamente salta à vista, e ambos soam, queira-se ou não, como o verso e o
reverso do mesmo.
O acaso da queda de Cláudia dá a ver algo do que não pudemos ver no caso do desaparecimento de
Amarildo. A sua passagem meteórica pela tela é um desfile do carnaval de horror que escondemos.
Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que lutar para que não se
transforme no carro alegórico do Brasil.
José Miguel Wisnik. Adaptado de oglobo.globo.com, 22/03/2014.
6
Português
Na frase do texto “O médico não está sozinho.”, o uso do artigo definido “o” pode se justificar porque:
a) vulgariza esse simples especialista.
b) especifica uma categoria em ascensão.
c) determina um profissional em particular.
d) generaliza essa classe profissional.
7
Português
O termo “selinho” é bastante utilizado na linguagem atual. O diminutivo no uso da palavra serve para
enfatizar que se trata de um beijo
a) indiscreto.
b) demorado.
c) engraçado.
d) indecente.
e) breve.
10. ACHADO
Aqui, talvez, o tesouro enterrado
há cem anos pelo guarda-mor.
Se tanto o guardou, foi para os trinetos,
principalmente este: o menor.
Cavo com faca de cozinha, cavo
até, no outro extremo, o Japão
e não encontro o saco de ouro
de que tenho a mor precisão
para galopar no lombo dos longes
fugindo a esta vidinha choca.
Mas só encontro, e rabeia, e foge
uma indignada minhoca.
Carlos Drummond de Andrade.
8
Português
Gabarito
1. C
Na palavra “leãozinho” há o viés afetuoso, pois serve como vocativo a alguém; mas, também, há o viés
precavido, pois há a redução do peso da palavra “leão”, sendo assim, evidencia que é um animal de
tamanho reduzido.
2. C
O artigo definido tem por objetivo especificar palavras, logo, sua presença determina palavras
específicas, bem como sua ausência pode comprometer a singularidade e deixá-las com sentido mais
genérico.
3. C
Os vocábulos “saberes” e “afazeres” são substantivos, pois estão precedidos de artigos definidos.
4. D
O diminutivo da palavra “emprego” não está relacionado ao tamanho físico, mas sim a uma ideia de
inferioridade, assim como acontece com a ideia de “palavrão”: a ideia de “palavrão” está relacionada ao
sentido da palavra e não ao tamanho dela. Nas demais opções, o diminutivo tem a ver com grandeza:
“carrinho” = carro pequeno, por exemplo.
5. A
O artigo definido visa à especificação, à aproximação, à indicação de familiaridade. Dessa forma, é nesse
sentido que a classe de palavra é utilizada no texto porque apresenta o conhecimento do autor sobre os
autores nacionais.
6. A
Com a caracterização “de um Brasil”, o autor se refere a uma parte específica do Brasil, mais sofrida,
mais esquecida, mais violenta. Já em “do Brasil”, a referência é a todo o país, que pode ser afetado em
função daquela parte específica, com toda sua carga de violência. Ao mostrar a possibilidade dessa
passagem da parte para o todo, por meio do uso dos artigos “um” e “o”, o texto estabelece uma
generalização consciente. (Comentário UERJ)
7. C
O diminutivo da palavra “casa” confere uma ideia de simplicidade; uma casa sem luxos.
8. D
Nesse caso específico, o artigo definido serve para generalizar o tipo de profissional: “O médico”, nesse
contexto, equivale a “qualquer médico”.
9. E
O diminutivo “selinho” reforça a ideia de brevidade do beijo, assim como quando colamos um selo.
10. E
O sentido do diminutivo “vidinha” é depreciativo, assim como, nesse caso, o do adjetivo choca
(“paralisada qual uma ave em período de chocar ovos”).
9
Português
Resumo
Advérbios
A função primordial do advérbio é modificar o adjetivo, o advérbio e, principalmente, o verbo para atribuir-lhe
uma circunstância. Há casos em que o advérbio pode atribuir circunstância a uma oração inteira. Observe os
exemplos:
A classificação dos advérbios ocorre devido à circunstância que expressam. Entre essas circunstâncias
listamos as seguintes: afirmação, assunto, causa, companhia, concessão, condição, conformidade, dúvida,
finalidade, instrumento, intensidade, lugar, meio, modo, negação, tempo, entre outras.
Locuções Adverbiais
São expressões formadas por mais de uma palavra que exercem papel semelhante ao advérbio. Iniciam-se
comumente por preposição e contribuem para ampliar a lista das circunstâncias adverbiais.
Exemplos: às cegas, às claras, à toa, a medo, à pressa, às pressas, à tarde, à noite, a fundo, às escondidas, às
vezes, ao acaso, de súbito, vez por outra, lado a lado, etc.
Além disso, cabe destacar que a maioria dos advérbios e das locuções adverbiais pode mudar sua posição
dentro da frase. Isso ocorre devido ao destaque que o emissor deseja dar a uma determinada informação.
Note que nos exemplos anteriores não há alteração de sentido entre as frases. Preciso apenas resssaltar que,
devido ao deslocamento da locução adverbial, a vírgula se torna obrigatória.
1
Português
Exercícios
A charge é uma ilustração que tem como objetivo fazer uma sátira de alguém ou de alguma situação
atual por meio de desenhos caricatos.
I. O advérbio “já”, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança;
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no país;
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere o
aumento de idosos no país.
2
Português
2. (ITA) (…) As angústias dos brasileiros em relação ao português são de duas ordens. Para uma parte da
população, a que não teve acesso a uma boa escola e, mesmo assim, conseguiu galgar posições, o
problema é sobretudo com a gramática. É esse o público que consome avidamente os fascículos e
livros do professor Pasquale, em que as regras básicas do idioma são apresentadas de forma clara e
bem-humorada. Para o segmento que teve oportunidade de estudar em bons colégios,
a principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer a essa demanda que um novo tipo de
profissional surgiu: o professor de português especializado em adestrar funcionários de empresas.
Antigamente, os cursos dados no escritório eram de gramática básica e se destinavam principalmente
a secretárias. De uns tempos para cá, eles passaram a atender primordialmente gente de nível superior.
Em geral, os professores que atuam em firmas são acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho
esporadicamente para ganhar um dinheiro extra. “É fascinante, porque deixamos de viver a teoria para
enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade de São
Paulo (…)
JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão. Veja, 7/11/2001, n. 1725.
O adjetivo “principal” (em “a principal dificuldade é com clareza”) permite inferir que a clareza é apenas
um elemento dentro de um conjunto de dificuldades, talvez o mais significativo. Semelhante inferência
pode ser realizada pelos advérbios:
a) avidamente, principalmente, primordialmente.
b) sobretudo, avidamente, principalmente.
c) avidamente, antigamente, principalmente.
d) sobretudo, principalmente, primordialmente.
e) principalmente, primordialmente, esporadicamente.
3.
Na passagem: “Assim as moscas nunca vão cair na sua teia”, as expressões em destaque
caracterizam-se, respectivamente, como advérbios de:
a) modo, negação e lugar
b) modo, tempo e lugar.
c) modo, negação e tempo.
d) tempo, modo e lugar.
e) tempo, lugar e modo.
3
Português
4. (UERJ)
Filme
Berenice não gostava de ir ao cinema, de modo que o pai a levava à força. Cinema era coisa que
ele adorava, sempre sonhara em se tornar cineasta; não o conseguira, claro, mas queria que a filha
partilhasse sua paixão, com o que se sentiria, de certa forma, indenizado pelo destino. Uma
responsabilidade que só fazia aumentar o verdadeiro terror que Berenice sentia quando se aproximava
o sábado, dia que habitualmente o pai, homem muito ocupado, escolhia para a sessão cinematográfica
semanal. À medida que se aproximava o dia fatídico, ela ia ficando cada vez mais agitada e nervosa; e
quando o pai, chegado o sábado, finalmente lhe dizia, está na hora, vamos, ela frequentemente se punha
a chorar e mais de uma vez caíra de joelhos diante dele, suplicando, não, papai, por favor, não faça isso
comigo. Mas o pai, que era um homem enérgico e além disso julgava ter o direito de exigir da filha que
o acompanhasse (viúvo desde há muito, criara Berenice sozinho e com muito sacrifício), mostrava-se
intransigente: não tem nada disso, você vai me acompanhar. E ela o fazia, em meio a intenso
sofrimento.
Por fim, aprendeu a se proteger. Ia ao cinema, sim. Mas antes que o filme começasse, corria ao
banheiro, colocava cera nos ouvidos. Voltava ao lugar, e mal as luzes se apagavam cerrava firmemente
os olhos, mantendo-os assim durante toda a sessão. O pai, encantado com o filme, de nada se
apercebia; tudo o que fazia era perguntar a opinião de Berenice, que respondia, numa voz neutra mas
firme:
– Gostei. Gostei muito.
Era de outro filme que estava falando, naturalmente. Um filme que o pai nunca veria.
MOACYR SCLIAR. In: Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
No trecho “Era de outro filme que estava falando, naturalmente.”, o termo em destaque cumpre a função
de:
a) afirmar ponto de vista
b) projetar ideia de modo
c) revelar sentimento oculto
d) expressar sentido reiterativo
5. (Fuvest) Assinalar a alternativa que registra a palavra que tem o sufixo formador de advérbio.
a) desesperança
b) pessimismo
c) empobrecimento
d) extremamente
e) sociedade
4
Português
7. (UECE)
GRITO
Quadro que fundou o expressionismo nasceu de um ataque de pânico
Edvard Munch nasceu em 1863, mesmo ano em que O piquenique no bosque, de Édouard Manet,
era exposto no Salão dos Rejeitados, chamando a atenção para um movimento que nem nome tinha
ainda. Era o impressionismo, superando séculos de pintura acadêmica. Os impressionistas deixaram o
realismo para a fotografia e se focaram no que ela não podia mostrar: as sensações, a parte subjetiva
do que se vê.
Crescendo durante essa revolução, Munch – que, aliás, também seria fotógrafo – achava a
linguagem dos impressionistas superficial e científica, discreta demais para expressar o que sentia. (...)
Fruto de suas obsessões, O Grito não foi seu primeiro quadro, mas o que o tornaria célebre. A inspiração
veio do que parece ter sido um ataque de pânico, que ele escreveu em seu diário, pouco mais de um
ano antes do quadro: “Estava andando por um caminho com dois amigos – o sol estava se pondo –
quando, de repente, o sol tornou-se vermelho como o sangue. Eu parei, sentindo-me exausto, e me
encostei na cerca – havia sangue e línguas de fogo sobre o fiorde negro e a cidade. Meus amigos
continuaram andando, e eu fiquei lá, tremendo de ansiedade – e senti um grito infinito atravessando a
natureza”.
Ali nasceria um novo movimento artístico. O Grito seria a pedra fundadora do expressionismo, a
principal vanguarda alemã dos anos 1910 aos 1930.
Adaptado (Aventuras da História)
Sobre o advérbio “Ali”, é correto afirmar que indica:
a) um lugar distante da pessoa que fala.
b) um lugar diferente do lugar da pessoa que fala.
c) naquele ato, naquelas circunstâncias, naquela conjuntura.
d) hora, naquele momento.
5
Português
9. (PUC-CAMPINAS) Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-
se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz
estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música
é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias,
adensando as horas com seu envolvimento.
aliás: advérbio. 1. De outro modo, de outra forma. Ex: sempre ajudou o filho, a. seria mau pai se não o
fizesse; 2. Além disso. Ex: a., não era a primeira sujeira que ele fazia; 3. Emprega-se em seguida a uma
palavra proferida ou escrita por equívoco; ou melhor, digo. Ex: estávamos em março, a., abril; 4. Seja
dito de passagem; verdade seja dita; a propósito. Ex: não aceitou o emprego, que a. é muito cobiçado;
5. No entanto, contudo. Ex: andar muito é cansativo, sem, a., deixar de ser saudável.
O sentido preciso com que a palavra “aliás” foi empregada no texto está indicado em:
a) 3
b) 2
c) 5
d) 4
e) 1
10. Em “Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as joias”, temos uma mudança na
ordem direta da frase, de modo que o advérbio ficou deslocado de sua posição mais habitual, que seria
após o verbo. Assinale a alternativa em que uma nova posição do advérbio não altera o sentido da frase
original nem gera ambiguidade:
a) Tirou as roupas dos armários de seda.
b) Tirou as roupas de seda dos armários.
c) Tirou dos armários de seda as roupas.
d) Dos armários de seda tirou as roupas.
e) Das roupas de seda tirou o armário.
6
Português
Gabarito
1. E
De acordo com a charge apresentada, é possível perceber que a fila de idosos esperando um lugar no
banco indica o aumento dessa faixa etária no país. Além disso, o advérbio “já” traz o sentido à frase de
que como o aumento dessa população é esperado, já chegou ao patamar de 10% no país.
2. D
Os advérbios “sobretudo, principalmente, primordialmente” são os que se enquadram o mesmo contexto
trazido pelo enunciado da questão em relação ao adjetivo “principal”, pois demonstram haver outros
fatores envolvidos.
3. B
“Assim” equivale a “desse modo”; “nunca” expressa a ideia de tempo, uma impossibilidade eterna; “na
sua teia” é o local onde a ação vai ou não ocorrer.
4. A
O advérbio de modo “naturalmente”, de acordo com o contexto apresentado no texto, apresenta uma
confirmação do ponto de vista do narrador.
5. D
O sufixo “mente” forma os advérbios de modo: apressadamente, felizmente, calmamente, etc.
6. E
Nas opções “A” e “D”, “meio” é substantivo. Nas opções “B” e “C”, numeral. Na alternativa E, “meio” é
advérbio de intensidade.
7. C
O advérbio “ali” que inicia o último parágrafo do texto é precedido do relato do próprio Munch sobre o
que aconteceu durante uma crise de ansiedade. Por isso, indica as circunstâncias e a conjuntura em que
o Expressionismo aconteceu.
8. A
Na letra “a”, apenas “muito” é advérbio. Na “b”, “amanhã” e “não”. Na “c”, “ontem” e “desafinadamente”.
Na “d”, “tranquilamente” e “hoje”. Na “e”, “calma” (subentende-se “calmamente”) e “sabiamente”.
9. D
O advérbio “aliás” introduz, por associação instantânea de ideias, um pensamento que, provocado por
situação presente, evoca outro que confirma e reforça a tese defendida, significando “por falar nisso”, “a
propósito”, “por sinal”.
10. B
A alternativa (A) apresenta ambiguidade, pois é possível ler que tanto as roupas podem ser de seda,
quanto os armários podem ser de seda. A alternativa (C) tem o seu sentido alterado. Na alternativa (D)
entende-se que os armários são feitos de seda e na alternativa (E), o sentido é alterado já que coloca que
ela tirou o armário de dentro das roupas de seda.
7
Português
Resumo
Aspectos relevantes
Outro caso importante é que o advérbio pode modificar toda uma oração. Nesses casos, ele aparece
geralmente destacado no início ou no fim da oração separados por uma pausa, marcada na escrita por uma
vírgula. Por exemplo:
Todos compareceram, felizmente.
Concorrendo na frase vários advérbios terminados em “–mente”, é possível e usual o emprego desse sufixo
apenas no último; a menos que, por ênfase, prefira-se a repetição/eco. Veja os exemplos:
Grau
a) comparativo
O comparativo dos advérbios é formado do mesmo modo que o dos adjetivos. Pode ser:
• De superioridade: Ele chegou mais cedo (do) que eu.
• De igualdade: Ele chegou tão cedo quanto o colega.
• De inferioridade: Ele deverá chegar menos cedo (do) que Marcos.
b) superlativo
O superlativo pode ser:
• Sintético: quando a alteração no grau for feita por acréscimo de um sufixo: Paulo chegou cedíssimo.
• Analítico: quando a alteração no grau for feita por um outro advérbio: Paulo chegou muito cedo.
Na linguagem popular, é comum o advérbio aparecer com sufixos aumentivo e diminutivo. É importante notar
que, nesses casos, o sufixo não tem valor diminutivo, e sim valor superlativo.
1
Português
Exercícios
2.
Depois que comecei a tuitar diariamente, não consigo mais escrever com perfeição os relatórios.
2
Português
3. (UNICAMP)
Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é correto afirmar que o autor explora o fato de que
palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”
a) mudam de sentido dependendo de quem fala.
b) adquirem sentido no contexto em que são enunciadas.
c) deslocam-se de um sentido concreto para um abstrato.
d) evidenciam o sentido fixo dos advérbios de tempo.
4. (FUVEST) Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o capanga um casal de velhinhos, que
seguiam diante dele o mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das
poucas palavras que apanhara, percebeu Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo
quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer um moquirão*, com que pretendiam abrir
uma boa roça.
- Mas chegará, homem? perguntou a velha.
- Há de se espichar bem, mulher!
Uma voz os interrompeu:
- Por este preço dou eu conta da roça!
- Ah! É nhô Jão!
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer o que prometia.
Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado.
Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele
esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos
e foi-se deixando-os embasbacados.
José de Alencar, Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).
Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho “mal seus olhos descobriram entre os
utensílios a enxada” expressa ideia de
a) tempo
b) qualidade
c) intensidade
d) modo
e) negação
3
Português
5. (UFPR)
PASSO NO RUMO CERTO
Na semana passada, a claque convocada para a inauguração de um aeroporto na cidade mineira
de Uberlândia ouviu de Lula a seguinte frase: "Quero dizer que a crise é extremamente grave. Em horas
de crise é preciso ter muita paciência para não tomar decisão precipitada, não se deixar levar pelo
estado emocional, mas, sim, pela razão". Embora o presidentejá tenha se manifestado a respeito da
dificil situação política em diversas ocasiões (não raro para negar a sua realidade, como se tudo não
passasse de uma alucinação coletiva promovida por prestidigitadores da elite, mas deixemos isso de
lado), foi a primeira vez que ele uniu a palavra "crise" um advérbio de intensidade, "extremamente", e
um adjetivo grandiloquente, "grave". O encadeamento de tais termos permite supor que Lula finalmente
(no que pode ser considerado um advérbio de alívio) reconheceu a existência da fissura ética, política
e criminosa que há mais de 100 dias se aprofunda mais e mais, levando o governo de cambulhada.
Nessa hipótese, e não se quer aqui evocar o doutor Pangloss, aquele personagem de Voltaire
para quem todos vivíamos no melhor dos mundos, é uma ótima notícia o presidente ter admitido que o
horizonte anda carregado. Pelo simples motivo de que, para sanar um problema, qualquer que seja eIe,
é preciso antes de mais nada reconhecer sua existência. Caberia agora a Lula contribuir para que a
resolução da crise seja efetiva, não deixando margem à impressão olfativa de que tudo terminará em
pizza. O presidente volta e meia afirma que não tem como interferir no andamento das investigações e
das punições. Não é verdade. Pelo peso de seu cargo, e sem extrapolar suas atribuições constitucionais,
Lula pode, sim, proceder a que corrompidos e corrompedores, no Legislativo e no Executivo, sintam na
carne e na biografia que não sairão impunes dos crimes de desvio de dinheiro público, formação de
quadrilha e tráfico de influência. Ao empenhar-se com afinco nesse objetivo, movido pela razão e sem
emocionalismos, o presidente prestaria ao mesmo tempo um grande serviço ao Brasil e a si próprio.
(VEJA, Editorial, 07 jul. 2005.)
Ao fazer menção a um "advérbio de alívio", o autor cria uma classificação de advérbio inexistente na
gramática tradicional para um advérbio que representa uma avaliação ou atitude do emissor do texto,
no caso uma atitude de alívio. Qual dos advérbios a seguir, em vez de modificar algum termo da oração,
denota uma avaliação ou atitude do emissor?
a) Além de provocar uma fissura ética, a crise comprometerá gravemente a imagem do governo.
b) As atitudes presidenciais devem ser enérgicas para que a crise seja cuidadosamente resolvida.
c) A fala do presidente mostra que ele agiu precipitadamente e se deixou dominar pela emoção.
d) O presidente se demorou, infelizmente, a reconhecer a existência da crise.
e) A crise política provém do fato de alguns políticos terem agido criminosamente.
6. Quando se perde o grau de investimento, corre-se o risco de uma debandada dos capitais estrangeiros,
aí é preciso tomar medidas mais drásticas do que se desejaria.
Joaquim Levy
O vocabulário grifado é:
a) advérbio, expressando a ideia de “nesse lugar”.
b) interjeição, traduzindo ideia de apoio, animação.
c) palavra expletiva (dispensável) ou de realce.
d) advérbio, expressando ideia de conclusão “então”.
e) substantivo, traduzindo ideia de “por outro lado”.
4
Português
7. Em qual das alternativas abaixo o advérbio em destaque é classificado como advérbio de tempo?
a) Não gosto de salada excessivamente temperada.
b) Ele calmamente se trocou, estava com o uniforme errado.
c) Aquela vaga na garagem do condomínio finalmente será minha.
d) Provavelmente trocariam os móveis da casa após a mudança.
8. (UERJ)
5
Português
O advérbio destacado é empregado para relativizar o sentido da palavra a que se refere em:
a) utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? (l. 8-9)
b) Certamente me irão fazer falta, (l.17)
c) Afirmarei que sejam absolutamente exatas? (l.25)
d) desenterrarmos pacientemente as condições que a determinaram. (l.36-37)
9. (UERJ)
6
Português
Em “o espelho do humano é, antes de mais nada, o olhar do semelhante.” (l. 15), a expressão sublinhada
enfatiza uma ideia, tal como se observa em:
O vocábulo “muito” costuma ser classificado como advérbio de intensidade. Essa palavra deixa de
assumir papel adverbial no trecho:
a) isso corrói muito os laços humanos (l. 14)
b) é muito satisfatório ter outro parceiro (l. 16)
c) muito jovem não tem nem mesmo consciência (l. 18)
d) trata-se de uma situação muito ambivalente (l. 25)
7
Português
Gabarito
1. D
A combinação do tempo verbal presente com um advérbio de tempo que dá ideia de passado deixa clara
a intenção do autor de explicitar que a produção do texto não se dá no mesmo momento de sua recepção
pelo leitor.
2. A
O advérbio “diariamente” dá a ideia de tempo/frequência; já a locução adverbial “com perfeição’ diz
respeito ao modo de realização da ação.
3. B
Na tirinha, o significado dos advérbios “ontem”, “hoje” e “amanhã” são estabelecidos pela situação
comunicativa. O referencial do advérbio “hoje” é determinado, no primeiro quadrinho, pela fala do
personagem Mazzaropi, e, a partir dele, depreende-se o significado dos outros advérbios.
4. A
Nesse contexto, o advérbio “mal” é entendido com o mesmo sentido de “assim que”, conferindo ideia de
temporalidade.
5. D
O advérbio “infelizmente” projeta uma opinião sobre o que está sendo dito.
6. D
O advérbio “aí”, no contexto, possui ideia de conclusão: já que a perda do grau de investimento acarreta
o risco de debandada dos capitais estrangeiros, a conclusão é de que, nessas condições, “é preciso
tomar medidas mais drásticas do que se desejaria”. Assim, seria possível substituir “aí” por “então”, sem
prejuízo ao sentido original.
7. C
“Excessivamente” é um advérbio de intensidade; “calmamente” de modo e “provavelmente” de dúvida.
8. A
O advérbio “presumivelmente” indica que não há certeza sobre o que se fala, apenas é
presumível/provável.
9. C
O advérbio “sobretudo”, assim como a locução “antes de mais nada”, indica uma ideia de
importância/prioridade.
10. C
Apenas na letra C, a palavra “muito” equivale à quantidade (= ”diversos jovens”). Nos demais exemplos,
funciona como advérbio de intensidade.
8
Português
Demonstrando no Vestibular
Exercícios
2. (UERJ)
1
Português
A relação entre “violência” e “psiquiatria” é destacada pelos dois termos sublinhados, que expressam,
respectivamente, as noções de
a) substância e causa.
b) posse e matéria.
c) foco e assunto.
d) área e agente.
3. “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário apenas um disparo; o assaltante recebeu a bala na
cabeça e morreu na hora.”
4. (UFRJ) Analfomegabetismo
Os assuntos da coluna de Caetano Veloso no domingo passado me tocam. O reconhecimento do
precário letramento médio brasileiro tem sido um dos meus bordões por aqui. Caetano identifica num
certo analfabetismo difuso a força de gravidade da nossa vida mental, presente na desatenção e no
desaproveitamento escolar, e até no estilo errático de escrita dele mesmo, Caetano. Para ele, a incultura
difusa se reflete tanto na importância abusiva dada à música popular (em que me incluo) como
naqueles seriosos que reagem de maneira menor à força poética da canção e às qualidades literárias
de Chico Buarque, por exemplo (...). No bem e no mal, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença,
estamos casados historicamente com um analfabetismo de fundo.
WISNIK, José Miguel. O Globo. Segundo Caderno. 18 de dez de 2010.
O uso de advérbios, numa oração, identifica uma situação específica. Da mesma forma, a presença de
metáforas pode ampliar o alcance dessa situação. Sendo assim, na oração destacada, os adjuntos
adverbiais estabelecem, metaforicamente, o panorama de um analfabetismo
a) endêmico.
b) episódico.
c) recente.
d) parcial.
e) atávico.
2
Português
De gramática e de linguagem
E havia uma gramática que dizia assim:
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”.
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se
em excesso.
3
Português
6.
No contexto deste grafite, as frases “menos presos políticos” e “mais políticos presos” expressam
a) uma relação de contradição, uma vez que indicam sentidos opostos.
b) uma relação de consequência, já que a diminuição de um grupo conduz ao aumento de outro.
c) uma relação de contraste, pois reivindicam o aumento de um tipo de presos e a redução de outro.
d) uma relação de complementaridade, porque remetem a subconjuntos de uma mesma categoria.
7. Examine este cartaz, cuja finalidade é divulgar uma exposição de obras de Pablo Picasso.
Nas expressões “Mão erudita” e “Olho selvagem”, que compõem o texto do anúncio, os adjetivos
“erudita” e “selvagem” sugerem que as obras do referido artista conjugam, respectivamente,
a) civilização e barbárie.
b) requinte e despojamento.
c) modernidade e primitivismo.
d) liberdade e autoritarismo.
e) tradição e transgressão.
4
Português
8. Pela primeira vez um filme catarinense concorreu à vaga para representar o Brasil no Oscar. “A
Antropóloga”, dirigido por Zeca Pires, disputou vaga com outros quatorze filmes, numa lista que incluiu
“Tropa de Elite 2”, de José Padilha, e “Bruna Surfistinha”, de Marcus Balbini. Zeca Pires considerava
suas chances remota, mas avaliava que, ao participar da disputa, o filme seria visto por um grupo de
profissionais de reconhecida competência, que provavelmente não iriam assistir ao longa em outra
situação. (...)
Candidatura que vale ouro. Diário Catarinense. Caderno Variedades. 14/08/2011.
9.
Assinale a única alternativa correta quanto à classificação das palavras, feita a partir da análise do uso
destas no diálogo entre a avó e os netos.
a) “Levado” é o infinitivo do verbo levar, que se classifica, no texto, como adjetivo do substantivo
menino.
b) O pronome indefinido “isso” é um elemento de coesão, que retorna o conteúdo da fala da garota,
expressa no primeiro quadrinho.
c) Em “Menino levado!!!”, o substantivo e o adjetivo funcionam como uma locução interjetiva, isto é,
têm natureza de uma interjeição.
d) A forma nominal “Querida” é o gerúndio do verbo querer que, na fala da avó, classifica-se como
substantivo.
e) O adjetivo “legal” funciona, no texto, como uma interjeição, expressando uma ideia apreciativa,
cujo sentido é “conforme ou relativo à lei”.
5
Português
10. A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
Manuel Bandeira
No poema, há o emprego do advérbio aonde. Segundo as gramáticas normativas, esse advérbio deve
ser utilizado para indicar o local ou destino para o qual se vai, ou seja, expressa a ideia de movimento.
Assinale a alternativa em que o emprego do advérbio aonde está de acordo com as gramáticas
normativas.
a) Nunca sei aonde te achar.
b) Esta é a casa aonde eu moro.
c) Informe aonde você está agora.
d) Não sei aonde o avião aterrissou.
e) Aonde você pretende levar sua amiga.
6
Português
Gabarito
1. D
A palavra “longes” vem precedida de artigo, portanto, é um substantivo. Já a palavra “longe” indica um
advérbio de lugar.
2. D
No primeiro caso, a preposição “em” indica na área da psiquiatria (área de atuação... estudo...); já no
segundo, a preposição “de” indica a psiquiatria como agente.
3. A
No primeiro caso, “a” é preposição indicativa de modo. No segundo, temos um artigo definido.
4. A
Os advérbios presentes “No bem e no mal, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença” demonstram
que o analfabetismo, segundo Caetano, é uma situação “típica” e “característica” da nossa sociedade.
5. E
A palavra “decerto” faz com que a alternativa correta seja a letra E.
6. C
Neste cartaz, a mudança na posição das palavras “presos” e “políticos” implica mudança em suas
classes gramaticais e no seu sentido. Em “presos políticos”, “presos” é substantivo e “políticos” é
adjetivo, indicando pessoas que estão presas por motivos políticos (como, por exemplo, divergência de
opinião em relação ao governo). Já em “políticos presos”, a ideia é que políticos corruptos estejam na
prisão.
7. E
Os termos “mão” e “olho” sugerem, respectivamente, a técnica e o estilo pictórico de Picasso. Assim, os
adjetivos “erudita” e “selvagem” associam, simultaneamente, a técnica tradicional e a ruptura com a
forma de representar a realidade que caracterizam a obra do pintor.
8. C
O termo “remota” é um advérbio relacionado com o verbo “considerava”; Os filmes “A Antropologa”,
“Tropa de Elite 2” e “Bruna Surfistinha” concorreram à vaga para representar o Brasil no Oscar; O termo
“quatorze” é numeral cardinal; Há inúmeros substantivos no excerto, por exemplo, “vez”, “filme”, “vaga”,
“Brasil”.
9. C
“Menino levado” é uma locução interjetiva formada por substantivo e adjetivo que expressa indignação.
“Levado” é o particípio passado do verbo levar com valor de adjetivo; “isso”, um pronome demonstrativo;
“querida”, um adjetivo formado pelo particípio passado do verbo “querer” e “legal”, uma gíria que exprime
uma apreciação positiva, o que invalida as demais opções.
7
Português
10. E
A alternativa (E) é a única que expressa ideia de movimento: “quem leva alguém, leva a algum lugar”. A
presença de preposição “a” índica que o pronome relativo deve ser antecedido pela mesma preposição.
Assim, temos a forma “aonde” (a+onde).
8
Português
Resumo
Palavras denotativas
As palavras denotativas recebem essa nomenclatura por não se enquadrarem em nenhuma classe gramatical
convencional,mas por serem capazes de expressar valores semânticos. Embora elas se assemelhem, em
alguns aspectos, aos advérbios, não mantêm as mesmas relações que eles.
Do ponto de vista semântico, elas são importantes no contexto em que se encontram e são classificadas de
acordo com a ideia que expressam. Algumas dessas idéias são: designação, exclusão, inclusão, realce,
retificação, situação, afetividade, explanação e limitação.
Preposição
É a classe gramatical responsável pela coesão textual no nível vocabular; ou seja, cumpre a função de
conectar vocábulos/palavras (de funções sintáticas diferentes) para estabelecer entre elas, em geral, um nexo
semântico.
Na frase “Vou a Roma”, por exemplo, a preposição “a” conecta o substantivo “Roma” à forma verbal “Vou”.
Dessa forma, relaciona dois termos da oração, subordinando o segundo termo ao primeiro. O termo que
precede a preposição é chamado de regente e o termo que sucede recebe o nome de regido.
Quando um conjunto de palavras estiver funcionando como preposição, receberá o nome de locução
prepositiva. É o caso das expressões: abaixo de, acerca de, a fim de, de acordo com, junto de, etc.
Algumas preposições podem aparecer unidas a outras palavras. Se na união da preposição com outra palavra
não ocorrer alteração fonética, dizemos que houve combinação da preposição; caso ocorra alteração
fonética, dizemos que houve contração da preposição. Os exemplos mais comuns são:
Combinação:
ao (preposição a + artigo o).
aos (preposição a + artigo os).
aonde (preposição a + advérbio onde).
Contração:
do (preposição de + artigo o).
desta (preposição de + pronome esta).
naquela (preposição em + pronome aquela).
1
Português
Além disso, as preposições denotam diferentes significados dependendo do contexto em que estão inseridas.
Elas podem possuir valores semânticos de posse, causa, matéria, assunto, companhia, finalidade,
instrumento, lugar, origem, tempo, meio, conformidade, modo e oposição.
Interjeição
A interjeição é a expressão com que traduzimos uma reação emotiva ou um sentimento. Uma mesma
interjeição pode corresponder a sentimentos variados e, por isso, deve-se estar atento ao contexto e à
entoação dessa palavra. Assim como os advérbios, as interjeições também são classificadas de acordo com
o sentimento que denotam. Veja os exemplos mais comuns:
Destaca-se, também, que a interjeição pode ser classificada como locução interjetiva quando for expressa
por um grupo de palavras. Por exemplo: Ora bolas!; Cruz credo!; Puxa vida!; Valha-me Deus!; Se Deus quiser!,
entre outros.
2
Português
Exercícios
1.
2. Bode no pasto
Quase ninguém duvidou do saber do homem, do seu poder mágico, pois andava com uns livros
de história, de magia, com versões sobre fatos reais, mistérios, ciências ocultas. Até mesmo os céticos,
críticos, admitiam sua condição de mestre, de domínio da arte, da mágica, reflexo de vivências no país
e no mundo.
Então visto como sábio, senhor de poderes ocultos, o homem prometeu uma façanha, ou seja,
domar bodes, mudar o hábito da espécie. Aí pegou umas folhas, esfregou na venta dum cabrito, e
garantiu que a praga estava eliminada, nunca mais faria estragos naquela terra. (…)
(Nagib Jorge Neto. Diário de Pernambuco. 20/11/98)
3
Português
3. Impressionista
Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
(Adélia Prado)
Sobre aspectos gramaticais, assinale a opção correta:
a) O vocábulo “uma” (verso 1), por singularizar uma ocasião especificada ao longo do poema, deve
ser tratado como numeral, e não como artigo.
b) No segundo verso, o vocábulo “toda” possui a mesma classificação morfológica que “alaranjado”.
c) A preposição “por”, genericamente, introduz uma indicação de tempo, já que participa de uma
expressão adverbial de valor durativo.
d) O advérbio “constantemente” empresta, além de uma noção de modo, uma de frequência ao verbo
“amanhecendo”, que ele modifica.
4
Português
a) Ainda que flexione o verbo ver no imperativo, o personagem do primeiro quadrinho, ao fazê-lo na
primeira pessoa do plural, faz uma espécie de convite ao colega para conhecerem juntos as novas
regras ortográficas. É como se dissesse: Vamos ver as novas regras.
b) O termo Nossa!!, no segundo quadrinho, não funciona como um pronome possessivo, mas como
uma interjeição, não só porque exprime uma sensação do personagem, como porque, na escrita,
as interjeições vêm, via de regra, acompanhadas de ponto de exclamação.
c) Embora apresente um valor semântico de admiração, de surpresa, a expressão Que coisa..., no
segundo quadrinho, não se configura uma interjeição, pois vem seguida de reticências, que
somente indicam suspensão ou interrupção de uma ideia ou pensamento.
d) Pode-se inferir do terceiro quadrinho que as regras ortográficas são imposições decorrentes do
uso que os falantes fazem da língua, ou seja, como a maioria dos usuários desconhecia a função
do trema e não sabia empregá-lo na escrita, o sinal tornou-se obsoleto, não havendo razão para
continuar existindo nas regras ortográficas da língua.
e) O significado das interjeições está sempre vinculado ao uso, por isso qualquer palavra ou
expressão da língua pode atuar como interjeição, dependendo do contexto e da intenção do
falante. Assim, conclui-se que, por expressarem espanto, as três falas do personagem no segundo
quadrinho são interjeições.
5
Português
6. Pela Internet
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar
(Gilberto Gil, 1997.1)
6
Português
7. As matas ciliares são tão importantes para os rios e lagos, como são os cílios para a proteção dos
nossos olhos. (...) Sem as matas ciliares, as nascentes secam, as margens dos rios e riachos solapam,
o escoamento superficial aumenta e a infiltração da água no solo diminui, reduzindo as reservas de
água do solo e do lençol freático. As consequências são dramáticas para o meio ambiente: a poluição
alcança facilmente os mananciais e a vida aquática é prejudicada, rios e reservatórios transformam-se
em grandes esgotos ou lixões.
Na primeira frase do texto, a preposição “para”, na oração destacada, foi empregada com o valor
semântico de:
a) finalidade
b) conclusão
c) explicação
d) concessão
e) proporcionalidade
8. O projeto Montanha Limpa, desenvolvido desde 1992, por meio da parceria entre o Parque Nacional de
Itatiaia e a DuPont, visa amenizar os problemas causados pela poluição em forma de lixo deixado por
visitantes desatentos.
(Folheto do Projeto Montanha Limpa do Parque Nacional de Itatiaia.)
A preposição que indica que o Projeto Montanha Limpa continua até a publicação do folheto é:
a) entre.
b) por (por visitantes).
c) em.
d) por (pela poluição).
e) desde.
7
Português
No trecho “Até me atrapalho com tanta deferência. Até hoje, só a polícia me fotografou.”, a palavra “até”
indica, respectivamente, valores de:
a) limite – intensidade
b) intensidade – restrição
c) restrição – ênfase
d) ênfase – limite
8
Português
No verso “Metal de voz que enleva de doçura”, a preposição “de” ocorre duas vezes, formando
expressões que indicam, respectivamente, relação de:
a) posse e consequência.
b) causa e posse.
c) qualificação e causa.
d) modo e qualificação.
e) posse e modo.
9
Português
Gabarito
1. D
A palavra “droga” foi utilizada para expressar uma emoção de seu emissor.
2. B
As palavras “pois” e “como”, considerando o contexto no qual foram inseridas, estabelecem,
respectivamente, relação de causa e de comparação; já as demais são palavras denotativas e
estabelecem as seguintes relações lógicas: “até mesmo” (inclusão); “ou seja” (explicação) e “aí”
(situação).
3. C
A preposição “por”, seguida da expressão “muito tempo”, apresenta a ideia de passagem de tempo, ação
de valor durativo.
4. B
A preposição “a” antecede o pronome relativo “quem”, que não admite artigo; o artigo “a” antecede o
substantivo feminino “pobreza”; e a preposição “a” antecede o pronome demonstrativo masculino “este”.
5. C
A interjeição não é definida pela pontuação que a sucede, e sim pelo seu uso. Considerando que “Que
coisa...” exprime espanto, pode-se classificar a expressão como uma interjeição.
6. A
De acordo com a música de Gilberto Gil, pode-se perceber que as preposições “de” e “para” possuem,
respectivamente, o sentido de origem de um site, ou seja, o site é proveniente de Helsinque e tem como
objetivo abastecer.
7. A
No fragmento apresentado, a preposição “para” indica a finalidade dos cílios, ou seja, para a proteção
dos olhos.
8. E
A preposição “desde” apresenta, no fragmento, o sentido que o projeto começou em 1992 e até os dias
de hoje continua existindo no Parque Nacional de Itatiaia.
9. D
No primeiro caso, “até” serve para enfatizar a ideia de que o enunciador se atrapalha com tanta
deferência. No segundo, “até” indica um limite temporal.
10. C
Na expressão “metal de voz”, a preposição rege o adjunto que determina metal. Trata-se, na verdade, de
uma transposição, pois o sentido é de “voz de metal”, que qualifica, metaforicamente, o timbre da voz
(soa como se fosse metal). Em “que enleva de doçura”, a preposição indica relação de causa: enleva por
causa da doçura.
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Química
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Química
Resumo
Sólidos
Estado físico onde as interações intermoleculares são extremamente fortes e com isso faz
com que sua forma e volume sejam fixas, ou seja, elas não se moldam ao tipo de recipiente
em que se encontram. Já em relação a agitação das moléculas, os sólidos têm um grau de
agitação das moléculas baixa.
Líquidos
Os líquidos têm suas interações intermoleculares com um maior comprimento que dos sólidos
por exemplo, isso faz com que esse estado físico assuma uma forma fluída e se molde a forma
do recipiente aonde se encontra. Por mais que sua forma tenha essa característica “moldável”
seu volume é fixo, pois o seu grau de agitação ser intermediário, ou seja, maior que dos sólidos,
porém menor que dos gases, ainda não é suficiente para fazer com que seu volume seja variável.
Gases
Em virtude da baixa interação entre as moléculas nesse estado físico, as partículas se
movimentam espontaneamente, o grau de agitação das moléculas nos gases é elevado, e com
isso vem a explicação do fato da forma e do volume dos gases serem variáveis e ocuparem todo
o volume do recipiente que podem se encontrar.
Atenção! O plasma é formado por uma massa de gás ionizado em altíssima temperatura e por isso são
basicamente íons e elétrons livres. O plasma possui características parecidas com a dos gases, pois também
não possuem formas nem volumes fixos, porém, apresentam uma densidade muito menor.
Processo Endotérmico
Processo Exotérmico
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Química
Importante: Nos processos endotérmicos há a absorção de calor e nos processos exotérmicos há a liberação
de calor.
As passagens entre os três estados físicos (sólido, líquido e gasoso) têm o nome de mudanças de estado
físico. Importante lembrar que alguns autores consideram o plasma como um quarto estado físico.
• Evaporação: vaporização lenta, em que algumas partículas adquirem energia o bastante para se
desprender da fase líquida;
• Ebulição: vaporização intermediária, em que existe equilíbrio entre fase líquida e gasosa; ocorre em uma
temperatura definida para cada substância, a uma determinada pressão, chamada ponto de ebulição ou
temperatura de ebulição.
• Calefação: vaporização instantânea; ocorre quando um líquido entra em contato com uma superfície
sólida com temperatura mais elevada que seu ponto de ebulição.
Substâncias Puras
As transformações físicas das substâncias puras ocorrem a temperaturas constantes, como vemos a seguir:
2
Química
Misturas
As transformações físicas das misturas não ocorrem a temperaturas constantes, como mostra o gráfico a
seguir.
Misturas Eutéticas
Essas misturas comportam-se como se fossem substâncias puras durante sua fusão, ou seja, apresentam
transformação física constante durante a sua fusão. Exemplo: solda (estanho + chumbo)
Misturas Azeotrópicas
Essas misturas comportam-se como se fossem substâncias puras durante sua ebulição, ou seja,
apresentam transformação física constante durante a sua ebulição. Exemplo: solução alcoólica (96% de
álcool + 4% de água).
3
Química
Exercícios
2. Primeiro, em relação àquilo a que chamamos água, quando congela, parece-nos estar a olhar para
algo que se tornou pedra ou terra, mas quando derrete e se dispersa, esta torna-se bafo e ar; o ar,
quando é queimado, torna-se fogo; e, inversamente, o fogo, quando se contrai e se extingue, regressa
a forma do ar; o ar, novamente concentrado e contraído, torna-se nuvem e nevoeiro, mas, a partir
destes estados, se for ainda mais comprimido, torna-se água corrente, e de água torna-se novamente
terra e pedras; e deste modo, como nos parece, dão geração uns aos outros de forma cíclica.
PLATÃO. Timeu-Crítias. Coimbra: CECH, 2011.
Do ponto de vista da ciência moderna, os “quatro elementos” descritos por Platão correspondem, na
verdade, às fases sólida, líquida, gasosa e plasma da matéria. As transições entre elas são hoje
entendidas como consequências macroscópicas de transformações sofridas pela matéria em escala
microscópica.
Excetuando-se a fase de plasma, essas transformações sofridas pela matéria, em nível microscópico,
estão associadas a uma
a) troca de átomos entre as diferentes moléculas do material.
b) transmutação nuclear dos elementos químicos do material.
c) redistribuição de prótons entre os diferentes átomos do material.
d) mudança na estrutura espacial formada pelos diferentes constituintes do material.
e) alteração nas proporções dos diferentes isótopos de cada elemento presente no material.
3. Durante o ciclo hidrológico ocorrem diversas mudanças de estado físico da água. Um exemplo de
mudança de estado denominada sublimação ocorre quando
a) vapor de água em elevadas altitudes transforma-se em neve.
b) gotículas de água transformam-se em cristais de gelo no interior das nuvens.
c) gotículas de água presentes nas nuvens transformam-se em gotas de chuva.
d) vapor de água em baixas altitudes transforma-se em neblina.
e) vapor de água em baixas altitudes transforma-se em orvalho.
4
Química
4. O café solúvel é obtido a partir do café comum dissolvido em água. A solução é congelada e, a seguir,
diminui-se bruscamente a pressão. Com isso, a água passa direta e rapidamente para o estado
gasoso, sendo eliminada do sistema por sucção. Com a remoção da água do sistema, por esse meio,
resta o café em pó e seco. Identifique as mudanças de estado físico ocorridas neste processo:
a) solidificação e fusão.
b) vaporização e liquefação.
c) fusão e ebulição.
d) solidificação e sublimação.
e) fusão e liquefação
Uma relação entre os dados da Figura 2 e os estados de agregação da Figura 1 permite estabelecer
que
a) B - gasoso, D - líquido, E - sólido.
b) A - sólido, C - líquido, E - gasoso.
c) A - sólido, B - líquido, C - gasoso.
d) C - sólido, D - líquido, E- gasoso.
e) A – líquido, D – sólido, E - gasosso
5
Química
Temperatura de Temperatura de
Combustíveis
fusão (°𝐂) ebulição (°𝐂)
Butano -135 -0,5
Etanol -112 78
Metano -183 -162
Metanol -98 65
Octano -57 126
7. Os processos envolvidos nas mudanças de estado físico da matéria, conforme figura a seguir,
envolvem transferência de calor.
Dentre esses processos, os que envolvem, respectivamente, absorção e liberação de calor são:
a) solidificação e condensação
b) sublimação e solidificação
c) fusão e vaporização
d) vaporização e fusão
e) condensação e sublimação
6
Química
Um dos gráficos corresponde ao perfil de uma substância pura e o outro, ao perfil de uma mistura.
O período de tempo que a substância pura permanece totalmente líquida e a temperatura de ebulição
da mistura, respectivamente, são
a) 5s e 10ºC.
b) 5s e 100ºC.
c) 10s e 50ºC.
d) 10s e 60ºC.
a) substância pura.
b) mistura coloidal.
c) mistura heterogênea.
d) mistura homogênea azeotrópica.
e) mistura homogênea eutética.
7
Química
10. A adição de cloreto de sódio à água reduz o seu ponto de congelamento devido ao efeito crioscópico.
A presença de 23,3% de NaCℓ(𝑠) na água pode reduzir o seu ponto de congelamento a −21, 1 °C,
formando entre ambos uma mistura eutética. Se NaCℓ sólido for adicionado ao gelo acima dessa
temperatura, parte desse gelo se fundirá e ocorrerá a dissolução do sal adicionado. Se mais sal for
adicionado, o gelo continuará a fundir. Essa é uma prática comum, utilizada para remover o gelo das
ruas das cidades em que neva no inverno.
PERUZZO, F. M; CANTO, E. L. Química: na abordagem do cotidiano. v. 2. Físico-Química. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. –
Texto adaptado.
Assinale a alternativa na qual a curva de aquecimento da mistura eutética citada acima está
corretamente representada.
Legenda: S = Sólido; L= Líquido, G = Gasoso.
a) c) e)
b) d)
8
Química
Gabarito
1. C
A evaporação que ocorre na superfície do líquido retira calor do sistema resfriando-o.
H2O( ) + calor → H2O(v)
2. D
Excetuando-se a fase de plasma, essas transformações sofridas pela matéria, em nível microscópico,
estão associadas a uma mudança na estrutura espacial formada pelos diferentes constituintes do
material, ou seja, pela distância entre as moléculas de água e a intensidade das forças atrativas
presentes no estado sólido, líquido e gasoso.
3. A
Principais processos de transferência da água na Terra: evaporação, precipitação e escoamento.
No processo de precipitação, em elevadas altitudes, o vapor de água transforma-se em neve que
precipita na superfície do planeta.
Esquematicamente:
4. D
Quando a solução é congelada, passa do estado líquido para o sólido – solidificação.
Quando a água congelada passa direta e rapidamente para o gasoso – sublimação.
5. B
A água pura à pressão de 1 atm, abaixo de 0°C água encontra-se no estado sólido, de 0°C à 100°C
encontra-se no estado líquido e acima dessa temperatura se torna gasosa, portanto:
A - sólida, C - líquida e E - gasosa.
6. B
São combustíveis líquidos à temperatura ambiente de (25 °C): etanol, metanol e octano.
Combustível T. F. (°C) T. E. (°C)
Etanol Sólido −112 Líquido (25 °C) 78 Gasoso
Metanol Sólido −98 Líquido (25 °C) 65 Gasoso
Octano Sólido −57 Líquido (25 °C) 126 Gasoso
9
Química
7. B
Absorção de calor: sublimação.
Sólido + calor → Gasoso
8. B
A substância permanece totalmente líquida no intervalo de 10s a 15s, permanecendo nesse estado
físico, durante 5s.
Pelo gráfico, podemos concluir que a mistura possui o ponto de ebulição em 100C :
9. E
O gráfico representa uma mistura homogênea eutética, pois a temperatura de fusão é constante e existe
um intervalo de ebulição (TE1 a TE2):
10. B
Misturas eutéticas são aquelas em que a fusão ocorre a uma temperatura constante, mas a ebulição
ocorre num dado intervalo de temperatura. O gráfico correspondente é o da alternativa [B].
10
Química
Resumo
A Química é a ciência que estuda a constituição da matéria, que nada mais é que tudo aquilo que possui
massa e ocupa lugar no espaço, sua estrutura interna e as relações entre os diversos tipos de materiais
encontrados na natureza, além de determinar suas propriedades, sejam elas físicas como por exemplo, cor,
ponto de fusão, densidade e etc, ou químicas, que são as transformações de uma substância em outra.
• Fenômeno físico: é toda transformação da matéria que ocorre sem alteração de sua composição
química. Não altera a natureza da matéria, podendo alterar a sua forma, tamanho, aparencia e/ou estado
físico.
Exemplo: as mudanças de estado físico (fusão, condensação), quebrar um lápis em vários pedaços.
• Fenômeno químico: é todo aquele que ocorre com a formação de novas substâncias. Há a formação de
substâncias com propriedades diferentes. Geralmente são notadas pela mudança de cor, formação de
gases, formação de sólido e/ou aparecimento de chama ou luminosidade.
Exemplo: reações químicas (ferrugem, fotossíntese e combustão).
• Inércia: Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de repouso, seja de
movimento.
1
Química
• Massa: Fisicamente, massa é uma grandeza que indica a medida da inércia ou da resistência de um
corpo de ter seu movimento acelerado. Porém, podemos, de uma forma geral, associar a massa à
quantidade de partículas existentes em uma matéria.
• Volume: É o espaço que uma matéria ocupa.
• Impenetrabilidade: Duas matérias não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
• Compressibilidade: É a característica que a matéria apresenta de diminuir o espaço que estava ocupando
quando submetida a uma força externa.
• Elasticidade: É a característica que uma matéria tem de voltar à sua forma original quando uma força
externa a estica ou comprime.
• Divisibilidade: É a capacidade que a matéria possui de ser dividida inúmeras vezes sem deixar de ser o
que ela é.
Propriedades físicas
• Ponto de Fusão (PF): É a temperatura em que ocorre a passagem do estado sólido para o líquido a uma
determinada pressão.
• Ponto de Ebulição (PE): É a temperatura em que ocorre a passagem do estado líquido para o gasoso a
uma determinada pressão.
• Densidade: É a relação entre a quantidade de matéria em massa e o seu volume. A densidade absoluta
de um corpo é igual a m/V. Se a massa é medida em gramas e o volume em centímetros cúbicos, a
densidade é obtida em gramas por centímetros cúbicos.
• Solubilidade: É a característica que uma determinada matéria apresenta de dissolver outra. Por
exemplo, a solubilidade do salde coisinha em água é encontrada pela relação da quantidade de sal que
é solubilizado em determinada quantidade de água.
• Dureza: É a capacidade que um material tem de riscar outro. Por exemplo, o diamante é considerado o
material com maior dureza conhecida, pois ele consegue risca quaisquer outros materiais.
• Tenacidade: Algumas pessoas acabam confundindo tenacidade com dureza, mas tenacidade é a
capacidade que uma matéria tem de resistir ao impacto com outra matéria. Quando uma pedra é
arremessada no vidro, este se quebra, ou seja, a pedra é mais tenaz que o vidro.
Propriedades Organolépticas
É a propriedade que a matéria tem de estimular pelo menos um dos nossos cinco sentidos, audição, visão,
paladar, olfato e tato.
Substância x Mistura
Substância pura (ou Substância ou Espécie Química): é formada exclusivamente por partículas (moléculas
ou átomos) quimicamente iguais, ou melhor, de uma única. Apresenta temperaturas de fusão e ebulição
constantes.
As substâncias puras podem ser:
• Substância simples: formadas por átomos iguais ou átomos do mesmo elemento químico. Exemplo: o
gás oxigênio (O2), que é uma substância pura simples, pois é formado apenas pelo elemento oxigênio.
2
Química
• Substância compostas: formadas por átomos diferentes ou átomos de diferentes elementos químicos.
Exemplo: água (H2O), que é uma substância pura composta, pois contém dois elementos em suas
moléculas que são o hidrogênio e o oxigênio.
Mistura: é a reunião de duas ou mais substâncias sem que haja reação química entre elas, e mantendo cada
qual suas propriedades. Apresenta temperaturas de fusão e/ou ebulição variáveis. As misturas podem ser
classificadas em:
• Mistura homogênea: apresentam uma única fase, ou seja, monofásica. Exemplo: sal + água; açúcar +
água; álcool + água.
• Mistura heterogêneas: podem apresentar duas ou mais fases. São denominadas polifásicas. Exemplo:
areia + água; óleo + água; talco + água.
Qualquer porção do Universo submetida a análise é denominada sistema, e tudo que a rodeia é chamado de
meio ambiente, esses sistemas podem ser dividios em:
• Sistema aberto: tem a capacidade de trocar energia e matéria com o meio;
3
Química
Atenção: Sistema homogêneo: É todo sistema que possui somente uma fase e necessariamente precisar ser
uma mistura. Exemplo: cachaça, formada por água e álcool.
Sistema heterogêneo: É todo sistema que possui duas ou mais fases e não necessariamente precisa ser uma
mistura. Exemplo: Água + Gelo e Água + areia.
Alotropia
É quando um mesmo elemento é capaz de formar substâncias simples diferentes, tais substâncias são
denominadas alótropos ou formas alotrópicas. A alotropia por ser classificada de duas formas:
• Por estrutura: Ocorre quando um mesmo elemento é capaz de se ligar de formas diferentes, formando
assim composto com propriedades distintas. Exemplo: C diamante, C grafite e C fulereno
• Por atomicidade: Ocorre quando o mesmo elemento forma substâncias simples diferentes por conter
diferentes quantidades de átomos na sua estrutura. Exemplo: O2 – Gás oxigênio; O3 – Gás oxônio
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Química
Exercícios
1. Um fenômeno químico é caracterizado pela formação de novas substâncias; enquanto num fenômeno
físico as substâncias são “preservadas”, ou seja, não há formação de novas substâncias.
Assinale a alternativa que indica um fenômeno físico.
a) Processo de produção da energia necessária para que o atleta praticante de MMA (Mixed Martial
Arts) Antônio Rodrigo “Minotauro” Nogueira execute um golpe chamado “triângulo de mão”.
b) Produção de papel a partir da celulose.
c) Liberação de gases, quando um comprimido efervescente de vitamina C é colocado em água.
d) Oxidação de uma placa de vídeo do Playstation 3®.
e) Separação do lixo doméstico para coleta seletiva.
2. A cal viva, um importante material empregado nas construções, é obtida a partir da decomposição
térmica do calcário, em temperaturas superiores a 900ºC. Esse processo é chamado calcinação e pode
ser representado por:
Na construção civil, a cal é utilizada principalmente sob a forma de cal hidratada, componente
fundamental das argamassas empregadas, por exemplo, no assentamento de tijolos.
5
Química
3. Por descuido de um funcionário foram encontrados dois sólidos brancos sem rótulo na bancada de
um depósito de laboratório. Trata-se do nitrato de amônio (NH4NO3) e do carbonato de sódio (Na2CO3),
substâncias usadas em indústrias de fertilizantes.
Assinale a informação que deve ser considerada para identificar corretamente essas substâncias:
a) Propriedades organolépticas e o conhecimento de que o sódio (Na) é um metal alcalino.
b) Propriedades químicas, como a informação de que o vinagre é uma solução a 5% de ácido acético
(H3CCOOH).
c) Propriedades organolépticas e propriedades químicas que o levaram a concluir que carbonatos
reagem com ácido, produzindo efervescência.
d) Propriedades organolépticas, como o sabor ou o cheiro desses sais.
e) Propriedades físicas, como o cheiro desses sais.
4. Os átomos dos elementos químicos combinam uns com os outros de diversas formas, constituindo
as moléculas das substâncias. Estas podem ser simples ou compostas. Diante do exposto, trata-se
uma substância simples
a) ácido sulfúrico(H2SO4).
b) gás carbônico.(CO2)
c) ar atmosférico.(O2, N2 e CO2, principamente)
d) gás ozônio. (O3)
e) ácido fosfórico. (H3PO4)
5. O aumento da acidez do solo pode ser provocado pela chuva ácida, na qual alguns compostos são
transformados em ácidos, como dióxido de enxofre:
SO2 + 1 2 O2 → SO3
SO3 + H2O → H2SO4
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Química
6. A natureza apresenta diversas substâncias importantes para o dia a dia do ser humano. Porém, a
grande maioria dessas substâncias encontra-se na forma de misturas homogêneas ou heterogêneas.
Por essa razão, ao longo dos anos, várias técnicas de separação de misturas foram desenvolvidas
para que a utilização de toda e qualquer substância fosse possível.
Disponivel em: https://tinyurl.com/y8j567ag. Acessado em: 10.11.2017.
7. A química é responsável pela melhora em nossa qualidade de vida e está inserida em nosso cotidiano
de muitas formas em substâncias e misturas que constituem diversos materiais.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, substância simples, substância composta,
mistura homogênea e mistura heterogênea.
a) Água, granito, alumínio, aço.
b) Água, aço, alumínio, granito.
c) Alumínio, aço, água, granito.
d) Alumínio, água, aço, granito.
e) Alumínio, água, granito, aço.
Nas anotações dos alunos, consta a informação correta de que o número de fases formadas no
recipiente e sua ordem crescente de densidade foram, respectivamente:
a) 2; mistura de água e etanol; mistura de grafite e polietileno.
b) 3; polietileno; mistura de água e etanol; grafite.
c) 3; mistura de polietileno e etanol; água; grafite.
d) 4; etanol; polietileno; água; grafite.
e) 4; grafite; água; polietileno; etanol.
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Química
9. Em 1996, o prêmio Nobel de Química foi concedido aos cientistas que descobriram uma molécula com
a forma de uma bola de futebol, denominada fulereno (C60). Além dessa substância, o grafite e o
diamante também são constituídos de carbono. Os modelos moleculares dessas substâncias
encontram-se representados abaixo.
10. Alguns historiadores da Ciência atribuem ao filósofo pré-socrático Empédocles a Teoria dos Quatro
Elementos. Segundo essa teoria, a constituição de tudo o que existe no mundo e sua transformação
se dariam a partir de quatro elementos básicos: fogo, ar, água e terra. Hoje, a química tem outra
definição para elemento: o conjunto de átomos que possuem o mesmo número atômico. Portanto,
definir a água como elemento está quimicamente incorreto, porque trata-se de
a) uma mistura de três elementos.
b) uma substância simples com dois elementos.
c) uma substância composta com três elementos.
d) uma mistura de dois elementos.
e) uma substância composta com dois elementos.
8
Química
Gabarito
1. E
A separação do lixo doméstico para coleta seletiva é um processo físico, pois não ocorre rearranjo
atômico no mesmo.
2. B
A calcinação e a hidratação são exemplos de fenômenos químicos, pois verificamos a ocorrência de
transformações químicas.
3. C
Propriedades organolépticas são aquelas que impressionam nossos sentidos, como o olfato. A
efervescência ocorre devido à liberação de gás carbônico.
4. D
Substâncias simples são formadas por apenas um tipo de átomo, assim:
a) Incorreta. Ácido sulfúrico (H2SO4 ) trata-se de uma substância composta por 3 elementos
químicos diferentes.
b) Incorreta. O gás carbônico (CO2 ) é composto por 2 elementos diferentes.
c) Incorreta. O ar atmosférico é uma mistura de diferentes tipos de gases, simples e compostos, entre
eles, podemos citar, por exemplo, o dióxido de carbono (CO2 ).
d) Correta. O ozônio (O3 ) é uma substância simples formada por apenas 1 elemento químico.
e) Incorreta. Ácido fosfórico (H3PO4 ) é uma substância composta por 3 elementos químicos
diferentes.
5. A
No processo final, tem-se apenas a presença de uma substância simples, o gás oxigênio: O2 e 3
substâncias compostas:
SO2 + 1 2 O2 → SO3
SO3 + H2O → H2SO4
6. C
Misturas gasosas formam uma única fase.
Exemplo: gás nitrogênio + gás hélio
7. D
Alumínio: substância simples (formada apenas pelo elemento alumínio).
Água: substância composta por dois elementos químicos (hidrogênio e oxigênio).
Aço: mistura homogênea (basicamente, liga de ferro e carbono).
Granito: mistura heterogênea formada por feldspato, mica e quartzo.
9
Química
8. B
Teremos três fases:
Polietileno (menor densidade)
Água e álcool (miscíveis - densidade intermediária)
Grafite (maior densidade)
9. D
Alotropia é o fenômeno pelo qual um mesmo elemento químico pode formar moléculas diferentes. O
fulereno, o grafite e o diamante são alótropos.
10. E
A água é uma substância formada por moléculas compostas por dois elementos químicos: hidrogênio
e oxigênio.
10
Química
Resumo
Na aula de hoje, vamos descrever os diversos processos de separação das misturas heterogêneas. Esses
processos são de grande importância e largamente empregados nas indústrias químicas, como laboratórios
farmacêuticos, metalurgia, refinaria de petróleo, fábricas de cerâmicas e etc.
Filtração
Nesse processo quando a mistura é despejada sobre o filtro, o sólido não dissolvido fica retido no filtro e a
fase líquida passa.
Decantação
Processo utilizado para separar dois tipos de misturas heterogêneas.
Líquido e sólido: A fase sólida(barro), por ser mais densa, deposita-se(sedimenta-se) no fundo do recipiente
e fase liquida pode ser transferida para outro frasco. A decantação é usada, por exemplo, nas estações de
tratamento de água.
1
Química
Líquido e líquido: O líquido mais denso se permanece no fundo do funil de decantação e é escoado pela
torneira.
Centrifugação
Utiliza um equipamento chamado de centrífuga para aumentar a velocidade da decantação. Um exemplo de
mistura para aplicá-la é o sangue.
Sifonação
Após uma decantação, se não for possível retirar o líquido para o outro recipiente, podemos retirá-lo por
sifonação através de um sifão, da sucção e da ação gravitacional. Por exemplo, podemos trocar a água de
um aquário por intermédio de um sifão, deixando o cascalho no fundo do aquário.
2
Química
Separação magnética
É uma técnica que consiste em separar misturas em que um dos componentes é atraído por um ímã. Por
exemplo, separar limalha de ferro de areia.
Dissolução fracionada
Quando se tem uma mistura de sólidos em que apenas um desses componentes é solúvel em um
determinado solvente. Por exemplo: uma mistura de sal e areia. Ao adicionarmos água, apenas o sal irá se
dissolver.
Ventilação
É usada para dois componentes sólidos com densidades diferentes, por meio da aplicação corrente de ar
sobre a mistura. Exemplo: beneficiamento de arroz (separação dos grãos de sua palha).
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Química
Levigação
Utiliza a força da água para separar o componente menos denso de uma mistura formada por sólidos. Um
exemplo de mistura para aplicá-la é ouro e cascalho.
Flotação
Método no qual um líquido, que não é capaz de dissolver nenhum dos componentes da mistura, é adicionado
a uma mistura formada por dois sólidos ou um sólido e um líquido para separá-los pela diferença
de desidade.
Peneiração ou tamisação
É a separação de sólidos com diferentes diâmetros de suas partículas. Exemplo: os pedreiros usam esta
técnica para separar a areia mais fina de pedrinhas.
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Química
Exercícios
1. Em Bangladesh, mais da metade dos poços artesianos cuja água serve à população local está
contaminada com arsênio proveniente de minerais naturais e de pesticidas. O arsênio apresenta
efeitos tóxicos cumulativos. A ONU desenvolveu um kit para tratamento dessa água a fim de torná-la
segura para o consumo humano. O princípio desse kit é a remoção do arsênio por meio de uma reação
de precipitação com sais de ferro (III) que origina um sólido volumoso de textura gelatinosa.
Disponível em: http://tc.iaea.org. Acessado em: 11 dez. 2012 (adaptado).
Com o uso desse kit, a população local pode remover o elemento tóxico por meio de
a) fervura.
b) filtração.
c) destilação.
d) calcinação.
e) evaporação.
2. Entre as substâncias usadas para o tratamento de água está o sulfato de alumínio que, em meio
alcalino, forma partículas em suspensão na água, às quais as impurezas presentes no meio aderem.
O método de separação comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas
aderidas é a
a) flotação.
b) levigação.
c) ventilação.
d) peneiração.
e) centrifugação.
3. Em visita a uma usina sucroalcooleira, um grupo de alunos pôde observar a série de processos de
beneficiamento da cana-de-açúcar, entre os quais se destacam:
I. A cana chega cortada da lavoura por meio de caminhões e é despejada em mesas alimentadoras
que a conduzem para as moendas. Antes de ser esmagada para a retirada do caldo açucarado,
toda a cana é transportada por esteiras e passada por um eletroímã para a retirada de materiais
metálicos.
II. Após se esmagar a cana, o bagaço segue para as caldeiras, que geram vapor e energia para toda
a usina.
III. O caldo primário, resultante do esmagamento, é passado por filtros e sofre tratamento para
transformar-se em açúcar refinado e etanol.
Com base nos destaques da observação dos alunos, quais operações físicas de separação de
materiais foram realizadas nas etapas de beneficiamento da cana-de-açúcar?
a) Separação mecânica, extração, decantação.
b) Separação magnética, combustão, filtração.
c) Separação magnética, extração, filtração.
d) Imantação, combustão, peneiração.
e) Imantação, destilação, filtração.
5
Química
4. A natureza apresenta diversas substâncias importantes para o dia a dia do ser humano. Porém, a
grande maioria dessas substâncias encontra-se na forma de misturas homogêneas ou heterogêneas.
Por essa razão, ao longo dos anos, várias técnicas de separação de misturas foram desenvolvidas
para que a utilização de toda e qualquer substância fosse possível.
Disponível em: https://tinyurl.com/y8j567ag. Acessado em: 10.11.2017.
Um procedimento que permite separar, sem o uso de qualquer fonte de calor, uma mistura de água e
óleo de cozinha é a
a) decantação.
b) sublimação.
c) peneiração.
d) destilação.
e) filtração.
5. A natureza dos constituintes de uma mistura heterogênea determina o processo adequado para a
separação dos mesmos. São apresentados, a seguir, exemplos desses sistemas.
I. Feijão e casca
II. Areia e limalha de ferro
III. Serragem e cascalho
6
Química
7. A extração de petróleo em águas profundas segue basicamente três etapas: i) perfuração, utilizando
uma sonda; ii) injeção de água pressurizada, que extrai o petróleo das rochas subterrâneas; e iii)
separação do petróleo misturado com água e pedaços de rochas.
8. O óleo de cozinha usado não deve ser descartado na pia, pois causa poluição das águas e prejudica a
vida aquática. Em Florianópolis, a coleta seletiva de lixo recolhe o óleo usado armazenado em garrafas
PET e encaminha para unidades de reciclagem. Nessas unidades, ele é purificado para retirar água e
outras impurezas para poder, então, ser reutilizado na fabricação de sabão e biocombustíveis.
Disponível em: http://portal.pmf.sc.gov.br/entidades/comcap/index.php?cms=reoleo&menu=5. Acessado em: 20 Jul. 2015.
Essa técnica considera dois processos de separação de misturas, sendo eles, respectivamente,
a) flotação e decantação.
b) decomposição e centrifugação.
c) floculação e separação magnética.
d) destilação fracionada e peneiração.
e) dissolução fracionada e magnetização.
7
Química
10. O derramamento de petróleo no Golfo do México, após a explosão da plataforma Deepwater Horizon,
trouxe uma consequência, dentre outras, a mistura de componentes oleosos na água do mar. Um
método utilizado para separar o óleo dessa água é a
a) filtração.
b) levigação.
c) sublimação.
d) decantação.
e) separação magnética
8
Química
Gabarito
1. B
Como um sólido volumoso de textura gelatinosa é formado, das alternativas fornecidas, a filtração seria
o processo utilizado, já que separaria fase sólida de fase líquida.
2. A
Nas estações de tratamento a água que será consumida pela população precisa passar por uma série
de etapas que possibilite eliminar todos os seus poluentes.
Uma dessas etapas é a coagulação ou floculação, com o uso de hidróxido de cálcio, conforme a reação:
3Ca(OH)2 + Aℓ2 (SO4 )3 → 2Aℓ(OH)3 + 3CaSO4
O hidróxido de alumínio (Aℓ(OH)3 ) obtido, que é uma substância insolúvel em água, permite reter em
sua superfície muitas das impurezas presentes na água (floculação). O método de separação
comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a flotação (faz-se
uma agitação no sistema e as impurezas retidas sobem à superfície da mistura heterogênea).
3. C
Foram realizadas as seguintes operações físicas de separação de materiais:
Separação magnética: um dos sólidos é atraído por um ímã. Esse processo é utilizado em larga escala
para separar alguns minérios de ferro de suas impurezas.
Extração: a cana é esmagada para a retirada do caldo.
Filtração simples: a fase sólida é separada com o auxílio de filtro de material adequado.
4. A
A decantação permite a separação de duas fases líquidas. Exemplo: água + óleo de cozinha
5. C
I. Feijão e casca: a separação é possível pela ventilação, onde uma corrente de ar, separa o sólido
menos denso, no caso a casca, do feijão.
II. Areia e limalha de ferro: como a limalha de ferro é atraída pelo ímã essa separação ocorre por
separação magnética.
III. Serragem e cascalho: separação ocorre pela peneiração, que separa o cascalho que são partículas
maiores da serragem que é menor.
6. E
a) Incorreta. Apesar de água e óleo serem uma mistura heterogênea, o papel filtro não irá reter o óleo,
durante um processo de filtração.
b) Incorreta. O agente coagulante, que facilita a floculação das partículas suspensas, fazendo com
que elas se aglutinem e se deposite no fundo do recipiente por decantação, formando assim, uma
mistura heterogênea.
c) Incorreta. A catação é um processo manual que separa misturas heterogêneas.
d) Incorreta. A separação magnética necessita que um dos componentes da mistura tenha
propriedades magnéticas e seja atraída por um ímã.
9
Química
7. A
Separação do petróleo misturado com água e pedaços de rochas: faz-se a sedimentação (decantação)
e posterior filtração (separação da fase sólida da líquida).
8. B
a) Incorreta. Água e óleo não se misturam, formam uma mistura heterogênea.
b) Correta. A filtração irá reter as sujidades maiores no papel filtro e a decantação irá fazer com que a
camada de óleo fique em cima e a água mais densa em baixo.
c) Incorreta. A água é mais densa, ficando na parte inferior da mistura.
d) Incorreta. A filtração é usada para separar misturas imiscíveis sólido- líquido.
e) Incorreta. Tanto o óleo quanto a água são substancias compostas por mais de um elemento químico.
9. C
Os agregados formados pelo plástico produzido a partir do líquido da castanha de caju (LCC) e pelo
petróleo não se misturam à água, ou seja, ocorre floculação.
As nanopartículas magnéticas são atraídas por imãs, ou seja, ocorre separação magnética.
10. D
Na decantação o óleo se separa da água devido à diferença de polarização (óleo = apolar, água = polar)
e de densidade.
10
Química
Resumo
Nesta aula iremos descrever os diversos processos de separação das misturas homogêneas. Esses
processos também são de grande importância e largamente empregados nas indústrias químicas.
Destilação simples
Ocorre de acordo com a diferença nos pontos de ebulição do solvente e soluto. Por aquecimento, em
aparelhagem apropriada com um condensador, apenas o líquido entra em ebulição, passando para o estado
gasoso, o qual é condensado e recolhido. Por exemplo: separação da mistura de sal e água.
1
Química
Destilação fracionada:
Usada na separação quando os componentes da mistura são líquidos e tem o ponto de ebulição muito
próximos. A técnica e a aparelhagem utilizadas na destilação fracionada são as mesmas empregadas na
destilação simples, com exceção de um aparelho adicional chamado coluna de fracionamento.
Por exemplo: separação da mistura dos componentes do petróleo em que, a cada temperatura alcançada, é
recolhido um componente.
Atenção!
A destilação fracionada é o método de separação utilizado para o separação das frações do petróleo.
2
Química
Fusão fracionada
Esse processo é baseado nas diferenças nos pontos de fusão dos
componentes de uma mistura. A mistura sólida é aquecida até que
um dos componentes se funda(liquefazer) completamente. Por
exemplo: separação em cada metal que compõe uma liga metálica.
Liquefação fracionada
É o processo de separação de uma mistura gasosa. Resfria-se a mistura até que os gases componentes
atinjam seu ponto de ebulição, passando assim para o estado líquido.
Por exemplo: separação do ar atmosférico, sabendo-se que o gás nitrogênio passa para o estado líquido
antes do gás oxigênio.
Cromatografia
Nesse processo, os componentes de uma mistura são separados pela sua interação com o solvente(fase
movél), que ao passar pela mistura interage com seus componemtes carreandos com diferentes
intensidades e assim os separando.
3
Química
Tratamento de água
A água que chega as nossas casas é submetida a uma série de tratamentos para reduzir a concentração de
poluentes até praticamente não apresentar riscos para a saúde humana. Esse tratamento é dividido em 7
etapas, são elas em sequência:
1. Coagulação: É quando a água bruta recebe, logo ao entrar na estação de tratamento, uma dosagem de
sulfato de alumínio. Este elemento faz com que as partículas de sujeira iniciem um processo de união.
2. Floculação: Quando, em tanques, continua o processo de união das impurezas, na água em movimento.
As partículas se transformam em flocos de sujeira.
3. Decantação: As impurezas, que se aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água pela ação da
gravidade, indo para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes.
4. Filtração: A água passa por grandes filtros com granulações diversas e carvão antracitoso (carvão
mineral). Aí ficarão retidas as impurezas que passaram pelas fases anteriores.
5. Desinfecção: É a cloração, para eliminar germes nocivos à saúde e garantir a qualidade da água até a
torneira do consumidor. Nesse processo pode ser usado o hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido
de cloro.
6. Fluoretação: É quando será adicionado fluossilicato de sódio ou ácido fluorssilícico em dosagens
adequadas. A função disso é prevenir e reduzir a incidência de cárie dentária, especialmente nos
consumidores de zero a 14 anos de idade, período de formação dos dentes.
7. Correção: É a correção de pH, quando é adicionado carbonato de sódio para uma neutralização
adequada à proteção da tubulação da rede e da residência dos usuários e não haver corrosões.
Tratamento de esgoto
Como a água proveniente do tratamento do esgoto não é destinada ao consumo humano, o tratamento é
mais simples e menos criterioso, mas as especificações da água na saída da estação devem obedecer às
normas ambientais, dependendo do corpo hídrico em que o efluente for descartado. Esta água pode ser
reutilizada em sistemas de arrefecimento (resfriamento) e para geração de vapor nas indústrias.
4
Química
O principal método de tratamento de esgoto e efluentes é o do lodo ativado, que consiste na degradação dos
materiais orgânicos por bactérias aeróbias.
• Peneiramento ou gradeamento
O esgoto passa por grades ou peneiras para retenção de sólidos grandes;
• Caixa de areia
Aqui as areias, mais densas, são separadas do esgoto por decantação;
• Decantação primária
Em um decantador primário ocorre a sedimentação das outras partículas sólidas presentes;
• Aeração
Nos tanques de aeração, é inserido ar próximo à entrada de esgoto, fazendo multiplicar os
microorganismos presents no esgoto, para que degradem o material orgânico através de seu
metabolismo natural;
• Decantação secundária
Após a aeração, o efluente tratado é separado do lodo ativado, que é coagulado e decantado para o fundo
do tanque. Parte deste lodo é retornado ao tanque de aeração para contribuir com a degradação das
impurezas e o restante é separado para secagem e descarte apropriado. A água resultante pode ser
descartada em um corpo hídrico ou reutilizada.
5
Química
Exercícios
1. A farinha de linhaça dourada é um produto natural que oferece grandes benefícios para o nosso
organismo. A maior parte dos nutrientes da linhaça encontra-se no óleo desta semente, rico em
substâncias lipossolúveis com massas moleculares elevadas. A farinha também apresenta altos
teores de fibras proteicas insolúveis em água, celulose, vitaminas lipossolúveis e sais minerais
hidrossolúveis.
Considere o esquema, que resume um processo de separação dos componentes principais da farinha
de linhaça dourada.
6
Química
2. Normalmente as substâncias são obtidas em mistura, seja na natureza, seja em laboratórios como
produtos de reações químicas. Na maioria das vezes, é necessário separar os componentes de uma
mistura para que possam ser utilizados. Para a separação, recorre-se a técnicas baseadas em
diferenças de propriedades entre os componentes da mistura. O esquema mostra as etapas de
separação de uma mistura.
7
Química
Uma forma de atenuar o fenômeno descrito seria a retirada do enxofre dos combustíveis derivados do
petróleo, como o diesel e o óleo combustível.
Esses dois combustíveis são obtidos do petróleo por
a) filtração.
b) sublimação.
c) decantação.
d) fusão fracionada.
e) destilação fracionada.
Qual etapa desse processo tem a densidade das partículas como fator determinante?
a) Oxidação.
b) Floculação.
c) Decantação.
d) Filtração.
e) Armazenamento.
8
Química
5. A água é de suma importância à população, então, é extremamente necessário que essa água seja
tratada de maneira correta. Entende-se o tratamento de água como sendo um conjunto de
procedimentos físicos e químicos para torná-la potável. A figura a seguir mostra as etapas do
tratamento de água utilizado atualmente. A respeito do tratamento de água e das etapas referentes a
esse processo, assinale a alternativa CORRETA.
6. Algumas toneladas de medicamentos para uso humano e veterinário são produzidas por ano. Os
fármacos são desenvolvidos para serem estáveis, mantendo suas propriedades químicas de forma a
atender a um propósito terapêutico. Após o consumo de fármacos, parte de sua dosagem é excretada
de forma inalterada, persistindo no meio ambiente. Em todo o mundo, antibióticos, hormôn