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Biologia

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Biologia

Características gerais dos seres vivos

Resumo

Todos os seres vivos possuem características em comum que os fazem serem classificados assim. A seguir,
temos uma lista destas características:
• Célula: A menor parte que constitui um ser vivo é a célula, sendo considerada também a menor unidade
biológica. Todas as células irão apresentar membrana plasmática e citoplasma, além de um material
genético próprio. A célula pode ser procarionte (sem carioteca, com o material genético no citoplasma,
e sem organelas membranosas) ou eucarionte (com carioteca, com material genético dentro de um
núcleo, e organelas membranosas). Os seres vivos podem também podem ser caracterizadas pelo
número de células que possuem, podendo ser unicelular (apenas uma célula, por exemplo bactérias e
protozoários) ou pluricelular (várias células, por exemplo animais e plantas).

Exemplo de célula procarionte e de célula eucarionte vegetal, indicando as estruturas.

• Material genético próprio: Todos os seres vivos apresentam material genético, que armazena as
informações e controla as atividades da célula. Esse material genético é formado por ácidos nucleicos
e são responsáveis por armazenar as informações genéticas, além de poderem ser transmitidos para
as próximas gerações, segundo o conceito de hereditariedade.
• Metabolismo: São as reações químicas com diversas funções no organismo, como por exemplo a
produção de energia, o armazenamento de nutrientes ou a formação de excretas. O metabolismo pode
ser dividido em catabolismo (reações de quebra) e anabolismo (reações de síntese).
• Responder à estímulos: Os seres vivos conseguem reconhecer um estímulo do ambiente e reagir a ele,
e chamamos essa capacidade de irritabilidade.

Planta conhecida como dormideira, que fecha as folhas como resposta ao estímulo do toque.

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• Nutrição: Todos os seres vivos precisam de nutrientes para sobreviver, e apresentam estratégias para
isso. A obtenção de nutrientes pode ocorrer de maneira autotrófica (os seres produzem seu próprio
alimento, por exemplo plantas, cianobactérias e algas), heterotrófica (precisam se alimentar de outros
organismos, por exemplo animais e fungos) ou mixotróficos (produzem seu próprio alimento e se
alimentam de outros organismos, por exemplo algas do grupo das Euglenófitas e alguns protozoários).
• Reprodução: Organismos vivos apresentam a capacidade de se reproduzir, gerando descendentes. A
reprodução pode ser assexuada (onde não ocorre o encontro de gametas nem a fusão dos núcleos) ou sexuada
(onde ocorre produção de gametas masculinos e femininos, com a troca de material genético).
• Evolução: Processos evolutivos, como mutação, deriva gênica e seleção natural, atuam sobre todos os
seres vivos, e com isso eles são capazes de sofrer alterações ao longo do tempo.
• Composição química: Todos os seres vivos são formados por compostos químicos, que podem ser
orgânicos, como por exemplo a glicose, aminoácidos e lipídios, ou inorgânicos, como a água e os sais
minerais.
Obs.: Os vírus são organismos que apresentam tanto características de matéria bruta (não apresentam
células, não têm metabolismo próprio em vida livre e não respondem a estímulos) quanto características de
seres vivos (apresentam material genético próprio e sofrem influência da evolução).

Os níveis de organização em biologia ajudam a separar esta área da ciência tão ampla em partes menores,
que podem ser estudadas em conjunto ou separadamente. A nível bioquímico, citológico, fisiológico e
histológico, temos o estudo das moléculas, celulas, tecidos, órgãos e sistemas. A partir de organismo, temos
o estudo pelas áreas da botânica, zoologia e ecologia, incluindo os níveis de população, comunidade,
ecossistema e biosfera.
• Molécula: É a menor parte de uma substância com características e propriedades químicas
• Célula: Unidade morfológica e funcional dos seres vivos.
• Tecido: Células e substância intercelular que interagem para realizar suas funções.
• Órgão: Conjunto de tecidos que interagem para a execução das suas funções.
• Sistema: Conjunto de órgãos.
• Organismo: Conjunto de sistemas.
• População: Organismos da mesma espécie que vivem em um mesmo local ao mesmo tempo.
• Comunidade: Populações de diferentes espécies que vivem em um mesmo local ao mesmo tempo.
• Ecossistema: Conjunto dos fatores bióticos e abióticos.
• Biosfera: Conjunto de todos os ecossistemas da Terra.

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Representação esquemática dos níveis de organização biológica, do menor (célula) ao mais amplo (biosfera).

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Exercícios

1. Muitas pessoas não sabem diferenciar corretamente o que é um ser vivo de um ser não vivo, entretanto,
os organismos vivos apresentam características marcantes que permitem essa diferenciação. Uma
dessas características é a capacidade de responder a estímulos, uma capacidade denominada de:
a) irritabilidade.
b) flexibilidade.
c) complexidade.
d) reação.
e) metabolismo.

2. É comum dizer que todos os organismos são formados por células, estruturas conhecidas como a
unidade funcional e estrutural dos seres vivos. Alguns organismos, no entanto, são acelulares e, por
isso, alguns autores não os consideram vivos. Entre os seres listados abaixo, qual é o único que não
possui células em sua constituição?
a) bactérias.
b) fungos.
c) protozoários.
d) vírus.
e) animais.

3. Com relação às características gerais dos seres vivos, é correto afirmar:


a) A reprodução sexuada não influencia na variabilidade genética da espécie.
b) Todas as células apresentam ribossomos.
c) O processo de síntese de substâncias complexas em substâncias simples é conhecido como
catabolismo.
d) Apenas células eucarióticas apresentam membrana plasmática
e) Os seres vivos podem ter adaptações, porém não sofrem com as forças da evolução.

4. A descoberta dos microscópios de luz (óptico) e eletrônico permitiu muitos avanços nas diversas
áreas da Biologia. Um microscópio de luz pode apresentar um poder de resolução 1200 vezes maior
que o do olho humano e o eletrônico, 250 mil vezes. Utilizando-se um microscópio de luz, é correto
afirmar que é possível observar os seguintes níveis de organização da vida:
a) Populações, tecidos e átomos.
b) Populações, moléculas e órgãos.
c) Moléculas, átomos e órgãos.
d) Moléculas, organismos e células.
e) Células, tecidos e organismos.

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5. Há um fenômeno de caráter geral entre ao seres vivos que justifica os mecanismos de evolução e da
biodiversidade. Assinale-o:
a) metabolismo
b) mutação
c) reprodução
d) ciclo vital
e) nutrição

6. Embora a continuidade da vida na Terra dependa substancialmente de todo o elenco de características


que definem os sistemas viventes, duas dessas características assumem maior importância para a
preservação da vida no planeta. São elas:
a) composição química complexa e estado coloidal
b) consumo de energia e renovação contínua da matéria
c) realização da homeostase e alto nível de individualidade
d) elevado grau de organização celular e execução das funções vitais
e) capacidade de reprodução e adaptação ao meio

7. Dá-se o nome de organismo autótrofo àquele que:


a) é capaz de sintetizar seus próprios alimentos a partir de substâncias químicas inorgânicas.
b) não realiza a fotossíntese
c) é capaz de sintetizar seus próprios alimentos a partir da glicose e aminoácidos.
d) depende de outro organismo vivo para a obtenção de alimento
e) utiliza apenas luz do sol para produzir alimento

8. Os seres vivos obtêm seus alimentos de formas diferentes. Alguns produzem seus próprios alimentos,
outros são incapazes de produzi-los e outros, quando se alimentam, fazem a reciclagem da matéria
na natureza. São conhecidos, respectivamente, como:
a) heterótrofos, decompositores e autótrofos
b) decompositores, autótrofos e heterótrofos
c) autótrofos, decompositores e heterótrofos
d) heterótrofos, autótrofos e decompositores
e) autótrofos, heterótrofos e decompositores

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9. Considerando que todos os seres vivos necessitam de uma fonte de carbono para construir suas
moléculas orgânicas, a diferença essencial entre os autotróficos e heterotróficos, respectivamente, é:
a) usar carbono orgânico e carbono inorgânico.
b) usar carbono inorgânico e carbono orgânico.
c) usar carbono da água e do ar.
d) usar metano e gás carbônico.
e) realizar respiração aeróbia e fermentação.

10. Em nosso planeta, o que distingue a matéria viva da não viva é a presença de elementos químicos (C,
H, O, N) que juntos com outros, formam as substâncias orgânicas. Os seres vivos são formandos a
partir de níveis bem simples e específicos até os complexos e gerais. Numa ordem crescente de
complexidade, esses níveis têm a seguinte sequência:

a) biosfera, ecossistema, comunidade, população, organismo, sistema, órgão, tecido, célula,


molécula.
b) molécula, célula, tecido, organismo, órgão, população, comunidade, ecossistema, biosfera.
c) molécula, célula, tecido, órgão, organismo, população, comunidade, sistema, ecossistema,
biosfera.
d) molécula, célula, tecido, órgão, sistema, organismo, população, comunidade, ecossistema,
biosfera.
e) biosfera, comunidade, população, ecossistema, sistema, órgão, organismo, tecido, célula,
molécula.

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Gabarito

1. A
Irritabilidade é o nome dado à capacidade dos seres vivos de responderem a estímulos externos.

2. D
Os vírus não possuem células em sua constituição. Por este e outros fatores, como por exemplo a
ausência de metabolismo, há discussões sobre vírus serem seres vivos ou não.

3. B
Os ribossomos estão presentes tanto em células eucariontes (ribossomos 80s) quanto em organismos
procariontes (ribossomos 70s).

4. E
Dos níveis de organização microscópicos, ou seja, não visíveis a olho nu, temos as células (menor nível
vivo), os tecidos (conjuntos de células) e podemos ver também microrganismos, sejam eles uni ou
pluricelulares.

5. B
A mutação é responsável por causar alterações aleatórias no material genético dos organismos.

6. E
A reprodução faz com que a linhagem de organismos e da espécie continue existindo no planeta, e a
adaptação ao meio permite que as melhores características sejam passadas para as próximas gerações,
garantindo um maior sucesso evolutivo e permanência da espécie no ambiente.

7. A
Organismos autotróficos produzem seu próprio alimento a partir de moléculas inorgânicas, como o CO2,
seja por fotossíntese ou quimiossíntese.

8. E
Seres que produzem seu próprio alimento são autotróficos, seres que necessitam se alimentar de outros
organismos são heterotróficos e seres que fazem a ciclagem da matéria são os decompositores.

9. B
Seres autotróficos utilizam carbono inorgânico para formar moléculas de glicose (orgânico). Seres
heterotróficos se alimentam de compostos orgânicos para formar suas próprias reservas, também
orgânicas.

10. D
Todos os seres vivos são formados por moléculas, que formarão uma célula e o conjunto de células
semelhantes formarão um tecido. Já um conjunto de tecidos formará um órgão e o conjunto de órgãos
formarão um sistema que irão compor um organismo. O conjunto de organismos semelhantes formarão
uma população, já o conjunto de populações diferentes formarão uma comunidade que juntamente com
os fatores abióticos irão compor um ecossistema. Já o conjunto de ecossistemas formarão a biosfera.

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Método científico e níveis de organização em Biologia

Resumo

A palavra biologia significa “estudo da vida”, sendo um campo da ciência muito amplo. Para facilitar seu
estudo, a dividimos em níveis de organização. Além disso, é importante seguir regras e critérios para
determinar a veracidade de um estudo ou experimento.
O método científico é utilizado para buscar explicações e respostas para os fenômenos observados na
natureza. Dentre as formas de observação e formulação de teorias, temos dois métodos:
• Dedutivo: quando, a partir de observações gerais, se chega a uma conclusão específica.
• Indutivo: quando, a partir de uma observação específica, cria-se um padrão geral. Este método nem
sempre gera conclusões verdadeiras.

As etapas do método científico são:

1. Observação de um fato e coleta de dados: Fatos ou fenômenos são observados. Aqui temos apenas os
dados brutos que serão observados ou analisados.
2. Questionamento sobre o que foi observado: A partir do conhecimento prévio, questiona-se o que foi
observado. “Como? Porque? Quando?”
3. Formulação de hipóteses que possam explicar o que foi observado: Uma hipótese é uma explicação não
testada para o fato observado ou para a pergunta questionada. Aqui também se utiliza conhecimento
prévio para ajudar a criar a melhor, ou as melhores explicações.
4. Realização de experimentos controlados a fim de obter maior confiança nos dados obtidos: Os
experimentos testam se a hipótese é ou não verdadeira. Esse experimento deve sempre ser feito com um
grupo experimental (que sofre ações e alterações para o teste) e um grupo controle (que não recebe
nenhuma alteração, sem influenciar nas condições naturais. Por exemplo, experimentos médicos que
usam o remédio placebo).
5. Elaboração de uma conclusão, verificando se a hipótese estava correta ou incorreta: Caso o experimento
tenha sido falho ou a hipótese comprovada incorreta, deve-se realizar um novo experimento, ou mesmo
criar uma nova hipótese. Caso o experimento tenha resultados positivos, corroborando a hipótese,
podemos seguir para próxima etapa.
6. Divulgação dos resultados caso a hipótese esteja correta: Nesta etapa deve-se divulgar o trabalho feito,
com uma introdução sobre o tema e a hipótese criada, as etapas e explicação dos experimentos, os
resultados e dados finais e por fim a conclusão. Isso é importante para que, caso seja necessário, outros
cientistas possam repetir o experimento ou questioná-lo, até mesmo incluir novos dados que corroborem
ainda mais a hipótese.
7. Formulação de Teorias ou Leis científicas: Quando uma hipótese é confirmada por diversas
experimentações, ela pode se tornar uma teoria. A teoria se torna uma lei científica quando ela mostra
um conhecimento amplamente conhecido e irrefutável

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Biologia

Resumo das etapas do método científico

Os níveis de organização em biologia ajudam a separar esta área da ciência, tão ampla, em partes menores,
que podem ser estudadas em conjunto ou separadamente. Eles são, do menor para o mais abrangente:
• Molécula: É a menor parte de uma substância com características e propriedades químicas
• Célula: Unidade morfológica e funcional dos seres vivos.
• Tecido: Células e substância intercelular que interagem para realizar suas funções.
• Órgão: Conjunto de tecidos que interagem para a execução das suas funções.
• Sistema: Conjunto de órgãos que irão se relacionar entre si.

Primeiros níveis de organização. Usualmente são estudados pelas áreas de bioquímica, histologia, anatomia e fisiologia.

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• Organismo: Conjunto de sistemas que irão formar o ser vivo em sua totalidade.
• População: Conjunto de organismos da mesma espécie que vivem em um mesmo local ao mesmo tempo.
• Comunidade: Conjunto de diferentes populações (ou seja, de diferentes espécies) que vivem em um
mesmo local ao mesmo tempo.
• Ecossistema: Conjunto dos fatores bióticos (seres vivos) e abióticos (luz, temperatura, pH, etc.) em um
determinado ambiente.
• Biosfera: Conjunto de todos os ecossistemas da Terra.

Níveis de organização finais. Usualmente são estudados pela botânica e zoologia (organismo) e pela ecologia (relação dos seres vivos
entre si e com o ambiente).

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Exercícios

1. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, com a participação de mais de 800
cientistas de vários países, o nível do Mar subiu aproximadamente 20 centímetros nos últimos 100
anos.
Assinale a alternativa que apresenta a(s) hipótese(s) que poderia(m) ser considerada(s) a(s) causa(s)
desse fenômeno.
a) Baixas altitudes de ilhas no Oceano Pacífico, entre dois e três metros acima do nível do mar.
b) Aumento da acidez nos oceanos e alteração das correntes marítimas.
c) Expansão do volume da água por causa do aquecimento, e o derretimento do gelo da Antártica,
Groenlândia e geleiras.
d) Redução do volume de água em função do aquecimento do Planeta, que determina maior
evaporação da água proveniente do derretimento do gelo da Antártica, Groenlândia e geleiras.
e) Invernos rigorosos na Europa determinados pelo aquecimento global e pela modificação das
correntes marítimas, e da concentração de gás carbônico.

2. Utilizando-se de conceitos ecológicos, o diagrama abaixo ilustra resumidamente interações que


constituem:

a) Um ecossistema.
b) Uma população.
c) A biosfera.
d) O meio ambiente.
e) Uma comunidade.

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Biologia

3. No texto a seguir, reproduzido do livro Descobertas acidentais em ciências, de Royston M. Roberts


(Campinas, Papirus, 1993), algumas frases referentes a etapas importantes na construção do
conhecimento científico foram grifadas e identificadas por um numeral romano:
“Em 1889, em Estrasburgo, então Alemanha, enquanto estudavam a função do pâncreas na digestão,
Joseph Von Mering e Oscar Minkowski, removeram o pâncreas de um cão. No dia seguinte, um
assistente de laboratório chamou-lhes atenção sobre o grande número de moscas voando ao redor da
urina daquele cão.
I. Curiosos sobre por que as moscas foram atraídas à urina, analisaram-na e observaram que esta
apresentava excesso de açúcar.
II. Açúcar na urina é um sinal comum de diabetes. Von Mering e Minkowski perceberam que estavam
vendo pela primeira vez a evidência da produção experimental de diabetes em um animal.
III. O fato de tal animal não ter pâncreas sugeriu a relação entre esse órgão e o diabetes. […] Muitas
tentativas de isolar a secreção foram feitas, mas sem sucesso até 1921. Dois pesquisadores,
Frederick G. Bating, um jovem médico canadense, e Charles H. Best, um estudante de medicina,
trabalhavam no assunto no laboratório do professor John J. R. MacLeod, n Universidade de
Toronto. Eles extraíam a secreção do pâncreas de cães.
IV. Quando injetaram os extratos (secreção do pâncreas) nos cães tornados diabéticos pela remoção
de seu pâncreas, o nível de açúcar no sangue desses cães voltou ao normal, e a urina não
apresentava mais açúcar”.

A alternativa que identifica corretamente cada uma das frases grifadas com cada uma das etapas de
construção do conhecimento científico é:
a) I – hipótese; II – teste da hipótese; III – fato; IV - observação
b) I – fato; II – teoria; III – observação; IV – teste da hipótese
c) I – observação; II – hipótese; III – fato; IV – teste da hipótese
d) I – observação; II – fato; III – teoria; IV – hipótese
e) I – observação; II – fato; III – hipótese; IV – teste da hipótese

4. O tema “teoria da evolução” tem provocado debates em certos locais dos Estados Unidos da América,
com algumas entidades contestando seu ensino nas escolas. Nos últimos tempos, a polêmica está
centrada no termo teoria que, no entanto, tem significado bem definido para os cientistas. Sob o ponto
de vista da ciência, teoria é
a) Sinônimo de lei científica, que descreve regularidades de fenômenos naturais, mas não permite
fazer previsões sobre eles.
b) Sinônimo de hipótese, ou seja, uma suposição ainda sem comprovação experimental.
c) Uma ideia sem base em observação e experimentação, que usa o senso comum para explicar fatos
do cotidiano.
d) Uma ideia, apoiada no conhecimento científico, que tenta explicar fenômenos naturais
relacionados, permitindo fazer previsões sobre eles.
e) Uma ideia, apoiada pelo conhecimento científico, que, de tão comprovada pelos cientistas, já é
considerada uma verdade incontestável.

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Biologia

5. A sequência de níveis de organização da vida está colocada em ordem crescente de complexidade na


opção:
a) organismo - população - comunidade - ecossistema
b) organismo - comunidade - população - ecossistema
c) ecossistema - comunidade - população - organismo
d) ecossistema - população - comunidade - organismo
e) organismo - ecossistema - população - biosfera

6. Um estudante decidiu testar os resultados da falta de determinada vitamina na alimentação de um


grupo de ratos. Colocou então cinco ratos em uma gaiola e retirou de sua dieta os alimentos ricos na
vitamina em questão. Após alguns dias, os pelos dos ratos começaram a cair. Concluiu então que esta
vitamina desempenha algum papel no crescimento e manutenção dos pelos. Sobre essa experiência
podemos afirmar:
a) A experiência obedeceu aos princípios do método científico, mas a conclusão do estudante pode
não ser verdadeira.
b) A experiência foi correta e a conclusão também. O estudante seguiu as normas do método
científico adequadamente.
c) A experiência não foi realizada corretamente porque o estudante não usou um grupo de controle.
d) O estudante não fez a experiência de forma correta, pois não utilizou instrumentos especializados.
e) A experiência não foi correta porque a hipótese do estudante não era uma hipótese passível de ser
testada experimentalmente.

7. O método científico é literalmente uma investigação, na qual o pesquisador procura, a partir de


observações de fatos ou eventos, formular hipóteses. Essas hipóteses devem ser metodologicamente
testadas e experimentadas repetidamente, para que posteriormente haja:
a) conclusão de seu experimento, independentemente de os resultados confirmarem ou rejeitarem
as hipóteses testadas.
b) demonstração de que sua metodologia de experimentação confirma, sem margem de erro, suas
hipóteses formuladas.
c) utilização comercial de suas descobertas, gerando lucros que financiarão novas pesquisas sobre
o tema pesquisado.
d) comprovação de que suas hipóteses estavam corretas, caso contrário o experimento não pode ser
conclusivo.
e) formulação de novas perguntas sobre o mesmo fato, pois os experimentos científicos jamais
chegam a uma conclusão.

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Biologia

8. No nosso cotidiano, acontecem, geralmente, coisas que servem para ilustrar determinados estudos
teóricos.
A contextualização é um meio muito utilizado para enriquecermos nosso conhecimento. As figuras a
seguir mostram elementos que exemplificam essa ideia. Observe-as.

De acordo com as figuras e o assunto abordado, analise as alternativas a seguir e assinale a que
REPRESENTA os passos correspondentes à experimentação (parte prática) evidenciada no
desenvolvimento de uma pesquisa científica.
a) I, II e III.
b) I e III, apenas
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) II apenas

9. A descoberta dos microscópios de luz (óptico) e eletrônico permitiu muitos avanços nas diversas áreas
da Biologia. Um microscópio de luz pode apresentar um poder de resolução 1200 vezes maior que o do
olho humano e o eletrônico, 250 mil vezes. Utilizando-se um microscópio de luz, é correto afirmar que
é possível observar os seguintes níveis de organização da vida:
a) Populações, tecidos e átomos.
b) Populações, moléculas e órgãos.
c) Moléculas, átomos e órgãos.
d) Moléculas, organismos e células.
e) Células, tecidos e organismos.

10. Durante a aula de campo, a professora chamou a atenção para o fato de que, naquela área, havia
inúmeros formigueiros, cada um deles de uma diferente espécie de formiga e todos eles interagindo
pelos recursos daquela área. Em ecologia, cada formigueiro em particular, e o conjunto de formigueiros
naquela área, referem-se, respectivamente, a:
a) ecossistema e população.
b) comunidade e ecossistema.
c) população e ecossistema.
d) comunidade e população.
e) população e comunidade.

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Biologia

Gabarito

1. C
Com o aumento do mar, considerando que a quantidade de água no planeta não mudou, o mar só poderia
ter aumentado devido ao degelo das calotas polares.

2. A
O Ecossistema engloba os seres vivos presentes na comunidade juntamente com os fatores abióticos
como luminosidade, temperatura, água e nutrientes.

3. E
Teorias científicas são estruturas que explicam e interpretam os fenômenos da natureza. São o resultado
de hipóteses ou leis testadas e confirmadas, com bastante critério, por diversos estudos e experimentos.
Apesar de todo o critério para uma ideia conquistar o patamar de teoria, nenhuma pode ser considerada
verdade absoluta, já que novas teorias podem ser formuladas, substituindo-a.

4. D
As teorias são explicações científicas, comprovadas através de experimentos do método científico, que
explicam fenômenos naturais e permitem que possam ser feitas previsões sobre eles, visto que se trata
de uma interpretação destes que pode ser aplicada caso sejam observados padrões parecidos.

5. A
O nível de complexidade se dá desde organismo, passando para população que é um conjunto de
organismos da mesma espécie> após isso a comunidade que é um conjunto de diversas populações e
ecossistema que juntam esses seres vivos com os fatores abióticos.

6. C
O grupo controle é essencial em estudos, pois vai entender como funciona um determinado experimento
sem os fatores que poderiam ser influenciadores.

7. A
Ao final dos experimentos, deve-se chegar a uma conclusão analisando os resultados obtidos. Os
resultados podem ou não corroborar a hipótese criada, mas de qualquer forma uma conclusão, para
entender os resultados encontrados, é necessária.

8. D
Os experimentos que respondem a pergunta na figura está evidenciado em II (início do experimento) e III
(final do experimento).

9. E
Do microscópio é possível identificar desde células, tecidos, até microrganismos.

10. E
Cada formigueiro constitui uma população com o número de indivíduos de uma espécie. Um conjunto de
formigueiros pode haver mais espécies constituindo assim uma comunidade.

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Biologia

Água

Resumo

A água é uma substância importante para a vida, sendo responsável por formar a maior parte da massa dos
seres vivos. É inorgânico, sendo composta por um átomo de oxigênio e dois de hidrogênio, formando uma
molécula polar, com o lado do oxigênio apresentando carga negativa e o lado dos hidrogênios apresentando
uma carga positiva. Essas diferentes cargas fazem com que a água seja considerada um dipolo.

Representação de uma molécula de água

Ela é representada quimicamente pela fórmula H2O, e possui certas propriedades que ocorrem devido a
disposição dos átomos e através das ligações de hidrogênio (também chamadas de pontes de hidrogênio).
Dentre estas podemos citar:
• Alto calor específico: É o quanto de calor 1g de substância tem que receber para aumentar a sua
temperatura em 1°C. Quanto maior este calor específico, maior a quantidade de calor que deve ser
fornecida. O calor específico da água é o maior, igual a 1cal/g°C, ou seja, ela apresenta uma alta
capacidade de absorver e conservar o calor, sem mudar de estado físico ou mesmo aquecer/esfriar de
maneira brusca.
• Adesão: Força que permite que a água se ligue a outras superfícies carregadas, formadas por
substâncias que não são a água.
• Coesão: Força que permite que a água se ligue com outras moléculas de água.
• Tensão superficial: Força que permite que a ligação das moléculas de água na superfície não se rompa
quando se exerce força sobre essa água, por exemplo, insetos caminhando sobre ela.

Interação das moléculas de água para formar a tensão superficial

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Biologia

A partir destas propriedades, a água possui diferentes funções para os seres vivos como:

• Participar da maioria das reações metabólicas: em reações de hidrólise (quebra de moléculas pela água,
onde a presença de uma molécula de água faz com que a ligação entre dois compostos se rompa –
reações de catabolismo) ou de síntese por desidratação (quando duas moléculas se unem para formar
uma outra, os H+ e OH- liberados se ligam formando água – reações de anabolismo).

• Atuar como solvente universal: por conta de sua polaridade, ela consegue solubilizar com facilidade
outras moléculas também polares, chamadas de hidrofílicas, como por exemplo carboidratos, proteínas
e sais minerais. A água não consegue reagir com moléculas apolares, sendo que essas moléculas são
chamadas de hidrofóbicas, como por exemplo os lipídios. É por isso que, ao colocar óleo e água, as duas
substâncias não se misturam, e podemos observar diferentes fases na mistura.

• Participar no transporte de substâncias: no nosso corpo carrega, por exemplo, excretas e nutrientes.

• Participar na regulação térmica: por conta do alto calor específico, permite que a molécula consiga
transportar calor em processos como sudorese ou diurese, fazendo a regulação térmica. Nestes casos,
a água presente no suor absorve o calor do nosso corpo, diminuindo nossa temperatura, e quando ela
evapora, o calor também é retirado. Essa propriedade está relacionada ao calor latente de vaporização.

Ao juntar água e óleo, vemos uma mistura heterogênia, já que o óleo é lipossolível e não se solubiliza na água. Já o sal, por ser
hidrofílico, se dissolve na água, formando uma mistura homogênia.

A concentração de água varia no corpo de um indivíduo de acordo com:

• Metabolismo: quanto mais metabólico um tecido é, mais água é necessária. Por exemplo, a quantidade
de água varia entre os tecidos de acordo com a função e taxa metabólica dele (ex.: 20% de água nos
ossos, 85% de água no cérebro).
• Idade: Indivíduos mais jovens apresentam maior quantidade de água no corpo. Quanto maior a idade,
menos água o corpo precisa pois o metabolismo diminui.
• Espécie: dependendo da espécie, podem ter maior ou menor quantidade de água. Nos humanos, a média
é de 70% do nosso corpo, já as águas-vivas (Cnidários) apresentam mais de 95% do corpo com água, e
uma minhoca (Anelídeo) apresenta cerca de 80% de sua estrutura formada por água.

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Biologia

Exercícios

1. O fato de alguns insetos se locomoverem sobre a superfície da água e algumas espécies de plantas
crescerem por cima da superfície da água é também uma das propriedades que deixa as células
individualizadas e coesas. Essa propriedade físico-química da água é denominada:
a) Densidade.
b) Tensão superficial.
c) Capacidade térmica.
d) Temperatura de fusão.
e) Alto poder de dissolução.

2. Um ser humano pode ficar semanas sem ingerir alimentos, mas passar de três a cinco dias sem ingerir
líquidos pode ser fatal. Os especialistas recomendam que se deve beber no mínimo 2,5 litros de água
por dia. “Quando a pessoa está com sede, é porque já passou do ponto de beber água, diz a
pneumologista Juliana Ferreira, do Hospital das Clínicas, em São Paulo”. Em dias muito quentes ou
quando a pessoa faz exercícios intensos, essa ingestão pode até superar 6 litros, principalmente
porque o suor “desperdiça” muito líquido, na tentativa de manter a temperatura do corpo num nível
adequado. “É preciso se hidratar corretamente, caso contrário o organismo gasta mais água do que
absorve, afirma a nutricionista Isabela Guerra, que desenvolve doutorado na área de hidratação e
esporte”
Disponível em: Mundo Estranho / Saúde http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-sao-as-funcoes-da-agua-
nocorpo-humano. Adaptado.

Sabe-se que a recomendação de hidratação diária para o corpo humano é de 2.550 ml de água, que
podem ser abastecidos por meio da ingestão de alimentos (1.000 ml) e líquidos (1.200 ml) e de reações
químicas internas (350 ml). A desidratação diária, em condições normais, é do mesmo montante.
Assinale a alternativa que apresenta, em ordem decrescente, a perda de água no nosso organismo.
a) Fezes, urina, suor e respiração.
b) Suor, urina, fezes e respiração.
c) Respiração, urina, fezes e suor.
d) Suor, urina, fezes e respiração.
e) Urina, suor, respiração e fezes.

3. A água apresenta inúmeras propriedades que são fundamentais para os seres vivos. Qual, dentre as
características a seguir relacionadas, é uma propriedade da água de importância fundamental para os
sistemas biológicos?
a) Possui baixo calor específico, pois sua temperatura varia com muita facilidade.
b) Suas moléculas são formadas por hidrogênios de disposição espacial linear.
c) Seu ponto de ebulição é entre 0 e 100 °C.
d) É um solvente limitado, pois não é capaz de se misturar com muitas substâncias.
e) Possui alta capacidade térmica e é solvente de muitas substâncias.

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Biologia

4. Com relação à água, é correto afirmar:


a) A água é eliminada pelas plantas, à noite, por transpiração, o que aumenta a temperatura interna
do indivíduo.
b) A água dos oceanos, rios e lagos evapora e, por um processo de sublimação, volta à Terra para
recomeçar um novo ciclo.
c) A água ocupa a maior porção da superfície terrestre, porém a produtividade primária líquida do
ambiente aquático é insignificante, inferior a 0,1.
d) A água, apesar de participar de diversos processos vitais para os seres vivos, pode, quando
contaminada, se tornar um grande vetor de disseminação de diversas doenças, como a febre
amarela.
e) A água é uma das matérias-primas fundamentais da fotossíntese: seus átomos de hidrogênio
vão formar a matéria orgânica fabricada nesse processo e seus átomos de oxigênio se unirão
para formar o gás oxigênio (O2).

5. No corpo humano, a água exerce variadas atividades fundamentais que garantem o equilíbrio e o
funcionamento adequado do organismo como um todo. Considerando que um ser humano adulto tem
entre 40 e 60% de sua massa corpórea constituída por água, é correto afirmar que a maior parte dessa
água se encontra localizada:
a) na linfa.
b) nas secreções glandulares.
c) no meio intracelular.
d) no plasma sanguíneo.
e) nos pelos do corpo

6. Durante uma competição esportiva, observa-se uma intensa sudorese nos atletas, que tem como
principal função:
a) Aliviar a excreção renal.
b) Controlar a pressão arterial.
c) Eliminar os resíduos metabólicos.
d) Manter a temperatura corporal.
e) Aumentar o metabolismo celular

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Biologia

7. A água é a substância mais abundante na constituição dos mamíferos. É encontrada nos


compartimentos extracelulares (líquido intersticial), intracelulares (no citoplasma) e transcelulares
(dentro de órgãos como a bexiga e o estômago).
Sobre a água e sua presença nos mamíferos é CORRETO afirmar que:
a) a quantidade em que é encontrada nos organismos é invariável de espécie para espécie.
b) com passar dos anos, existe uma tendência de aumentar seu percentual em um determinado
tecido.
c) não é importante na regulação térmica dos organismos.
d) em tecidos metabolicamente ativos é inexistente.
e) participa da constituição dos fluidos orgânicos que transportam substâncias dissolvidas por todo
o corpo.

8. A taxa de água em um organismo pode variar de acordo com alguns fatores. São eles:
a) Espécie, enzimas e proteínas.
b) Idade, espécie e proteínas.
c) Atividade, idade e espécie.
d) Atividade, enzimas e proteínas.
e) Idade, enzimas e proteínas.

9. A água é de importância vital para todos os seres vivos. Sob o ponto de vista biológico, entre as
propriedades físico-químicas, podemos citar três fundamentais que são:
a) baixo poder de dissolução, pequena tensão superficial e baixo calor específico.
b) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e baixo calor específico.
c) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e alto calor específico.
d) grande poder de dissolução, grande tensão superficial e alto calor específico.
e) grande poder de dissolução, pequena tensão superficial e alto calor específico.

10. “A taxa de água varia em função de três fatores básicos: atividade do tecido ou órgão (a quantidade
de água é diretamente proporcional à atividade metabólica do órgão ou tecido em questão), idade (a
taxa de água decresce com a idade) e a espécie em questão (o homem, 65%; fungos, 83%; celenterados,
96%; etc.).”
Baseado nesses dados, o item que representa um conjunto de maior taxa hídrica é:
a) coração, ancião, cogumelo.
b) estômago, criança, abacateiro.
c) músculo da perna, recém-nascido, medusa.
d) ossos, adulto, “orelha-de-pau”.
e) pele, jovem adolescente, coral.

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Gabarito

1. B
A tensão superficial promovida pelas moléculas de água, fazem com que elas fiquem muito unidas
formando uma tensão que permite alguns insetos a se locomoverem sobre a sua superfície.

2. E
Perdemos muita água pela urina, já que todos nossos excretas estão diluídos em água. Depois, a perda
de água pelo suor ocorre para ajudar a controlar a temperatura corporal. Durante a respiração, temos a
perda de água em menor quantidade e por fim, nas fezes teremos a menor perda de água.

3. E
A temperatura da água não varia com facilidade, o que permite uma alta capacidade térmica por seu alto
calor específico, além de ser considerada um solvente universal.

4. E
Durante a fotossíntese, ocorre a fotólise da água (quebra da molécula de água pela energia luminosa),
liberando H+ que seguem para os outros ciclos da fotossíntese e oxigênio que será liberado para a
atmosfera.

5. C
No meio intracelular é onde terá maior concentração de água, pois é onde ocorre o metabolismo da
célula.

6. D
O suor colabora para o resfriamento do corpo, ao retirar o calor do corpo e evaporar.

7. E
A água está presente em diversos fluidos do nosso organismo, estando presente em grande quantidade
no sangue, por exemplo, auxiliando no transporte de nutrientes e hormônios.

8. C
A taxa metabólica, a idade e a espécie são os principais fatores que interferem na quantidade de água
em cada organismo.

9. D
A água é considerada solvente universal, possui uma forte tensão na camada superficial e um alto calor
específico, ou seja, não varia de temperatura com facilidade

10. C
O músculo tem uma alta atividade metabólica, recém-nascidos já jovens, e possuem um maior acúmulo
de água no organismo, e as medusas são Cnidários (Celenterados), grupo de animais com mais de 90%
do corpo composto por água.

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Biologia

Dinâmica e distribuição das populações

Resumo

População é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que convivem e ocupam uma mesma área, no
mesmo período de tempo. As diferentes populações podem variar de tamanho, crescendo ou diminuindo.
Algumas populações conseguem se estabilizar, enquanto outras declinam podendo chegar a extinção, e a
presença dessas variações na população é chamada de dinâmica de populações.
Para entender sobre dinâmica de populações, é importante diferenciar dois conceitos:

• Tamanho populacional, que equivale ao número de indivíduos de uma população;


• Densidade populacional, é a relação do tamanho populacional com a área ocupada pela população. A
densidade pode variar de acordo com as alterações do meio, e é determinada pela seguinte fórmula:

Nesta fórmula, temos: D = densidade populacional; N = número de indivíduos da população (tamanho populacional); S = unidade de
área ou de volume, sendo o espaço ocupado pela população.

Os principais fatores que modificam o número de indivíduos em uma população são:


• Imigração: novos indivíduos chegam na população
• Emigração: os indivíduos saem da população
• Natalidade: indivíduos que nascem em uma população
• Mortalidade: número de indivíduos que morre em uma população

A imigração (I) e a natalidade (N) aumentam a densidade populacional, enquanto a emigração (E) e a
mortalidade (M) a diminuem.
Para saber qual a taxa de crescimento (TC) de uma população, utiliza-se as taxas de natalidade+imigração e
subtrai-se as taxas de mortalidade+emigração, como na seguinte fórmula: TC = (N+I)-(M+E). A relação entre
essas taxas podem indicar como a população está se comportando.

Relação entre os fatores que alteram o tamanho populacional e o que ocorre com a população em cada caso.

Uma população que não tem nenhum fator ambiental impedindo seu crescimento terá um aumento do
número de indivíduos de forma exponencial (chamada de curva J). Esta curva representa o potencial biótico.
O potencial biótico é a capacidade de uma população para crescer em condições favoráveis, ou seja, é a
capacidade dos seres vivos se multiplicarem através da reprodução.
Porém na natureza as populações sofrem com fatores que atrapalham seu crescimento, sendo este o
crescimento real, graficamente representado por uma curva que se estabiliza (chamada de curva S). A
estabilização da curva se dá por conta da resistência do meio. A resistência do meio é o conjunto de fatores

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Biologia

ambientais que limitam o crescimento populacional, impedindo um crescimento exponencial da população, e


podem gerar como consequências a competição, o parasitismo e o predatismo.

Gráfico representativo das curvas de crescimento populacional.

A competição por recursos do ambiente pode alterar drasticamente as populações, quando diferentes
indivíduos interagem: no princípio de Gause, ou princípio da exclusão competitiva, duas espécies
compartilham nichos ecológicos semelhantes, e por causa dos recursos limitados competem entre si,
podendo causar a extinção da espécie menos apta à sobrevivência.

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Biologia

Exercícios

1. O aumento das infestações por cupins em casas e prédios pode ser resultante da ação do homem
sobre o ambiente e das características biológicas desses animais.
A combinação de fatores que melhor explica esse aumento de infestações nas cidades é:
a) facilidade de reprodução e organização dos indivíduos em diferentes castas.
b) eliminação de predadores e maior número de machos reprodutores na colônia.
c) disponibilidade de alimento e facilidade para instalação de novas colônias.
d) presença de numerosos indivíduos operários e maior proteção do ninho.

2. A partir da contagem de indivíduos de uma população experimental de protozoários, durante


determinado tempo, obtiveram-se os pontos e a curva média registrados no gráfico abaixo. Tal gráfico
permite avaliar a capacidade limite do ambiente, ou seja, sua carga biótica máxima. De acordo com o
gráfico:

a) a capacidade limite do ambiente cresceu até o dia 6.


b) a capacidade limite do ambiente foi alcançada somente após o dia 20.
c) a taxa de mortalidade superou a de natalidade até o ponto em que a capacidade limite do ambiente
foi alcançada.
d) a capacidade limite do ambiente aumentou com o aumento da população.
e) o tamanho da população ficou próximo da capacidade limite do ambiente entre os dias 8 e 20.

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Biologia

3. As figuras abaixo mostram o crescimento populacional, ao longo do tempo, de duas espécies de


Paramecium cultivadas isoladamente e em conjunto. Os resultados desse experimento embasaram o
que é conhecido como Princípio de Gause.

Considere o tipo de relação ecológica entre essas duas espécies e indique a afirmação correta.
a) A espécie P. aurelia é predadora de P. caudatum.
b) P. aurelia exclui P. caudatum por competição intraespecífica.
c) P. aurelia e P. caudatum utilizam recursos diferentes.
d) P. aurelia exclui P. caudatum por parasitismo.
e) P. aurelia exclui P. caudatum por competição interespecífica.

4. Observe o gráfico abaixo, que representa o crescimento populacional de uma espécie animal, em que
x corresponde ao tamanho populacional e t, ao tempo.

Em relação a essa população, é correto afirmar que


a) ela vive em um ambiente com recursos ilimitados.
b) a sua estabilidade ocorre, quando não há mais predadores.
c) a sua estabilidade ocorre, quando atinge o limite máximo de indivíduos.
d) a resistência do meio não influencia sua densidade.
e) o seu índice de mortalidade é zero.

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Biologia

5. Traíras são predadoras naturais dos lambaris. Acompanhou-se, em uma pequena lagoa, a evolução da
densidade populacional dessas duas espécies de peixes. Tais populações, inicialmente em equilíbrio,
sofreram notáveis alterações após o início da pesca predatória da traíra, na mesma lagoa.
Esse fato pode ser observado no gráfico abaixo, em que a curva 1 representa a variação da densidade
populacional da traíra.

A curva que representa a variação da densidade populacional de lambaris é a de número:


a) 2
b) 3
c) 4
d) 5

6. Um biólogo foi convidado para realizar um estudo do possível crescimento de populações de roedores
em cinco diferentes regiões impactadas pelo desmatamento para ocupação humana, o que poderia
estar prejudicando a produção e armazenagem local de grãos. Para cada uma das cinco populações
analisadas (I a V), identificou as taxas de natalidade (n), mortalidade (m), emigração (e) e imigração (i),
em número de indivíduos, conforme ilustrado no quadro.

Em longo prazo, se essas taxas permanecerem constantes, qual dessas regiões deverá apresentar
maiores prejuízos na produção/armazenagem de grãos?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

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Biologia

7. Em um experimento, populações de tamanho conhecido de duas espécies de insetos (A e B) foram


colocadas cada uma em um recipiente diferente (recipientes 1 e 2). Em um terceiro recipiente
(recipiente 3), ambas as espécies foram colocadas juntas.

Durante certo tempo, foram feitas contagens do número de indivíduos em cada recipiente e os
resultados representados nos gráficos.

A partir desses resultados, pode-se concluir que


a) a espécie A se beneficia da interação com a espécie B.
b) o crescimento populacional da espécie A independe da presença de B.
c) a espécie B depende da espécie A para manter constante o número de indivíduos.
d) a espécie B tem melhor desempenho quando em competição com a espécie A.
e) o número de indivíduos de ambas se mantém constante ao longo do tempo quando as duas
populações se desenvolvem separadamente.

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Biologia

8. Os gráficos abaixo foram construídos com base em dados obtidos por diferentes pesquisadores, em
estudos sobre crescimento populacional, considerando diferentes espécies de animais, inclusive o
homem. Nos dois casos mostrados nos gráficos, para efeito de simplificação, faz-se referência ao
tempo, apenas sob o ponto de vista numérico. Com base nesses gráficos, pode-se afirmar que:

a) Na natureza, a fase de equilíbrio do crescimento populacional, indicada em D, na figura (1), ocorre


em função da resistência ambiental.
b) O crescimento real de uma população não controlada depende de seu potencial biótico, como
indicado em B, na figura (1).
c) A população indicada no gráfico (2) sofreu uma maior ação da resistência ambiental no tempo de
0 a 80 do que no tempo de 100 a 120.
d) Apenas os microrganismos que vivem livres na natureza têm padrão de crescimento populacional
como ilustrado no gráfico (2).
e) A densidade de uma população mantida em laboratório, em condições ideais, deve obedecer à
curva descrita no gráfico (1).

9. Em relação às densidades populacionais dos ecossistemas, é correto afirmar que


a) as populações aumentam independentemente das condições ambientais.
b) os limites ambientais provocam aumento das taxas de mortalidade e diminuição das taxas de
natalidade.
c) os gráficos que expressam o tamanho de populações em relação ao tempo formam curvas
ascendentes contínuas.
d) as espécies de vidas curtas têm baixas taxas reprodutivas.
e) essas densidades são sempre maiores do que teoricamente possível.

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Biologia

10. Em uma comunidade, o predador pode ser regulador quando:


a) contribui para diminuir a densidade da população de presas;
b) determina a extinção das presas;
c) contribui para a manutenção da densidade populacional das presas;
d) mantém e contribui para elevar a taxa de densidade populacional;
e) influi na progressiva extinção das presas.

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Biologia

Gabarito

1. C
A disponibilidade de alimento juntamente com a capacidade de sobrevivência em ambientes urbanos
permite que a população destes animais crescerem.

2. E
Entre os dias 8 e 20 a população permaneceu de forma estável, ou seja, a população chegou na
capacidade limite do ambiente.

3. E
O terceiro gráfico mostra que quando cultivadas juntas, a P. aurelia exclui P. caudatum por competição
interespecífica, onde P. aurelia possui elevada densidade, enquanto P. caudatum tem sua densidade
bastante reduzida.

4. C
A população se torna estável ao atingir a capacidade suporte do ambiente, ou seja, o número máximo de
indivíduos da população que conseguem sobreviver em determinado ambiente com os recursos
oferecidos.

5. D
Como a população de traíras foi reduzida, a predação exercida sobre a população de lambaris também
foi e isso permitiu um crescimento populacional de lambaris na região.

6. D
Ao comparar a taxa de crescimento das diferentes populações, vemos que a população IV é a com a
maior taxa de crescimento, indicando um aumento mais expressivo na população de ratos, que trará
prejuízos para as plantações.
TC = (N+I) - (M+E)
i. (65+5) - (40+23) = 7
ii. (27+2) - (8+18) = 3
iii. (54+16) - (28+15) = 27
iv. (52+40) - (25+12) = 55
v. (12+4) - (9+6) = 1

7. D
A competição entre espécies acaba limitando o crescimento principalmente da espécie menos adaptada,
podendo levá-la a diminuição do crescimento populacional.

8. A
A resistência ambiental irá “frear” o crescimento populacional quando atingir a capacidade de suporte
do ambiente. Assim, a população tenderá a se tornar constante, não tendo um crescimento e nem
diminuição da população grandes.

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Biologia

9. B
Os limites ambientais, também conhecidos como fatores de resistência do meio, podem acabar
causando a morte de mais organismos (ex. por predação ou mesmo falta de alimento), também
interferindo na taxa de natalidade.

10. C
O predador ao se alimentar de suas presas ele controla a densidade populacional da presa evitando
assim o aumento populacional.

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Biologia

Sais Minerais

Resumo

Os sais minerais são substâncias inorgânicas que ajudam a formar diversas moléculas e a participar de
reações químicas no nosso organismo. Podem ser encontrados dissolvidos no plasma celular, associados a
moléculas orgânicas ou mineralizados.

Funções Principais alimentos


Participa na formação dos ossos e dentes, contração muscular Laticínios e folhas
Cálcio
(Ca) e coagulação sanguínea. Sua falta provoca problemas nos verdes (brócolis,
ossos, como osteoporose e raquitismo. espinafre, alface, etc.)
Participa na composição das membranas da célula, na Carnes, aves, peixes,
Fósforo formação ATP, na formação de DNA e RNA e também auxilia ovos, laticínios e
(P) na formação de ossos e dentes. Sua falta dá uma maior leguminosas
probabilidade de fraturas ósseas e problemas musculares.
Fortalece ossos e dentes. A falta deste sal pode levar ao Água fluoretada, peixes
Flúor
(F) desenvolvimento de cáries e em certos casos, contribui para a e chás
osteoporose.

Ossos com osteoporose são mais frágeis pois apresentam menor quantidade de sais mineralizados.

Importante para a fabricação do ácido clorídrico presente no


Cloro
estômago. Sua falta causa deficiência na digestão de Sal comum
(Cl)
proteínas.
Forma a clorofila, atua juntamente com enzimas e vitaminas,
Folhas verdes, cereais,
Magnésio auxilia na formação de ossos e no funcionamento de nervos e
leguminosas, peixes,
(Mg) músculos. Sua falta causa fraqueza e pode levar a casos de
carnes, ovos e banana
hipertensão.
Participa na composição da hemoglobina. Sua falta pode Fígado, carnes, gema
Ferro causar anemia ferropiva. do ovo, pinhão,
(Fe) legumes e folhas
verdes

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Biologia

Molécula de hemoglobina, presente nas hemácias e com ferro em sua estrutura, responsável pelo transporte de gases pela corrente
sanguínea.

Importante no equilíbrio hídrico da célula, propagação do


Sódio impulso nervoso e controle da pressão arterial. Sua falta Sal (de cozinha ou
(Na) causa uma menor atividade muscular, problemas de pressão natural dos alimentos)
e câimbras.
Importante no equilíbrio hídrico da célula, propagação do
Frutas, verduras,
Potássio (K) impulso nervoso e controle da pressão arterial e frequência
leguminosas e cereais
cardíaca. Sua falta causa uma menor atividade muscular.

Esquema da bomba de sódio e potássio, importante exemplo de transporte ativo de nosso organismo.

Constitui os hormônios da tireoide, triiodotironina (T3) e


Iodo Sal de cozinha iodado,
tiroxina (T4). Sua falta pode provocar o bócio e outros
(I) peixes e frutos do mar
problemas metabólicos
Participa na produção de proteínas, para o desenvolvimento
Zinco do organismo, e ajuda também no sistema imune e na ação Carne de porco,
(Zn) antioxidante. Sua falta é mais comum em idosos e reduz a iogurtes
atividade imunológica e a libido.
Manganês Participa do metabolismo e transformação dos carboidratos. Castanhas, abacaxi e
(Mn) batata
Age com a vitamina B12 estimulando crescimento e
Cobalto (Cb) Vitamina B12 e tomate
combatendo infecções cutâneas
Atua junto com a vitamina E como antioxidante. É raro
Selênio problemas pela falta deste sal (como doenças cardíacas), Castanhas, frutos do
(Se) porém é possível haver intoxicação pelo excesso, causando mar e cereais integrais.
queda de cabelos e unhas.

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Biologia

Exercícios

1. Os seres vivos necessitam de diversos tipos de sais minerais para o funcionamento eficaz das células.
Na espécie humana, por exemplo, os íons de cálcio, dentre outras funções, participam da:
a) Contração muscular e da formação de ácido clorídrico no estômago
b) Coagulação do sangue e das moléculas de ácidos nucleicos.
c) Coagulação do sangue e da contração muscular.
d) Composição do osso e da forma da hemoglobina.
e) Forma da hemoglobina e da constituição dos hormônios da tireoide.

2. O iodo está entre um dos mais importantes sais minerais que necessitamos. Assinale abaixo a
alternativa correta sobre a importância desse sal mineral.
a) Faz parte da molécula de ácido nucleico.
b) Participa da transmissão do impulso nervoso.
c) Proteção dos dentes contra as cáries.
d) Participa nos processos de contração muscular.
e) Faz parte das moléculas dos hormônios da tireoide que estimulam o metabolismo.

3. Os adubos inorgânicos industrializados, conhecidos pela sigla NPK, contêm sais de três elementos
químicos: nitrogênio, fósforo e potássio. Qual das alternativas indica as principais razões pelas quais
esses elementos são indispensáveis à vida de uma planta?
a) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucléicos e proteínas; Fósforo - É constituinte de ácidos
nucleicos e proteínas; Potássio - É constituinte de ácidos nucléicos, glicídios e proteínas.
b) Nitrogênio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular; Fósforo - É constituinte de
ácidos nucleicos; Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.
c) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucléicos e proteínas; Fósforo - É constituinte de ácidos
nucleicos; Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.
d) Nitrogênio - É constituinte de ácidos nucleicos, glicídios e proteínas; Fósforo - Atua no equilíbrio
osmótico e na permeabilidade celular; Potássio - É constituinte de proteínas.
e) Nitrogênio - É constituinte de glicídios; Fósforo - É constituinte de ácidos nucleicos e proteínas;
Potássio - Atua no equilíbrio osmótico e na permeabilidade celular.

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Biologia

4. Os sais minerais, encontrados nos mais variados alimentos, desempenham função importante na
saúde do homem, podendo estar dissolvidos na forma de íons nos líquidos corporais, formando cristais
encontrados no esqueleto, ou ainda combinados com moléculas orgânicas. A alternativa que relaciona
CORRETAMENTE o sal mineral com sua função no organismo é:
a) K - participa dos hormônios da tireoide.
b) F - constitui, juntamente com o Ca, o tecido ósseo e os dentes.
c) P - participa da constituição da hemoglobina, proteína encontrada nas hemácias.
d) Cl- fortalece os ossos e os dentes e previne as cáries.
e) Ca - auxilia na coagulação sanguínea.

5. O petróleo é um tipo de combustível fóssil, de origem animal e vegetal, constituído principalmente por
hidrocarbonetos. Em desastres de derramamento de petróleo, vários métodos são usados para a
limpeza das áreas afetadas. Um deles é a biodegradação por populações naturais de microrganismos
que utilizam o petróleo como fonte de nutrientes. O quadro mostra a composição química média das
células desses microrganismos.

Para uma efetiva biodegradação, a região afetada deve ser suplementada com
a) nitrogênio e fósforo.
b) hidrogênio e fósforo.
c) carbono e nitrogênio.
d) carbono e hidrogênio.
e) nitrogênio e hidrogênio.

6. Entre os sais minerais descritos a seguir, marque a alternativa que indica corretamente aquele que faz
parte da composição da clorofila.
a) Ferro.
b) Flúor.
c) Iodo.
d) Magnésio.
e) Potássio.

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Biologia

7. Sabemos que o cálcio é um mineral bastante abundante no nosso corpo, sendo encontrado
principalmente nos ossos e dentes. Além desse importante mineral, qual outro sal faz parte da
composição e é considerado, juntamente com o cálcio, como principal componente de ossos e dentes?
a) Ferro.
b) Magnésio.
c) Iodo.
d) Fósforo.
e) Cloro.

8. Elementos que fazem parte da constituição das moléculas de ATP, clorofila e hemoglobina são,
respectivamente:
a) magnésio, ferro e fósforo.
b) ferro, magnésio e fósforo.
c) fósforo, magnésio e ferro.
d) magnésio, fósforo e ferro.
e) fósforo, ferro e magnésio.

9. No Alasca, o salmão é capturado pelos ursos durante a desova. As partes do peixe não consumidas
pelos ursos servem de alimento para outros animais e de fertilizante para as plantas. Já se observou
que plantas ribeirinhas de regiões onde ursos se alimentam de salmão crescem três vezes mais do que
plantas de outras áreas. Isso se deve ao fato de que as carcaças de peixes descartadas pelos ursos
enriquecem o solo com um dos macronutrientes mais importantes para o crescimento das plantas. A
que macronutriente o texto se refere?
a) Ao ferro
b) Ao zinco
c) Ao cloro
d) Ao nitrogênio
e) Ao manganês

10. Os sais minerais são reguladores e desempenham diversas funções relacionadas com o metabolismo.
São considerados ativadores enzimáticos e essenciais para o funcionamento celular. Sobre isso, é
correto afirmar-se que
a) o sódio interfere na pressão arterial e no volume celular.
b) a condução de impulsos nervosos nos nervos, nos músculos e no coração é desencadeada pelo
ferro.
c) o enxofre atua na produção de hormônios pela glândula tireoide.
d) a coagulação sanguínea depende diretamente do potássio.
e) o magnésio faz parte da hemoglobina.

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Biologia

Gabarito

1. C
O fósforo é importante para a contração e relaxamento muscular. Além disso, é importante fator para a
coagulação do sangue.

2. E
O iodo é o principal constituinte dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que são hormônios
reguladores do metabolismo.

3. C
Nos ácidos nucleicos temos uma base nitrogenada (com nitrogênio) e um radical fosfato (com fósforo);
o principal constituinte das proteínas são os aminoácidos (com nitrogênio). O potássio ajuda a regular o
transporte passivo e a abertura e fechamento dos estômatos na planta.

4. E
O cálcio participa da coagulação sanguínea, já que a presença deste sal no sangue, junto com a
tromboplastina, estimula a protrombina a formar a trombina.

5. A
O quadro presente na questão mostra a composição química média das células dos microrganismos. De
acordo com o quadro, há percentuais de: carbono, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, entre outros. Assim,
para uma efetiva biodegradação na área afetada com derramamento de petróleo (hidrocarboneto) é
necessário o suplemento de nitrogênio e fósforo, uma vez que o carbono e hidrogênio são componentes
do petróleo, estando presentes na área afetada.

6. D
A clorofila é formada pelo sal magnésio, e ele também participa dos processos metabólicos do
cloroplasto.

7. D
O fósforo é o outro sal importante para formação de ossos e dentes.

8. C
ATP possui fósforo em sua constituição (adenosina tri-fosfato), a clorofila possui magnésio e a
hemoglobina das hemácias possuem ferro.

9. D
Durante a decomposição da matéria orgânica, é liberado nitrogênio em grande quantidade. Esse
nitrogênio proveniente dos salmões mortos auxilia na nutrição das plantas.

10. A
O sódio altera a pressão arterial, influenciando a reabsorção de água nos néfrons, e atua no controle
osmótico, alterando o volume celular.

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Biologia

Cadeias alimentares e teias tróficas

Resumo

As relações alimentares entre os seres vivos são chamadas de relações tróficas. Elas podem ser
representadas como uma cadeia ou como uma teia alimentar. Nessas representações, as setas indicam o
sentido do fluxo de matéria orgânica e de energia, que é do sentido do ser vivo que foi consumido para o que
consumiu.
Os níveis tróficos são as posições que os organismos ocupam em uma relação trófica, e podem ser:

• Produtor: Primeiro Nível Trófico → Organismos autotróficos, que produzem matéria orgânica a partir da
fotossíntese ou quimiossíntese
• Consumidor Primário: Segundo nível trófico → Animais que se alimentam de organismos produtores,
podendo ser chamados de herbívoros
• Consumidor Secundário: Terceiro nível trófico → Animais que se alimentam de consumidores primários,
podendo ser chamados de carnívoros.
Os níveis dos consumidores serão sempre um a mais do que o nível anterior.

A Cadeia alimentar é a transferência de matéria e energia representada de maneira linear, entre organismos
em um ecossistema, onde o organismo é alimento de apenas um outro ser vivo.

Exemplo de cadeia alimentar, onde a planta é o produtor (1º nível trófico), o grilo é o consumidor primário (2º nível trófico), o sapo é o
consumidor secundário (3º nível trófico) e a cobra é o consumidor terciário (4º nível trófico). Todos os seres podem ser decompostos
pelos decompositores.

Os decompositores podem não ser mostrados em imagens de cadeias tróficas, porém possuem um papel
importante na reciclagem de nutrientes, transformando a matéria orgânica em matéria inorgânica. Assim, os
nutrientes são disponibilizados novamente no ambiente e retornam a cadeia alimentar. São exemplos de
decompositores principalmente os fungos e bactérias. Esses organismos não possuem um nível trófico fixo,
visto que eles podem decompor qualquer componente da cadeia alimentar.
A Teia Alimentar é um conjunto de cadeias alimentares, e um organismo pode ser alimento para mais de um
outro ser vivo, ou mesmo um consumidor se alimentar de mais de um tipo de organismo, fazendo com que

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Biologia

um mesmo indivíduo possa ocupar mais de um nível trófico. Neste caso, temos organismos onívoros, que
podem se alimentar tanto de produtores quanto de outros consumidores.

Exemplo de teia alimentar. Importante lembrar que todos os níveis podem ser decompostos por decompositores.

Ciclo da Matéria
Tanto nas cadeias quanto nas teias podemos ver o ciclo da matéria. Os organismos do primeiro nível trófico
produzem matéria orgânica através da fotossíntese ou quimiossíntese utilizando nutrientes inorgânicos
disponíveis no meio. Essa matéria será transferida ao longo da cadeia trófica no momento da alimentação.
Quando os seres morrem, os decompositores são os responsáveis por transformar a matéria orgânica
existente em matéria inorgânica, reiniciando assim o ciclo.

Esquema mostrando o ciclo da matéria

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Biologia

Transferência de Energia
A energia entra no sistema pelos organismos produtores, e é armazenada nas moléculas orgânicas. Durante
a vida, o metabolismo dos organismos gasta energia, então apenas parte da energia passa para o nível trófico
seguinte no momento da alimentação. O fluxo de energia sempre seguirá um fluxo unidirecional, pois parte
da energia é perdida ao longo da cadeia trófica.

Representação de uma cadeia alimentar indicando a concentração de energia ao longo dos níveis tróficos. Os decompositores não
estão representados.

Pirâmides Ecológicas
As cadeias alimentares podem ser representadas em pirâmides ecológicas, e elas podem ser

• de número: indica o número de organismos em cada nível trófico


• de biomassa: indica o peso/a quantidade de matéria orgânica presente nos organismos de cada nível
trófico
• de energia: indica a quantidade de energia presente em cada nível trófico
Tanto as pirâmides de número quanto de biomassa podem ser diretas (com a base mais larga, reduzindo o
tamanho a cada nível trófico) ou invertidas (com a base menor curta que o próximo nível). As pirâmides de
energia sempre serão diretas, pois o fluxo de energia é unidirecional. Veja na página a seguir.

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Biologia

Exemplos de pirâmides de energia. Pirâmides de biomassa invertidas são comuns em ambientes aquáticos. A letra “C”, nas pirâmides
de biomassa, indica “consumidor”.

Quando há um acúmulo de substâncias não biodegradáveis ao longo de uma cadeia ou teia alimentar, temos
a magnificação trófica, também chamada de biomagnificação. O último nível trófico é o que é mais afetado,
acumulando uma maior quantidade destes componentes em seu organismo.
Outro conceito é o de bioacumulação, onde há o acúmulo de substâncias tóxicas em apenas um organismo.

Esquema da magnificação trófica do pesticida DDT (diclorodifeniltricloroetano), mostrando os componentes da cadeia alimentar e uma
representação em pirâmide de número.

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Biologia

Exercícios

1. Os parasitoides (misto de parasitas e predadores) são insetos diminutos que têm hábitos muito
peculiares: suas larvas podem se desenvolver dentro do corpo de outros organismos, como mostra a
figura. A forma adulta se alimenta de pólen e de açúcares. Em geral, cada parasitoide ataca hospedeiros
de determinada espécie e, por isso, esses organismos vêm sendo amplamente usados para o controle
biológico de pragas agrícolas.

A forma larval do parasitoide assume qual papel nessa cadeia alimentar?


a) Consumidor primário, pois ataca diretamente uma espécie herbívora.
b) Consumidor secundário, pois se alimenta diretamente dos tecidos da lagarta.
c) Organismo heterótrofo de primeira ordem, pois se alimenta de pólen na fase adulta.
d) Organismo heterótrofo de segunda ordem, pois apresenta o maior nível energético da cadeia.
e) Decompositor, pois se alimenta de tecidos do interior do corpo da lagarta e a leva à morte.

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Biologia

2. Os personagens da figura estão representando situação hipotética de cadeia alimentar.

A figura representa um exemplo de cadeia alimentar


Suponha que, em cena anterior à apresentada, o homem tenha se alimentado de frutas e grãos que
conseguiu coletar. Na hipótese de, nas próximas cenas, o tigre ser bem-sucedido e, posteriormente,
servir de alimento aos abutres, tigre e abutres ocuparão, respectivamente, os níveis tróficos de:
a) produtor e consumidor primário.
b) consumidor primário e consumidor secundário.
c) consumidor secundário e consumidor terciário.
d) consumidor terciário e produtor.
e) consumidor secundário e consumidor primário.

3. Na goiabeira do quintal de uma casa, eram muitas as goiabas que se apresentavam infestadas por
larvas de moscas. Nos galhos da árvore, inúmeros pássaros se alimentavam dos frutos enquanto, ao
pé da goiabeira, pássaros iguais aos dos galhos se alimentavam das larvas expostas pelas goiabas que
haviam caído e se esborrachado no chão. Pode-se afirmar que:
a) Os pássaros dos galhos e os pássaros do chão ocupam diferentes níveis tróficos e, portanto, a
despeito da mesma aparência, não pertencem à mesma espécie.
b) As larvas são decompositores, enquanto os pássaros são consumidores primários.
c) As larvas são consumidores primários e os pássaros podem se comportar como consumidores
primários e secundários.
d) A goiabeira é produtor, os pássaros são consumidores primários e as larvas são parasitas, não
fazendo parte de esta cadeia alimentar.
e) As larvas ocupam o primeiro nível trófico, os pássaros dos galhos e os pássaros do chão ocupam,
respectivamente, o segundo e o terceiro níveis tróficos.

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Biologia

4. O gráfico apresenta dados sobre a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e a concentração de


metilmercúrio na água em cinco trechos (1, 2, 3, 4 e 5) ao longo de um rio.

Ao compararmos os trechos 1 e 5 podemos afirmar corretamente que a quantidade de matéria orgânica


em decomposição será:
a) Maior no trecho 1, onde os peixes do topo da cadeia alimentar terão a menor quantidade de
metilmercúrio/kg do que os outros animais.
b) Menor no trecho 5, onde os produtores apresentarão maior quantidade de metilmercúrio/kg em
comparação aos demais níveis tróficos.
c) Maior no trecho 1, onde os peixes dos níveis tróficos mais próximos dos produtores terão a maior
quantidade de metilmercúrio/kg do que os animais mais distantes.
d) Menor no trecho 5, onde os peixes do topo da cadeia alimentar terão a maior quantidade de
metilmercúrio/kg do que os outros animais.
e) Maior no trecho 5, onde os peixes do topo da cadeia alimentar terão a maior quantidade de
metilmercúrio/kg do que os outros animais.

5. Nas margens de um rio, verificava‐se a seguinte cadeia trófica:


O capim ali presente servia de alimento para gafanhotos, que, por sua vez, eram predados por
passarinhos, cuja espécie só ocorria naquele ambiente e tinha exclusivamente os gafanhotos como
alimento; tais passarinhos eram predados por gaviões da região. A lama tóxica que vazou de uma
empresa mineradora matou quase totalmente o capim ali existente. É correto afirmar que, em seguida,
o consumidor secundário
a) teve sua população reduzida como consequência direta do aumento da biomassa no primeiro nível
trófico da cadeia.
b) teve sua população reduzida como consequência indireta da diminuição da biomassa no primeiro
nível trófico da cadeia.
c) não teve sua população afetada, pois o efeito da lama tóxica se deu sobre o primeiro nível trófico
da cadeia e não sobre o segundo.
d) não teve sua população afetada, pois a lama tóxica não teve efeito direto sobre ele, mas sim sobre
um nível trófico inferior.
e) teve sua população aumentada como consequência direta do aumento da biomassa no segundo
nível trófico da cadeia.

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Biologia

6. A pirâmide de biomassa é uma representação gráfica da quantidade de matéria orgânica acumulada


nos diferentes níveis tróficos. Na figura abaixo, podemos observar duas dessas pirâmides.

Assinale a alternativa correta:


a) A pirâmide representada pela letra A é de um ambiente aquático (exemplo: oceano ou lago).
b) A pirâmide representada pela letra B não é uma configuração possível para representação da
variação da biomassa nos níveis tróficos.
c) A pirâmide representada pela letra B é de um ambiente terrestre (exemplo: floresta ou savana).
d) A pirâmide representada pela letra B é de ambiente aquático (exemplo: oceano ou lago).
e) Observando-se as pirâmides, podemos concluir que os indivíduos do segundo nível trófico
apresentam maior biomassa.

7. Suponha que um pesticida lipossolúvel que se acumula no organismo após ser ingerido tenha sido
utilizado durante anos na região do Pantanal, ambiente que tem uma de suas cadeias alimentares
representadas no esquema:
PLÂNCTON –> PULGA-D’ÁGUA –> LAMBARI –> PIRANHA –> TUIUIÚ
Um pesquisador avaliou a concentração do pesticida nos tecidos de lambaris da região e obteve um
resultado de 6,1 partes por milhão (ppm). Qual será o resultado compatível com a concentração do
pesticida (em ppm) nos tecidos dos outros componentes da cadeia alimentar?

a)

b)

c)

d)

e)

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Biologia

8. Assinale a alternativa que relaciona corretamente os níveis tróficos dos organismos constituintes da
teia alimentar representada ao lado.

a) Plantas são produtores e águias e corujas são simultaneamente consumidores de 1a, 2a e 3a


ordens.
b) Coelhos, ratos e morcegos são consumidores de 1a ordem, enquanto raposas são
simultaneamente consumidores de 2a, 3a e 4a ordens.
c) Ratos e morcegos são consumidores de 1a ordem, enquanto a coruja atua simultaneamente como
consumidor de 2a, 3a e 4a ordens.
d) Cobras e corujas são simultaneamente consumidores de 2a e 3a ordens, enquanto águias atuam
simultaneamente como consumidores de 2a, 3a, 4a e 5a ordens.
e) Plantas são produtores, enquanto raposas e águias são simultaneamente consumidores de 2a, 3a,
4a e 5a ordens.

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Biologia

9. O DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) é um eficiente matador de insetos. Introduzido em grande escala


durante a segunda guerra mundial, foi muito utilizado na agricultura brasileira para o controle de insetos
considerados como pragas. O DDT é um inseticida sintético que conserva sua atividade química por
muito tempo, ao invés de se decompor com facilidade. Por esse motivo, é um inseticida persistente,
conforme demonstra a figura abaixo:

Conforme o texto e a figura, assinale a alternativa correta:


a) Na cadeia alimentar representada pela figura, os consumidores sustentam os produtores.
b) O padrão de acumulação do DDT é diferente do fluxo de energia em uma cadeia alimentar. A
energia é armazenada, e não transmitida de um nível trófico para outro.
c) A concentração do DDT tende a aumentar no sentido dos produtores para os consumidores. Entre
os consumidores, o acúmulo de DDT tende a ser maior em consumidores terciários do que em
secundários.
d) A figura demonstra que a concentração de DDT diminui ao longo da cadeia, reduzindo sua
concentração de modo que, nas plantas, atinge níveis muito baixos.
e) As plantas deveriam ocupar o topo da figura, enquanto os carnívoros ocupariam os níveis mais
baixos da pirâmide.

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Biologia

10. Observe, inicialmente, as duas cadeias alimentares:


1. árvore → preguiças → pulgas → protozoários.
2. milho → roedores → cobras → gaviões.

Observe os modelos de pirâmide a seguir:

Analise a pirâmide I e II. É correto afirmar, com relação às cadeias 1 e 2 e aos modelos de pirâmides I
e II, que:
a) a pirâmide I pode representar tanto o número de indivíduos como a quantidade de energia
disponível em cada nível trófico da cadeia 2.
b) a pirâmide II pode representar tanto o número de indivíduos como a quantidade de energia
disponível em cada nível trófico da cadeia 1.
c) a pirâmide II pode representar a quantidade de energia disponível em cada nível trófico da cadeia
2.
d) a pirâmide I pode representar o número de indivíduos em cada nível trófico da cadeia 1.
e) a pirâmide I pode representar o número de indivíduos da cadeia 2, e a pirâmide II, a quantidade de
energia disponível em cada nível trófico da cadeia 1.

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Biologia

Gabarito

1. B
Como a lagarta é herbívoro, ou seja, um consumidor primário, o parasitoide então ocupará a função de
consumidor secundário.

2. C
O tigre ao se alimentar do homem, e este homem se alimentando de plantas, este ocupa a função de
consumidor secundário, enquanto os abutres serão então o consumidor terciário.

3. C
Ao se alimentarem de lagartas, e sendo as lagartas como herbívoros, os pássaros neste caso serão
consumidores secundários. Já quando eles se alimentam de frutas, eles ocuparão a função de
consumidor primário.

4. D
O mercúrio como não é biodegradável, ele tende a acumular ao longo da cadeia alimentar, sendo mais
abundantes nos consumidores que estarão no topo da cadeia.

5. B
Com a toxicidade foi afetada no capim, isso influenciou toda a cadeia trófica, diminuindo a população do
consumidor primário e consequentemente a do consumidor secundário.

6. D
A pirâmide B pode apresentar invertida em ambientes aquáticos devido à alta taxa reprodutiva dos
produtores.

7. C
A questão fala sobre bioacumulação e magnificação trófica. Esses conceitos têm relação com o aumento
de compostos tóxicos nos organismos, e sempre com um maior acúmulo nos organismos de maior nível
trófico. Como o lambari possui uma concentração de 6,1, os organismos abaixo dele (plâncton e pulga
d’água) na cadeia alimentar devem ter uma concentração menor, enquanto os indivíduos acima (piranha
e tuiuiú) devem ter uma concentração maior do composto.

8. B
Coelhos, ratos e morcegos se alimentam da planta, sendo animais herbívoros (consumidores primários).
As raposas podem ser consumidoras secundárias (ao comerem coelhos), terciárias (ao comerem uma
coruja que comeu um morcego ou um rato) ou quaternárias (ao comerem uma coruja que comeu uma
cobra).

9. C
O DDT, por não ser biodegradável, tende a se acumular ao longo a cadeia trófica causando a
magnificação trófica. Os consumidores no topo de cadeia por sua vez terão maiores concentrações
deste composto em seu organismo do que os seres que estão em níveis inferiores.

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10. A
Tanto o número de indivíduos, quanto o fluxo de energia pode ser representado pela pirâmide I, pois ela
é decrescente ao longo da cadeia.

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Filosofia

Filosofia pré-socrática

Resumo

Pré-socráticos: Os primeiros filósofos

Os filósofos pré-socráticos são os primeiros filósofos da história, tendo vivido entre os séculos VII e VI a.C.
e contribuído decisivamente para a ruptura entre o pensamento mítico e o pensamento racional. Eles são
chamados de pré-socráticos por terem precedido o grande filósofo Sócrates, cuja importância é tão grande
que dividiu a história da filosofia entre os pensadores que lhe precederam e os que lhe sucederam, como
Platão e Aristóteles. A maior parte da obra desses primeiros filósofos foi perdida, restando-nos fragmentos
e comentários feitos por filósofos posteriores, o que chamamos de doxografia. A grande genialidade desses
pioneiros foi ter, ao menos em parte, abandonado as explicações mitológicas sobre o mundo, para buscar
uma explicação mais lógica, mais racional, sem a presença de seres sobrenaturais.
Assim, os pré-socráticos irão buscar uma explicação do mundo através do Lógos (razão ou explicação
argumentativa) e não mais através do mito, abandonando o recurso tão usado pela poesia homérica ao
divino e ao transcendente. Dentre os filósofos pré-socráticos podemos destacar Heráclito de Éfeso,
Parmênides de Eleia, Demócrito de Abdera, Tales de Mileto, Empédocles de Agrigento, entre outros.

Existência, natureza e matéria


Uma das questões centrais do pensamento pré-socrático era: qual é o fundamento ou origem (arché) de
todas as coisas que existem? Ou seja, qual é o princípio que governa a existência de todas as coisas? Muitos
desses pensadores buscaram explicação nos elementos da natureza (physis), motivo pelo qual também são
conhecidos como filósofos da natureza. Segundo Heráclito, o primeiro princípio de tudo é o fogo; para Tales
é a água; para Empédocles são os quatro elementos: fogo, água, terra e ar; para Demócrito é o átomo.
Chamamos monistas os pensadores que acreditavam que a explicação sobre o fundamento de tudo era
originária de um único elemento. Já os pluralistas acreditavam que a origem das coisas era baseada em
vários elementos. Dentre esses se destaca a escola atomista, que define que a matéria é composta por
unidades indivisíveis de diversos tamanhos e pesos e agrupadas de variadas formas, o que resulta no mundo
como experimentamos.

A questão do conhecimento
Em relação à questão do conhecimento, destaca-se a discussão entre Heráclito e Parmênides. Heráclito
defende que tudo o que existe no mundo está em constante transformação, num fluxo perpétuo, ou seja,
nada permanece idêntico a si mesmo, “tudo flui”. Nesse sentido, o ser (tudo o que existe) está sempre em
movimento, por isso Heráclito é considerado um filósofo mobilista. A imagem que melhor representa esse
pensamento é a imagem do rio. Diz Heráclito que não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, pois, quando
entramos pela segunda vez, as águas do rio não são as mesmas e, portanto, o rio não é o mesmo. Além do
mais, nós, quando entramos novamente no rio, não somos também os mesmos, já somos diferentes do que
éramos, pois estamos submetidos necessariamente à mudança. Se nada permanece igual, o conhecimento
está diante de um problema: como posso dizer que conheço algo de maneira objetiva dado que essa coisa

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Filosofia

que digo conhecer, assim como tudo, está em constante transformação? Nesse sentido, o conhecimento é
justamente a percepção das transformações. Como o ser o móvel, o Lógos (razão) é mudança e contradição.

Parmênides, por outro lado, não aceitará em seu método as contradições, sendo famoso justamente por ter
estabelecido o princípio de não contradição através da frase: “o ser é e o não ser não é”. Assim, se para
Heráclito a permanência é uma ilusão, já para Parmênides a mudança é que consiste numa ilusão, sendo
impossível a passagem do ser para o não ser ou do não ser para o ser. Evidentemente, Parmênides não quer
dizer com isso que não existe mudança no mundo, mas apenas que as mudanças estão restritas ao mundo
material, às coisas sensíveis, mas a essência de uma coisa nunca muda, é imóvel. Assim Parmênides é
considerado um filósofo imobilista, pois aquilo que existe não pode deixar de ser o que é, ou seja, não pode
perder a sua essência. O mundo do pensamento, portanto, é imóvel e o conhecimento objetivo sobre as
coisas é possível graças à identidade que ele reconhece entre ser, pensar e dizer: as palavras refletem o
pensamento, e o pensamento tem a capacidade de exprimir a essência imutável das coisas.

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Filosofia

Exercícios

1. A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três
razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em
segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora
apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.
NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999

O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?


a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades
racionais.
b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.

2. TEXTO I
Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas
vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne.
HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo. Abril Cultural, 1996 (adaptado).

TEXTO II
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável
e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é
perecer? Como poderia gerar-se?
PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).

Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das
a) investigações do pensamento sistemático.
b) preocupações do período mitológico.
c) discussões de base ontológica.
d) habilidades da retórica sofistica.
e) verdades do mundo sensível.

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Filosofia

3. O homem sempre buscou explicações sobre os aspectos essenciais da realidade que o cerca e sobre
sua própria existência. Na Grécia antiga, antes de a filosofia surgir, essas explicações eram dadas pela
mitologia e tinham, portanto, um forte caráter religioso. Historicamente, considera-se que a filosofia
tem início com Tales de Mileto, em razão de ele ter afirmado que “a água é a origem e a matriz de todas
as coisas”. Nesse sentido, pode-se dizer que a frase de Tales tem caráter filosófico pelas seguintes
razões:
a) Porque destaca a importância da água para a vida; porque faz referência aos deuses como causa
da realidade e, porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é
matéria”.
b) Porque enuncia algo sobre a origem das coisas; porque o faz sem imagem e fabulação e porque
nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é um”.
c) Porque narra uma lenda; porque narra essa lenda através de imagens e fabulação e porque nela,
embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “tudo é movimento”.
d) Porque enuncia uma verdade revelada por Deus; porque o faz através da imaginação e, porque
nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “o homem é a medida de todas
as coisas”.
e) Porque enuncia algo sobre a origem das coisas; porque o faz recorrendo a deuses e a imaginação
e, porque nela, embora apenas subentendido, está contido o pensamento: “conhece-te a ti
mesmo”.

4. De acordo com o pensamento do filósofo Parmênides de Eleia, marque a alternativa correta.


a) A identidade é uma característica inerente ao domínio da opinião, uma vez que a pluralidade das
opiniões é o que atesta a identidade de cada indivíduo.
b) Segundo Parmênides, um mesmo homem não pode entrar duas vezes em um mesmo rio, posto
que a mutabilidade do mundo impede que o mesmo evento se repita.
c) Uma das leis lógicas, presente no pensamento de Parmênides, é o princípio de identidade,
segundo o qual todas as coisas podem ser e não ser ao mesmo tempo.
d) O caminho da verdade é também a via da identidade e da não contradição. Nesse sentido,
somente o Ser – por ser imóvel e idêntico – pode ser pensado e dito.
e) Para Parmênides “o ser é e o não ser não é”, princípio que afirma que todo que existem possuí um
exato oposto que o contradiz e o anula.

5. Heráclito nasceu na cidade de Éfeso, região da Jônia, e viveu aproximadamente entre 540 e 480 a.C.
Ficou conhecido como “o obscuro”, porque seus escritos eram, em geral, aforismos, isto é, frases
enigmáticas que condensam a ideia transmitida. Dentre suas ideias mais destacadas está a do “eterno
devir”.
A partir dessas informações, marque a alternativa que descreve corretamente o significado de “eterno
devir”.
a) O princípio de que tudo é água ou o elemento úmido.
b) A permanência do ser.
c) Transformação incessante das coisas.
d) O Mundo das Ideias.
e) Futuro distante

4
Filosofia

6. A relação entre mito e filosofia é objeto de polêmica entre muitos estudiosos ainda hoje. Para alguns,
a filosofia nasceu da ruptura com o pensamento mítico (teoria do “milagre grego”); para outros, houve
uma continuidade entre mito e filosofia, ou seja, de alguma forma os mitos continuaram presentes –
seja como forma, seja como conteúdo – no pensamento filosófico.
A partir destas informações, assinale a alternativa que NÃO contenha um exemplo de pensamento
mítico no pensamento filosófico.
a) Parmênides afirma: “Em primeiro lugar, criou (a divindade do nascimento ou do amor) entre todos
os deuses, a Eros...”.
b) Platão propõe algumas teses como a teoria da reminiscência e a transmigração das almas.
c) Heráclito afirma: “As almas aspiram o aroma do Hades”.
d) Aristóteles divide a ciência em três ramos: o teorético, o prático e o poético.
e) Tales afirma: “A coisa mais bela é o mundo, porque é obra divina”.

7. Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente.
Porque se as coisas que são agora neste mundo – terra, água, ar e fogo e as outras coisas que são
agora neste mundo – , se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua
natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em suas muitas mudanças e diferenciações,
então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, mistura-se umas às outras, nem fazer bem ou
mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir
à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas
nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando
sempre a mesma coisa.
DIÓGENES. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.

O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a
principal preocupação filosófica era de ordem
a) cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da
natureza.
b) política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras da democracia.
c) ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior.
d) estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis.
e) hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade.

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Filosofia

8. A atitude filosófica inicia-se dirigindo indagações ao mundo que nos rodeia e às relações que
mantemos com ele. Pouco a pouco, porém, descobre que essas questões se referem, afinal, à nossa
capacidade de conhecer, à nossa capacidade de pensar.
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, 1996. p. 14).
Sobre isso, é CORRETO afirmar que a filosofia
a) pode ser entendida como aspiração ao conhecimento sensível, lógico e assistemático da
realidade natural e humana.
b) é tão-somente uma forma consciente e acrítica de pensar e de agir.
c) é uma forma crítica e incoerente de pensar o mundo, produzindo um entendimento de seu
significado e formulando uma concepção específica desse mundo.
d) designava, desde a Grécia Antiga, a particularidade do conhecimento sensitivo, desenvolvido pelo
homem.
e) como forma consciente e crítica de compreender o mundo e a realidade não se confunde, de
maneira alguma, com o fato de estar "investida" inconscientemente de valores adquiridos com
base no "senso comum".

9. A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um infinitamente


múltiplo é a origem; mas nele a determinação dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que
contém aquilo que para o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por
exemplo, partículas de carne e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração, formam
aquilo que aparece como figura.
HEGEL, G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J. C. (Org.). Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural, 2000.

O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio
constitutivo das coisas” estava representado pelo(a)
a) número, que fundamenta a criação dos deuses.
b) devir, que simboliza o constante movimento dos objetos.
c) água, que expressa a causa material da origem do universo.
d) imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal.
e) átomo, que explica o surgimento dos entes.

10. A filosofia, para muitos filósofos e comentadores, tem data e local de nascimento – séc. VII a. C. – e
o primeiro filósofo teria sido Tales de Mileto (640-550 a.C.). Esse nascimento da filosofia marcou toda
história do Ocidente, deixando um vasto legado de conquistas que ainda hoje influenciam nosso modo
de ser. Dentre esses legados, destaca-se
a) a desconfiança nas decisões puramente racionais, exigindo que os sentimentos e as paixões
tivessem prioridade sobre a razão.
b) a visão fatalista da realidade, já que os gregos acreditavam que a vontade humana era
condicionada por determinismos sociais e históricos.
c) o nascimento da filosofia enquanto fato histórico-social, circunscrito à realidade grega,
exercendo pouca influência no desenvolvimento posterior do Ocidente.
d) o pensamento operando conforme leis e princípios que permitem distinguir o verdadeiro do falso,
além de postular que as práticas humanas eram resultado da deliberação da vontade.
e) A criação da ideia de Estado-Nação, ordenação sociopolítica que veio a se tornar o modelo de
organização das sociedades ocidentais herdeiras do legado grego.

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Filosofia

Gabarito

1. C
Nietzsche faz referência ao surgimento da filosofia através dos pré-socráticos que buscavam na
natureza (physis) uma justificativa racional para a origem de tudo. Inicialmente, encontravam um
elemento essencial (arché) como solução primordial.

2. C
Foram um grupo de filósofos que especularam sobre a origem do mundo e observaram a natureza como
fonte de conhecimento. A teoria de Parmênides visava o imobilismo, enquanto a de Heráclito, o
mobilismo. daí, encontramos a contradição teórica. Ontologia é um estudo voltado para o “ser”, portanto,
cada um dos filósofos possui um posicionamento quanto ao papel do “ser” na natureza.

3. B
O surgimento da filosofia está atrelado ao momento em que os homens passam a investigar as origens
do mundo, dos seres, enfim, de tudo o que os cerca, sem ter de recorrer a explicações baseadas no divino
ou no mito. A frase de Tales de Mileto aponta justamente isso, porque atribui a origem das coisas a um
ente físico (a água) e não a um ente sobrenatural. Encaixa-se nas teorias monistas dos primórdios da
filosofia (uma única origem para tudo). Excetuando a questão B, todas as alternativas estão erradas,
porque referem-se a uma informação que não está presente na afirmação (a presença de deuses ou
fabulação para explicarem a realidade); e se esses elementos estivessem presentes, não estaríamos
falando de filosofia, mas de mitos.

4. D
a) Incorreta. Segundo Parmênides, o ser é identidade, não há multiplicidade alguma.
b) Incorreta. Quem disse isso foi Heráclito de Éfeso, para quem o ser é devir constante.
c) Incorreta. Segundo Parmênides o ser é e o não ser não é.
d) Correta. Para Parmênides o que "é" é o que pode ser pensado e dito, e o que "não é" não pode nem
ser pensado nem dito. Ou seja, pluralidade ou multiplicidade, mudança ou movimento e oposições
são irreais, impensáveis e indizíveis. Assim, "não ser", "perceber" e "opinar" são o mesmo: nada,
diante do pensamento, que exige estabilidade, permanência e verdade.

5. C
a) Incorreta. Para Tales de Mileto tudo era água ou o elemento úmido.
b) Incorreta. A permanência do ser é a definição de Parmênides para a arché.
c) Correta. Segundo Heráclito, um homem não entra duas vezes no mesmo rio, porque o homem não
será o mesmo, tampouco o rio.
d) Incorreta. O mundo das ideias faz parte da filosofia posterior, de Platão.

6. D
A única afirmativa que não apresenta referência a alguma ideia de origem mítica é a D, na qual está
indicada a divisão da ciência proposta por Aristóteles, em uma visão racionalista. A afirmativa A fala em
um Ser Criador não palpável que cria um deus, Eros; a afirmativa B fala em transmigração de almas e
reminiscências, compreensíveis apenas em um contexto mítico, já que não possuem comprovação
racional ou científica; e a afirmativa C fala novamente em almas e em Hades, o deus grego que governaria
o mundo para onde iriam as almas dos mortos, portanto, um entendimento mítico do mundo.

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Filosofia

7. A
Para os filósofos pré-socráticos a principal questão se desenvolveu dentro do aspecto da natureza, sua
origem e seu funcionamento. Buscavam respostas que definiriam o princípio que rege a existência em
si. Não à toa também eram conhecidos como filósofos da physis.

8. E
A afirmativa correta é a E, pois informa que a filosofia é uma disciplina consciente e crítica à
compreensão sem, contudo, negar que esteja investida também de valores que se originam do senso
comum, afinal, esse também é base para o raciocínio filosófico. A afirmativa A está incorreta porque a
filosofia não se vale somente do conhecimento sensível, mas também do racional, e é sistemática em
seus procedimentos. A afirmativa B está incorreta porque a filosofia é crítica e não acrítica. A afirmativa
C está incorreta porque a filosofia é coerente e não incoerente. E a afirmativa D está incorreta porque a
filosofia não se restringe apenas a refletir sobre o conhecimento sensitivo, nem o indicava como
particular apenas aos homens, pois todas as criaturas sentem: o que diferencia o homem é justamente
a capacidade de pensar.

9. E
Os filósofos pré-socráticos foram responsáveis por buscar na natureza um elemento primordial que
justificasse a origem de todas as coisas. Para Demócrito, sua arché seria o átomo, parte indivisível e
eterna, que permanece em constante movimento.

10. D
Graças à atitude filosófica, os fatos, fenômenos, ações e ideias passaram a ser encaradas por uma
perspectiva racional, produzindo um encadeamento lógico que permite distinguir o verdadeiro do falso.
Além disso, essa mesma perspectiva racional permite dar autonomia aos seres humanos nas suas
ações, formando uma noção de aproximação da ideia de bem pela prática do controle da vontade.

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Filosofia

Sofistas e Sócrates

Resumo

Ignorância e autoconhecimento

O filósofo ateniense Sócrates (469 – 399 a.C) foi um pensador do período clássico da filosofia grega antiga
e é considerado o pai da filosofia. Podemos afirmar que Sócrates é um marco importante na filosofia pela
postura que o pensador admitia na busca do conhecimento. Partindo da frase “Conhece-te a ti mesmo” uma
das máximas délficas inscritas no templo de Apolo, Sócrates revolucionou o pensamento, que até então era
voltado ao mundo ao redor do homem, para seu interior, inaugurando a filosofia antropológica. Essa máxima
guiou o filósofo na sua relação com o conhecimento, que nunca se afirmava como sábio, mas amante do
saber.
Sócrates se considerava um ignorante. Afirmava que acreditar saber aquilo que não sabe era a ignorância
mais reprovável. Por ser um amante da sabedoria, tinha uma postura humilde frente ao conhecimento e
acreditava que reconhecer sua própria ignorância era o primeiro passo na busca da verdade. O oráculo de
Delfos chegou a afirmar que Sócrates era o homem mais sábio que existia. Mas esse, ao saber disso, e, em
autoexame, afirmou: “Se sei de uma coisa, é de que nada sei”. A partir dessa afirmação podemos perceber o
quanto Sócrates valorizava o autoconhecimento. Para ele, uma vida não refletida não vale a pena ser vivida.
Por isso, o pensador criou um método de (auto)investigação que baseou sua ação em Atenas e acabou por
despertar a ira da elite local.

O método socrático

Sócrates acreditava na superioridade da língua oral sobre a língua escrita. Considerava que o conhecimento
deveria ser construído sempre através do diálogo e, por isso, não deixou nenhum texto
escrito. Diferentemente dos sofistas, Sócrates era um pensador dogmático, ou seja, acreditava que era
possível encontrar o conhecimento verdadeiro através da diferenciação entre a mera opinião (doxa) e a
verdade (episteme).
A genialidade do seu pensamento pode ser compreendida, em linhas gerais, se atentarmos para o método
socrático, que é composto de dois momentos principais: A ironia e a maiêutica. A ironia pode ser entendida
como o momento destrutivo do diálogo, onde Sócrates procurava mostrar ao seu interlocutor que aquilo que
ele considerava ser uma verdade tratava-se apenas de uma opinião. É o momento chave da assunção da
ignorância. Já no segundo momento do diálogo – a maiêutica – Sócrates fazia o que chamava de parto das
ideias (inspirado pelo ofício de sua mãe), levando seu interlocutor a buscar a verdade por si mesmo através
do diálogo.

Sofistas: os mestres da retórica

No período clássico (séc. V e IV a.C), o centro cultural deslocou-se das colônias gregas para a cidade de
Atenas. Nesse período, Atenas vivia uma intensa produção artística, filosófica, literária, além do
desenvolvimento da política. No campo da filosofia, embora ainda se discutisse temas cosmológicos, o
avanço em direção à política, moral e antropologia já era visível. Nesse contexto, surgem os sofistas,
filósofos que ficaram conhecidos como os mestres da retórica.

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Filosofia

Os sofistas eram professores itinerantes, ou seja, não ensinavam em um único lugar. Uma das suas
características era cobrar pelos seus ensinamentos, recebendo assim duras críticas dos seguidores de
Sócrates, que os acusavam de mercenários do saber. Outra crítica que comumente era feita aos sofistas
dizia respeito à crença de que eles não se importavam com a verdade, mas apenas com a persuasão,
reduzindo seus argumentos a meras opiniões. É importante salientar, no entanto, que os sofistas, em sua
maioria, pertenciam à classe média e, por isso, necessitavam cobrar pelas suas aulas.
Durante séculos perdurou uma visão pejorativa dos sofistas, mas a partir do século XIX uma nova
historiografia surgiu reabilitando-os e realçando suas principais contribuições. Dentre elas sua contribuição
para a sistematização do ensino, elaborada a partir de um currículo de estudos dividido entre gramática (da
qual são os iniciadores), retórica e dialética. Além disso, eles contribuíram decisivamente para o
estabelecimento do sistema político democrático na Grécia.

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Filosofia

Exercícios

1. Em um importante trecho da sua obra Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes
termos: Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da natureza em sua totalidade, mas buscava
o universal no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a fixar a atenção nas definições.
ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002. A6, 987b 1-3.

Com base na filosofia de Sócrates e no trecho citado, assinale a alternativa correta.

a) O método utilizado por Sócrates consistia em um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu
interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio reconhecimento da própria ignorância −, e
levá-lo a formular conceitos de validade universal (definições).
b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza. Para ele, a investigação filosófica é a busca
pela “Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por isso, o método socrático era idêntico aos
utilizados pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
c) O método socrático era empregado simplesmente para ridicularizar os homens, colocando-os
diante da própria ignorância. Para Sócrates, conceitos universais são inatingíveis para o homem;
por isso, para ele, as definições são sempre relativas e subjetivas, algo que ele confirmou com a
máxima “o Homem é a medida de todas as coisas”.
d) Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por meio da investigação filosófica. Para ele,
isso implica não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o filósofo, o
fundamento da vida moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o que é o bem para o
indivíduo num dado momento de sua existência.
e) Sócrates concluiu que o universal é apenas uma abstração humana, não existindo na realidade.
Por isso, ficou conhecido como o primeiro relativista, afirmando que a busca do conhecimento se
funda em definir o que é assumido como verdade em dado momento histórico.

2. Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo
real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no
errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas
regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a


correlação entre justiça e ética é resultado de
a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.

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Filosofia

3. A filosofia de Sócrates se estrutura em torno da sua crítica aos sofistas, que, segundo ele, não amavam
a sabedoria nem respeitavam a verdade. O ataque de Sócrates à sofística NÃO tem como pressuposto
a ideia de que:
a) o conhecimento verdadeiro só pode ser resultado de um diálogo contínuo do homem com os
outros e consigo mesmo.
b) o confronto de opiniões na política democrática afasta a possibilidade de se alcançar a sabedoria.
c) a ciência (episteme) é acessível a todos os homens, contanto que estejam dispostos a renunciar
ao mundo das sensações.
d) a verdade das coisas é obtida na vida cotidiana dos homens e, portanto, pode ser múltipla e
inacabada.
e) o autoconhecimento é a condição primária de todos os outros conhecimentos verdadeiros.

4. Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das
concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre.

Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor que
sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior
dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais
condenável não é essa de supor saber o que não se sabe?
(Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61.)

Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia,
a verdade, para além da mera aparência do saber.
b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das contradições
que traz consigo.
c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar a
ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente examinada.
d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria ignorância, admite que
nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o sábio, segundo a concepção
socrática.

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Filosofia

5. Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates paralisa e embaraça;
leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção incomum: os temperamentais, como
Alcibíades, sabem que encontrarão junto dele todo o bem de que são capazes, mas fogem porque
receiam essa influência poderosa, que os leva a se censurarem. É sobretudo a esses jovens, muitos
quase crianças, que ele tenta imprimir sua orientação.
BRÉHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na


a) contemplação da tradição mítica.
b) sustentação do método dialético.
c) relativização do saber verdadeiro.
d) valorização da argumentação retórica.
e) investigação dos fundamentos da natureza.

6. Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os transeuntes e fazer perguntas aos
que se achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates colocava o
interlocutor em situação delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em virtude de sua
atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a juventude,
desobedecer às leis da cidade e desrespeitar certos valores religiosos.
Considerando essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma pela qual seu
pensamento foi transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia:
a) transmitia conhecimentos de natureza científica.
b) baseava-se em uma contemplação passiva da realidade.
c) transmitia conhecimentos exclusivamente sob a forma escrita entre a população ateniense.
d) ficou consagrada sob a forma de diálogos, posteriormente redigidos pelo filósofo Platão.
e) procurava transmitir às pessoas conhecimentos de natureza mitológica.

7. O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens.


Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer
para definir o que é um sofista.
Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa
exposição ou empregar o método interrogativo?
Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo;
com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)

É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar
a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos.
b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores.
c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos.
d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus.
e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano.

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Filosofia

8. O Oráculo de Delfos teria declarado que Sócrates (470-399 a.C.) era o mais sábio dos homens. Essa
profecia marcou decisivamente a concepção socrática de Filosofia, pois sua verdade não era óbvia:
“Logo ele, sem qualquer especialização, ele que estava ciente de sua ignorância? Logo ele, numa
cidade [Atenas] repleta de artistas, oradores, políticos, artesãos? Sócrates parece ter meditado
bastante tempo, buscando o significado das palavras da pitonisa. Afinal concluiu que sua sabedoria
só poderia ser aquela de saber que nada sabia, essa consciência da ignorância sobre as coisas que
era sinal e começo da autoconsciência.”
(J. A. M. Pessanha)
Sobre a filosofia de Sócrates, é incorreto afirmar que:

a) a sabedoria de Sócrates está em saber que nada sabe, enquanto os homens em geral estão
impregnados de preconceitos e noções incorretas, e não se dão conta disso.
b) a filosofia de Sócrates consiste em buscar a verdade, aceitando as opiniões contraditórias dos
homens; quanto mais importante era a posição social de um homem, mais verdadeira era sua
opinião.
c) o reconhecimento da própria ignorância é o primeiro passo para a sabedoria, pois, assim,
podemos nos livrar dos preconceitos e abrir caminho para a verdade.
d) após muito questionar os valores e as certezas vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar
os deuses oficiais (impiedade) e corromper a juventude; foi julgado e condenado à morte por
ingestão de cicuta.
e) o caminho socrático para a sabedoria deve ser trilhado pelo próprio indivíduo, que deve por ele
mesmo reconhecer seus preconceitos e opiniões, rejeitá-los e, através da razão, atingir a verdade
imutável.

9. ‘Via de regra, os sofistas eram homens que tinham feito longas viagens e, por isso mesmo, tinham
conhecido diferentes sistemas de governo. Usos, costumes e leis das cidades-estados podiam variar
enormemente. Sob esse pano de fundo, os sofistas iniciaram em Atenas uma discussão sobre o que
seria natural e o que seria criado pela sociedade.’’
(GAARDER, J. O Mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995).

Sobre os sofistas, é incorreto afirmar que:


a) eles tiveram papel fundamental nas transformações culturais de Atenas
b) eles se dedicaram à questão do homem e de seu lugar na sociedade
c) eles eram mercenários e só visavam ao lucro na arte de ensinar
d) eles foram os primeiros a compreender que o “homem é medida de todas as coisas"
e) eram pensadores itinerantes, ou seja, viajavam de cidade em cidade em busca de novos
estudantes

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Filosofia

10. “Os sofistas eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos
de filosofia. Levando em consideração os interesses dos alunos, davam aulas de eloquência e
sagacidade mental. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e
privados.”

“O momento histórico vivido pela civilização grega favoreceu o desenvolvimento desse tipo de
atividade praticada pelos sofistas. Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas
assembleias democráticas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam a necessidade de
aprender a arte de argumentar em público para conseguir persuadir em assembleias e, muitas vezes
fazer prevalecer seus interesses individuais e de classe.”

“As lições sofísticas tinham como objetivo, portanto, o desenvolvimento do poder da argumentação,
da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Eles transmitiam, enfim, todo um
jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas,
driblando as teses dos adversários”.
(Gilberto Cotrim – Fundamentos de Filosofia)

Sócrates rebelou-se contra os sofistas e desenvolveu uma teoria contrária à deles, fazendo-lhes
pesadas críticas e acusações. Sobre os sofistas, seria incorreto afirmar o seguinte:
a) Ensinavam a técnicas de persuasão aos jovens, que aprendiam a defender uma posição e depois
a posição contrária, a fim de que tivessem bons argumentos a favor ou contra qualquer opinião
na assembleia.
b) Ensinavam a arte da persuasão, cuja única finalidade era fazer os jovens mentirem.
c) Foram incumbidos de organizar o projeto de educação da democracia ateniense.
d) Apresentavam-se como mestres da oratória, capazes de ensinar a arte da persuasão a quem
quisesse aprendê-la.
e) Foram mestres na arte de bem falar.

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Filosofia

Gabarito

1. A
A afirmativa B está errada. Uma das divisões dos períodos da filosofia antiga em pré-socrático e
socrático se dá justamente devido a uma ruptura de entendimento e não por questões temporais.
Sócrates abandona o pensamento sofista. Desta forma, não há como dizer que o método socrático era
idêntico ao dos filósofos que o antecederam. A afirmativa C está errada, o objetivo de Sócrates não era
ridicularizar os homens, mas sim fornecer-lhes meios de conhecer realmente, sendo o conhecimento
uma virtude primeira. Por sua vez, a frase "o Homem é a medida de todas as coisas" é de Protágoras. A
afirmativa D está errada, Sócrates buscava o conhecimento real e não em sua aparência. E o egoísmo,
como conceito, só é criado no século XVIII (ainda que já se conhecessem suas características), não
podendo ser atribuído ao filósofo da antiguidade.

2. D
Para o pensamento platônico, as noções de justiça e ética estão voltadas para o ensinamento
transmitido através da vida em comunidade, já que cada indivíduo é responsável por suas ações para si
e para os demais e Trasímaco também compreende que essas noções estão ligadas ao processo social.
No entanto, Platão tem uma posição dogmática em relação a esses conceitos, acreditando que justiça e
bem são coisas reais e que cabe ao filósofo as comtemplar no mundo inteligível. Trasímaco, ao contrário,
entende que preceitos de comportamento em comunidade são imposições e, por isso, relativas.

3. D
Sócrates acreditava que os sofistas não eram verdadeiros filósofos, pois os filósofos são os amantes da
sabedoria. Sua crença se dá pelo fato de os sofistas cobrarem para ensinar, o que denotava que esses
pensadores não estavam interessados na sabedoria em si. Também os criticava por serem relativistas,
suas afirmações eram frágeis e voláteis, importando mais a retórica que o que é dito em si. Sócrates era
dogmático, ou seja, acreditava na existência de uma verdade permanente e imutável. Sendo assim, sua
crítica não poderia se basear num conceito de verdade que comtemple provisoriedade e multiplicidade.

4. C
O lema da filosofia socrática é: conheça-te a ti mesmo; e como o próprio Sócrates diz na sua Apologia:
“a vida sem inspeção não vale a pena ser vivida pelo homem”. Seguindo esse lema e essas palavras,
podemos dizer que o pensamento de Sócrates se desenvolve como uma investigação metódica cuja
única finalidade é esclarecer através deste exame minucioso a ignorância daquele que diz saber sem,
todavia, saber realmente. O segredo dessa investigação metódica (a dialética) de Sócrates está no
conceito de ironia que garante para cada interlocutor um discurso particular a respeito das suas
suposições sobre seu próprio conhecimento. Por esse discurso, o filósofo esclarece seu interlocutor
sobre sua ignorância e o faz assumir, ou pelo menos considerar a possibilidade de uma postura distinta
da inicial, mais elevada, mais sábia e, portanto, capaz de se reconhecer a si mesmo.

5. B
A dialética socrática era dividida em ironia e maiêutica, na qual há um debate entre posicionamentos
distintos que são defendidos e contraditos posteriormente. O objetivo era gerar o “parto” das ideias,
chegar a novos conhecimentos.

8
Filosofia

6. D
A filosofia de Sócrates é baseada na dialética, onde, através do método socrático, interpelava as pessoas
e iniciava um diálogo com a intenção de atacar a mera opinião e fazer nascer novas ideias
comprometidas com a verdade. Sócrates afirmava que as pessoas devem gerar o conhecimento por si,
sendo apenas o “parteiro” dessas ideias. Por seu conhecimento em livros textos seria contrariar sua
perspectiva e seu método. Por isso, principalmente através de Platão, os registros sobre a filosofia
socrática aparecem em formato de diálogos.

7. A
Platão, influenciado fortemente por Sócrates, apresenta em seus diálogos a metodologia de seu mestre
para empreender a busca da verdade. O método socrático constrói-se a partir de perguntas e respostas
(dialética) que levam o interlocutor, que não possua conhecimento e coerência sobre o que está falando,
a contradizer-se e acabar por revelar sua ignorância. A partir deste momento inicia-se outra construção
que conduz o interlocutor a descobrir a verdade de forma gradativa e coerente. Este método que busca
a construção da verdade por meio da contraposição de argumentos é conhecido como maiêutica.

8. A
A verdade em nada se relaciona com a importância de determinados homens. Para os homens se
tornarem sábios, devem trilhar o caminho da filosofia, perceber a contradição de suas ideias e passar a
buscar a verdade.

9. C
Os sofistas foram muito malvistos devido aos escritos de Platão. Entretanto, ainda que lucrassem com
sua atividade de ensino, esses filósofos desenvolveram importantes teorias. Hoje sua importância é
reconhecida principalmente em relação ao relativismo cultural e às contribuições ao espírito
democrático.

10. B
Apesar das críticas tecidas aos sofistas, seu objetivo estava longe da propagação da mentira. Como
podemos apreender do enunciado, os sofistas buscavam desenvolver nos seus alunos a capacidade
retórica e a eloquência, essenciais para a vida no ambiente político ateniense, democrático e aberto ao
discurso. Além disso, não se trata de mentira ou verdade, mas de uma percepção diferente do
conhecimento. Os sofistas não percebiam o conhecimento tal qual Sócrates e seus discípulos, que eram
dogmáticos. Os sofistas eram relativistas e acreditavam na multiplicidade e provisoriedade da verdade.

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Filosofia

Teoria das ideias de Platão

Resumo

Discípulo mais importante de Sócrates, responsável por quase tudo que sabemos sobre seu mestre, Platão é
tido por muitos como o maior filósofo de todos os tempos. De fato, produziu ele uma obra imensa, da qual
nos restaram cerca de 28 livros, abrangendo e todos os temas possíveis para a investigação filosófica. Não
obstante toda essa variedade, porém, a obra platônica possui uma unidade, um eixo central: a chamada
Teoria das Ideias.
Elaborada basicamente como um esforço de síntese entre o mobilismo de Heráclito e o imobilismo de
Parmênides, a Teoria das Ideias de Platão era dualista: segundo ela, a realidade se encontra dividida em dois
níveis: o mundo sensível e o mundo inteligível. No que diz respeito ao mundo sensível, Heráclito estaria
correto, ao assinalar o devir e o conflito; no que diz respeito ao mundo inteligível, Parmênides seria o correto,
ao ressaltar a permanência e a identidade.
De acordo com Platão, o mundo sensível, realidade mais imediata e aparente, é o conjunto de tudo aquilo que
percebemos com os cinco sentidos, através de nosso corpo; por sua vez, o mundo inteligível, realidade mais
profunda, invisível aos sentidos, só é captável pela razão, pela inteligência, através da alma. Para esta divisão
platônica, no mundo sensível se encontram as coisas, realidades concretas, palpáveis, determinadas; já no
mundo inteligível se encontram as Ideias, essências abstratas das coisas. Enquanto as Ideias são eternas e
imutáveis, as coisas são mutáveis e passageiras; enquanto as Ideias são unas e espirituais, as coisas são
múltiplas e corpóreas; enquanto as Ideias inteligíveis são modelos perfeitos e acabados, as coisas sensíveis
são cópias imperfeitas e corruptíveis. Em suma, neste mundo sensível em que vivemos se encontra apenas
o reflexo imperfeito do mundo inteligível (ou mundo das Ideias) que só pode ser acessado pela alma. Lembre-
se sempre, é claro, que entre as próprias Ideias há uma hierarquia ontológica, e a Ideia suprema é a ideia do
Bem.
Esta diferença ontológica é que serve de base para a teoria do conhecimento de Platão. De fato, uma vez que
o mundo inteligível é superior ao sensível, sendo perfeito e servindo de base para ele, apenas a razão, apenas
a alma, que é capaz de alcançar o mundo das Ideias, pode efetivamente obter conhecimento genuíno, alcançar
a verdade absoluta. Por sua vez, preso que é ao mundo sensível, o corpo, dotado dos cincos sentidos, só pode
obter opinião, alcançar verdade relativa. Não à toa, para Platão, o método que dá ao homem condições de
alcançar as Ideias é a dialética, isto é, a discussão racional - influência de Sócrates. Aliás, a diferença
fundamental entre o filósofo e o homem comum, de acordo com Platão, é justamente que, enquanto o
primeiro se guia por sua alma e, portanto, pelo que é eterno, o segundo se guia por seu corpo, sendo escravo
de impulsos passageiros.
Preocupado em expor sua teoria não apenas através de argumentos lógico-racionais, mas também por meio
de imagens apropriadas, Platão elaborou uma história, uma fábula que representasse a Teoria das Ideias: a
chamada alegoria ou mito da caverna.
No mito da caverna, Platão nos pede para imaginarmos uma série de homens presos em uma caverna desde
a sua infância. Tais homens, porém, encontram-se presos de um modo especial: estão algemados de uma
maneira com que jamais conseguem olhar para entrada da caverna, mas apenas para o seu fundo. Do lado
de fora da caverna, por sua vez, há uma mureta e, atrás dela, alguns transitando com objetos nas mãos. Mais
além da mureta, há uma fogueira. Ora, a fogueira, projetando luz sobre os homens da mureta, gera sombras

1
Filosofia

no fundo da caverna. Os prisioneiros, algemados desde a infância, capazes apenas de ver o fundo da caverna,
naturalmente consideram as sombras, única realidade que conseguem ver, a única realidade verdadeira.
Diz Platão: imaginemos, porém, que um dos prisioneiros se liberte, perceba que aquela realidade de sombras
é apenas o reflexo imperfeito de uma realidade superior, se livre das algemas e saia da caverna. Obviamente,
tal prisioneiro terá dificuldade, a princípio, de adaptar-se ao ambiente externo: a luz do Sol tenderá a cegá-lo,
uma vez que ele estava acostumado à escuridão. Com o tempo, porém, ele se adaptará, diz Platão, verá com
nitidez os homens da mureta e poderá enfim ver o próprio Sol de frente. Depois, alegre e satisfeito, sentindo-
se na obrigação de esclarecer seus amigos, voltará à caverna para revelar o engano dos demais prisioneiros.
Estes, porém, inteiramente acostumados às sombras, não o compreenderão, o verão como louco e o matarão.
Como se deve imaginar, como um dos elementos deste mito é um símbolo. Os prisioneiros da caverna somos
nós, seres humanos. As sombras representam o mundo sensível. A mureta e os homens da mureta, original
do qual derivam as sombras, são o mundo inteligível ou mundo das Ideias. As algemas que aprisionam os
homens e só os permitem ver as sombras são os sentidos. O homem que se liberta da caverna e volta para
esclarecer os demais é o filósofo (sua morte pelos demais prisioneiros é uma referência à Sócrates). O
exercício e a dificuldade do homem em adaptar-se à luz do ambiente externo é a dialética. O Sol é a Ideia
suprema, a Ideia do Bem.
Como se vê, tanto no mito da caverna quanto na Teoria das Ideias propriamente dita, Platão sempre apresenta
o filósofo como uma figura superior e mais sábia do que o homem comum. Isto tinha implicações políticas.
Com efeito, para o pensador grego, uma sociedade justa não seria uma sociedade democrática, onde todos
têm igualmente acesso ao poder político, mesmo que não tenham capacidade de fazer bom uso dele. Não.
Uma sociedade justa seria aquela em que apenas aqueles que têm competência para exercer o poder político,
isto é, os sábios, teriam acesso a ele. Por isso, Platão defendia uma sociedade hierárquica, dividida em três
classes: os trabalhadores, responsáveis pela subsistência da sociedade; os guerreiros, responsáveis pela
proteção da sociedade; e os filósofos, responsáveis pelo governo da sociedade.

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Filosofia

Veja aqui o vídeo desse mapa mental. Hehehe.

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Filosofia

Exercícios

1. Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar
conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se
de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos
ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada
mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo.
(PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Os Pensadores) p. 48).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é CORRETO afirmar que
a) a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um indivíduo belo, no qual percebemos
o belo em si.
b) a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que visam a uma dimensão transcendente
da beleza em si.
c) a compreensão do que é belo se dá subitamente, quando partimos dele para compreender os belos
ofícios e ciências.
d) a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite distinguir quais deles são belos ou
feios em si.
e) a participação do mundo sensível no mundo inteligível possibilita a apreensão da beleza em si.

2. Segundo a conhecida alegoria da caverna, que aparece no Livro VII da República, de Platão, há
prisioneiros, voltados para uma parede em que são projetadas as sombras de objetos que eles não
podem ver. Esses prisioneiros representam a humanidade em seu estágio de mais baixo saber acerca
da realidade e de si mesmos: a doxa, ou “opinião”. Um desses prisioneiros é libertado à força, num
processo que ele quer evitar e que lhe causa dor e enormes dificuldades de visão (conhecimento).
Gradativamente, ele é conduzido para fora da caverna, a um estágio em que pode ver as coisas em si
mesmas, isto é, os fundamentos eternos de tudo o que, antes, ele via somente mediante sombras.
Esses fundamentos são as Formas. Para além das Formas, brilha o Sol, que representa a Forma das
Formas, o Bem, fonte essencial de todo ser e de todo conhecer e unicamente acessível mediante
intuição direta. Com base nisso, responda à seguinte questão: se chegamos ao conhecimento das
Formas mediante a dialética, que é o estabelecimento de fundamentos que possibilitam o
conhecimento das coisas particulares (sombras), é CORRETO dizer:
a) para Platão, a dialética é o conhecimento imediato (doxa) dos objetos particulares.
b) o Bem é um objeto particular, que pode ser conhecido sensivelmente, de modo imediato e indolor,
por todos os seres humanos.
c) as Formas são somente suposições teóricas, sem realidade nelas mesmas.
d) a dialética, que não é o último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo
difícil, que exige esforço, às coisas em si mesmas (Formas).
e) a dialética, último estágio do ser e do conhecer, permite chegar, mediante um processo difícil, ao
conhecimento do Bem

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Filosofia

3. Leia o texto a seguir sobre o tema Filosofia na História:


A filosofia antiga grega e greco-romana tem uma história mais que milenar. Partindo do século VI a.C.,
chega até o ano de 529 d.C., ano em que o imperador Justiniano mandou fechar as escolas pagãs e
dispersar os seus seguidores. Nesse arco de tempo, podemos distinguir o momento das grandes
sínteses de Platão e Aristóteles.
(REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulinas, 1990, p. 25-26).

O autor na citação acima sinaliza a significância do período sistemático da filosofia antiga. No que
tange à filosofia de Platão, assinale a alternativa CORRETA.
a) Enfatiza as ideias no mundo sensível, buscando a verdade na natureza.
b) Retrata a doutrina das ideias e salienta a existência do mundo ideal para fazer possível a
verdadeira ciência.
c) Prioriza a verdade do mundo concreto com a confiança no conhecimento dos sentidos.
d) Sinaliza o valor dos sentidos como condição para o alcance da verdade.
e) Atenta para o significado da razão no plano da existência da realidade sensível.

4. Pensemos num cavalo diante de nós. Então perguntemos: o que é isso? Platão diria: “Esse animal não
possui nenhuma existência verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser.
Verdadeiramente é apenas a Ideia, que se estampa naquele cavalo, que não depende de nada, nunca
veio-a-ser, sempre da mesma maneira. Enquanto reconhecemos nesse cavalo sua Ideia, é por completo
indiferente se temos aqui diante de nós esse cavalo ou seu ancestral. Unicamente a Ideia do cavalo
possui ser verdadeiro e é objeto do conhecimento real”. Agora, deixemos Kant falar: “Esse cavalo é um
fenômeno no tempo, no espaço e na causalidade, que são as condições a priori completas da
experiência possível, presentes em nossa faculdade de conhecimento, não determinações da coisa-
em-si. Para saber o que ele pode ser em si, seria preciso outro modo de conhecimento além daquele
que unicamente nos é possível pelos sentidos e pelo entendimento.”
(Arthur Schopenhauer. “Sobre as ideias”. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)

Schopenhauer compara as filosofias platônicas e kantianas, fazendo-as responder a uma mesma


questão. Na perspectiva platônica, o cavalo presente “diante de nós” é
a) absolutamente igual a todos os cavalos do mundo.
b) um ser imutável e eterno.
c) a essência do cavalo real.
d) a demonstração da inexistência do mundo inteligível.
e) uma sombra da ideia do cavalo.

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Filosofia

5.

No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o
conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a
a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
b) realidade inteligível por meio do método dialético.
c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.

6. Segundo Platão, na sequência de Sócrates, a sociedade nasce do homem, isto é, de sua condição
natural. O Bem e a Justiça se realizam no exercício da cidadania.
PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis, 2006. p. 31.

Sobre esse assunto, está CORRETO o que se afirma na alternativa:


a) Compreender o que são o bem e a justiça proporciona subsídios para julgar melhor a concepção
de cidadania.
b) O bem e a justiça são categorias indiferentes para o entendimento e a prática da cidadania.
c) O campo da justiça se configura como secundário para subsidiar o exercício da cidadania.
d) O homem é um animal social, apenas dotado de individualidade. Isso se constitui questão singular
no exercício da cidadania.
e) A sociedade é a base de toda forma de existência humana. Nela, o bem tem um coeficiente ínfimo
para o efetivo exercício da cidadania.

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Filosofia

7. Leia o texto a seguir sobre a filosofia e a ética.

Disponível em: <www.joseferreira.com.br>.

Toda a obra de Platão tem um profundo sentido ético. Três poderiam ser os eixos centrais, que
comandam a ética platônica: primeiro, a justiça na ordem individual e social; segundo, a transcendência
do Bem; terceiro, as virtudes humanas e a ordem política presididas pela justiça.
PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 25-26. Adaptado.

O autor mencionado demarca alguns pontos singulares dos temas centrais da ética de Platão. Sobre
esse assunto, é correto afirmar que
a) as virtudes humanas estão em conexão com a transcendência do bem e desvinculadas da ordem
política, presidida pela justiça.
b) o sentido ético-político na filosofia de Platão prioriza a ordem individual em detrimento do
plano social.
c) Platão defende um ideal ético, centrado na sabedoria, declinando da ordem política presidida pela
justiça.
d) a justiça e o bem se realizam na ordem individual, e a virtude, na ordem política.
e) na ética de Platão, a virtude é prática da justiça.

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Filosofia

8. No pórtico da Academia de Platão, havia a seguinte frase: “não entre quem não souber geometria”. Essa
frase reflete sua concepção de conhecimento: quanto menos dependemos da realidade empírica, mais
puro e verdadeiro é o conhecimento tal como vemos descrito em sua Alegoria da Caverna.

“A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a toda a realização imperfeita do círculo na areia ou na tábula
recoberta de cera. Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito.
Isso não impede que essa ideia também esteja presente no círculo imperfeito que eu tracei. É assim
que aparece a ideia ou a forma.”
JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1995.

Com base nas informações, assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento de Platão.

a) A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento não deriva do


“mundo inteligível”, mas do “mundo sensível”.
b) Todo conhecimento verdadeiro começa pela percepção, pois somente pelos sentidos podemos
conhecer as coisas tais quais são.
c) Quando traçamos um círculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do “mundo inteligível” não
são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”.
d) As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o “mundo inteligível” é
onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros.
e) Ideias são fruto da interação do ser humano com os objetos, que produzem fenômenos inteligíveis.
Os objetos em si não podem ser conhecidos, apenas a reação que causam em nossos sentidos
guiados por nossa razão.

9. Leia o seguinte trecho da Alegoria da Caverna.


Agora imagine que por esse caminho as pessoas transportam sobre a cabeça objetos de todos os
tipos: por exemplo, estatuetas de figuras humanas e de animais. Numa situação como essa, a única
coisa que os prisioneiros poderiam ver e conhecer seriam as sombras projetadas na parede a sua frente.
CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 50.

Com base na leitura do trecho e em seus conhecimentos sobre a obra de Platão (428 a.C. – 348 a.C.),
assinale a alternativa INCORRETA.

a) Platão distingue o mundo sensível ou das aparências, onde tudo o que se capta por meio dos
sentidos pode ser motivo de engano, e o mundo inteligível, onde se encontram as ideias a partir
das quais surgem os elementos do mundo sensível.
b) Platão tinha como principal objetivo o conhecimento das ideias: realidades existentes por si
mesmas, essências a partir das quais podem ser geradas suas cópias imperfeitas.
c) O pensamento de Platão deu origem aos fundamentos da ciência moderna graças ao seu método
de observação e experimentação para o conhecimento dos fenômenos naturais.
d) A obra de Platão está fundamentada em um método de investigação conhecido como dialética
cujo objetivo é superar a simples opinião (doxa) e atingir o conhecimento verdadeiro ou ciência
(episteme).
e) Conhecer é relembrar as ideias que a alma contemplou no mundo inteligível, já que a alma é eterna
e tem acesso a todo o conhecimento, mas se esquece do que viu ao encarnar

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Filosofia

10. “SÓCRATES: Portanto, como poderia ser alguma coisa o que nunca permanece da mesma maneira?
Com efeito, se fica momentaneamente da mesma maneira, é evidente que, ao menos nesse tempo, não
vai embora; e se permanece sempre da mesma maneira e é ‘em si mesma’, como poderia mudar e
mover-se, não se afastando nunca da própria Ideia?

CRÁTILO: Jamais poderia fazê-lo.

SÓCRATES: Mas também de outro modo não poderia ser conhecida por ninguém. De fato, no próprio
momento em que quem quer conhecê-la chega perto dela, ela se torna outra e de outra espécie; e assim
não se poderia mais conhecer que coisa seja ela nem como seja. E certamente nenhum conhecimento
conhece o objeto que conhece se este não permanece de nenhum modo estável.

CRÁTILO: Assim é como dizes.”


PLATÃO, Crátilo, 439e-440a.

Assinale a alternativa correta, de acordo com o pensamento de Platão.


a) Para Platão, o que é “em si” e permanece sempre da mesma forma, propiciando o conhecimento,
é a Ideia, o ser verdadeiro e inteligível.
b) Platão afirma que o mundo das coisas sensíveis é o único que pode ser conhecido, na medida em
que é o único ao qual o homem realmente tem acesso.
c) As Ideias, diz Platão, estão submetidas a uma transformação contínua. Conhecê-las só é possível
porque são representações mentais, sem existência objetiva.
d) Platão sustenta que há uma realidade que sempre é da mesma maneira, que não nasce nem
perece e que não pode ser captada pelos sentidos e que, por isso mesmo, cabe apenas aos deuses
contemplá-la.
e) Platão afirma que a dialética é uma síntese entre duas ideias. Foi o que seu pensamento tentou
construir, articulando Heráclito e Parmênides numa corrente filosófica que tanto a mudança
quando a permanência são verdade e realidade.

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Filosofia

Gabarito

1. B
a) Incorreta. Observar alguém belo é apenas ter contato com certo grau de beleza, e não a conhecer em
si mesma, pois, para se atingir esse em si, segundo Platão, é preciso abstrair das várias belezas do
mundo da sensibilidade e acessar a beleza ideal, que é transcendente.
b) Correta. Para Platão, só conhecemos algo verdadeiramente quando conhecemos o “em si”, ou seja, a
essência de algo, que para ele explica a existência de diversos graus de beleza no mundo sensível.
c) Incorreta. Compreendemos o belo em si, para Platão, partindo da compreensão dos vários belos
ofícios, ciências e seres que percebemos no dia a dia e que são belos em certa medida. Não temos
uma apreensão do em si antes do contato com as várias formas como ele aparece para nós no mundo
sensível. Mas só acessamos o em si transcendendo o sensível via dialética, o que não ocorre
subitamente.
d) Incorreta. Observando a realidade que nos cerca, mesmo distinguindo coisas belas de feias, não as
distinguimos de modo verdadeiro, já que apenas distinguimos certos graus de beleza e feiura. Só
sabemos o que é belo e feio em si, para Platão, transcendendo os graus em que estes aparecem no
sensível, ou seja, acessando o inteligível via dialética.
e) Incorreta. A beleza em si, para Platão, tem existência transcendente no mundo inteligível, das
ideias/formas, que, por sua vez, é o fundamento ou causa da realidade dos fenômenos sensíveis. O
mundo da sensibilidade, ou mundo dos fenômenos, possui certos graus dessa beleza, por
participação do em si, de modo graduado, na realidade sensível.

2. D
De acordo com o pensamento de Platão, a dialética é o instrumento que possibilita ao indivíduo o alcance
da verdade. A dialética platônica serve para mostrar as contradições e falhas fundamentais das ideias do
senso comum. Assim, o método dialético admite as contradições para poder superá-las, através do
questionamento das ideias pré-concebidas, para, a partir de então, poder buscar o conhecimento
verdadeiro.

3. A
Para responder à questão, o aluno deve conhecer o pensamento filosófico platônico, segundo o qual o
verdadeiro conhecimento humano se daria a partir da passagem do “mundo das aparências” para o
“mundo das essências” ou “mundo das ideias”. Para Platão, as formas e conceitos só existiriam em suas
formas puras e imutáveis no plano das ideias, o que possibilitaria um conhecimento autêntico de todas
as coisas. As impressões advindas dos sentidos, por sua vez, levariam a ideias ilusórias, de modo que no
mundo sensível estariam presentes cópias imperfeitas e mutáveis dos conceitos, tal como indicado pela
alternativa [A].

4. E
Para Platão, algo do mundo sensível só pode ser denominado por participar deste mesmo algo no mundo
inteligível. Ou seja, o cavalo manifestado materialmente, que podemos tocar, cheirar e ver, é uma mera
sombra, uma cópia imperfeita da ideia de cavalo que existe no mundo das ideias. Para ele, são essas
ideias que devem ser alvo de nosso raciocínio e inteligência. Conhecer realmente é conhecer as ideias
que estão no mundo inteligível.

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Filosofia

5. B
Para Platão existem dois mundos – o inteligível e o sensível. No mundo inteligível ou das ideias, as coisas
são perfeitas, verdadeiras, eternas. Já no sensível – o mundo material, onde o homem habita- convivemos
com as cópias. Desta forma, para Platão o conhecimento verdadeiro se encontra no mundo inteligível –
em cima. Por isso, Platão aponta para o alto.

6. A
A questão trata das relações entre bem e justiça e seu papel na constituição da cidadania. O bem é um
conceito filosófico amplo que aparece no campo da ética, assim como na filosofia platônica, na qual é
visto metafisicamente como aquilo que confere verdade aos objetos cognoscíveis e ao homem o poder
de conhecê-los, tornando-se uma dádiva e um meio para o progresso humano. A justiça, por sua vez, em
termos filosóficos, pode ser vista como conformidade da conduta a uma norma ou como eficiência de
uma norma ou sistema de normas. Mas devemos lembrar que, assim como o bem, trata-se de um
conceito amplo. Normalmente, confunde-se justiça e bem, pois nem sempre o que leva ao bem pode ser
considerado justo e vice-versa. É nesse sentido que a alternativa A está correta, porque é a compreensão
desses dois conceitos que permitirão uma melhor consciência da cidadania, um espaço que visa ao bem
coletivo, mas que busca isso por meio de normas comuns a todos, um universo regrado pela justiça.

7. E
a) Incorreta. Na política também deve haver presença das virtudes humanas, da busca do bem e não
apenas o crivo da dita justiça, que por ser impessoal pode levar ao prejuízo dos seres.
b) Incorreta. Platão priorizava o bem coletivo e não a vantagem individual.
c) Incorreta. Não existe essa separação entre sabedoria e justiça, sendo a primeira, elemento necessário
ao exercício da segunda.
d) Incorreta. Essa separação não é aceitável, tanto a ordem individual quanto a política devem possuir
justiça, busca do bem e da virtude.

8. D
A afirmativa A está incorreta, porque, para Platão, o verdadeiro conhecimento é o do "mundo inteligível",
das ideias. O conhecimento do mundo sensível é, portanto, falho, como fica demonstrado na Alegoria da
Caverna. A afirmativa B está incorreta, pois podemos entender percepção como sinônimo de
sensibilidade ou empirismo, o que para Platão não leva ao conhecimento verdadeiro. A afirmativa C está
incorreta, porque, ao traçar um círculo imperfeito, demonstramos que é impossível reproduzir no mundo
sensível a perfeição existente no mundo das ideias. Por fim, a alternativa D está correta, pois trata-se da
ideia platônica dos "conceitos" ou "universais".

9. C
- A afirmativa C está incorreta porque se refere a Aristóteles. Foi ele o filósofo que se preocupou com
métodos para observação e experimentação dos fenômenos naturais, sendo um precursor do
desenvolvimento da ciência moderna. Como a filosofia de Platão era mais voltada ao conhecimento
idealístico do mundo, ele não teve a preocupação de pensar as coisas em sua realidade concreta, sensível.

10. A
A - Correta. Para Platão as ideias são perfeitas e imutáveis, e somente elas trazem o verdadeiro
conhecimento a respeito das coisas, por isso, a teoria da dialética é a única maneira de sair da opinião,
indo de ideia em ideia até intuir a ideia Suprema. B, C, D e E - Incorretas. Para Platão o mundo das coisas
sensíveis é o mundo das aparências, das sombras, limitados à opinião, e por isso, não oferecem

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Filosofia

conhecimento verdadeiro sobre as coisas. A única realidade imutável e que oferece, aos que a elas
chegam, um conhecimento sobre as coisas, é a realidade das ideias, que podem ser

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Física

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Física

Introdução à Física – Unidades e suas conversões – Sl

Resumo

Primeiramente cabe distinguir três conceitos: Grandeza física, Unidade de medida e Conversão.

Grandeza física: tudo aquilo que pode ser medido, acompanhada de uma unidade de medida.
Ex.: Um pedaço de madeira de massa 2 g.

“MASSA” Grandeza física


“2” Medida da grandeza física chamada massa
Uma unidade de medida da grandeza física chamada
“g”
massa

Note que o pronome indeterminado “uma” não foi a toa. De fato, o grama (g) é “uma” e não “a” medida de
unidade da grandeza física chamada massa. Podemos ter mais de uma unidade de medida para a mesma
grandeza física e, por isso, por ventura convertemos uma unidade de medida em outra. Por exemplo, podemos
converter grama (g) para quilograma (kg) e vice-versa. Este processo se justifica histórica, social e
culturalmente.
No entanto, em 1960 desenvolveu-se o Sistema Internacional de Unidades (S.I.). Sempre que você ouvir seus
professores de Física aqui do Descomplica falando “ [...] na unidade do S.I. [...]” já sabe que é para converter
determinada unidade usual para a unidade padrão!
Sistema Internacional de Unidades é a forma moderna do sistema métrico e é geralmente um sistema
de unidade de medida concebido em torno de sete unidades básicas e da conveniência do número dez. É o
sistema de medição mais usado do mundo, tanto no comércio todos os dias e, sobretudo, na ciência. O SI é
um conjunto sistematizado e padronizado de definições para unidade de medida, utilizado em quase todo o
mundo moderno, que visa a uniformizar e facilitar as medições e as relações internacionais daí decorrentes.

1. Unidades do S.I.
1.1. Básicas
Definiram-se sete grandezas físicas postas como básicas ou fundamentais. Por conseguinte, passaram a
existir sete unidades básicas correspondentes — as unidades básicas do SI — descritas na tabela, na coluna
à esquerda. A partir delas, podem-se derivar todas as outras unidades existentes. As unidades básicas do SI
são dimensionalmente independentes entre si.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Internacional_de_Unidades

1
Física

Para mais informações sobre a correta escrita de unidades S.I. basta clicar aqui.
Se você tiver curiosidade sobre o assunto, pode acessar os seguintes links para um estudo mais aprofundado,
basta clicar nos nomes: inmetro, bbc, inovação tecnológica, scielo.
Repito: Somente se você tiver tempo e curiosidade, pois nada do que se encontra nos links acima será cobrado
numa questão de vestibular para você!

2. Principais Unidades de medida e suas conversões


Tomando como base o S.I., vamos voltar ao ensino fundamental e relembrar que para convertermos a unidade
metro nos seus submúltiplos ou nos seus subdivisores, temos que:

E isto será válido para qualquer unidade!


Vejamos o caso da unidade de área (m²):

Vejamos o caso da unidade de volume (m³):

Obs.: 1 litro (L ou ℓ) = 1 dm³.

2
Física

3. Potências de base 10
Dentro dos vários campos da Física os estudos se deparam com corpos ou quantidades que são muito
grandes ou muito pequenas, quando comparadas as quantidades usuais.
Exemplo 1: velocidade média de um carro dentro de uma cidade: 6,0 m/s
velocidade aproximada da luz no vácuo: 300000000 m/s
tamanho médio de uma pessoa adulta: 1,70 m
tamanho médio de uma célula: 0,000030 m

Esse tipo de representação, em muitos casos, dificulta a operação matemática ou mesmo o entendimento
real da quantidade medida. Uma forma de representar essas quantidades é pela utilização de fatores
multiplicativos que permitem a escrita num formato mais “amigável”, e que facilitam a realização de
operações matemáticas, denominada notação científica.

Para podermos escrever os números em formato de notação científica, precisamos compreender o que são
as chamadas potências de base 10, pois são elas que fornecerão o formato mais simplificado para os
algarismos que reescreveremos.

A potência é um produto de números (fatores) iguais, resultante de uma operação matemática que
denominada potenciação, onde:

sendo a o número que se repete e n indica o número de vezes que multiplicamos a por ele mesmo.
Exemplo 2: 10º = 1 10¹ = 10 10² = 10x10 = 100
10³ = 10x10x10 = 100 104 = 10x10x10x10 = 10000

No caso de a potência estar colocada no divisor de uma operação matemática, é possível também representar
o resultado dessa operação utilizando a base 10. Para isso precisamos lembrar apenas que existe uma regra
básica quando realizamos o produto ou a divisão entre bases iguais, onde no produto devemos repetir a base
e somar os expoentes e no caso da divisão devemos repetir a base e subtrair os expoentes.

1
Se considerarmos essas relações, vamos considerar que exista uma certa base como divisor de 1( 𝑛 ), nessa
𝑎
condição teremos que a representação será da forma 𝑎 −𝑛 visto que:

3
Física

Exemplo 3:
1 1 1 1
= = 10−1 = = 10−2
10 10¹ 100 10²

1 1 1 1
= = 10−3 = = 10−4
10 10³ 10000 104

As bases 10 e seus respectivos expoentes fornecem, além da facilitação nas operações matemáticas,
representar as quantidades pelo uso de prefixos que indicam por qual fator o número é multiplicado e alguns
deles podem são mostrados na tabela 1.

4. Escrevendo um número em Notação Científica e Regras de Arredondamento


Para escrevermos um número em notação científica utilizamos o seguinte formato:

onde 𝑎 ∈ 𝕽, 1 ≤ 𝑎 < 10, ou seja, a é um número real 𝕽 maior ou igual a 1 e menor que 10, com apenas uma
casa decimal, e n é um número inteiro qualquer.

No entanto, é fácil perceber que podemos ter problemas em escrever esses números, pois no caso de certos
algarismos será necessária a realização de alguma aproximação para sua total adequação ao formato
desejado da notação científica. Vejamos alguns exemplos:
a) 150.000.000.000 = 1,5. 1011 (a vírgula deslocou-se 11 casas para a esquerda).
b) 0,000000000000000458 = 4,58. 10−16 (a vírgula deslocou-se 16 casas para a direita).
c) 0,4589 = 4,589. 10−1 (a vírgula deslocou 1 casa para a direita).

5. Ordem de grandeza (OG)


Determinar a ordem de grandeza de uma medida consiste em fornecer, como resultado, a potência de 10
mais próxima do valor encontrado para a grandeza. Para isso é necessário comparar o valor de a com √10,
tal que temos a seguinte regra:
𝑎 ≥ √10 → 𝑛 + 1
𝑎. 10𝑛 → {
𝑎 < √10 → 𝑛

4
Física

Ou seja, se a for maior ou igual à √10, então a OG será a base 10n+1. Caso contrário, se a for menor que √10,
então a OG será a base 10n.

Segue um Mapa mental sobre o assunto! :D

5
Física

Exercícios

1. SEU OLHAR
Na eternidade
Eu quisera ter
Tantos anos-luz
Quantos fosse precisar
Pra cruzar o túnel
Do tempo do seu olhar
Gilberto Gil, 1984.

Gilberto Gil usa na letra da música a palavra composta ANOS-LUZ. O sentido prático, em geral, não é
obrigatoriamente o mesmo que na ciência. Na Física, um ano luz é uma medida que relaciona a
velocidade da luz e o tempo de um ano e que, portanto, se refere a
a) tempo.
b) aceleração.
c) distância.
d) velocidade.
e) luminosidade.

2. De acordo com os dados da tabela e os conhecimentos sobre unidades e escalas de tempo, assinale a
alternativa correta.

Espaço Percorrido (m) Tempo de prova

Atletismo Corrida 100 9,69 s


Nado livre 50 21,30 s
Atletismo Corrida 1500 4 min 01,63 s
Nado livre 1500 14 min 41,54 s
Volta de
Classificação
5200 1 min 29,619 s
de um carro de
Fórmula-1

a) A diferença de tempo entre as provas de 1500 m do nado livre e de 1500 m do atletismo é de dez
minutos, quarenta segundos e novecentos e dez milésimos de segundo.
b) O tempo da prova de 50 m do nado livre é de vinte e um segundos e trinta décimos de segundo.
c) O tempo da prova de 1500 m do nado livre é de quatorze minutos, quarenta e um segundos e
quinhentos e quarenta centésimos de segundo.
d) A diferença de tempo entre as provas de 100 m do atletismo e a de 50 metros do nado livre é de
onze segundos e sessenta e um centésimos de segundo.
e) A volta de classificação da Fórmula-1 é de um minuto, vinte e nove segundos e seiscentos e
dezenove centésimos de segundo.

6
Física

3. A medida de certo comprimento foi apresentada com o valor 2,954  103 m. Levando-se em conta a
teoria dos algarismos significativos, essa medida foi feita com um instrumento cuja menor divisão era
o
a) quilômetro.
b) hectômetro.
c) decâmetro.
d) metro.
e) decímetro.

4. Uma caixa mede 1,5 cm x 40,00 m x 22 mm. O seu volume é:


a) 132,0 litros
b) 23,10 × 104 litros
c) 1320 × 10-2 litros
d) 2310 × 10-4 litros
e) 132,0 × 10-2 litros

5. Você está viajando a uma velocidade de 1 km/min. Sua velocidade em km/h é:


a) 3600.
b) 1/60.
c) 3,6.
d) 60.
e) 1/3600.

6. Os valores das grandezas físicas:


- volume igual a 45 dm3,
- velocidade igual a 54 km/h,
- densidade igual a 13,6 × 103 kg/m3,

transformando-se suas unidades, respectivamente, para cm3, m/s e g/cm3, ficarão:


a) 4,5 × 104 cm3, 15 m/s e 13,6 g/cm3
b) 4,5 × 103 cm3, 15 m/s e 13,6 g/cm3
c) 4,5 × 104 cm3, 25 m/s e 13,6 g/cm3
d) 4,5 × 103 cm3, 15 m/s e 136 g/cm3
e) 4,5 × 102 cm3, 1,5 × 102 m/s e 1,36 × 102 g/cm3

7
Física

7. O intervalo de tempo de 2,4 minutos equivale, no Sistema Internacional de unidades (SI), a:


a) 24 segundos.
b) 124 segundos.
c) 144 segundos.
d) 160 segundos.
e) 240 segundos.

8. O Brasil adota o Sistema Internacional de Unidades – SI, porém, há unidades em uso no Brasil que não
fazem parte do SI.
Nesse contexto, assinale a anternativa incorreta:
a) A unidade de capacidade volumétrica litro, mesmo não sendo incluída no SI, é admitida para uso
geral e tem como símbolo oficial a letra (manuscrita) podendo ser simbolizada pela letra L
(maiúscula).
b) Somente as unidades que levam o nome de cientistas devem ser representadas por letras
maiúsculas, as demais com letras minúsculas.
c) As unidades de pressão centímetro de Hg, milibar e PSI (lib/pol2) são muito usadas e não fazem
parte do SI.
d) A unidade quilograma (kg) excepcionalmente pode ser utilizada como unidade de massa e de peso.

9. Um tenista, numa brilhante jogada durante um treino, atirou a bola de tênis para o outro lado da quadra.
Instantes depois, foi anunciado que a bola atingiu uma velocidade escalar média de 151,2 km/h.
Expresse essa velocidade no sistema internacional de unidades.
a) 42 m/s.
b) 36 m/s
c) 42 km/s
d) 57 m/s
e) 57 km/s

10. Considere os três comprimentos seguintes:


d1=0,521km, d2=5,21.10-2m e d3=5,21.106mm.

Assinale alternatica que demonstra esses comprimentos em ordem crescente e a razão d 3/d1,
respectivamente:
a) 𝑑3 < 𝑑2 < 𝑑1 ; 20
b) 𝑑2 < 𝑑1 < 𝑑3 ; 20
c) 𝑑2 < 𝑑1 < 𝑑3 ; 10
d) 𝑑3 < 𝑑2 < 𝑑1 ; 10
e) 𝑑1 < 𝑑2 < 𝑑3 ; 20

8
Física

Gabarito

1. C
Ano luz é a distância percorrida pela luz em um ano.

2. D
61
21,30 – 9,69 = 11,61 = 11 + 0,61 = 11 +
100

3. C
Como 2,954 ⋅ 103  m = 2954 m, temos que o valor medido possui quatro algarismos significativos, com a
incerteza instrumental sobre o último algarismo ( 4 m) . Dessa forma, a escala possui uma menor divisão
de 10 m, ou seja, o decâmetro.

4. C
V = 0,15 dm x 400 dm x 0,22 dm = 13,2 L

5. D
1 km 1 km
= = 60 km / h
1 min (1/ 60)h

6. A
45 dm3 = 45 x 103 cm3 = 4,5 x 104 cm3
54km 54000m
54 km/h = = = 15m / s
1h 3600s
13,6  106 g
13,6  103 kg / m3 = = 13,6g / cm3
106 cm3

7. C
Sabemos que 1 minuto equivale a 60 segundos. Com isso, podemos montar uma regra da seguinte forma:
𝟏 𝐦𝐢𝐧 → 𝟔𝟎 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨𝐬
𝟐, 𝟒 𝐦𝐢𝐧 → 𝐱 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨𝐬

𝐱 = 𝟐, 𝟒 𝐱 𝟔𝟎 = 𝟏𝟒𝟒 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐧𝐝𝐨𝐬.

8. D
A unidade quilograma (kg) pode ser utilizada apenas como unidade de massa. A grandeza peso é uma
força e, no SI, é medida em newton.

9. A
No Sistema Internacional (SI) a velocidade escalar média é expressa (em m/s):
151,2km/h = 151,2 × 1000m/3600s = 42 m/s

9
Física

10. C
d1 = 0,521km = 521 m
d2 = 5,21.10-2 m
d3 = 5,21.106 mm = 5210 m

d2  d1  d3
d3 5210
= = 10
d1 521

10
Física

Movimento retilíneo e uniforme (M.U.) – Velocidade média

Resumo

Imagina que você está em casa e pede um taxi para ir até a casa de um amigo. Durante todo trajeto, o taxista
permanece a uma velocidade de 20 km/h. Eu sei que você estaria bem nervoso dentro desse carro, mas vamos
tentar entender o movimento que o taxista fez.

Figura 01 – Taxi em M.U

Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o seu movimento é chamado de
movimento uniforme (M.U.) Sendo um movimento uniforme, então podemos dizer que ele apresenta uma
velocidade média constante (valor fixo) e esse valor pode ser calculado como:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Sendo:
• 𝑉𝑚 = velocidade escalar média
• ∆𝑆 = deslocamento (variação de posição)
• ∆𝑡 = intervalor de tempo (variação de tempo)

Note que, na fórmula, temos um ∆. Esse termo chamasse delta e a função dele é calcular a variação da
grandeza que ele está atrelado. Logo:

∆S = posição final − posição inicial = S − S0


∆t = tempo final − tempo inicial = t − t 0

Classificação do movimento uniforme


O movimento uniforme (M.U) é classificado de acordo com o sentido da velocidade em relação a trajetória.
Classificamos o movimento como:
• Progressivo: Quando a velocidade tem o seu vetor na mesma direção e sentido da trajetória.
• Retrogrado: Quando a velocidade tem o seu vetor na mesma direção, mas sentido oposto a trajetória.

Figura 02 – Classificação do M.U

1
Física

Função horária da posição


Além dessa fórmula de velocidade escalar média, podemos descrever esse movimento através de uma
função. A função que relaciona a posição 𝑆 com o tempo 𝑡 é denominada função horária da posição dada
por:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝑡

Principal conversões de unidades


Aqui no Brasil, é comum trabalharmos com velocidade em km/h por conta dos contadores de velocidade dos
automóveis. Mas esse não é o unidade padrão para Física. Lembre-se que, para o Sistema Internacional (SI)
utilizamos:
• [𝑉] = metro por segundo (m/s)
• [∆𝑡] = segundo (s)
• [∆𝑠] = metro (m)

Por conta disso, precisamos aprender a fazer determinadas conversões.


• 1 km = 1000 m
• 1 hora = 60 min = 3600 s
• 1 m/s = 3,6 km/h

Figura 03 – Conversão de km/h para m/s

Para fixar esse conteúdo, que tal um exercício?

2
Física

Exercícios

1. Um veículo move-se com velocidade constante de 36 km/h. Ao seu lado, um outro veículo trafega com
velocidade constante de 54 km/h. Assinale a alternativa que indica qual será a distância, em km, entre
esses veículos após um intervalo de tempo de 5 minutos.
a) 5,0 km
b) 2,0 km
c) 1,5 km
d) 3,0 km

2. Um veículo move-se com velocidade constante de 18 km/h. Ao seu lado, um outro veículo trafega com
velocidade constante de 72 km/h. Assinale a alternativa que indica qual será a distância, em km, entre
esses veículos após um intervalo de tempo de 3 minutos.
a) 5,0 km
b) 2,1 km
c) 1,5 km
d) 2,7 km

3. Uma pessoa sobe por uma escada rolante de 8 m de base por 6 m de altura com uma velocidade
constante de 0,5 m/s. Determine o intervalo de tempo necessário para que ela consiga chegar ao topo
dessa escada.
a) 15 s
b) 20 s
c) 10 s
d) 40 s

4. Uma pessoa sobe por uma escada rolante de 12 m de base por 9 m de altura com uma velocidade
constante de 0,6 m/s. Determine o intervalo de tempo necessário para que ela consiga chegar ao topo
dessa escada.
a) 25 s
b) 20 s
c) 30 s
d) 40 s

3
Física

5. Deseja-se fazer uma viagem de 90 km de distância com velocidade média de 60 km/h. Um veículo
percorre os primeiros 30 km desse trajeto em um intervalo de tempo de 30 minutos (0,5 h). Assinale a
alternativa que mostra o tempo restante para o motorista terminar o percurso, a fim de que ele
mantenha a velocidade média desejada.
a) 3,0 h
b) 2,0 h
c) 0,5 h
d) 1,0 h

6. Deseja-se fazer uma viagem de 240 km de distância com velocidade média de 80 km/h. Um veículo
percorre os primeiros 120 km desse trajeto em um intervalo de tempo de 60 minutos. Assinale a
alternativa que mostra o tempo restante para o motorista terminar o percurso, a fim de que ele
mantenha a velocidade média desejada.
a) 3,0 h
b) 2,0 h
c) 0,5 h
d) 1,0 h

7. Um trem necessita completar uma viagem de 400 km em um tempo máximo de 4h, movendo-se a 80
km/h. Após 30 minutos de viagem, o trem quebra e fica parado por 30 minutos. Determine a velocidade
média que o trem precisará desenvolver no restante do trajeto para chegar a tempo em seu destino.
a) 100 km/h
b) 120 km/h
c) 160 km/h
d) 90 km/h

8. Um trem necessita completar uma viagem de 800 km em um tempo máximo de 8h, movendo-se a 90
km/h. Após 60 minutos de viagem, o trem quebra e fica parado por 30 minutos. Determine a velocidade
média aproximada que o trem precisará desenvolver no restante do trajeto para chegar a tempo em
seu destino.
a) 100 km/h
b) 120 km/h
c) 160 km/h
d) 109 km/h

4
Física

9. Um trem carregado de combustível, de 120m de comprimento, faz o percurso de Campinas até Marília,
com velocidade constante de 72 Km/h. Esse trem gasta 12s para atravessar completamente a ponte
sobre o rio Tietê. O comprimento da ponte é:
a) 120m
b) 88,5m
c) 90m
d) 75,5m

10. Um trem carregado de combustível, de 120m de comprimento, faz o percurso de Campinas até Marília,
com velocidade constante de 50 Km/h. Esse trem gasta 15s para atravessar completamente a ponte
sobre o rio Tietê. O comprimento da ponte é:
a) 100m
b) 88,5m
c) 80m
d) 75,5m

5
Física

Gabarito

1. C
v1 = 36km/h = 10m/s
v2 = 54km/h = 15m/s
Δt = 5min = 300s

ΔS
v=
Δt
ΔS
veículo 1 ⟶ { 10 = 300
ΔS = 3000m
ΔS
veículo 2 ⟶ { 15 = 300
ΔS = 4500m

ΔS = 1500m = 1,5km

2. D
v1 = 18km/h = 5m/s
v2 = 72km/h = 20m/s
Δt = 3min = 180s
ΔS
v=
Δt
ΔS
veículo 1 ⟶ { 5 = 180
ΔS = 900m
ΔS
veículo 2 ⟶ { 20 = 180
ΔS = 3600m

ΔS = 2700m = 2,7km

3. B
ΔS 2 = 62 + 82
ΔS 2 = 36 + 64
ΔS 2 = 100
ΔS = 10m

ΔS
v=
Δt
10
0,5 =
Δt
Δt = 20s

4. A
Δ𝑆 2 = 92 + 122
Δ𝑆 2 = 81 + 144
Δ𝑆 2 = 225
ΔS = 15𝑚

Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
15
0,6 =
Δ𝑡
Δ𝑡 = 25𝑠

6
Física

5. D
Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
90
60 =
Δ𝑡
90
Δ𝑡 = = 1,5ℎ
60
Como o motorista gasta 30 minutos nos primeiros 30 km do trajeto e o tempo total de viagem não pode
exceder 1,5 h, então, o tempo que lhe resta para percorrer os 60 km seguintes é de 1 h.

6. B
Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
240
80 =
Δ𝑡
240
Δ𝑡 = = 3ℎ
80
Como o motorista gasta 60 minutos nos primeiros 120 km do trajeto e o tempo total de viagem não
pode exceder 3 h, então, o tempo que lhe resta para percorrer os 120 km seguintes é de 2 h.

7. B
Para resolver esse exercício, precisamos descobrir quanto o trem andou antes de ter quebrado. De
acordo com o exercício, o trem movia-se a 80 km/h e, após 30 minutos, quebrou. Fazendo o cálculo,
descobrimos que esse trem andou uma distância de 40 km. Como o conserto do trem demorou mais 30
minutos, restam apenas 3h do tempo total de viagem, para que o trem não se atrase, e uma distância de
360 km. Dessa forma, fazemos o cálculo da velocidade para a distância e o tempo restante, então,
encontramos o valor de 120 km/h. Veja o cálculo:

Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
Δ𝑆
80 = ⟶ Δ𝑆 = 40𝑘𝑚
0,5
360
𝑣= = 120𝑘𝑚/ℎ
3

8. D
Para resolver esse exercício, precisamos descobrir quanto o trem andou antes de ter quebrado. De
acordo com o exercício, o trem movia-se a 90 km/h e, após 60 minutos, quebrou. Fazendo o cálculo,
descobrimos que esse trem andou uma distância de 90 km. Como o conserto do trem demorou mais 30
minutos, restam apenas 6,5h do tempo total de viagem, para que o trem não se atrase, e uma distância
de 710 km. Dessa forma, fazemos o cálculo da velocidade para a distância e o tempo restante, então,
encontramos o valor de 109 km/h. Veja o cálculo:
Δ𝑆
𝑣=
Δ𝑡
Δ𝑆
90 = ⟶ Δ𝑆 = 90𝑘𝑚
1,0
710
𝑣= ≅ 109 𝑘𝑚/ℎ
6,5

9. A
72 𝐾𝑚/ℎ ÷ 3,6 = 20 𝑚/𝑠
𝑉𝑚 = 𝐿(𝑡𝑟𝑒𝑚) + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 𝛥𝑡
20 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 12
20 . 12 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)

7
Física

240 − 120 = 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)


𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) = 120𝑚

10. B
50 𝐾𝑚/ℎ ÷ 3,6 = 13,9 𝑚/𝑠
𝑉𝑚 = 𝐿(𝑡𝑟𝑒𝑚) + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 𝛥𝑡
13,9 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) / 15
13,9 . 15 = 120 + 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
208,5 − 120 = 𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒)
𝐿 (𝑝𝑜𝑛𝑡𝑒) = 88,5𝑚

8
Física

Introdução à Física – Unidades e suas conversões

Resumo

Primeiramente cabe distinguir três conceitos: Grandeza física, Unidade de medida e Conversão.

Grandeza física: tudo aquilo que pode ser medido, acompanhada de uma unidade de medida.
Ex.: Um pedaço de madeira de massa 2 g.

“MASSA” Grandeza física


“2” Medida da grandeza física chamada massa
Uma unidade de medida da grandeza física chamada
“g”
massa

Note que o pronome indeterminado “uma” não foi a toa. De fato, o grama (g) é “uma” e não “a” medida de
unidade da grandeza física chamada massa. Podemos ter mais de uma unidade de medida para a mesma
grandeza física e, por isso, por ventura convertemos uma unidade de medida em outra. Por exemplo, podemos
converter grama (g) para quilograma (kg) e vice-versa. Este processo se justifica histórica, social e
culturalmente.
No entanto, em 1960 desenvolveu-se o Sistema Internacional de Unidades (S.I.). Sempre que você ouvir seus
professores de Física aqui do Descomplica falando “ [...] na unidade do S.I. [...]” já sabe que é para converter
determinada unidade usual para a unidade padrão!
Sistema Internacional de Unidades é a forma moderna do sistema métrico e é geralmente um sistema
de unidade de medida concebido em torno de sete unidades básicas. É o sistema de medição mais usado do
mundo, tanto no comércio todos os dias e, sobretudo, na ciência. O SI é um conjunto sistematizado e
padronizado de definições para unidade de medida, utilizado em quase todo o mundo moderno, que visa a
uniformizar e facilitar as medições e as relações internacionais daí decorrentes.

1. Unidades do S.I.
1.1. Básicas
Definiram-se sete grandezas físicas postas como básicas ou fundamentais. Por conseguinte, passaram a
existir sete unidades básicas correspondentes — as unidades básicas do SI — descritas na tabela, na coluna
à esquerda. A partir delas, podem-se derivar todas as outras unidades existentes. As unidades básicas do SI
são dimensionalmente independentes entre si.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Internacional_de_Unidades

1
Física

Para mais informações sobre a correta escrita de unidades S.I. basta clicar aqui.
Se você tiver curiosidade sobre o assunto, pode acessar os seguintes links para um estudo mais aprofundado,
basta clicar nos nomes: inmetro, bbc, inovação tecnológica, scielo.
Repito: Somente se você tiver tempo e curiosidade, pois nada do que se encontra nos links acima será cobrado
numa questão de vestibular para você!

2. Principais Unidades de medida e suas conversões


Tomando como base o S.I., vamos voltar ao ensino fundamental e relembrar que para convertermos a unidade
metro nos seus submúltiplos ou nos seus subdivisores, temos que:

E isto será válido para qualquer unidade!


Vejamos o caso da unidade de área (m²):

Vejamos o caso da unidade de volume (m³):

Obs.: 1 litro (L ou ℓ) = 1 dm³.

2
Física

Segue um Mapa mental sobre o assunto! :D

3
Física

Exercícios

1. Converta para metro as seguintes medidas de distância:


a) 25,4 km
b) 2,5 cm
c) 9.856 cm
d) 578 mm
e) 6.947 dam
f) 0,0025 km
g) 8,93 dm

2. Converta para quilograma as seguintes medidas de massa:


a) 750 g
b) 895 mg
c) 2g
d) 2.000 dag
e) 35 mg

3. Faça as seguintes conversões de tempo


a) 3 horas e meia em minutos
b) 40 minutos em segundos
c) 240 minutos em horas
d) 150 minutos em horas
e) 4.200 segundos em minutos
f) 86.400 segundos em horas

4. Converta as seguintes áreas para m2:


a) 80 cm2
b) 9.000 mm2
c) 6 km2
d) 50 dm2
e) 7 mm2

4
Física

5. Converta os volumes abaixo para m3:


a) 200.000 mm3
b) 50 km3
c) 50 cm3
d) 8.000 dm3

6. Passe para litros os volumes abaixo:


a) 5.000 mm3
b) 5 m3
c) 280 cm3
d) 60 dm3

7. Passe para cm3 os volumes abaixo:


a) 2 mL
b) 2.000 L
c) 0,5 L
d) 200 dL

8. Um veículo desloca-se com velocidade de 216 km/h. Sua velocidade, em metros por segundo, é
expressa por:
a) 45 m/s
b) 777,6 m/s
c) 60 m/s
d) 180 m/s
e) 36 m/s

9. Quanto vale em metros:


a) 3,6 km + 450 m
b) 6,8 hm - 0,34 dam
c) 16 dm + 54,6 cm + 200mm
d) 2,4 km + 82 hm + 12,5 dam
e) 82,5 hm + 6 hm

5
Física

10. Faça as seguintes conversões para quilometro por hora.


a) 20 m/s
b) 30 m/s
c) 90 m/s
d) 10 m/s

6
Física

Gabarito

1.
a) 25,4 km = 25400 m
b) 2,5 cm = 0,025 m
c) 9856 cm = 98,56 m
d) 578 mm = 0,578 m
e) 6947 dam = 69470 m
f) 0,0025 km = 2,5 m
g) 8,93 dm = 0,893 m

2.
a) 750 g = 0,750 kg
b) 895 mg = 0,000895 kg
c) 2 g = 0,002 kg
d) 2000 dag = 20 kg
e) 35 mg = 0,000035 kg

3.
a) 3 horas e 30 minutos.
1 hora tem 60 minutos, logo, 3 horas tem 3.60 = 180 minutos.
180 + 30 = 210 minutos.

b) 40 minutos.
1 minutos tem 60 segundos, logo, 40 minutos tem 40.60 = 2400 segundos.

c) 240 minutos.
1 hora tem 60 minutos, logo, temos 240÷60 = 4 horas em 240 minutos.

d) 150 minutos.
1 hora tem 60 minuos, logo, temos 150÷60 = 2,5 horas em 150 minutos.

e) 4200 segundos.
1 minuto tem 60 segundos, logo, temos 4200÷60 = 70 minutos em 4200 segundos.

f) 86400 segundos.
1 minuto tem 60 segundos, logo, temos 86400÷60 = 1440 minutos em 86400 segundos.
1440÷60 = 24 horas.

4.
a) 80 cm² = 0,0080 m²
b) 9000 mm² = 0,009 m²
c) 6 km² = 6000000 m²
d) 50 dm² = 0,5 m²

7
Física

e) 7 mm² = 0,000007 m²
5.
a) 200000 mm³ = 0,0002 m³
b) 50 km³ = 50.000.000.000 m³
c) 280 cm³ = 0,00028 m³
d) 60 dm³ = 0,06 m³

6.
a) 1 l vale 1 dm³. Convertendo de mm³ para dm³ temos:
5000 mm³ = 0,005 dm³ = 0,005 l.

b) 1 l vale 1 dm³. Convertendo de m³ para dm³ temos:


5 m³ = 5000 dm³ = 5000 l.

c) 1 l vale 1 dm³. Convertendo de cm³ para dm³ temos:


280 cm³ = 0,28 dm³ = 0,28 l.

d) 1 l vale 1 dm³. Temos:


60 dm³ = 60 l.

7.
a) 1 ml vale 1 cm³. Temos:
2 ml = 2 cm³.

b) 1 ml vale 1 cm³. Convertendo de l para ml temos:


2000 l = 2000000 ml = 2000000 cm³

c) 1 ml vale 1 cm³. Convertendo de l para ml temos:


0,5 l = 500 ml = 500 cm³

d) 1 ml vale 1 cm³. Convertendo de l para ml temos:


200 dl = 20000 ml = 20000 cm³

8. C
216 km/h ÷ 3,6 = 60 m/s

9.
a) 3,6 km = 3.600 m
3.600 m + 450 m =
4050 m

b) 6,8 hm = 680 m
0, 34 dam = 3,4 m
680 m - 3,4 m = 676,6m

c) 16 dm = 1,6 m
54,6 cm = 0,546 m
200 mm = 0,2 m

8
Física

1,6 + 0,546 + 0,2 = 2,346 m


d) 2,4 km = 2.400 m
82 hm = 8.200 m
12,5 dam = 125 m
2.400 + 8.200 + 125 =
10.725 m

e) 82,5 hm + 6 hm = 88,5hm
88,5 hm = 8850 m

10.
a) 20 m/s . 3,6 = 72 km/h
b) 30 m/s . 3,6 = 108 km/h
c) 90 m/s . 3,6 = 324 km/h
d) 10 m/s . 3,6 = 36 km/h

9
Física

Exercícios sobre Movimento retilíneo e uniforme (M.U.)

Exercícios

1. Um móvel em M.R.U gasta 10h para percorrer 1100 km com velocidade constante. Qual a distância
percorrida após 3 horas da partida?
a) S = 270 km.
b) S = 300 km.
c) S = 310 km.
d) S = 330 km.

2. Um móvel em M.R.U gasta 7200s para percorrer 180 km com velocidade constante. Qual a distância
percorrida após 3 horas da partida?
a) S = 270 km.
b) S = 300 km.
c) S = 310 km.
d) S = 330 km.

3. A função horária do espaço de um carro em movimento retilíneo uniforme é dada pela seguinte
expressão: x = 100 + 8.t. Determine em que instante esse móvel passará pela posição 260m.
a) t = 30s
b) t = 25s
c) t = 20s
d) t = 10s

4. Um móvel com velocidade constante percorre uma trajetória retilínea à qual se fixou um eixo de
coordenadas. Sabe-se que no instante 𝑡0 = 0, a posição do móvel é 𝑥0 = 500m e, no instante t = 20s, a
posição é x = 200m. Qual a velocidade do móvel?
a) v = −15m/s
b) v = 15m/s
c) v = −20m/s
d) v = 20m/s

1
Física

5. Um móvel com velocidade constante igual a 20 m/s parte da posição 5 m de uma reta numerada e anda
de acordo com o sentido positivo da reta. Qual a posição do móvel após 15 s de movimento?
a) 105 m
b) 205 m
c) 305 m
d) 405 m

6. Um móvel com velocidade constante igual a 36 km/h parte da posição 10 m de uma reta numerada e
anda de acordo com o sentido positivo da reta. Qual a posição do móvel após 20 s de movimento?
a) 105 m
b) 180 𝑚
c) 200 𝑚
d) 210 𝑚

7. Um homem sai da posição 15 m de uma pista de caminhada e anda até a posição 875 m mantendo
uma velocidade constante de 2 m/s. Sabendo disso, o tempo gasto para completar a caminhada é de
a) 430 s
b) 320 s
c) 450 s
d) 630 s

8. Um homem sai da posição 20 m de uma pista de caminhada e anda até a posição 1100 m mantendo
uma velocidade constante de 10,8 km/h. Sabendo disso, o tempo gasto em minutos para completar a
caminhada é de.
a) 5,0 min
b) 5,2 min
c) 6,0 min
d) 6,8 min

2
Física

9. O gráfico a seguir relaciona a posição de um móvel, em metros, com o tempo, em segundos. Assinale
a alternativa que indica corretamente a sua velocidade média.

a) 3 m/s
b) 2 m/s
c) 4 m/s
d) 30 m/s

10. Analise o gráfico a seguir e assinale a alternativa que indica corretamente o tipo de movimento
representado.

a) movimento positivo.
b) movimento uniforme e progressivo.
c) movimento uniforme e retrógrado.
d) movimento uniformemente retardado.

3
Física

Gabarito

1. D
𝑉 = 𝑆/𝑡
𝑉 = 1100/10
𝑉 = 110𝑘𝑚/ℎ

110 = 𝑆/3
𝑆 = 330 𝑘𝑚.

2. A
7200𝑠 = 2ℎ

𝑉 = 𝑆/𝑡
𝑉 = 180/2
𝑉 = 90𝑘𝑚/ℎ

90 = 𝑆/3
𝑆 = 270 𝑘𝑚.

3. C
𝑥 = 100 + 8. 𝑡
260 = 100 + 8. 𝑡
8. 𝑡 = 160
𝑡 = 160/8
𝑡 = 20𝑠

4. A
𝑣 = 𝛥𝑠/𝛥𝑡
𝑣 = (200 − 500)/(20 − 0)
𝑣 = −300/20
𝑣 = −15𝑚/𝑠 (𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑡𝑟ó𝑔𝑟𝑎𝑑𝑜)

5. C
A partir dos dados fornecidos, temos:
𝑣 = 20 𝑚/𝑠
𝑆0 = 5𝑚
𝑡 = 15
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, temos:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 5 + 20.15
𝑆 = 5 + 300
𝑆 = 305 𝑚

6. D
A partir dos dados fornecidos, temos:
𝑣 = 36 km/h = 10m/s
𝑆0 = 10𝑚

4
Física

𝑡 = 20
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, temos:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 10 + 10.20
𝑆 = 10 + 200
𝑆 = 210 𝑚

7. A
Do enunciado da questão, temos:
𝑆0 = 15 𝑚
𝑆 = 875 𝑚
𝑣 = 2 𝑚/𝑠
A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, podemos escrever que:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
875 = 15 + 2. 𝑡
875 – 15 = 2. 𝑡
2. 𝑡 = 860
𝑡 = 430 𝑠

8. C
Do enunciado da questão, temos:
𝑆0 = 20 𝑚
𝑆 = 1100 𝑚
𝑣 = 10,8𝑘𝑚/ℎ = 3 𝑚/𝑠

A partir da função horária da posição para o movimento uniforme, podemos escrever que:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
1100 = 20 + 3. 𝑡
1080 = 3. 𝑡
𝑡 = 360 𝑠
360
𝑡= = 6,0 𝑚𝑖𝑛
60

9. A
Para calcularmos a velocidade média de um móvel, utilizamos a equação:
Δs
𝑣𝑚 =
Δt
Em ΔS = 𝑆𝑓 – 𝑆0 , 𝑆𝑓 é a posição final, e 𝑆0 , a posição inicial do movimento. Analisando o gráfico, é fácil
perceber que a posição inicial (𝑆0 ), ou seja, a posição no instante t = 0 s é igual a 2 m. A posição final (𝑆𝑓 )
pode ser qualquer uma escolhida, uma vez que, como o gráfico é uma reta, a velocidade é constante.
Vamos escolher a posição correspondente ao instante de tempo t = 2 s, 𝑆𝑓 = 8 m.
8−2 6
𝑣𝑚 = = = 3 𝑚/𝑠
2−0 2
Para calcular a velocidade média, basta calcular a razão entre ΔS e Δt.

5
Física

10. B
A reta da velocidade mantém-se paralela em relação ao tempo, indicando que seu valor é constante,
portanto, o movimento é uniforme. Como a reta encontra-se acima do eixo das abscissas (x), o
movimento é progressivo.

6
Física

Movimento retilíneo e uniforme (M.U.) – Equação horária da posição

Resumo

Imagina que você está em casa e pede um taxi para ir até a casa de um amigo. Durante todo trajeto, o taxista
permanece a uma velocidade de 20 km/h. Eu sei que você estaria bem nervoso dentro desse carro, mas
vamos tentar entender o movimento que o taxista fez.

Figura 01 – Taxi em M.U

Se um carro percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais, o seu movimento é chamado de
movimento uniforme (M.U.) Sendo um movimento uniforme, então podemos dizer que ele apresenta uma
velocidade média constante (valor fixo) e esse valor pode ser calculado como:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Sendo:
• 𝑉𝑚 = velocidade escalar média
• ∆𝑆 = deslocamento (variação de posição)
• ∆𝑡 = intervalor de tempo (variação de tempo)

Note que, na fórmula, temos um ∆. Esse termo chamasse delta e a função dele é calcular a variação da
grandeza que ele está atrelado. Logo:
∆S = posição final − posição inicial = S − S0
∆t = tempo final − tempo inicial = t − t 0

Classificação do movimento uniforme


O movimento uniforme (M.U) é classificado de acordo com o sentido da velocidade em relação a trajetória.
Classificamos o movimento como:
• Progressivo: Quando a velocidade tem o seu vetor na mesma direção e sentido da trajetória.
• Retrogrado: Quando a velocidade tem o seu vetor na mesma direção, mas sentido oposto a trajetória.

Figura 02 – Classificação do M.U

1
Física

Função horária da posição


Além dessa fórmula de velocidade escalar média, podemos descrever esse movimento através de uma
função. A função que relaciona a posição 𝑆 com o tempo 𝑡 é denominada função horária da posição dada
por:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝑡

Principal conversões de unidades


Aqui no Brasil, é comum trabalharmos com velocidade em km/h por conta dos contadores de velocidade dos
automóveis. Mas esse não é o unidade padrão para Física. Lembre-se que, para o Sistema Internacional (SI)
utilizamos:
• [𝑉] = metro por segundo (m/s)
• [∆𝑡] = segundo (s)
• [∆𝑠] = metro (m)

Por conta disso, precisamos aprender a fazer determinadas conversões.


• 1 km = 1000 m
• 1 hora = 60 min = 3600 s
• 1 m/s = 3,6 km/h

Figura 03 – Conversão de km/h para m/s

2
Física

Exercícios

1. Uma partícula descreve um movimento uniforme. A função horária dos espaços, com unidades do
Sistema Internacional de Unidades é: 𝑠 = −2,0 + 5,0. 𝑡 . Nesse caso, podemos afirmar que a
velocidade escalar da partícula é:
a) -2 m/s e o movimento é retrógrado.
b) -2 m/s e o movimento é progressivo.
c) 5,0 m/s e o movimento é progressivo
d) 5,0 m/s e o movimento é retrógrado

2. Uma partícula descreve um movimento uniforme. A função horária dos espaços, com unidades do
Sistema Internacional de Unidades é: 𝑠 = 2,0 − 4,0. 𝑡 . Nesse caso, podemos afirmar que a
velocidade escalar da partícula é:
a) -2 m/s e o movimento é retrógrado.
b) -2 m/s e o movimento é progressivo.
c) 4,0 m/s e o movimento é progressivo
d) 4,0 m/s e o movimento é retrógrado

3. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela que segue.

s(m) 25 21 17 13 9 5
t(s) 0 1 2 3 4 5

A equação horária desse movimento é:


a) s = 4 – 25.t
b) s = 25 - 4.t
c) s = 25 + 4.t
d) s = -4 + 25.t

4. A posição de um móvel, em movimento uniforme, varia com o tempo conforme a tabela que segue.

s(m) 31 26 21 16 11 6
t(s) 0 1 2 3 4 5

A equação horária desse movimento é:


a) s = 31 – 5.t
b) s = 31 + 5.t
c) s = 5 + 31.t
d) s = -5 - 31.t

3
Física

5. Sabendo que o espaço do móvel varia com o tempo, e obedece a seguinte função horária do espaço:
𝑥 = −100 + 25𝑡. O instante quando o móvel passa na origem das posições é:
a) t = 2s
b) t = 4s
c) t = 8s
d) t = 10s

6. Determine o tempo necessário para que os móveis da figura a seguir se encontrem.:

a) 2h
b) 3h
c) 4h
d) 5h

7. A partir do gráfico abaixo, escreva a função horária da posição para o móvel que executa movimento
uniforme.

a) S = 50 + 5.t
b) S = 50 + 15.t
c) S = 50 – 5.t
d) S = 50 + 10.t

4
Física

8. O gráfico a seguir representa a função horária do espaço de um móvel em trajetória retilínea e em


movimento uniforme.

Com base nele, determine a velocidade e a função horária do espaço deste móvel são respectivamente:
a) v = 20m/s / x = 50 + 20.t
b) v = 10m/s / x = 50 + 20.t
c) v = 10m/s / x = 50 - 20.t
d) v = 20m/s / x = 50 + 10.t

9. O movimento uniforme de um móvel durante certo tempo está representado abaixo. Marque a
alternativa correta.

a) Faltam dados para calcular a velocidade do móvel.


b) A velocidade do móvel é constante e vale 1,42 m/s.
c) A aceleração é um determinado valor diferente de zero.
d) A velocidade do móvel é constante e vale 1 m/s.

5
Física

10. Os dois primeiros colocados de uma prova de 100 m rasos de um campeonato de atletismo foram,
respectivamente, os corredores A e B. O gráfico representa as velocidades escalares desses dois
corredores em função do tempo, desde o instante da largada (t = 0) até os instantes em que eles
cruzaram a linha de chegada.

Analisando as informações do gráfico, é correto afirmar que, no instante em que o corredor A cruzou
a linha de chegada, faltava ainda, para o corredor B completar a prova, uma distância, em metros, igual
a
a) 5
b) 25
c) 15
d) 20
e) 10

6
Física

Gabarito

1. C
A forma mais fácil de identificar a resposta certa é comparando a equação e os valores dados.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣 . 𝑡
𝑥 = −2,0 + 5,0. 𝑡

2. D
A forma mais fácil de identificar a resposta certa é comparando a equação e os valores dados.
𝑥 = 𝑥0 + 𝑣 . 𝑡
𝑥 = 2,0 − 5,0. 𝑡

3. B
1º - Vamos calcular a velocidade, não esquecendo que a velocidade média será igual a instantântea.
𝑉 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝑉 = (5 − 25) ÷ (5 − 0)
𝑉 = −20 ÷ 5
𝑉 = −4 𝑚/𝑠

2º - Agora vamos substituir os valores na equação.


𝑆 = 25 − 4. 𝑡

4. A
1º - Vamos calcular a velocidade, não esquecendo que a velocidade média será igual a instantântea.
𝑉 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝑉 = (6 − 31) ÷ (5 − 0)
𝑉 = −20 ÷ 5
𝑉 = −5 𝑚/𝑠

2º - Agora vamos substituir os valores na equação.


𝑆 = 31 − 5. 𝑡

5. B
𝑥 = −100 + 25 .8
𝑥 = −100 + 200
𝑥 = 100𝑚

Temos que calcular o tempo quando o espaço final for 0


𝑥 = −100 + 25. 𝑡
0 = −100 + 25. 𝑡
100 = 25𝑡
100 ÷ 25 = 𝑡
4 = 𝑡
𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑡 = 4𝑠

7
Física

6. D
Escrevendo a função horária da posição do movimento uniforme para os corpos A e B, temos:
𝑆𝐴 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡 → 𝑆𝐴 = 0 + 30. 𝑡 → 𝑆𝐴 = 30. 𝑡
𝑆𝐵 = 𝑆0 – 𝑣. 𝑡 → 𝑆𝐵 = 400 – 50. 𝑡
Sabendo que no momento do encontro SA = SB, temos:
𝑆𝐴 = 𝑆𝐵
30. 𝑡 = 400 – 50. 𝑡
50. 𝑡 + 30. 𝑡 = 400
80. 𝑡 = 400

𝑡 = 5ℎ

7. C
Analisando o gráfico, temos:
Posição inicial: S0 = 50 m;
Tempo até atingir a posição 0: t = 10 s;
Tipo de movimento: Reta decrescente indica movimento retrógrado, logo, a velocidade é negativa.
A partir da definição de velocidade média, podemos determinar a velocidade do móvel:
𝑣 = 𝛥𝑠/𝛥𝑡
(0 – 50)
𝑣 =
10
𝑣 = − 5𝑚/𝑠
De posse da velocidade, podemos determinar a função horária da posição para esse móvel.
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣. 𝑡
𝑆 = 50 – 5. 𝑡

8. A
𝑣 = 𝛥𝑠/𝛥𝑡
𝑣 = (250 – 50)/(10 − 0)
𝑣 = 200/10
𝑣 = 20𝑚/𝑠 – 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

𝑥 = 𝑥𝑜 + 𝑣. 𝑡
𝑥 = 50 + 20. 𝑡

9. D
Como o gráfico é uma reta, a função que o representa é a do tipo ax + b, em que o termo “a” é denominado
de coeficiente angular da reta e representa a velocidade na função horária da posição para o movimento
uniforme (s = s0 + v.t). Sabendo que o coeficiente angular é a tangente do ângulo formado pela reta,
podemos escrever que:
𝑡𝑔 45° = 𝑎
𝑎 = 1, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜, 𝑣 = 1 𝑚/𝑠

8
Física

10. D
A partir do gráfico, podemos perceber que, após o corredor A ter parado, o corredor B correu a 10 m/s
entre os instantes 10 s e 12 s. Sendo assim, a distância percorrida por B após A ter parado é:
𝑣𝐵 = 𝛥𝑠 ÷ 𝛥𝑡
𝛥𝑠 = 𝑣𝐵 . 𝛥𝑡
𝛥𝑠 = 10 . ( 12 – 10)
𝛥𝑠 = 10 . 2 = 20 𝑚

9
Física

Termometria

Resumo

Introdução
Termologia é a parte da Física que estuda os fenômenos relativos ao aquecimento, resfriamento ou às
mudanças de estado físico em corpos que recebem ou cedem um determinado tipo de energia. Estudaremos,
em Termologia, as formas pelas quais essa energia, que denominaremos energia térmica, muda de local,
propagando-se através de um meio. Estudaremos, ainda, o comportamento de um modelo teórico de gás,
denominado gás perfeito, e, dentre outras coisas, as relações existentes entre a energia térmica e a energia
mecânica.
No estudo de todos os fenômenos relativos à Termologia, sempre aparece um parâmetro muito importante,
denominado temperatura, capaz de definir o estado térmico do sistema físico estudado. Assim, iniciaremos
o nosso estudo de Termologia conceituando a temperatura e estabelecendo processos e regras usados para
sua medição.

Temperatura
Grandeza que caracteriza o estado térmico de um sistema.

É comum as pessoas avaliarem o estado térmico de um corpo pela sensação de quente ou frio que sentem
ao tocá-lo. Até que ponto, entretanto, podemos confiar nessa sensação? Muitas vezes pessoas diferentes em
um mesmo ambiente experimentam sensações térmicas diferentes! Note que isso ocorre porque as
sensações de quente e frio são individuais e subjetivas, dependendo do indivíduo e das condições a que ele
está sujeito.

Agora você deve estar se perguntando: como podemos avaliar fisicamente esse “quente” e esse “frio”?

Imaginemos um balão de borracha, fechado, com ar em seu interior. O ar, como sabemos, é constituído de
pequenas partículas que se movimentam em todas as direções. Agora, vamos aquecer o ar. O que acontece?
O balão estufa, aumentando de tamanho. O que provocou isso? Foi o ar em seu interior, que, ao ser aquecido,
empurrou mais fortemente as paredes elásticas, aumentando o volume do balão. Isso ocorre porque as
partículas de ar movimentam-se, possuindo certa velocidade, certa energia cinética. Quando aumentamos
a temperatura dessas partículas por aquecimento, essa energia cinética aumenta, intensificando os choques
dessas partículas com as paredes internas do balão, o que produz aumento de volume.

Assim, podemos associar a temperatura do ar à energia cinética de suas partículas, isto é, ao estado de
movimento dessas partículas.

Entretanto, o que acontece nos sólidos e nos líquidos, cujas partículas são impedidas de movimentar-se
livremente?

Nesses casos, as partículas apenas agitam-se em regiões limitadas, e esse estado de agitação aumenta com
o aquecimento, com o aumento de temperatura.
A conclusão a que podemos chegar é que, de alguma forma (vide seção 2.2), a temperatura está relacionada
com o estado de movimento ou de agitação das partículas de um corpo. Assim, como uma ideia inicial,

1
Física

podemos dizer que a temperatura é um valor numérico associado a um determinado estado de agitação ou
de movimentação das partículas de um corpo, umas em relação às outras.

Considerando que os dois recipientes contêm o mesmo tipo de gás, no recipiente 2 o estado de agitação das partículas
que compõem o gás é maior, pois estas se movimentam com maior rapidez. Assim, podemos concluir que o gás do
recipiente 2 encontra-se em uma temperatura mais elevada que o gás do recipiente 1.
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Não confunda Temperatura com Energia e tampouco com Energia Térmica


Relembrando: temperatura é a medida do grau de agitação das moléculas, é apenas um número
acompanhado de sua unidade para ter-se ideia do grau de agitação das moléculas. Energia é a quantidade de
agitação dessas mesmas moléculas e energia térmica, mais conhecida como calor, é a energia que flui entre
corpos de diferentes temperaturas.

Termômetro
Considerando o que vimos anteriormente, você deve ter percebido que não temos condições de medir
diretamente a energia de agitação das moléculas de um corpo. Como podemos, então, avaliar sua
temperatura?

É simples: isso deve ser feito por um processo indireto, usando-se um segundo corpo que sofra alterações
mensuráveis em suas propriedades físicas quando do processo de busca do equilíbrio térmico com o
primeiro. A esse corpo chamamos de termômetro.

O mais conhecido é o termômetro de mercúrio.

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2
Física

Há outros tipos de termômetros como os que usam resistores, gás, etc.

Escalas termométricas
Escala termométrica é um conjunto de valores numéricos em que cada valor está associado a uma
determinada temperatura. Se, por exemplo, a temperatura de um sistema A é representada pelo valor 50 e a
de um sistema B, pelo valor 20, em uma mesma escala termométrica, dizemos que a temperatura de A é maior
que a de B. Isso indica que as partículas do sistema A estão em um nível energético mais elevado que as do
sistema B.
Como uma escala termométrica é constituída por um conjunto de valores arbitrários, um mesmo estado
térmico pode ser representado em escalas termométricas diversas, por valores numéricos diferentes. Os
valores numéricos de uma escala termométrica são obtidos a partir de dois valores atribuídos previamente a
dois estados térmicos de referência, bem definidos, denominados pontos fixos.

Pontos fixos fundamentais


Pela facilidade de obtenção prática, são adotados usualmente como pontos fixos os estados térmicos
correspondentes ao gelo fundente e à água em ebulição, ambos sob pressão normal. Esses estados térmicos
costumam ser denominados ponto do gelo e ponto do vapor, respectivamente, e constituem os pontos fixos
fundamentais.

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Escala Celsius e Fahrenheit


A escala termométrica mais utilizada no mundo, inclusive no Brasil, foi criada pelo astrônomo e físico sueco
Anders Celsius (1701-1744) e oficializada em 1742 por uma publicação da Real Academia Sueca de Ciência.
O interessante é que, originalmente, Celsius utilizou o valor 0 para o ponto de ebulição da água e o valor 100
para seu ponto de congelamento. Foi um biólogo sueco, chamado Lineu [Carl von Lineé (1707-1778)], quem
inverteu essa escala, tornando-a tal como a conhecemos hoje.
Em 1708, o físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), utilizando as ideias do astrônomo
dinamarquês Ole Römer (1644-1710), estabeleceu os pontos de referência de uma nova escala. Para o ponto
0, ele utilizou a temperatura de uma mistura de gelo e cloreto de amônia e, para o ponto 100, a temperatura
do corpo humano. Somente mais tarde, quando passaram a utilizar a água como referência, observou-se que

3
Física

a sua escala assinalava 32 para o ponto do gelo e 212 para o ponto do vapor. A escala Fahrenheit de
temperaturas é utilizada principalmente nos países de língua inglesa.

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Na escala Celsius, temos 100 divisões iguais entre os pontos fixos, cada divisão correspondendo à unidade
da escala, que recebe o nome de grau Celsius, simbolizado por °C.
Na escala Fahrenheit, temos 180 divisões iguais entre os pontos fixos, sendo a unidade da escala
denominada grau Fahrenheit, simbolizado por °F.

Conversão entre as escalas Celsius e Fahrenheit

A que valor na escala Fahrenheit corresponde, por exemplo, 60 °C?


Para fazer a correspondência, vamos utilizar dois termômetros idênticos de mercúrio, sendo um graduado na
escala Celsius e outro, na Fahrenheit. Ao colocá-los em contato com um mesmo corpo, observamos que as
alturas de mercúrio são iguais, mas, por se tratarem de escalas distintas, os valores numéricos assinalados
são diferentes (θC e θF).

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4
Física

Perceba que os intervalos de temperaturas correspondentes nos dois termômetros são proporcionais. Assim,
vale a relação:
𝜃𝑐 − 0 100 − 0
=
𝜃𝐹 − 32 121 − 32
𝜃𝑐 100 5
= =
𝜃𝐹 − 32 180 9
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Essa equação de conversão pode ser escrita da seguinte maneira:

𝜃𝑐 𝜃𝐹 − 32
=
5 9
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Variação de temperatura
Para converter uma variação de temperatura em graus Celsius para graus Fahrenheit, ou vice-versa, observe
o esquema abaixo, em que comparamos essas duas escalas.

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Note que a variação em uma das escalas é proporcional à variação correspondente na outra. Assim, podemos
afirmar que:
∆𝜃𝑐 ∆𝜃𝐹
=
100 180
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O zero absoluto
Imagine um sistema físico qualquer. Quando o aquecemos, sua temperatura se eleva, aumentando o estado
de agitação de suas partículas. Se o esfriamos, sua temperatura diminui porque o estado de agitação das
partículas também diminui. Se continuarmos a esfriar esse sistema, o estado de agitação das partículas
diminuirá mais e mais, tendendo a um mínimo de temperatura, denominado zero absoluto.
Zero absoluto é o limite inferior de temperatura de um sistema. É a temperatura correspondente ao menor
estado de agitação das partículas, isto é, um estado de agitação praticamente nulo.

5
Física

No zero absoluto, ainda existe nas partículas do sistema uma quantidade finita, não nula, de energia cinética.
Essa energia é denominada energia do ponto zero.

Escala absoluta
O físico britânico William Thomson (1824-1907), mais conhecido como Lord Kelvin, foi quem verificou
experimentalmente a variação da pressão de um gás a volume constante. Por meio de uma extrapolação, ele
concluiu que a menor temperatura que aquele gás poderia atingir coincidia com a anulação da pressão.
Até chegar a essa conclusão ele realizou experiências com diferentes amostras de gases, a volume constante.
As variações de pressão foram plotadas (marcadas) em um gráfico, em função da temperatura Celsius. O
prolongamento do gráfico levou-o ao valor -273,15 °C, que foi denominado “zero absoluto”. Para facilitar os
cálculos, aproximamos esse -273 °C. A escala Kelvin, também denominada escala absoluta, tem sua origem
no zero absoluto e utiliza o grau Celsius como unidade de variação. O símbolo da unidade da escala Kelvin é
K.

Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

Do exposto, pode-se concluir que a equação de conversão entre as escalas Celsius e Kelvin é dada por:

𝑇(𝐾) = 𝜃(∘ 𝐶) + 273


Tópicos de Física – Vol. 2 – Termologia, Ondulatória e Óptica – 19ª ed – 2012.

6
Física

Exercícios

1. Pernambuco registrou, em 2015, um recorde na temperatura após dezessete anos. O estado atingiu a
média máxima de 31 C, ° segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). A falta de chuvas
desse ano só foi pior em 1998 – quando foi registrada a pior seca dos últimos 50 anos, provocada pelo
fenômeno “El Niño”, que reduziu a níveis críticos os reservatórios e impôs o racionamento de água.
Novembro foi o mês mais quente de 2015, aponta a APAC. Dos municípios que atingiram as
temperaturas mais altas esse ano, Águas Belas, no Agreste, aparece em primeiro lugar com média
máxima de 42 C°
Fonte: g1.com.br.

Utilizando o quadro abaixo, que relaciona as temperaturas em °C (graus Celsius), °F (Fahrenheit) e K


(Kelvin), podemos mostrar que as temperaturas médias máximas, expressas em K, para Pernambuco
e para Águas Belas, ambas em 2015, foram, respectivamente,

a) 300 e 317.
b) 273 e 373.
c) 304 e 315.
d) 242 e 232.
e) 254 e 302.

7
Física

2. Com o aumento do efeito estufa, a chuva ácida pode atingir a temperatura de 250 C.

Na escala Kelvin, esse valor de temperatura corresponde a:


a) 212
b) 346

c) 482

d) 523

3. Frente fria chega a São Paulo. Previsão para

Com esses dados, pode-se concluir que a variação de temperatura na sexta-feira e a máxima, no
sábado, na escala Fahrenheit, foram, respectivamente:
a) 9 e 33,8.
b) 9 e 68.
c) 36 e 9.
d) 68 e 33,8.
e) 68 e 36.

4. O gráfico indicado a seguir representa a relação entre a temperatura medida numa escala X e a mesma
temperatura medida na escala Celsius.

Para a variação de 1,0 °C, o intervalo observado na escala X é:


a) 1ºX
b) 1,5ºX
c) 2ºX
d) 2,5ºX
e) 3,5ºX

8
Física

5. Quando se mede a temperatura do corpo humano com um termômetro clínico de mercúrio em vidro,
procura-se colocar o bulbo do termômetro em contato direto com regiões mais próximas do interior do
corpo e manter o termômetro assim durante algum tempo, antes de fazer a leitura. Esses dois
procedimentos são necessários porque:
a) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque demanda
sempre algum tempo para que a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se efetive.
b) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo, e porque
demanda sempre algum tempo para que a troca de calor entre o corpo humano e o termômetro se
efetive.
c) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque é preciso
evitar a interferência do calor específico médio do corpo humano.
d) é preciso reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo, e porque
o calor específico médio do corpo humano é muito menor que o do mercúrio e o do vidro.
e) o equilíbrio térmico só é possível quando há contato direto entre dois corpos e porque é preciso
reduzir a interferência da pele, órgão que regula a temperatura interna do corpo.

6. Para medirmos a temperatura de um objeto, utilizamos principalmente 3 escalas termométricas:


Celsius °C), Fahrenheit (°F) e Kelvin (K). A relação entre elas pode ser vista no quadro abaixo.

Utilizando a escala como referência, podemos dizer que 0°C e 50°C equivalem, em Kelvin, a?
a) 212 e 273.
b) 273 e 373.
c) 212 e 32.
d) 273 e 37.
e) 273 e 323.

9
Física

7. O texto a seguir foi extraído de uma matéria sobre congelamento de cadáveres para sua preservação
por muitos anos, publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 21.07.2002.
“Após a morte clínica, o corpo é resfriado com gelo. Uma injeção de anticoagulantes é aplicada e um
fluido especial é bombeado para o coração, espalhando-se pelo corpo e empurrando para fora os
fluidos naturais. O corpo é colocado numa câmara com gás nitrogênio, onde os fluidos endurecem em
vez de congelar. Assim que atinge a temperatura de – 321°, o corpo é levado para um tanque de
nitrogênio líquido, onde fica de cabeça para baixo.”
O Estado de S. Paulo

Na matéria, não consta a unidade de temperatura usada. Considerando que o valor indicado de – 321°
esteja correto e que pertença a uma das escalas, Kelvin, Celsius ou Fahrenheit, pode-se concluir que foi
usada a escala
a) Kelvin, pois trata-se de um trabalho cientifico e esta e a unidade adotada pelo Sistema
Internacional.
b) Fahrenheit, por ser um valor inferior ao zero absoluto e, portanto, só pode ser medido nessa escala.
c) Fahrenheit, pois as escalas Celsius e Kelvin não admitem esse valor numérico de temperatura.
d) Celsius, pois só ela tem valores numéricos negativos para a indicação de temperatura.
e) Celsius, por tratar-se de uma matéria publicada em língua portuguesa e essa ser a unidade adotada
oficialmente no Brasil.

8. Um termômetro com defeito está graduado na escala Fahrenheit, indicando 30 °𝐹 para o ponto de fusão
do gelo e 214 °𝐹 para o ponto de ebulição da água. A única temperatura neste termômetro medida
corretamente na escala Celsius é

a) 158.

b) 86.
c) 122.
d) 50.

e) 194.

9. Vários turistas frequentemente têm tido a oportunidade de viajar para países que utilizam a escala
Fahrenheit como referência para medidas da temperatura. Considerando-se que quando um
termômetro graduado na escala Fahrenheit assinala 32°F, essa temperatura corresponde ao ponto de
gelo, e quando assinala 212°F, trata-se do ponto de vapor. Em um desses países, um turista observou
que um termômetro assinalava temperatura de 74,3°F. Assinale a alternativa que apresenta a
temperatura, na escala Celsius, correspondente à temperatura observada pelo turista.
a) 12,2 °C.
b) 18,7 °C.
c) 23,5 °C.
d) 30 °C.
e) 33,5 °C.

10
Física

10. Os termômetros são instrumentos utilizados para efetuarmos medidas de temperaturas. Os mais
comuns baseiam-se na variação de volume sofrida por um líquido considerado ideal, contido em um
tubo de vidro cuja dilatação é desprezada. Num termômetro em que se utiliza mercúrio, vemos que a
coluna deste líquido “sobe” cerca de 2,7 cm para um aquecimento de 3,6 °C. Se a escala termométrica
fosse a Fahrenheit, para um aquecimento de 3,6°F, a coluna de mercúrio “subiria”:
a) 11,8 cm.
a) 3,6 cm.
b) 2,7 cm.
c) 1,8 cm.
d) 1,5 cm.

11
Física

Gabarito

1. C
Para a resolução da questão, basta passar as temperaturas médias da escala Celsius para a escala
Kelvin.
Para a média do estado de Pernambuco:
𝑇1 = 31 + 273 ∴ 𝑇1 = 304𝐾

Para Águas Belas, a temperatura média foi:


𝑇2 = 42 + 273 ∴ 𝑇2 = 315𝐾

2. D
A transformação da escala Celsius em Kelvin é realizada pela equação:

K = C + 273

Assim, para a temperatura de 250 C :

K = 250 + 273  K = 523 K

3. B

4. B

12
Física

5. B
Por meio da transpiração, a pele regula a temperatura interna do corpo humano. Assim, para obter o valor
dessa temperatura, devemos introduzir o termômetro em uma das aberturas do corpo, como, por
exemplo, a boca. O termômetro deve ficar algum tempo em contato com o corpo para que haja
transferência de calor e possa proporcionar o equilíbrio térmico entre o mercúrio (do termômetro) e o
interior desse corpo humano.

6. E
Usando a expressão que relaciona as escalas termométricas Celsius e Kelvim, vem:

7. C
O menor valor de temperatura na escala Celsius é -273ºC e na escala Kelvin é o zero absoluto.

8. D
Aplicando a equação de conversão:
T − 30 T − 32 T − 30 T − 32
=  =  46 T − 1.472 = 45 T − 1.350  T = 122 F.
214 − 30 212 − 32 46 45

Transformando para C :
TC 122 − 32
=  TC = 50 C.
5 9

9. C

10. E

13
Física

Movimento retilíneo uniformemente variado (M.U.V) – Aceleração


média e Equação da velocidade

Resumo

Movimento retilíneo uniformemente variado (M.U.V)

Figura 01 – Velocimetro

A figura 01 é uma iamgem classifca de filmes de ação como Velozes e Furiosos que demonstram um
momento de ação! A função do velocimetro é medir a velocidade do carro durante a trajetória e, mostrar como
essa velocidade pode mudar ou não. O Movimento retilíneo uniformemente variado (M.U.V) descreve um
corpo que apresenta um movimento com aceleração constante (𝑎 = 𝑐𝑡𝑒), ou seja, esse corpo apresenta
variações de velocidade com o passar do tempo.

Aceleração
Antes de começarmos a monstrar as formulas, precisamos definir o que é aceleração. Para a Física,
aceleração é a mudança do valor da velocidade de um corpo em função do tempo. Logo, podemos escrever
aceleração da seguinte forma:
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡

Com essa definição de aceleração, já somos capazes de desenvolver as formulas do M.U.V.

Função horária da velocidade


A função horária da velocidade é uma expressão matemática que descreve como a velocidade de um corpo
pode ser alterada em função do tempo. Essa função é feita a partir da formula da aceleração e deixando ela
da seguinte forma:
𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡

Função horária da posição


A função horária da posição é uma expressão matemática que descreve a posição de um corpo em função
do tempo. Essa função apresenta seguinte forma:
𝑎𝑡²
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉0 𝑡 +
2

1
Física

Podemos modificar essa função para que ela não de a posição final do corpo, mas sim a deslocamento dele
por completo. Com o objeto de encontrar o deslocamento, podemos utilizar a função horária da posição da
seguinte forma:
𝑎𝑡²
∆𝑆 = 𝑉0 𝑡 +
2

Equação de Torricelli
A equação de Torricelli é a unica equação do M.U.V que não utilizar a grandeza tempo para descrever a
trajetória, sendo ela um trunfo para quando você não tiver tempo como dado do seu problema. Essa equação
apresenta seguinte forma:
𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑎∆𝑆

Com essas três equações, a duvida sempre aparece durante as questõa: Qual dessas formulas eu devo usar?
Para responder essa pergunta, você precisa separar todos os dados que a questão forneceu e analisa-los. Os
dados definem qual formula você deve utilizar.

Classificação do movimento
Assim como foi feito em M.U, podemos classificar o movimento de um corpo em M.U.V a partir da direção e
sentido da aceleração em relação a trajetória. O seu movimento será:
• Acelerado: Caso a aceleração apresente a mesma direção e sentido da trajetória.
• Retardado: Caso a aceleração apresente a mesma direção, mas sentido oposto a trajetória.

Como pode ver, a classificação do M.U.V pode ser feita junto da classificação do M.U. Então, para facilitar a
sua vida, montamos uma tabela para você entender como classificar o movimento.

Velocidade Aceleração Movimento


Positiva Positiva Progressivo acelerado
Positiva Negativa Progressivo retardado
Negativa Positiva Retrógrado Retardado
Negativa Negativa Retrógrado Acelerado

Tabela 01 – Classificação do movimento

2
Física

Exercícios

1. Ao caçar, um guepardo - partindo do repouso - atinge uma velocidade de 72 Km/h em 2 segundos. Qual
a sua aceleração nesse intervalo de tempo?
a) a = 17 m/s²
b) a = 15 m/s²
c) a = 12 m/s²
d) a = 10 m/s²

2. Um avião parte do repouso e, com aceleração constante, atinge a velocidade de 450 Km/h em 25
segundos. Qual a aceleração do avião?
a) a = 1 m/s²
b) a = 3 m/s²
c) a = 5 m/s²
d) a = 8 m/s²

3. Durante um trecho da corrida, um carro de fórmula 1 aumenta sua velocidade de 100 Km/h para 260
Km/h, fazendo isso em 4 segundos. Qual a sua aceleração média neste trecho?
a) a = 11,11 𝑚/𝑠²
b) a = 13,31 𝑚/𝑠²
c) a = 14,21 𝑚/𝑠²
d) a = 15,11 𝑚/𝑠²

4. Um móvel que se afasta de um referencial, mas tem a sua velocidade reduzida a cada segundo de
maneira constante executa um movimento do tipo
a) regressivo e retardado.
b) progressivo e retardado.
c) progressivo e acelerado.
d) uniforme e retilíneo.

5. Um móvel realiza um movimento retardado com desaceleração constante de 2 m/s². Sabendo que a
sua velocidade era inicialmente de 20 m/s, determine em qual instante de tempo o móvel inverterá o
sentido do seu movimento.
a) 1,0 s
b) 5,0 s
c) 10,0 s
d) 3,0 s

3
Física

6. Um veículo de passeio consegue acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 11 s. Determine sua aceleração
média em m/s² e assinale a alternativa correspondente
a) 15,0 m/s²
b) 2,0 m/s²
c) 2,5 m/s²
d) 5,0 ms²

7. Um móvel tem a sua velocidade alterada de 36 km/h para 54 km/h, em um intervalo de tempo de 2,5 s.
Calcule o módulo de sua aceleração média.
a) 10,0 m/s²
b) 2,0 m/s²
c) 3,5 m/s²
d) 5,0 ms²

8. Ao avistar um obstáculo, um motorista pisa no freio e diminui sua velocidade a uma taxa de 2 m/s a
cada segundo. Determine o intervalo de tempo necessário até que o veículo pare completamente,
sabendo que a sua velocidade ao início da frenagem era de 30 m/s.
a) 1,0 s
b) 5,0 s
c) 10,0 s
d) 15,0 s

9. Ao avistar um obstáculo, um motorista pisa no freio e diminui sua velocidade a uma taxa de 5 m/s a
cada segundo. Determine o intervalo de tempo necessário até que o veículo pare completamente,
sabendo que a sua velocidade ao início da frenagem era de 90km/h.
a) 1,0 s
b) 5,0 s
c) 10,0 s
d) 3,0 s

10. Um móvel parte do repouso e acelera a 3 m/s² durante um intervalo de tempo de 8 s. Determine a
velocidade desse móvel ao final desse intervalo de tempo.
a) 24 m/s
b) 20 m/s
c) 18 m/s
d) 12m/s

4
Física

Gabarito

1. D
Como ele parte do repouso, temos:
𝑉𝑖 = 0 𝐾𝑚/ℎ
𝑉𝑓 = 72𝐾𝑚/ℎ = 20 𝑚/𝑠
𝑡𝑖 = 0 𝑠
𝑡𝑓 = 2 𝑠

∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
𝑎 = 20/2
𝑎 = 10 𝑚/𝑠²

2. C
𝑉𝑖 = 0 𝐾𝑚/ℎ
𝑉𝑓 = 450 𝐾𝑚/ℎ = 125 𝑚/𝑠
𝑡𝑖 = 0 𝑠
𝑡𝑓 = 25 𝑠
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
𝑎 = 125/ 25
𝑎 = 5 𝑚/𝑠²

3. A
𝑉𝑖 = 100 𝐾𝑚/ℎ = 27,8 𝑚/𝑠
𝑉𝑓 = 260 𝐾𝑚/ℎ = 72,2 𝑚/𝑠
𝑡𝑖 = 0 𝑠
𝑡𝑓 = 4 𝑠

∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
𝑎 = (72,2 – 27,8) / (4 – 0)
𝑎 = 44,4 / 4
𝑎 = 11,11 𝑚/𝑠²

4. B
Como o móvel afasta-se do referencial, o seu movimento é progressivo. Além disso, pelo fato de sua
velocidade diminuir com o tempo, dizemos que o seu movimento é retardado. Portanto, o movimento em
questão é progressivo e retardado.

5. C
Utilizaremos a fórmula da aceleração média para resolver esse exercício:
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡
Para resolver esse exercício, é necessário perceber que, como o seu movimento é retardado, a sua
aceleração é negativa (-2 m/s²). Além disso, como o exercício pede que determinemos o instante em que
o sentido do movimento é invertido, esse instante corresponderá àquele quando a velocidade do móvel
se tornará nula, além disso, consideraremos o instante inicial do movimento como 0. Observe o cálculo:
30 − 0
𝑎= = 6𝑚/𝑠²
5
De acordo com o resultado encontrado, o tempo necessário para o móvel inverter o seu sentido de
movimento é de 10 s

5
Física

6. C
Para resolvermos esse exercício, devemos usar a fórmula da velocidade média, além disso, também é
necessário converter a velocidade que está em quilômetros por hora para metros por segundo. Para
tanto, devemos dividir a velocidade pelo fator 3,6. Observe os cálculos:
𝑣 = 100𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 27,7 𝑚/𝑠

27,7 − 0
𝑎= = 2,5𝑚/𝑠²
11

7. B
𝑣 = 54𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 15 𝑚/𝑠
𝑣 = 36𝑘𝑚/ℎ ⟶ 𝑣 = 10 𝑚/𝑠
15 − 10
𝑎= = 2 𝑚/𝑠²
2,5

8. D
𝑣=0
𝑣0 = 30𝑚/𝑠
𝑎 = −2𝑚/𝑠²
Δ𝑡 = ?
𝑣 − 𝑣0 0 − 30
𝑎= ⟶ −2 =
Δ𝑡 Δ𝑡
Δ𝑡 = 15𝑠

9. B
𝑣=0
𝑣0 = 90𝑘𝑚/ℎ = 25𝑚/𝑠
𝑎 = −5𝑚/𝑠²
Δ𝑡 = ?
𝑣 − 𝑣0 0 − 25
𝑎= ⟶ −5 =
Δ𝑡 Δ𝑡
Δ𝑡 = 5 𝑠

10. A
𝑣 =?
𝑣0 = 0𝑘𝑚/ℎ
𝑎 = 3𝑚/𝑠²
Δ𝑡 = 8𝑠
𝑣 − 𝑣0 𝑣−0
𝑎= ⟶ 3=
Δ𝑡 8
𝑣 = 3.8 = 24 𝑚/𝑠

6
Física

Movimento retilíneo uniformemente variado (M.U.V) – Torricelli e


Equação da posição

Resumo

Movimento retilíneo uniformemente variado (M.U.V)

Figura 01 – Velocimetro

A figura 01 é uma iamgem classifca de filmes de ação como Velozes e Furiosos que demonstram um
momento de ação! A função do velocimetro é medir a velocidade do carro durante a trajetória e, mostrar como
essa velocidade pode mudar ou não. O Movimento retilíneo uniformemente variado (M.U.V) descreve um
corpo que apresenta um movimento com aceleração constante (𝑎 = 𝑐𝑡𝑒), ou seja, esse corpo apresenta
variações de velocidade com o passar do tempo.

Aceleração
Antes de começarmos a monstrar as formulas, precisamos definir o que é aceleração. Para a Física,
aceleração é a mudança do valor da velocidade de um corpo em função do tempo. Logo, podemos escrever
aceleração da seguinte forma:
∆𝑉
𝑎=
∆𝑡

Com essa definição de aceleração, já somos capazes de desenvolver as formulas do M.U.V.

Função horária da velocidade


A função horária da velocidade é uma expressão matemática que descreve como a velocidade de um corpo
pode ser alterada em função do tempo. Essa função é feita a partir da formula da aceleração e deixando ela
da seguinte forma:
𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝑡

1
Física

Função horária da posição


A função horária da posição é uma expressão matemática que descreve a posição de um corpo em função
do tempo. Essa função apresenta seguinte forma:

𝑎𝑡²
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉0 𝑡 +
2

Podemos modificar essa função para que ela não de a posição final do corpo, mas sim a deslocamento dele
por completo. Com o objeto de encontrar o deslocamento, podemos utilizar a função horária da posição da
seguinte forma:
𝑎𝑡²
∆𝑆 = 𝑉0 𝑡 +
2

Equação de Torricelli
A equação de Torricelli é a unica equação do M.U.V que não utilizar a grandeza tempo para descrever a
trajetória, sendo ela um trunfo para quando você não tiver tempo como dado do seu problema. Essa equação
apresenta seguinte forma:
𝑉 2 = 𝑉02 + 2𝑎∆𝑆

Com essas três equações, a duvida sempre aparece durante as questõa: Qual dessas formulas eu devo usar?
Para responder essa pergunta, você precisa separar todos os dados que a questão forneceu e analisa-los. Os
dados definem qual formula você deve utilizar.

Classificação do movimento
Assim como foi feito em M.U, podemos classificar o movimento de um corpo em M.U.V a partir da direção e
sentido da aceleração em relação a trajetória. O seu movimento será:
• Acelerado: Caso a aceleração apresente a mesma direção e sentido da trajetória.
• Retardado: Caso a aceleração apresente a mesma direção, mas sentido oposto a trajetória.

Como pode ver, a classificação do M.U.V pode ser feita junto da classificação do M.U. Então, para facilitar a
sua vida, montamos uma tabela para você entender como classificar o movimento.

Velocidade Aceleração Movimento


Positiva Positiva Progressivo acelerado
Positiva Negativa Progressivo retardado
Negativa Positiva Retrógrado Retardado
Negativa Negativa Retrógrado Acelerado

Tabela 01 – Classificação do movimento

2
Física

Exercícios

1. Uma motocicleta tem velocidade inicial de 20 m/s e adquire uma aceleração constante e igual a
2m/s². Qual a velocidade em km/h ao percorrer 100 m?
a) 95,2 km/h
b) 98,4 km/h
c) 101,8 km/h
d) 104,8 km/h

2. Uma motocicleta tem velocidade inicial de 90km/h e adquire uma aceleração constante e igual a
2m/s². Qual a velocidade em km/h ao percorrer 68,75 m ?
a) 100 km/h
b) 108 km/h
c) 115 km/h
d) 120 km/h

3. Sabendo que a velocidade de uma aeronave no momento de decolagem é 300m/s, com aceleração
constante de 50 m/s², calcule quantos metros sobre a pista ela percorre a partir do repouso.
a) 800 m
b) 850 m
c) 870 m
d) 900 m

4. Sabendo que a velocidade de uma aeronave no momento de decolagem é 900 km/h, com aceleração
constante de 40 m/s², calcule quantos metros sobre a pista ela percorre a partir do repouso.
a) 781,3 m
b) 721,6 m
c) 700,2 m
d) 681,0 m

3
Física

5. Um carro com velocidade de 72 Km/h é freado com uma aceleração constante, contrária ao movimento,
de 10m/s² até parar. A distância em metros percorrida pelo carro desde o instante da aplicação dos
freios até parar vale:
a) 1
b) 10
c) 20
d) 30

6. Um motorista está viajando de carro em uma estrada a uma velocidade constante de 90 km/h, quando
percebe um cavalo a sua frente e resolve frear, imprimindo uma desaceleração constante de 18km/h
por segundo. Qual a distância mínima de frenagem em metros?
a) 10
b) 21
c) 40,5
d) 62,5

7. Observe o gráfico de velocidade em função do tempo mostrado a seguir:

Em relação ao movimento descrito por esse gráfico, assinale somente a alternativa correta.
a) Trata-se de um movimento regressivo com aceleração positiva.
b) Trata-se de um movimento progressivo e com aceleração constante.
c) Trata-se de um movimento uniforme e progressivo.
d) Trata-se de um movimento retilíneo uniformemente retardado.

4
Física

8. Analise o diagrama de movimento de um móvel mostrado a seguir:

Em relação ao movimento descrito pelo diagrama mostrado acima, assinale a alternativa correta:
a) Trata-se de um movimento uniforme e progressivo.
b) Trata-se de um movimento regressivo e retardado.
c) Trata-se de um movimento progressivo e retardado.
d) Trata-se de um movimento regressivo e acelerado.

9. Analise o diagrama da posição (s) em função do tempo (t) abaixo e assinale a alternativa correta:

a) O movimento descrito pelo gráfico acima é de velocidade constante.


b) No movimento descrito pelo gráfico acima, a velocidade é crescente e a aceleração é constante.
c) No movimento descrito pelo gráfico, a velocidade é constante.
d) O móvel representado pelo gráfico acima se encontra em processo de frenagem.

5
Física

10. Analisando o diagrama de velocidade em função do tempo apresentado na figura abaixo, o


deslocamento sofrido pelo móvel entre os instantes t = 0,0 s e t = 5,0 s é igual a:

a) 87,5m
b) 67,5m
c) 43,75m
d) 35,5m

6
Física

Gabarito

1. C
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
𝑣² = 20² + 2.2.100
𝑣² = 400 + 400
𝑣² = 800
𝑣 = √800
𝑣 = 28,28 𝑚/𝑠 𝑥 3,6
𝑣 = 101,8 𝑘𝑚/ℎ

2. B
90𝑘𝑚/ℎ = 25𝑚/𝑠
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
𝑣 2 = 252 + 2.2.68,75
𝑣² = 625 + 275
𝑣² = 900
𝑣 = √900
𝑣 = 30 𝑚/𝑠 𝑥 3,6
𝑣 = 108 𝑘𝑚/ℎ

3. D
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
300² = 0² + 2.50. 𝛥𝑠
90 000 = 100. 𝛥𝑠
90 000 ÷ 100 = 𝛥𝑠
900 = 𝛥𝑠

4. A
900 𝑘𝑚/ℎ = 250 𝑚/𝑠
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
250² = 0² + 2.40. 𝛥𝑠
62500 = 80. 𝛥𝑠
90 000 ÷ 100 = 𝛥𝑠
781,3 = 𝛥𝑠

5. C
O primeiro passo é transformar as unidades métricas.
𝑣0 = 72 𝑘𝑚/ℎ = 20𝑚/𝑠
Obs: Observe quando o texto diz que o carro é freado, isso indica uma aceleração negativa que é
confirmada quando ele indica que tal aceleração é contrária ao movimento. Quando o carro para indica
que a velocidade final é zero.
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
0² = 20² + 2. (−10) 𝛥𝑠
0² = 400 − 20𝛥𝑠
−400 = −20 𝛥𝑠
−400 ÷ 20 = − 𝛥𝑠
−20 = − 𝛥𝑠 (−1)
𝛥𝑠 = 20𝑚

7
Física

6. D
Primeiro vamos transformar a velocidade inicial de km/h para m/s, em seguida vamos analisar a
aceleração, pois quando o motorista desacelera indica que ele pisa nos freios, ou seja, temos uma
aceleração negativa que está em km/h e precisa ser transformada em m/s por s que será a mesma coisa
que m/s².
𝑣𝑜 = 90𝑘𝑚/ℎ = 25 𝑚/𝑠
𝑎 = 18 𝑘𝑚/ℎ = − 5𝑚/𝑠²
𝑣 = 0
𝑣² = 𝑣0 ² + 2𝑎𝛥𝑠
0² = 25² + 2. (−5). 𝛥𝑠
0 = 625 − 10𝛥𝑠
−625 = −10𝛥𝑠
−625 ÷ 10 = −𝛥𝑠
−62,5 = − 𝛥𝑠 . (−1)
𝛥𝑠 = 62,5𝑚

7. B
O gráfico apresenta a velocidade variando de forma linear em relação ao tempo, indicando que a
aceleração desse móvel é constante. Além disso, por estar disposta acima do eixo das abscissas (eixo
t), a velocidade é positiva, indicando que o movimento é progressivo.

8. C
O diagrama mostrado na figura apresenta a velocidade sendo reduzida em função do tempo linearmente,
o que indica que a desaceleração presente no movimento é constante. Dessa forma, podemos identificá-
lo como um movimento retardado. Além disso, a velocidade, apesar de estar diminuindo em módulo,
continua positiva, indicando que o corpo ainda se afasta do referencial, configurando, portanto, um
movimento progressivo. Com isso, dizemos que esse movimento é progressivo e retardado.

9. B
Quando a velocidade de um móvel é uniformemente variada, dizemos que sua aceleração é constante.
Além disso, o seu deslocamento pode ser calculado por meio da função horária da posição do MUV.
𝑎. 𝑡²
Δ𝑆 = 𝑣0 . 𝑡 +
2
Analisando a expressão acima, é possível perceber a sua dependência temporal com o quadrado do
tempo (t ), de forma que o gráfico de posição em função do tempo deve ser uma parábola de concavidade
voltada para cima, nos casos de aceleração positiva, ou para baixo, quando a aceleração do móvel é
negativa.

10. A
É possível calcular o deslocamento sofrido pelo móvel por meio da área abaixo da curva da velocidade.
Analisando o diagrama, vemos que a figura em questão é um trapézio, cuja área pode ser calculada pela
relação a seguir:
(𝐵 + 𝑏). ℎ (30 + 5). 5
𝐴𝑡𝑟𝑎𝑝é𝑧𝑖𝑜 = = = 87,5𝑚
2 2

8
Física

Dilatação dos sólidos

Resumo

Introdução
Observe as seguintes figuras:

Fenda de dilatação de uma ponte (ou rodovia) para possibilitar a


Espaçamento entre trilhos consecutivos de uma estrada de expansão da estrutura, evitando assim o aparecimento de
ferro. trincas.

Situações como essas são explicadas pela Dilatação Térmica.


No módulo de Temometria, a temperatura foi relacionada com o estado de agitação das partículas de um
corpo. Um estado de agitação maior indica uma temperatura maior. Assim, ao aquecermos um corpo,
aumentamos a agitação de suas partículas e, consequentemente, sua temperatura.
De modo geral, o aumento da temperatura de um corpo provoca um aumento nas suas dimensões, fenômeno
denominado dilatação térmica. Uma diminuição de temperatura produz, em geral, uma diminuição nas
dimensões do corpo, uma contração térmica.
Nos sólidos, observamos que o aumento ou a diminuição da temperatura provoca variações em suas
dimensões lineares, bem como nas dimensões superficiais e volumétricas. No estudo da dilatação térmica
dos sólidos, faremos uma separação em três partes: dilatação linear, dilatação superficiel e dilatação
volumétrica.
Para os líquidos, apenas estudaremos a dilatação volumétrica.

1
Física

Dilatação linear dos sólidos


Para o estudo da dilatação linear dos sólidos, consideremos um fio metálico com comprimento L 0 quando a
uma temperatura θ0. Aquecendo esse fio até uma temperatura θ (θ > θ0), observamos que seu comprimento
passa a ser L (L > L0).
É fácil compreender que, sendo o fio homogêneo, cada unidade de seu comprimento deve sofrer a mesma
dilatação por unidade de variação de temperatura. Em outras palavras, cada pedacinho do fio deve sofrer o
mesmo aumento de comprimento, quando aquecidos igualmente.

Do exposto, podemos concluir que a variação total do comprimento ∆L sofrida pelo fio é
diretamente proporcional ao seu comprimento inicial L0.

𝛥𝐿 = 𝐿0 𝛼𝛥𝜃

Unidades de α: [α] = ℃−1 , ℉−1 𝑒 𝐾 −1 (𝑆𝐼).

Lembrando que ∆L = L – L0, também podemos fazer:


∆𝐿 = 𝐿0 𝛼 ∆𝜃

𝐿 − 𝐿0 = 𝐿0 𝛼 ∆𝜃

𝐿 = 𝐿0 + 𝐿0 𝛼 ∆𝜃

𝐿 = 𝐿0 (1 + 𝛼 ∆𝜃)
A representação gráfica do comprimento L em função da temperatura θ está feita abaixo.

2
Física

Abaixo, uma tabela de coeficientes de dilatação linear de alguns sólidos:

𝛼 𝑒𝑚 𝑜𝐶 −1
Substância
Zinco 26 . 10-6
Alumínio 24 . 10-6
Latão 10 . 10-6
Prata 19 . 10-6
Bronze 18 . 10-6
Cobre 16 . 10-6
Ouro 14 . 10-6
Ferro 13 . 10-6
Concreto 12 . 10-6
Platina 9 . 10-6
Vidro comum 8 . 10-6
Vidro pirex 4 . 10-6
Porcelana 3 . 10-6
Invar* 1 . 10-6
* Liga de níquel e ferro. Invar é redução do francês invariable (invariável), por causa de seu baixo coeficiente de dilatação térmica.

Lâminas bimetálicas
Você já deve ter visto uma árvore de natal enfeitada com muitas lâmpadas pisca-pisca. Também já deve ter
notado que de tempos em tempos a geladeira se desliga automaticamente, voltando a funcionar após alguns
minutos.
Nessas duas situações, é uma lâmina bimetálica que liga e desliga os circuitos elétricos. A lâmina bimetálica
é constituída de duas lâminas de materiais diferentes, “coladas” uma à outra, que incialmente possuem
comprimentos iguais. Quando a corrente elétrica passa pela lâmina bimetálica, ela se aquece, o que provoca
dilatações diferentes nos metais. Por exemplo, se usássemos alumínio (a = 24 . 10 -6 ºC-1) em uma das faces
cobre (a = 16 . 10-6 ºC-1) na outra, teríamos uma dilatação maior para o alumínio. A lâmina iria se encurvar, e
o alumínio ficaria na face convexa. Isso seria suficiente para interromper a corrente elétrica, apagando as
lâmpadas ou desligando a geladeira.
Após algum tempo, a lâmina esfria, diminuindo de tamanho devido à contração térmica. O metal que se dilata
mais ao ser aquecido é aquele que se contrai mais ao ser esfriado. Ao voltar ao comprimento inicial, a lâmina
fecha o circuito, que volta a ser percorrido por corrente elétrica, até que um novo aquecimento provoque
curvatura na lâmina.

3
Física

Dilatação superficial dos sólidos


Considere uma placa metálica de forma quadrada, com lado L0, a temperatura θ0 e de material cujo coeficiente
de dilatação linear vale α.

Aquecendo-se a placa até uma temperatura θ (θ > θ0), o aumento de suas dimensões lineares produz uma
dilatação da sua área, calculada por:

∆𝐴 = 𝐴0 𝛽∆𝜃

Obs.: a superfície pode assumir outras formas (retangulares, triangulares, circulares).

Como se comportam os furos em uma dilatação?


Imagine uma placa metálica, quadrada, de zinco, por exemplo, material usado para a confecção de calhas de
uma residência. Com uma tesoura adequada vamos cortar uma parte, no meio dessa placa.

Vamos agora colocar as duas partes no interior de um forno preaquecido. Depois de alguns minutos, usando
luvas térmicas apropriadas, tentaremos encaixar no orifício a parte que foi retirada. Será que conseguiremos
encaixá-la? Sim, conseguiremos! Ela encaixa! Isso ocorre porque, na placa, o aquecimento provocará uma
dilatação “para fora”, isto é, tudo se passa como se o buraco estivesse preenchido do material da placa.
Assim, o pedaço retirado irá se dilatar e o buraco também e, a qualquer temperatura que se aqueça o conjunto,
placa e pedaço retirado, o encaixe ocorrerá.
Do exposto acima podemos concluir que, no aquecimento, os orifícios encontrados em placas ou blocos
aumentarão de tamanho e, no resfriamento , diminuirão de tamanho. Tudo acontecendo como se a placa ou
o bloco tivessem buracos preenchidos do mesmo material existente ao seu redor.
Nos cálculos para se determinar comprimentos, larguras, áreas ou volumes de buracos, usaremos as
equações da dilatação e iremos considerar o coeficiente de dilatação do material do corpo que o forma o
buraco.

4
Física

Dilatação volumétricas dos sólidos


Todo raciocínio construído na seção “dilatação superficial dos sólidos”, para chegar à equação da dilatação
superficial, vale igualmente para chegar à equação da dilatação volumétrica e, portanto,

𝑉 = 𝑉0 (1 + 𝛾∆𝜃) ou ∆𝑉 = 𝑉0 𝛾∆𝜃

Fica como exercício para o leitor a parte de chegar às equações!


A relação entre os coeficientes de dilatação é dada por:

𝛼 𝛽 𝛾
= =
1 2 3

O comportamento dos buracos nos sólidos volumétricos é semelhante aos sólidos superficiais!

5
Física

Exercícios

1. Uma dona de casa resolveu fazer uma salada para o jantar, mas não conseguiu abrir o frasco de
palmito, que tem tampa metálica. Porém, lembrando-se de suas aulas de Física, ela mergulhou a tampa
da embalagem em água quente durante alguns segundos e percebeu que ela abriu facilmente. Isso
provavelmente ocorreu porque:
a) reduziu-se a força de coesão entre as moléculas do metal e do vidro;
b) reduziu-se a pressão do ar no interior do recipiente;
c) houve redução da tensão superficial existente entre o vidro e o metal;
d) o coeficiente de dilatação do metal é maior que o do vidro;
e) o coeficiente de dilatação do vidro é maior que o do metal.

2. Uma régua de alumínio tem comprimento de 200,0 cm a 20 °C. O valor, em centímetros, do seu
comprimento a 60 °C é:
Dado: coeficiente de dilatação linear do alumínio = 2,5 · 10 –5 K–1

a) 200 cm
b) 200,2 cm
c) 300,5 cm
d) 202 cm
e) 305 cm

3. Uma barra metálica, inicialmente à temperatura de 20 °C, é aquecida até 260 °C e sofre uma dilatação
igual a 0,6% de seu comprimento inicial. O coeficiente de dilatação linear médio do metal nesse
intervalo de temperatura é:
a) 2,5 · 10–5 °C–1
b) 3,5 · 10–5 °C–1
c) 4,5 · 10–5 °C–1
d) 5,5 · 10–5 °C–1
e) 6,5 · 10–5 °C–1

6
Física

4. Em uma atividade de laboratório, um aluno do IFCE dispõe dos materiais listados na tabela a seguir. Se
o professor pediu a ele que selecionasse, dentre as opções, aquele material que possibilita maior
dilatação volumétrica para uma mesma variação de temperatura e um mesmo volume inicial, a escolha
correta seria

Material Coeficiente de dilatação linear (𝛼) em°𝐶 −1


Aço 1,1 ⋅ 10−5
Alumínio 2,4 ⋅ 10−5
Chumbo 2,9 ⋅ 10−5
Cobre 1,7 ⋅ 10−5
Zinco 2,6 ⋅ 10−5

a) alumínio.
b) chumbo.
c) aço.
d) cobre.
e) zinco.

5. Ao aquecermos um sólido de 20 °C a 80 °C, observamos que seu volume experimenta um aumento


correspondente a 0,09% em relação ao volume inicial. O coeficiente de dilatação linear do material de
que é feito o sólido vale:
a) 5 · 10–6 °C–1
b) 6 · 10–6 °C–1
c) 7 · 10–6 °C–1
d) 8 · 10–6 °C–1
e) 9 · 10–6 °C–1

6. Um mecânico de automóveis precisa soltar um anel que está fortemente preso a um eixo. Sabe-se que
o anel é feito de aço, de coeficiente de dilatação linear 1,1 · 10 –5 °C–1. O eixo, de alumínio, tem
coeficiente 2,3 · 10–5 °C–1. Lembrando que tanto o aço quanto o alumínio são bons condutores
térmicos e sabendo que o anel não pode ser danificado e que não está soldado ao eixo, o mecânico
deve:
a) aquecer somente o eixo.
b) aquecer o conjunto (anel + eixo).
c) resfriar o conjunto (anel + eixo).
d) resfriar somente o anel.
e) aquecer o eixo e, logo após, resfriar o anel.

7
Física

7. Um estudante ouviu de um antigo engenheiro de uma estrada de ferro que os trilhos de 10 m de


comprimento haviam sido fixados ao chão num dia em que a temperatura era de 10 °C. No dia seguinte,
em uma aula de Geografia, ele ouviu que, naquela cidade, a maior temperatura que um objeto de metal
atingiu, exposto ao sol, foi 50 °C.

O espaço entre os trilhos possibilita sua dilatação.

Com essas informações, o estudante resolveu calcular a distância mínima entre dois trilhos de trem. O
valor que ele encontrou foi de:
Dado: coeficiente de dilatação linear do aço = 1,1 · 10–5 °C–1
a) 2,2 mm
b) 4,4 mm
c) 5,6 mm
d) 9 mm
e) 55 mm

8. A cada ano, milhares de crianças sofrem queimaduras graves com água de torneiras fervendo. A figura
a seguir mostra uma vista em corte transversal de um dispositivo antiescaldante, bem simplificado,
para prevenir este tipo de acidente.

Dentro do dispositivo, uma mola feita com material com um alto coeficiente de expansão térmica
controla o êmbolo removível. Quando a temperatura da água se eleva acima de um valor seguro
preestabelecido, a expansão da mola faz com que o êmbolo corte o fluxo de água. Admita que o
comprimento inicial L da mola não tensionada seja de 2,40 cm e que seu coeficiente de expansão
volumétrica seja de 66,0x10-6 ºC-1. Nas condições acima propostas o aumento no comprimento da
mola, quando a temperatura da água se eleva de 30 C, ° é de:
a) 1,58x10-3 cm
b) 4,74x10-3 cm
c) 3,16x10-3 cm
d) 2,37x10-3 cm

8
Física

9. A caminho da erradicação da pobreza, para poder contemplar a todos com o direito à habitação, as
novas edificações devem ser construídas com o menor custo e demandar cuidados mínimos de
manutenção. Um acontecimento sempre presente em edificações, e que torna necessária a
manutenção, é o surgimento de rachaduras. Há muitas formas de surgirem rachaduras como, por
exemplo, pela acomodação do terreno ou ocorrência de terremotos. Algumas rachaduras, ainda,
ocorrem devido à dilatação térmica. A dilatação térmica é um fenômeno que depende diretamente do
material do qual o objeto é feito, de suas dimensões originais e da variação de temperatura a que ele é
submetido.
Considere dois muros feitos com o mesmo material, sendo que o menor deles possui uma área de
superfície igual a 100 m², enquanto que o maior tem 200 m². Se o muro menor sofrer uma variação de
temperatura de + 20ºC e o maior sofrer uma variação de + 40ºC, a variação da área da superfície do
muro maior em relação à variação da área da superfície do muro menor, é:
a) quatro vezes menor.
b) duas vezes menor.
c) a mesma.
d) duas vezes maior.
e) quatro vezes maior.

10. Uma lâmina bimetálica é constituída de duas placas de materiais diferentes, M1 e M2, presas uma à
outra. Essa lâmina pode ser utilizada como interruptor térmico para ligar ou desligar um circuito elétrico,
como representado, esquematicamente, na figura I:

Quando a temperatura das placas aumenta, elas dilatam-se e a lâmina curva-se, fechando o circuito
elétrico, como mostrado na figura II. Esta tabela mostra o coeficiente de dilatação linear α de diferentes
materiais:

9
Física

Considere que o material M1 é cobre e o outro, M2, deve ser escolhido entre os listados nessa tabela.
Para que o circuito seja ligado com o menor aumento de temperatura, o material da lâmina M2 deve ser
o:
a) aço.
b) alumínio.
c) bronze.
d) níquel.

10
Física

Gabarito

1. D
O coeficiente de dilatação do metal é maior que o do vidro. Ao ser mergulhada na água quente, a tampa
de metal dilata mais do que o vidro, soltando-se.

2. B
∆𝐿 = 𝐿0 𝛼∆𝜃
∆𝐿 = 200,0 . 2,5 . 10−5 . (60 − 20)(𝑐𝑚)
∆𝐿 = 0,2𝑐𝑚

Portanto:
𝐿 = 𝐿0 + ∆𝐿
∆𝐿 = 200,0 + 0,2 (𝑐𝑚)
𝐿 = 200,2 𝑐𝑚

3. A
𝐿0 → 100%
0,6 𝐿0
∆𝐿 → 0,6% ⇒ ∆𝐿 =
100
Como
∆𝐿 = 𝐿0 𝛼∆𝜃,

Então:
0,6 . 𝐿0
= 𝐿0 𝛼∆𝜃
100
6 . 10−3 = 𝛼 . (260 − 20)
𝛼 = 2,5 . 10−5 °𝐶 −1

4. B
O material que possibilita maior dilatação é o de maior coeficiente, no caso, o chumbo.

5. A
O volume inicial V0 corresponde a 100% e a variação de volume ΔV, a 0,09%. Assim, podemos escrever
a relação:
0,09𝑉0
∆𝑉 =
100
0,09𝑉0
Como: ∆𝑉 = 𝑉0 𝛾∆𝜃, então = 𝑉0 𝛾∆𝜃
100
Mas 𝛾 = 3𝛼
Portanto
0,09
= 3𝛼(80 − 20)
100
𝛼 = 5 . 10−6 °𝐶 −1

11
Física

6. C
Como αAl > αaço, ao resfriarmos o conjunto, o eixo de alumínio irá se contrair mais que o anel de aço,
ocorrendo a separação.

7. B
∆𝑉 = 𝐿0 𝛼∆𝜃
Como: 𝐿0 = 10𝑚 = 10000𝑚𝑚

Vem:
∆𝐿 = 1000 . 1,1 . 10−5 . (50 − 10)
∆𝐿 = 4,4𝑚𝑚

8. A
A dilatação térmica da mola é dada por: ∆𝐿 = 𝐿0 . 𝛼 . ∆𝑇
São dados o comprimento inicial da mola L0, a variação de temperatura ΔT e o coeficiente de expansão
volumétrica γ. Este último dado é uma “pedaginha”, pois necessitamos é do coeficiente de dilatação
linear do material α, que é a terça parte do coeficiente volumétrico:
𝛾 66,0 𝑥 10−6 ℃−1
𝛼= ⇒ 𝛼= ∴ 𝛼 = 22,0 𝑥 10−6 ℃−1
3 3
Agora calculando a dilatação linear, temos:
∆𝐿 = 2,40𝑐𝑚 . 22,0 𝑥 10−6 ℃−1 . 30 ℃ ∴ ∆𝐿 = 1,584 . 10−3 𝑐𝑚

9. E
Dilatação térmica do muro maior:
∆𝑆1 = 𝑆01 . 𝛽 . ∆𝜃1 ⇒ ∆𝑆1 = 200𝑚2 . 𝛽 . 40 ℃ ∴ ∆𝑆1 = 800 𝑚2 . 𝛽 . ℃

Dilatação térmica do muro maior:


∆𝑆2 = 𝑆02 . 𝛽 . ∆𝜃2 ⇒ ∆𝑆2 = 100𝑚2 . 𝛽 . 20 ℃ ∴ ∆𝑆2 = 2000 𝑚2 . 𝛽 . ℃

Razão das dilatações térmicas será:


∆𝑆1 800 𝑚2 . 𝛽 . ℃ ∆𝑆1
= ∴ =4
∆𝑆2 2000 𝑚2 . 𝛽 . ℃ ∆𝑆2

Portanto, a razão será 4 vezes maior.

10. B
Para que a lâmina se curve com o menor aumento de temperatura, a lâmina M2 deverá ter o maior
coeficiente de dilatação (o alumínio).

12
Geografia

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Geografia

Primeira e Segunda Revoluções Industriais

Resumo

A Revolução Industrial consiste em uma mudança radical no modo de transformar a matéria. Ela ocorre a
partir da invenção de ferramentas que otimizaram a produção de certos gêneros sendo que, posteriormente,
essas ferramentas foram se tornam máquinas, ou seja, objetos que o homem comanda a ação, e que fazem
as mesmas funções que ele, só que de maneira mais rápida e constante. As revoluções industriais indicam
portanto novas formas de produzir, alterando a organização espacial, o mundo do trabalho e as dinâmicas
locais dadas até então. A constante evolução técnica e diversas outras características permitem dividir esse
processo em três ou quatro fases, as quais começaremos estudando agora.
A Primeira Revolução Industrial (Século XVIII - 1789) deriva de um momento caracterizado pela mudança dos
processos artesanais (produção manual sem uso de máquinas) para as maquinofaturas (intenso uso de
máquinas no processo de fabricação). Ela aconteceu na Inglaterra, sendo este o país que saiu à frente do
processo industrial. A Inglaterra passava por um período de estabilidade política, e era uma grande
exportadora de tecidos, o que permitiu o desenvolvimento de pequenas e médias fábricas para otimizar a
produção têxtil. Além disso, ela tinha o controle de diversos portos e navios, que permitiram escoar a
produção e ampliar o mercado consumidor de seus produtos. Ela contava com a matéria prima de seu
território e também de suas colônias. Nesse sentido, o carvão mineral, substituindo a queima de madeira,
serviu como o combustível principal para as máquinas a vapor desenvolvidas. Essas máquinas permitiram
aumentar a produtividade diminuindo o custo de produção, causando uma crise no sistema artesanal.
Os trabalhadores que, anteriormente contavam com maior autonomia e maior domínio de todos os processos
produtivos, passam a se assalariar nessas pequenas e médias fábricas têxteis que estavam surgindo. Os
fatores de localização da indústria eram muito regulados pela disponibilidade de matéria prima, dada a
dificuldade do desenvolvimento dos transportes naquele período. Diz-se que o modelo produtivo da primeira
revolução industrial, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido como
padrão manchesteriano. Sobre isto, é importante destacar que não é propriamente um modelo produtivo, mas
uma característica das fábricas na cidade de Manchester, Reino Unido.

A indústria têxtil na Grã Bretanha no final do século XIX. Fonte: https://oqueehistoria.com.br/francis-cabot-lowell-a-revolucao-textil/

1
Geografia

A Segunda Revolução Industrial (Século XIX - 1850) é a evolução produtiva dessa primeira fase, com a
incorporação de um modelo produtivo. Ela ocorreu no final do século XIX, e contou com países como Japão,
EUA, Alemanha, Inglaterra e França, dada as transformações vividas na geopolítica mundial ao longo dos
anos. Podemos diferencia-la da prímeira, pelo uso do petróleo como principal combustível. Sobre isso é
importante frisar que, embora o petróleo e a eletricidade sejam símbolos da Segunda Revolução Industrial, o
carvão mineral nunca deixou de ser usado. Ainda hoje, o petróleo e o carvão mineral são os combustíveis
fósseis mais utilizados no mundo. De qualquer forma, o motor a combustão, e não mais a vapor, possibilitou
o surgimento de novos produtos. Além disso, as fábricas e indústrias começaram a se tornar mais complexas,
com destaque para as indústrias siderúrgicas, que transformavam o metal em aço, e nas indústrias
automobilísticas.
Sobre os fatores locacionais, é importante frisar que as indústrias naquele período eram enormes, pois
possuíam em si todas as etapas do processo de produção. Contava também com as vilas operárias onde
moravam os trabalhadores, muito próximas das fábrica, o que, somado aos níveis de exploração do trabalho,
facilitava a formação de sindicatos e movimentos trabalhistas.
O modelo produtivo, ou seja, o modo, a forma de se produzir e organizar a produção, ficou conhecido como
Fordismo-Taylorismo. Esse modelo contava com uma alta fragmentação das tarefas, onde cada trabalhador
era especializado em uma única função repetitiva, num regime de trabalho rígido. Chama-se nesse período
mão de obra alienada, por conta do trabalhador não conseguir enxergar no produto final, a etapa do seu
trabalho. É um modelo de produção em massa que conta com as linhas ou esteiras de montagem para
aumentar a produtividade. O empregador ditava o ritmo da produção do empregado por meio delas. Além
disso, o trabalho era bem simples, o que possibilitou contratação de muitas pessoas, havendo diversas
denúncias de trabalho infantil dentro dessas fábricas. Até hoje, existem indústrias mais simples que se
organizam dessa forma.

Trabalhadora numa indústria tipicamente fordista, 1913. Fonte:


https://www.educabras.com/enem/materia/geografia/sistemas_economicos/aulas/segunda_revolucao_industrial_2

2
Geografia

A indústria fordista e as linhas de montagem. Fonte: https://economia.culturamix.com/negocios/taylorismo-e-fordismo

• De modo geral, vamos ver na tabela as principais características e diferenças das duas Revoluções
Industriais estudadas:

Primeira Revolução Industrial Segunda Revolução Industrial


Quando Século XVIII - 1789 1850
Onde Inglaterra Estados Unidos, Alemanha e Japão
Símbolo Têxtil Siderúrgica e automobilística
Energia Carvão mineral Petróleo e eletricidade
Mão de obra Barata e abundante Especializada
Modelo produtivo Padrão manchesteriano Fordismo

3
Geografia

Exercícios

1. Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da
natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a
escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do
relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso - todas
as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).

Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como consequência a


a) melhoria da qualidade da produção industrial.
b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários.
d) diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas.
e) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.

2. “Segundo Braverman: O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão
manufatureira do trabalho [...] A divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum
idêntica ao fenômeno da distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção [...].”
BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. p. 70.

Com base no texto, o que difere a divisão do trabalho na indústria capitalista das formas de distribuição
anteriores do trabalho é
a) A formação de associações de ofício que criaram o trabalho assalariado e a padronização de
processos industriais.
b) A realização de atividades produtivas sob a forma de unidades de famílias e mestres, o que
aumenta a produtividade do trabalho e a independência individual de cada trabalhador.
c) O exercício de atividades produtivas por meio da divisão do trabalho por idade e gênero, o que leva
à exclusão das mulheres do mercado de trabalho.
d) O controle do ritmo e da distribuição da produção pelo trabalhador, o que resulta em mais riqueza
para essa parcela da sociedade.
e) A subdivisão do trabalho de cada especialidade produtiva em operações limitadas, o que conduz
ao aumento da produtividade e à alienação do trabalhador.

4
Geografia

3.

Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram a Primeira Revolução Industrial, a
alternativa correta é:
a) Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende-se até meados do século XIX. A invenção
da máquina a vapor e o uso do carvão como fonte de energia primária marcam o início das
mudanças nos processos produtivos.
b) O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas para o início da industrialização devido
à intensa acumulação de capitais no decorrer do Capitalismo Financeiro.
c) Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, o metalúrgico e o automobilístico.
d) As transformações produtivas desta fase atingiram rapidamente outros países como a Alemanha,
França e Estados Unidos ainda no Século XVIII.
e) Foi marcado pelo harmônico período entre indústria e meio ambiente, uma vez que os níveis de
poluição eram considerados de poucos danos em escala mundial.

4. A Primeira Revolução Industrial se desenvolveu principalmente na Inglaterra a partir do século XVIII.


Entretanto, a partir do século XIX, a industrialização se expandiu para outros locais que somados aos
novos desenvolvimentos tecnológicos caracterizaram a chamada Segunda Revolução Industrial.
O seguinte país não se industrializou durante a Segunda Revolução Industrial, no século XIX
a) Portugal.
b) EUA.
c) Alemanha.
d) França.
e) Japão.

5
Geografia

5.

Considerando a imagem e seus conhecimentos sobre a Revolução Industrial, assinale a alternativa


correta:
a) Ocorreu principalmente por causa do acúmulo de enormes capitais provenientes das atividades
mercantis.
b) Ocorreu principalmente na Inglaterra (Primeira Revolução Industrial) e mais tarde em alguns
países da América e África (Segunda Revolução Industrial).
c) Trouxe como consequência imediata a abolição da escravidão em alguns países com objetivo de
ampliar os mercados consumidores mundiais.
d) Demandou uma qualificação da mão de obra, exigida pelas atividades exercidas nas unidades
produtivas.
e) Garantiu uma hegemonia industrial inglesa até o período que sucedeu a Segunda Guerra Mundial
e o início da disputa americana e soviética.

6. A Segunda Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, nos EUA, período em que
a eletricidade passou gradativamente a fazer parte do cotidiano das cidades e a alimentar os motores
das fábricas, caracterizou-se pela administração científica do trabalho e pela produção em série.
MERLO, A. R. C.; LAPIS, N. L. A saúde e os processos de trabalho no capitalismo: reflexões na interface da psicodinâmica do
trabalho e da sociologia do trabalho. Psicologia e Sociedade, n. 1, abr. 2007.

De acordo com o texto, na primeira metade do século XX, o capitalismo produziu um novo espaço
geoeconômico e uma revolução que está relacionada com a
a) proliferação de pequenas e médias empresas, que se equiparam com as novas tecnologias e
aumentaram a produção, com aporte do grande capital.
b) técnica de produção fordista, que instituiu a divisão e a hierarquização do trabalho, em que cada
trabalhador realizava apenas uma etapa do processo produtivo.
c) passagem do sistema de produção artesanal para o sistema de produção fabril, concentrando-se,
principalmente, na produção têxtil destinada ao mercado interno.
d) independência política das nações colonizadas, que permitiu igualdade nas relações econômicas
entre os países produtores de matérias-primas e os países industrializados.
e) constituição de uma classe de assalariados, que possuíam como fonte de subsistência a venda
de sua força de trabalho e que lutava pela melhoria das condições de trabalho nas fábricas.

6
Geografia

7.

Ronald Findlay e Kevin O’Rourke. Power and Plenty: Trade,War, and theWorld Economy in the Second Millennium. Princeton:
Princeton University Press, 2007. Adaptado.

Com base na tabela, é correto afirmar:

a) A industrialização acelerada da Alemanha e dos Estados Unidos ocorreu durante a Primeira


Revolução Industrial, mantendo-se relativamente inalterada durante a Segunda Revolução
Industrial.
b) Os países do Sul e do Leste da Europa apresentaram níveis de industrialização equivalentes aos
dos países do Norte da Europa e dos Estados Unidos durante a Segunda Revolução Industrial.
c) A Primeira Revolução Industrial teve por epicentro o Reino Unido, acompanhado em menor grau
pela Bélgica, ambos mantendo níveis elevados durante a Segunda Revolução Industrial.
d) Os níveis de industrialização verificados na Ásia em meados do século XVIII acompanharam o
movimento geral de industrialização do Atlântico Norte ocorrido na segunda metade do século XIX.
e) O Japão se destacou como o país asiático de mais rápida industrialização no curso da Primeira
Revolução Industrial, perdendo força, no entanto, durante a Segunda Revolução Industrial.

7
Geografia

8.

Caspar David Friedrich. Grandes pinturas. São Paulo: Publifolha, 2012.

Por meio da imagem presente na tela, é possível identificar uma das principais características da
sociedade liberal burguesa construída ao longo do século XIX. Essa característica pode ser definida
como:
a) obtenção do lucro
b) valorização do exotismo
c) preservação da natureza
d) exaltação do individualismo
e) aumento de tecnologia moderna

9. Quanto mais complicada se tomou a produção industrial, mais numerosos passaram a ser os
elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância
fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento só poderia
ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis a compra. Agora eles tinham que ser
organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência de um sistema de
mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se garante
a autorregulação por meio de mercados competitivos interdependentes.
POLANYI, K. A grande transformação: as origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (adaptado).

A consequência do processo de transformação socioeconômica abordado no texto é a


a) expansão das terras comunais.
b) limitação do mercado como meio de especulação.
c) consolidação da força de trabalho como mercadoria.
d) diminuição do comércio como efeito da industrialização.
e) adequação do dinheiro como elemento padrão das transações.

8
Geografia

10. Podemos dizer que, na segunda metade do século XIX, iniciou-se a "era do petróleo e da eletricidade".
A partir de 1870, principalmente, houve não só uma gigantesca expansão da economia mundial,
firmemente sustentada na industrialização de numerosos países, como a aceleração da produção de
mercadorias e grande concentração de capitais para investimento.

A respeito dessas transformações, é correto afirmar que

a) marcaram a passagem do sistema de produção artesanal para o sistema de produção fabril,


concentrando-se, principalmente, na produção têxtil destinada ao mercado interno.
b) demonstraram o declínio do capitalismo monopolista, com a perda de poder das grandes
corporações, e a sua substituição por um sistema de livre concorrência.
c) estão relacionadas à chamada Segunda Revolução Industrial, marcada pela substituição das
pequenas unidades fabris por complexos industriais com processos de produção mais
sofisticados e pela concentração maciça de capital para os investimentos de base.
d) ficaram restritas à Europa, não chegando a atingir os Estados Unidos, que só se industrializaram
a partir do período pós-guerras.
e) tornaram possível prescindir de mercados fornecedores de matérias-primas, em vista das
transformações tecnológicas ocorridas, o que fortaleceu o isolamento da Europa.

9
Geografia

Gabarito

1. E
Dominar a luz foi um passo fundamental para superar o tempo da natureza. Com o sucessivo avanço
das técnicas de iluminação noturna, foi possível “colonizar” a noite. Esse processo, concomitantemente
ao desenvolvimento capitalista, permitiu cada vez mais usar o período noturno para o trabalho humano,
aumentando a jornada de trabalho e a produtividade.

2. E
A divisão do trabalho tem como intencionalidade a desarticulação do conhecimento do trabalhador
acerca do produto. As operações limitadas compõem uma domesticação do corpo do trabalhador.

3. A
O advento da Revolução Industrial derivou de uma série de inovações tecnológicas (ex: motor a vapor),
responsáveis pelo aumento da produção e de uma consequente mudança em nível de organização da
sociedade.

4. A
Somente após a Segunda Guerra Mundial, Portugal, ao contrário dos demais países que tiveram
industrialização precoce e hegemônica, pôde aprofundar-se na sua industrialização, logo, não se
destacou ao longo do século XIX, como os outros países mencionados na questão.

5. A
Muitos pontos colaboram para o desenvolvimento de um processo de industrialização, entre eles, a
disposição de capital é fundamental, no caso inglês, o acúmulo dos períodos mercantilistas garantiu o
recurso.

6. B
O fordismo, modelo de produção traduzido pela divisão do trabalho dentro do ambiente fabril e pela linha
de montagem, é típico da Segunda Revolução Industrial.

7. C
A questão trabalha análise de tabela e relacionamento com a Revolução Industrial. O pioneirismo inglês
é amplamente conhecido, contudo, o destaque da Bélgica também foi bastante importante. Os dados
mostram exatamente isso, não necessitando de prévios conhecimentos específicos.

8. D
A imagem de um homem sozinho no topo da montanha pode ser associada a uma característica da
ideologia liberal burguesa, que é o culto ao direito individual e individualismo.

9. C
A consolidação do capitalismo industrial provocou mudanças importantes na organização da sociedade,
a exemplo da divisão social em classes (burguesia e proletariado), a acumulação de capital através da
elevação dos lucros, a propriedade privada dos meios de produção e a difusão do trabalho assalariado.

10. C
Os avanços técnicos e produtivos da Segunda Revolução Industrial possibilitaram o surgimento de
grandes complexos industriais que passaram a ser organizar grandes conglomerados.

10
Geografia

Formação do Espaço e a Revolução Industrial

Resumo

A Geografia é uma ciência que tem como objeto de estudo o espaço geográfico, isto é, o espaço natural
modificado permanentemente pelo homem por meio do seu trabalho e das técnicas por ele utilizadas. Nesse
contexto, existem outros três conceitos que precisam ser diferenciados. São eles:
• Meio natural: Corresponde ao momento em que o ganho era determinado pela natureza, isto é, a
produção dependia do tempo da natureza.
• Chamamos de meio natural ou espaço natural o período da história no qual a produtividade humana
dependia dos fatores naturais. As atividades humanas que garantiam a sobrevivência se baseavam
basicamente em coleta, extração e caça. A humanidade se utilizava de um determinado espaço até
que as intemperes naturais ocasionassem a necessidade de deslocamento, conhecido como
nomadismo. Com o tempo, a humanidade passa desenvolver técnicas de controle do ambiente
como o plantio, a agricultura, o armazenamento de alimentos (com destaque para a invenção dos
potes), a domesticação e cruzamento de espécies e técnicas de irrigação. Com isso, o homem se
sedentariza, formando as primeiras aldeias fixas que originariam as primeiras vilas e cidades. A
essa mudança histórica damos o nome de Revolução Neolítica. Essa mudança da relação da
humanidade com o meio possibilitou não apenas um enorme crescimento populacional, mas
marcou a passagem do meio natural para o dito espaço geográfico, uma vez que, a partir desse
momento, a escala de interferência e domínio da humanidade sobre os processos ambientais passa
a crescer vertiginosamente.

• Meio técnico: A partir da Revolução Industrial (mudança abrupta na forma de produzir), o ganho passou
a ser determinado pela capacidade de produzir. É nesse sentido que os países pioneiros no processo de
industrialização conseguiram uma grande acumulação de capital e, por isso, até pouco tempo, esses
países eram sinônimos de países ricos.
• Esse período marca a passagem do trabalho artesanal para o trabalho manufatureiro. É sabido que
a repetição do trabalho permite o desenvolvimento de técnicas e de máquinas que auxiliam na
produção. Com a revolução industrial, a produtividade aumenta em ritmo e volume. Nesse período
as transformações espaciais ambientais se tornam mais intensas sobretudo no que tange a
mineração e desenvolvimento urbano.

• Meio técnico-científico-informacional (MTCI): A constante evolução das formas de produzir levou a


novas fases da Revolução Industrial e à expansão dessa atividade. Atualmente, no contexto do MTCI, é a
capacidade de produzir tecnologia (informação) o fator mais importante. Os tecnopolos são os principais
centros de produção de tecnologia e informação na Terceira Revolução Industrial.
• O desenvolvimento tecnológico propiciou profundas alterações nas relações de produção e
trabalho. O espaço se reorganiza com a nova divisão internacional do trabalho, acentuando a
diferença dos países produtores e exportadores de tecnologia, e os produtores e exportadores de
commodities. A informação ganha valor geopolítico e empresarial nesse contexto. É a organização
espacial do mundo globalizado.

1
Geografia

A Revolução Industrial consiste em uma mudança radical no modo de transformar a matéria. A constante
evolução técnica e diversas outras características permitem dividir esse processo em três ou quatro fases,
que serão estudadas nesta e nas próximas aulas. Antes de estudar as características de cada uma dessas
fases, é importante destacar que a economia pode ser dividida em três setores. São eles:
• Setor primário: Corresponde à agricultura, à pecuária e ao extrativismo, atividades relacionadas à
obtenção/produção de matéria-prima.
• Setor secundário: Corresponde à indústria, isto é, a transformação da matéria-prima.
• Setor terciário: Corresponde ao comércio, bancos e serviços.

Sobre a evolução da relação sociedade x natureza e as transformações espaciais que esses diferentes
momentos implicam, uma importante contribuição é de um geografo que ficou conhecido como o precursor
da geografia humana. Ratzel foi um pensador alemão que ganhou destaque por sua obra “Antropogeografia”.
Este autor via o ser humano sob uma perspectiva biológica, estando este inserido nas relações de causa e
efeito que condicionam a vida no ambiente. De acordo com essa visão, o homem seria produto do meio, como
se as condições naturais determinassem a vida em sociedade. Essas ideias ficaram conhecidas na ciência
geográfica por ser caratér determinista, por enunciar que o espaço e as condições do ambiente determinam
as características sociais. Ele viveu ao longo do período da unificação alemã, sendo um intelectual engajado
no projeto estatal, legitimando o expansionismo com suas ideias. O objeto geográfico, para Ratzel, seria o
estudo da influência que as condições naturais exercem sobre a humanidade. Para ele, o meio define o
homem em suas posses, cultura, caráter, o que se reflete na sociedade que é definida pela natureza. O homem
deveria portanto utilizar os recursos da natureza para expandir a sociedade. Se os recursos são escassos, a
sociedade não se desenvolve. Para ele, quando a sociedade se organiza para defender seu território, se
transforma em estado. Nesse sentido, ele desenvolve o conceito de espaço vital que seriam as condições
espaciais e naturais para manutenção e consolidação do poder do organismo social sobre seu território.
Apesar de ser considerado determinista, sua contribuição para geografia foi ímpar por romper com uma
tendência meramente descritiva à época, ampliando os horizontes acerca da concepção espacial com seu
conceito, tanto sobre o ponto de vista biogeográfico, uma vez que a captação de recursos é o espaço que o
homem domina por meio do trabalho para sua sobrevivência, e do ponto de vista político, das relações de
poder e conquista de territórios.

2
Geografia

Exercícios

1. O espaço geográfico é resultado da interação entre os sistemas de ações e os sistemas de objetos,


que expressam diferentes práticas sociais dos grupos que nele vivem. É nesse sentido, possibilidade
de realização do homem e não apenas seu determinante.
Tomando como base o conhecimento geográfico e suas preocupações com o homem e o planeta é
correto afirmar que:
a) Uma das preocupações exclusivas da ciência geográfica é a busca de soluções para os problemas
sociais e o desenvolvimento econômico.
b) A Geografia é uma ciência que se preocupa com a complexa relação homem-natureza, contudo,
esta preocupação está restrita à dimensão regional e global.
c) O possibilismo geográfico é uma corrente da Geografia que defende a possibilidade de a ação
humana modificar o meio natural.
d) A Geopolítica é um ramo da Geografia Cultural que busca explicar a ação do Estado e seu papel
como agente modificador de padrões culturais.
e) A Geografia Política estuda a relação entre os Estados sendo a categoria de lugar o principal
conceito que explica as relações de poder.

2. A história da incorporação das técnicas no espaço geográfico passou por três etapas distintas: o meio
natural, o meio técnico e o meio técnico-científico-informacional. Este é um meio geográfico onde o
território inclui necessariamente ciência, tecnologia e informação.
Ainda sobre o meio técnico-científico-informacional, pode-se afirmar:

a) inicia-se antes da Segunda Guerra Mundial e apresenta uma divisão técnica e social do trabalho
baseada na utilização intensiva de energia e de matéria-prima.
b) começa após a Segunda Guerra Mundial e organiza o espaço sob a estruturação de redes,
integradas virtualmente por meio das tecnologias da informação.
c) surge no início do século XX e apresenta uma produção de objetos técnicos e culturais por meio
de uma interação no espaço da ciência e da técnica.
d) emerge nas últimas décadas do século XX e considera o espaço como produto exclusivo de
reprodução da técnica e do uso de tecnologias de bases virtuais e digitais.
e) surge no início do século XVIII a partir da Revolução Industrial e corresponde à capacidade do
homem alterar o meio natural a partir da técnica.

3
Geografia

3.

NEVES, E. Engraxate. Disponível em: www.grafar.blogspot.com. Acesso em: 15 fev. 2013.

Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação contida no


cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à
a) ideia de progresso.
b) concentração do capital.
c) noção de sustentabilidade.
d) organização dos sindicatos.
e) obsolescência dos equipamentos.

4. A linhagem dos primeiros críticos ambientais brasileiros não praticou o elogio laudatório da beleza e
da grandeza do meio natural brasileiro. O meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial
econômico, sendo sua destruição interpretada como um signo de atraso, ignorância e falta de cuidado.
PADUA, J. A. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). Rio de
Janeiro:Zahar, 2002.

Descrevendo a posição dos críticos ambientais brasileiros dos séculos XVIII e XIX, o autor demonstra
que, via de regra, eles viam o meio natural como
a) ferramenta essencial para o avanço da nação.
b) dádiva divina para o desenvolvimento industrial.
c) paisagem privilegiada para a valorização fundiária.
d) limitação topográfica para a promoção da urbanização.
e) obstáculo climático para o estabelecimento da civilização.

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Geografia

5. “A poluição e outras ofensas ambientais ainda não tinham esse nome, mas já eram largamente notadas
no século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais. E a própria chegada ao campo das estradas
de ferro suscitou protestos. A reação antimaquinista, protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa
a batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o combate social contra os miasmas urbanos.”
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2002 (adaptado).

O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe modificações na paisagem e nos objetos


culturais vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto, pode-se dizer que tais movimentos
sociais emergiram e se expressaram por meio
a) das ideologias conservacionistas, com milhares de adeptos no meio urbano.
b) das políticas governamentais de preservação dos objetos naturais e culturais.
c) das teorias sobre a necessidade de harmonização entre técnica e natureza.
d) dos boicotes aos produtos das empresas exploradoras e poluentes.
e) da contestação à degradação do trabalho, das tradições e da natureza.

6. Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa
produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução
tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas
consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período posterior à Revolução
Industrial, as quais incluem
a) a erradicação da fome no mundo.
b) o aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas.
c) a maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos.
d) a menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura.
e) o contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da
mecanização.

7. “O espaço geográfico é fruto de um processo que ocorre ao longo da história das diversas sociedades
humanas; dessa forma, representa interesses, técnicas e valores dessas mesmas sociedades, que o
constroem segundo suas necessidades. Então, é possível dizer que ele reflete o estágio de
desenvolvimento dos meios técnicos de cada sociedade”.
SILVA, A. C. et. al. Geografia contextos e redes 01. 1º ed. São Paulo: Moderna, 2013. p.19.

No trecho acima, observa-se a noção de espaço geográfico vinculada:


a) ao emprego aleatório de ferramentas desprovidas de seus contextos.
b) à ideia de que a sociedade é o reflexo do meio onde vive e que nele se reproduz.
c) à história da humanidade, limitando esse conceito às justaposições do passado.
d) aos interesses da sociedade, em uma perspectiva totalitária e sem subjetividades.
e) à utilização das técnicas para a produção da sociedade e suas espacialidades.

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Geografia

8. Com o desenvolvimento do meio técnico-científico-informacional, o espaço geográfico tomou-se mais


denso em objetos artificiais que apresentam um conteúdo cada vez mais elevado em ciência, técnica
e informação.
Nesse contexto, destacam-se os tecnopolos, que constituem espaços de

a) atividades industriais de alta tecnologia que não dispõem de uma moderna rede de infraestrutura
que permita a aceleração do fluxo da economia informacional, contribuindo, assim, para a repulsão
populacional.
b) intenso desenvolvimento e concentração espacial dos setores de alta tecnologia, em função dos
investimentos públicos e privados e da absorção de mão de obra migrante proveniente dos países
do Sul.
c) interconexão dos fluxos mundiais de informação e conhecimento, voltados para o
desenvolvimento tecnológico, produzindo, assim, um novo meio geográfico adaptado às
exigências da economia globalizada.
d) inovações tecnológicas que estão localizadas principalmente nas antigas zonas industriais dos
países asiáticos, com destaque para o Japão e a China, que são as maiores economias do mundo
capitalista na atualidade.
e) intenso desenvolvimento e fluxo de capital responsável pela absorção de todo o tipo de mão de
obra, criando grandes zonas industriais com forte ação sindical em função dos investimentos
privados.

9. “Esse autor, porém, traria a grande contribuição para a formulação esquemática do conhecimento
geográfico, com seu livro Antropogeografia e com a propagação das ideias deterministas, que
consideravam a existência de uma grande influência do meio natural sobre o homem. De formação
antropológica, ele foi bastante influenciado pelas ideias evolucionistas de Charles Darwin e Ernest
Haeckel, admitindo que, na luta pela vida, venceriam sempre os mais fortes e que a vitória dos mais
fortes, dos mais aptos sobre os mais fracos era o resultado lógico da luta pela vida”
(ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia Econômica. São Paulo: Ed. Atlas, 1987).

O texto está se referindo ao seguinte pensador da Geografia


a) Friedrich Engels.
b) Pierre George.
c) André Cholley.
d) Alexander von Humboldt.
e) Friedrich Ratzel.

6
Geografia

10. Ecossistema e meio geográfico são a mesma coisa? Não, e devemos ser enfáticos nisso a fim de
delimitar os diferentes campos de trabalho. A diferença substancial está no fato de que o homem,
vivendo em sociedade, não é um ser vivo a mais, nem se adapta à natureza de forma direta como os
animais. Sua relação com a natureza é demorada: primeiro, produz-se a adaptação com o meio social
e, através deste, ele se relaciona com o meio natural.
Adaptado de Wettstein, citado por Oliva e Giansanti
A leitura do texto nos permite afirmar que:
a) tanto as comunidades humanas como os animais relacionam-se do mesmo modo com a natureza.
b) os homens, individualmente, participam dos processos de adaptação e de transformação da
natureza.
c) os homens vivem independentemente da natureza.
d) os homens relacionam-se coletivamente com a natureza.
e) os homens não devem preocupar-se com a natureza, pois vivem independentemente dela.

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Geografia

Gabarito

1. C
A oposição entre os pensamentos determinista e possibilista marcou a história do pensamento
geográfico. O Possibilismo é uma corrente que defende a capacidade da ação humana de modificar o
meio e que o homem não é apenas determinado por esse meio, mas é também um agente.

2. B
O meio técnico-científico-informacional representa a atual etapa do sistema capitalista de produção e
transformação do espaço geográfico, estando relacionado, sobretudo, à Terceira Revolução Industrial.
Surge após a Segunda Guerra Mundial e permite a organização do espaço e da produção a partir de uma
rede integrada pela tecnologia da informação.

3. A
Na charge, pode-se perceber que as máquinas estão sendo servidas pelos homens, tomando conta do
mundo. As indústrias provocaram essa sensação. O desenvolvimento industrial foi muito apoiado na
ideologia do desenvolvimento e do progresso.

4. A
No texto, é referenciado que o meio natural foi elogiado por sua riqueza e potencial econômico, o que
demonstra que esse meio era visto como uma ferramenta essencial para o avanço da nação.

5. E
As transformações nas formas de se produzir causam verdadeiros impactos nas paisagens e nos
espaços sociais, alterando dinâmicas e ressignificando funções. Esses impactos vêm justificados na
modernidade, no desenvolvimento e no progresso, a troco da qualidade de vida e dos recursos naturais
da população.

6. C
As Revoluções Industriais intensificaram o uso dos recursos naturais e alteraram as formas de trabalhar.
O trabalhador não foi apenas substituído pela máquina, mas a máquina demanda um outro perfil de
profissional e de função. Mesmo com a excessiva produção de alimentos, a fome no mundo parece ser
consequência do sistema que se baseia em exploração e desigualdades aquisitivas.

7. E
No texto, o autor comenta que o espaço geográfico é resultado de um processo histórico em diversas
sociedades e representa seus interesses, técnicas e valores. Assim, o espaço geográfico é resultado das
diferentes técnicas produtivas desenvolvidas pelas sociedades, que modificaram a realidade e
construíram sua própria espacialidade.

8. C
Os tecnopolos no atual contexto do meio técnico-científico-informacional consistem em pontos de troca
e desenvolvimento de informação e conhecimento. Um novo tipo de meio geográfico adaptado as
exigências da globalização.

8
Geografia

9. E
As ideias de Friedrich Ratzel são muito bem representadas pela frase “Espaço é poder”, o que o faz ser
conhecido pelo conceito de espaço vital, segundo o qual um grande povo, uma grande nação é
naturalmente merecedora daquele espaço.

10. D
A capacidade do homem de alterar o meio natural se dá pela técnica, porém, isso só ocorre a partir da
sua organização social, isto é, vivendo em sociedade. Nesse sentido, a sociedade produz o espaço e, ao
mesmo tempo, é reflexo desse.

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Geografia

Crise de 29 e o Keynesianismo

Resumo

A Crise de 29, ou Grande Depressão, foi um momento de crise financeira das principais potências, que
acarretou uma crise mundial em 1929. É uma crise do Liberalismo. Com o otimismo pós-guerra (Primeira
Guerra Mundial), observou-se o aumento da produção possibilitado pelo Fordismo. Todavia, esse otimismo e
crescimento não se manifestaram no consumo, em parte, porque não houve aumento do poder de compra
dos trabalhadores. Assim, produzia-se mais do que se consumia. Genericamente, essas foram as condições
para a crise de superprodução de 1929. Cuidado!! Não é uma crise do Fordismo (modelo produtivo), e sim do
modelo econômico, Liberalismo.

O Liberalismo
O Liberalismo defendia a economia de livre mercado, ou seja, uma economia que se “auto-regula”. Ele tinha
também como características o individualismo e a defesa da propriedade privada. Foi na decadência do
mercantilismo e com o firmamento do capitalismo que surgiu a teoria do liberalismo econômico. Essa teoria
se baseava na não-intervenção de qualquer agente externo à economia (Estado, leis, políticas, reis), pois de
acordo com ela, o mercado consegue se auto-regular sem a intervenção do estado. É a ideia da “mão invísivel”
que regula a economia a partir dos demais princípios básicos como a livre concorrência, que causaria uma
espécie de seleção das melhores lojas e empresas, e da lei da oferta e da procura, na qual os preços se
autoregulam no mercado a partir da relação entre disponibilidade dos produtos e demanda.

A crise de 29
O consumismo era uma importante bandeira pregada nesse contexto no qual a capacidade de expandir o
mercado consumidor estava limitada. Com estoques cheios, os bancos concediam créditos, empréstimos
para que a população pudesse acessar a modernidade que estava sendo produzida. Outra característica de
uma democracia liberal é a redução de direitos trabalhistas, uma vez que é o estado o responsável por
assegurá-los. Ou seja, havia cosumo sem que houvesse de fato poder de compra por parte dos trabalhadores.
A crise de 29 portanto foi uma crise de superprodução e de concessão de créditos, que levou a quebra dos
bancos e da Bolsa de Valores de Nova York, assim como fechamento de fábricas, desemprego e
consequente redução do consumo.

Os dizeres: "O melhor padrão de vida do mundo. Não há jeito melhor que o jeito americano"
Em frente ao cartaz, desempregados na fila de alimentos durante a Grande Depressão.

1
Geografia

O Keynesianismo
O Keynesianismo, assim como o Liberalismo, é uma doutrina econômica, que foi instaurada para reaquecer a
economia no contexto de crise liberal. O cientista econômico John Maynard Keynes já vinha apontando para
a possibilidade de uma crise econômica devido a não interferência do Estado na economia. Ele defendia que
o Estado deveria ser atuante (forte) na economia, para ajudar o capitalismo nos momentos de crise, naturais
desse sistema. O estado seria portanto responsável por prover não somente os direitos básicos da população,
como acesso a serviços de saúde e educação, mas por realizar grandes obras em setores estratégicos como
transporte, energia e infraestrutura, além de controlar as empresas e a atuação financeira, ampliando o setor
estatal. O aumento da atuação pública garantiria portanto uma boa qualidade de vida e reaquecimento do
consumo. É o que ficou conhecido como estado de bem estar social, ou Welfare State. Após a crise do
Liberalismo, Keynes, que já apontava para seu esgotamento, passou a ser um grande referencial na economia.

O New Deal e a recuperação econômica


Franklin Delano Roosevelt, inspirado nas ideias de Keynes, lançou o New Deal (Novo Acordo), em 1933, para
recuperar a economia americana a partir do aumento do consumo. Lembre-se: a crise de 1929 tinha sido
resultado da superprodução e estagnação do consumo. Roosevelt fundamentou-se nas ideias de Keynes para
recuperar a economia. Fizeram parte das medidas desse Novo Acordo:
• Pleno emprego e estabilidade
• Aumento dos salários
• Menos horas de trabalho
• Aumento dos direitos trabalhistas e previdenciários
• Obras públicas em setores estratégicos
• Controle da produção
• Fiscalização bancária e de outras instituições financeiras
• Subsídios à pequenas empresas.

Todas essas ações buscavam o crescimento do número de empregos, da renda e do consumo, recuperando
a economia americana. Esse Estado forte na economia ficou conhecido como Estado Keynesiano ou Estado
do Bem-Estar Social. Nos Estados Unidos, foi responsável por consolidar o American Way of Life (estilo de
vida americano). Na Europa, está associado a diversos ganhos sociais pela população desse continente.

2
Geografia

Exercícios

1. “A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano Franklin Roosevelt
(1933 - 1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de projetos federais
implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da prática da
intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de ajuda
social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos federais
geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-
americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no
entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer radicalmente a produção industrial.
No final da guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido”.
EDSFORD, R. America’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (tradução adaptada).

A partir do texto, conclui-se que:


a) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala, na
economia.
b) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
c) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
d) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma
corrida armamentista.
e) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem sucedida,
apoiando- se em suas necessidades.

2. Ante a grande depressão de 1929, o economista John M. Keynes defendia o déficit público como uma
forma de enfrentar a recessão. Nos Estados Unidos, o Presidente Franklin Roosevelt, a partir de 1930,
financiou obras públicas a fim de diminuir o desemprego. A partir desse período, as mudanças na
política econômica propiciaram:
a) a oposição do governo norte-americano ao desenvolvimento do intervencionismo na economia.
b) a intervenção do Estado na economia, como estratégia de ampliação do mercado de trabalho.
c) a consolidação dos grupos econômicos que impediam a intervenção estatal.
d) o fechamento do comércio europeu ao capital norte-americano.
e) a livre aplicação do capital pela iniciativa privada.

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Geografia

3. O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo,
entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o único que é importante
–, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das
massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego.
CROUZET,M. Os Estados perante a crise. In: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1966(adaptado).

Tendo como referência os condicionantes históricos do entre guerras, as medidas governamentais


descritas objetivavam
a) flexibilizar as regras do mercado financeiro.
b) fortalecer o sistema de tributação regressiva.
c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia.
d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical.
e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal.

4. O colapso deflagrado no mundo pela crise financeira dos anos 20 teve como principal ato o craque da
Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Como consequência dessa crise, podemos
destacar:
a) os preços e salários subiram, aumentando a oferta de empregos na área industrial europeia.
b) a Europa recuperou sua prosperidade com altos investimentos dos fundos particulares norte-
americanos.
c) o Brasil manteve-se fora da crise com contínuos aumentos das exportações do café.
d) o mundo todo foi afetado drasticamente, quando a Inglaterra abandonou o padrão-ouro,
permitindo a desvalorização da libra.
e) nos primeiros anos da década de 30, a indústria alemã duplicou a sua produção, acarretando o
crescimento do comércio mundial.

5. A grave crise econômico-financeira que atingiu o mundo capitalista, na década de 30, tem suas origens
nos Estados Unidos. A primeira medida governamental que procurou, internamente, solucionar essa
crise foi o “New Deal”, adotado por Roosevelt, em 1933. Uma das medidas principais desse programa
foi o(a):
a) encerramento dos investimentos governamentais em obras de infraestrutura.
b) fim do planejamento e da intervenção do Estado na economia.
c) imediata suspensão da emissão monetária.
d) política de estímulo à criação de novos empregos.
e) redução dos incentivos à produção agrícola.

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Geografia

6. “Cenas de agonia se passavam, nas salas de clientes dos vários corretores. Ali, os que poucos dias
antes haviam-se regalado em ilusões de riqueza, viam todas as suas esperanças esmagadas num
colapso tão devastador, tão além de seus mais desenfreados temores, que tudo parecia irreal.
Buscando salvar um pouco da ruína, mandavam vender suas ações "no mercado", quando descobriam
que não apenas haviam perdido tudo, mas ainda estavam em débito com o corretor.
E então, reviravolta irônica: a sacudida seguinte do louco mercado elevava os preços para onde eles
poderiam haver vendido e conseguido um substancial equilíbrio de caixa restante. Toda jogada era
errada naqueles dias. O mercado parecia uma coisa insensata, se vingava louca e impiedosamente dos
que julgavam dominá-lo."
24/out/1929 - BELL, Elliot V. New York Times. In LEWIS, John - O Grande Livro do Jornalismo. Rio de Janeiro: José Olympio,
2008, p 107.
O texto acima relata uma crise que

a) provocou transformações estruturais na economia europeia que, com déficit de produção, buscou
matéria-prima em outros continentes, dando início ao moderno imperialismo.
b) provocou uma reestruturação das instituições financeiras americanas com o objetivo de evitar a
ampliação da crise e a consequente contaminação da economia mundial.
c) não afetou a economia latino-americana, tradicionalmente agrária, tendo em vista que a crise foi
motivada fundamentalmente pela superprodução industrial.
d) demonstrou a fragilidade do capitalismo liberal e conduziu à adoção de medidas saneadoras que
ampliaram a participação do Estado na economia.
e) levou a Europa a adotar medidas livre-cambistas, como estratégia para conter o avanço da crise
financeira em seu território.

7. No fim da década de 20, após anos de prosperidade, uma grave crise econômica, conhecida como a
Grande Depressão, começou nos EUA e atingiu todos os países capitalistas. J. K. Galbraith, economista
norte-americano, afirma que “à medida que o tempo passava tornava-se evidente que aquela
prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição.”
Dias de boom e de desastre in J.M. Roberts (org), História do Século XX.

São características da Crise de 1929:

a) o aumento da produção automobilística, a expansão do mercado de trabalho e a falta de


investimentos em tecnologia.
b) a destruição dos grandes estoques de mercadorias, o aumento dos preços agrícolas e o aumento
dos salários.
c) a cultura de massa com a venda de milhões de discos, as dívidas de guerra dos EUA e o aumento
do número de empregos.
d) a superprodução, a especulação desenfreada nas bolsas de valores e a queda da renda dos
trabalhadores.
e) o aumento do mercado externo, o mito do American way of life e a intervenção do Estado na
economia.

5
Geografia

8.

A história em quadrinhos apresenta uma característica fundamental do modo de produção capitalista


na atualidade e uma política estatal em curso em muitos países desenvolvidos.
Essa característica e essa política estão indicadas em:
a) liberdade de comércio – ações afirmativas para grupos sociais menos favorecidos
b) sociedade de classe – sistemas de garantias trabalhistas para a mão de obra sindicalizada
c) economia de mercado – programas de apoio aos setores econômicos pouco competitivos
d) trabalho assalariado – campanhas de estímulo à responsabilidade social do empresariado
e) livre circulação de mercadorias – projetos que visam diminuir as barreiras fiscais entre os Estados

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Geografia

9. TEXTO I
A Europa entrou em estado de exceção, personificado por obscuras forças econômicas sem rosto ou
localização física conhecida que não prestam contas a ninguém e se espalham pelo globo por meio de
milhões de transações diárias no ciberespaço.
ROSSI, C. Nem fim do mundo nem mundo novo. Folha de São Paulo, 11 dez. 2011 (adaptado).

TEXTO II
Estamos imersos numa crise financeira como nunca tínhamos visto desde a Grande Depressão iniciada
em 1929 nos Estados Unidos.
Entrevista de George Soros. Disponível em: www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado).

A comparação entre os significados da atual crise econômica e do crash de 1929 oculta a principal
diferença entre essas duas crises, pois:
a) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos EUA na I Guerra Mundial e a atual crise é o
resultado dos gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e Iraque.
b) a crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de superprodução industrial nos EUA e a atual crise
resultou da especulação financeira e da expansão desmedida do crédito bancário.
c) a crise de 1929 foi o resultado da concorrência dos países europeus reconstruídos após a I Guerra
e a atual crise se associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes econômicos.
d) o crash da Bolsa em 1929 resultou do excesso de proteções ao setor produtivo estadunidense e a
atual crise tem origem na internacionalização das empresas e no avanço da política de livre
mercado.
e) a crise de 1929 decorreu da política intervencionista norte-americana sobre o sistema de comércio
mundial e a atual crise resultou do excesso de regulação do governo desse país sobre o sistema
monetário.

10. “Para Keynes (...) para criar demanda, as pessoas deveriam obter meios para gastar. Uma conclusão
daí decorrente é que os salários de desemprego não deveriam ser considerados simplesmente como
débito do orçamento, um meio por intermédio do qual a demanda poderia aumentar e estimular a oferta.
Além do mais, uma demanda reduzida significava que não haveria investimento suficiente para produzir
a quantidade de mercadorias necessárias para assegurar o pleno emprego. Os governos deveriam,
portanto, encorajar mais investimentos, baixando as taxas de juros (...), bem como criar um extenso
programa de obras públicas, que proporcionaria emprego e geraria uma demanda maior de produtos
industriais.”
O texto refere-se a uma teoria cujos princípios estiveram presentes
a) no “New Deal”, planejamento econômico baseado na intervenção do Estado, elaborado devido à
crise de 1929.
b) na obra MEIN KAMPF, que desenvolveu os fundamentos do nazismo: ideia da existência da raça
ariana.
c) no Plano Marshall, cujo objetivo era recuperar a economia europeia através de maciços
investimentos.
d) na criação da Comunidade Econômica Europeia, organização que visa o livre comércio entre os
países.
e) no livro O CAPITAL, onde se encontram os princípios básicos que fundamentam o socialismo
marxista.

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Geografia

Gabarito

1. A
A questão evidencia a importância do Estado para recuperação da economia, retomando importante
conceito do intervencionismo keynesiano. Ressalta-se que, ingerência, é um substantivo feminino, cujo
significado corresponde ao ato ou efeito de ingerir(-se); introdução, intromissão. Nesse sentido,
ingerência do Estado, significa intromissão, intervenção do Estado e por isso Keynesianismo. A alternativa
E está errada, pois a intervenção de Roosevelt NÃO coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial.

2. B
O New Deal marca o início de um Estado interventor, com o objetivo de recuperar a economia norte-
americana a partir do consumo. Para isso, o Estado buscou fazer grandes investimentos garantindo o
pleno emprego.

3. E
O New Deal (Novo Acordo) foi a política implementada por Franklin Delano Roosevelt, presidente dos
Estados Unidos, para solucionar a crise econômica que assolou o país após a quebra da bolsa de Nova
Iorque. Essa política representou um rompimento com o modelo liberal vigente. Baseando-se no
Keynesianismo, o New Deal visava a solucionar a crise por meio da intervenção econômica do Estado.

4. D
Devido à forte junção entre capital financeiro e industrial, a crise de 1929 afetou todo o mundo. A Inglaterra
era um dos poucos países que garantiam uma paridade da sua moeda a um determinado peso em ouro.
Com o fim dessa paridade (padrão-ouro) e a desvalorização da libra, as referências monetárias se
tornaram artificiais.

5. D
Entre as principais medidas propostas pelo New Deal para a resolução dos impactos da crise de 1929,
podem-se citar o aumento dos salários, a estabilidade no emprego, a redução das jornadas de trabalho e,
consequentemente, a geração de novos empregos.

6. D
A crise da bolsa de Nova Iorque em 1929 foi caracterizada por um considerável aumento de produção,
não acompanhado pelo respectivo consumo. As empresas vendiam ações no mercado financeiro com
valor alavancado escorado na produção, mas a economia não dava contrapartida no consumo e as taxas
de juros praticadas eram altas atraindo investidores do mundo todo, resultando em um surto especulativo.
Com o estouro da bolha especulativa, ocorreram inúmeras falências e elevadas taxas de desemprego.
Ficou evidente a fragilidade do capitalismo liberal, que facilitou a condução da adoção de medidas
saneadoras que ampliaram a participação do Estado na economia, através do New Deal, política
implementada no primeiro governo de Franklin D. Roosevelt.

7. D
A crise de superprodução, a especulação financeira e a diminuição da renda dos trabalhadores devido às
demissões estão entre as principais características dessa crise.

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Geografia

8. C
Na tirinha, Calvin tenta vender seu produto dentro da lógica capitalista e obter maior lucro, mas isso se
mostra impossível, pois não há procura que dê o retorno desejado. A Lei da Oferta e da Procura possui
limitações que podem obrigar os países a contrair dívidas externas e o Estado conceder incentivos fiscais.
No final da tirinha, ele pede para ser subsidiado. Subsídio significa uma concessão de dinheiro que o
governo oferece para determinadas atividades a fim de manter o preço do seu produto acessível para
estimular as vendas, as exportações.

9. B
A diferença entre as duas crises refere-se às suas causas. A crise de 29 está relacionada a uma
superprodução industrial e à falta de mercado no período em que o modelo fordista-taylorista estava em
destaque. Já a crise de 2008 está relacionada a uma grande oferta de crédito bancário, em que foi
desconsiderado o pagamento desse.

10. A
O New Deal, adotado por Roosevelt em 1933, foi um programa econômico de governo que adotava as
ideias de John M. Keynes, com o objetivo de recuperar a economia norte-americana após a crise de 1929.

9
Geografia

Fordismo e a produção em massa

Resumo

Para obter maior lucratividade, a indústria passou a aperfeiçoar as formas de trabalho e produção. É nesse
contexto que surgem os modelos produtivos, que consistem em um método de racionalização da produção.
O Fordismo (1914) e o Toyotismo (1970) são os dois modelos produtivos estudados pela Geografia, pois eles
transcendem a organização da fábrica.
O engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), visando a aumentar a eficiência produtiva,
estudou tempos e movimentos de operários e máquinas na linha de produção. Seus estudos ficaram
conhecidos como Taylorismo.
Henry Ford (1863-1947) já desenvolvia sua linha de montagem para aumentar sua produção, quando ouviu
falar das ideias de Taylor. Impressionado, Ford contratou o engenheiro para trabalhar na sua fábrica. O
Fordismo nasce dessa associação entre as ideias de Taylor e a prática de Ford. Por isso, o Fordismo também
é chamado de Fordismo-Taylorismo.
São características do Fordismo:
• Linha de montagem: É a famosa esteira de produção retratada no filme Tempos Modernos.
• Trabalho especializado (repetitivo): É a pura aplicação das ideias de Taylor. Quanto menor fosse a tarefa
executada pelo trabalhador, mais eficiente ele poderia ser. Com o tempo, a tendência era se tornar um
especialista naquela tarefa.
• Padronização: A repetição das tarefas exigia uma padronização da produção.
• Mão de obra alienada: O trabalhador executava apenas uma tarefa e não conhecia todo o método de
produção, apenas a sua função.
• Produção concentrada: Espacialmente, a fábrica fordista era concentrada em um local, produzindo e
armazenando (estoques lotados) tudo no mesmo espaço. A concentração espacial reunia no mesmo
espaço milhares de trabalhadores, o que facilitava a ação de sindicatos, por isso, a pressão sindical era
muito forte.

Ilustração da linha de montagem do Ford T. Disponível em: https://cargocollective.com/

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Geografia

Complexo Industrial da Ford. Adaptado de: https://i.wheelsage.org/

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Geografia

Exercícios

1. A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o fordismo acabaram por
representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo de trabalho ao longo de
várias décadas do século XX.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009
(adaptado).

O objetivo desse modelo de organização do trabalho é o alcance da eficiência máxima no processo


produtivo industrial que, para tanto,
a) adota estruturas de produção horizontalizadas, privilegiando as terceirizações.
b) requer trabalhadores qualificados, polivalentes e aptos para as oscilações da demanda.
c) procede à produção em pequena escala, mantendo os estoques baixos e a demanda crescente.
d) decompõe a produção em tarefas fragmentadas e repetitivas, complementares na construção do
produto.
e) outorga aos trabalhadores a extensão da jornada de trabalho para que eles definam o ritmo de
execução de suas tarefas.

2. “No tempo em que os sindicatos eram fortes, os trabalhadores podiam se queixar do excesso de
velocidade na linha de produção e do índice de acidentes sem medo de serem despedidos. Agora,
apenas um terço dos funcionários da IBP [empresa alimentícia norte-americana] pertence a algum
sindicato. A maioria dos não sindicalizados é imigrante recente; vários estão no país ilegalmente; e no
geral podem ser despedidos sem aviso prévio por seja qual for o motivo. Não é um arranjo que encoraje
ninguém a fazer queixa. [...] A velocidade das linhas de produção e o baixo custo trabalhista das fábricas
não sindicalizadas da IBP são agora o padrão de toda indústria.”
SCHLOSSER, Eric. País Fast- Food. São Paulo: Ática, 2002. p. 221.

No texto, o autor aborda a universalização, no campo industrial, dos empregos do tipo Mcjobs
“McEmprego”, comuns em empresas fast-food. Assinale a alternativa que apresenta somente
características desse tipo de emprego.
a) Alta remuneração da força de trabalho adequada à especialização exigida pelo processo de
produção automatizado.
b) Alta informalidade relacionada a um ambiente de estabilidade e solidariedade no espaço da
empresa.
c) Baixa automatização num sistema de grande responsabilidade e de pequena divisão do trabalho.
d) Altas taxas de sindicalização entre os trabalhadores aliadas a grandes oportunidades de avanço
na carreira.
e) Baixa qualificação do trabalhador acompanhada de má remuneração do trabalho e alta
rotatividade.

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Geografia

3.

THAVES. Jornal do Brasil, 19 fev. 1997 (adaptado).

A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra
nela inserida:
a) Ampliação da jornada diária.
b) Melhoria da qualidade do trabalho.
c) Instabilidade nos cargos ocupados.
d) Eficiência na prevenção de acidentes.
e) Desconhecimento das etapas produtivas.

4. Nas primeiras décadas do século XX, o engenheiro Frederick Taylor desenvolveu os princípios de
administração científica, que consistiam, basicamente, no controle dos tempos e dos movimentos dos
trabalhadores para aumentar a eficiência do processo produtivo. Ao adotar estes princípios em sua
fábrica, Henry Ford criava um novo método de produção. A inovação mais importante do modelo
fordista de produção foi:
a) a fragmentação da produção.
b) o trabalho qualificado.
c) a linha de montagem.
d) a produção diferenciada.
e) a redução dos estoques.

5. Em seus Princípios de Administração Científica, Frederick Taylor desenvolvia um sistema de


organização dos processos de produção que poderia ser aplicado em todo o tipo de empresa, mesmo
que os experimentos tenham ocorrido em empresas industriais. Taylor apresentava algumas formas
de organização do trabalho que incluem várias características, como:
a) O estímulo da produção através da qualificação da mão de obra.
b) A divisão do processo de fabricação em gestos complexos.
c) A medição e racionalidade no uso de matérias-primas e ferramentas de trabalho.
d) A liberdade para os trabalhadores escolherem a forma de trabalho.
e) A mensuração da produtividade final e não do tempo para a execução das atividades.

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Geografia

6. Os trabalhadores que construíam seus carros Modelo N, predecessor do Modelo T, dispunham as peças
e partes numa fileira no chão, punham-nas em trilhos deslizadores e arrastavam-nas, ajustando umas
às outras. Mais tarde, o dinamismo do processo tornou-se mais sofisticado. Ford dividiu a montagem
do Modelo T em 84 passos discretos, por exemplo, treinando cada um de seus operários em executar
apenas um dos passos. Contratou também o especialista em estudos de movimento, Frederick Taylor,
para tornar a execução ainda mais eficiente. Nesse meio tempo, construiu máquinas que poderiam
estampar as partes automaticamente e muito mais rapidamente do que o mais ágil dos trabalhadores.
Com base no texto, a produção fordista tem por característica a
a) flexibilização da produção.
b) produção padronizada.
c) produção por demanda.
d) utilização de trabalho escravo.
e) valorização do trabalho artesanal.

7. Utilize as informações abaixo para responder à questão.

Taylorismo Fordismo
• separação do trabalho por tarefas e • produção e consumo em massa
níveis hierárquicos • extrema especialização do trabalho
• racionalização da produção • rígida padronização da produção
• controle do tempo • linha de montagem
• estabelecimento de níveis mínimos de
produtividade. Pós-fordismo
• estratégia de produção e consumo em
escala planetária
• valorização da pesquisa científica
• desenvolvimento de novas tecnologias
• flexibilização dos contratos de trabalho

Pelas características dos modelos produtivos do momento da Segunda Revolução Industrial, é possível
afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características.
Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente,
pressupunham:
a) elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas.
b) altos ganhos de produtividade vinculada a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de
montagem.
c) redução do custo de produção associada às potencialidades de consumo dos próprios operários
das fábricas.
d) máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os
contratos de trabalhos.
e) racionalização dos estoques, diminuindo a disponibilidade dos produtos e a possibilidade de
crises econômicas.

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Geografia

8. As inovações na organização do processo de produção, desenvolvidas a partir do fim do século XIX e


início do XX, ficaram conhecidas a partir da derivação dos nomes de seus principais expoentes,
Frederick Winslow Taylor e Henry Ford. Além disso, o taylorismo e o fordismo caracterizam,
respectivamente, dois princípios de organização do trabalho, denominados:
a) empirismo e produção artesanal.
b) administração científica e linhas de produção.
c) administração científica e células de produção.
d) administração empírica e linhas de produção.
e) administração emotiva e produção dispersa.

9. No início do século XX, o desenvolvimento industrial das cidades criou as condições necessárias para
aquilo que Thomas Gounet denominou "civilização do automóvel". Nesse contexto, um nome se
destacou, o de Henri Ford, cujas indústrias aglutinavam contingentes de trabalhadores maiores que o
de pequenas cidades com menos de 10.000 habitantes. O nome de Ford ficou marcado pela forma de
organização de trabalho que propôs para a indústria.
Com base nos conhecimentos sobre a organização do trabalho nos princípios propostos por Ford,
assinale a alternativa correta.
a) A organização dos sindicatos de trabalhadores dentro da fábrica transformou-os em
colaboradores da empresa.
b) A implantação da produção flexível de automóveis garantiu uma variedade de modelos para o
consumidor.
c) A produção em massa foi substituída pela de pequenos lotes de mercadorias, a fim de evitar
estoques de produtos.
d) O método de Ford potencializou o parcelamento de tarefas, largamente utilizado por Taylor.
e) Para obter ganhos elevados, a organização fordista implicava uma drástica redução dos salários
dos trabalhadores.

10. Outro importante método de racionalização do trabalho industrial foi concebido graças aos estudos
desenvolvidos pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor. Uma de suas preocupações
fundamentais era conceber meios para que a capacidade produtiva dos homens e das máquinas
atingisse seu patamar máximo. Para tanto, ele acreditava que estudos científicos minuciosos deveriam
combater os problemas que impediam o incremento da produção.
Taylorismo e Fordismo. Disponível em www.brasilescola.com. Acesso em: 28 fev. 2012.

O Taylorismo apresentou-se como um importante modelo produtivo ainda no início do século XX,
produzindo transformações na organização da produção e, também, na organização da vida social. A
inovação técnica trazida pelo seu método foi a
a) utilização de estoques mínimos em plantas industriais de pequeno porte.
b) cronometragem e controle rigoroso do trabalho para evitar desperdícios.
c) produção orientada pela demanda enxuta atendendo a específicos nichos de mercado.
d) flexibilização da hierarquia no interior da fábrica para estreitar a relação entre os empregados.
e) polivalência dos trabalhadores que passaram a realizar funções diversificadas numa mesma
jornada.

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Geografia

Gabarito

1. D
A racionalização da produção em larga escala levou à criação de um modelo produtivo altamente
fragmentado, em que os trabalhadores executavam atividades repetitivas dentro de uma cadeia de
produção.

2. E
Os fast-foods são um bom exemplo das heranças fordistas e demonstram como a sobreposição dos
tempos traz a historicidade nos novos modelos. Alta rotatividade, baixa qualificação e má remuneração
são características desse tipo de trabalho.

3. E
A organização interna da indústria e do trabalho fordista/taylorista é caracterizada pela adoação da linha
de montagem, produção em massa, grandes estoques e especialização do trabalho. Um dos impactos da
divisão e especialização do trabalho é que o operário não conhece a totalidade ou o conjunto das etapas
produtivas.

4. C
A linha de montagem foi a concretização material das ideias de Taylor, que buscavam uma maior
produtividade sobre o trabalho e, consequentemente, lucratividade. Foi a partir da linha de montagem que
se definiu o recorte temporal do Fordismo, sendo um componente fundamental desse modelo.

5. C
As ideias de Taylor tinham a intencionalidade de eliminar o controle dos trabalhadores sobre o processo
de produção. Consistia na divisão em etapas simples, capazes de serem reproduzidas por qualquer um.
Além disso, buscava-se a máxima racionalidade no uso de matérias-primas e ferramentas de trabalho.

6. B
As principais características do Fordismo são a linha de montagem e a produção padronizada.

7. C
A exploração do trabalhador assalariado presume aumentar a lucratividade, a mais-valia que o patrão
lucra. Ao mesmo tempo, em um sistema que busca a máxima produção, é preciso que os trabalhadores
tenham dinheiro para consumir seu produto final a fim de movimentar os estoques.

8. B
Os preceitos científicos de Taylor (administração científica) com a prática de Ford (linhas de produção)
fizeram um modelo eficiente de exploração e produção em massa.

9. D
o Fordismo apoiou-se na concepção de Taylor, caracterizando-se pela divisão do trabalho nas fábricas,
cuja produção é gerenciada pelo sistema Just-in-case, buscando ampliar o estoque dos produtos.

10. B
O Taylorismo compreende um sistema de organização industrial desenvolvido no século XX com o
objetivo de maximizar a produção. Seus objetivos são: utilização de métodos de padronização da

3
Geografia

produção para evitar o desperdício produtivo, adoção de métodos para evitar a fadiga dos trabalhadores
e disciplina da distribuição das tarefas.

4
Geografia

Crise do Fordismo

Resumo

A lógica fordista de produção em massa e consumo em massa foi perfeita para a recuperação econômica
americana com base no New Deal (1933). Os anos seguintes foram caracterizados por um grande
crescimento econômico do mundo, principalmente após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945). A
estruturação do Sistema Bretton Woods, acordo para o gerenciamento da economia internacional foi
fundamental para o crescimento econômico desse período, criando importantes mecanismos de defesa a
crises capitalistas como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
O Fordismo viveu seu auge (anos dourados) durante as décadas seguintes, de 1950 a 1960, viabilizado pela
política de Welfare States, ou Estado de Bem Estar Social. Após a crise liberal de 1929, houve uma política de
estado forte e interventor na economia, que garantiu o giro de consumo e o reaquecimento da econômia. Isso
levou o fordismo, mesmo com sua lógica de produção em massa e estoques, a chegar ao seu auge. Todavia,
as características do Fordismo não se sustentaram por mais tempo e, com outros fatores econômicos,
levaram a uma crise do modelo produtivo na década de 1970. O encarecimento da produção, os estoques
cheios e padronizados e o desenvolvimento tecnológico foram as grandes razões para essa crise.
Foram as razões para a crise do Fordismo:
• Welfare States e os gastos públicos: Como dito, foi o período de forte intervenção estatal na econômia
que garantiu o consumo e o Fordismo permaneceu em alta. Porém, os ganhos de direitos trabalhistas
encareciam os gastos públicos, o que causa a consequente diminuição dos lucros. O lucro se dá a partir
da diferença entre o gasto da produção e ganho bruto. Os direitos trabalhistas encarecem o valor da mão
de obra, reduzindo o lucro final das empresas.
• Desenvolvimento tecnológico: A inserção de tecnológia no processo produtivo também aumentava os
custos de produção, assim como permitia maior conexão dos mercados internacionais. Com estados
endividados, foram necessários medidas de abertura comercial e maior autonomia a iniciativa privada.
O desenvolvimento das tencológias de comunicação e transporte que conectou os mercados gerou
também novas organizações produtivas, como o Toyotismo, que superava vários problemas
apresentados pelo Fordismo, que foi se tornando obsoleto no cenário competitivo.
• Regime rígido e pouco adaptável: O caratér rígido e pouco adaptável do modelo de produção nas linhas
de montagem não dinamizava a superação problemas. O custo da produção aumentava, enquanto os
estoques ficavam cheios, o que barateava o produto pela alta disponibilidade já produzida. O fordismo
no entanto não alterava o perfil de produção, nem tampouco as relações trabalhistas, mesmo diante das
mudanças que surgiam. A produtividade se manteve alta, mas o custo aumentou.
• Ampliação do mercado e padronização produtiva: Com as maiores conexões de mercado entre países
do mundo, as exigências frente ao cenário competitivo demandava produtos diversificados. Novas
demandas de produtos que antes não existiam surgem. Como o Fordismo produzia em massa, os
produtos eram padronizados. A propaganda moderna passou a vender a ideia de produtos cada vez mais
específicos, de acordo com a necessidade de cada cliente.
• Durabilidade dos produtos e estoques lotados: A durabilidade dos produtos fordistas e sua padronização,
necessária para a produção em massa, gerava uma estagnação do consumo. Os estoques permaneciam
cheios mas os produtos tinham alta durabilidade, o que postergava a necessidade de compra.

1
Geografia

• Maior pressão sindical: facilitada pelo fato de a fábrica estar espacialmente concentrada. Muitos
trabalhadores moravam nas vilas operárias e o debate sobre a exploração trabalhista era inevitável.

Assim, somando-se essas características e a crise do petróleo em 1973 e 1979, observou-se uma crise do
Fordismo e do Estado Keynesiano.
O avanço técnico nos transportes e comunicação (globalização) e o surgimento de métodos produtivos mais
eficientes (Toyotismo) permitiram a redistribuição espacial da indústria pelo mundo, buscando as vantagens
competitivas (mão de obra mais barata, legislação trabalhista e ambiental mais flexível). Tudo isso ainda será
visto nas próximas aulas.
Importante pontuar que o Fordismo não desparece do mundo, dando lugar ao Toyotismo. Sobretudo em
indústrias mais simples e países mais pobres, podemos identificar estruturas produtivas e organizacionais
típicas desse modelo. Em diversos empregos, a produção continua bem fragmentada, não demandando
qualificação profissional da mão de obra e produzindo em escala, como o caso dos “Mc Empregos”. Além
disso, muitas empresas de tecnológia por exemplo, possuem características Toyotistas no sentido de
produzir de acordo com a demanda, realizando pesquisas de mercado, contando com tecnológia agregada,
demandando mão de obra qualificada, mas, em alguns setores de sua empresa trabalham com as linhas de
montagem para trabalhos mais simples e baratos. Isso tende a ser superado entretando pela Robótica,
característica da futura quarta revolução industrial.

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Geografia

Exercícios

1. Detroit foi símbolo mundial da indústria automotiva. Chegou a abrigar quase 2 milhões de habitantes
entre as décadas de 1960 e 1970. Em 2010, porém, havia perdido mais de um milhão de habitantes. O
espaço urbano entrou em colapso, com fábricas em ruínas, casas abandonadas, supressão de serviços
públicos essenciais, crescimento da pobreza e do desemprego. Em 2013, foi decretada a falência da
cidade. Essa crise urbana vivida por Detroit resulta dos seguintes processos:
a) ascensão do taylorismo; protecionismo econômico e concorrência com capitais europeus;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
b) consolidação do regime de acumulação fordista; protecionismo econômico e concorrência com
capitais europeus; deslocamento de indústrias para outros países.
c) declínio do toyotismo; liberalização econômica e concorrência com capitais asiáticos;
deslocamento de indústrias para cidades vizinhas.
d) ascensão do regime de acumulação flexível; concorrência com capitais asiáticos; deslocamento
de indústrias para outros países.
e) crise de superprodução; ascensão do regime produtivo rígido; mudanças nas estruturas e
estratégias empresariais.

2. A expansão da produção capitalista, nos três primeiros quartos do século XX, esteve assentada
principalmente no modelo de organização fordista. A partir dos anos 1970, esse modelo sofreu
significativas alterações, decorrentes da dificuldade em enfrentar, através de ganhos de produtividade,
a crise que atingiu o sistema capitalista. Impôs-se ao universo da produção a necessidade de profunda
reestruturação econômica, expressa pela introdução de novas tecnologias, flexibilidade dos processos
de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo. Tais mudanças foram
vistas por alguns como ruptura e, por outros, como continuidade do modelo fordista. De qualquer
maneira, o mundo do trabalho real do século XXI já não é mais o mesmo.
Sobre os impactos concretos que afetaram a produção e o trabalho no Brasil, no quadro das
transformações comentadas no texto, é correto afirmar que houve:
a) consolidação do assalariamento regulamentado, através da expansão do emprego com carteira
registrada para a totalidade dos trabalhadores.
b) fortalecimento do poder de negociação dos sindicatos e elevação contínua da renda dos
trabalhadores.
c) extinção por inteiro das formas antigas de divisão do trabalho baseada na separação entre
concepção e execução, em decorrência da alta qualificação intelectual dos trabalhadores.
d) expansão de formas alternativas de organização do trabalho (trabalho informal, doméstico,
temporário, por hora e subcontratação) em detrimento do assalariamento tradicional.
e) redução drástica das jornadas de trabalho e ampliação do tempo de lazer desfrutado pelos
trabalhadores.

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Geografia

3. O século XX anuncia profundas mudanças na relação capital/trabalho, e consequentemente, nas


formas de acumulação de capital. Vamos observar um reestruturação dos modelos de produção. Tudo
isto em decorrência da crise do capital que começará a se esboçar nos anos 60, sobretudo a partir:
a) Do declínio do Estado de Bem-Estar Social.
b) Do declínio da globalização.
c) Do declínio do império americano.
d) Do declínio do Toyotismo.
e) Do declínio do Fordismo.

4. Ao considerar o processo de reestruturação produtiva como uma resposta à crise de acumulação


capitalista, esse processo encerra uma estratégia de reorganização da produção e dos mercados.
Dessa forma, esse processo interfere diretamente no(a)(s)
a) Adoção de modelos de gerenciamento de recursos organizacionais e no sistema de inclusão
social das empresas.
b) Organização da sociedade e no conjunto das relações que se estabelecem entre o capital, o
trabalho e o Estado.
c) Modos de pensar e agir, cultural e socialmente, incentivando a organização coletiva e sindical dos
trabalhadores.
d) Formas produtivas alternativas oriundas do meio rural, como novas tecnologias artesanais de
trabalho.
e) Diagnóstico das relações sociais e na crise do Estado de Bem-Estar.

5. As transformações internacionais da década de 1970 significaram uma verdadeira revolução originária,


cujas consequências foram os desequilíbrios nas balanças de pagamento, choque do petróleo,
globalização do comércio, finanças e setor produtivo, crise do sistema fordista e substituição pela
especialização flexível. Essas rápidas transformações implicaram sérias dificuldades para os países
em desenvolvimento, entre os quais o Brasil, devido à dependência tecnológica e as consequentes
dificuldades de competitividade no novo cenário.
Nesse cenário, o Brasil reagiu, à época, de acordo com as recomendações dos organismos
internacionais, alinhados com a(s)
a) Lógica keynesiana de ampliar o papel do Estado de maneira a constituir um novo patamar de
proteção social.
b) Medidas protecionistas, que iniciaram o processo de desconcentração interna de renda.
c) Flexibilização do processo produtivo, que ampliou o mercado de trabalho interno devido ao
aumento das exportações.
d) Inovação tecnológica do parque industrial brasileiro visando superar a dependência externa e
qualificar a mão de obra.
e) Vertente neoliberal, que resultou, ao longo do tempo, na manutenção do processo de concentração
de renda.

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Geografia

6. Transformações produtivas geram grandes consequências que vão além da lógica das indústrias. A
crise que assolou o modelo fordista nos anos 70 trouxe reflexos para a organização das cidades em
que as principais unidades fabris estavam localizadas.
Podemos apontar como consequência da crise mencionada no texto
a) A ampliação do número de sindicatos e o fortalecimento de sua capacidade de negociação e de
pressão.
b) A emergência de um mercado de trabalho sólido decorrente de uma produção em escalas
diferentes.
c) A elevação de postos de trabalho nos países ditos desenvolvidos.
d) A redução dos postos de trabalho e a ampliação dos níveis de proteção social dos empregados.
e) A elevação dos níveis de desemprego e a precarização do trabalho.

7. A posição central ocupada pela técnica é fundamental para explicar a atual fase do capitalismo em que
se insere o pós-fordismo. Essa nova forma de organização da produção promove o seguinte conjunto
de consequências:
a) Retração do setor de comércio e serviços; ampliação de um mercado consumidor seletivo,
diversificado e sofisticado.
b) Intensificação das estratégias de produção e consumo a nível internacional; redução do fluxo de
informação e dos veículos de propaganda.
c) Redução da distância dos estabelecimentos industriais e comerciais; acelerado ritmo de
inovações do produto com mercados pouco especializados.
d) Crescente terceirização das atividades de apoio à produção e distribuição; elevados níveis de
concentração de capitais com formação de conglomerados.
e) Crescente busca pela capacidade de produção, concentrando os esforços de desenvolvimento nos
processos fabris.

8. A eterna busca por reduzir custos pode levar o gestor a um dilema: centralizar os estoques e reduzi-los
ou manter estoques descentralizados privilegiando a velocidade da operação em detrimento dos
custos. Para empresas que têm múltiplas unidades, fica o dilema, se estoque é custo e reduzir estoques
significa colocar mais dinheiro no caixa, o ideal é sempre reduzi-los, portanto, centralizar é melhor, mas
a centralização aumenta o risco de ruptura e pode até parar a operação, então, descentralizar é melhor,
porém esta ação pode aumentar os estoques e, consequentemente, os custos, o que fazer?
GRONSKI, Augusto. Estoques: centralizar ou descentralizar? Portal Administradores, 17 de abril de 2013. Disponível
em: Administradores.com

A prática mencionada no texto de reduzir os estoques é operacionalizada pelas indústrias, que


produzem apenas a quantidade de um dado produto de acordo com a demanda referente a ele. Tal
prática é denominada por:
a) Oferta pela demanda
b) Redução de estoque
c) Timely delivery
d) Just in Time
e) Entrega sob pedido

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Geografia

9. “Nos períodos mais recentes, o capitalismo vem passando por nova transformação. O capital, na sua
busca incessante de valorizar-se, e para fazer frente à profunda recessão que se agravou a partir de
1973, com a crise do petróleo, procurou novas formas de elevar a produtividade do trabalho e a
expansão dos lucros. Assim, a partir da década de 1970, desenvolve-se uma nova fase no processo
produtivo capitalista que poderíamos chamar de pós-fordismo ou a da acumulação flexível”.
Tomazi, Nelson Dácio (coordenador). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 2000, p. 54.

Considerando o texto em questão, é possível afirmar que:


a) O processo produtivo capitalista chamado pós-fordismo caracteriza-se pela flexibilização dos
processos de trabalho, incluindo a automação.
b) Com a automação, intensifica-se o controle manual por parte do trabalhador que é assistido por
tecnologias eletrônicas.
c) No processo chamado fordismo, as atividades mecânicas são desenvolvidas por máquinas
automatizadas, programadas para agir sem a intervenção de um operador.
d) É preciso considerar que, na era da automação, o trabalhador ainda é fundamental nas tarefas
repetitivas, pois os robôs não possuem destreza para realizar tarefas complexas, como soldar
placas.
e) Com os produtos e o consumo sendo flexibilizados, os objetos se tornam menos descartáveis e a
propaganda não precisa estimular a sua troca por novos produtos.

10. Falava-se, antes, de autonomia da produção significar que uma empresa, ao assegurar uma produção,
buscava também manipular a opinião pela via da publicidade. Nesse caso, o fato gerador do consumo
seria a produção. Mas, atualmente, as empresas hegemônicas produzem o consumidor antes mesmo
de produzirem os produtos. Um dado essencial do entendimento do consumo é que a produção do
consumidor, hoje, precede a produção dos bens e dos serviços.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000
(adaptado).
O tipo de relação entre produção e consumo discutido no texto pressupõe o(a)
a) aumento do poder aquisitivo.
b) estimulo à livre concorrência.
c) criação de novas necessidades.
d) formação de grandes estoques.
e) implantação de linhas de montagem.

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Geografia

Gabarito

D
Detroit cresceu como grande centro industrial americano, com destaque para o setor automobilístico.
Assim como o crescimento da indústria gerou reflexos na cidade, o declínio do sistema gerou enorme
impacto no centro americano. O passar do tempo mostrou a fuga de população, o desemprego, os
altíssimos graus de violência e outros problemas urbanos.

D
Com o surgimento do Toyotismo, as relações de trabalho, que antes eram rígidas, se tornaram mais
flexíveis para se adequar à demanda produtiva em um contexto em que a produção passou a ocorrer de
acordo com o gosto do consumidor. Isso, por outro lado, favoreceu o empresariado, pois representou a
diminuição dos custos e a maximização dos lucros.

E
Nos anos 60, o Fordismo começou a perder cenário, devido à sua estrutura rígida, para novas estratégias
e técnicas de produção mais eficientes.

B
A organização do espaço social e natural é extremamente regulada pelas relações produtivas e de poder
que se estabelecem no âmbito econômico.

E
Nessa época, o Brasil estava passando pela ditadura militar, que fazia alianças diretas com os chefes de
poder dos Estados Unidos. A ditadura seguiu a tendência das políticas neoliberais de desenvolvimentismo
e medidas que beneficiavam a burguesia. As consequências da crise no Brasil, portanto, foram no sentido
de tentar manter o desenvolvimento dos polos industriais, fracassando e aumentando muito a dívida
externa e o peso sobre a população.

E
O Pós-Fordismo e o Toyotismo contam com relações de trabalho mais líquidas, menos comprometidas.
A terceirização, o trabalho temporário e a demanda por profissionais que se adequem a diversas
mudanças são elevados. Isso indica um menor nível de permanência e crescimento nos empregos,
permitindo, também, que as formas de contratação economizem, sendo mais positivas para a empresa
que para o trabalhador.

D
As terceirizações começam a ficar intensas no Pós-Fordismo a partir do momento em que as partes da
indústria estão fragmentadas no espaço, complexificando a produção. Um só produto pode ter sido feito
em diversas indústrias, em diferentes países, a ponto de ninguém saber, de fato, cada etapa produtiva
para realizá-lo. As formas flexíveis de contratação, como terceirizados, freelancers, ou trabalhos
temporários são características dessa nova fase, assim como o aumento das multinacionais e oligopólios.

D
O Toyotismo busca oferecer uma produção de acordo com a demanda a fim de evitar estoques
desnecessários e possíveis gastos desnecessários. Just in time significa “em cima da hora” ou “no
momento certo”. É o sistema de pronta-entrega.

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Geografia

A
O Pós-Fordismo caracteriza-se pela flexibilização da capacidade produtiva e do trabalho, além da maior
automação na produção. A letra E está errada, pois o marketing é cada vez mais responsável por estimular
a troca por novos produtos.

C
No Fordismo, a produção era o fato gerador de consumo. Com a crise desse modelo e a necessidade de
mudança, o Toyotismo conseguiu atender bem a essa questão, pois, primeiro, cria a necessidade, antes
mesmo de o produto existir.

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Geografia

Toyotismo

Resumo

O modelo de produção toyotista foi idealizado por Eiji Toyoda e Taiichi Ohno e difundido pelo mundo a partir
de 1970. O Toyotismo, também conhecido como sistema flexível ou pós-fordista, foi desenvolvido em uma
fábrica de automóveis da Toyota, no Japão, buscando atender às especificidades da produção e do território
japonês.Todavia, suas características despontaram como alternativa ao Fordismo, que enfrentava sua crise
na década de 1970.
São características do Toyotismo:
• Produtos pouco duráveis: A durabilidade foi um problema para o Fordismo. Nesse sentido, a lógica do
Ciclo de Obsolescência Programada, em que os produtos possuem uma data de “validade”, foi
fundamental para superar as limitações do consumo fordista.
• Diversificação: A produção diversificada, com muitas opções, buscando atender às características de
cada mercado, foi importantíssima para oferecer uma maior variedade de produtos.
• Just in time: Seguindo a lógica acima, produzir de acordo com a demanda e gosto do mercado permitiu
reduzir os estoques e a possibilidade de perdas produtivas.
• Mão de obra qualificada: Outra característica que possibilitava o amplo desenvolvimento desse modelo.
Com uma mão de obra altamente educada e qualificada, toda melhoria no processo produtivo poderia ser
mais rapidamente incorporada, ao mesmo tempo que esses trabalhadores contribuíam para esse
progresso.

Diferença do fluxo de produção industrial fordista-taylorista e toyotista

1
Geografia

Mapa mental – Toyotismo

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Geografia

Exercícios

1. (UERJ 2013) Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema capitalista sempre foram
o resultado da busca por caminhos para manter o crescimento da produção e do consumo.

Disponível em: letras.terra.com.br


A crítica ao sistema econômico presente na letra da canção está relacionada à seguinte estratégia
própria do atual modelo produtivo toyotista:
a) aceleração do ciclo de renovação dos produtos
b) imposição do tempo de realização das tarefas fabris
c) restrição do crédito rápido para o consumo de mercadorias
d) padronização da produção dos bens industriais de alta tecnologia
e) ausência de preocupação com a vida humana

2. (UERJ 2012) Quando os auditores do Ministério do Trabalho entraram na casa de paredes descascadas
num bairro residencial da capital paulista, parecia improvável que dali sairiam peças costuradas para
uma das maiores redes de varejo do país. Não fossem as etiquetas da loja coladas aos casacos, seria
difícil acreditar que, através de uma empresa terceirizada, a rede pagava 20 centavos por peça a
imigrantes bolivianos que costuravam das 8 da manhã às 10 da noite. Os 16 trabalhadores suavam em
dois cômodos sem janelas de 6 metros quadrados cada um. Costurando casacos da marca da rede,
havia dois menores de idade e dois jovens que completaram 18 anos na oficina.
(Adaptado de Época, 04/04/2011)

A comparação entre modelos produtivos permite compreender a organização do modo de produção


capitalista a cada momento de sua história. Contudo, é comum verificar a coexistência de
características de modelos produtivos de épocas diferentes.
Na situação descrita na reportagem, identifica-se o seguinte par de características de modelos distintos
do capitalismo:
a) organização fabril do taylorismo - legislação social fordista
b) nível de tecnologia do neofordismo - perfil artesanal manchesteriano
c) estratégia empresarial do toyotismo - relação de trabalho pré-fordista
d) regulação estatal do pós-fordismo - padrão técnico sistêmico-flexível
e) estratégia comercial do machesterianismo - organização trabalhista rígida

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Geografia

3. (ENEM 2013) “Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior
controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é
muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente
descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.”
SENNETT, R. A corrosão do caráter, consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).

Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de


tempo analisada no texto pressupõe que
a) as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
b) as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
c) os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
d) as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.
e) os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.

4. (ENEM 2017) A diversidade de atividades relacionadas ao setor terciário reforça a tendência mais geral
de desindustrialização de muitos dos países desenvolvidos sem que estes, contudo, percam o
comando da economia. Essa mudança implica nova divisão internacional do trabalho, que não é mais
apoiada na clara segmentação setorial das atividades econômicas.
RIO, G. A. P. A espacialidade da economia. In: CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (Org.). Olhares geográficos:
modos de ver e viver o espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012 (adaptado).

Nesse contexto, o fenômeno descrito tem como um de seus resultados a


a) saturação do setor secundário.
b) ampliação dos direitos laborais.
c) bipolarização do poder geopolítico.
d) consolidação do domínio tecnológico.
e) primarização das exportações globais.

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Geografia

5. (UERJ 2011) O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com alguns
estudiosos, vive-se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse sistema econômico. Observe o
anúncio publicitário:

Adaptado de Casa Cláudia, dezembro/2008


Uma estratégia própria do capitalismo pós-fordista presente neste anúncio é:
a) concentração de capital, viabilizando a automação fabril
b) terceirização da produção, massificando o consumo de bens
c) flexibilização da indústria, permitindo a produção por demanda
d) formação de estoque, aumentando a lucratividade das empresas
e) terciarização do trabalho, com a ampliação do setor de comércio

6. (ENEM 2016) A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de


capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular digital do que resulta a
permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de
refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos
fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do
trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o
puro uso da força de trabalho.
OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas Boitempo, 2003.

Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível
explicar essas transformações pelo(a)
a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial.
b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal.
c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva.
d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário.
e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade do diploma superior

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Geografia

7. (ENEM 2015) No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema
presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais,
unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse
sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).

Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das
transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.

8. (ENEM 2013) Na imagem, estão representados dois modelos de produção. A possibilidade de uma
crise de superprodução é distinta entre eles em função do seguinte fator:

Disponível em: http://ensino.univates.br. Acesso em: 11 maio 2013 (adaptado).

a) Origem da matéria-prima.
b) Qualificação da mão de obra.
c) Velocidade de processamento.
d) Necessidade de armazenamento.
e) Amplitude do mercado consumidor.

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Geografia

9. (UNCISAL 2016) O chamado banco de horas é uma possibilidade admissível de compensação de horas,
vigente a partir da Lei nº 9.601/1998. Trata-se de um sistema de compensação de horas extras mais
flexível, mas que exige autorização por convenção ou acordo coletivo, possibilitando à empresa
adequar a jornada de trabalho dos empregados às suas necessidades de produção e demanda de
serviços.

Esse sistema de banco de horas pode ser utilizado, por exemplo, nos momentos de pouca atividade da
empresa para reduzir a jornada normal dos empregados durante um período, sem redução do salário,
permanecendo um crédito de horas para utilização quando a produção crescer ou a atividade acelerar.
Se o sistema começar em um momento de grande atividade da empresa, a jornada de trabalho poderá
ser estendida além da jornada normal (até o limite máximo da décima hora diária) durante o período
em que o alto volume de atividade permanecer e deverá ser compensada posteriormente com a
redução da jornada de trabalho.
Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/banco_horas.htm>. Acesso em: 03 nov. 2015.

O banco de horas é uma inovação que surgiu no modelo de produção


a) fordista, buscando diminuir a formação de estoques.
b) toyotista, com o objetivo de adequar a produção à demanda.
c) taylorista, que tenta aumentar a produção sem aumentar os custos.
d) keynesiano, objetivando aumentar a influência do Estado na economia.
e) socialista, buscando garantir os empregos e a continuidade da produção.

10. (UNCISAL 013) Os métodos de gestão atuam como disciplinadores do trabalho e extrapolam a
dinâmica do processo produtivo. Fordismo, taylorismo e toyotismo são expressões particulares de um
mesmo fenômeno: o controle do processo de trabalho pela dinâmica da acumulação capitalista.
O Sistema Toyota de Produção, ou toyotismo, foi concebido para eliminar absolutamente o desperdício
e superar o modelo de produção em massa americano. As bases desse sistema se ancoraram em dois
pilares, sendo o Just in time o automação com um toque humano

O just-in-time é o principal pilar do modelo de produção toyotista. Segundo esse princípio.


a) a formação de estoques é necessária para garantir o abastecimento do mercado.
b) a mão de obra é secundária e a tecnologia deve prevalecer na linha de produção.
c) os desperdícios da linha de produção devem ter seu custo coberto pelo preço final do produto.
d) os produtos devem ser feitos de forma padronizada, evitando variações que implicam em gastos.
e) nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata.

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Geografia

Gabarito

A
Ao mencionar “Obsolescência programa, eles ganham a corrida antes mesmo da largada” o autor
menciona uma importante característica do Toyotismo, que garante a renovação do consumo em menor
tempo, uma vez que a durabilidade dos produtos, seja por quebra, seja por se tornar ultrapassado, é menor.

C
No trecho apresentado, observa-se a ocorrência de uma estratégia empresarial típica do Toyotismo, a
terceirização de atividades produtivas, que é representada pela confecção de roupas. Ao mesmo tempo,
as condições de trabalho são precárias, marcadas pela exploração da mão de obra e pela ausência de
direitos trabalhistas, cenário parecido com aquele verificado no momento pré-fordista, correspondente
ao modelo manchesteriano.

E
O trecho de apoio aponta para a questão do trabalho em um contexto flexível, ou seja, o trabalho no
contexto toyotista, em que o trabalhador, muitas das vezes, não necessita ir à fábrica para trabalhar, como
ocorre em um contexto fordista-taylorista, pois era o local de produção e, por sua vez, de controle do ritmo
de produção através da linha de montagem. No Toyotismo, o trabalhador pode exercer suas funções
remotamente. Desse modo, o empregador não mais exerce controle sobre o processo produtivo, mas sim
sobre os resultados apresentados pelo trabalhador através de metas pré-estabelecidas.

D
Hoje, o desenvolvimento tecnológico é a principal vertente de crescimento econômico e está associado
aos tecnopolos, universidades e setores de pesquisa das empresas, onde se encontra a mão de obra
característica do modelo toyotista, a mão de obra qualificada e polivalente. Nesse sentido, os países
desenvolvidos perdem as suas indústrias para países em que a mão de obra é mais barata, numerosa e
pouco qualificada, porém, não deixam de desenvolver a tecnologia e, por isso, não perdem a posição de
centro de comando.

C
A imagem evidencia uma das características do modelo produtivo industrial toyotista, a demanda
regulando a oferta, ou seja, a produção de bens de acordo com a procura, de acordo com as demandas
dos consumidores, evitando, assim, os desperdícios de investimentos e os estoques lotados.

C
O texto fala sobre o processo de desenvolvimento de novas lógicas de tecnologia e de localização
industrial, típica do toyotismo e da terceira revolução industrial. Outro ponto bastante claro no texto é o
fato da modernização industrial não ter promovido uma distribuição de renda e nem uma alteração das
formas de trabalho. O enunciado pede os processos que geraram a situação descrita, logo, o advento de
novas tecnologias e a reestruturação da indústria e da forma de produzir, constantemente atendendo à
demanda de mercado.

E
A questão trata do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A
mensagem do texto é de crítica em relação ao modelo que, ao criar possibilidades de substituição de mão
de obra por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego, o modelo toyotista de produção industrial.

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Geografia

D
Observando-se as duas imagens, é possível notar que a diferença entre elas é a necessidade ou não de
estoque. No modelo 1, o armazenamento é originado pela produção em massa, característica do modelo
fordista-taylorista de produção, enquanto no modelo 2, a produção ocorre quando é requerida, eliminando,
assim, os estoques, característica essa que corresponde ao modelo toyotista de produção (just in time).

B
Com a demanda ordenando o momento da produção, surgiu a necessidade de flexibilização da carga de
trabalho, pois, em um momento, essa demanda pode estar baixa e, em outro, alta. Visando sempre ao
lucro, o empresariado busca uma mão de obra disponível e aberta a atender a essa demanda, trabalhando,
se necessário, por horas além do estabelecido. Essa flexibilização é característica do modelo toyotista.

E.
O “Just in time” na sua tradução mais literal quer dizer “apenas no tempo” ou “apenas no tempo certo”,
indica a ideia de que a produção deve ocorrer sob demanda, evitando desperdício e crise de estoques
lotados como acontecia no fordismo.

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História

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História

Conceitos Básicos de História

Resumo

Antes de iniciarmos o estudo dos acontecimentos históricos mais cobrados nos vestibulares, temos que nos
familiarizar com os conceitos básicos do estudo da História. Dentre eles, estão os conceitos de cultura,
sociedade, economia e política. Essa divisão didática pode ser utilizada para pensar os mais diversos
contextos históricos, facilitando o entendimento do conteúdo.

Cultura
A cultura dentro do estudo histórico ajuda a compreender a vida dos operários, camponeses e artesãos,
assim como das elites, já que este conceito abrange comportamentos sociais em um determinado contexto
e região. Com o conceito de cultura, podemos abordar assuntos como a religiosidade, a arte, os hábitos
cotidianos, mentalidades, etc. É importante lembrar que as culturas não devem ser hierarquizadas, ao
contrário disso, a valorização da pluralidade de culturas é um caminho para a construção de um
conhecimento que respeite a diversidade das sociedades.

Política
Geralmente associamos o conceito de política aos governantes e tendemos a pensar em um passado recente.
No entanto, a política é tão antiga quanto a humanidade, já que este conceito se relaciona à ideia de poder e
de administração das relações humanas em grupo, ou seja, desde que os homens começaram a viver em
grupo e tomaram consciência de sua existência, existiam atos políticos. O estudo da política nos ajuda,
assim, a compreender que poderes são instituídos em cada conjuntura histórica e, claro, como se relacionam
com o restante da sociedade.

Sociedade
O estudo da sociedade nos ajuda a compreender como nos organizamos ao longo do tempo. As formas de
organização social se transformam ao longo do tempo, assim como variam muito de região para região. É
importante relacionar o conceito de sociedade com o de cultura e de política, já que estão em permanente
diálogo.

Economia
O estudo da economia está associado às relações de produção e troca. Ou seja, debruça-se sobre as
atividades produtivas e as relações a elas associadas. A forma como os indivíduos produzem traz, sem
dúvidas, inúmeros impactos sobre as demais relações sociais. Assim, um estudo da economia é
fundamental para compreensão de seus impactos das sociedades humanas em diversos contextos
históricos.

Além disso, é importante lembrar que costumamos dividir a História em períodos. São eles:

Pré-História: período que trata das sociedades anteriores ao domínio da escrita. Essa nomenclatura é muito
questionada atualmente já que traz, implicitamente, que os povos sem escrita não teriam história.

Idade Antiga: a Idade Antiga se iniciou com as Civilizações da Antiguidade Oriental, as primeiras a
desenvolverem um código escrito. A Idade Antiga se inicia em aproximadamente 4 mil anos a.C., com

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História

civilizações como os egípcios, os persas, os babilônios, etc, além da chamada Antiguidade Clássica, período
em que se desenvolveram as civilizações grego e romana.

Idade Média: O período chamado de Idade Média durou aproximadamente mil anos. Ele se iniciou com a
queda do Império Romano do Ocidente e se encerrou em 1453 com a Tomada de Constantinopla. É nele que
estudamos o Feudalismo, período de fortalecimento da Igreja Católica.

Idade Moderna: A Idade Moderna se iniciou no século XV, período de transição do feudalismo para os
Estados Nacionais Modernos. É um dos períodos mais cobrados nos vestibulares e costumamos
caracterizá-lo, na Europa, como o período do Antigo Regime. Ele encerra com a Revolução Francesa em
1789.

Idade Contemporânea: A Idade Contemporânea se iniciou com a Revolução Francesa, contexto no qual
muitos dos pilares da sociedade que vivemos hoje são fundados. Os acontecimentos dos séculos XIX, XX e
XXI, incluindo os atuais, estão inseridos no que chamamos de Idade Contemporânea.

Cada um desses períodos apresenta uma unidade própria, revelando aspectos singulares que o diferenciam
de outras épocas. Esse tipo de divisão, é importante lembrar, é feita para fins didáticos, ou seja, nos ajuda
na compreensão dos conteúdos mais importantes para o vestibular.

Fonte: matrioshka, Vuk Kostic, Michael Rosskothen, Phant / Shutterstock.

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História

Exercícios

1. Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática. oriunda dos salões
franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por
sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de
um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os
dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”,
“Chez des dames”, “Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a
chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc.

No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o


francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de
competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo.
CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976.

As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a
quadrilha é considerada uma dança folclórica por
a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma
nação ou região.
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma
nação.
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança-espetáculo.
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem.
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais.

2. A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de alfinetes,


analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas porque garantia
ao empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador que, combinando os
esforços separados dos seus operários, obtém um produto mercante.
Stephen Marglin. In: André Gorz (org.). Crítica da divisão do trabalho, 1980.

Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca

a) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho.
b) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores.
c) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade
produtiva.
d) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na
organização do trabalho.
e) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo
produtivo

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História

3. “Se o conhecimento da História nos apresenta uma importância prática, é porque nela aprendemos
conhecer os homens que, em condições diferentes e com meios diferentes, no mais das vezes
inaplicáveis à nossa época, lutaram por valores e ideais análogos, idênticos ou opostos aos que
possuímos hoje; o que nos dá consciência de fazer parte de um todo que nos transcende, a que no
presente damos continuidade e que os homens vindos depois de nós continuarão no porvir.

A consciência histórica existe apenas para uma atitude que ultrapassa o eu individualista; ela é
precisamente um dos principais meios para realizar essa superação.”
Lucien Goldman
De acordo com o texto, podemos afirmar que:
a) a História é importante porque fornece à atualidade os meios de resolver seus problemas;
b) o estudo da História mostra a universalidade e a identidade dos valores e ideais humanos;
c) tem consciência o homem que conhece os fatos históricos de sua época;
d) a consciência histórica existe na medida em que o homem é capaz de se reconhecer no processo
histórico;
e) a importância prática da História se relaciona com o estudo e o conhecimento do presente

4. Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-
me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos
e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos
tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento)

TEXTO II

PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso
em: 12 jun. 2013. (Foto: Reprodução)

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História

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari
retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra,
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a
mesma função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em
um mesmo momentos históricos, retratando a colonização.

5. A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem
L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem
desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida.
GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de
Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado).

A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das
letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a:
a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.
b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.
c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.
d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.
e) Dificuldade apresentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.

6. Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte com representações de bandeirantes no acervo do


Museu Paulista, mediante a aquisição de uma tela que homenageava o sertanista que comandara a
destruição do Quilombo de Palmares. Essa aquisição, viabilizada por verba estadual, foi simultânea à
emergência de uma interpretação histórica que apontava o fenômeno do sertanismo paulista como o
elo decisivo entre a trajetória territorial do Brasil e de São Paulo, concepção essa que se consolidaria
entre os historiadores ligados ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo ao longo das três
primeiras décadas do século XX.
MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a tradição da retratística monárquica
europeia. Revista do LEB, n. 44, tev. 2007.

A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas das obras, tinha como propósito
a construção de uma memória que
a) afirmava a centralidade de um estado na política do país.
b) resgatava a importância da resistência escrava na história brasileira.
c) evidenciava a importância da produção artística no contexto regional.
d) valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma memória social.
e) destacava a presença do indígena no desbravamento do território colonial.

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História

7. Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é compreensível que os simples
vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação
autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações
pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre
regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido,
por essa época, uma acentuação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma
estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras,
racionalizadoras.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se, segundo a análise do historiador, na


a) rigidez das normas jurídicas.
b) prevalência dos interesses privados.
c) solidez da organização institucional.
d) legitimidade das ações burocráticas.
e) estabilidade das estruturas políticas.

8. Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a
imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor econômico na
medida de seu incremento técnico: amplitude do espelhamento e da atenção pública. Aparecer é então
mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado,
ao mesmo tempo que acena democraticamente para as massas com os supostos “ganhos
distributivos” (a informação ilimitada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha
cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies, tanto
falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo de “espelhamento”.
SODRÉ, M. Disponível em: http://aulas.estadao.com.br. Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado).

A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporânea enfatiza

a) a prática indenitária autorreferente.


b) a dinâmica política democratizante.
c) a produção instantânea de notícias.
d) os processos difusores de informações.
e) os mecanismos de convergência tecnológica.

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História

9. A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das


condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse
conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas
as coisas pelo cálculo. WEBER, M. A ciência como vocação.
GERTH, H., MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de


desencantamento do mundo evidencia o(a)
a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo.
b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo.
c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.
d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade.
e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.

10. Diante de ameaças surgidas com a engenharia genética de alimentos, vários grupos da sociedade civil
conceberam o chamado “princípio da precaução”. O fundamento desse princípio é: quando uma
tecnologia ou produto comporta alguma ameaça à saúde ou ao ambiente, ainda que não se possa
avaliar a natureza precisa ou a magnitude do dano que venha a ser causado por eles, deve-se evitá-
los ou deixá-los de quarentena para maiores estudos e avaliações antes de sua liberação.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Cia. das Letras, 2001 (adaptado).

O texto expõe uma tendência representativa do pensamento social contemporâneo, na qual o


desenvolvimento de mecanismos de acautelamento ou administração de riscos tem como objetivo
a) priorizar os interesses econômicos em relação aos seres humanos e à natureza.
b) negar a perspectiva científica e suas conquistas por causa de riscos ecológicos.
c) instituir o diálogo público sobre mudanças tecnológicas e suas consequências.
d) combater a introdução de tecnologias para travar o curso das mudanças sociais.
e) romper o equilíbrio entre benefícios e riscos do avanço tecnológico e científico.

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História

Gabarito

1. B
A quadrilha tem toda uma questão de regionalidade, como todo folclore. Tratando de forma específica,
esta dança é originária da França, dos grandes salões nobres, porém, ao chegar ao Brasil sofreu
transformações e passou a ter um caráter extremamente popular, fazendo parte do que chamamos de
bem imaterial.

2. E
O parcelamento das atividades e a hierarquia são vitais para o desenvolvimento do capitalismo industrial,
tal qual destaca o texto ao mencionar a “divisão capitalista do trabalho”.

3. D
Compreendendo, assim, as características políticas, econômicas, sociais e culturais de cada conjuntura.

4. C
Temos um contraponto perceptível entre a carta de Caminha e o quadro de Portinari: ambos tratam da
temática da chegada dos Portugueses ao Brasil, porém, Caminha descreve a terra com um olhar otimista
em relação aos indígenas. Já o quadro no mostra uma afeição de surpresa e inquietação dos nativos.

5. D
O trecho evidencia as diferenças culturais entre indígenas e portugueses, assim como a incompreensão
– e a perspectiva eurocêntrica - destes em relação as especificidades dos povos nativos.

6. A
Na busca pelo fortalecimento de identidade nacional, conveniente para a atuação da política no país,
cria-se a imagem do Herói Bandeirante, que desbravou as matas no Brasil, expandindo nosso território
e absorvendo novos conhecimentos. Atualmente sabemos que a atuação dos bandeirantes não
caminhava muito nesse sentido, pois foram eles responsáveis pela escravização de índios e geração de
conflitos internos.

7. B
Os interesses pessoais vêm a tona pela falta de ideais ordenadores e racionalizantes.

8. A
Vivemos em sociedade onde é crescente a exposição dos indivíduos. Essa mensagem passada no texto
pode ser associada a ideia de identidade autoreferente, ou seja, a necessidade de construir uma
determinada identidade através das imagens midiáticas.

9. D
O texto de Weber mostra a transição do pensamento antigo para o moderno diante das alterações
históricas ocorridas no período, como Revolução Industrial, surgimento do capitalismo, entre outros.
Assim, há um afastamento em relação às crenças mais antigas. A questão traz, ainda, o diálogo entre a
história e o pensamento sociológico.

10. C
Esse tipo de reflexão é comum às socialistas contemporâneas. A partir da questão podermos ressaltar

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História

a importância de compreender as tendências do pensamento social dentro dos contextos históricos nos
quais se inserem.

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História

O Mundo Antigo

Resumo

Quando começamos a estudar a Idade Antiga, é bastante comum ouvirmos dizer que esse período histórico
foi marcado pelo surgimento das primeiras civilizações. É importante lembrar, no entanto, que a existência
de uma civilização não faz referência à existência de um povo “mais evoluído” do que outros que viveram
anteriormente. Essa nomenclatura, ao contrário disso, é utilizada para explicar a existência de uma série de
características específicas, como instituições políticas, hierarquização e diversificação social.

Não é possível apontar um local específico onde teria surgido “a primeira civilização” do mundo antigo.
Quando olhamos para o Oriente, temos o desenvolvimento das civilizações chinesa e indiana, além da
formação da civilização egípcia e dos vários povos que dominaram a região Mesopotâmica - localizada nas
proximidades dos rios Tigre e Eufrates. Também conhecidas como civilizações hidráulicas, essas culturas
agruparam largas populações que sobreviviam da exploração das águas e terras férteis presentes na beira
dos rios.

No Ocidente se faz necessário destacar o surgimento da civilização greco-romana, que teve grande influência
na formação de conceitos e costumes que ainda hoje permeiam o mundo ocidental. Esse período também é
chamado de Antiguidade Clássica e, como a história que estudamos é nitidamente eurocêntrica, em geral, os
vestibulares tendem a privilegiar a história dessas duas civilizações da antiguidade. É importante lembrarmos
que, além dessas, há as civilizações que se desenvolveram na América muito antes da chegada dos Europeus,
com os maias, astecas, incas.

Mesopotâmia
A Mesopotâmia esteve localizada no Oriente Médio entre os rios Tigre e Eufrates, território onde o período
das cheias permitia a fertilidade do solo. A própria palavra “Mesopotâmia” significa “terra entre rios”, em
associação à importância dos rios para aquela região. Os primeiros povos que se estabeleceram na região
foram os sumérios. Foi com eles que se desenvolveu a primeira forma de escrita da humanidade: a escrita
cuneiforme. Criada para manter controle sobre a contabilidade dos palácios reais, essa escrita era feita em
blocos de argila com um instrumento pontiagudo chamado cunha. Depois dos Sumérios, habitaram a região
os Acádios, os amoritas (babilônios), os assírios e, por fim, os caldeus.

A escrita cuneiforme

1
História

Egito Antigo
A civilização egípcia emergiu no nordeste da África, em uma região de
características desértica e – assim como a mesopotâmia - graças às terras
férteis que se localizavam nas margens do rio Nilo. Do ponto de vista político, os
egípcios se organizaram através de pequenas aldeias, chamadas de nomos.
Com o passar do tempo, os nomos sofreram um processo de centralização
dando início ao Império Egípcio. Na sociedade egípcia, o faraó ocupava o topo
da hierarquia na condição de chefe de Estado e encarnação do deus Hórus.
Abaixo dele estavam os sacerdotes, responsáveis por organizar as atividades
religiosas, seguidos por nobres e escribas. A base da sociedade ainda contava
com os soldados, os camponeses e artesãos, que trabalhavam nas colheitas e
na organização das obras públicas necessárias ao desenvolvimento agrícola e
comercial. Por fim, havia uma pequena parcela de escravos que também
estavam subordinados ao Faraó.

A representação do Deus Hórus

Grécia Antiga
A Grécia Antiga surgiu na Península Balcânica e também conquistou outras regiões vizinhas como a Península
Itálica e a Ásia Menor. Do ponto de vista político, a Grécia tinha diversas cidades-estados autônomas, as
chamadas poleis. As duas principais eram Atenas e Esparta. Atenas é considerada o berço da democracia. O
modelo de democracia ateniense, vale lembrar, difere muito do que temos atualmente. Lá, além da
democracia ser direta, ela era confundida com a ideia de cidadania, já que só votavam homens, maiores de
idade, filhos de pais e mães atenienses. Esparta, sua por sua vez, era uma cidade-estado fortemente
militarizada, que vivia o regime oligárquico. As divergências entre as cidades-estados promoveram disputas -
conhecidas como a Guerra do Peloponeso - que permitiram a conquista da Grécia pelos macedônios, com
Alexandre, O Grande. Ele foi responsável por expandir o território, o que levou a fusão dos elementos
da cultura grega com as culturas da Ásia Menor, Eurásia, Ásia Central, Síria, África do Norte, Fenícia,
Mesopotâmia, Índia e Irã. Este período foi um marco entre o domínio da cultura grega e o surgimento da
civilização romana.

Mapa da Grécia Antiga - Os pontos em vermelho representam as poleis

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História

Roma
As origens de Roma nos remetem a explicação mítica dos irmãos Rômulo e Remo. Após a fundação, Roma
vivenciou seu período monárquico (753-509 a.C.). Com o passar do tempo, houve a formação de um regime
republicano (509-27 a.C.). Foi durante a república que cresceram as tensões entre patrícios e plebeus, já que
as conquistas territoriais enriqueciam as elites romanas e determinavam a dependência de uma massa de
plebeus. No século I a. C. o general Otávio instituiu o Império (27 a.C.-476 d.C.) e os governos subsequentes
conseguiram manter a ordem e reduzir as tensões sociais. Um dos marcos do período imperial foi a política
de Pão e Circo, instituída ainda no período de transição da República para o Império. Através dela, promovia-
se o apaziguamento das tensões sociais, através da promoção de festas, banquetes e da distribuição de
alimentos. O seu objetivo era entreter a plebe, a fim de evitar levantes e movimentos de insatisfação.

Domínios romanos em cada um dos períodos: Monarquia, República e Império.

No século I d.C., o desenvolvimento da religião cristã foi um ponto fundamental na transformação do Império.
A partir do século III, o Império Romano entrou em declínio. Com o fim das guerras de conquista, esgotou-se
a principal fonte fornecedora de escravos, o que abalou seriamente a economia, fez surgir o colonato e
provocou o êxodo urbano. Enfraquecido, o Império Romano foi dividido em dois e a parte ocidental não resistiu
às invasões dos bárbaros germânicos. A queda do Império Romano do Ocidente marcou o fim da Idade Antiga
e o Início da Idade Média.
Vale lembrar que mesmo após o declínio do Império, muitos foram os legados romanos ao mundo ocidental.
Dentre eles podemos destacar o Direito Romano, a língua (já muitas línguas faladas atualmente - inclusive o
português - são derivadas do Latim, falado pelos romanos), o alfabeto e, claro, o cristianismo.

3
História

Exercícios

1. Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de
Flaubert esta frase: "Quando os deuses tinham deixado de existir e o Cristo ainda não viera, houve um
momento único na história, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho". Os deuses
pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas no breve
momento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se viu livre da metafísica - e não gostou,
claro. Quem quer ficar sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo
de uma teologia, qualquer teologia?
Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses.

A compreensão do mundo por meio da religião é uma disposição que traduz o pensamento medieval,
cujo pressuposto é
a) o antropocentrismo: a valorização do homem como centro do Universo e a crença no caráter divino
da natureza humana.
b) a escolástica: a busca da salvação através do conhecimento da filosofia clássica e da assimilação
do paganismo.
c) o panteísmo: a defesa da convivência harmônica de fé e razão, uma vez que o Universo, infinito, é
parte da substância divina.
d) o positivismo: submissão do homem aos dogmas instituídos pela Igreja e não questionamento
das leis divinas.
e) o teocentrismo: concepção predominante na produção intelectual e artística medieval, que
considera Deus o centro do Universo.

2. Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma
geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça
conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez
pessoas – os decênviros – para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar
a legislação de Sólon.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo. Martins Fontes, 2000.

A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à
a) adoção do sufrágio universal masculino.
b) extensão da cidadania aos homens livres.
c) afirmação de instituições democráticas.
d) implantação de direitos sociais.
e) tripartição dos poderes políticos.

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História

3. O Império Romano expandiu-se pelo Mar Mediterrâneo durante o período republicano; isso gerou, no
decorrer do século II d.C., várias repercussões, entre as quais podemos destacar.
a) surgimento da classe média de pequenos proprietários rurais e desaparecimento dos
latifundiários.
b) aumento da população rural na Itália e consequente declínio da população urbana.
c) crescimento do número de escravos e grande fluxo de riquezas.
d) criação de grande número de pequenas propriedades e fortalecimento do sistema assalariado.
e) difusão do Cristianismo e proscrição das manifestações culturais de outras regiões.

4. Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de
constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase todo o
mundo habitado ao seu governo exclusivo — fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem
seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer
outro objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento?
POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.

A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a
a) ampliação do contingente de camponeses livres.
b) consolidação do poder das falanges hoplitas.
c) concretização do desígnio imperialista.
d) adoção do monoteísmo cristão.
e) libertação do domínio etrusco.

5. O Mar Mediterrâneo foi a maior de todas as vias de circulação romanas e dele resultou a formação do
Império Romano (27 a.C. a 476 d.C.). A respeito dessa importante conquista para a civilização romana,
assinale a alternativa correta.
a) A eliminação da hegemonia cartaginesa sobre a região além de permitir que Roma passasse a
dominar o comércio mediterrâneo, possibilitou aumentar o dinamismo próprio da estrutura
escravista, que necessitava de mão de obra decorrentes das conquistas.
b) Após a derrota romana nas Guerras Púnicas, quando fenícios e cartagineses ocuparam o estreito
de Gibraltar, a única saída para dar continuidade ao processo de expansão foi a conquista do mar
Mediterrâneo.
c) A explosão demográfica e os conflitos internos com a plebe urbana exigiram medidas
expansionistas por parte do governo, para que se estabelecessem colônias romanas fora da
península itálica a fim de minimizar as tensões sociais.
d) A necessidade de expansão do cristianismo, que a partir do século IV, tornou-se a religião oficial
do império romano, implicou na divulgação dos princípios dessa nova doutrina para os povos
bárbaros.
e) A crescente produção de cereais, durante o império romano, especialmente, o trigo, levou à
expansão de suas fronteiras, uma vez que era necessário ser escoado e vendido para as demais
províncias romanas.

5
História

6. O termo “bárbaro” teve diferentes significados ao longo da história. Sobre os usos desse conceito,
podemos afirmar que:
a) Bárbaro foi uma denominação comum a muitas civilizações para qualificar os povos que não
compartilhavam dos valores destas mesmas civilizações.
b) Entre os gregos do período clássico o termo foi utilizado para qualificar povos que não falavam
grego e depois disso deixou de ser empregado no mundo mediterrâneo antigo.
c) Bárbaros eram os povos que os germanos classificavam como inadequados para a conquista,
como os vândalos, por exemplo.
d) Gregos e romanos classificavam de bárbaros povos que viviam da caça e da coleta, como os
persas, em oposição aos povos urbanos civilizados.

7. A expansão romana pelo Mar Mediterrâneo gerou importantes transformações políticas, econômicas
e sociais. Dentre elas temos:
a) fortalecimento da família; desenvolvimento das atividades agropastoris; grande afluxo de
riquezas, provenientes das conquistas.
b) aumento do trabalho livre; maior concentração populacional nos campos e enriquecimento da elite
patrícia.
c) influência bastante grande da cultura grega; domínio político dos plebeus; grande moralização dos
costumes.
d) fim do trabalho escravo; concentração da plebe no campo; domínio político dos militares.
e) grande número de escravos; predomínio do comércio; êxodo rural, gerando o empobrecimento da
plebe.

8. A civilização romana exerceu uma grande influência sobre as civilizações posteriores, e dentre os
maiores legados deixados por ela temos:
a) o direito romano, que continua ainda hoje a ser a base da ciência jurídica, e o idioma.
b) a organização social e sua estrutura administrativa.
c) a cultura clássica, as ciências e as artes, além da religião politeísta e do idioma.
d) o sistema econômico e a religião dualista copiada dos persas.
e) a religião politeísta, bastante semelhante à grega, e a educação, que valoriza a escrita e a leitura.

9. "O Mediterrâneo tomou-se um lago romano: é o Mare Nostrum dos mapas antigos."
Aquino et al.
A situação-chave que consolidou a definitiva expansão romana foi:
a) a derrota da influente Cartago, possibilitando o controle sobre o Mediterrâneo ocidental e abrindo
as condições necessárias para a intervenção nos Estados Helenisticos vizinhos;
b) a vitória da. Sicília nas Guerras Púnicas, o que permitiu a tomada de Cartago pelos romanos;
c) a vitória da Sicília (cartaginesa) e a anexação desta a Roma;
d) a vitória da influente Cartago (colônia romana) sobre os Estados Helenísticos próximos;

6
História

e) a vitória da influente Cartago (colônia romana) sobre a Sicília (colônia grega), o que abriu
importante base no Mediterrâneo à expansão territorial.
10. Do ponto de vista cultural, na passagem da Antiguidade para a Idade Média, é correto afirmar que o
patrimônio greco-romano:
a) só não sofreu perda maior devido à ação esclarecida de muitos chefes bárbaros.
b) perdeu-se quase completamente porque, dado o seu caráter pagão, foi rejeitado pela Igreja.
c) foi rejeitado pelos bárbaros em razão do caráter cristão com que foi revestido pela Igreja.
d) não desapareceu com a antiguidade porque a Igreja serviu de conduto para sua sobrevivência.
e) escapou do desaparecimento graças à preservação fortuita de textos antigos.

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História

Gabarito

1. E
O exercício invoca um passado romano a fim de explicar um pensamento medieval do teocentrismo.

2. B
A partir do século VIII a.C., a organização política passou a sofrer profundas mudanças em Atenas. Os
europátridas (donos das terras que monopolizavam o poder político) foram obrigados a fazer
concessões para outros setores da sociedade como artesãos e comerciantes. Nesse período, o
legislador Drácon foi responsável pela introdução do registro por escrito das leis. A partir desse momento,
a Cidade de Atenas passou a ser governada com base em uma legislação e não conforme o costume.
Tal quadro faz parte de um processo de extensão da cidadania que foi totalmente consolidada por
Clístenes, que estendeu a participação política a todos os homens livres.

3. C
Como a economia romana dependia de seus empreendimentos expansionistas, a conquista do
mediterrâneo e de seus territórios litorâneos aumentou as riquezas e a oferta de mão de obra escrava no
império.

4. C
O texto mostra como a visão dos romanos sobre as demais áreas era de superioridade. O Império
Romano em si começa apenas em 27 a.C. porém, a caminhada para tal feito já vinha sendo percorrida
há muito tempo antes, como podemos perceber no texto apresentado.

5. A
Cartago, localizada no Norte da África, foi a única que talvez pudesse ter contido o expansionismo
romano. Sua derrota e destruição nas Guerras Púnicas (264-146 a.C.) abriu caminho para que Roma
transformasse o Mediterrâneo no célebre Mare Nostrum (observe-se que a hegemonia cartaginesa
abrangia somente o Mediterrâneo Ocidental). As conquistas romanas que se seguiram ao conflito com
Cartago não só dinamizaram o comércio de Roma como consolidaram o modo de produção escravista,
provocando profundas alterações econômicas, sociais e políticas, responsáveis pela implantação do
Império.

6. A
O termo bárbaro é usado na história antiga de modo depreciativo e parcial. Pode ser considerado uma
denominação comum a muitas civilizações para qualificar povos que possuíam diferenças culturais,
atribuindo a eles um juízo de valor negativo.

7. E
A conquista do mar mediterrâneo aumentou o fluxo comercial e de escravos enriquecendo os
comerciantes e empobrecendo a plebe.

8. A
A estruturação do estado romano foi uma necessidade inerente ao tamanho dos territórios
administrados por Roma, sendo o direito um dos grandes legados até os dias atuais.

8
História

9. A
A derrota de Cartago transferiu a hegemonia do mediterrâneo para os romanos.

10. D
Com desmantelamento do Império Romano, a Igreja Católica herdou a estrutura administrativa do estado
de Roma.

9
História

Do Mundo Antigo ao Feudalismo

Resumo

A reflexão sobre o mundo feudal perpassa necessariamente o processo de crise do Império Romano e a
consolidação do cristianismo na Europa. Reconstruiremos este percurso para compreender como o
feudalismo marcou o período conhecido como Idade Média.

Crise e queda de Roma


A partir do século III, o Império Romano passou por intensas crises. As guerras de conquista não aconteciam
desde o século II d.C e, com isso, a obtenção de novos escravos foi interrompida. Com a diminuição na
quantidade de escravos, a disponibilidade dessa mão de obra no império começou a diminuir. Assim, esse
processo afetou a economia romana e causou a diminuição de sua produtividade, provocando,
consequentemente, um aumento no custo de vida em todo o império.
Para agravar esse cenário, os altos gastos para manter suas extensas fronteiras protegidas, além de invasões
de povos chamados de bárbaros, principalmente os germânicos, ajudaram a desestabilizar o Império.
Ocorreram diversas tentativas de restabelecer a estabilidade, como a divisão do território em duas partes:
Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente, com capital em
Constantinopla, visando melhorar a administração.
No entanto, em meio às invasões ao Império Romano do Ocidente, houve um intenso processo de ruralização,
com o objetivo de fugir e buscar proteção. Tal fato culminou na queda de Roma, em 476, marcando o fim da
Idade Antiga e o início da Idade Média. Vale lembrar que essas invasões não foram todas agressivas, mas em
muitos casos um processo de migração para o interior das fronteiras do então império, em busca de
segurança e estabilidade. Esse processo provocou uma pluralidade cultural que forneceu as bases para o
feudalismo.

O Cristianismo

O nascimento de Jesus Cristo ocorreu durante o Império Romano, na atual região da Palestina, dando origem
ao cristianismo, segunda grande religião monoteísta. No entanto, a relação de Roma com os cristãos nem
sempre foi amigável. Os cristãos sofreram uma série de perseguições por não crerem nos deuses romanos e
nem cultuarem o imperador.
Com a expansão do cristianismo, o imperador Constantino, em 313 d.C, concedeu a liberdade de culto aos
cristãos. Porém, o cristianismo só veio a se tornar religião oficial do Império Romano quase 70 anos depois,
com o imperador Teodósio.
O surgimento do cristianismo não pode ser considerado um fator que levou à queda do império romano, no
entanto, seu crescimento, no contexto de crise do Império, é um dos marcos desse processo de declínio. No
momento de fragilidade, as concepções religiosas de salvação trouxeram conforto à população, contribuindo
para a sobrevivência do cristianismo mesmo após o fim do Império.

1
História

A Idade Média e o feudalismo

A Idade Média começou a se estruturar com a queda de Roma, quando começou a se desenvolver uma nova
estrutura social, política e econômica, caracterizada por uma sociedade rural, descentralizada e estamental.
O período durou mais de 1000 anos e pode ser dividido em Alta Idade Média e Baixa Idade Média. Nesse longo
período se consolidou o que ficou conhecido como o feudalismo, modo de produção que associava elementos
romanos e germânicos, como o teocentrismo, baseado na grande influência ideológica da Igreja Católica
Apostólica e na descentralização política que acontecia nos últimos anos do império romano.
No feudalismo, as relações políticas entre nobres eram baseadas no princípio da suserania e da vassalagem,
no qual um nobre doava terras conquistadas por ele (suserano) a outro nobre (vassalo) em troca de fidelidade
nos compromissos militares do suserano. Apesar da existência da figura do rei, seus poderes eram limitados,
já que o poder estava descentralizado entre diversos senhores feudais.

As relações de vassalagem

A economia feudal também ocorria de forma descentralizada, dentro de estruturas chamadas de feudos. Os
feudos se baseavam na atividade agrícola, realizada pelos servos, e, em geral, eram autossuficientes, ou seja,
produziam os principais produtos necessários à sobrevivência de seus habitantes, tendo pouca necessidade
de troca entre os feudos. Isso gerou um desaquecimento do comércio e das atividades urbanas. A sociedade
feudal se caracterizou por uma estrutura estamental. Os estamentos eram divididos entre os que guerreavam
(nobreza), os que rezavam (clero) e os que trabalhavam (servos). A mobilidade social era quase inexistente,
já que a posição ocupada era determinada pelo nascimento.

A sociedade feudal: rígida hierarquização social

2
História

Exercícios

1. O fenômeno da escravidão, ou seja, da imposição do trabalho compulsório a um indivíduo ou a uma


coletividade, por parte de outro indivíduo ou coletividade, é algo muito antigo e, nesses termos,
acompanhou a história da Antiguidade até o séc. XIX. Todavia, percebe-se que tanto o status quanto o
tratamento dos escravos variou muito da Antiguidade Greco-romana até o século XIX em questões
ligadas às divisões do trabalho.

As variações mencionadas dizem respeito:


a) ao caráter étnico da escravidão antiga, pois certas etnias eram escravizadas de preconceitos
sociais.
b) à especialização do trabalho escravo na Antiguidade, pois certos ofícios de prestígio eram
frequentemente realizados por escravos.
c) ao uso dos escravos para a atividade agroexportadora, tanto na Antiguidade quanto no mundo
moderno, pois o caráter étnico determinou a diversidade de tratamento.
d) à absoluta desqualificação dos escravos para trabalhos mais sofisticados e à violência em seu
tratamento, independente das questões étnicas.
e) ao aspecto étnico presente em todas as formas de escravidão, pois o escravo era, na Antiguidade
Greco–romana, como no mundo moderno, considerado uma raça inferior.

2. Em 24 de junho, dia de São João, os camponeses de Verson (na França) colhiam os frutos dos campos
de seu senhor e os levavam ao castelo. Depois, cuidavam dos fossos e, em agosto, faziam a colheita
do trigo, também entregue ao senhor. Eles próprios não podiam recolher o seu trigo, senão depois que
o senhor tivesse tirado antecipadamente a sua parte. No começo do inverno, trabalhavam sobre a terra
senhorial para prepará-la, passar o arado e semear. No dia 30 de novembro, dia de Santo André, pagava-
se uma espécie de bolo. Pelo Natal, “galinhas boas e finas”. Depois, uma certa quantidade de cevada e
de trigo. E mais ainda! No moinho, para moer o grão do camponês, cobrava-se uma parte dos grãos e
uma certa quantidade de farinha; no forno, era preciso pagar também, e o “forneiro” dizia que, se não
tivesse o seu pagamento, o pão do camponês ficaria malcozido e imprestável.
LUCHAIRE, La Société française au temps de Philippe Auguste. Adaptado

O texto nos revela as principais obrigações servis na idade medieval. Assinale a alternativa que associa
corretamente a obrigação ao trabalho realizado.
a) o servo pagava a talha quando ceifava os prados do senhor, levava os frutos ao castelo, cuidava
dos fossos e colhia o trigo.
b) o servo trabalhava apenas de 24 de junho a 30 de novembro em muitas atividades: dos cuidados
com os animais ao trabalho no campo.
c) o servo trabalhava e recebia salário, pois pagava no moinho pela moagem dos grãos e ao forneiro
pelo pão assado.
d) o servo devia a seu senhor a corveia, a talha e as banalidades pelo uso das instalações senhoriais
bem como presentes em datas festivas.
e) o trabalho servil era recompensado no Natal, quando o senhor dava aos servos bolos, finas e
gordas galinhas.

3
História

3. Igreja, em torno de 1030, proclamou que, segundo o plano divino, os homens dividiam-se em três
categorias: os que rezam, os que combatem, os que trabalham, e que a concórdia reside na troca de
auxílios entre eles. Os trabalhadores mantêm, com sua atividade, os guerreiros, que os defendem, e os
homens da Igreja, que os conduzem à salvação. Assim a Igreja defendia, de maneira lúcida, o sistema
político baseado na senhoria.
DUBY, Georges. Arte e sociedade na Idade Média, 1997. Adaptado.

Segundo essa definição do universo social, feita pela Igreja cristã da Idade Média, a sociedade medieval
era considerada
a) injusta e imperfeita, na medida em que as atividades dos servos os protegiam dos riscos a que
estavam submetidos os demais grupos sociais.
b) perfeita, porque era sustentada pelas atividades econômicas da agricultura, do comércio e da
indústria.
c) sagrada, contendo três grupos sociais que deveriam contribuir para o congraçamento dos homens.
d) dinâmica e mutável, na medida em que estava dividida entre três estamentos sociais distintos e
rivais.
e) guerreira, cabendo à Igreja e aos trabalhadores rurais a participação direta nas lutas e empreitadas
militares dos cavaleiros.

4. Analisando as condições de trabalho da Europa medieval, o historiador Marc Bloch afirmou:


O servo, em resumo, dependia tão estreitamente de um outro ser humano que, fosse ele para onde
fosse, esse laço o seguia e se imprimia à sua descendência. Essas pessoas, para com o senhor, não
estavam obrigadas apenas às múltiplas rendas ou prestações de serviços. Deviam-lhe também auxílio
e obediência, e contavam com a sua proteção.
BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 79, s/d., p. 294-295. Adaptado

De acordo com o texto, é correto afirmar que a servidão na Europa medieval


a) baseava-se na cobrança de taxas e no trabalho em troca de proteção e moradia.
b) organizava a produção monocultora de exportação que predominava no período.
c) proporcionava ampla mobilidade social para os servos e seus descendentes.
d) garantia aos servos a participação nas decisões políticas dentro dos feudos.
e) impedia a circulação dos trabalhadores nas lavouras dos territórios senhoriais.

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História

5. Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade Média era o seu sentimento
de insegurança (…) que era, no fim das contas, a insegurança quanto à vida futura, que a ninguém estava
assegurada (…). Os riscos da danação, com o concurso do Diabo, eram tão grandes, e as probabilidades
de salvação, tão fracas que, forçosamente, o medo vencia a esperança.
Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.

O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto acima.
Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto.

a) A crise econômica decorrente do final do Império Romano, a guerra constante, as invasões


bárbaras, a baixa demográfica, as pestes, tudo isso aliado a um forte conteúdo religioso de punição
divina aos pecados contribuiu para o clima de insegurança medieval.
b) A peste bubônica provocou redução drástica na demografia medieval, levando a crenças
milenaristas e apocalípticas, sufocadas, por sua vez, pela rápida ação da Igreja, disponibilizando
recursos médicos e financeiros para a erradicação das várias doenças que afetam seus fiéis.
c) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média decorreu das guerras constantes
entre nobres – suseranos – e servos – vassalos, contribuindo para a emergência de teorias
milenaristas no continente.
d) As enfermidades que afetavam a população em geral contribuíram para a demonização de
algumas práticas sociais, como o hábito de usar talheres nas refeições, adquirido, por sua vez, no
contato com povos bizantinos.
e) A certeza da punição divina a pecados cometidos pelos humanos predominava na mentalidade
medieval; por isso, nos vários séculos do período, eram constantes os autos de fé da Inquisição,
incentivando a confissão em massa, sempre com tolerância e diálogo.

6. “Reconheço ter prendido mercadores de Langres que passavam pelo meu domínio. Arrebatei-lhes as
mercadorias e guardei-as até o dia em que o bispo de Langres e o abade de Cluny vieram procurar-me
para exigir reparações.”
Castelão do século XI.
O texto apresentado permite afirmar que, na Idade Média,
a) o poder da Igreja era, além de religioso, também temporal.
b) os senhores feudais eram mais poderosos do que a Igreja.
c) o clero era responsável pela distribuição das mercadorias.
d) o conflito entre Igrejas e nobreza aproximou o clero dos comerciantes.
e) o poder do papa era limitado pelos sacerdotes.

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História

7. Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser
celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer
completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda
contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um trampolim para
as trevas e o desconhecido.
DUBY, G. Ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).

Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve
um processo de:
a) mercantilização das crenças religiosas.
b) transformação das representações sociais.
c) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã.
d) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico.
e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna.

8. Sou uma pobre e velha mulher,


Muito ignorante, que nem sabe ler.
Mostraram-me na igreja da minha terra
Um Paraíso com harpas pintado
E o Inferno onde fervem almas danadas,
Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.
VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos
católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de:
a) redefinir o gosto dos cristãos.
b) incorporar ideais heréticos.
c) educar os fiéis através do olhar.
d) divulgar a genialidade dos artistas católicos.
e) valorizar esteticamente os templos religiosos.

9. O próprio Deus quis que entre os homens alguns fossem senhores e outros servos, de modo que os
senhores veneram e amam a Deus, e que os servos amam e veneram o seu senhor, seguindo a palavra
do apóstolo; servos, obedecei vossos senhores temporais com temor e apreensão; senhores, tratai
vossos servos de acordo com a justiça e a equidade.
Marvin Perry. Civilização Ocidental: Uma História Concisa.

A partir da leitura do texto é possível assinalar que a respeito da ordem social feudal, o clero:
a) propugnava por uma sociedade dinâmica e de camponeses questionadores;
b) afirmava que os direitos e deveres das pessoas não dependiam de sua posição na ordem social;
c) rebatia a avaliação de que a vontade de Deus tivesse qualquer relação com a ordem social;
d) considerava que a sociedade funcionava bem quando todos aceitavam sua condição e
desempenhavam o papel que lhes era atribuído;
e) era o maior interessado em questionar a ordem social injusta do feudalismo.

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História

10. “A desagregação do Império no Ocidente e o caos trazido pelas invasões permitiram à Igreja não só
definir com maior clareza a sua doutrina, como especialmente ampliar e fortalecer as instituições já
criadas”.
ESPINOSA, Fernanda. Antologia de Textos Históricos Medievais. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1972

De acordo com o trecho acima, os fatores que contribuíram para o fortalecimento da Igreja foram o
caos trazido pelas invasões e a desagregação do Império do Ocidente, isto porque:
a) se estabeleceu na Europa uma crise política, que levou a Igreja a ter o controle sobre o Estado e
toda a sociedade.
b) a cada invasão o poder do imperador se fortalecia e dava segurança ao povo, que buscava na
Igreja apenas o apoio espiritual.
c) com a queda do império do Ocidente, a sociedade romana se urbanizou, facilitando o processo de
evangelização desenvolvido pela Igreja.
d) a situação política e social gerado pelo fim do império e as invasões criaram condições para o
fortalecimento do poder da Igreja.
e) o caos que se instalou no império do Ocidente estimulou a criação de comunidades cristãs que
praticavam o comunismo primitivo, atraindo centenas de camponeses

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História

Gabarito

1. B
A escravidão no mundo antigo não estava relacionada ao determinismo étnico, logo, muitas pessoas
eram escravizadas como espólios de guerra ou por dívidas e, muitas vezes, realizavam importantes
funções públicas.

2. D
Os servos eram constantemente taxados – com os impostos citados na opção. Os seus senhores
cobravam parte da produção pelo uso da terra e dos equipamentos, em troca, o senhor lhes prometia
proteção contra invasores.

3. C
Essa divisão defendida pelos religiosos, com base na fé (sagrada) favorecia as classes que batalhavam
e oravam, ou seja, a nobreza e o clero.

4. A
Os servos, presos a terra, deviam uma série de obrigações ao senhor, cobradas na forma de impostos.

5. A
Nesse contexto, a ideologia medieval altamente religiosa atribuía uma explicação punitiva aos eventos
como a peste e as guerras. Deste modo, mantinham a estrutura social com base no medo divino.

6. A
No contexto da Idade Média, a Igreja concentrava muitos poderes em suas mãos, garantindo grande
influência sobre a vida dos homens e mulheres.

7. B
As mudanças sociais, culturais e econômicas realizadas entre o ano 1000 e o ano 2000 provocaram
alterações também na forma como o ser humano se relaciona com o mundo físico e espiritual, ou seja,
houve uma mudança nas representações sociais do que seria entendido como vida, morte e eternidade.

8. C
A maioria dos fiéis católicos durante a Idade Média não sabia ler e nem escrever, logo, para fins
educativos, os vitrais e as imagens católicas auxiliaram muito na difusão das ideias.

9. D
Em um mundo teocentrista, a igreja dominava o mundo das ideias, esta tinha a missão de manter o status
quo da servidão.

10. D
O clima de insegurança fortalecia a ideologia punitiva dos pecados junto com a promessa de remissão
no paraíso disseminada pela igreja.

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História

Formação dos Estados Nacionais

Resumo

Para compreendermos a formação dos Estados Nacionais, é necessário que olhemos para a Baixa Idade
Média, período de crise do feudalismo, e que compreendamos os fatores que contribuíram para a
transformação do mundo feudal e o advento da Idade Moderna.

Cruzadas
As Cruzadas foram expedições militares organizadas pela Igreja Católica que aconteceram entre os séculos
XI e XIII, com o objetivo de conquistar Jerusalém, a chamada Terra Santa. Uma das principais consequências
da Cruzadas foi a abertura de rotas comerciais na Europa, contribuindo para o chamado renascimento
comercial, fato essencial para a compreensão das transformações que levaram ao declínio da Idade Média.

As Cruzadas, que contribuíram para a reabertura de rotas comerciais na Europa.

Crise do Século XIV e Centralização Política


O renascimento comercial ocorreu em paralelo a um renascimento urbano, já que uma série de inovações nas
técnicas agrícolas permitiram o aumento da produção e, como consequência disso, o crescimento
populacional. O aumento da população permitiu o crescimento das cidades, áreas externas aos feudos que
eram chamados de “burgos”. Esse processo, no entanto, foi freado em fins do século XIII, quando agravaram-
se as contradições entre o campo e a cidade da Idade Média. A produção agrícola não respondia às exigências
das cidades em crescimento e as terras férteis eram cada vez mais escassas. Somado a este cenário, um
período de fortes chuvas destruiu os campos e colheitas, contribuindo para que a Europa medieval fosse
mergulhada em um período de fome e miséria. Como consequência da fome, epidemias se alastraram
trazendo intensa mortalidade à população. A principal deles foi a peste negra, que amedrontou a população
e abalou a economia. Cidades ricas foram destruídas e abandonadas pelos seus habitantes. Os servos
morriam e as plantações ficavam destruídas por falta de cuidados. Nesse contexto de crise, os senhores
feudais começaram a receber menos tributos diminuindo seus rendimentos e, para manter a cobrança de
impostos, intensificaram a exploração dos camponeses e servos.
O recrudescimento da exploração feudal sobre os servos contribuiu para as revoltas camponesas que se
espalharam pela Europa no século XIV. A mortalidade trazida pelas chuvas, fome e peste negra foi ainda

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História

ampliada pela longa guerra entre os reis da Inglaterra e França, que entre combates e tréguas, durou mais de
um século (1337/1453): a Guerra dos Cem Anos.

Revoltas camponesas marcaram a Baixa Idade Média

A solução para este cenário de crise foi justamente a centralização do poder político, que levou a formação
dos Estados Nacionais Modernos e do Absolutismo. Ele foi fruto de um processo que levou ao fortalecimento
do poder dos reis, caminho encontrado para supressão das revoltas camponesas. A nobreza feudal, que
detinha poder político sobre o feudo, se tornou uma nobreza cortesã detentora de privilégios na nova ordem
vigente. Foi, assim, essa aliança entre o rei e a nobreza que promoveu a centralização do poder político nas
mão dos reis absolutistas. Com a formação dos Estados Nacionais Modernos houve a criação de uma
burocracia administrativa, a criação de um exército nacional para estabelecer ordem pública na sociedade, a
unificação das leis e o surgimento de tarifas e tributos unificados. Nesse processo, a burguesia garantiu
elementos que levaram ao seu fortalecimento econômico, como a unificação dos pesos, medidas e moedas
e a dissolução dos impostos feudais.
O primeiro reino a utilizar o modelo de Estado Moderno foi Portugal. Ali, a centralização política ocorreu como
consequência de campanhas militares da Guerra da Reconquista - que objetivavam recuperar os territórios
da Península Ibérica dominados pelos mouros - , assim como na Espanha. Já na França, a vitória sobre a
Inglaterra na Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453) firmou as bases para a consolidação do Estado Moderno,
enquanto na Inglaterra, o processo se deu após a Guerra das Duas Rosas (1455 - 1485).

Luis XIV – Rei absolutista da França, conhecido como o “Rei Sol”.

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História

Exercícios

1. “O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram
tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles
eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos
ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de
classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se
curvou às circunstâncias a que não podia escapar.“
Norbert Elias. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18 (com adaptações).

Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos:


nobreza, clero e 3.° Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a “classe média”,
descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de:
a) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 3.° Estado.
b) destacar a consciência de classe que possuíam os músicos, ao contrário dos demais
trabalhadores manuais.
c) indicar que os músicos se encontravam na mesma situação que os demais membros do 3.° Estado.
d) distinguir, dentro do 3.° Estado, as condições em que viviam os “criados de libré” e os camponeses.
e) comprovar a existência, no interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores
manuais.

2.

Charge anônima. BURKE, P. A fabricação do rei. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. (Foto: Enem)

Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam
sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra
a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real.
b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o
público e sem a vestimenta real, o privado.
c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei
despretensioso e distante do poder político.
d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de
outros membros da corte.
e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado
esconde os defeitos do corpo pessoal.

3
História

3. “O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o
povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros
que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.”
MAQUIAVEL, N. O Príncipe, São Paulo: Martin Claret, 2009.

No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A
manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na:
a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.

4. Vou-me embora pra Pasárgada


Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
BANDEIRA, Manoel. "Vou-me embora pra Pasárgada". In: VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA E OUTROS POEMAS. Rio de
Janeiro, Ediouro, 1997.

O reino imaginário de Pasárgada e os privilégios dos amigos do rei podem ser comparados à situação
da nobreza europeia com a formação das Monarquias Nacionais Modernas. A razão fundamental do
apoio que esta nobreza forneceu ao rei, no intuito de manter-se "amiga" do mesmo, conservando
inúmeras regalias, pode ser explicada pela (o):
a) composição de um corpo burocrático que absorve a nobreza, tornando esse segmento autônomo
em relação às atividades agrícolas que são assumidas pelo capital mercantil.
b) subordinação dos negócios da burguesia emergente aos interesses da nobreza fundiária,
obstaculizando o desenvolvimento das atividades comerciais.
c) manutenção de forças militares locais que atuaram como verdadeiras milícias aristocráticas na
repressão aos levantes camponeses.
d) repressão que as monarquias empreenderiam às revoltas camponesas, restabelecendo a ordem
no meio rural em proveito da aristocracia agrária.
e) completo restabelecimento das relações feudo-vassálicas, freando temporariamente o processo
de assalariamento da mão-de-obra e de entrada do capital mercantil no campo.

4
História

5.

As diferentes representações cartográficas trazem consigo as ideologias de uma época. A


representação destacada se insere no contexto das Cruzadas por:
a) Revelar aspectos da estrutura demográfica de um povo.
b) sinalizar a disseminação global de mitos e preceitos políticos.
c) utilizar técnicas para demonstrar a centralidade de algumas regiões.
d) mostrar o território para melhor administração dos recursos naturais.
e) refletir a dinâmica sociocultural associada à visão de mundo eurocêntrica.

6. O poder dos reis tinha, na época do absolutismo, respaldo em ideias de filósofos, como Hobbes, e
fortalecia a centralização de suas ações colonizadoras no tempo das navegações. Os reis do
absolutismo:
a) encontraram apoio dos papas da Igreja Católica que concordavam, sem problemas, com o
autoritarismo dos reis e a existência das riquezas vindas das colônias.
b) eram desfavoráveis ao crescimento político da burguesia, pois se aliavam com a nobreza
latifundiária e defensora da continuidade de princípios do feudalismo.
c) dominaram na Europa moderna, contribuindo para diminuir o poder do papa e reorganizar a
economia conforme princípios do mercantilismo.
d) fortaleceram as alianças políticas entre grupos da aristocracia europeia que queriam a
descentralização administrativa dos governos.
e) fizeram pactos com grupos da burguesia, embora fossem aliados da Igreja Católica e
concordassem com a teoria do ‘justo-preço’

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História

7. (...) entre os séculos XVII e XVIII ocorreram fatos na França que é preciso recordar. Entre 1660-1680,
os poderes comunais são desmantelados; as prerrogativas militares, judiciais e fiscais são revogadas;
os privilégios provinciais reduzidos. Durante a época do Cardeal Richelieu (1585-1642) aparece a
expressão “razão de Estado”: o Estado tem suas razões próprias, seus objetivos, seus motivos
específicos. A monarquia francesa é absoluta, ou pretende sê-lo. Sua autoridade legislativa e executiva
e seus poderes impositivos, quase ilimitados, de uma forma geral são aceitos em todo o país. No
entanto... sempre há um “no entanto”. Na prática, a monarquia está limitada pelas imunidades, então
intocáveis, de que gozam certas classes, corporações e indivíduos; e pela falta de uma fiscalização
central dos amplos e heterogêneos corpos de funcionários. Leon Pomer, O surgimento das nações.
Apud Adhemar Marques et al, História Moderna através de textos.

No contexto apresentado, entre as “imunidades de que gozam certas classes”, é correto considerar
a) os camponeses e os pequenos proprietários urbanos eram isentos do pagamento de impostos em
épocas de secas ou de guerras de grande porte.
b) a burguesia ligada às transações financeiras com os espaços coloniais franceses não estava
sujeita ao controle do Estado francês, pois atuava fora da Europa.
c) a nobreza das províncias mais distantes de Paris estava desobrigada de defender militarmente a
França em conflitos fora do território nacional.
d) os grandes banqueiros e comerciantes não precisavam pagar os impostos devido a uma tradição
relacionada à formação do Estado francês.
e) o privilégio da nobreza que não pagava tributos ao Estado francês, condição que contribuiu para o
agravamento das finanças do país na segunda metade do século XVIII.

8. O que se entende por Corte do antigo regime é, em primeiro lugar, a casa de habitação dos reis de
França, de suas famílias, de todas as pessoas que, de perto ou de longe, dela fazem parte. As despesas
da Corte, da imensa casa dos reis, são consignadas no registro das despesas do reino da França sob a
rubrica significativa de Casas Reais.
ELIAS, N. A sociedade de corte. Lisboa: Estampa, 1987.

Algumas casas de habitação dos reis tiveram grande efetividade política e terminaram por se
transformar em patrimônio artístico e cultural, cujo exemplo é:
a) o palácio de Versalhes.
b) o Museu Britânico.
c) a catedral de Colônia.
d) a Casa Branca.
e) a pirâmide do faraó Quéops.

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História

9. TEXTO I
O Estado sou eu.
Frase atribuída a Luís XIV, Rei Sol, 1638–1715. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br. Acesso em: 30 nov. 2011.

TEXTO II
A nação é anterior a tudo. Ela é a fonte de tudo. Sua
vontade é sempre legal; na verdade é a própria lei.
SIEYÈS, E–J. O que é o Terceiro Estado. Apud. ELIAS, N. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos
XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

Os textos apresentados expressam alteração na relação entre governantes e governados na Europa.


Da frase atribuída ao rei Luís XIV até o pronunciamento de Sieyès, representante das classes médias
que integravam o Terceiro Estado Francês, infere–se uma mudança decorrente da:

a) ampliação dos poderes soberanos do rei, considerado guardião da tradição e protetor de seus
súditos e do Império.
b) associação entre vontade popular e nação, composta por cidadãos que dividem uma mesma
cultura nacional.
c) reforma aristocrática, marcada pela adequação dos nobres aos valores modernos, tais como o
princípio do mérito.
d) Organização dos Estados centralizados, acompanhados pelo aprofundamento da eficiência
burocrática.
e) crítica ao movimento revolucionário, tido como ilegítimo em meio à ascensão popular conduzida
pelo ideário nacionalista.

10. Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo
sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano,
pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.
DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo:
Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando
elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente
relacionado com:
a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
b) a migração de camponeses e artesãos.
c) a expansão dos parques industriais e fabris.
d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.

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História

Gabarito

1. C
Apesar de conviverem em relação de proximidade com a corte, os músicos pertenciam ao terceiro estado,
assim como a burguesia, os camponeses, etc.

2. E
O estado se confundia com a própria pessoa do rei. Devido a isso, o soberano tendia a adornar-se assim
fortalecia a imagem do estado.

3. E
Maquiavel aconselhava o soberano a balancear o uso da força, afim de passar a imagem de um
governante justo.

4. D
O Rei surge como uma figura capaz de conter às revoltas, aspecto fundamental para compreendermos
a centralização monárquica e a formação dos Estados Nacionais.

5. C
Durante o período das cruzadas, um dos grandes objetivos católico foi a retomada de Jerusalém, cidade
considerada sagrada para muitas religiões. Logo, no mapa, podemos observar a cidade representada no
centro do mundo, como algo importante e disputado por todos.

6. C
O absolutismo foi a principal característica política das nações europeias durante a Idade Moderna,
caracterizado por forte centralização do poder e, nos Estados católicos, justificado como de origem
divina. Existe uma ideia comum de que, para os reis fortalecerem o seu poder, a nobreza e a Igreja tiveram
seu poder reduzido; essa interpretação é predominante nos livros didáticos, porém existem visões
diferentes, que reforçam o poder das velhas elites – nobreza e clero – no controle do Estado Moderno

7. E
Na França do Antigo Regime, entre os séculos XV e XVIII, a monarquia absolutista reconhecia privilégios
de alguns grupos sociais. Entre esses, a nobreza tinha imunidade fiscal e uma justiça particular. Tais
privilégios são anulados com a Revolução Francesa. O fragmento utilizado como apoio para a questão
mostra como a monarquia absolutista não foi exatamente absolutista, pois havia limitações ao seu poder.

8. A
O Palácio de Versalhes foi um grande simbolo da nobreza francesa, representando também os valores
dessa classe, o autoritarismo do absolutismo e os privilégios nobiliárquicos.

9. B
A transição do primeiro momento para o segundo é marcado pela Revolução Francesa, mostrando assim
a mudança dos próprios pensamentos sobre o que é o Estado e a nação. No primeiro momento, o Estado
era o absolutismo, o rei, no segundo, o soberano é o povo e seus desejos, que formam a nação.

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História

10. A
O renascimento urbano e comercial representou principalmente um retorno da vida urbana e da
circulação de dinheiro e bens materiais entre as cidades e feudos. Assim, com o aumento desses bens,
os ataques, roubos e invasões também se ampliaram, tornando necessária a criação de fortalezas e
muralhas para proteger certas regiões.

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História

A formação do Mundo Moderno: A Reforma

Resumo

Chamamos de Reforma Protestante o surgimento de novas religiões cristãs que questionavam práticas do
catolicismo. Durante a Idade Média, a Igreja Católica tinha grande poder e era detentora de muitas riquezas.
No entanto, com a consolidação da Idade Moderna crescia a insatisfação de alguns grupos sociais em relação
a isso. Enquanto os reis nutriam insatisfação em relação ao excesso de poder da igreja católica, a burguesia
em ascensão incomodava-se com a condenação da usura (lucro) por parte da igreja. Somado a isso, práticas
da Igreja passaram a ser criticadas, sobretudo após o Renascimento, movimento que valorizou a razão e
permitiu o questionamento da lógica teocêntrica. Dentre as práticas da Igreja criticadas, estavam:

• A venda do perdão (indulgência);


• A venda de objetos supostamente sagrados (simonia);
• A nomeação de familiares para cargos eclesiásticos (nepotismo).
A reforma iniciou-se a partir de Martinho Lutero, um monge católico que estava
insatisfeito com algumas práticas realizadas pela Igreja Católica. A atuação de
Lutero teve como ponto de partida a divulgação das 95 teses, que rapidamente
espalharam-se pela Europa e deram origem ao movimento reformista. A doutrina
luterana defendia a ideia de “Justificação pela fé”, ou seja, de que a salvação é
resultado essencialmente da fé em Deus.

Diante de suas críticas à igreja Católica, Lutero foi excomungado pelo papa.
Através da Confissão de Augsburgo, sintetizou os elementos da religião
luterana:
Martinho Lutero
• Livre interpretação da Bíblia;
• Manutenção dos sacramentos do batismo e da eucaristia, suprimindo-se
todos os outros;
• Fim da proibição do casamento para os clérigos (celibato).
Outro importante reformador foi João Calvino, que elaborou a Teoria da Predestinação, ou seja, a ideia de
que viemos ao mundo predestinados por Deus à salvação ou a condenação. Os sinais da escolha divina se
manifestariam na vida dos indivíduos. O trabalho e o cumprimento dos
deveres seriam alguns desses sinais. No pensamento calvinista, consolidou-
se a ideia de que, com a vida dedicada ao trabalho era possível, por meio do
progresso material, saber se o homem era ou não predestinado à salvação.
O pensamento calvinista trouxe grande transformação na concepção de
trabalho. Na Idade Média, o trabalho era visto como forma de penitência ou
castigo. Segundo Max Weber, em A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo, a transformação operada pelo calvinismo foi central ao
desenvolvimento do modo de produção capitalista, já que valorizava o
trabalho e os ganhos materiais como sinais de graça divina. Não por acaso,
o calvinismo se tornou uma religião essencialmente burguesa.

João Calvino

1
História

Já que, ao contrário da igreja católica – que condenava a usura – João Calvino valorizava o trabalho e os
ganhos materiais. Na Inglaterra os calvinistas ficaram conhecidos como puritanos. Foram perseguidos e
imigraram em grande número para a América do norte. Na Escócia, ficaram conhecidos como presbiterianos,
e na França como huguenotes.
Ao contrário dos dois movimentos anteriores, a Reforma Religiosa na
Inglaterra ocorreu a partir da iniciativa de um rei, e não de teólogos
críticos às doutrinas e práticas do clero católico. Henrique VIII,
monarca inglês rompeu com Roma sob a justificativa de que a Igreja
não aceitou seu pedido de divórcio com Catarina de Aragão, nobre de
origem espanhola, para casar-se com Ana Bolena. O então monarca
desejava um filho homem e culpava a esposa pelo insucesso em lhes
dar um herdeiro. Dos seis filhos de Catarina, apenas a princesa Maria
Henrique VIII sobreviveu. Diante da negação do papa, já que o divórcio não era
permitido pela Igreja, o rei separou-se de forma arbitrária e foi excomungado por Clemente VI. Após ser
excomungado, foi decretado na Inglaterra o Ato de Supremacia, pelo qual o soberano inglês passava a ser o
chefe supremo da Igreja na Inglaterra. Com essa medida, era criada a chamada Igreja Anglicana. O rei inglês
passava a ter o poder de nomear os ocupantes dos cargos eclesiásticos, além de decidir sobre assuntos de
ordem religiosa. Os historiadores defendem que as divergências com a Igreja eram anteriores a questão do
divórcio e vinham desde a Guerra dos Cem Anos (1337-1453). O monarca nutria insatisfação em relação ao
excesso de poder e terras do clero na Inglaterra, utilizando-se do divórcio muito mais como uma justificativa
para uma ruptura já desejada.

Contrarreforma
Diante do surgimento de novas doutrinas cristãs na Europa através da Reforma Protestante, a Igreja reagiu
reformulando instituições, assim como agindo de forma repressiva. A instituição havia perdido o poder
religioso, econômico e político sobretudo nos reinos alemães e na Inglaterra, além da diminuição da influência
nos Países Baixos, França, Áustria, etc.
Entre 1545 e 1563 foi realizado o Concílio de Trento, na Itália. Reunindo as
principais autoridades católicas, teve como objetivo redefinir o
posicionamento da Igreja em relação à sua doutrina religiosa, bem como
encontrar meios de frear o avanço do protestantismo pela Europa. Dentre as
medidas tomadas no Concílio de Trento, estiveram: a proibição da venda de
indulgências e a criação de seminários, instituição seria responsável pela
formação eclesiástica do clero, buscando evitar, dessa forma, a venda de
cargos na Igreja. No encontro, dogmas na igreja também foram reafirmados,
como o culto aos santos e à virgem Maria. Outra importante medida tomada
pela Contrarreforma foi a reativação do Tribunal do Santo Ofício,
a Inquisição, com o objetivo de perseguir os praticantes das doutrinas
cristãs protestantes. Milhares de pessoas foram torturadas e muitas mortas.
Grandes nomes da ciência mundial, como Galileu Galilei, foram julgados como Livros destruídos pela Contrarreforma
heréticos em decorrência de suas pesquisas, como a de a Terra girar em torno
do Sol. Galileu foi obrigado a renegar suas próprias ideias para fugir da morte na fogueira.
Foi criado, além disso, uma lista de livros proibidos - Index Librorum Prohibitorum - em uma época em que a
imprensa criada por Gutenberg havia facilitado a difusão da cultura escrita. E, para atuar nas Américas, houve,
ainda, a Criação da Companhia de Jesus, cujo objetivo era a expansão da fé e a catequização dos nativos
através dos jesuítas.

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História

Exercícios

1. As reformas protestantes e a Contrarreforma católica do século XVI podem ser associadas,


respectivamente
a) à contestação da liderança do Papa e à valorização do livre arbítrio.
b) à defesa da politização do clero e à extinção do Santo Ofício.
c) à perseguição a judeus e hereges e à permissão de tradução da Bíblia.
d) à reação contra a venda de indulgências e à criação da Companhia de Jesus.
e) à valorização da pobreza do clero e à supressão da Ordem Franciscana.

2. A Igreja foi uma poderosa instituição medieval. Porém, os conflitos e diferenças existentes, tornaram-
se tão intensos nos séculos XV e XVI, que acabaram gerando uma divisão na cristandade, por meio da
Reforma Protestante.
Dentre os fatores que contribuíram para a Reforma Protestante do século XVI, destaca-se:
a) a insatisfação de mercadores e comerciantes em relação à postura da Igreja, que condenava a
usura e a cobiça.
b) o apoio dos Estados Nacionais à Igreja, em virtude de sua influência política nas questões locais.
c) a condenação da exploração feudal praticada por nobres católicos sobre os camponeses.
d) a revolta da nobreza de Toga contra os abusos praticados pelo rei em relação à Igreja.
e) a criação do Tribunal da Santa Inquisição para reprimir crimes cometidos contra o Estado.

3. As transformações religiosas do século XVI, comumente conhecidas pelo nome de Reforma


Protestante, representaram no campo espiritual o que foi o Renascimento no plano cultural; um
ajustamento de ideias e valores às transformações sócio- econômicas da Europa. Dentre seus
principais reflexos, destacam-se:
a) a expansão da educação escolástica e do poder político do papado devido à extrema importância
atribuída à Bíblia.
b) o rompimento da unidade cristã, expansão das práticas capitalistas e fortalecimento do poder das
monarquias.
c) a diminuição da intolerância religiosa e fim das guerras provocadas por pretextos religiosos.
d) a proibição da venda de indulgências, término do índex e o fim do princípio da salvação pela fé e
boas obras na Europa.
e) a criação pela igreja protestante da Companhia de Jesus em moldes militares para monopolizar o
ensino na América do Norte.

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História

4. “O justo viverá pela fé”


São Paulo, Epístola aos Romanos
Essa frase serviu de ponto de partida para Martinho Lutero iniciar o movimento que resultou na divisão
da cristandade ocidental. Constitui uma das ideias significativas do movimento reformista:
a) a crença na liberdade do homem e na sua possibilidade de alcançar o bem por si mesmo, o que
fortalece o individualismo.
b) o universalismo, em nome do qual a igreja reformada exerce sua autoridade em detrimento dos
Estados Nacionais.
c) a condenação da usura, que, segundo os calvinistas, era promovida pela igreja Católica quando da
venda dos indulgências.
d) a predestinação, segundo a qual a fé depende da vontade divina e não das obras realizadas pelos
homens.
e) a defesa, pelos luteranos, de uma leitura única do Evangelho, o que provocou diversas cisões
dentro do movimento reformista, surgindo daí o Calvinismo e o Anabatismo.

5. “Deus chama cada um para uma vocação particular cujo objetivo é a glorificação de Deus. O
comerciante que busca o lucro, pelas qualidades que o sucesso econômico exige: o trabalho, a
frugalidade, a ordem, responde também ao chamado de Deus, santifica de seu lado o mundo pelo
esforço e sua ação é santa (...) o pobre é suspeito de preguiça, que é uma injúria a Deus (...). ”
João Calvino apud MOUSNIER, Roland. Os séculos XVI e XVII. In: CROUZET, Maurice. História Geral das Civilizações. São
Paulo: Difel, Tomo IV, v. I, 1973, p. 90.

Sobre a doutrina Calvinista e as alterações na sociedade europeia do séc. XVI, é correto afirmar que
a) a descoberta de privilégios para o alto clero católico ao explorar os fiéis despertou nos calvinista a
recusa dessa prática e o direcionamento da doutrina para o benefício dos pobres.
b) a Reforma Protestante como reação à Igreja Católica encontrou na proposição Calvinista a
disposição em fortalecer a nobreza europeia, expandindo-se também para as colônias inglesas na
América.
c) as relações de trabalho foram abrandadas nas regiões em que o Calvinismo se disseminou
enquanto doutrina, haja vista o reconhecimento do esforço e vocação comunitária para a melhoria
da sociedade.
d) o acúmulo de terras pela Igreja Católica fez com que os camponeses encontrassem apoio nos
Calvinistas para que a distribuição de terras fosse realizada para aqueles que abandonassem a
preguiça e se dedicassem ao trabalho.
e) a indicação da moralidade burguesa, com o princípio de esforço e dedicação espiritual que se
materializa em conquistas terrenas, é utilizada como tentativa de explicar a desigualdade social,
estabelecendo o princípio da predestinação.

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História

6. “De pé, diante de Deus, o homem responderá por seus atos. E se a gente da Igreja invoca a obscuridade
dos dogmas, as dificuldades de interpretação de uma religião em que apenas o sacerdote é qualificado
para ensinar, responde-se que eles a complicaram intencionalmente, a fim de se tornarem
indispensáveis. Na verdade religião Deus fala ao homem e o homem fala a Deus em uma linguagem
clara, direta, e que todos compreendem.”
Guilherme (org.). Febvre. 2a ed São Paulo: Ática, 1978. p. 90.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Reforma na Alemanha, é correto afirmar:
a) O monopólio da interpretação religiosa pela Igreja ficou assegurado a partir da reforma luterana.
b) O apoio de Martinho Lutero às revoltas camponesas na Alemanha foi decisivo para a derrota da
nobreza alemã.
c) A tradução da Bíblia latina para o alemão, realizada por Lutero, fortaleceu a tese de que a leitura
das Escrituras Sagradas estava ao alcance de todo homem motivado pela fé cristã.
d) A defesa das atividades comerciais pela ética religiosa luterana estimulou o desenvolvimento da
burguesia alemã.
e) Os princípios teológicos de Lutero enfatizavam o livre-arbítrio e a importância das ações para a
salvação humana.

7. “A Inquisição em Roma não foi objeto de uma verdadeira refundação, mas sim de uma reorganização,
em 4 de julho de 1542, através da bula Licet ab initio. Ao contrário dos motivos invocados para o
estabelecimento das Inquisições na Espanha e em Portugal, onde a difusão do judaísmo justificava a
organização do tribunal, aqui era a heresia protestante o alvo da nova configuração do Santo Ofícioda
Inquisição.”
Francisco Bethencourt, História das Inquisições

A reorganização da Inquisição foi uma entre várias providências tomadas pela Igreja Católica em sua
luta contra a “heresia protestante”. Assinale a alternativa em que aparece outra dessas providências. A
convocação do Concílio de Trento, que, entre outras coisas, ratificou o dogma católico da
transubstanciação e a doutrina da salvação por meio das obras.
a) A tradução da bíblia para os idiomas modernos, de maneira a permitir ao fiel a leitura individual dos
textos sagrados.
b) O combate a práticas populares consideradas supersticiosas, como as romarias, o culto a imagens
e as novenas.
c) O afastamento dos religiosos em relação à vida secular, dando-se preferência à vida meditativa,
retiradado mundo, como o faziam os jesuítas.
d) A eliminação da hierarquia eclesiástica, passando a figura do Papa a ser mero título honorífico.

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História

8. O Rei Henrique VIII rompeu com o Papa Clemente VII, em 1534 e aproveitando-se do seu desligamento
da Igreja de Roma consolidou
a) seu desejo de assumir as terras e riquezas da Igreja Católica e enfraquecer sua influência na
Inglaterra.
b) a exigência da revisão de todos os dogmas da Igreja Católica, incluindo a indissolubilidade do
matrimônio, através do Ato dos Seis Artigos.
c) sua negação quanto às 95 teses de Lutero, que denunciavam as irregularidades da Igreja Católica.
d) o trabalho e a acumulação de capital que são manifestações da predestinação à salvação eterna.
e) o Ato de Supremacia que submetia a Igreja Anglicana à autoridade papal.

9. “Depois que a Bíblia foi traduzida para o inglês, todo homem, ou melhor, todo rapaz e toda rapariga,
capaz de ler o inglês, convenceram-se de que falavam com Deus onipotente e que entendiam o que Ele
dizia”. Esse comentário de Thomas Hobbes (1588-1679)
a) ironiza uma das consequências da Reforma, que levou ao livre exame da Bíblia e à alfabetização
dos fiéis.
b) alude à atitude do papado, o qual, por causa da Reforma, instou os leigos a que não deixassem de
ler a Bíblia.
c) elogia a decisão dos reis Carlos I e Jaime I, ao permitir que seus súditos escolhessem entre as
várias igrejas.
d) ressalta o papel positivo da liberdade religiosa para o fortalecimento do absolutismo monárquico.
e) critica a diminuição da religiosidade, resultante do incentivo à leitura da Bíblia pelas igrejas
protestantes.

10. “O cristianismo incorporou antigas práticas relativas ao fogo para criar uma festa sincrética. A igreja
retomou a distância de seis meses entre os nascimentos de Jesus Cristo e João Batista e instituiu a
data de comemoração a este último de tal maneira que as festas do solstício de verão europeu com
suas tradicionais fogueiras se tornaram “fogueiras de São João”. A festa do fogo e da luz no entanto
não foi imediatamente associada a São João Batista. Na Baixa Idade Média, algumas práticas
tradicionais da festa (como banhos, danças e cantos) foram perseguidas por monges e bispos. A partir
do Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja resolveu adotar celebrações em torno do fogo e associá-las
à doutrina cristã.”
CHIANCA, L. Devoção e diversão: expressões contemporâneas de festas e santos católicos. RevistaAnthropológicas, n. 18,
2007 (adaptado).
Com o objetivo de se fortalecer, a instituição mencionada no texto adotou as práticas descritas, que
consistem em
a) promoção de atos ecumênicos.
b) fomento de orientações bíblicas.
c) apropriação de cerimônias seculares.
d) retomada de ensinamentos apostólicos.
e) ressignificação de rituais fundamentalistas.

6
História

Gabarito

1. D
A insatisfação com certas práticas da Igreja Católica – como o nepotismo, a venda de simonia e
indulgências – impulsionaram a Reforma Protestante. Em contrapartida, a Igreja promove a
Contrarreforma onde a Companhia de Jesus vai surgir com o intuito de promover missões de
evangelização.

2. A
As ideias humanistas e o individualismo do renascimento influenciaram o protestantismo nas posturas
da aceitação dos juros e do acumulo de capital. Deste modo, muitos comerciantes adeririam a Reforma,
se convertendo principalmente ao Calvinismo.

3. B
A reforma rompeu com a unidade uma vez que criou outras religiões cristã, incentivou o capitalismo pois
foi popular entre os burgueses, já que não condenava a usura, e fortaleceu as monarquias já que muitas
romperam com a Igreja católica, insatisfeitas com seu excesso de poder.

4. A
A ideia de que a salvação só viria através da fé vai reduzir a importância da igreja enquanto intermediária
e criar um novo tipo de individualismo, que vai se fortalecer nos séculos seguintes.

5. E
Apesar de defender a importância do trabalho como fonte de crescimento espiritual, Calvino propagava
a doutrina da predestinação onde a riqueza material seria o indício daqueles que foram escolhidos para
serem salvos por Deus, enquanto aqueles que são pobres viviam em tais condições por não terem sido
eleitos.
6. C
Ao contrário dos católicos , os protestantes defendiam a leitura das escrituras por qualquer pessoa, a
livre interpretação da bíblia e as missas rezadas em língua local.

7. A
Tanto a reorganização da Inquisição quanto a Convocação do Concílio de Trento foram medidadas
adotadas pela Igreja em um movimento conhecido como Contrarreforma, que, dentre outras coisas,
buscava barrar a expansão do protestantismo na Europa, a conquista de novos fiéis e a reafirmação dos
dogmas católicos.

8. A
Com o rompimento com a Igreja, Henrique VIII confisca os territorios e bens que pertenciam a Igreja
Católica enfraquecendo seu poder no territotrio inglês e aumentando seu próprio poder ao se
autodeclarar o novo líder supremo da Igreja Anglicana.

9. A
Naquele contexto, para muitos dos defensores do catolicismo a alfabetização e a leitura da Bíblia por
fiéis era visto como algo inapropriado, já que estes acreditavam na importância da intermediação das
autoridades eclesiásticas.

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História

10. C
Em um contexto onde as práticas religiosas propagadas pela Igreja Católica Apostólica Romana estavam
sendo questionadas pela Reforma Protestante, a Instituição decide fazer concessões a algumas práticas
de origem pagã, incorporando-as ao seu culto para que houvesse uma maior conversão e aceitação a
religião cristã.

8
História

Formação do Mundo Moderno: O Renascimento

Resumo

Quando estudamos a transição da Idade Média para a


Idade Moderna, é necessário refletirmos sobre o
Renascimento, período em que diversos elementos da
cultura cristã se associaram a elementos da cultura
clássica (greco-romana). Ao contrário do que muito já se
afirmou, o Renascimento não foi uma ruptura drástica com
a Idade Média. Essa perspectiva supõe uma visão negativa
do mundo medieval, como período obscuro, apelidado de
“Idade das Trevas”, que é cada vez mais questionada pelos
historiadores.
Podemos afirmar que o Renascimento iniciou-se na península itálica, espalhando-se, posteriormente, por
outras regiões européias. Entre as principais cidades onde se desenvolveu o Renascimento italiano,
destacam-se Florença, no século XV, e, posteriormente, Roma e Veneza, no século XVI. Para compreendermos
o porquê a Itália foi o “berço” do Renascimento, precisamos compreender a associação de alguns fatores. O
primeiro deles diz respeito ao desenvolvimento comercial urbano. As cidades italianas apresentavam
significativo desenvolvimento comercial, sendo dirigidas por uma classe de poderosos mercadores. Com o
comércio marítimo pelo Mediterrâneo, esses grandes mercadores burgueses acumularam enorme riqueza e
sentiram necessidade da instauração da ordem econômica do capitalismo, que permitia a livre concorrência,
o individualismo e a busca racional do lucro. Além disso, a burguesia italiana estimulava os artistas e
intelectuais do Renascimento através do mecenato. Ou seja, os mecenas, dotados de poderes econômicos,
financiavam e incentivavam as artes no período da Renascença. Outro fator importante foi a fuga dos sábios
bizantinos para a Itália, após a queda de Constantinopla, em 1453, levando consigo muitos elementos da
cultura clássica preservados em Bizâncio. E, por fim, o fato de que – na Antiguidade – a Itália fora a sede do
Império Romano do Ocidente, existindo, ainda, nessa região uma série de elementos preservados como, por
exemplo, alguns monumentos arquitetônicos da Roma Antiga.
Como podemos perceber, o período que chamamos de Renascimento teve início na Baixa Idade Média,
quando o renascimento comercial e urbano, o enfraquecimento dos laços servis e a constituição da burguesia
promoviam transformações sociais na Europa. Nas cidades, a burguesia estimulava o florescimento de novas
formas culturais que valorizavam cada vez mais a razão. Nesse processo, a retomada de ideais ligados à
Antiguidade Clássica serviu como base para a crítica ao teocentrismo da Igreja e aos valores Medievais. As
mudanças provocadas contribuíram para o surgimento
de novas concepções filosóficas, como o
antropocentrismo e o humanismo, que promoviam a
valorização das potencialidades humanas. As grandes
navegações e a chegada no que, para os europeus era o
“novo mundo” (o continente americano) também foram
decisivas para configurar o Renascimento como uma
época de experiências novas e enriquecimento cultural.
Foi durante o Renascimento que artistas como
Michelângelo, Leonardo da Vinci, Giotto e Botticelli e escritores como Erasmo de Rotterdam e Thomas
Morus viveram e expressaram as transformações pelas quais passava a Europa.

1
História

No âmbito da ciência, o método experimental e a reflexão racional foram fundamentais. Galileu Galilei –
nascido na península Itálica – propôs que o racionalismo matemático fosse a base de todo o pensamento
científico. Em seus estudos, comprovou a teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, segundo a qual o centro
do sistema solar é o sol e não a terra, como defendia a igreja católica.
No auge do Renascimento, outros acontecimentos foram decisivos: a invenção da imprensa, por Johannes
Gutenberg, o que facilitou a circulação das ideias e novas perspectivas e a Reforma Protestante,
desencadeada por Martinho Lutero. Esses dois acontecimentos combinados mudaram, aos poucos, a relação
dos homens com o conhecimento intelectual e o mundo a sua volta.

Se fossemos sintetizar os elementos mais importantes do Renascimento, teríamos:


• A valorização da cultura greco-romana, com o classicismo.
• A valorização do homem, com o antropocentrismo e o humanismo.
• A importância da natureza e de seus fenômenos;
• O racionalismo e o espírito crítico.

Dica:

LASSICISMO

NTROPOCENTRISMO

ACIONALISMO

NDIVIDUALISMO

ATURALISMO

UMANISMO / HEDONISMO

TIMISMO

2
História

Exercícios

1. Para uns, a Idade Média foi uma época de trevas, pestes fome, guerras sanguinárias, superstições,
crueldade. Para outros, uma época de bons cavaleiros, damas, corteses, fadas, guerras honradas,
torneios, grandes idéias. Ou seja, uma Idade Média “má” e uma Idade Média “boa”.

Tal disparidade de apreciações com relação a esse período da História se deve:


a) ao Renascimento, que começou a valorizar a comparação documental do passado, formando
acervos documentais que mostram tanto a realidade “boa” quanto a “má”.
b) à tradição iluminista, que usou a Idade Média como contraponto a seus valores racionalistas, e ao
Romantismo, que pretendia ressaltar as “boas” origens das nações.
c) à indústria de videojogos e cinema, que encontrou uma fonte de inspiração nessa mistura de
fantasia e realidade, construindo uma visão falseada do real.
d) ao Positivismo, que realçou os aspectos positivos da Idade Média, e o Marxismo, que denunciou
o lado negativo do modo de produção feudal.
e) à religião, que com sua visão dualista e maniqueísta do mundo, alimentou tais interpretações sobre
a Idade Média.

2. Nos séculos finais da Baixa Idade Média europeia, a economia de subsistência e de trocas naturais
tendia a ser suplantada pela economia monetária, a influência das cidades passou a prevalecer sobre
os campos, e a dinâmica de comércio levou à mudança e à ruptura das corporações de ofício medievais.
(SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1988, p.5. Adaptado)

Analisando as transformações citadas, conclui-se, corretamente, que elas:


a) evidenciaram o surgimento da nova classe social burguesa e a crise do sistema feudal.
b) fortaleceram a Igreja Católica, que incentivava a prática comercial no período medieval.
c) prejudicaram a burguesia comercial e favoreceram os proprietários das terras feudais.
d) demonstraram a força do sistema feudal e dos mecanismos de subsistência no campo.
e) enfraqueceram os reis absolutistas que dominaram a Europa durante o período medieval.

3. Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre
o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também
iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e
mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.

O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela
constante relação entre:
a) fé e misticismo.
b) ciência e arte.
c) cultura e comércio.
d) política e economia.
e) astronomia e religião.

3
História

4. O texto foi extraído da peça "Tróilo e Créssida" de William Shakespeare, escrita provavelmente, em
1601.
"Os próprios céus, os planetas, e este centro
reconhecem graus, prioridade, classe,
constância, marcha, distância, estação, forma,
função e regularidade, sempre iguais;
eis porque o glorioso astro Sol
está em nobre eminência entronizado
e centralizado no meio dos outros,
e o seu olhar benfazejo corrige
os maus aspectos dos planetas malfazejos,
e, qual rei que comanda, ordena
sem entraves aos bons e aos maus."
(personagem Ulysses, Ato I, cena III).
SHAKESPEARE, W. Troilo e Créssida. Porto: Lello & Irmão, 1948.

A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se aproxima da teoria:

a) geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu.


b) da reflexão da luz do árabe Alhazen.
c) heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico.
d) da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei.
e) da gravitação universal do inglês Isaac Newton.

5. As ideias trazidas pelo Renascimento conseguiram expandir-se pela Europa, mudando hábitos,
criticando tradições, renovando concepções de mundo. Em Portugal, a obra do poeta Luís de Camões:
a) construiu uma epopéia do povo português, exaltando seus feitos e aventuras.
b) ressaltou as conquistas políticas portuguesas, com o fim do absolutismo.
c) teve importância fundamental para a época, embora não tenha se destacado no mundo lusófono.
d) imitou a estrutura da Divina Comédia de Dante e foi, por isso, pouco original.
e) afirmou a literatura portuguesa como a mais importante do Renascimento.

6. Nas obras Comentariolus e Revolução das Orbes Celestes, Nicolau Copérnico formulou uma teoria que
desafiou os dogmas da Igreja Católica Apostólica Romana, ao conceber um novo modelo. Assinale a
alternativa que apresenta, corretamente, os valores culturais do Renascimento:
a) Coloquialismo, fundamentalismo e escatologia.
b) Formalismo, relativismo e misticismo.
c) Gnosticismo, hermetismo e sofismo.
d) Heliocentrismo, antropocentrismo e racionalismo.
e) Teocentrismo, aristotelismo e quiliasmo.

4
História

7. A Literatura apresenta, de imediato, uma novidade, que é a utilização das novas línguas nacionais,
derivadas do latim: o espanhol, o português, o italiano, o francês. Tendo como tema central o Homem,
os escritores, com profundo senso crítico, buscaram elaborar um novo conceito de vida e de homem.
A época medieval foi profundamente satirizada em seus valores essenciais: a cavalaria, a Igreja, a
nobreza.
(FARIA et al, 1993, p. 51). FARIA, R. et al. História. Belo Horizonte: Editora Lê, v.3,1993.

As características da literatura renascentista, descritas no texto, estão associadas a um contexto


histórico no qual se destacava:
a) o poder da nobreza feudal, responsável pelo governo das cidades e pela cobrança dos impostos
das terras reais.
b) a desagregação da economia da Baixa Idade Média, como resultado da atuação das Cruzadas no
contato com o Oriente.
c) a permanência do escravismo, paralelamente ao trabalho dos servos, como base da produção da
riqueza na economia da Baixa Idade Média.
d) o processo de urbanização, de ascensão da burguesia e da revolução comercial, que marcou a
Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna.
e) a formação do Sacro Império Romano Germânico e do Império Italiano, forças políticas controla
doras da Europa na Idade Moderna.

8. A análise histórica do Renascimento italiano, caso das obras de Leonardo da Vinci e de Brunelleschi,
permite identificar uma convergência entre as artes plásticas e as concepções burguesas sobre a
natureza e o mundo naquele período. Acerca da relação entre artistas e burgueses, é correto afirmar
que ambos:
a) convergiram em ideias, pois valorizavam a pesquisa científica e a invenção tecnológica.
b) retomaram o conceito medieval de antropocentrismo ao valorizar o indivíduo e suas obras
pessoais.
c) adotaram os valores da cultura medieval para se contrapor ao avanço político e econômico dos
países protestantes.
d) discordaram quanto aos assuntos a serem abordados nas pinturas, pois os burgueses não
financiavam obras com temas religiosos.
e) defenderam a adoção de uma postura menos opulenta em acordo com os ideais do capitalismo
emergente e das técnicas mais simples das artes.

5
História

9. As condições históricas que favoreceram a Renascença, na transição da Idade Média para a Moderna,
foram:
a) a crise do poder da Igreja e a atrofia das cidades e do comércio, particularmente na Península
Itálica.
b) a preservação da cultura greco-romana nos mosteiros e o fortalecimento das relações feudais de
produção.
c) o enriquecimento das cidades italianas e o desejo de afirmação da burguesia com o patrocínio às
artes.
d) o mecenato praticado por papas e monarcas e a renovação da cultura devido à ênfase dada à
religião.
e) o desejo, por parte da nobreza, de glorificar o homem e a valorização da fé no lugar do racionalismo.

10.

Sant’Ana, a Virgem e o Menino com o cordeiro, óleo sobre madeira de Leornardo da Vinci (séc. XVI)

É correto afirmar que a figura expressa as seguintes características do Renascimento:


a) A busca de estabilidade e equilíbrio, bem como o uso da perspectiva na pintura.
b) A dissociação entre os conhecimentos científicos e práticos, para melhor compreender o mundo
e o próprio ser humano.
c) A pintura de cenas religiosas para despertar nos fiéis o temor a Deus e levá-los a refletir sobre a
vida após a morte e a salvação da alma.
d) Destaca-se, dentre as novas técnicas da pintura renascentista, a pintura mural em substituição às
telas com tinta a óleo.
e) O desprezo à observação e ao método experimental nas representações sobre a natureza e o ser
humano.

6
História

Gabarito

1. B
A sociedade renascentista já iniciava um processo de desvalorização do pensamento e da cultura
medieval durante o século XV, no entanto, com o iluminismo, a produção de conhecimento sobre o
período medieval ampliou a visão pessimista desse passado.

2. A
O contexto analisado revela o surgimento da classe burguesa e seu fortalecimento através do
renascimento comercial e urbano. A circulação de moedas e a valorização do comércio nas novas cidades
que surgiam foram características fundamentais para também para o renascimento cultural.

3. B
A revolução científica e o renascimento artístico muitas vezes cruzaram seus caminhos, sobretudo
através de personalidades como Michelangelo e Leonardo Da Vinci, que valorizavam a observação, os
estudos científicos e a razão como ferramentas para se criar uma obra de arte.

4. C
No trecho “eis porque o glorioso astro Sol / está em nobre eminência entronizado / e centralizado no meio
dos outros”, o autor expõe sua visão da teoria de Nicolau Copérnico, que questionava a Igreja Católica ao
afirmar que o Sol estaria no centro do universo, em um modelo heliocêntrico.

5. A
Luís de Camões foi um dos grandes responsáveis pela construção linguística e identitária de Portugal,
enaltecendo a história do país e as aventuras portuguesas pelo Atlântico.

6. D
Dentre as alternativas apresentadas, heliocentrismo, antropocentrismo e racionalismo são características
do renascimento, pois colocam o sol como centro do univerno, o ser humano como a grande criação
divina e a razão como a forma de ver e entender o mundo.

7. D
As características mencionadas demonstram uma ruptura do renascimento com o pensamento medieval,
dominado pela Igreja Católica, pela servidão e pelo feudalismo.

8. A
As ideias burguesas e o pensamento artístico do período se convergiam, pois a forma racional de ver o
mundo e a valorização de ideais em comum ligava os dois grupos. Além do mais, os grandes
financiadores das artes plásticas foram os burgueses, que ansiavam por representações artísticas deste
novo mundo que desejavam construir.

9. C
Com a reabertura do mar mediterrâneo e o renascimento urbano e comercial, as cidades italianas
passaram a dominar as principais rotas comerciais da região e se tornaram grandes polos atrativos para
burgueses, artistas e viajantes. Com essa conjuntura formada, o renascimento artístico e cultural logo
aflorou nas cidades italianas, com a ascensão da própria burguesia como classe.

7
História

10. A
Uma das características do racionalismo e do classicismo renascentista é a busca pelo equilíbrio e a
visão do mundo de forma racional, ou seja, equilibrada, bem distribuída e calculada. Assim, a perspectiva
nas obras de arte se tornou uma forma de trazer essa racionalidade para dentro das pinturas.

8
Literatura

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Literatura

Arte e Literatura: conceitos iniciais

Resumo

A arte
A palavra arte é derivada do termo latino “ars”, que significa arranjo ou habilidade. Neste sentido, podemos
entender a noção de arte como um meio de criação, produção de novas técnicas e perspectivas. Há
diferentes visões artísticas, mas todas possuem em comum a intenção de representar simbolicamente a
realidade, sendo assim, resultado de valores, experiências e culturas de um povo em um determinado
momento ou contexto histórico.

Quadro “Antropofagia”, de Tarsila do Amaral

A arte pode ser composta pela linguagem não verbal (por meio de imagens, sons, gestos, etc.) ou, ainda, pela
linguagem verbal, formada por palavras. Quando ocorre a fusão entre os dois tipos de linguagem, chamamos
de linguagem mista ou híbrida. É importante dizer, ainda, que ainda que a arte faça referência a algum período
histórico ou político, essa não possui compromisso de retratar fidedignamente a realidade e possui o intuito
de instigar, despertar o incômodo, romper com os padrões.

A literatura
Além disso, a literatura também é um tipo de manifestação artística e sua “matéria prima” são as palavras,
que podem compor prosas ou versos literários. A linguagem, em geral, explora bastante o sentido conotativo
e o uso das figuras de linguagem contribuem para a construção estética do texto. Os movimentos literários,
que estudaremos em breve, estão vinculados a um contexto histórico e possuem características que
representam os anseios e costumes de um determinado tempo.
Os textos literários têm maior expressividade, há uma seleção vocabular que visa transmitir subjetividade,
uma preocupação com a função estética, a fim de provocar e desestabilizar o leitor, as palavras possuem
uma extensão de significados e faz-se preciso um olhar mais atento à leitura, que não prioriza a informação,
mas sim, o caráter poético.
Veja, abaixo, exemplos de textos literários:

1
Literatura

Anúncios classificados
Vendedoras. Ótima aparência, excelente salário. Rua tal, no tal. Recusada.
Boutique cidade precisa moça boa aparência entre 25 e 30 anos. Marcar entrevista tel. no tal. Recusada.
Moças bonitas e educadas para trabalhar como recepcionistas. Garantimos ganhos acima de um milhão.
Procurar D. Fulana das 12,00 às 20,00 horas, na rua tal, no tal. Recusada.
Senhor solitário com pequeno defeito físico procura moça de 30 anos para lhe fazer companhia. Não precisa
ser bonita. Endereço tal.
Desta vez ela não disfarçou a corcunda nem pôs óculos escuros para esconder o estrabismo. Contratada.
(CUNHA, Helena Parente. Cem mentiras de verdade, 1985)

Morte do Leiteiro

Há pouco leite no país, que aspira ao pouco de leite


é preciso entregá-lo cedo. disponível em nosso tempo,
Há muita sede no país, avancemos por esse beco,
é preciso entregá-lo cedo. peguemos o corredor,
Há no país uma legenda, depositemos o litro…
que ladrão se mata com tiro. Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata Meu leiteiro tão sutil
sai correndo e distribuindo de passo maneiro e leve,
leite bom para gente ruim. antes desliza que marcha.
Sua lata, suas garrafas É certo que algum rumor
e seus sapatos de borracha sempre se faz: passo errado,
vão dizendo aos homens no sono vaso de flor no caminho,
que alguém acordou cedinho cão latindo por princípio,
e veio do último subúrbio ou um gato quizilento.
trazer o leite mais frio E há sempre um senhor que acorda,
e mais alvo da melhor vaca resmunga e torna a dormir.
para todos criarem força
na luta brava da cidade. Mas este acordou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
Na mão a garrafa branca não quis saber de mais nada.
não tem tempo de dizer O revólver da gaveta
as coisas que lhe atribuo saltou para sua mão.
nem o moço leiteiro ignaro, Ladrão? se pega com tiro.
morador na Rua Namur, Os tiros na madrugada
empregado no entreposto, liquidaram meu leiteiro.
com 21 anos de idade, Se era noivo, se era virgem,
sabe lá o que seja impulso se era alegre, se era bom,
de humana compreensão. não sei,
E já que tem pressa, o corpo é tarde para saber.
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria. Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
E como a porta dos fundos Meu Deus, matei um inocente.
também escondesse gente Bala que mata gatuno

2
Literatura

também serve pra furtar Da garrafa estilhaçada,


a vida de nosso irmão. no ladrilho já sereno
Quem quiser que chame médico, escorre uma coisa espessa
polícia não bota a mão que é leite, sangue… não sei.
neste filho de meu pai. Por entre objetos confusos,
Está salva a propriedade. mal redimidos da noite,
A noite geral prossegue, a manhã custa a chegar, duas cores se procuram,
mas o leiteiro suavemente se tocam,
estatelado, ao relento, amorosamente se enlaçam,
perdeu a pressa que tinha. formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.
Carlos Drummond de Andrade

Poema Brasileiro
No Piauí de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade

No Piauí
de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade

No Piauí
de cada 100 crianças
que nascem
78 morrem
antes
de completar
8 anos de idade

Antes de completar 8 anos de idade


antes de completar 8 anos de idade
antes de completar 8 anos de idade
antes de completar 8 anos de idade
Ferreira Gullar, 1962.

Diferenças entre o texto literário e o não-literário


Diferente do poema da autora Cecília Meireles, em que há uma transmissão de sensibilidade nos versos, os
textos não literários são aqueles que possuem o caráter informativo, que visam notificar, esclarecer e
utilizam uma linguagem mais clara e objetiva. Jornais, artigos, propagandas publicitárias e receitas
culinárias são ótimos exemplos de textos não literários, pois esses têm o foco em comunicar, informar,
instruir, etc.

2
Literatura

Exercícios

1.

PICASSO, P. Cabeça de touro. Bronze, 33,5 cm x 43,5 cm x 19 cm. Musée Picasso, Paris. França, 1945. JANSON, H. W.
Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

Na obra Cabeça de touro, o material descartado torna-se objeto de arte por meio da
a) reciclagem da matéria-prima original.
b) complexidade da combinação de formas abstratas.
c) perenidade dos elementos que constituem a escultura.
d) mudança da funcionalidade pela integração dos objetos.
e) fragmentação da imagem no uso de elementos diversificados.

2
Literatura

2. Inverno! inverno! inverno!


Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos
sempre, desesperadamente, para lá do horizonte, perpétua solidão inóspita, onde apenas se ouve a
voz do vento que passa uivando como uma legião de lobos, através da cidade de catedrais e túmulos
de cristal na planície, fantasmas que a miragem povoam e animam, tudo isto: decepções, obscuridade,
solidão, desespero e a hora invisível que passa como o vento, tudo isto é o frio inverno da vida.
Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma dos lugares onde a natureza dorme por meses, à
espera do sol avaro que não vem.
POMPEIA, R. Canções sem metro. Campinas: Unicamp, 2013.

Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que
se observa a
a) imprecisão no sentido dos vocábulos.
b) dramaticidade como elemento expressivo.
c) subjetividade em oposição à verossimilhança.
d) valorização da imagem com efeito persuasivo.
e) plasticidade verbal vinculada à cadência melódica.

3. Essa lua enlutada, esse desassossego


A convulsão de dentro, ilharga
Dentro da solidão, corpo morrendo
Tudo isso te devo.
E eram tão vastas
As coisas planejadas, navios,
Muralhas de marfim, palavras largas
Consentimento sempre. E seria dezembro.
Um cavalo de jade sob as águas
Dupla transparência, fio suspenso
Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
E tudo se desfez no pórtico do tempo
Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro
Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
Também isso te devo.
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 2018.

No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo,
aflora o
a) cuidado em apagar da memória os restos do amor.
b) amadurecimento revestido de ironia e desapego.
c) mosaico de alegrias formado seletivamente.
d) desejo reprimido convertido em delírio.
e) arrependimento dos erros cometidos.

3
Literatura

4. Eu sobrevivi do nada, do nada


Eu não existia
Não tinha uma existência
Não tinha uma matéria
Comecei existir com quinhentos milhões
e quinhentos mil anos
Logo de uma vez, já velha
Eu não nasci criança, nasci já velha
Depois é que eu virei criança
E agora continuei velha
Me transformei novamente numa velha
Voltei ao que eu era, uma velha
PATROCÍNIO, S. In: MOSÉ, V. (Org ). Reino dos bichos e dos animais é meu nome. Rio de Janeiro: Azougue, 2009

Nesse poema de Stela do Patrocínio, a singularidade da expressão lírica manifesta-se na


a) representação da infância, redimensionada no resgate da memória.
b) associação de imagens desconexas, articuladas por uma fala delirante.
c) expressão autobiográfica, fundada no relato de experiências de alteridade.
d) incorporação de elementos fantásticos, explicitada por versos incoerentes
e) transgressão à razão, ecoada na desconstrução de referências temporais.

5. amora
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor

a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
Marco Catalão, Sob a face neutra
É correto afirmar que o poema
a) aborda o tema da memória, considerada uma faculdade que torna o ser humano menos amargo e
sombrio.
b) enfoca a hesitação do eu lírico diante das palavras, o que vem expresso pela repetição da palavra
“talvez”.
c) apresenta natureza romântica, sendo as palavras “amora” e “amargo” metáforas do sentimento
amoroso.
d) possui reiterações sonoras que resultam em uma tensão inusitada entre os termos “amor” e
“amar”.
e) ressalta os significados das palavras tal como se verificam no seu uso mais corrente.

4
Literatura

6. O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que fazia uma volta
atrás de casa.
Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada. Não era
mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Best Seller, 2008.

O sujeito poético questiona o uso do vocábulo “enseada” porque a


a) terminologia mencionada é incorreta.
b) nomeação minimiza a percepção subjetiva.
c) palavra é aplicada a outro espaço geográfico.
d) designação atribuída ao termo é desconhecida.
e) definição modifica o significado do termo no dicionário.

7. Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa.


Mas mais frágil fica a bota.
Gonçalo M. Tavares, 1: poemas.

*sesta: repouso após o almoço.

Considerando que se trata de um texto literário, uma interpretação que seja capaz de captar a sua
complexidade abordará o poema como
a) uma defesa da natureza.
b) um ataque às forças armadas.
c) uma defesa dos direitos humanos.
d) uma defesa da resistência civil.
e) um ataque à passividade.

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Literatura

8.
TEXTO I TEXTO II

Fotografia de Jackson Pollock pintando em seu


MUNIZ, V. Action Photo (segundo Hans Namuth em
ateliê, realizada por Hans Namuth em 1951. CHIPP,
Pictures in Chocolate). Impressão fotográfica, 152,4 cm x
H. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins
121,92 cm, The Museum of Modern Art, Nova Iorque,
Fontes, 1988
1977. NEVES, A. História da arte 4. Vitória: Ufes – Nead,
2011.

Utilizando chocolate derretido como matéria-prima, essa obra de Vick Muniz reproduz a célebre
fotografia do processo de criação de Jackson Pollock. A originalidade dessa releitura reside na
a) apropriação parodística das técnicas e materiais utilizados.
b) reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte.
c) simplificação dos traços da composição pictórica.
d) contraposição de linguagens artísticas distintas.
e) crítica ao advento do abstracionismo.

6
Literatura

9. TEXTO I

ALMEIDA, H. Dentro de mim, 2000. Fotografia p/b. 132 cm x 88 cm. Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

TEXTO II
A body art põe o corpo tão em evidência e o submete a experimentações tão variadas, que sua
influência estende-se aos dias de hoje. Se na arte atual as possibilidades de investigação do corpo
parecem ilimitadas – pode-se escolher entre representar, apresentar, ou ainda apenas evocar o corpo
– isso ocorre graças ao legado dos artistas pioneiros.
SILVA, P R. Corpo na arte, body art, body modification: fronteiras. II Encontro de História da Arte: IFCH-Unicamp, 2006
(adaptado).

Nos textos, a concepção de body art está relacionada à intenção de


a) estabelecer limites entre o corpo e a composição.
b) fazer do corpo um suporte privilegiado de expressão.
c) discutir políticas e ideologias sobre o corpo como arte.
d) compreender a autonomia do corpo no contexto da obra.
e) destacar o corpo do artista em contato com o expectador.

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Literatura

10. Somente uns tufos secos de capim empedrados crescem na silenciosa baixada que se perde de vista.
Somente uma árvore, grande e esgalhada mas com pouquíssimas folhas, abre-se em farrapos de
sombra. Único ser nas cercanias, a mulher é magra, ossuda, seu rosto está lanhado de vento. Não se
vê o cabelo, coberto por um pano desidratado. Mas seus olhos, a boca, a pele – tudo é de uma aridez
sufocante. Ela está de pé. A seu lado está uma pedra. O sol explode.
Ela estava de pé no fim do mundo. Como se andasse para aquela baixada largando para trás suas
noções de si mesma. Não tem retratos na memória. Desapossada e despojada, não se abate em
autoacusações e remorsos. Vive. Sua sombra somente é que lhe faz companhia. Sua sombra, que se
derrama em traços grossos na areia, é que adoça como um gesto a claridade esquelética. A mulher
esvaziada emudece, se dessangra, se cristaliza, se mineraliza. Já é quase de pedra como a pedra a
seu lado. Mas os traços de sua sombra caminham e, tornando-se mais longos e finos, esticam-se
para os farrapos de sombra da ossatura da árvore, com os quais se enlaçam.
FRÓES, L. Vertigens: obra reunida. Rio de Janeiro: Rocco, 1998

Na apresentação da paisagem e da personagem, o narrador estabelece uma correlação de sentidos


em que esses elementos se entrelaçam. Nesse processo, a condição humana configura-se
a) amalgamada pelo processo comum de desertificação e de solidão.
b) fortalecida pela adversidade extensiva à terra e aos seres vivos
c) redimensionada pela intensidade da luz e da exuberância local.
d) imersa num drama existencial de identidade e de origem.
e) imobilizada pela escassez e pela opressão do ambiente.

8
Literatura

Gabarito

1. D
O enunciado fala em um material descartado tornando-se obra de arte, visto que há uma nova
funcionalidade que lhe é atribuída a partir da junção de objetos. É válido ressaltar que a reciclagem
implicaria na transformação do objeto fonte.

2. E
A plasticidade verbal verifica-se na oscilação do tamanho dos sintagmas. Além disso, a cadência
melódica diz respeito à construção do texto como prosa poética, indicado no próprio título “Canções
sem metro”.

3. B
A expressão “isso te devo” reveste-se de um sentido potencialmente irônico, pois o eu-lírico indica por
meio dela sentimentos negativos (expressos pelo desassossego, alma esvaziada, etc) causados por
esse interlocutor. Nota-se, também, o amadurecimento do eu-lírico em função dessas experiências
vividas e um desapego em relação a essa figura com quem eu-poético teve um vínculo emocional.

4. E
O poema se constrói com base em incongruências temporais propostas a partir de transformações do
eu lírico.

5. D
O jogo de palavras em que se dispõe o eu írico para cultivar um sentimento no leitor traz a análise
morfológica dos termos “amor” e “amar”, de modo a ressignificar seus sentidos para a caracterização
literária.

6. B
O uso do substantivo “enseada” destitui o cenário admirado pelo eu lírico de beleza, graça, poesia. Ou
seja, trata-se de uma perda da impressão subjetiva sobre o espaço, característica típica de Manoel de
Barros.

7. D
A interpretação do texto aborda a resistência, representada pela planta, em aguentar a imensidão de
repressão, aí caracterizada pelo exército de pisadas. Embora ela sofra, há também o impacto por quem
a pisa, demonstrando, desse modo, uma força contrária para se fortalecer diante a ações hostis.

8. A
O texto II propõe um diálogo intertextual. Há um elemento paródico ao se utilizar o chocolate derretido
como matéria-prima da obra de arte. É válido ressaltar que não necessariamente a paródia implica uma
atitude de zombaria.

9. B
A partir da análise dos dois textos, é possível identificar que a concepção de body art diz respeito à
utilização do corpo como suporte para a expressão do sujeito.

9
Literatura

10. A
O enunciado reforça o entrelaçamento dos elementos contidos no texto, e a letra A, por meio da palavra
“amalgamada”, evidencia essa fusão da mulher com a natureza.

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Gêneros literários: épico/narrativo

Resumo

Os gêneros literários
Os gêneros literários são conjuntos ou categorias que reúnem aspectos semelhantes de forma e conteúdo
em relação às produções literárias. Esse agrupamento também pode ser realizado de acordo com
características semânticas, contextuais, discursivas e sintáticas. O filósofo Aristóteles foi o primeiro a definir
os gêneros e os dividiu em três importantes classificações: épico ou narrativo, dramático e lírico.

Gênero épico/narrativo
No gênero épico, do grego “epikos”, há a presença de uma narrativa mitológica com temáticas grandiosas e
heróicas sobre a história de um povo e seus personagens. O narrador fala de um determinado passado e
apresenta também o espaço onde sucederam as ações. Em geral, o texto é constituído por versos e há a
presença de elementos míticos ou fantasiosos.
Duas obras muito conhecidas são “Ilíada” e “Odisseia”, heróis épicos da Grécia Antiga. Na Idade Média, Dante
Alighieri retoma a escrita com “Divina Comédia”; já na Era Moderna, Luís Vaz de Camões revive o gênero com
“Os Lusíadas”. Abaixo, você encontra um pequeno trecho de “Ilíada” e algumas características da lírica
épica:
“Torna ao conflito o herói; se à frente há pouco
Era atroz, o furor se lhe triplica.
Quando o leão, que assalta agreste bardo,
Sem rendê-lo o pastor golpeia e assanha,
Foge e a grei desampara; a pulo a fera
Trepa, amedronta o ermo, umas sobre outras
Atropela as lanígeras ovelhas,
Do redil sai ovante e ensangüentado:
Anda assim na baralha o cru Tidides.”

Já o texto gênero narrativo nasce na modernidade derivado do épico, no entanto, é constituído em prosa.
São exemplificados pelas novelas, romances, contos, etc. Por desenvolver uma estrutura diferente das
antigas obras épicas, ela é caracterizada por:
• Apresentação: Introdução dos personagens, tempo, espaço em que seguirá a narrativa.

• Desenvolvimento: parte da história é desenvolvida com base nas ações dos personagens, direcionando
a um momento de ápice.
• Clímax: momento da história de maior tensão, é o ápice da narrativa.
• Desfecho: finalização dos conflitos e desenvolvimentos, conclusão dos peronagens e de suas relações.
Leia, abaixo, um trecho da obra “Senhora”, de José de Alencar e identifique as características do texto
narrativo:
“Filho de um empregado público e órfão aos dezoito anos, Seixas foi obrigado a abandonar seus estudos na
Faculdade de São Paulo pela impossibilidade em que se achou sua mãe de continuar-lhe a mesada.

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Já estava no terceiro ano, e se a natureza que o ornara de excelentes qualidades lhe desse alguma energia
a força de vontade, conseguiria ele vencendo pequenas dificuldades, concluir o curso; tanto mais quanto um
colega e amigo, o Torquato Ribeiro lhe oferecia hospitalidade até que a viúva pudesse liquidar o espólio.
Mas Seixas era desses espíritos que preferem a trilha batida, e só impelidos por alguma forte paixão, rompem
com a rotina. Ora, a carta de bacharel não tinha grande solução para sua bela inteligência mais propensa à
literatura e ao jornalismo.”

Elementos do gênero épico/narrativo

Os elementos da narrativa são essenciais para o gênero, pois é por meio deles que ocorre o decorrer das
ações da história. Dividem-se em cinco:
• Personagem: São as pessoas presentes na narrativa. De acordo com sua importância, são denominados
como “protagonistas” (figuras principais) ou “coadjuvantes” (personagens secundários).
• Enredo: É o tema/assunto da história, que pode ser contada de maneira linear ou não-linear (respeitando
ou não a cronologia). E a partir dele que irá se desdobrar o decorrer da narrativa.
• Tempo: Podendo ser cronológico (que segue uma linearidade dos acontecimentos) ou de modo interior
e digressivo, é importante ressaltar que toda a narrativa é transmitida em um certo tempo para que se
façam os acontecimentos.
• Espaço: É o local em que se desenvolve a narrativa. Podendo ser físico ou psicológico, determinará onde
as ações irão acontecer.
• Narrador: Também chamado de “foco narrativo”, é a “voz” do texto, ou seja, é quem irá transmitir as
ideias presentes da narrativa.
Obs: É importante lembrar os tipos de narradores: há o narrador-personagem, que é aquele que narra e
também faz parte do enredo; há o narrador-observador, que não faz parte do enredo e narra a história em 3ª
pessoa e, por fim, há o narrador onisciente, que é aquele que narra e sabe os anseios e sentimentos dos
personagens.

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Textos de apoio:

TEXTO I
Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a musa antiga canta
Que outro valor mais alto se alevanta
CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas
TEXTO II
O arquivo
No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em seus vencimentos.
joão era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso, embora tenha sido um os
poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a
agradecer ao chefe.
No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o salário reduzido, podia
pagar um aluguel menor.
Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito. Acordava mais cedo,
e isto parecia aumentar-lhe a disposição.
Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.
O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.
Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. A redução foi um pouco maior: dezessete por cento.
Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.
Agora joão acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação, comia menos. Ficou
mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O contentamento aumentou.
Prosseguiu a luta.
Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.
(...)
A vida foi passando, com novos prêmios.
Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo acomodara-se à fome.
Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais
problemas de moradia ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os
farrapos de um lençol adquirido há muito tempo.
O corpo era um monte de rugas sorridentes.
Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou quarenta anos de
serviço, foi convocado pela chefia:
— Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua função, a partir de
amanhã, será a de limpador de nossos sanitários.
O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca tremeu, mas nada disse.
Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir:
— Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha aposentadoria.
O chefe não compreendeu:

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— Mas seu joão, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de alguns meses terá de
pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de convívio? O
senhor ainda está forte. Que acha?
A emoção impediu qualquer resposta.
joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura regrediu. A cabeça se
fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-
se cinzento.
João transformou-se num arquivo de metal.
Victor Giudice

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Exercícios

1. Autorretrato falado
Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.

Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar


entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.

Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que


fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!

Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço


coisas inúteis.

No meu morrer tem uma dor de árvore.


Manoel de Barros

Uma obra literária pode combinar diferentes gêneros, embora, de modo geral, um deles se mostre
dominante. O poema de Manoel de Barros, predominantemente lírico, apresenta características de um
outro gênero. Qual?
a) Gênero épico.
b) Gênero poético.
c) Gênero elegíaco.
d) Gênero dramático.
e) Gênero narrativo.

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2. “Musa, reconta-me os feitos do herói astucioso que muito


peregrinou, dês que desfez as muralhas sagradas de Troia;
muitas cidades dos homens viajou, conheceu seus costumes,
como no mar padeceu sofrimento inúmeros na alma,
para que a vida salvasse e de seus companheiros a volta.”
HOMERO. Odisseia. Tradução: Carlos Alberto Nunes. 5. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. Coleção Universidade. (Fragmento).

O texto acima é parte da cena de abertura do poema épico grego Odisseia. A partir da leitura atenta do
fragmento e dos conhecimentos acumulados sobre o gênero épico, podemos afirmar que este:
a) Tem como característica principal a existência de cinco fatores: tempo, espaço, narrador,
personagem e enredo.
b) Responde à necessidade humana de expressão da individualidade e da subjetividade, a partir da
presença marcante de um eu lírico.
c) Gira em torno, principalmente, do cuidado com a linguagem, concentrando-se mais na forma do
que no conteúdo.
d) Celebra, em estilo solene e grandioso, um acontecimento histórico protagonizado por um herói.
e) Concentra-se no diálogo como principal fio condutor da história.

3. Ed Mort só vai
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana
entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um cinzeiro.
Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vencerão. Comprei
um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia
entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando as máscaras.
Espisoteei meia dúzia. As outras atacarama mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal era
novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco.
Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com balconista topless.
Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.
VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).

Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído por uma


a) segmentação de enunciados baseada na descrição dos hábitos do personagem.
b) ordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o núcleo verbal.
c) estrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular dos períodos.
d) sequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos.
e) seleção lexical na qual predominam informações redundantes.

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4. Em casa, Hideo ainda podia seguir fiel ao imperador japonês e às tradições que trouxera no navio que
aportara em Santos. […] Por isso Hideo exigia que, aos domingos, todos estivessem juntos durante o
almoço. Ele se sentava à cabeceira da mesa; à direita ficava Hanashiro, que era o primeiro filho, e
Hitoshi, o segundo, e à esquerda, Haruo, depois Hiroshi, que era o mais novo. […] A esposa, que também
era mãe, e as filhas, que também eram irmãs, aguardavam de pé ao redor da mesa […]. Haruo
reclamava, não se cansava de reclamar: que se sentassem também as mulheres à mesa, que era um
absurdo aquele costume. Quando se casasse, se sentariam à mesa a esposa e o marido, um em frente
ao outro, porque não era o homem melhor que a mulher para ser o primeiro […]. Elas seguiam de pé, a
mãe um pouco cansada dos protestos do filho, pois o momento do almoço era sagrado, não era hora
de levantar bandeiras inúteis […].
NAKASATO, O. Nihonjin. São Paulo: Benvirá, 2011 (fragmento).

Referindo-se a práticas culturais de origem nipônica, o narrador registra as reações que elas
provocam na família e mostra um contexto em que
a) a obediência ao imperador leva ao prestígio pessoal.
b) as novas gerações abandonam seus antigos hábitos.
c) a refeição é o que determina a agregação familiar
d) os conflitos de gênero tendem a ser neutralizados.
e) o lugar à mesa metaforiza uma estrutura de poder

5. Leia o texto a seguir e classifique-o de acordo com o gênero:

O lobo e o leão
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à conclusão
que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-se daquela
merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no
caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a
ovelha.
O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom
injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito
me pertence!"
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas como o
Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma
merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por acaso,
terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?"

a) Gênero lírico – crônica.


b) Gênero épico – anedota.
c) Gênero narrativo – conto.
d) Gênero lírico – poema.
e) Gênero narrativo – fábula.

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6. Menina
A máquina de costura avançava decidida sobre o pano. Que bonita que a mãe era, com os alfinetes na
boca. Gostava de olhá-la calada, estudando seus gestos, enquanto recortava retalhos de pano com a
tesoura. Interrompia às vezes seu trabalho, era quando a mãe precisava da tesoura. Admirava o jeito
decidido da mãe ao cortar pano, não hesitava nunca, nem errava. A mãe sabia tanto! Tita chamava-a
de ( ) como quem diz ( ). Tentava não pensar as palavras, mas sabia que na mesma hora da tentativa
tinha-as pensado. Oh, tudo era tão difícil. A mãe saberia o que ela queria perguntar-lhe intensamente
agora quase com fome depressa depressa antes de morrer, tanto que não se conteve e — Mamãe, o
que é desquitada? — atirou rápida com uma voz sem timbre. Tudo ficou suspenso, se alguém gritasse
o mundo acabava ou Deus aparecia — sentia Ana Lúcia. Era muito forte aquele instante, forte demais
para uma menina, a mãe parada com a tesoura no ar, tudo sem solução podendo desabar a qualquer
pensamento, a máquina avançando desgovernada sobre o vestido de seda brilhante espalhando luz
luz luz.
ÂNGELO, I. Menina. In: A face horrível. São Paulo: Lazuli, 2017.

Escrita na década de 1960, a narrativa põe em evidência uma dramaticidade centrada na


a) insinuação da lacuna familiar gerada pela ausência da figura paterna.
b) associação entre a angústia da menina e a reação intempestiva da mãe.
c) relação conflituosa entre o trabalho doméstico e a emancipação feminina.
d) representação de estigmas sociais modulados pela perspectiva da criança.
e) expressão de dúvidas existenciais intensificadas pela percepção do abandono.

7. TEXTO I
João Guedes, um dos assíduos frequentadores do boliche do capitão, mudara-se da campanha havia
três anos. Três anos de pobreza na cidade bastaram para o degradar. Ao morrer, não tinha um vintém
nos bolsos e fazia dois meses que saíra da cadeia, onde estivera preso por roubo de ovelha.
A história de sua desgraça se confunde com a da maioria dos que povoam a aldeia de Boa Ventura,
uma cidadezinha distante, triste e precocemente envelhecida, situada nos confins da fronteira do
Brasil com o Uruguai.
MARTINS, C. Porteira fechada. Porto Alegre: Movimento, 2001 (fragmento).
TEXTO II
Comecei a procurar emprego, já topando o que desse e viesse, menos complicação com os homens,
mas não tava fácil. Fui na feira, fui nos bancos de sangue, fui nesses lugares que sempre dão para
descolar algum, fui de porta em porta me oferecendo de faxineiro, mas tava todo mundo escabreado
pedindo referências, e referências eu só tinha do diretor do presídio.
FONSECA, R. Feliz Ano Novo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (fragmento).

A oposição entre campo e cidade esteve entre as temáticas tradicionais da literatura brasileira. Nos
fragmentos dos dois autores contemporâneos, esse embate incorpora um elemento novo: a questão
da violência e do desemprego.
As narrativas apresentam confluência, pois nelas o(a)
a) criminalidade é algo inerente ao ser humano, que sucumbe a suas manifestações.
b) meio urbano, especialmente o das grandes cidades, estimula uma vida mais violenta.
c) falta de oportunidades na cidade dialoga com a pobreza do campo rumo à criminalidade.
d) êxodo rural e a falta de escolaridade são causas da violência nas grandes cidades.
e) complacência das leis e a inércia das personagens são estímulos à prática criminosa.

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Texto para as questões 8 e 9


(…) Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de
aperto fui obrigado a atirá-los na água. Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável?
Quase me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-me-ia propenso a
consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com rigor a hora exata de uma partida, quantas
demoradas tristezas se aqueciam ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das
árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases autênticas, gestos, gritos,
gemidos. Mas que significa isso?
Essas coisas verdadeiras não ser verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco,
pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se, cresceram, associaram-se, e é
inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam absolutamente exatas? Leviandade.
(…) Nesta reconstituição de fatos velhos, neste esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado.
Outros devem possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem as minhas:
conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade (…)
(RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio, São Paulo: Record, 1984.)

8. A relação entre autor e narrador pode assumir feições diversas na literatura. Pode-se dizer que tal
relação tem papel fundamental na caracterização de textos que, a exemplo do livro de Graciliano
Ramos, constituem uma autobiografia – gênero literário definido como relato da vida de um indivíduo
feito por ele mesmo.
A partir dessa definição, é possível afirmar que o caráter autobiográfico de uma obra é reconhecido
pelo leitor em virtude de:
a) Conteúdo verídico das experiências pessoais e coletivas relatadas
b) Identidade de nome entre autor, narrador e personagem principal
c) Possibilidade de comprovação histórica de contextos e fatos narrados
d) Notoriedade do autor e de sua história junto ao público e a sociedade

9. Essas coisas verdadeiras podem não ser verossímeis

Com a frase acima, o escritor lembra um princípio básico da literatura: a verossimilhança – isto é, a
semelhança com a verdade – é mais importante do que a verdade mesma. A melhor explicação para
este princípio é a de que a invenção narrativa se mostra mais convincente se:
a) Parecer contar uma história real.
b) Quer mostrar seu caráter ficcional
c) Busca apoiar-se em fatos conhecidos
d) Tenta desvelar as contradições sociais

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10. Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida.
Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre
houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início,
se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré- história já havia os monstros
apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois
juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida,
inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde
saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que
justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos
antecedentes.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector,
culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-
se essa peculiaridade porque o narrador
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às
personagens.
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos
que a compõem.
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as
palavras exatas.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de
ficção.

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Gabarito

1. E
O poema apresenta características do gênero narrativo. Essa mistura dos gêneros - em que o verso se
aproxima da prosa - é uma herança da poesia modernista. Uma das características do gênero narrativo
que se mostra no poema de Manoel de Barros é a apresentação dos fatos numa sequência temporal, tal
como se dá quando contamos uma história. (Comentário Uerj)

2. D
O gênero épico é conhecido por exaltar grandes feitos, por trazer a imagem do herói.

3. D
O efeito de humor é obtido pela concatenação de sequências inusitadas/absurdas/estranhas: baratas
roubando objetos; o rosto do King Kong andando pela sala; uma ótica com uma balconista fazendo
topless.

4. E
O lugar à mesa nas práticas culturais nipônicas reflete uma pirâmide hierárquica na qual a mulher ocupa
o lugar mais baixo.

5. E
A fábula de Esopo apresenta os elementos característicos do gênero narrativo: enredo, personagens,
clímax, espaço e tempo.

6. D
A hesitação da menina em perguntar à mãe o sentido da palavra “desquitada”, somada ao clima gerado
após a pergunta, representa o estigma social em relação à figura da mãe solteira.

7. C
A falta de oportunidades econômicas e educacionais na cidade, que exige sempre referências na hora
do emprego, dialoga com a pobreza das áreas pobres, alimentando, assim, a criminalidade e violência.

8. B
Uma vez que se trata de uma autobiografia, aquele que está sendo biografado (personagem principal)
acaba por ser, também, o autor e o narrador de sua própria história.

9. A
A verossimilhança não pode ser confundida com veracidade. Por isso, parecer contar uma história real
é o mais importante.

10. C
Nesse fragmento de “A hora da estrela”, deparamo-nos com um narrador que tece reflexões sobre
questões existenciais (“Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas”, continuarei a escrever”),
e sobre a própria construção de sua narrativa (“Como eu irei dizer agora, esta história...”)

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Literatura

Gêneros literários: lírico

Resumo

O gênero lírico
Os textos do gênero literário lírico costumam ser breves, pois, diferentemente dos épicos/narrativos, não há
uma história sendo contada, há a supressão do enredo. Versam sobre sentimentos, divagações e expressões
do eu-lírico e é por meio deles que o indivíduo extravasa suas emoções, por isso a subjetividade é uma das
características principais desse modo de escrita. Os poemas são textos que se enquadram, em sua maioria,
nesse gênero.

Observação: eu-lírico é a voz que fala com o leitor dentro do texto. O poeta é autor do eu-lírico. É comum
autores masculinos escreverem um eu-lírico do gênero oposto e vice-versa.

Os textos poéticos representam muito o gênero lírico, que mantém relações estreitas com a música.
Antigamente, as obras eram acompanhadas por instrumentos musicais. Recursos sonoros se fazem
presentes nesses textos até a atualidade, como métrica, rima e figuras de linguagem moram neles.

Recursos sonoros
Métrica: organização silábica de acordo com a fala e não com a ortografia que privilegia a sonoridade dos
versos. Conta-se desde a primeira sílaba até a última tônica do verso.
Exemplo:

E/ra u/ma/ ca/sa → de acordo com a fala: é¹ ru² ma³ cá sa (paramos de


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Mui/to en/gra/ça/da
contar na última silaba tônica do verso).
Não/ ti/nha/ te/to
Não /ti/nha /na/da
Vinicius de Moraes

Os versos acima têm 4 sílabas métricas.


Os versos podem ser classificados de acordo com as sílabas métricas:
Versos de 5 e 7 sílabas métricas são chamados de redondilhas. Os de 5 sílabas métricas são chamados de
redondilhas menores e os de 7, redondilhas maiores. Esses versos são muito populares.
Versos de 8, 9, 10, 11 sílabas métricas/poéticas, por exemplo, são classificados de acordo com a sua
quantidade. Ex: 11 sílabas métricas – versos hendecassílabos.
Além desses, há os versos de 12 sílabas poéticas, ou também conhecidos como versos Alexandrinos. São
muito importantes para a criação de textos épicos.

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Literatura

Rima: repetições sonoras no final dos versos. Podem ser avaliadas quanto a disposição nos versos e quanto
a qualidade.

Quanto à “disposição” nos versos Quanto à “qualidade”

Alternadas: ABAB Pobre: rima de palavras pertencentes à mesma classe


gramatical.
Emparelhadas: AABB
Rica: rima de palavras pertencentes a classes gramaticais
Interpoladas: ABBA diferentes.
Misturadas (requer poemas longos para Preciosa: rimas de palavras pertencentes a mais de duas
que possa existir) classes gramaticais (ex: estrela / vê-la).

Obs.: versos brancos são os que não apresentam rimas.

Outros recursos sonoros:


Anáfora: repetição de um mesmo termo no início dos versos, gerando um eco proposital dentro do texto.
Aliteração: Repetição de sons consonantais. Exemplo:
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas
Cruz e Souza

Assonância: repetição de sons vocálicos.


Sou Ana, da cama
Da cana, fulana, bacana (sacana)*
Sou Ana de Amsterdam

Chico Buarque

Refrão: não é uma figura de linguagem, mas um verso (ou conjunto de versos) que se repete a fim de criar
ritmo.

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Literatura

Textos de apoio
As pombas
Vai-se a primeira pomba despertada... Também dos corações onde abotoam
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas Os sonhos, um a um, céleres voam,
Das pombas vão-se dos pombais, apenas Como voam as pombas dos pombais;
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
No azul da adolescência as asas soltam,
E à tarde, quando a rígida nortada Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas, E eles aos corações não voltam mais.
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada... Raimundo Correia

Meus oito anos


Oh! que saudades que tenho Eu tinha nessas delícias
Da aurora da minha vida, De minha mãe as carícias
Da minha infância querida E beijos de minha irmã!
Que os anos não trazem mais! Livre filho das montanhas,
Que amor, que sonhos, que flores, Eu ia bem satisfeito,
Naquelas tardes fagueiras Da camisa aberto o peito,
À sombra das bananeiras, – Pés descalços, braços nus –
Debaixo dos laranjais! Correndo pelas campinas
Como são belos os dias À roda das cachoeiras,
De despontar da existência! Atrás das asas ligeiras
– Respira a alma inocência Das borboletas azuis!
Como perfumes a flor; Naqueles tempos ditosos
O mar é – lago sereno, Ia colher as pitangas,
O céu – um manto azulado, Trepava a tirar as mangas,
O mundo – um sonho dourado, Brincava à beira do mar;
A vida – um hino d’amor! Rezava às Ave-Marias,
Que auroras, que sol, que vida, Achava o céu sempre lindo,
Que noites de melodia Adormecia sorrindo
Naquela doce alegria, E despertava a cantar!
Naquele ingênuo folgar! […]
O céu bordado d´estrelas, Oh! que saudades que tenho
A terra de aromas cheia, Da aurora da minha vida,
As ondas beijando a areia Da minha infância querida
E a lua beijando o mar! Que os anos não trazem mais!
Oh! dias de minha infância! – Que amor, que sonhos, que flores,
Oh! meu céu de primavera! Naquelas tardes fagueiras
Que doce a vida não era À sombra das bananeiras,
Nessa risonha manhã! Debaixo dos laranjais!
Em vez das mágoas de agora,

Casemiro de Abreu

3
Literatura

Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Oswald de Andradre

2
Literatura

Exercícios

1. Texto I
No meio do caminho
No meio do caminho tinha
uma pedra
Tinha uma pedra no meio
do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha
uma pedra
ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000. (fragmento).

Texto II

DAVIS, J. Garfield, um charme de gato -7. Trad. De A gência Internacional Press. Porto Alegre: L&PM, 200.
A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que
a) o texto I perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em
quadrinho.
b) o texto II pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do
texto I.
c) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao
mesmo gênero.
d) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com
finalidades distintas.
e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como
pertencentes ao mesmo gênero.

3
Literatura

2. Primeira lição
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.
O gênero lírico compreende o lirismo.
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e pessoal.
É a linguagem do coração, do amor.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os versos sentimentais eram
declamados ao som da lira.
O lirismo pode ser:
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta.
CESAR, A. C. Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de
construção do texto indica que o(a)
a) caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.
b) tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.
c) seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística.
d) enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade.
e) referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.

4
Literatura

3. Anoitecer
A Dolores
É a hora em que o sino toca,
mas aqui não há sinos;
há somente buzinas,
sirenes roucas,
apitos aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo.
[...]
É a hora do descanso,
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz – morte – mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.
Hora de delicadeza,
agasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim,
meu passado, meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.
ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento).

Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro “A rosa do povo” revela desdobramentos da
visão poética. No fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a)
a) defesa da esperança como forma de superação das atrocidades da guerra.
b) desejo de resistência às formas de opressão e medo produzidas pela guerra.
c) olhar pessimista das instituições humanas e sociais submetidas ao conflito armado.
d) exortação à solidariedade para a reconstrução dos espaços urbanos bombardeados.
e) espírito de contestação capaz de subverter a condição de vítima dos povos afetados.

5
Literatura

4. Esses chopes dourados


[...]
quando a geração de meu pai
batia na minha
a minha achava que era normal
que a geração de cima
só podia educar a de baixo
batendo

quando a minha geração batia na de vocês


ainda não sabia que estava errado
mas a geração de vocês já sabia
e cresceu odiando a geração de cima

aí chegou esta hora


em que todas as gerações já sabem de tudo
e é péssimo
ter pertencido à geração do meio
tendo errado quando apanhou da de cima
e errado quando bateu na de baixo

e sabendo que apesar de amaldiçoados


éramos todos inocentes.
WANDERLEY, J. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001
(fragmento).

Ao expressar uma percepção de atitudes e valores situados na passagem do tempo, o eu lírico


manifesta uma angústia sintetizada na
a) compreensão da efemeridade das convicções antes vistas como sólidas.
b) consciência das imperfeições aceitas na construção do senso comum.
c) revolta das novas gerações contra modelos tradicionais de educação.
d) incerteza da expectativa de mudança por parte das futuras gerações.
e) crueldade atribuída à forma de punição praticada pelos mais velhos.

6
Literatura

5. Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,


Irerê, meu companheiro,
Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê Maria?
Ai triste sorte a do violeiro cantadô!
Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,
Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:
Que tua flauta do sertão quando assobia,
Ah! A gente sofre sem querê!
Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,
Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,
Ah! Ah!
Irerê, solta teu canto!
Canta mais! Canta mais!
Prá alembrá o Cariri!

VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e oito


violoncelos (1938-1945). Disponível em: http://euterpe.blog.br.
Acesso em: 23 abr. 2019.
Nesses versos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em uma ambientação linguisticamente apoiada
no(a)
a) uso recorrente de pronomes.
b) variedade popular da língua portuguesa.
c) eferência ao conjunto da fauna nordestina.
d) exploração de instrumentos musicais eruditos.
e) predomínio de regionalismos lexicais nordestinos

7
Literatura

6. Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.

O poema de Adélia Prado, que segue a proposta moderna de tematização de fatos cotidianos,
apresenta a prosaica ação de limpar peixes na qual a voz lírica reconhece uma
a) expectativa do marido em relação à esposa.
b) imposição dos afazeres conjugais.
c) disposição para realizar tarefas masculinas.
d) dissonância entre as vozes masculina e feminina.
e) forma de consagração da cumplicidade no casamento.

7. Sobre o gênero lírico, estão corretas, exceto:

a) Gênero marcado pela subjetividade dos textos. Presença de um eu lírico que manifesta e expõe
seus sentimentos e sua percepção acerca do mundo.
b) As mais conhecidas estruturas formais do gênero lírico são a elegia, o soneto, o hino, a sátira, o
idílio, a écloga e o epitalâmio.
c) São longos poemas narrativos em que um acontecimento histórico protagonizado por um herói é
celebrado.
d) Nota-se, no gênero lírico, a predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa e a exploração da
musicalidade das palavras.
e) Os poemas do gênero lírico podem apresentar forma livre ou estruturas formais.

8
Literatura

8. A viagem
Que coisas devo levar
nesta viagem em que partes?
As cartas de navegação só servem
a quem fica.
Com que mapas desvendar
um continente
que falta?
Estrangeira do teu corpo
tão comum
quantas línguas aprender
para calar-me?
Também quem fica
procura
um oriente.
Também
a quem fica
cabe uma paisagem nova
e a travessia insone do desconhecido
e a alegria difícil da descoberta.
O que levas do que fica,
o que, do que levas, retiro?
MARQUES, A. M. In: SANT’ANNA, A. (Org.). Rua Aribau. Porto Alegre: Tag, 2018.
A viagem e a ausência remetem a um repertório poético tradicional. No poema, a voz lírica dialoga com
essa tradição, repercutindo a
a) saudade como experiência de apatia.
b) presença da fragmentação da identidade.
c) negação do desejo como expressão de culpa.
d) persistência da memória na valorização do passado.
e) revelação de rumos projetada pela vivência da solidão.

9
Literatura

9. Carta ao Tom 74
Rua Nascimento Silva, cento e sete
Você ensinando pra Elizete
As canções de canção do amor demais
Lembra que tempo feliz
Ah, que saudade,
Ipanema era só felicidade
Era como se o amor doesse em paz
Nossa famosa garota nem sabia
A que ponto a cidade turvaria
Esse Rio de amor que se perdeu
Mesmo a tristeza da gente era mais bela
E além disso se via da janela
Um cantinho de céu e o Redentor
É, meu amigo, só resta uma certeza,
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor
MORAES, V.; TOQUINHO. Bossa Nova, sua história, sua gente. São Paulo: Universal; Philips,1975 (fragmento).

O trecho da canção de Toquinho e Vinícius de Moraes apresenta marcas do gênero textual carta,
possibilitando que o eu poético e o interlocutor
a) compartilhem uma visão realista sobre o amor em sintonia com o meio urbano.
b) troquem notícias em tom nostálgico sobre as mudanças ocorridas na cidade.
c) façam confidências, uma vez que não se encontram mais no Rio de Janeiro.
d) tratem pragmaticamente sobre os destinos do amor e da vida citadina.
e) aceitem as transformações ocorridas em pontos turísticos específicos.

10
Literatura

10. À garrafa
Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.
Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.
Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,
numa explosão
de diamantes.
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.

A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária
contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a):
a) reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão
“Por translúcidas pões".
b) subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se
em "prisão da forma".
c) visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme
expressa o verso "e te estilhaces, suicida".
d) processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos
"numa explosão / de diamantes".
e) necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente
comparada à "garrafa" a ser "estilhaçada".

11
Literatura

Gabarito

1. D
No caso, temos uma história em quadrinhos que retoma um poema de Drummond. Aliás, o conhecimento
do poema é fundamental para a compreensão da paródia realizada nos últimos quadrinhos da história.
Por fim, enquanto o texto 1 traz uma reflexão de caráter existencial e filosófica, o texto 2 tem um objetivo
mais modesto, que é provocar humor. Atente-se para a intertextualidade.

2. B
O caráter didático do texto justifica seu “tom explicativo e contido”, embora seja discutível se somente
esse tom é capaz de constituir “uma forma peculiar de expressão poética”.

3. C
No texto, o eu-lírico não demonstra qualquer tipo de esperança com relação ao fim da guerra - sente-se
oprimido. Mesmo ao descansar, quando busca a paz, ou a morte, ainda ouve a continuidade da guerra,
sugerida de forma metonímica por diversos vocábulos do texto, como sino (igreja), buzinas (trânsito),
sirenes (ambulâncias).

4. B
A angústia do eu lírico tem a ver com o fato de ele pertencer à geração “do meio”, e ser “errado quando
apanhou da de cima \ e errado quando bateu na de baixo”. No entanto, ela afirma que “apesar de
amaldiçoados \ éramos todos inocentes”, já que o ato de bater nos filhos era visto como “normal” pelo
senso comum.

5. B
Linguisticamente, percebe-se a manifestação da oralidade no texto escrito, o que fica exemplificado
pelos termos “cantador”, “amô”, “querê”, “prá”. Com isso, o texto se apropria de expressões populares
(que não são, necessariamente, regionais) do português.

6. E
No poema, fica evidente a cumplicidade de um casal. O eu lírico apresenta-se como uma esposa que, em
vez de se revoltar com a tarefa de limpar peixes, como o fazem algumas mulheres, aproveita o momento
para inteirar-se mais afetuosamente de seu marido, como se fosse um ritual íntimo dos dois.

7. C
As características descritas na opção “c” referem-se ao gênero épico.

8. E
O estado de abandono e solidão do eu lírico o fazem buscar novos rumos: línguas para aprender, a
procura por um oriente ou por novas paisagens, travessias e descobertas.

9. B
É possível reconhecer pela semântica textual os tempos verbais no pretérito imperfeito e expressões
interjetivas enfatizando o tom de nostalgia – valorização do passado.

10. D
O texto trabalha gradativamente o processo de construção poética, associando a imagem final dos
“diamantes” à riqueza da plurissignificação da palavras possibilitada pela poesia.

12
Matemática

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Matemática

Conjuntos numéricos: naturais, inteiros, racionais, irracionais e


reais

Resumo

Ao estudarmos os conjuntos numéricos, estamos dando um foco num segmento do estudo dos conjuntos.
Assim, todas as operações entre os conjuntos também são aplicáveis nesse segmento.

Conjunto dos Números Naturais ( )


O primeiro conjunto numérico a ser estudado é o conjunto dos naturais, representados por “N” que surgiu a
partir do momento que foi sentido a necessidade da contagem de elementos.
N = {0, 1, 2, 4, 5, 6, ...}
N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, ...}

Obs: A notação “*” simboliza o conjunto sem o elemento nulo.

Conjunto dos Números Inteiros ( )


O conjunto dos números inteiros, representado por “Z”, surgiu a partir do momento que surgiu a ideia de
dívida, assim, entrando os números negativos.
Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...}

Alguns subconjuntos são destacáveis:


*
1. Conjunto dos números inteiros nao nulos:
*
= x  | x  0 = ..., −3, −2,1,1,2,3,...

2. Conjunto
*
+ = *
dos números inteiros positivos não nulos:
*
+ = *
= x  | x  0 = 1,2,3,...

3. Conjunto + = dos números inteiros não negativos:

+ = = x  | x  0 = 0,1,2,3,...

*
4. Conjunto − os números negativos não nulos:
*
− = x  | x  0 = ..., −3, −2, −1

5. Conjuntos − dos números inteiros não positivos:

− = x  | x  0 = ..., −3, −2, −1,0

1
Matemática

Conjunto dos Números Racionais ( ):


O conjunto dos racionais surgiram quando houve necessidade de representar uma parte de um inteiro e é
a
todo número da forma , com 𝑏 ≠ 0 . Ou seja, são razões (quocientes) entre dois números inteiros. A
b
𝑎
definição formal é: ℚ = {𝑥 =
𝑏
|𝑎 ∈ ℤ e 𝑏 ∈ ℤ* }

Alguns exemplos:
0
• 0=1
−2
• −2 = 1
1
• 2

* * * * * *
Da mesma forma que temos , + , + , − , − , temos também , + , + , − , − com definições
análogas.

Obs: Lembrando que entre dois números racionais há infinitos números racionais.
Obs2: Dízimas periódicas são racionais pois podem ser escritas sob a forma de fração.

Dízima periódica
Número decimal que possui uma repetição periódica e infinita de termos (período) , mas não tem uma
representação exata. São classificadas como simples e compostas:
• Simples: o período começa logo após a vírgula. Exemplo: 0,3333... , 0,121212.... e 1,3333...
• Composta: Existe uma parte não periódica entre a virgula e o período: Exemplo: 0,0222..., 1,125555...

Elas podem ser representas como 0, 3 e 1,125 com a barra indicando onde começa o período. Com a dízima
periódica dá para descobrir a fração que a gerou, essa chamada fração geratriz.
• Simples. Exemplo: 0,3333...
x = 0,333... , 10x = 3,333...
10x = 3,333... - x = 0,333...
___________
9x = 3
3 1
x= =
9 3
1
Logo, a fração geratriz é .
3

2
Matemática

• Composta. Exemplo: 1,12555....


x = 1,12555... , 10000x = 11255,555...
100x = 112,555... - 100x = 112,555...
10000x = 11255,555... __________________
9900x = 11143
11143
x=
9900

Conjunto dos Números Irracionais (I ou − ou Q )


Os números irracionais são números que não podem ser escritos sob a forma de fração pois são números
decimais infinitos e não periódicos.
Como exemplos de números irracionais podemos ter:
• 𝜋

• √2 ≈ 1,414213562. ..

• √5 ≈ 2,236067977. ..

Conjunto dos Números Reais ( )


Os números reais, representados por R é a união dos conjuntos dos Racionais com os Irracionais. Ou seja,

 Racionais( )
Reais 
Irracionais( − )

3
Matemática

Exercícios

1. Analise as informações abaixo:


I. O conjunto dos Números Naturais é subconjunto dos Números Inteiros.
II. O conjunto dos Números Naturais é subconjunto dos Números Racionais.
III. O conjunto dos Números Naturais é subconjunto dos Números Irracionais.

a) Apenas a afirmação I é verdadeira.


b) Apenas a afirmação II é verdadeira.
c) Apenas a afirmação I é verdadeira.
d) Apenas a afirmação I e II são verdadeiras.
e) Todas as afirmações são verdadeiras.

2. Em trabalhos com matemática, é mantido um contato permanente com o conjunto dos números
reais, que possui, como subconjuntos, o conjunto dos números naturais, o conjunto dos
números inteiros, o dos números racionais e o dos números irracionais I. O conjunto dos númeroa
reais também pode ser identificado por
a) 
b) 
c) 
d) I
e) I

1 7 14
3. Sobre os números racionais , e , é correto afirmar que
11 33 55
a) Apenas dois desses números, em sua forma decimal, são representados por dízimas periódicas.
b) Apenas um desses números, em sua forma decimal, é representado por uma dízima periódica
simples.
c) Os três números, em sua forma decimal, podem ser representados por dízimas periódicas tais
que o período de cada uma delas é um número primo.
d) Os três números, em sua forma decimal, podem ser representados por dízimas periódicas tais
que o período de cada uma delas é um número divisível por 3.
e) Os três números são irracionais.

4
Matemática

4. No contexto da matemática recreativa, utilizando diversos materiais didáticos para motivar seus
alunos, uma professora organizou um jogo com um tipo de baralho modificado, No início do jogo, vira-
se uma carta do baralho na mesa e cada jogador recebe em mãos nove cartas. Deseja-se formar pares
de cartas, sendo a primeira carta a da mesa e a segunda, uma carta na mão do jogador, que tenha um
valor equivalente àquele descrito na carta da mesa. O objetivo do jogo é verificar qual jogador
consegue o maior número de pares. Iniciado o jogo, a carta virada na mesa e as cartas da mão de um
jogador são como no esquema:

Segundo as regras do jogo, quantas cartas da mão desse jogador podem formar um par com a carta
da mesa?
a) 9
b) 7
c) 5
d) 4
e) 3

5. Indique qual dos conjuntos abaixo é constituído somente de números racionais.

a) −1, 2, 2,  
 1 
b) −5, 0, , 9 
 2 
 2
c)  −2, 0,  , 
 3

d)  3, 64,9, 2 
 1
e)  −1, 0, 7, 
 3

5
Matemática

6. Em um jogo educativo, o tabuleiro é uma representação da reta numérica e o jogador deve posicionar
as fichas contendo números reais corretamente no tabuleiro, cujas linhas pontilhadas equivalem a 1
(uma) unidade de medida. Cada acerto vale 10 pontos.
Na sua vez de jogar, Clara recebe as seguintes fichas:

Para que Clara atinja 40 pontos nessa rodada, a figura que representa seu jogo, após a colocação das
fichas no tabuleiro, é:
a) b)

c) d)

e)

x
7. Os números x e y são tais que 5 ≤ x ≤ 10 e 20 ≤ y ≤ 30. O maior valor possível de é:
y
a) 1/6
b) 1/4
c) 1/3
d) 1/2
e) 1

𝑝
8. Se é a fração irredutível equivalente à dízima periódica 0,323232... , então q – p vale:
𝑞

a) 64.
b) 67.
c) 68.
d) 69.
e) 71.

6
Matemática

9. Um grupo de alunos cria um jogo de cartas em que cada uma apresenta uma operação com números
racionais. O ganhador é aquele que obtiver um número inteiro como resultado da soma de suas cartas.
Quatro jovens ao jogar receberam as seguintes cartas:

O vencedor do jogo foi:


a) Maria.
b) Selton.
c) Tadeu.
d) Valentina.

10. O número real x, que satisfaz 3 < x < 4, tem uma expansão decimal na qual os 999.999 primeiros dígitos
à direita da vírgula são iguais a 3. Os 1.000.001 dígitos seguintes são iguais a 2 e os restantes são
iguais a zero.
Considere as seguintes afirmações:
I. x é irracional.

10
II. x
3
III. x  10
2.000.000
é um inteiro par.

Então,
a) nenhuma das três afirmações é verdadeira.
b) apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
c) apenas a afirmação I é verdadeira.
d) apenas a afirmação II é verdadeira.
e) apenas a afirmação III é verdadeira.

7
Matemática

Gabarito

1. D
Considere a relação hierárquica dos conjuntos numéricos
ℕ ⊏ ℤ ⊏ ℚ ⊏ ℝ⊏ℂ
ℝ =ℚ ∪ Ι
Ι ⊏ ℝ ⊏ ℂ

Analisando as afirmações:
I. Verdadeira, pois ℕ ⊏ ℤ
II. Verdadeira, pois ℕ ⊏ ℤ ⊏ ℚ ⇒ ℕ ⊏ ℚ
III. Falsa. Note que os números irracionais não possuem subconjuntos definidos segundo os
conjuntos apresentados.

2. E
Como os números naturais também podem ser inteiros, e todas as opções dadas na questão são de
união, a única alternativa correta é a que define o conjunto dos números reais como a união dos
números racionais e irracionais (ℚ ∪ l)

3. D
1 7 14
Tem-se que ̅̅̅̅,
= 0, 09 = 0, 21̅̅̅̅. Em consequência, os três números, em sua forma
̅̅̅̅ e
= 0,2545
11 33 55
decimal, são representados por dízimas periódicas, com o 0, 09 ̅̅̅̅ e 0, 21
̅̅̅̅ sendo dízimas periódicas
̅̅̅̅
simples e 0,2545 uma dízima periódica composta. Ademais, os período dessas dízimas são: 9, 21 e 45,
todos divisíveis por 3.

4. E
6 3
É imediato que = = 0,75 = 75%. Portanto, a resposta é 3.
8 4

5. B
1
A resposta correta é B, pois todos os elementos do conjunto {-5, 0, , √9 podem ser escritos como
2
10 0 1 6
fração: -5 = - 2, :0= -3,2,e √9 = 2

6. D
1 3
Como x = √3 ≅ 1,7; y = - = -0,5 e z = = 1,5, tem-se t < y < z < x. Assim, a figura que representa
2 2
o jogo de Clara é a da alternativa D. Note que na alternativa A, x=3.

7. D
Para o maior valor de x/y escolhe-se o maior valor para x e o menor para y logo 10/20 = ½

8
Matemática

8. B
32
A dízima 0,3232... equivale a e 99-32=67
99

9. C
12 4 12 7 510
Maria teve a soma: ( geratriz de 1,333...)+ + (1,2 na forma de fração)+ =
9 5 10 3 9
2 1 3 1 8
Selton teve a soma: + +
9 5 10
+ 6= 9
10 3 17 8 36
Tadeu teve a soma: + 10 + 10 +9= =4
9 9
2 7 1 1 143
Valentina teve a soma: + +
3 2 10
+2 = 90
.

O único que teve como resposta um número inteiro foi Tadeu que foi o vencedor.

10. E

9
Matemática

Conjuntos Numéricos: Operações com números reais

Resumo

Operação com numerais

Adição de números naturais


Essa é uma operação fechada no conjunto dos naturais, ou seja, a adição de dois números naturais resulta
em um número natural.
Exemplo: 17 + 8 = 25, ou seja, somando dois naturais, resultado natural.

Propriedades
Associativa: (a + b) + c = a + (b + c) = b + (a + c)
Comutativa: a + b = b + a
Elemento Neutro: O zero é o elemento neutro da adição pois ao somarmos zero, o resultado não se altera.

Multiplicação de números naturais


A multiplicação no conjunto dos naturais também é uma operação fechada pois na multiplicação de
quaisquer dois naturais, o resultado também é natural.
Exemplo: 15 x 8 = 120, ou seja, multiplicando dois naturais, resultado natural.

Propriedades
Comutativa: a . b = b . a
Associativa: (a . b) . c = a . (b . c) = b . (a . c)
Distributiva: a . (b + c) = ab + ac e a.(b – c) = ab - ac
Elemento Neutro: O elemento neutro da multiplicação é o um pois ao multiplicarmos um número por um, o
resultado não se altera.

Divisão de números naturais


Na divisão de números naturais, nem todos os resultados são naturais.

Exemplos: 15 : 5 = 3, porém, 7 : 2 = 3,5 e 3,5 não é natural.

Operações com Inteiros


As operações com números inteiros funcionam como no conjunto dos naturais. O que difere os inteiros são
os números negativos, assim, entramos com a propriedade dos números opostos.
Exemplo: O oposto de 3 = (-1) . 3 = -3 ; O oposto de -4 = (-1) . (-4) = 4.

1
Matemática

Operações com Racionais


Com os números racionais, além das propriedades já vistas, adicionamos a propriedade do inverso de um
número.
Exemplo: O inverso de 4 = 4-1 = 1/4

Operações entre frações


Soma e subtração: Caso os denominadores sejam iguais, bastar somar os numeradores e repetir o
denominador.
1 4 1+4 5
Exemplo: +6= =6
6 6

Caso os denominadores sejam diferentes, calcula-se o menor múltiplo comum entre os denominadores.

1 2 3 4 7
Exemplo: + 3 = 6 + 6 = 6 (MMC entre 2 e 3 = 6).
2

Multiplicação: Multiplica-se numerador com numerador e denominador com denominador, simplificando, se


possível, o resultado.
1 2 1𝑥2 2 1
𝑥 = = =
2 3 2𝑥3 6 3

1 2 1 3 3
Divisão: Repete a primeira fração e multiplica pelo inverso da segunda fração : = 2x2 = 4
2 3

Operações com Irracionais


Como os números irracionais são números infinitos e não periódicos, não os representamos como decimais.
Assim, normalmente não efetuamos operações com números irracionais, os deixando indicados quando isso
ocorre.
Exemplo: 1 + √2 é uma soma que deixamos indicados por não conseguir somar ao certo esses valores.

2
Matemática

Exercícios

1. Pitágoras estabeleceu a seguinte relação entre as sete notas musicais e números racionais:

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
8 64 3 2 16 128 1
1
9 81 4 3 27 243 2

16 2
Para encontrarmos o número , relativo à nota LÁ, multiplicamos o (correspondente da nota SOL)
27 3
8 3 64
por . Assim, para obtermos (relativo à nota FÁ), devemos multiplicar (da nota MI) por
9 4 81

8
a) 9
9
b) 8
243
c) 256
256
d) 243
192
e) 324

1 1
2. Seja o número real k, tal que 𝑘 = + 2− 3 . Sobre o valor de k é correto afirmar que
√2+√3 √ √

a) 𝑘 ∈ ℤ , tal que 𝑘 > 0.


b) 𝑘 ∈ ℝ , tal que 𝑘 < −2.
c) 𝑘 ∈ ℚ , tal que 𝑘 < 2.
d) 𝑘 ∈ 𝐼 , tal que 𝑘 > 2.
e) 𝑘 ∈ ℝ , tal que 𝑘 > 0.

3
Matemática
1
3. O número real w = 3+√5 pode ser escrito da forma 𝑤 = 𝑎 + 𝑏 ⋅ √5 para certos números naturais
racionais a e b cuja soma vale
5
a)
6

2
b)
3

3
c)
4

4
d)
5

1
e)
2

4. Sejam r1 e r2 números racionais quaisquer e s1 e s2 números irracionais quaisquer. É incorreto


afirmar que

a) O produto r1  r2 será sempre um número racional.

b) O produto s1  s2 será sempre um número irracional.

c) O produto s1  r1 será sempre um número irracional.

d) A soma r1 + r2 será sempre um número racional.

r1
e) Para r2  0 , a razão será sempre um número racional.
r2

5. Uma professora de matemática organizou uma atividade associando um ábaco a três dados de
diferentes formatos: um cubo com faces numeradas de 1 a 6, associadas à haste C, um octaedro com
faces numeradas de 1 a 8, associadas à haste D, e um dodecaedro com faces numeradas de 1 a 12,
associadas à haste U. Inicialmente, as hastes do ábaco encontram-se vazias.As letras C, D e U estão
associadas a centenas, dezenas e unidades, respectivamente. A haste UM representa unidades de
milhar.

Regras do jogo: são jogados os três dados juntos e, a cada jogada, colocam-se bolinhas nas hastes,
correspondendo às quantidades apresentadas nas faces voltadas para cima de cada dado,
respeitando a condição "nunca dez", ou seja, em cada haste podem ficar, no máximo, nove bolinhas.
Assim, toda vez que a quantidade de bolinhas em alguma haste for superior a nove, dez delas são
retiradas dessa haste e uma bolinha é colocada na haste imediatamente á esquerda. Bolinhas, em
quantidades iguais aos números obtidos na face superior dos dados, na segunda jogada, são
acrescentadas às hastes correspondentes, que contêm o resultado da primeira jogada.

Iniciada a atividade, um aluno jogou os dados duas vezes. Na primeira vez, as quantidades das faces
voltadas para cima foram colocadas nas hastes. Nesta jogada, no cubo, no octaedro e no dodecaedro,
as faces voltadas para cima foram, respectivamente, 6, 8 e 11 (Figura 1).

4
Matemática

Na segunda vez, o aluno jogou os dados e adicionou as quantidades correspondentes, nas respectivas
hastes.O resultado está representado no ábaco da Figura 2.

De acordo com a descrição, as faces voltadas para cima no cubo, no octaedro e no dodecaedro, na
segunda jogada, foram, respectivamente,
a) 4, 2 e 9.
b) 4, 3 e 9.
c) 4, 3 e 10.
d) 5, 3 e 10.
e) 5, 4 e 9.

6. Observe as afirmações abaixo:


I. O produto de dois números irracionais é sempre um número irracional.
II. A soma de dois números irracionais é sempre um número racional.
III. O produto de um número irracional por um racional não nulo é sempre um número irracional.
IV. A soma de um número irracional com um racional é sempre um número irracional.
V. O conjunto dos números reais é a união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos
números irracionais.

Assinale a alternativa correta:


a) Apenas as alternativas I e II são verdadeiras.
b) Apenas as alternativas II e III são verdadeiras.
c) Apenas as alternativas II, III e IV são verdadeiras.
d) Apenas as alternativas I e V são verdadeiras.
e) Apenas as alternativas III, IV e V são verdadeiras.

5
Matemática

7. Resolva a expressão numérica abaixo:

2 2 5 1 2 3
[( ) ( − )] + ÷
3 4 2 5 10
Qual é o resultado encontrado, em sua forma irredutível?
5
a)
3
10
b)
6

260
c)
123
90
d)
54
12
e)
25

8. Em um aeroporto, os passageiros devem submeter suas bagagens a uma das cinco máquinas de raio-
X disponíveis ao adentrarem a sala de embarque. Num dado instante, o tempo gasto por essas
máquinas para escanear a bagagem de cada passageiro e o número de pessoas presentes em cada
fila estão apresentados em um painel, como mostrado na figura.

Um passageiro, ao chegar à sala de embarque desse aeroporto no instante indicado, visando esperar
o menor tempo possível, deverá se dirigir à máquina:
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

9. Em um teleférico turístico, bondinhos saem de estações ao nível do mar e do topo de uma montanha.
A travessia dura 1,5 minuto e ambos os bondinhos se deslocam à mesma velocidade. Quarenta
segundos após o bondinho A partir da estação ao nível do mar, ele cruza com o bondinho B, que havia
saído do topo da montanha. Quantos segundos após a partida do bondinho B partiu o bondinho A?
a) 5.
b) 10.
c) 15.
d) 20.
e) 25.

6
Matemática

10. Um executivo sempre viaja entre as cidades A e B, que estão localizadas em fusos horários distintos.
O tempo de duração da viagem de avião entre as duas cidades é de 6 horas. Ele sempre pega um voo
que sai de A às 15h e chega à cidade B às 18h (respectivos horários locais). Certo dia, ao chegar à
cidade B, soube que precisava estar de volta à cidade A, no máximo, até as 13h do dia seguinte (horário
local de A). Para que o executivo chegue à cidade A no horário correto e admitindo que não haja
atrasos, ele deve pegar um voo saindo da cidade B, em horário local de B, no máximo à(s)
a) 16h.
b) 10h.
c) 7h.
d) 4h.
e) 1h.

7
Matemática

Gabarito

1. C
3
4 = 3 . 81 = 243
64 4 64 256
81

2. B
Calculando
√2 + √3 + √2 - √3 2√2 2√2
k= = = = 2√2 = -2,8 ⇒ {k 𝝐 ℝ/k < -2}
(√2 + √3) . (√2 - √3) (√2)² - (√3)² -1

3. E
1 3 - √5 3 - √5 3 - √5 3 1
𝑤 = . = 2 = = − . √5
3 + √5 3 - √5 32 − √5 4 4 4

3 1 2 1
∴ a + b = + (- ) = =
4 4 4 2

4. B
A alternativa B é a incorreta, pois o produto de dois irracionais pode ser racional. Exemplo: √2 . √8 = 4

5. A
Calculando: 1ª jogada > 6, 8, 11
Unidade = 11 – 10 = 1
Dezena = 8 + 1 = 9
⇒ 691
Centena = 6
Milhar = 0

2ª jogada > x, y, z
Unidade = 1+ z = 10 > z = 9 > 10 – 10 = 0
Dezena = 9 + 1 + y = 12 > y = 2 > 12 – 10 = 2
⇒ x, y, z = 4, 2, 9
Centena = 6 + 2 + x = 11 > x = 4 > 11 – 10 = 1

6. E
I. Falso. Calculando (√2)² = 2.
II. Falso. Calculando − √2 + √2 = 0
III. Verdadeiro. O produto de um número irracional por um número racional não nulo é sempre um
número irarcional.
IV. Verdadeiro. A soma de um número irracional com um número racional é sempre um número
irracional.
V. Verdadeiro. O conjunto dos números reais é a união do conjunto dos número racionais com o
conjunto dos números irracionais.

8
Matemática

7. A

8. B
O tempo de espera nas máquinas 1, 2, 3, 4 e 5 são, respectivamente, iguais a 35 . 5 = 175𝑠, 25 . 6 =
150 𝑠, 22 . 7 = 154𝑠, 40 . 4 = 160𝑠 𝑒 20 . 8 = 160 𝑠.
Portanto, o passageiro deverá se dirigir à máquina 2.

9. B
A travessia dura 90 segundos (ou 1,5 minutos). Se o bondinho A se colocou por 40 segundos até
determinado ponto, isso quer dizer que o bondinho B deve ter se deslocado por 50 segundos, na direção
oposta, até cruzar-se com o bondinho A. Ou seja, o bondinho B partiu 10 segundos antes do bondinho A
– Alternativa B. Ou ainda:
𝑑
𝑉𝐴 = 𝑉𝐵 =
𝑡
𝑑 4𝑑
𝑑𝐴 = . 40 =
90 9
5𝑑
5𝑑
𝑑𝐵 = ⇒ 𝑡𝐵 = 9 = 50𝑠
9 𝑑
90

10. D
Sabendo que duração da viagem de A para B é de 6 horas, e que saindo da cidade A às 15 horas o voo
chega à cidade B às 18 horas, e que a diferença de fusos horários entre A e B é de 3 horas. Desse modo,
se na cidade A são 13 horas, na cidade B são 10 horas e, portanto, o executivo deve pegar um voo, na
cidade B, que saia, no máximo, às 10 - 6 = 4 horas.

9
Matemática

Introdução à geometria plana

Resumo

Principais Conceitos
Ponto, reta e plano são elementos cuja existência é aceita sem uma definição. Suas representações são
dadas por:

Ponto: representamos com letras latinas maiúsculas: A, B, C, P,...

Plano: representamos com letras gregas minúsculas:  ,  ,  ,  ,...

Reta: representamos com letras latinas minúsculas: a, b, c, r, t,...

Semirreta: uma semirreta é uma das partes de uma reta limitada por um único ponto P.

Segmento de reta: dada uma reta AB , o segmento de reta AB é a parte limitada entre os pontos A e B.

1
Matemática

Ângulo
Ângulo é a parte do plano delimitada por duas semirretas de mesma origem. Chama-se de lado as duas
semirretas que formam o ângulo, e de vértice a origem comum às duas semirretas.

Representação: ˆ
AOB

Unidade de medida de ângulo: existem duas medidas angulares principais, o grau e o radiano.
1
• Grau: do comprimento angular de uma circunferência. Ou seja, uma volta completa na circunferência
360
percorre 360°.

• Radiano: Medida angular de um arco com o mesmo comprimento métrico do raio. Como a circunferência
tem comprimento 2 vezes o seu raio, seu comprimento angular é 2 radianos.
2 rad  360

Ângulos adjacentes: dois ângulos são adjacentes se forem consecutivos e não possuírem pontos internos
em comum.

Ângulo Agudo: Ângulo Reto: Ângulo Obtuso: Ângulo Raso (meia volta):

 = 90º 90º    180º  = 180º


  90º

2
Matemática

Ângulos consecutivos: dois ângulos são consecutivos quando possuem o mesmo vértice e um lado
comum.

Os ângulos α e β são consecutivos.

Bissetriz: semirreta que divide um ângulo em dois ângulos congruentes.

OP é bissetriz de AÔB
AÔP=PÔB

Ângulos Complementares: dois ângulos que somados dão 90º. Complemento de a é 90° – a.

 +  = 90º

Ângulos Suplementares: dois ângulos que somados dão 180º. Suplemento de a é 180° – a.

 +  = 180º

Ângulos Replementares: dois ângulos que somados dão 360°. Replemento de a é 360° – a.

 +  = 360º

3
Matemática

Ângulos Opostos pelo Vértice: dois ângulos serão opostos pelo vértice (O.P.V.) quando um deles for
composto pelas semirretas opostas do outro.

AÔB E CÔD são O.P.V.


AÔB = CÔD

4
Matemática

Exercícios

1. A medida de y na figura, em graus é:

a) 42°.
b) 32°.
c) 142°.
d) 148°.
e) 24°.

2. Sejam A, B e C respectivamente as medidas do complemento, suplemento e replemento do ângulo de


40°, têm-se:

a) A = 30°; B = 60°; C = 90°.

b) A = 30°; B = 45°; C = 60°.

c) A = 320°; B= 50°; C = 140°.

d) A = 50°; B = 140°; C = 320°.

e) A = 140°; B = 50°; C = 320°.

3. Na figura abaixo, OP é bissetriz do ângulo AÔB. Determine o valor de x e y.

a) x = 13 e y = 49

b) x = 15 e y = 35

c) x = 12 e y = 48

d) x = 17 e y = 42

e) x = 10 e y = 50

5
Matemática

4. Dois ângulos são complementares e suas medidas são x e y. Sabe-se, também, que o dobro da medida
do menor ângulo é igual à medida do maior aumentada em 30°. Qual valor de x e y.
a) 40º e 50º
b) 60º e 30º
c) 20º e 70º
d) 25º e 75º

5. A medida do ângulo y na figura é:

a) 62º
b) 72º
c) 108º
d) 118º
e) 154º

6. Sabendo-se que a soma de dois ângulos é 78° e um deles vale 3/5 do complemento do outro, os valores
dos ângulos são:
a) 10° e 68°.
b) 15° e 63°.
c) 16° e 62°.
d) 18° e 60°.
e) 20° e 58°.

7. O ângulo cujo suplemento excede em 6° o quádruplo do seu complemento, é:


a) 58°.
b) 60°.
c) 62°.
d) 64°.
e) 68°.

6
Matemática

8. Duas retas cruzam-se no ponto V, formando os ângulos opostos pelo vértice de 10x + 20 e 5x + 50. Qual
é o valor de x?
a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 9

9. Considere θ e α dois ângulos adjacentes e complementares. A expressão que determina o valor do


ângulo formado pelas bissetrizes de θ e α é
θ+α
.
a) 2
θ+α
.
b) 4
90 − (θ + α )
.
c) 2
90 − (θ + α )
.
d) 4
e) θ+α

10. Os ângulos  e B̂ são congruentes. Sendo  = 2x + 15 e B̂ = 5x − 9. Assinale a alternativa que
representa, corretamente, o valor de x.

a) 2
b) 8
c) 12
d) 24
e) 48°

7
Matemática

Gabarito

1. B
Como podemos notar pela figura, y + 6x +4 = 180, pois y e (6x + 4) são suplementares. Além disso, (2x
+100) e (6x + 4) são opostos pelo vértice, ou seja, são iguais. Assim, temos um sistema:
 y + 6 x + 4 = 180

2 x + 100 = 6 x + 4
Encontramos x = 24 e y =32.

2. D
Pelas informações dadas no enunciado, temos:

 A + 40 = 90

 B + 40 = 180
C + 40 = 360

Resolvendo as equações encontramos A = 50, B = 140 e C = 320.

3. E
Pela figura, temos que 2y + y – 10 + x + 30 = 180 e que y – 10 = x + 30, já que OP é bissetriz de AÔB.
Assim, podemos montar o sistema:
2 y + y – 10 + x + 30 = 180

 y − 10 = x + 30
Resolvendo o sistema encontramos y = 50 e x = 10.

4. A
Se x e y são complementares, então x + y =90. Suponha que x seja o menor ângulo. Assim, 2x = y + 30.
Temos um sistema:
2 x = y + 30

 x + y = 90
Resolvendo o sistema, encontramos x = 40 e y = 50.

5. D
Como podemos notar pela figura, y + 3x -16 = 180, pois y e (3x - 16) são suplementares. Além disso, (2x
+10) e (3x - 16) são opostos pelo vértice, ou seja, são iguais. Assim, temos um sistema:
 y + 3 x − 16 = 180

 2 x + 10 = 3 x − 16
Encontramos x = 26 e y =118.

8
Matemática

6. D
Pelas informações do enunciado temos:

 x + y = 78

 3(90 − y )
 x=
 5
Resolvendo o sistema, encontramos x = 18 e y = 60.

7. C
Pelas informações do enunciado, temos:
180 – x = 4(90 – x) + 6
Resolvendo a equação, encontramos x = 62.

8. B
O exercício afirma que os ângulos são opostos pelo vértice. Assim sendo, basta escrever:
10x + 20 = 5x + 50
10x – 5x = 50 – 20
5x = 30
x = 30/5

x = 6.

9. A
Calculando:
θ α θ+α
+ =
2 2 2

10. B
Se  e B̂ são congruentes, podemos escrever que:
2x + 15 = 5x − 9  24 = 3x  x = 8

9
Matemática

Retas paralelas cortadas por uma transversal / Teorema de Tales

Resumo

Retas paralelas cortadas por um transversal


Sejam r e s duas retas paralelas e uma reta t, concorrente a r e s:

A reta t é denominada transversal às retas r e s. Sua intersecção com as retas determina oito ângulos. Com
relação aos ângulos formados, podemos classificá-los como:

Com isso, podemos demonstrar como a soma dos ângulos internos de um triângulo vale 180°.

1
Matemática

Seja ABC um triângulo. Trace a reta que contém o segmento BC . Em seguida, tome a reta paralela à BC
passando por A, conforme a figura abaixo:

Note que a reta que passa por A e por C é transversal às duas outras retas. Com isso o ângulo 𝐴𝐶̂ 𝐵 (ângulo
vermelho) e 𝐴𝐵̂𝐶 (ângulo verde) tem seus alternos internos na reta que passa por A. Podemos reparar
também que a soma do ângulo verde com o ângulo vermelho e o ângulo cinza dá 180°, conforme queríamos
provar.

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas é cortado por duas retas transversais, os segmentos determinados sobre a
primeira transversal são proporcionais a seus correspondentes determinados sobre a segunda transversal.

𝐴𝐵 𝐵𝐶
Por Tales: = 𝐸𝐹
𝐷𝐸
Usando as propriedades de proporção, podemos reescrever a proporção acima de outras formas ainda mais
𝐴𝐶 𝐷𝐹
completas, como, por exemplo, = .
𝐴𝐵 𝐸𝐹

2
Matemática

Exercícios

1. As retas r1 e r2 são paralelas. O valor do ângulo  , apresentado na figura a seguir, é:

a) 40°.
b) 45°.
c) 50°.
d) 65°.
e) 130°.

2. Numa gincana, a equipe “Já Ganhou” recebeu o seguinte desafio: Na cidade de Curitiba, fotografar a
construção localizada na rua Marechal Hermes no número igual à nove vezes o valor do ângulo  da
figura a seguir:

Se a equipe resolver corretamente o problema, irá fotografar a construção localizada no número:


a) 990.
b) 261.
c) 999.
d) 1026
e) 1260.

3
Matemática

3. A crise energética tem levado as médias e grandes empresas a buscarem alternativas na geração de
energia elétrica para a manutenção do maquinário. Uma alternativa encontrada por uma fábrica foi a
de construir uma pequena hidrelétrica, aproveitando a correnteza de um rio que passa próximo as suas
instalações. Observando a figura e admitindo que as linhas retas r, s e t sejam paralelas, pode-se afirmar
que a barreira mede:

a) 33 m.
b) 38 m.
c) 43 m.
d) 48 m.
e) 53 m.

4. O jardineiro do Sr. Artur fez um canteiro triangular composto por folhagens e flores onde as divisões
são todas paralelas à base AB do triangulo ABC, conforme figura.

Sendo assim, as medidas x e y dos canteiros de flores são, respectivamente:


a) 30 cm e 50 cm.
b) 28 cm e 56 cm.
c) 50 cm e 30 cm.
d) 56 cm e 28 cm.
e) 40 cm e 20 cm.

4
Matemática

5. Considere a figura em que r // s // t . O valor de x é:

a) 3.
b) 4.
c) 5.
d) 6.

6. Na figura a seguir, as retas r e s são paralelas. Considerando que a reta t é bissetriz do ângulo PÂQ, a
medida do ângulo x é:

a) 50°.
b) 80°.
c) 90°.
d) 100°.

5
Matemática

7. Observe a figura abaixo:

O valor de a, b e x é:
a) x = 70°, a = 150° e b = 140°.
b) x = 140°, a = 150° e b = 70°.
c) x = 150°, a = 70° e b = 140°.
d) x = 70°, a = 140° e b = 150°.
e) x = 150°, a = 140° e b = 70°.

8. Na figura abaixo, as retas r, s e t são paralelas. Sendo assim, qual é o valor dos ângulos a, b, c e d?

a) a = 120°, b = 60° , c = 60° e d = 60°.


b) a = 60°, b = 60° , c = 60° e d = 120°.
c) a = 60°, b = 60° , c = 60° e d = 60°.
d) a = 120°, b = 120 , c = 60° e d = 60°.
e) a = 120°, b = 60° , c = 120° e d = 60°.

6
Matemática

9. A figura a seguir representa um terreno com frente para duas ruas. A frente para a rua da Paz mede 270
metros.

O proprietário do terreno resolveu dividi-lo em três lotes menores, traçando sobre ele duas paralelas
perpendiculares à rua do Amor. Os terrenos I, II e III ficaram com 80 m, 60 m e 40 m de frente para essa
rua, respectivamente.
Com base nessas informações, determine as medidas das frentes dos três terrenos para a rua da Paz.
a) I = 90 m, II = 60 m e III = 120 m.
b) I = 60 m, II = 90 m e III = 120 m.
c) I = 120 m, II = 60 m e III = 90 m.
d) I = 60 m, II = 60 m e III = 90 m.
e) I = 120 m, II = 90 m e III = 60 m.

10. Para melhorar a qualidade do solo, aumentando a produtividade do milho e da soja, em uma fazenda é
feito o rodízio entre essas culturas e a área destinada ao pasto. Com essa finalidade, a área produtiva
da fazenda foi dividida em três partes conforme a figura.

Considere que
– os pontos A, B, C e D estão alinhados;
– os pontos H, G, F e E estão alinhados;
– os segmentos 𝐴𝐻, 𝐵𝐺, 𝐶𝐹 e 𝐷𝐸 são, dois a dois, paralelos entre si;
– 𝐴𝐵 = 500𝑚, 𝐵𝐶 = 600𝑀, 𝐶𝐷 = 700𝑚 e 𝐻𝐸 = 1980𝑚.

Nessas condições, a medida do segmento 𝐺𝐹 é, em metros,


a) 665.
b) 660.
c) 655.
d) 650.
e) 645.

7
Matemática

Gabarito

1. A
Observe a figura:

Como α e 40° são ângulos alternos internos, α = 40°.

2. C
Gire a figura para a esquerda e observe:

Como r e s são paralelas, trace uma transversal e calcule os ângulos alternos internos. O ângulo  é
ângulo externo ao triângulo inferior, portanto  = 65 + 46 = 111. Queremos saber o valor de 9 = 9 x 111
= 999.

8
Matemática

3. B

Usando o teorema de Talles, temos que:

x = 38 metros.

4. B
Usando o teorema de Talles, temos que:

e . Assim, x = 28 e y = 56.

5. B
Pelo teorema de Tales, temos que:

Evoluindo a equação, encontramos x² - x - 12 = 0.


Resolvendo a equação, encontramos x = 4 ou x = -3. Descartamos a solução negativa por se tratar de um
comprimento.

6. A
Observe a figura:

Assim, x + x + 80 = 180.
x = 50 graus.

9
Matemática

7. A
Pela figura, vemos que b e 40° são colaterais internos, assim, somam 180°. Logo, b = 140°. Vemos,
também, que a e 30° são colaterais internos, assim, somam 180°. Logo, a = 150°. Por fim:
a + b + x = 360
150 + 140 + x = 360
x = 70

8. A
Pela figura, vemos que a = 120° pois são ângulos correspondentes. Além disso, a e b são colaterias
internos, assim, somam 180°. Dessa maneira, b = 60°. Indo além, d e 120° também são colaterias internos,
assim, somam 180°. Dessa maneira, d = 60°. Por fim, vemos que b + c + d = 180°. Encontramos c = 60°.

9. E
Pelo teorema de Tales, temos:
270 I
=  I = 120m
180 80
270 II
=  II = 90m
180 60
270 III
=  III = 60m
180 40

10. B

10
Matemática

Potenciação

Resumo

A potenciação é uma multiplicação de fatores iguais, considere a multiplicação 2.2.2.2 = 16 , podemos


escrever essa multiplicação como 24 = 16, essa operação chamamos de potenciação, nesse caso o número
2 é a base, o número 4 o expoente e o número 16 é a potência.
Exemplos:
1) 32 = 3.3 = 9
2) 53 = 5.5.5 = 125
n
A multiplicação de fatores iguais representado por a onde a é
a base e n é o expoente, o expoente indica
a quantidades de fatores que serão multiplicados (nesse caso n fatores). Exemplo: 4 = 4.4.4 = 64 .
3

As propriedades básicas da potenciação são:


m+n
a) a .a = a
m n

No produto de potências de mesma base, conserva-se a base e soma os expoentes.


Exemplo: 2 .2 = 2
3 2 5

m−n
b) a : a = a
m n

Na divisão de potências de mesma base, conserva-se a base e subtrai os expoentes.


Exemplo: 3 : 3 = 3
4 2 2

c) a ( )
m n
= a m.n
Na potenciação de uma potência, conserva-se a base e multiplica os expoentes.

Exemplo: 2 ( ) 3 2
= 26

d) ( a.b ) = a .b
m m m

Potência de uma multiplicação ou de uma divisão, conserva-se as bases e distribui o mesmo expoente
nas bases.

Exemplo: ( 2.4 ) = 2 .4
2 2 2

e)

Exemplo:

1
Matemática

f) a = 1
0

Todo número com elevado ao expoente igual a zero, o resultado sempre será 1.

g) a = a
1

Todo número elevado ao expoente 1, o resultado será sempre o número da base.

h) 1m = 1
O número 1 elevado a qualquer expoente sempre resultará em 1.

m
−m 1
i) a = 
a
2
1 −2
Exemplo 2 =  
2

j) a = n am
n

1
Exemplo 3 =23
2

Notação científica
Serve para representar grandezas muito grandes ou muito pequenas a partir de potências de 10. A fórmula
n
da notação científica é: m.10 , onde m é a mantissa, ou seja um número racional maior que 1 e menor que
10 e n represente algum número inteiro que é a potência de 10, também chamado ordem de grandeza.
250000 = 2,5.105
Por exemplo:
0, 002 = 2.10−3

2
Matemática

Exercícios

1. Uma das principais provas de velocidade do atletismo é a prova dos 400 metros rasos. No
Campeonato Mundial de Sevilha, em 1999, o atleta Michael Johnson venceu essa prova, com a marca
de 43,18 segundos. Esse tempo, em segundo, escrito em notação científica é

a) 0,4318 × 102
b) 4,318 × 101
c) 43,18 × 100
d) 431,8 × 10−1
e) 4.318 × 10−2

2. A Agência Espacial Norte Americana (NASA) informou que o asteroide YU 55 cruzou o espaço entre a
Terra e a Lua no mês de novembro de 2011. A ilustração a seguir sugere que o asteroide percorreu sua
trajetória no mesmo plano que contém a órbita descrita pela Lua em torno da Terra. Na figura, está
indicada a proximidade do asteroide em relação à Terra, ou seja, a menor distância que ele passou da
superfície terrestre.

Com base nessas informações, a menor distância que o asteroide YU 55 passou da superfície da Terra
é igual a
a) 3,25 × 102 km.
b) 3,25 × 103 km.
c) 3,25 × 104 km.
d) 3,25 × 105 km.
e) 3,25 × 106 km.

3
Matemática

3. A gripe é uma infecção respiratória aguda de curta duração causada pelo vírus influenza. Ao entrar no
nosso organismo pelo nariz, esse vírus multiplica-se, disseminando-se para a garganta e demais partes
das vias respiratórias, incluindo os pulmões.
O vírus influenza é uma partícula esférica que tem um diâmetro interno de 0,00011 mm.
Disponível em: www.gripenet.pt. Acesso em: 2 nov. 2013 (adaptado).

Em notação científica, o diâmetro interno do vírus influenza, em mm, é


a) 1,1 × 10−1
b) 1,1 × 10−2
c) 1,1 × 10−3
d) 1,1 × 10−4
e) 1,1 × 10−5

4. Considere 𝑎 = 1150 , 𝑏 = 4100 e 𝑐 = 2150 e assinale a alternativa correta.

a) c ab

b) c ba

c) abc

d) ac b

5. Considere que o corpo de uma determinada pessoa contém 5,5 litros de sangue e 5 milhões de glóbulos
vermelhos por milímetro cúbico de sangue. Com base nesses dados, é correto afirmar que o número
6
de glóbulos vermelhos no corpo dessa pessoa é (use que 1L=dm³= 10 mm³):

a) 2,75.109
b) 5,5.1010
c) 5.1011
d) 5,5.1012
e) 2,75.1013

298 +450 −834


6. A fração 99 é igual a:
2 −3220 +2101

a) 1
11
b) −
6
c) 2
5
d) −
2
7
e)
4

4
Matemática

7. A expressão
2 0
(−5)² − 3² + (3)
1 1
3−2 + + 2
5
é igual a :

3150
a)
17
b) 90
1530
c)
73
17
d)
3150
e) – 90

8. Se 53𝑎 = 64, o valor de 5−𝑎 é:

a) 1/4

b) 1/40

c) -1/4

d) 1/20

9. No século III, o matemático grego Diofante idealizou as seguintes notações das potências:
x – para expressar a primeira potência;
xx – para expressar a segunda potência;
xxx – para expressar a terceira potência.
No século XVIII, o pensador e matemático francês René Descartes (1596 – 1650) introduziu as
notações x , x 2 , x 3 para potências, notações que usamos até hoje.
Fonte: GIOVANNI; CASTRUCCI; GIOVANNI JR. A conquista da matemática. 8 ed. São Paulo: FTD, 2002.

Analise as igualdades abaixo:

I.
(x y )
3 4 4
= x12 y16

−50 + 30 − ( −4 ) = 1
0

II.
1
20 +
2 = −2
1 0
−3
III. 4

5
Matemática

(4 0
+ 4−1 )  ( 40 − 4−1 ) =
5
3
IV.

Assinale a alternativa CORRETA.


a) Apenas as igualdades I e II são VERDADEIRAS.
b) Apenas as igualdades I, III e IV são VERDADEIRAS.
c) Apenas as igualdades II e IV são VERDADEIRAS.
d) Apenas a igualdade IV é VERDADEIRA.
e) Todas as igualdades são VERDADEIRAS.

1 3 1
1 2 −
(4) ⋅4 2 ⋅36 2 1 −1 −1
10. Se a = ( 25) e x = 3 − ( −3)  , então, é correto afirmar que
−1
=
b− 2
,

1
25  
10000 4

a) c<b<a
b) b<c<a
c) b<a<c
d) a<b<c
e) a<c<b

6
Matemática

Gabarito

1. B
43,18
A resposta é 43,18 =  10 = 4,318  101.
10

2. D
Utilizando a ideia de notação científica, temos: 325 mil km = 325 . 10³ km = 3,25 . 10² . 10³ = 3,25 . 105
km.

3. D
104
Tem-se que 0,00011mm = 0,00011 . = 1,1 . 10-4 mm.
104

4. A
a = 1150
b = 4100 = (42 )50 = 1650
c = 2150 = (23 )50 = 850
850  11501650  c  a  b

5. E
6
5,5 L= 5,5 dm³ = 5,5. 10 mm³. Número de glóbulos vermelhos: 5.106 . 5,5.106 = 27,5.1012 = 2,75.1013

6. B
298 +450 −834 298 +(22 )50 −(23 )34 298 +2100 −2102 298 (1+22 −24 ) 1.−11 11
= = = = =−
299 −3220 +2101 299 −(25 )20 +2101 299 −2100 +2101 299 (1−2+22 ) 2.3 6

7. C
2 0
(−5)²−3²+( ) 25−9+1 17 17 90 1530
3
1 1 = 1 1 1 = 10+18+45 = 73 = 17. =
3−2 + + + + 73 73
5 2 9 5 2 90 90

8. A
1
53𝑎 = 64 ⇔ (5𝑎 )3 = 43 ⇔ 5𝑎 = 4, logo 5−a =
4

7
Matemática

9. B

10. B

8
Matemática

Radiciação

Resumo

Radical
n
Simbolizado por é a raiz n-ésima de um número x com a seguinte propriedade:

 
Se  , ou seja, se n (ou índice) for par o número dentro da raiz (chamado radicando) tem
 
que ser maior que 0, caso o índice for ímpar, x pode assumir qualquer valor real. Considerando que
n , n  2

A radiciação é a operação inversa da potenciação da seguinte forma:


n
x n = x . Por exemplo: 5²=25 e
25 = 5 (quando o n estiver ausente, ele vale 2).

Propriedades.

xm = = 8:4 =
n n:p 8 4 4:4 2
a) xm:p . Exemplo:

b) m
x.y = m x.m y Exemplo: 2
2.4 = 2 2. 2 4
m
x x 5 35
c) m = . Exemplo: 3 =
y m
y 4 34

d)
m n
x = m.n x . Exemplo: 3 4
3 = 3.4 3 = 12 3

No caso da letra B, vale ressaltar que a expressão poderia ter sido escrita como 2
= 2
. E usando as

propriedades, pode ser reescrito como


2
= 2 2
= . Repare que apenas uma parte do radicando
saiu do radical. Isso acontece porque o expoente é maior que o índice mas não é múltiplo dele. No caso
2 4
= 2 2 2
= = .

1
Uma notação muito usual é a de representar a radiciação por um expoente fracionário. Exemplo: 27 3 = 3 27
2 m
ou 20 5 = 20 2 . Em geral: x n =
n
5
xm

1
Matemática

Racionalização
É o processo de multiplicar o denominador por algum número a fim de torna-lo um número racional, quando
ele for irracional. Exemplos:

1 2 2
. =
a) 2 2 2

1 3 −1 3 −1 3 −1
b) . = = . Nesse exemplo lembre do produto notável: (a+b)(a-b)= (a²-b²)
3 +1 3 −1 3−1 2

2 5+ 2 2 5 +2 2
c) . =
5− 2 5+ 2 3

3
6 22 63 4
d)
3
. = = 33 4
2 3
22 2

2
Matemática

Exercícios

√𝑎+√𝑎3 +√𝑎5
1. Para todo número real positivo a, a expressão é equivalente a
√𝑎

a) 1 + √𝑎 + 𝑎
b) 1 + 𝑎2 + 𝑎
c) √𝑎 + 𝑎
d) √𝑎 + 𝑎 2
e) 1+𝑎

2. Dentre outros objetos de pesquisa, a Alometria estuda a relação entre medidas de diferentes partes do
corpo humano. Por exemplo, segundo a Alometria, a área A da superfície corporal de uma pessoa
2
relaciona-se com a sua massa m pela fórmula 𝐴 = 𝑘. 𝑚3 , em que k é uma constante positiva. Se no
período que vai da infância até a maioridade de um indivíduo sua massa é multiplicada por 8, por quanto
será multiplicada a área da superfície corporal?
3
a) √16
b) 4
c) √24
d) 8
e) 64

3. Usando a tecnologia de uma calculadora pode-se calcular a divisão de 2 por 3


4 e obter um resultado
igual a:

a) 4.
3
b) 3.

c) 5.
3
d) 2.

e) 42 .

3
Matemática

237
4. Simplificando-se a expressão , obtém-se o número
235 + 238 + 239
19
a) 4

19
b) 2

c) 0,4

d) 0,16

2
37
e) 2

5. O valor exato da raiz cúbica de 1.728 é

a) 9.

b) 12.

c) 15.

d) 18.

e) 25.

3
3 +39
?
3
6. Quanto vale 3
3
a) 3
3
b) 9

c) 1+ 3 3

d) 1+ 3 9

e) 23 3

4
Matemática

1
2+
7. Simplificando a expressão 2 obtemos:
2 −1
11 2
.
a) 2

2
+ 3.
b) 2

7
+ 2 2.
c) 2

5 2
3+ .
d) 2

2+3 2
.
e) 2

8. Simplificando a expressão 3 2 − 2 18 + 3 72 obtemos:

a) 3 2.

b) 24 2 .

c) 15 2 .

d) −15 2 .

e) 2.

1 1
9. Seja A= e B= , então A + B é igual a:
3+ 2 3− 2

a) −2 2
b) 3 2
c) −2 3
d) 3 3
e) 2 3

5
Matemática

10. Se a = 16 e x = 1,25 quanto vale a x ?


a) 16
b) 32
c) 20
d) 36
e) 64

6
Matemática

Gabarito

1. B

2. B
Sendo A a área da superfície corporal de uma pessoa na infância e S a área da superfície corporal dessa
mesma pessoa na maioridade, de acordo com o enunciado, tem-se:

3. D
3
2 2 2 23 2
=  = =32
3 3 2 3 3 3
4 2 2 2

4. C

237 237
=
235 + 238 + 239 235 (1 + 23 + 24 )

22
=
25
2
=
5
= 0,4.
5. B
1728 3
576 3
192 3
64 2
3
32 2 → 33  23  23 → 3 1728 = 33  23  23 = 12
16 2
82
4 2
2 2

7
Matemática

6. C
3
3 +39 3
3 3
9
= +
3 3 3
3 3 3
9
= 1+ 3
3
= 1 + 3 3.

7. D
Simplificando a expressão, tem-se:

2+
2
1 
2 +

1 
2 +1
2
 ( 2 +1) 1 5+3 2 2 5 2 +6 5 2
= = 2 2 +3+ =  = =3+
2 −1 2 +1 1 2 2 2 2 2

8. C

− + = − + = − + =
= 3 2 − 6 2 + 18 2 = 15 2

9. E

1 3− 2
A= . = 3− 2
3+ 2 3− 2
1 3+ 2
B= . = 3+ 2
3− 2 3+ 2
A +B = 2 3

10. B

( )
1,25
ax = 161,25 = 24 = 25 = 32

8
Matemática

Triângulos: cevianas e pontos notáveis

Resumo

Ceviana
Ceviana é qualquer segmento que parte de um vértice de um triângulo e corta o lado oposto a esse vértice ou
seu prolongamento. São exemplos de cevianas: mediana, altura e bissetriz.

Mediana
Mediana é uma ceviana que liga o vértice de onde ela parte ao ponto médio do lado oposto a esse vértice.

Baricentro
O baricentro é exatamente o ponto de encontro das medianas. É o centro de gravidade (ponto de equilíbrio)
do triângulo.

Importante saber que se BD for uma mediana do triangulo temos algumas relações importantes:
BG = 2 DG
2
BG = BD
3
1
DG = BD
3

Obs: É importante ressaltar que um triângulo possui três medianas e a propriedade do baricentro funciona
com todas elas.

1
Matemática

Altura
A altura é uma ceviana que parte de um vértice e faz 90° com o lado oposto ao mesmo ou seu prolongamento.
Ou seja, ela é perpendicular ao lado oposto a esse vértice ou seu prolongamento. De cada vértice do triângulo
parte UMA altura.

Ortocentro
O ortocentro é exatamente o ponto de encontro das três alturas desse triângulo, podendo pertencer ao exterior
do triângulo, ou até mesmo coincidir com um de seus vértices.

Bissetriz
A bissetriz é uma ceviana que parte de um vértice do triângulo e que divide ao meio o ângulo referente a esse
vértice. Em um triângulo, de cada vértice parte UMA bissetriz.

Incentro
O incentro é o ponto de encontros das três bissetrizes internas do triângulo.

O incentro também é o centro da circunferência inscrita nesse triângulo, pois equidista dos três lados.
Repare que D é um dos pontos de tangência da circunferência com o triângulo.

2
Matemática

Mediatriz
Qualquer segmento de reta perpendicular a um lado do triângulo e que passa por seu ponto médio.
A reta r é a mediatriz do triângulo ABC relativa ao lado BC pois é perpendicular a BC e M é ponto médio
deste lado.

Circuncentro
Todo triângulo possui três mediatrizes que se encontram em um ponto denominado circuncentro,
simbolizado na figura pela letra C:

O Circuncentro é equidistante dos vértices do triângulo, logo, é o centro da circunferência circunscrita ao


triângulo.

Informações importantes:
• No triângulo equilátero, os pontos notáveis são coincidentes.
• No triângulo isósceles, a altura relativa à base também é bissetriz, mediana e mediatriz.
• A Mediatriz não é dita ceviana, pois não necessariamente parte do vértice.

3
Matemática

Segue um mapa mental sobre o assunto! :D

4
Matemática

Exercícios

1. Para fazer um experimento em sala de aula, um professor utilizou uma placa rígida uniforme com
formato de um triângulo escaleno e um pouco maior que um livro escolar. Assim, apoiando seu dedo
indicador em um ponto destacado na superfície da placa, o professor conseguiu equilibrá-la e mantê-
la paralela ao chão.
Esse feito ocorre pelo fato de o ponto destacado sobre a superfície ser
a) o ortocentro da placa triangular.
b) o ex-incentro da placa triangular.
c) o incentro da placa triangular.
d) o circuncentro da placa triangular.
e) o baricentro da placa triangular.

2. No triangulo obtusângulo MNP da figura, podemos afirmar que:

a) o baricentro se encontra na região externa do triângulo MNP.


b) o ortocentro se encontra na região externa do triângulo MNP.
c) o incentro se encontra na região externa do triângulo MNP.
d) o circuncentro se encontra na região interna do triângulo MNP.

3. Se I é incentro do triangulo ABC abaixo, os ângulos  , B̂ e Ĉ , são, respectivamente, iguais a:

a) 30°, 60° e 90°.


b) 55°, 65° e 60°.
c) 40°, 80° e 60°.
d) 100°, 60° e 20°.
e) 65°, 55° e 60°.

5
Matemática

4. No triangulo ABC a seguir, temos ̅̅̅̅ 𝐵𝑃 𝑒 ̅̅̅̅


𝐴𝑃 = ̅̅̅̅ 𝐴𝑄 = ̅̅̅̅
𝐶𝑄. Sendo assim, os valores de x e y são,
respectivamente, iguais a:

a) 30 e 24.
b) 20 e 4.
c) 5 e 16.
d) 8 e 10.
e) 4 e 8.

5. No triangulo ABC abaixo, temos BM = CM , BAP ˆ = PAC


ˆ e AH perpendicular à BC e os pontos
M, P e H não são coincidentes. Podemos afirmar que:

I. AM é uma mediana e AH e uma altura


II. AP é uma mediatriz
III. AP é uma bissetriz
IV. AH é uma altura e AM é uma mediatriz

a) II e IV são verdadeiras.
b) I e III são verdadeiras.
c) I e II são verdadeiras.
d) III e IV são verdadeiras.
e) II e III são verdadeiras.

6
Matemática

6. Na figura, AN e BM são medianas do triângulo ABC. Se BM é igual a 12 cm, a medida do segmento


GM é igual a:

a) 10.
b) 9.
c) 8.
d) 6.
e) 4.

7. Em relação a um triangulo qualquer ABC, quais pontos notáveis estão posicionados necessariamente
na região interna do triangulo?
a) Baricentro e ortocentro.
b) Incentro e circuncentro.
c) Baricentro e circuncentro.
d) Incentro e ortocentro.
e) Baricentro e incentro.

8. Na figura abaixo, a circunferência de centro O está inscrita no triângulo ABC. Se os pontos D, O e E são
colineares e DE é paralelo a BC , com AC = 19 , BC = 21 e AB = 25 , então o perímetro do
triângulo CDE vale

a) 39
b) 39
c) 40
d) 44
e) 46

7
Matemática

9. Na figura, o ponto G é o baricentro do triângulo e a área de S1 é 6 cm². A área do triângulo ABC é:

a) 72 cm²
b) 62 cm²
c) 50 cm²
d) 42 cm²
e) 36 cm²

10. Na figura a seguir, temos dois triângulos equiláteros ABC e A’B’C’ que possuem o mesmo baricentro,
tais que AB / / A ' B ' , AC / / A ' C ' e BC / / B ' C ' . Se a medida dos lados de ABC é igual a 3 3 ea
distância entre os lados paralelos mede 2 cm, então, a medida das alturas de A’B’C’ é igual a

a) 11,5
b) 10,5
c) 9,5
d) 8,5
e) 7,5

8
Matemática

Gabarito

1. E
O baricentro de um triângulo é também seu centro de massa, ou seja, seu ponto de equilíbrio.

2. B
Todo triângulo obtusângulo possui ortocentro na região externa do triângulo.

3. C
Observe a figura:

Podemos montar o sistema:


𝑎 + 𝑐 + 130 = 180
{ 𝑎 + 𝑛 + 120 = 180
𝑏 + 𝑐 + 110 = 180

Resolvendo o sistema, encontramos a = 20, b = 40 e c = 30. Por sim, Â = 40, 𝐵̂ = 80 e , 𝐶̂ = 60.

4. C
Pelo teorema do baricentro:
Y = 2 x 8 = 16
X = 10/2 = 5.

5. B
Já que BM = CM, então AM é uma mediana. Como AH é perpendicular a BC, então AH é altura do triângulo
ABC. Alternativa I verdadeira.
AP não é mediatriz pois não passa pelo ponto médio do segmento AC, que é o ponto M. Alternativa II
falsa.
AP é uma bissetriz pois BÂP = PÂC. Alternativa III verdadeira.
AH é uma altura, mas AM não é mediatriz por não ser perpendicular ao lado AC Alternativa IV falsa.

6. E
Pelo teorema do baricentro, GM mede 1/3 do segmento BM ou seja, GM = 12/3 = 4.
Letra E.

9
Matemática

7. E
O Circuncentro e o ortocentro estão localizados na região externa de triângulos obtusângulos.
Eliminando as alternativas ficamos com a letra E.

8. C
Se O é o centro da circunferência inscrita ao triângulo ABC, então O é o incentro do triângulo ABC. Assim,
é o encontro das bissetrizes de ABC. Traçando as bissetrizes AO e BO , formamos dois triângulos
isósceles: ADO e BEO. Dessa maneira, DO = AD e EO = BE . Por fim, o perímetro do triângulo CDE é
igual a AC + BC = 19 + 21 = 40 .

9. E
Sabemos que uma propriedade importante das medianas de um triângulo é de dividir o triângulo em 6
triângulos de mesma área. Assim, a área do triângulo ACD vale 6 x 6 = 36 cm².

10. B
Seja G o baricentro dos dois triângulos. Como a medida dos lados de ABC é 3 3 , temos que sua altura
é dada por:
l 3 3 3 3 9
= = .
2 2 2

Além disso, usaremos a propriedade que nos diz que o baricentro divide a altura em uma proporção 1:2.
1 9 3
Assim, o segmento GD abaixo mede  =
3 2 2

1
Agora, fica fácil ver que GD’ é equivale a da altura de A’B’C’. Como sabemos que DD’ = 2 cm, temos que
3
3 7
GD ' = +2= .
2 2
Por fim:
7 H 21
= H = = 10,5
2 3 2

10
Matemática

Triângulos: Condição de existência, lei angular, classificação e área

Resumo

Um triângulo é uma figura geométrica constituída a partir de três pontos distintos não colineares e segmentos
de reta que os liga.

Na figura acima, temos que A,B e C são chamados de vértices e os segmentos AB, BC e CA são os lados

Condição de existência
A condição de existência de um triângulo é:
Num triângulo ABC, qualquer lado é menor que a soma dos outros dois e maior que o módulo da diferença,
ou seja, considerando a, b e c os lados do triângulo:

b−c  a  b+c
a −c  b  a +c
a−b ca+b

Note que o triângulo de lados 5, 12 e 13 (comparando com a fórmula anterior a = 5, b = 12 e c= 13)

|12 − 13 | 5  12 + 13 =| −1| 5  25 = 1  5  25
| 5 − 13 | 12  5 + 13 =| −8 | 12  18 = 8  12  18
| 5 − 12 | 13  5 + 12 =| −7 | 13  17 = 7  13  17

Nesse caso é possível existir um triângulo de lados 5,12 e 13.

No entanto, se os lados fossem 5,1 e 7, teríamos:

| 5 − 1| 7  5 + 1 = 4  7  6

1
Matemática

Como essa desigualdade é falsa, não podemos construir um triângulo cujos lados medem 1, 5 e 7. Ou seja,
isso implica em um triângulo que não “fecha”:

Lei angular
Considere o triângulo abaixo:

Nele temos que α,β e γ são ângulos internos do triângulo. A lei angular dos triângulos diz que a soma dos
ângulos internos de um triângulo qualquer vale 180°. Nesse caso, α + β + γ = 180 .

Teorema do ângulo externo


Observe o triângulo abaixo

Temos que θ, λ e ε são chamados de ângulos externos do triângulo e o teorema do ângulo externo diz que
um ângulo externo tem a mesma medida que a soma de dois ângulos internos não adjacentes (ou seja, o que
não está ao lado dele). Nesse triângulo, temos que:`
θ = β + γ

λ = α + β
ε = γ + α

2
Matemática

Por que isso vale?


Observe que 𝜃 e 𝛼, são suplementares, ou seja, 𝜃 + 𝛼 = 180° ⇒ 𝜃 = 180° − 𝛼.
Vimos na lei angular que 𝛼 + 𝛽 + 𝛾 = 180°. Então, podemos substituir 180° pela soma dos ângulos internos.
α + β + γ = 180
 θ = α + β + γ −α = β + γ
θ = 180 − α 

Classificação do triângulo
Quanto aos lados
Equilátero: Apresenta os três lados congruentes
Isósceles: Apresenta os dois lados congruentes (e ângulos da base iguais)
Escaleno: Apresenta os três lados diferentes entre si

Quanto aos ângulos


Retângulo: Possui um ângulo interno de 90 graus (reto) e dois ângulos agudos.
Acutângulo: Possui três ângulos internos agudos (menor que 90 graus).
Obtusângulo: Possui um ângulo obtuso (maior que 90 graus) e dois ângulos agudos.

Note que um triângulo é classificado quanto aos lados e quanto aos ângulos.
Exemplo:

O triângulo acima é retângulo e isósceles.

3
Matemática

Área do Triângulo
Quando falamos do cálculo da área de uma figura plana, estamos querendo calcular a medida de sua
superfície. Seja b a base do triângulo e h a altura dele. Sua área é dada por:

bh
A=
2

Uma outra fórmula que nos é muito útil pode ser vista abaixo:

a  b  sen
A=
2

Temos, também, uma fórmula exclusiva para o cálcula da área de triângulos equiláteros:

L2 3
A=
4

4
Matemática

Exercícios

1. O remo de assento deslizante é um esporte que faz uso de um barco e dois remos do mesmo
tamanho. A figura mostra uma das posições de uma técnica chamada afastamento.

Nessa posição, os dois remos se encontram no ponto A e suas outras extremidades estão indicadas
pelos pontos B e C. Esses três pontos formam um triângulo ABC cujo ângulo BÂC tem medida de 170°.
O tipo de triângulo com vértices nos pontos A, B e C, no momento em que o remador está nessa
posição, é
a) retângulo escaleno.
b) acutângulo escaleno.
c) acutângulo isósceles.
d) obtusângulo escaleno.
e) obtusângulo isósceles.

2. Uma criança deseja criar triângulos utilizando palitos de fósforo de mesmo comprimento. Cada
triângulo será construído com exatamente 17 palitos e pelo menos um dos lados do triângulo deve ter
o comprimento de exatamente 6 palitos. A figura ilustra um triângulo construído com essas
características.

A quantidade máxima de triângulos não congruentes dois a dois que podem ser construídos é
a) 3
b) 5
c) 6
d) 8
e) 10

5
Matemática

3. Na figura abaixo, tem-se que AD = AE , ˆ mede 80º, então


CD = CF e BA = BC . Se o ângulo EDF
o ângulo ˆ mede:
ABC

a) 20º
b) 30º
c) 50º
d) 60º
e) 90º

4. Para decorar a fachada de um edifício, um arquiteto projetou a colocação de vitrais compostos de


quadrados de lado medindo 1 m, conforme a figura a seguir.

Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos médios dos lados do quadrado e os segmentos AP e QC
medem 1/4 da medida do lado do quadrado. Para confeccionar um vitral, são usados dois tipos de
materiais: um para a parte sombreada da figura, que custa R$30,00 o m2, e outro para a parte mais clara
(regiões ABPDA e BCDQB), que custa R$50,00 o m2. De acordo com esses dados, qual é o custo dos
materiais usados na fabricação de um vitral?
a) R$ 22,50
b) R$ 35,00
c) R$ 40,00
d) R$ 42,50
e) R$ 45,00

6
Matemática

5. Observe a figura.

Nela, a, 2a, b, 2b, e x representam as medidas, em graus, dos ângulos assinalados. O valor de x, em
graus, é:
a) 100
b) 110
c) 115
d) 120
e) 130

6. Na figura abaixo, o ângulo x em graus pertence a qual intervalo?

a) [0,15]
b) [15,20]
c) [20,25]
d) [25,30]
e) [30,35]

7
Matemática

7. Na figura, AB = AC e CE = CF . A medida de β é:

a) 90°
b) 120°
c) 110º
d) 130°
e) 140°

8.

O triângulo PMN acima é isósceles de base MN. Se p, m e n são os ângulos internos do triângulo,
como representados na figura, então podemos afirmar que suas medidas valem, respectivamente,

a) 50, 65, 65

b) 65, 65, 50

c) 65, 50, 65

d) 50, 50, 80

e)
80, 80, 40

8
Matemática

9. Deseja-se fazer uma ligação entre o km 32 da BR-1 e o km 55 da BR-2, como mostra a figura.

Sabendo que essa ligação terá um número inteiro de quilômetros, quais as medidas, mínima e máxima,
respectivamente, que poderá ter?
a) 24 km e 86 km
b) 23 km e 87 km
c) 23 km e 86 km
d) 24 km e 87 km

10. Determine a medida do ângulo do vértice A do triângulo isósceles ABC, sabendo que
BC = CD = DE = EF = FA .

a) 15°
b) 20°
c) 25°
d) 30°
e) 35°

9
Matemática

Gabarito

1. E
Como ̅̅̅̅
𝑨𝑩 = ̅̅̅̅
𝑨𝑪, temos que o triângulo é isósceles. Como BÂC = 170º, o triângulo é obtusângulo.

2. A
O perímetro do triângulo é de 17 palitos. Temos que esse triângulo deve ter um lado medindo 6 palitos.
Desse modo, poderemos formar os triângulos com as seguintes medidas de lados, levando em
consideração a condição de existência de um triângulo:
6-6-5 ; 7-6-4 ; 8-6-3

3. A
Observe a figura:

Sendo o triângulo ABC isósceles (AB = BC), os ângulos da base AC têm a mesma medida α. Os triângulos
ADE e DCF são semelhantes porque são isósceles e possuem os ângulos dos vértices congruentes, logo
os ângulos de suas bases também são congruentes e medem δ. Analisando a figura ao lado, conclui-se
que:
ADE + EDF + FDC = 180
2δ + 80 = 180
2δ = 100
α = 80
2 α = 160
β = 20

4. B
A área da região clara pode ser calculada através do quádruplo da área do triângulo APB, visto que os
triângulos APB, APD, CQD e CQB são congruentes, possuindo mesmas áreas.
A área da região clara é igual à área da região sombreada e pode ser calculada através da diferença da
área do quadrado pela área clara:
1-0,25=0,75m².
Calcula-se o preço do vitral através do produto da área de cada região pelo preço do m² correspondente.
Preço= 0,25.50 + 0,75.30 = 12,5 + 22,5 = 35 reais.

10
Matemática

5. D
Sabemos que X é igual 2a + 2b, pois x é ângulo externo do triângulo que possui os ângulos 2b (oposto
pelo vértice) e 2a.
x = 2a+2b
x= 2(a+b)

e sabemos também que a+b+x=180, pois são ângulos de um triângulo.


Agora, substituímos o valor que encontramos de y na primeira, e colocamos nessa:

a+b+x=180
a+b + 2(a+b) = 180
a+b+2a+2b=180
3a+3b=180
simplificamos por 3:
a + b = 60

Agora voltamos na formula la de cima:


x = 2(a+b)
x = 2 . 60
x = 120.

6. B
1º triângulo:
y + 3x + 4x = 180
y + 7x = 180
y = 180 - 7x

2º triângulo:
y + z + 5x = 180
como y = 180 - 7x, então:
180 - 7x + z + 5x = 180
z = 2x

3º triângulo:
z + 6x + 2x = 180
2x + 6x + 2x = 180
10x = 180
x = 18º

11
Matemática

7. B
Observe a figura:

O triângulo CEF é isósceles, pois CE = CF. Logo, BÊD = CÊF = CFE = 40. Como ACB é externo ao triângulo
CEF, temos ACB = 40 + 40 = 80 graus.
O triângulo ABC é isósceles, pois AB = AC. Logo, ABC = ACB = 80. Como β é externo ao triângulo BDE,
temos β = 40 + 80 = 120 graus.

8. A
n = 180 − 115  n = 65
PM = PN  m = 65

Logo,
p = 180 − 2  65 = 50

9. A
Repare que que a ligação é um lado de um trângulo cujos outros dois lados medem 32 e 55. Assim, pela
condição de existência de um triângulo qualquer, temos:
55 − 32  x  55 + 32
23  x  87
Dessa maneira, seu comprimento mínimo é 24 e máximo é 86.

10. B
Como temos vários triângulos isósceles, e pelo teorema do ângulo externo, podemos fazer as seguintes
marcações:

- AEF é isósceles então Ê = Â = x.

12
Matemática

- O ângulo EFD é externo a AEF, então EFD = 2x.


- EFD é isósceles então EFD = EDF = 2x.
- O ângulo CED é externo a AED, então CED = 3x.
- CDE é isósceles então DEC = ECD = 3x.
- O ângulo CDB é externo a ACD, então CDB = 4x.
- CDB e ABC são isósceles então ACB = CDB = CBD = 4x.

Por fim:
4 x + 4 x + x = 180
9 x = 180
x = 20

13
Matemática

Grandezas proporcionais e escala

Resumo

Razões e proporções
Razão é a fração determinada por duas grandezas, que visa a obter a relação que se estabelece entre as
quantidades de cada uma delas em uma determinada situação. Assim, uma razão entre as grandezas a e b é
𝑎
dada por .
𝑏
Quando duas razões têm o mesmo resultado, ou seja, se elas são iguais, determinam uma proporção. Desse
modo, a proporção dada por quatro números a, b, c e d é representada pela seguinte igualdade de razões:
𝑎 𝑐
= =𝑘
𝑏 𝑑
em que k é a constante de proporcionalidade.

Grandezas Diretamente Proporcionais


Duas grandezas a e b são diretamente proporcionais quando a razão entre elas é constante, ou seja:
a
=k
b
Assim, ao variar uma grandeza, a outra também varia na mesma razão.

Exemplo: Um pai deixou para seus filhos André, Bruno e Cristiano uma herança de R$ 70.000,00 a ser
distribuída em quantias diretamente proporcionais a 1,2 e 4, respectivamente. Quanto cada um dos três
filhos recebeu?

Chamemos por A, B e C as quantias recebidas por André, Bruno e Cristiano, respectivamente. A seguinte
proporção pode ser montada:
A B C
= = =k
1 2 4
Igualando-se cada razão à constante k de proporcionalidade, podem-se criar as seguintes equações:
A = k , B = 2k e C = 4k
Dessa maneira, sabemos que a soma das quantias recebidas por cada um é o valor total da herança,
R$ 70.000,00:
A + B + C = 70000
k + 2k + 4k = 70000
7k = 70000
k = 10000
Assim, André recebeu R$ 10 000,00, Bruno recebeu R$ 20 000,00 e Cristiano, R$ 40 000,00.

1
Matemática

Grandezas Inversamente proporcionais


Duas grandezas a e b são diretamente proporcionais quando o produto entre elas é constante, ou seja:
a b = k
Assim, ao variar uma grandeza, a outra também varia na razão inversa.

Exemplo: Um pai deixou para seus filhos André, Bruno e Cristiano uma herança de R$ 70.000,00 a ser
distribuída em quantias inversamente proporcionais a 1, 2 e 4, respectivamente. Quanto cada um dos três
filhos recebeu?

Chamemos por A, B e C as quantias recebidas por André, Bruno e Cristiano, respectivamente.


A seguinte proporção pode ser montada:
A = 2B = 4C = k
Igualando-se cada razão à constante k de proporcionalidade, podem-se criar as seguintes equações:
k k
A=k , B = eC=
2 4
Dessa maneira, sabemos que a soma das quantias recebidas por cada um é o valor total da herança,
R$ 70.000,00:
A + B + C = 70000
k k
k+ + = 70000
2 4
4k + 2k + k
= 70000
4
7 k = 280000
k = 40000
Assim, André recebeu R$ 40 000,00, Bruno recebeu R$ 20 000,00 e Cristiano, R$ 10 000,00.

Escala
Escalas de mapas e miniaturas são exemplos de razões entre grandezas de mesma natureza (neste caso,
comprimento). Uma escala (e) é a razão entre o comprimento do desenho ou da miniatura (d) e o
comprimento real (r).
Medida do desenho d
E= =
Medida Real r

Escalas de mapas e miniaturas geralmente são representadas na forma de 1 : R , ou seja, 1 unidade de


comprimento do desenho representa R unidades de comprimento no real. Existem também escalas de áreas,
que é o valor da escala ao quadrado, e escalas volumétricas, que é o valor da escala ao cubo.

2
Matemática

Exercícios

1. Para uma temporada das corridas de Fórmula 1, a capacidade do tanque de combustível de cada carro
passou a ser de 100 kg de gasolina. Uma equipe optou por utilizar uma gasolina com densidade de 750
gramas por litro, iniciando a corrida com o tanque cheio. Na primeira parada de reabastecimento, um
carro dessa equipe apresentou um registro em seu computador de bordo acusando o consumo de
quatro décimos da gasolina originalmente existente no tanque. Para minimizar o peso desse carro e
garantir o término da corrida, a equipe de apoio reabasteceu o carro com a terça parte do que restou
no tanque na chegada ao reabastecimento.
Disponível em: www.superdanilof1page.com.br. Acesso em: 6 jul. 2015 (adaptado).

A quantidade de gasolina utilizada, em litro, no reabastecimento, foi:


20
a)
0,075
20
b)
0,75
20
c)
7,5
d) 20 × 0,075
e) 20 × 0,75

2. Comum em lançamentos de empreendimentos imobiliários, as maquetes de condomínios funcionam


como uma ótima ferramenta de marketing para as construtoras, pois, além de encantar clientes,
auxiliam de maneira significativa os corretores na negociação e venda de imóveis.
Um condomínio está sendo lançado em um novo bairro de uma cidade. Na maquete projetada pela
construtora, em escala de 1 : 200, existe um reservatório de água com capacidade de 45 cm³.
Quando todas as famílias estiverem residindo no condomínio, a estimativa é que, por dia, sejam
consumidos 30 000 litros de água.
Em uma eventual falta de água, o reservatório cheio será suficiente para abastecer o condomínio por
quantos dias?
a) 30
b) 15
c) 12
d) 6
e) 3

3
Matemática

3. O resultado de uma pesquisa eleitoral, sobre a preferência dos eleitores em relação a dois candidatos,
foi representado por meio do Gráfico 1.

Ao ser divulgado esse resultado em jornal, o Gráfico 1 foi cortado durante a diagramação, como mostra
o Gráfico 2.

Apesar de os valores apresentados estarem corretos e a largura das colunas ser a mesma, muitos
leitores criticaram o formato do Gráfico 2 impresso no jornal, alegando que houve prejuízo visual para
o candidato B. A diferença entre as razões da altura da coluna B pela coluna A nos gráficos 1 e 2 é:
a) 0

1
b)
2
1
c)
5
2
d)
15
8
e)
35

4
Matemática

4. A mensagem digitada no celular, enquanto você dirige, tira a sua atenção e, por isso, deve ser evitada.
Pesquisas mostram que um motorista que dirige um carro a uma velocidade constante percorre “às
cegas” (isto é, sem ter visão da pista) uma distância proporcional ao tempo gasto ao olhar para o celular
durante a digitação da mensagem. Considere que isso de fato aconteça. Suponha que dois
motoristas (X e Y) dirigem com a mesma velocidade constante e digitam a mesma mensagem em seus
celulares. Suponha, ainda, que o tempo gasto pelo motorista X olhando para seu celular enquanto digita
a mensagem corresponde a 25% do tempo gasto pelo motorista Y para executar a mesma tarefa.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 21 jul. 2012 (adaptado).

A razão entre as distâncias percorridas às cegas por X e Y, nessa ordem, é igual a:


5
a)
4
1
b)
4
4
c)
3
4
d)
1
3
e)
4

5. Um pesquisador, ao explorar uma floresta, fotografou uma caneta de 16,8 cm de comprimento ao lado
de uma pegada. O comprimento da caneta (c), a largura (L) e o comprimento (C) da pegada, na
fotografia, estão indicados no esquema.

A largura e o comprimento reais da pegada, em centímetros, são, respectivamente, iguais a

a) 4,9 e 7,6.
b) 8,6 e 9,8.
c) 14,2 e 15,4.
d) 26,4 e 40,8.
e) 27,5 e 42,5.

5
Matemática

6. A figura apresenta dois mapas, em que o estado do Rio de Janeiro é visto em diferentes escalas.

Há interesse em estimar o número de vezes que foi ampliada a área correspondente a esse estado no
mapa do Brasil. Esse número é
a) Menor que 10.
b) Maior que 10 e menor que 20.
c) Maior que 20 e menor que 30.
d) Maior que 30 e menor que 40.
e) Maior que 40.

7. Em uma cantina, o sucesso de venda no verão são sucos preparados à base de polpa de frutas. Um
dos sucos mais vendidos é o de morango com acerola, que é preparado com 2/3 de polpa de morango
e 1/3 de polpa de acerola.
Para o comerciante, as polpas são vendidas em embalagens de igual volume. Atualmente, a
embalagem da polpa de morango custa R$ 18,00 e a de acerola, R$ 14,70. Porém, está prevista uma
alta no preço da embalagem da polpa de acerola no próximo mês, passando a custar R$ 15,30.
Para não aumentar o preço do suco, o comerciante negociou com o fornecedor uma redução no preço
da embalagem da polpa de morango.

A redução, em real, no preço da embalagem da polpa de morango deverá ser de


a) 1,20.
b) 0,90.
c) 0,60.
d) 0,40.
e) 0,30

6
Matemática

8. Em um jogo on-line, cada jogador procura subir de nível e aumentar sua experiência, que são dois
parâmetros importantes no jogo, dos quais dependem as forças de defesa e de ataque do participante.
A força de defesa de cada jogador é diretamente proporcional ao seu nível e ao quadrado de sua
experiência, enquanto sua força de ataque é diretamente proporcional à sua experiência e ao quadrado
do seu nível. Nenhum jogador sabe o nível ou a experiência dos demais. Os jogadores iniciam o jogo
no nível 1 com experiência 1 e possuem força de ataque 2 e de defesa 1. Nesse jogo, cada participante
se movimenta em uma cidade em busca de tesouros para aumentar sua experiência. Quando dois deles
se encontram, um deles pode desafiar o outro para um confronto, sendo o desafiante considerado o
atacante. Compara-se então a força de ataque do desafiante com a força de defesa do desafiado e
vence o confronto aquele cuja força for maior. O vencedor do desafio aumenta seu nível em uma
unidade. Caso haja empate no confronto, ambos os jogadores aumentam seus níveis em uma unidade.
Durante um jogo, o jogador J1, de nível 4 e experiência 5, irá atacar o jogador J2, de nível 2 e experiência
6.
O jogador J1 venceu esse confronto porque a diferença entre sua força de ataque e a força de defesa
de seu oponente era
a) 112.
b) 88.
c) 60.
d) 28.
e) 24.

9. Para contratar três máquinas que farão o reparo de vias rurais de um município, a prefeitura elaborou
um edital que, entre outras cláusulas, previa:
• Cada empresa interessada só pode cadastrar uma única máquina para concorrer ao edital;
• O total de recursos destinados para contratar o conjunto das três máquinas é de R$ 31 000,00;
• O valor a ser pago a cada empresa será inversamente proporcional à idade de uso da máquina
cadastrada pela empresa para o presente edital.

As três empresas vencedoras do edital cadastraram máquinas com 2, 3 e 5 anos de idade de uso.
Quanto receberá a empresa que cadastrou a máquina com maior idade de uso?
a) R$ 3 100,00
b) R$ 6 000,00
c) R$ 6 200,00
d) R$ 15 000,00
e) R$ 15 500,00

7
Matemática

10. A resistência mecânica S de uma viga de madeira, em forma de um paralelepípedo retângulo, é


diretamente proporcional à sua largura (b) e ao quadrado de sua altura (d) e inversamente proporcional
ao quadrado da distância entre os suportes da viga, que coincide com o seu comprimento (x), conforme
ilustra a figura. A constante de proporcionalidade k é chamada de resistência da viga.

A expressão que traduz a resistência S dessa viga de madeira é

𝑘⋅𝑏⋅𝑑2
a) 𝑆=
𝑥2
𝑘⋅𝑏⋅𝑑
b) 𝑆=
𝑥2

𝑘⋅𝑏⋅𝑑2
c) 𝑆=
𝑥

𝑘⋅𝑏2 ⋅𝑑
d) 𝑆=
𝑥
𝑘⋅𝑏⋅2𝑑
e) 𝑆=
2𝑥

8
Matemática

Gabarito

1. B

2. C

3. E

4. B

5. D

9
Matemática

6. D
A escala apresenta a relação entre duas medidas , a do desenho e a real. No mapa do brasil, 1 unidade
do desenho equivale a 25 000 000 do real. Já no mapa do Rio de Janeiro, 1 unidade equivale a 4 000 000
25000000 25 25 2 625
do real. Logo a escala é = Como a escala é de área então seu valor é ( ) =
4 16
=
4000000 4
39,0625.Então, o número de vezes que foi ampliada a área é um número maior que 30 e menor que 40.

7. E

8. B
Sejam d e a, respectivamente, a força de defesa e a força de ataque. Logo, sendo n o nível e ℓ a
experiência, temos d = 𝛼 . n . ℓ² e a = 𝛽 . n² . ℓ.
Desse modo, segue que 1 = 𝛼 . 1. 1² ⇔ 𝛼 = 1 e 2 = 𝛽 . 1² . 1 ⇔ 𝛽 = 2.
Portanto, sabendo que J1 ataca J2, podemos concluir que a resposta é dada por 2 . 4² . 5 – 2 . 6² = 160 –
72 = 88

9. B
Sejam x, y e z, respectivamente, os valores recebidos pelos contratos das máquinas com 2, 3 e 5 anos de
idade de uso. Logo, temos 2x = 3y = 5z = k, com k sendo a constante de proporcionalidade. Em
k k k
consequência, vem x + y + z = 31000 ⇔ + + = 3100
2 3 5
⇔ 𝑘 = 30000.
30000
A resposta é z = = R$ 6.000,00
5

10. A
𝑏 .𝑑²
De acordo com as informações, segue que S = k.
𝑥²

10
Matemática

Produtos Notáveis e Fatoração

Resumo

Produtos Notáveis
Por serem frequentes no cálculo algébrico, alguns produtos são chamados de produtos notáveis são eles:
a) Produto da soma pela diferença de dois termos: (x+y).(x-y)
b) Quadrado da soma de dois termos: (x+y).(x+y)=(x+y)²
c) Quadrado da diferença de dois termos: (x-y)(x-y)=(x-y)²

Desenvolvendo esses produtos temos (aplicando a distributiva):


a) (x+y).(x-y)=x²+xy-xy-y²=x²-y²
b) (x+y).(x+y)=(x+y)²=x²+xy+xy+y²=x²+2xy+y²
c) (x-y).(x-y)=(x-y)²=x²-xy-xy+y²=x²-2xy+y²

Alguns exemplos de aplicação :

• (3+x)²=9+2.3.x+x²=9+6x+x²
• (2x-3y)=(2x)²-2.2x.3y+(3y)²=4x²-12xy+9y²
• (4x+2)(4x-2)=16x²-4

Fatoração
Fatorar uma expressão diz respeito a transformação em fatores de um produto. Por exemplo: A forma
fatorada de x²+2x+1 é (x+1)², a forma fatorada de x²-5x+6 é (x-2).(x-3). Fatorar muitas vezes é útil para
𝑥²+2𝑥+1 (𝑥+1).(𝑥+1)
simplificações algébricas. Por exemplo: = = (𝑥 + 1).
𝑥+1 (𝑥+1)

Fator comum em evidência


Uma técnica muito útil é a de fatorar pelo fator comum em evidência. Como por exemplo: 2x+2y. Note que 2
é fator comum em ambos os termos, logo podemos reescrever 2x+2y como 2(x+y). Caso efetue a distributiva
chega-se ao termo original 2x+2y. Alguns exemplos de fatoração pelo fator comum em evidencia.

• a+ab = a(1+b). Nesse caso o fator comum é o a

• 10x-20y= 10(x+2y).Nesse caso o fator comum é o 10 que é o maior divisor comum entre 10 e 20.

• x³+3x= x(x²+3). Nesse casos o fator comum é o x

• x³y²-xy²+xy. Repare que o fator comum é xy, pois reescrevendo os termos temos que:
o x³y²=xy.x²y
o xy²=xy.y
Dessa forma x³y²-xy²+xy = xy(x²y-y+1)

1
Matemática

Agrupamento
Essa outra técnica é usada quando o fator comum é um grupo comum. Por exemplo: 2x+2+ax+a. Nesse caso
podemos fatorar pelo fator comum ficando com 2(x+1)+a(x+1). Note que x+1 é comum logo usando o
agrupamento: (x+1)(2+a). Efetuando a distributiva volta ao 2x+2+ax+a. Outros exemplos:
• x²+ax+bx+ab=x(x+a)+b(x+a)=(x+a)(x+b)
• x³-x²+x-1=x²(x-1)+1.(x-1)=(x+1)(x²-1)

2
Matemática

Exercícios

2
 1 1
1. Se  x − = 3 , então + é igual a:
 x 
a) 0.
b) 1.
c) 5.
d) 6.

2. Se x + y = 13 e x · y = 1, então x² + y² é
a) 166.
b) 167.
c) 168.
d) 169.
e) 170.

3. O valor da expressão , para x = 1,25 e y = 0,75, é:


a) – 0,25.
b) –0,125.
c) 0.
d) 0,125.
e) 0,25.

4. O produto (4x + y)(4x – y) equivale a:


a) 16x² – y².
b) 8x² – y².
c) 4x² – y².
d) 16x² – 8xy + y².
e) 8x² – 4xy + y².

3
Matemática

5. O valor da expressão (a–1 + b–1)–2 é:


ab
a) (a + b)2 .

ab
b) (a2 + b2 )2 .

c) a2 + b2.

a 2b 2
(a + b)2
d) .

6. O valor da expressão x²y + xy², no qual xy = 12 e x + y = 8, é:


a) 40.
b) 96.
c) 44.
d) 88.
e) 22.

7. A expressão (x – y)² – (x + y)² é equivalente a:


a) 0.
b) 2y².
c) –2y².
d) –4xy.
e) –2(x + y)².

x² + 6x + 9
8. Simplificando a expressão , obtém-se:
x² − 9
a) 6x.

b) –6x.

x −3
c) x+3

x+3
d) x −3

4
Matemática

9. Fatorando a expressão ac + 2bc – ad – 2bd, obtemos:


a) (a – 2b)(c – d).

b) (a + 2b)(c – d).

c) (a – 2b) (c + d).

d) (a + c)2(a – b).

e) (a – c)(a + 2b).

10. Qual é o fator comum a todos os termos do polinômio 8


− 9 9
+ 5

5
a) .
9
b) .

c)
36x 9 y 9 .

d)
3x 9 y 9 .

e)
6x 9 y 9 .

5
Matemática

Gabarito

1. C
2
 1 1 1 1 1
 −  = − + =  − + =  + =
 

2. B
+ =  + =  + + =
x.y = 1
+ + =  + =

3. E
x 2 − y 2 x 2 − 2xy + y 2 (x + y)(x − y) (x - y)²
· = · = (x − y)² =
x+y x−y x+y x−y
= (1,25 − 0,75)² = (0,5)² = 0,25

4. A
(4x + y)(4x − y) = (4x)² − (y)² = 16x² − y²

5. D
−1
  1 1 2   1 1
−1
 b² + 2ab + a² 
−1

(a ) 2 a²b²
–2
–1
+ b –1
=  +   =  + +  =  =
 a b    a² ab b²   a²b²  (a + b)²
 

6. B
x²y + xy² = xy(x + y) = 12.8 = 96

7. D
( x – y) ² – (x + y ) ² = x² − 2xy + y² − x² − 2xy − y² = −4xy

8. D
x² + 6x + 9 (x + 3)² x+3
= =
x² − 9 (x + 3)(x − 3) x − 3

9. B
ac + 2bc – ad – 2bd = a(c − d) + 2b(c − d) = (a + 2b)(c − d)

10. A
8
= 5

9 9
= 5 7 4

5
= 5

6
Matemática

Quadriláteros notáveis: Paralelogramos (definição e área)

Resumo

Quadriláteros são polígonos de 4 lados e que possuem certas características especiais:


• Soma dos ângulos internos é igual a 360°
• Possuem apenas duas diagonais.

Os quadriláteros que mais estudamos são:

Paralelogramo
É o quadrilátero que possui os lados opostos paralelos.

Área: A = b  h
Propriedades:
1. Os lados opostos são congruentes, assim como os ângulos opostos.
2. Os ângulos adjacentes são suplementares.
3. As diagonais se cruzam em seus pontos médios.

Abaixo, veremos tipos especiais de paralelogramos: retângulo, quadrado e losango.

Retângulo:
É o quadrilátero equiângulo, ou seja, possui os quatro ângulos iguais a 90°.

Área: A = b  h
Propriedade:
1. Uma propriedade interessante do retângulo é que suas diagonais têm o mesmo comprimento, ou seja,
AC = BD .

1
Matemática

Quadrado
É um quadrilátero regular, ou seja, possui os quatro lados e os quatro ângulos iguais.

Área do quadrado: A = l
2

Losango
É o quadrilátero equilátero, ou seja, possui os quatro lados iguais.

Sendo D a diagonal maior e d a diagonal menor, temos que


Dd
Área: A =
2

Propriedade:
1. Suas diagonais são perpendiculares e são bissetrizes dos ângulos internos, dividindo o losango em quatro
triângulos retângulos.

2
Matemática

Exercícios

1. Dadas as afirmações:
I. Quaisquer dois ângulos opostos de um quadrilátero são suplementares.
II. Quaisquer dois ângulos consecutivos de um paralelogramo são suplementares.
III. Se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares entre si e se cruzam em seu ponto
médio, então este paralelogramo é um losango.

Podemos afirmar que:


a) Todas são verdadeiras
b) Apenas I e II são verdadeiras
c) Apenas II e III são verdadeiras
d) Apenas II é verdadeira
e) Apenas III é verdadeira

2. O proprietário de um restaurante deseja comprar um tampo de vidro retangular para a base de uma
mesa, como ilustra a figura

Sabe-se que a base da mesa, considerando a borda externa, tem a forma de um retângulo, cujos lados
medem AC = 105 cm e AB = 120 cm.
Na loja onde será feita a compra do tampo, existem cinco tipos de opções de tampos, de diferentes
dimensões, e todos com a mesma espessura, sendo:
Tipo 1: 110 cm x 125 cm
Tipo 2: 115 cm x 125 cm
Tipo 3: 115 cm x 130 cm
Tipo 4: 120 cm x 130 cm
Tipo 5: 120 cm x 135 cm

O proprietário avalia, para comodidade dos usuários, que se deve escolher o tampo de menor área
possível que satisfaça a condição: ao colocar o tampo sobre a base, de cada lado da borda externa da
base da mesa, deve sobrar uma região, correspondendo a uma moldura em vidro, limitada por um
mínimo de 4 cm e máximo de 8 cm fora da base da mesa, de cada lado.

3
Matemática

Segundo as condições anteriores, qual é o tipo de tampo de vidro que o proprietário avaliou que deve
ser escolhido?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

3. No retângulo a seguir, o valor, em graus, de α + β é:

a) 50
b) 90
c) 120
d) 130
e) 220

4. Diariamente, uma residência consome 20160 Wh. Essa residência possui 100 células solares
retangulares (dispositivos capazes de converter a luz solar em energia elétrica) de dimensões 6 cm u
8 cm. Cada uma das tais células produz, ao longo do dia, 24 Wh por centímetro de diagonal. O
proprietário dessa residência quer produzir, por dia, exatamente a mesma quantidade de energia que
sua casa consome.
Qual deve ser a ação desse proprietário para que ele atinja o seu objetivo?
a) Retirar 16 células.
b) Retirar 40 células.
c) Acrescentar 5 células.
d) Acrescentar 20 células.
e) Acrescentar 40 células

4
Matemática

5. Os ângulos internos de um quadrilátero medem 3x − 45 , 2x + 10 , 2x + 15 e x + 20 graus. O menor


ângulo mede:
a) 90º
b) 65º
c) 45º
d) 105º
e) 80º

6. Considere as afirmações:
I. Todo retângulo é um paralelogramo.
II. Todo o quadrado é um retângulo.
III. Todo o losango é um quadrado.

Associe a cada uma delas a letra V, se for verdadeira ou F, caso seja falsa. Na ordem apresentada
temos:
a) FFF
b) FFV
c) VFF
d) VVF

7. José somou as medidas de três dos lados de um retângulo e obteve 40 cm. João somou as medidas
de três dos lados do mesmo retângulo e obteve 44 cm. Com essas informações, pode-se afirmar
corretamente que a medida, em cm, do perímetro do retângulo é

a) 48.

b) 52.

c) 46.

d) 56.
e) 58

5
Matemática

8. A figura abaixo exibe um retângulo ABCD decomposto em quatro quadrados.

AB
O valor da razão é igual a
BC
5
.
a) 3

5
.
b) 2
4
.
c) 3

3
.
d) 2

9. (Ucs 2015) No losango abaixo dois ângulos medem 120 e o lado mede 4 cm.

Qual das expressões a seguir, corresponde à soma das medidas das diagonais do losango?

a)
4(1 + 3)

b) 1 + 3
1+ 3
c) 2

3
d) 4

1+ 3
e) 4

6
Matemática

10. Em um paralelogramo, as medidas de dois ângulos internos consecutivos estão na razão 1: 3 . O


ângulo menor desse paralelogramo mede
a) 45°
b) 50°
c) 55°
d) 60°
e) 65°

7
Matemática

Gabarito

1. C
I. Quaisquer dois ângulos opostos de um quadrilátero são suplementares. Isso é falso: isso não
acontece por exemplo, com o trapézio retângulo.
II. Quaisquer dois ângulos consecutivos de um paralelogramo são suplementares. Verdade!
III. Se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares entre si e se cruzam em seu ponto médio,
então esse paralelogramo é um losango. Verdade!

2. C
As medidas dos lados AC = 105 cm e AB = 120 cm poderão variar em 4 cm e 8 cm por cada lado. Logo,
as medidas mínimas e máximas desses lados, serão respectivamente: AC = 113 cm (105 + 8) valor
mínimo e AC = 119 cm (105 + 16) valor máximo.
AB = 128 cm (120 + 8) valor mínimo e AC = 132 cm (120 + 16) valor máximo. Portanto, o único tipo que
satisfaz essas condições é o tipo 3.

3. D
Observe a figura:

40 + 180 – α + 90 + 180 – β = 360


130 – α – β = 0
α + β = 130.

4. A
A cada retângulo de dimensões 6 cm x 8 cm, temos uma diagonal de 10 cm. Assim, por dia, cada célula
produz 10 . 24 = 240 Wh e 100 células produzem 100 x 240 = 24000 Wh.
Desse modo, temos 3840 Wh a mais que o consumo inicial, logo, percebemos que 3840 Wh / 240 Wh =
16. Assim, devemos retirar 16 células.

5. B
3x - 45°+ 2x + 10° + 2x +15° + x +20° = 360

3x + 2x+2x +x = 360+45-10-15-20
8x = 360
x = 45

3x - 45°= 3.(45)-45= 135-45 =90°


2x + 10°=2(45)+10=90+10=100°
2x +15° = 2(45)+15= 90+105°

8
Matemática

x +20° = 45+20= 65°

6. D
I e II) Paralelogramo é todo quadrilátero que tem dois pares de lados opostos paralelos. VERDADEIRO.
III) Todo losango tem 2 ângulos maiores que 90º e dois menores que 90º, e no quadrado todos os ângulos
tem 90º. FALSO

7. D
Sejam a e b as medidas da base e da altura do retângulo, em centímetros. Logo, supondo a  b,
podemos escrever a + 2b = 40 e 2a + b = 44. Dessa forma, somando as equações, encontramos
3a + 3b = 84 e, assim, vem a + b = 28.
A resposta é 2a + 2b = 56.

8. A
Há três tipos de quadrados, com 1  2  3 sendo os seus lados. É fácil ver que 2 = 2  1 e
AB + 2 5
3 = 1 + 2 = 3  1. Portanto, temos = 3 = .
BC 3 3

9. A
Se dois ângulos do losango medem 120, então cada um dos outros dois mede
360 − 2  120
= 60.
2

Logo, a diagonal menor divide o losango em dois triângulos equiláteros congruentes de lados 4cm.
4 3
Portanto, a diagonal menor mede 4cm e a maior mede 2  = 4 3 cm.
2
A resposta é 4 + 4 3 = 4(1+ 3)cm.

10. A
Se os ângulos estão em uma razão 1: 3 , significa que um é o triplo do outro. Assim, sejam x e 3x os
ângulos internos consecutivos. Como sabemos, eles são complementares, ou seja x + 3x = 180 .
Resolvendo a equação, encontramos x = 45 .

9
Matemática

Quadriláteros notáveis: trapézio (definição e área)

Resumo

Já conhecemos os paralelogramos, agora falta conhecer os trapézios!

Trapézio
É um quadrilátero que possui dois lados paralelos, que são chamados de bases.

B+b
A base média de um trapézio pode ser calculado através da semi-soma de suas bases, ou seja, Bm =
2

Área: A = Bm  h =
( B + b) h
2

Mediana de Euler
Mediana de Euler é o segmento que une os pontos médios das diagonais de um trapézio e fica localizada
sobre sua base média, conforme é mostrado no desenho:

B −b
Ela é expressa pela fórmula .
2

1
Matemática

Existem 3 tipos de trapézios:

1. Trapézio isósceles:
É aquele cujos lados não paralelos são congruentes.

Propriedade:
Os ângulos de cada base também são congruentes.

2. Trapézio escaleno:
É aquele cujos lados não paralelos têm comprimentos distintos.

3. Trapézio retângulo:
É aquele em que a altura é o próprio lado.

2
Matemática

Exercícios

1. A respeito da definição e dos elementos de um trapézio, assinale a alternativa correta:


a) Trapézios são quadriláteros que possuem dois pares de lados paralelos.
b) Trapézios são figuras planas formadas por quatro lados e um par de lados adjacentes paralelos.
c) Todo trapézio possui diagonais congruentes.
d) Trapézios são quadriláteros que possuem um par de lados opostos paralelos.

2. Um marceneiro deseja construir uma escada trapezoidal com 5 degraus, de forma que o mais baixo e
o mais alto tenham larguras respectivamente iguais a 60 cm e a 30 cm, conforme a figura.

Os degraus serão obtidos cortando-se uma peça linear de madeira sujo comprimento mínimo, em cm,
deve ser:
a) 144
b) 180
c) 210
d) 225
e) 240

3. Sabendo-se que, em um trapézio, a soma da base média com a mediana de Euler é igual a 12 cm e que
a razão entre as bases do trapézio é 2, a base menor desse trapézio mede:
a) 5 cm
b) 6 cm
c) 7 cm
d) 8 cm
e) 9 cm

3
Matemática

4. Os lados de uma folha retangular ABCD de papel medem 10 cm e 6 cm, como indica a figura 1. Essa
folha, que é branca de um dos lados e cinza do outro, será dobrada perfeitamente de tal forma que o
vértice A irá coincidir com o vértice C, como mostra a figura 2.

A área do trapézio cinza indicado na figura 2, em cm², é igual a


a) 23
b) 30
c) 25
d) 40
e) 45

5. Na figura abaixo, temos um trapézio retângulo cujas bases medem 9 cm e 12 cm e cujo lado não
perpendicular às bases mede 5 cm.

Qual é o perímetro, em cm, desse trapézio?


a) 26
b) 29
c) 30
d) 31
e) 48

6. Sabendo que as diagonais de um trapézio medem 7 x −125 e 4x + 43 , qual é o valor de x para que
esse trapézio seja isósceles?
a) 56
b) 128
c) 168
d) 199
e) 256

4
Matemática

7. Sejam A, B, C e D os vértices de um trapézio isósceles. Os ângulos A e B ambos agudos são os ângulos


da base desse trapézio, enquanto que os ângulos C e D são ambos obtusos e medem cada um, o dobro
da medida de cada ângulo agudo desse trapézio. Sabe-se ainda que a diagonal AC é perpendicular
ao lado BC . Sendo a medida do lado AB igual a 10 cm o valor da medida do perímetro do trapézio
ABCD, em centímetros, é:
a) 21
b) 22
c) 23
d) 24
e) 25

8. A vazão do rio Tietê, em São Paulo, constitui preocupação constante nos períodos chuvosos. Em alguns
trechos, são construídas canaletas para controlar o fluxo de água. Uma dessas canaletas, cujo corte
vertical determina a forma de um trapézio isósceles, tem as medidas especificadas na figura I. Neste
caso, a vazão da água é de 1.050 m³/s. O cálculo da vazão, Q em m³/s, envolve o produto da área A do
setor transversal (por onde passa a água), em m², pela velocidade da água no local, v, em m/s, ou seja,
Q = Av.
Planeja-se uma reforma na canaleta, com as dimensões especificadas na figura II, para evitar a
ocorrência de enchentes.

Na suposição de que a velocidade da água não se alterará, qual a vazão esperada para depois da
reforma na canaleta?

a) 90 m³/s.
b) 750 m³/s.
c) 1.050 m³/s.
d) 1.512 m³/s.
e) 2.009 m³/s.

5
Matemática

9. A figura representa um trapézio isósceles ABCD, com AD = BC = 4cm. M é o ponto médio de AD, e
o ângulo BMCˆ é reto.

O perímetro do trapézio ABCD, em cm, é igual a

a) 8.

b) 10.
c) 12.
d) 14.
e) 15.

10. No trapézio ABCD, o ângulo ADC tem o dobro da medida do ângulo ABC e os lados paralelos AB e CD
valem respectivamente 50,6 m e 33,8 m.

A medida do lado AD é:
a) 33,8 m
b) 25,3 m
c) 18,5 m
d) 16,8 m
e) 15,6 m

6
Matemática

Gabarito

1. D
a) Incorreta! Os trapézios são quadriláteros que possuem um par de lados opostos paralelos.
b) Incorreta! Os trapézios não possuem um par de lados adjacentes paralelos, mas, sim, um par de
lados opostos paralelos.
c) Incorreta! Apenas os trapézios isósceles possuem diagonais congruentes.
d) Correta!

2. D
Duplicando a figura dada, como na figura a seguir, podemos observar 5 degraus de 90cm cada.

5 .90
Logo a soma dos comprimentos dos degraus da escada é
2
= 225 cm.
Portanto, será necessária uma peça linear de no mínino 225 cm.

3. B
Segundo os dados do enunciado, temos:
B +b B −b
+ = 12
2 2
B +b+ B −b 2B
= 12  = 12  B = 12 cm
2 2
Como a razão entre as bases é 2, temos que a base maior é o dobro da base menor, ou seja, b = 6 cm.

7
Matemática

4. B
Abrindo-se novamente a folha de papel, tem-se:

Assim, pode-se escrever:


Bmaior = 10 − x
(10 − 𝑥 + 𝑥). 6 60
bmenor = x 𝑆= = = 30
2 2
h=6

5. C
Considere a figura, em que H é o pé da perpendicular baixada de A sobre CD.

Tem-se que ̅̅̅̅


𝐴𝐵 = ̅̅̅̅ 𝐷𝐻 = ̅̅̅̅
𝐶𝐻 = 9 𝑐𝑚. Logo, vem ̅̅̅̅ 𝐶𝐷 − ̅̅̅̅
𝐶𝐻 = 3 𝑐𝑚. Portanto, pelo Teorema de Pitágoras
̅̅̅̅ ̅̅̅̅
aplicado no triângulo ADH, concluímos que 𝐴𝐻 = 𝐵𝐶 = 4 𝑐𝑚.
A resposta é ̅̅̅̅
𝐴𝐵 + ̅̅̅̅
𝐵𝐶 + ̅̅̅̅
𝐶𝐷 + ̅̅̅̅
𝐷𝐴 = 9 + 4 + 12 + 5 = 30𝑐𝑚.

6. A
Um trapézio isósceles possui diagonais congruentes. Assim, o valor de x que faz com que esse trapézio
seja isósceles pode ser encontrado pela equação:
7x – 125 = 4x + 43
7x – 4x = 43 + 125
3x = 168
x = 168
3
x = 56

7. E
Se ABCD é isósceles, então os ângulos agudos são congruentes, bem como os obtusos. Além disso, A e
D são suplementares, o que implica em A = 60°. Por outro lado, sendo AC ⊥ BC, e chamando de M o ponto
médio de AB, é fácil ver que AMCD e BCDM são losangos congruentes. Portanto, o resultado pedido é
3
2
. ̅̅̅̅
AB + ̅̅̅̅
AB = 25cm.

8
Matemática

8. D
(30+20).2,5
Área da figura I = = 62,5m² e seja v a velocidade da água.
2

1050 = v. 62,5 ⇔ v = 16,8 m/s


(49+41).2
Área de figura II = = 90 m²
2

Nova vazão = 90.16,8 = 1512m³/s

9. C
Seja N o ponto do segmento BC tal que MN é paralelo a AB. Logo, MN é a base média do trapézio
AB + CD
ABCD e, portanto, segue que MN = . Além disso, MN é a mediana relativa à hipotenusa BC do
2
BC
triângulo BMC. Daí, vem MN = = 2cm.
2

Em consequência, podemos afirmar que o perímetro do trapézio ABCD é igual a 12cm.

10. D
Traçando a bissetriz DE do ângulo ADC, temos:

Podemos observar que o quadrilátero BCDE é um paralelogramo, por apresentar ângulos opostos
congruentes. Assim, DE é paralelo a BC e os ângulos ADE e CBE são correspondente, ou seja, congruentes.

Por fim, vemos que o triângulo ADE é isósceles, ou seja, AE = AD = 16,8 m:

9
Português

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Português

Palavras Variáveis (Adjetivos e Numerais)

Resumo

Adjetivos
São palavras que modificam substantivos e servem para caracterizar seres, objetos indicando uma qualidade
ou defeito, modo de ser, aspecto ou aparência e estado e para estabelecer com o substantivo relações de
tempo, de espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade.
Por exemplo: aluno inteligente, pessoa humilde, céu azul, casa arruinada, nota mensal (= nota relativa ao
mês), vinho português (= vinho proveniente de Portugal).

Locuções adjetivas:
São expressões formadas pela união de preposição e substantivo com o objetivo de caracterizar
substantivos.
Exemplo: Amor de mãe (= amor materno)
Sol da manhã (= sol matutino)

Estilística:
Em algumas situações, a mudança de posição do adjetivo lhe confere maior destaque, o que, ainda que
mantenha seu sentido original, tende a enfatizá-lo.
Exemplo: menina bela/bela menina.

Já em outros casos, é possível que a mudança de posição do adjetivo provoque mudança em seu significado
original.
Exemplo: homem grande/grande homem.

Além disso, o adjetivo (termo determinante) tem uma relação muito próxima com o substantivo (termo
determinado) e por isso deve-se ter muita atenção com a sua posição em uma frase. Veja:
Exemplo: autor defunto/defunto autor.

No primeiro caso, a palavra “autor” é um substantivo que é caracterizado pelo adjetivo “defunto”, enquanto no
segundo, ocorre o contrário,”defunto” é um substantivo e “autor” é adjetivo.

Existe também a substantivação do adjetivo quando um determinante (artigo) está anteposto ao adjetivo e
provoca uma alteração de sentido na frase. Compare:
O céu cinzento indica chuva.
O cinzento do céu indica chuva.

Enquanto na primeira frase, a palavra ‘cinzento’ é um adjetivo, na segunda é um substantivo.

1
Português

Numeral
É uma classe de palavras que indica número ou quantidade exata de seres ou o lugar por eles ocupados em
uma série. Em seu aspecto semântico, designa o conceito número-ordem, multiplicação e divisão e podemos
utiliza-los para intensificar ou atenuar uma ideia.
Veja: Já disse mil vezes.
Troquei duas palavras com ele.

Os numerais podem ser:


1. Cardinais: indicam o número exato dos seres.
Exemplo: um, dez, trezentos, mil.

2. Ordinais: indicam a ordem dos seres.


Exemplo: terceiro, décimo, centésimo.

3. Multiplicativos: indicam o múltiplo dos seres.


Exemplo: dobro, triplo, cêntuplo.

4. Fracionários: indicam a divisão dos seres.


Exemplo: meio, metade, décimo, um quinto.

5. Coletivos: indicam um conjunto de seres.


Exemplo: trio, dezena, década.

Obs.: Ambos/ambas são considerados numerais e são muito empregados para retomar elementos citados
anteriormente.

Exemplo: Mário e Lucas, alunos do Colégio Pedro II, foram classificados para a final do campeonato de xadrez.
Ambos foram ovacionados.

Os numerais podem exercem funções adjetiva e substantiva.


Exemplos:
“Um é pouco, dois é bom, três é demais.” (os numerais exercem a função de sujeito).
Vinte alunos foram convidados para a inauguração da nova sede da escola. (o numeral exerce a função de
adjunto adnominal).

2
Português

Exercícios

1. Durante uma Copa do Mundo, foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia
de que um apostador inglês acertou o resultado de uma partida porque seguiu os prognósticos de seu
burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: "Já vi muito comentarista
burro, mas burro comentarista é a primeira vez."
Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que elas assumem na
expressão. Assinale a alternativa em que isso não ocorre:
a) obra grandiosa
b) jovem estudante
c) brasileiro trabalhador
d) velho chinês
e) fanático religioso

2. Pero vaz caminha


a descoberta Depois de dançarem
Seguimos nosso caminho Diogo Dias
por este mar de longo Fez o salto real
Até a oitava da Páscoa as meninas da gare
Topamos aves Eram três ou quatro moças bem moças e
E houvemos vista de terra bem gentis
os selvagens Com cabelos mui pretos pelas espáduas
Mostraram-lhes uma galinha E suas vergonhas tão altas e tão
Quase haviam medo dela saradinhas
E não queriam pôr a mão Que de nós as muito olharmos
E depois a tomaram como espantados Não tínhamos nenhuma vergonha
primeiro chá
ANDRADE, Oswald. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1978. p.80.

A conversão de substantivos em adjetivos, isto é, tomar uma palavra designadora (substantivo) e usá-
la como caracterizadora (adjetivo), constitui um procedimento comum em língua portuguesa. Assinale
a opção em que a palavra sublinhada exemplifica este procedimento de conversão de substantivo em
adjetivo.
a) E depois a tomaram como espantados.
b) Fez o salto real.
c) Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis.
d) Com cabelos mui pretos pelas espáduas.
e) E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas.

3
Português

3. Observe a construção do texto a seguir:


Nuvens brancas
Passam
Em brancas nuvens.
LEMINSKI, Paulo. Caprichos & relaxos. São Paulo: Brasiliense 1983.

Analisando-se o texto acima, a afirmação imprópria é:

a) “nuvens brancas” significam nuvens da cor do leite, da neve.


b) “brancas nuvens” significam momentos cercados de facilidade, de conforto, de alegria; sem
sofrimento.
c) sempre que se muda o adjetivo de lugar, muda-se o sentido do substantivo.
d) a mudança de posição do adjetivo ‘brancas’ foi o recurso que o poeta utilizou para provocar a
alteração de sentido.
e) o autor faz um jogo de palavras utilizando o mesmo adjetivo e substantivo.

4.

Os gêneros textuais nascem emparelhados a necessidades e atividades da vida sociocultural. Por isso,
caracterizam-se por uma função social específica, um contexto de uso, um objetivo comunicativo e por
peculiaridades linguísticas e estruturais que lhes conferem determinado formato.

Esse classificado procura convencer o leitor a comprar um imóvel e, para isso, utiliza-se:
a) da predominância das formas imperativas dos verbos e de abundância de substantivos.
b) de uma riqueza de adjetivos que modificam os substantivos, revelando as qualidades do produto.
c) de uma enumeração de vocábulos, que visam conferir ao texto um efeito de certeza.
d) do emprego de numerais, quantificando as características e aspectos positivos do produto.

2
Português

5. Há situações em que o adjetivo muda de sentido, caso seja colocado antes ou depois do substantivo.
Observe:
Lá se vão os pobres meninos
Pelas ruas da cidade.
Meninos pobres,
pelas ruas da cidade rica.

Qual é o significado da primeira e da segunda ocorrência da palavra “pobres” no trecho acima?


a) humildes e modestos.
b) mendigos e sem recursos.
c) dignos de pena e improdutivos.
d) dignos de compaixão e desprovidos de recursos.
e) ingênuos e sem posses.

6. (ENEM) O sedutor médio


Vamos juntar
Nossas rendas e
Expectativas de vida
Querida,
O que me dizes?
Ter 2, 3 filhos
E ser meio felizes?
VERISSIMO, L.F. Poesia numa hora dessas?! Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

No poema O sedutor médio, é possível reconhecer a presença de posições críticas


a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de vida” significa que, juntos, os cônjuges
poderiam viver mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica.
b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores da sociedade são ironizados, o que é acentuado
pelo uso do adjetivo “médio” no título e do advérbio “meio” no verso final.
c) no verso “e ser meio felizes?”, em que “meio” é sinônimo de metade, ou seja, no casamento, apenas um
dos cônjuges se sentiria realizado.
d) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica que o sujeito poético passa por dificuldades
financeiras e almeja os rendimentos da mulher.
e) no título, em que o adjetivo “médio” qualifica o sujeito poético como desinteressante ao sexo oposto e
inábil em termos de conquistas amorosas.

3
Português

7. Futurolândia
George Jetson não poderia desejar TV mais bacana que esta. Chama-se Satellite, e foi criada pela
empresa norte-americana Mercury. Possui monitor de 14 polegadas e repousa sobre uma esfera de
alumínio polido. Os tubos de plástico ABS conduzem a fiação para duas esferas: na menor, vermelha,
está instalado o alto-falante; e na maior, com um globo terrestre, fica o sensor do controle remoto. O
resultado é absolutamente inovador.
Carta Capital, São Paulo, 19 mar. 1997.
Quanto ao termo “bacana” podemos afirmar que é:
a) substantivo que indica qualidade positiva.
b) adjetivo que indica qualidade positiva, pertencente à gíria brasileira.
c) gíria, usada sempre no sentido de grã-fino.
d) gíria americana e foi introduzida no Brasil na década de 50.
e) conotativo; no sentido denotativo significa festeiro.

8. Assinale a alternativa cuja frase contém um numeral cardinal empregado como substantivo.
a) Há muitos anos que a política em Portugal apresenta (...)
b) Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente possuem o Poder (...)
c) (...) os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem para continuar (...)
d) (...) são tirados deste grupo de doze ou quinze indivíduos (...)
e) (...) aos quatro cantos de uma sala (...)

4
Português

9.

As palavras “sete”, “fome” e “colabore”, em destaque no cartaz, podem ser classificadas, correta e
respectivamente, nas classes gramaticais:
a) artigo, substantivo e adjetivo.
b) artigo, adjetivo e substantivo.
c) numeral, preposição e verbo.
d) numeral, advérbio e conjunção.
e) numeral, substantivo e verbo.

10. Leia o fragmento abaixo:


Se sua mãe pedir um presente, dê logo dois
Compre um produto X e ganhe 50% (...) Sempre que adquirir um produto X, você vai pagar metade de
uma assinatura anual da revista Y que você escolher.
Adaptação de página publicitária de produtos eletrodomésticos.

Assinale a opção que corresponde, respectivamente, à identificação da classe gramatical dos


vocábulos destacados.
a) Numeral ordinal; numeral cardinal; numeral fracionário.
b) Artigo indefinido; numeral cardinal; substantivo.
c) Numeral cardinal; numeral cardinal substantivado; substantivo.
d) Artigo indefinido; numeral cardinal; numeral fracionário.
e) Numeral cardinal; substantivo; numeral fracionário.

5
Português

Gabarito

1. A
Entre as alternativas apresentadas, apenas em “obra grandiosa” ou “grandiosa obra” não há alteração de
sentido nem de classe gramatical das palavras caso sua ordem seja alterada porque “obra” é substantivo
e “grandiosa”, adjetivo.

2. C
O vocábulo “moças” é ressignificado e assume o sentido de “novas”, portanto, é deslocado da função de
substantivo para a de adjetivo.

3. C
A afirmação “sempre que se muda o adjetivo de lugar, muda-se o sentido do substantivo” é incorreta,
pois isso não ocorre sempre, depende do caso e do contexto; por exemplo: a linda menina/ a menina
linda. As demais afirmações estão corretas.

4. B
O texto – se tratando de um anúncio com objetivo de convencer o interlocutor a adquirir o que está sendo
anunciado – apresenta forte adjetivação a fim de convencer o leitor de que o produto é bom: maravilhoso
jardim, linda residência, rua tranquila.

5. D
Na primeira ocorrência, o vocábulo “pobres” significa “coitados”, “dignos de pena”. Na segunda,
entendemos que eles não possuem recursos (como dinheiro, por exemplo).

6. B
Uma das características da obra de Veríssimo é o uso de ironias, que fazem uma crítica social. No poema
“O Sedutor Médio”, essa ironia é caracterizada pelo adjetivo “médio” e o advérbio “meio”, utilizada para
criticar o matrimônio.

7. B
O adjetivo “bacana” é uma gíria que caracteriza o substantivo “TV” e possui um sentido de qualidade
positiva.

8. C
O numeral cardinal “cinco” é empregado como substantivo porque está determinado pelo artigo definido
“os”. Já os outros numerais cardinais estão empregados na sua função própria.

9. E
“Sete” é uma palavra que representa um número, sendo classificada como numeral. “Fome” é um
substantivo que dá nome ao estado de carência alimentar. “Colabore” é um verbo no modo imperativo,
que está conjugado na 3ª pessoa do singular.

10. D
No primeiro caso, “um presente”, podemos entender “um” como um numeral cardinal (=quantidade de
presentes) ou como artigo indefinido (=algum presente). No entanto, não há opção que contemple a
primeira opção. Portanto, devemos considerar “um” = “algum”.

6
Português

No segundo caso, “dois” é um numeral cardinal, pois indica quantidade de presentes.


No terceiro caso, “metade” é indica uma fração.

7
Português

Palavras Variáveis (Substantivos e Artigos)

Resumo

Substantivo
É a palavra que usamos para designar seres, pessoas, lugares, sentimentos, processos, características e
afins. Eles devem funcionar sempre como termo mais importante das expressões nominais das quais fazem
parte. Os substantivos podem ser classificados:

Quanto ao significado:
1. Concreto: designam seres, sejam reais ou fictícios.
Exemplo: caneta, árvore, homem, cavalo.

2. Abstrato: designam ações, estados, qualidades e sentimentos.


Exemplo: beleza, saudade, ira, doçura, bondade.

Quanto à abrangência:
1. Comuns: designam, genericamente, um elemento de um conjunto.
Exemplo: aluno, homem, país, cachorro.

2. Próprios: designam, especificamente, um elemento de um conjunto.


Exemplo: Brasil, Totó, Maria, José.

Quanto à formação:

1. Simples: são formados por um só radical.


Exemplo: mar, lápis, casa, mesa.

2. Compostos: são formados por mais de um radical.


Exemplo: beija-flor, pé de moleque.

Quanto à origem:
1. Primitivos: são aqueles cujo radical não passa por nenhuma forma de derivação.
Exemplo: blusa, menina, cabelo.

2. Derivados: são aqueles que sofrem sufixação, prefixação ou alguma forma de derivação.
Exemplo: blusinha, menininha, cabeleira.

Os substantivos podem ser flexionados de acordo com seu número (singular e plural), e gênero (feminino e
masculino). Além disso, por adição de sufixo, eles assumem categoria de grau (diminutivo e aumentativo).

1
Português

Artigo
São palavras (o, a, os, as, um, uma, uns, umas) variáveis em número e gênero que se antepõem aos
substantivos para indicar um ser já conhecido (definido) pelo leitor ou para indicar um representante de uma
espécie ao qual não se fez menção anterior (indefinido). Ou seja, os artigos definidos têm a função semântica
de especificar, determinar os substantivos, e os indefinidos têm a função de generalizar os substantivos.
Por exemplo:
O jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista específico, já mencionado anteriormente).
Um jornalista recebeu o prêmio. (= jornalista genérico, não mencionado antes).

Substantivação:
Os artigos podem substantivar qualquer palavra ou expressão a que se antepõem, independentemente da
classe gramatical a que essa palavra pertence. Esses casos são conhecidos como derivação imprópria.
Ex.: O andar de Gabriela chama atenção.

O artigo definido também é utilizado para ressaltar a notoriedade de algum ser para destacar o seu caráter
único. Esse recurso é muito utilizado em propagandas para apresentar produtos como os melhores de sua
categoria.

Na publicidade acima, podemos observar a frase “É assim que se constrói o Canal Campeão”. Logo, o artigo
‘o’ enfatiza que o canal apresentado é o melhor, o campeão dentre todos os outros canais.

2
Português

Exercícios

1. O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa
porque geralmente o usamos para designar o que é agradável, aquelas coisas tão afáveis que se
deixam diminuir sem perder o sentido. E precavida porque também o usamos para desarmar certas
palavras que, por sua forma original, são ameaçadoras demais.
Luís Fernando Veríssimo, Diminutivos.

A alternativa inteiramente de acordo com a definição do autor sobre diminutivos é:


a) O iorgurtinho que vale por um bifinho.
b) Ser brotinho é sorrir dos homens e rir interminavelmente das mulheres.
c) Gosto muito de te ver, Leãozinho.
d) Essa menininha é terrível!
e) Vamos bater um papinho.

2. Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal,
Joaquim Barbosa:
Entrevistador: — O protagonismo do STF dos últimos tempos tem usurpado as funções do Congresso?
Entrevistado: — Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente detalhista, com um número
imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a fomentar interpretações e toda sorte de litígios.
Também temos um sistema de jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol enorme
de agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer questões ao Supremo.
É um leque considerável de interesses, de visões, que acaba causando a intervenção do STF nas mais
diversas questões, nas mais diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação. Nossas
decisões não deveriam passar de duzentas, trezentas por ano. Hoje, são analisados cinquenta mil,
sessenta mil processos. É uma insanidade.
Veja, 15/06/2011.

No trecho “dotadas da prerrogativa ou de competência”, a presença de artigo antes do primeiro


substantivo e a sua ausência antes do segundo fazem que o sentido de cada um desses substantivos
seja, respectivamente,
a) figurado e próprio.
b) abstrato e concreto.
c) específico e genérico.
d) técnico e comum.
e) lato e estrito.

3
Português

3. A questão aborda um fragmento de um artigo de Mônica Fantin sobre o uso dos tablets no ensino,
postado na seção de blogues do jornal Gazeta do Povo em 16.05.2013:
Ou seja, pensar na potencialidade que o tablet oferece na escola - acessar e produzir imagens, vídeos,
textos na diversidade de formas e conteúdos digitais - implica em repensar a didática e as
possibilidades de experiências e práticas educativas, midiáticas e culturais na escola ao lado de
questões econômicas e sociais mais amplas. E isso necessariamente envolve a reflexão crítica sobre
os saberes e fazeres que estamos produzindo e compartilhando na cultura digital.
(Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br. Adaptado.)
No último período do texto, os termos “saberes” e “fazeres” são
a) adjetivos
b) pronomes
c) substantivos
d) advérbios
e) verbos

4. A CIÊNCIA DO PALAVRÃO
Por que diabos m... é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser
um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como fllha da...,
mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.

Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência
ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à
parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da
parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça.
Mais exatamente no sistema Iímbico. Nossa parte animal fica lá.

E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da
síndrome de Tourette. Essa doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do
cérebro cuja função é manter o sistema Iímbico comportado. E os palavrões saem como se fossem
tiques nervosos na forma de palavras.

Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em quando, claro. Justamente
por não pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com
uma intensidade inigualável.

Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então
pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir
toda a carga emocional da paixão propriamente dita. Mas com um grande e gordo p.q.p. a história é
outra. Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do sistema Iímbico de quem fala diretamente para o
de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que
a linguagem comum.
Disponível em: www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.

4
Português

No texto, o substantivo "palavrão", ainda que se mostre flexionado em grau, não reporta a ideia de
tamanho. Tal emprego também se verifica em:
a) Durante a pesquisa, foi colocada uma "gotícula" do ácido para se definir a reação.
b) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas "caminhas".
c) Para cortar gastos, resolveu confeccionar "livrinhos" que cabem nos bolsos.
d) Não estava satisfeita com aquele "empreguinho" sem graça e sem perspectivas.
e) Teve um "carrinho" de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, um de sete.

5. Quaresma despiu-se, lavou-se, enfiou a roupa de casa, veio para a biblioteca, sentou-se a uma cadeira
de balanço, descansando. Estava num aposento vasto, e todo ele era forrado de estantes de ferro. Havia
perto de dez, com quatro prateleiras, fora as pequenas com os livros de maior tomo. Quem examinasse
vagarosamente aquela grande coleção de livros havia de espantar-se ao perceber o espírito que
presidia a sua reunião. Na ficção, havia unicamente autores nacionais ou tidos como tais: o Bento
Teixeira, da Prosopopéia; o Gregório de Matos, o Basílio da Gama, o Santa Rita Durão, o José de Alencar
(todo), o Macedo, o Gonçalves Dias (todo), além de muitos outros.
BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro: Mediafashion, 2008, p. 12 (com adaptações).

No texto, o uso do artigo definido anteposto aos nomes próprios dos escritores brasileiros:
a) demonstra a familiaridade e o conhecimento que o personagem tem dos autores nacionais e de
suas obras.
b) consiste em um regionalismo que tem a função de caracterizar a fala pitoresca do personagem
principal.
c) é uma marca da linguagem culta cuja função é enfatizar o gosto do personagem pela literatura
brasileira.
d) constitui um recurso estilístico do narrador para mostrar que o personagem vem de uma classe
social inferior.
e) indica o tom depreciativo com o qual o narrador se refere aos autores nacionais, reforçado pela
expressão “tidos como tais”.

5
Português

6. ARRASTÃO
Estarrecedor, nefando, inominável, infame. Gasto logo os adjetivos porque eles fracassam em dizer o
sentimento que os fatos impõem. Uma trabalhadora brasileira, descendente de escravos, como tantos,
que cuida de quatro filhos e quatro sobrinhos, que parte para o trabalho às quatro e meia das manhãs
de todas as semanas, que administra com o marido um ganho de mil e seiscentos reais, que paga
pontualmente seus carnês, como milhões de trabalhadores brasileiros, é baleada em circunstâncias
não esclarecidas no Morro da Congonha e, levada como carga no porta-malas de um carro policial a
pretexto de ser atendida, é arrastada à morte, a céu aberto, pelo asfalto do Rio.
(...)
O marido de Cláudia Silva Ferreira disse que, se o porta-malas não se abrisse como abriu (por obra do
acaso, dos deuses, do diabo), esse seria apenas “mais um caso”. Ele está dizendo: seria uma morte
anônima, aplainada pela surdez da praxe, pela invisibilidade, uma morte não questionada, como tantas
outras. (...) Pois assim como Amarildo é aquele que desapareceu das vistas, e não faz muito tempo,
Cláudia é aquela que subitamente salta à vista, e ambos soam, queira-se ou não, como o verso e o
reverso do mesmo.
O acaso da queda de Cláudia dá a ver algo do que não pudemos ver no caso do desaparecimento de
Amarildo. A sua passagem meteórica pela tela é um desfile do carnaval de horror que escondemos.
Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que lutar para que não se
transforme no carro alegórico do Brasil.
José Miguel Wisnik. Adaptado de oglobo.globo.com, 22/03/2014.

Observe o fragmento destacado do texto.


“Aquele carro é o carro alegórico de um Brasil, de um certo Brasil que temos que lutar para que não se
transforme no carro alegórico do Brasil.”
A sequência do emprego dos artigos em “de um Brasil” e “do Brasil” representa uma relação de sentido
entre as duas expressões, intimamente ligada a uma preocupação social por parte do autor do texto.
Essa relação de sentido pode ser definida como:
a) generalização
b) conclusão
c) causalidade
d) ironia

6
Português

7. VIDE VERSO MEU ENDEREÇO


Falado:
Seu Gervásio, se o doutor José Aparecido
aparecer por aqui, o senhor dá esse bilhete a
ele, viu? Pode ler, não tem segredo nenhum.
Pode ler, seu Gervásio.
Venho por meio dessas mal traçadas linhas
Comunicar-lhe que fiz um samba pra você
No qual quero expressar toda minha gratidão
E agradecer de coração tudo o que você me fez.
Com o dinheiro que um dia você me deu
Comprei uma cadeira lá na Praça da Bandeira
Ali vou me defendendo
Pegando firme, dá pra tirá mais de mil por mês.
Casei, comprei uma casinha lá no Ermelindo
Tenho três filhos lindos, dois são meus, um é de criação.
Eu tinha mais coisas pra lhe contar
Mas vou deixar pra uma outra ocasião.
Não repare a letra, a letra é de minha mulher.
Vide verso meu endereço, apareça quando quiser.
(Adoniran Barbosa, CD Adoniran Barbosa-1975, remasterizado EMI, 1994.)

Em "Casei, comprei uma casinha lá no Ermelindo", o diminutivo no substantivo expressa, além de


tamanho e carinho, o sentido de
a) penúria
b) humilhação
c) simplicidade
d) pobreza
e) ironia

8. A MENTE QUE TUDO PODE


O médico me garante que a maioria de nossos males tem origem psicossomática. Talvez a totalidade,
ele acrescenta. Do alto de sua longa experiência, garante que pessoas felizes não ficam de cama. Para
comprovar a tese, relaciona tipos de personalidade com as doenças: os muito exigentes ficam
hipertensos, os nervosos contraem dermatoses, os obsessivos desenvolvem câncer, os estressados
sofrem acidentes cardiovasculares. A mente tudo pode. Mente?
O médico não está sozinho. Muita gente acredita que a mecânica newtoniana – a ação e a reação – se
aplica à saúde humana com a mesma precisão que às maçãs em queda livre. Li um artigo sobre os
males que acometeram pessoas famosas a partir da análise de suas cabeças, do tipo fulano morreu
assim porque era assado (assados morreram muitos, porque ousaram pensar). Até parece que nossos
miolos são imutáveis e possuem uma característica única, sem direito à tristeza, estresse, euforia,
obsessão ou felicidade de vez em quando.
Adaptado de GIFFONI, Luiz. http://blogdoluisgiffoni.blogspot.com.br/2015/07/a-mente-que-tudo-pode.html?spref=fb

Na frase do texto “O médico não está sozinho.”, o uso do artigo definido “o” pode se justificar porque:
a) vulgariza esse simples especialista.
b) especifica uma categoria em ascensão.
c) determina um profissional em particular.
d) generaliza essa classe profissional.

7
Português

9. Selinho, sim, mas só para poucos


Primeiro, Hebe Camargo, toda animada, pediu a Sílvio Santos um “selinho” (beijinho). Não ganhou:
“Nem selinho, nem selo, nem selão”, ouviu dele, categórico. Em seguida, Gilberto Gil entrou no palco, de
mão estendida para cumprimentá-lo. O que fez apresentador? Disse “selinho”, esticou os lábios e zás
— tascou um beijinho na boca do músico. A cena foi ao ar de madrugada, no encerramento do Teleton,
a Maratona beneficente exibida pelo SBT. Gil ficou surpreso. Hebe fingiu brabeza e Sílvio riu muito.
“Tirei uma onda, foi só uma bicotinha”, diz ele. “Tudo tem uma primeira vez”.
Veja, 07.11.2001, pág. 101.

O termo “selinho” é bastante utilizado na linguagem atual. O diminutivo no uso da palavra serve para
enfatizar que se trata de um beijo
a) indiscreto.
b) demorado.
c) engraçado.
d) indecente.
e) breve.

10. ACHADO
Aqui, talvez, o tesouro enterrado
há cem anos pelo guarda-mor.
Se tanto o guardou, foi para os trinetos,
principalmente este: o menor.
Cavo com faca de cozinha, cavo
até, no outro extremo, o Japão
e não encontro o saco de ouro
de que tenho a mor precisão
para galopar no lombo dos longes
fugindo a esta vidinha choca.
Mas só encontro, e rabeia, e foge
uma indignada minhoca.
Carlos Drummond de Andrade.

Sobre a expressão "vidinha choca", entendida no contexto do poema, é correto afirmar:


a) o diminutivo exprime carinho, ao contrário do termo que o acompanha.
b) a ideia aí presente é de tempo: sugere-se que a vida é passageira.
c) seu sentido se opõe àquilo que, poeticamente, "minhoca" está representando.
d) o adjetivo deve ser entendido denotativamente, ao contrário do substantivo.
e) o segundo termo reforça o sentido negativo do primeiro.

8
Português

Gabarito

1. C
Na palavra “leãozinho” há o viés afetuoso, pois serve como vocativo a alguém; mas, também, há o viés
precavido, pois há a redução do peso da palavra “leão”, sendo assim, evidencia que é um animal de
tamanho reduzido.

2. C
O artigo definido tem por objetivo especificar palavras, logo, sua presença determina palavras
específicas, bem como sua ausência pode comprometer a singularidade e deixá-las com sentido mais
genérico.

3. C
Os vocábulos “saberes” e “afazeres” são substantivos, pois estão precedidos de artigos definidos.

4. D
O diminutivo da palavra “emprego” não está relacionado ao tamanho físico, mas sim a uma ideia de
inferioridade, assim como acontece com a ideia de “palavrão”: a ideia de “palavrão” está relacionada ao
sentido da palavra e não ao tamanho dela. Nas demais opções, o diminutivo tem a ver com grandeza:
“carrinho” = carro pequeno, por exemplo.

5. A
O artigo definido visa à especificação, à aproximação, à indicação de familiaridade. Dessa forma, é nesse
sentido que a classe de palavra é utilizada no texto porque apresenta o conhecimento do autor sobre os
autores nacionais.

6. A
Com a caracterização “de um Brasil”, o autor se refere a uma parte específica do Brasil, mais sofrida,
mais esquecida, mais violenta. Já em “do Brasil”, a referência é a todo o país, que pode ser afetado em
função daquela parte específica, com toda sua carga de violência. Ao mostrar a possibilidade dessa
passagem da parte para o todo, por meio do uso dos artigos “um” e “o”, o texto estabelece uma
generalização consciente. (Comentário UERJ)

7. C
O diminutivo da palavra “casa” confere uma ideia de simplicidade; uma casa sem luxos.

8. D
Nesse caso específico, o artigo definido serve para generalizar o tipo de profissional: “O médico”, nesse
contexto, equivale a “qualquer médico”.

9. E
O diminutivo “selinho” reforça a ideia de brevidade do beijo, assim como quando colamos um selo.

10. E
O sentido do diminutivo “vidinha” é depreciativo, assim como, nesse caso, o do adjetivo choca
(“paralisada qual uma ave em período de chocar ovos”).

9
Português

Palavras Invariáveis (Advérbios - conceito + locução adverbial +


posição)

Resumo

Advérbios
A função primordial do advérbio é modificar o adjetivo, o advérbio e, principalmente, o verbo para atribuir-lhe
uma circunstância. Há casos em que o advérbio pode atribuir circunstância a uma oração inteira. Observe os
exemplos:

Ficara completamente imóvel.


O homem caminhava muito devagar.
Eu me recuso, simplesmente.

A classificação dos advérbios ocorre devido à circunstância que expressam. Entre essas circunstâncias
listamos as seguintes: afirmação, assunto, causa, companhia, concessão, condição, conformidade, dúvida,
finalidade, instrumento, intensidade, lugar, meio, modo, negação, tempo, entre outras.

Locuções Adverbiais
São expressões formadas por mais de uma palavra que exercem papel semelhante ao advérbio. Iniciam-se
comumente por preposição e contribuem para ampliar a lista das circunstâncias adverbiais.
Exemplos: às cegas, às claras, à toa, a medo, à pressa, às pressas, à tarde, à noite, a fundo, às escondidas, às
vezes, ao acaso, de súbito, vez por outra, lado a lado, etc.

O capitão me olhou de alto a baixo.


Chegou de tardinha a Floripa.

Além disso, cabe destacar que a maioria dos advérbios e das locuções adverbiais pode mudar sua posição
dentro da frase. Isso ocorre devido ao destaque que o emissor deseja dar a uma determinada informação.

Resolverei o problema junto com você. (ordem direta)


Junto com você, resolverei o problema. (ordem inversa)
Resolverei, junto com você, o problema. (ordem inversa)

Note que nos exemplos anteriores não há alteração de sentido entre as frases. Preciso apenas resssaltar que,
devido ao deslocamento da locução adverbial, a vírgula se torna obrigatória.

1
Português

Exercícios

1. (UNIFESP) Considere a charge e as afirmações:

A charge é uma ilustração que tem como objetivo fazer uma sátira de alguém ou de alguma situação
atual por meio de desenhos caricatos.
I. O advérbio “já”, indicativo de tempo, atribui à frase o sentido de mudança;
II. Entende-se pela frase da charge que a população de idosos atingiu um patamar inédito no país;
III. Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere o
aumento de idosos no país.

Está correto o que se afirma em:


a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

2
Português

2. (ITA) (…) As angústias dos brasileiros em relação ao português são de duas ordens. Para uma parte da
população, a que não teve acesso a uma boa escola e, mesmo assim, conseguiu galgar posições, o
problema é sobretudo com a gramática. É esse o público que consome avidamente os fascículos e
livros do professor Pasquale, em que as regras básicas do idioma são apresentadas de forma clara e
bem-humorada. Para o segmento que teve oportunidade de estudar em bons colégios,
a principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer a essa demanda que um novo tipo de
profissional surgiu: o professor de português especializado em adestrar funcionários de empresas.
Antigamente, os cursos dados no escritório eram de gramática básica e se destinavam principalmente
a secretárias. De uns tempos para cá, eles passaram a atender primordialmente gente de nível superior.
Em geral, os professores que atuam em firmas são acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho
esporadicamente para ganhar um dinheiro extra. “É fascinante, porque deixamos de viver a teoria para
enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade de São
Paulo (…)
JOÃO GABRIEL DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão. Veja, 7/11/2001, n. 1725.

O adjetivo “principal” (em “a principal dificuldade é com clareza”) permite inferir que a clareza é apenas
um elemento dentro de um conjunto de dificuldades, talvez o mais significativo. Semelhante inferência
pode ser realizada pelos advérbios:
a) avidamente, principalmente, primordialmente.
b) sobretudo, avidamente, principalmente.
c) avidamente, antigamente, principalmente.
d) sobretudo, principalmente, primordialmente.
e) principalmente, primordialmente, esporadicamente.

3.

Na passagem: “Assim as moscas nunca vão cair na sua teia”, as expressões em destaque
caracterizam-se, respectivamente, como advérbios de:
a) modo, negação e lugar
b) modo, tempo e lugar.
c) modo, negação e tempo.
d) tempo, modo e lugar.
e) tempo, lugar e modo.

3
Português

4. (UERJ)

Filme
Berenice não gostava de ir ao cinema, de modo que o pai a levava à força. Cinema era coisa que
ele adorava, sempre sonhara em se tornar cineasta; não o conseguira, claro, mas queria que a filha
partilhasse sua paixão, com o que se sentiria, de certa forma, indenizado pelo destino. Uma
responsabilidade que só fazia aumentar o verdadeiro terror que Berenice sentia quando se aproximava
o sábado, dia que habitualmente o pai, homem muito ocupado, escolhia para a sessão cinematográfica
semanal. À medida que se aproximava o dia fatídico, ela ia ficando cada vez mais agitada e nervosa; e
quando o pai, chegado o sábado, finalmente lhe dizia, está na hora, vamos, ela frequentemente se punha
a chorar e mais de uma vez caíra de joelhos diante dele, suplicando, não, papai, por favor, não faça isso
comigo. Mas o pai, que era um homem enérgico e além disso julgava ter o direito de exigir da filha que
o acompanhasse (viúvo desde há muito, criara Berenice sozinho e com muito sacrifício), mostrava-se
intransigente: não tem nada disso, você vai me acompanhar. E ela o fazia, em meio a intenso
sofrimento.
Por fim, aprendeu a se proteger. Ia ao cinema, sim. Mas antes que o filme começasse, corria ao
banheiro, colocava cera nos ouvidos. Voltava ao lugar, e mal as luzes se apagavam cerrava firmemente
os olhos, mantendo-os assim durante toda a sessão. O pai, encantado com o filme, de nada se
apercebia; tudo o que fazia era perguntar a opinião de Berenice, que respondia, numa voz neutra mas
firme:
– Gostei. Gostei muito.
Era de outro filme que estava falando, naturalmente. Um filme que o pai nunca veria.
MOACYR SCLIAR. In: Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

No trecho “Era de outro filme que estava falando, naturalmente.”, o termo em destaque cumpre a função
de:
a) afirmar ponto de vista
b) projetar ideia de modo
c) revelar sentimento oculto
d) expressar sentido reiterativo

5. (Fuvest) Assinalar a alternativa que registra a palavra que tem o sufixo formador de advérbio.
a) desesperança
b) pessimismo
c) empobrecimento
d) extremamente
e) sociedade

6. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa e com a gramática normativa e tradicional,


assinale a alternativa em que o termo destacado tem valor de advérbio.
a) Não há meio mais difícil de trabalhar.
b) Só preciso de meio metro de aniagem para sacos de carvão.
c) Encarou os meninos carvoeiros, esboçando meio sorriso.
d) Os carvões caíram no meio da estrada.
e) Achei o menino meio triste, raquítico.

4
Português

7. (UECE)
GRITO
Quadro que fundou o expressionismo nasceu de um ataque de pânico
Edvard Munch nasceu em 1863, mesmo ano em que O piquenique no bosque, de Édouard Manet,
era exposto no Salão dos Rejeitados, chamando a atenção para um movimento que nem nome tinha
ainda. Era o impressionismo, superando séculos de pintura acadêmica. Os impressionistas deixaram o
realismo para a fotografia e se focaram no que ela não podia mostrar: as sensações, a parte subjetiva
do que se vê.
Crescendo durante essa revolução, Munch – que, aliás, também seria fotógrafo – achava a
linguagem dos impressionistas superficial e científica, discreta demais para expressar o que sentia. (...)
Fruto de suas obsessões, O Grito não foi seu primeiro quadro, mas o que o tornaria célebre. A inspiração
veio do que parece ter sido um ataque de pânico, que ele escreveu em seu diário, pouco mais de um
ano antes do quadro: “Estava andando por um caminho com dois amigos – o sol estava se pondo –
quando, de repente, o sol tornou-se vermelho como o sangue. Eu parei, sentindo-me exausto, e me
encostei na cerca – havia sangue e línguas de fogo sobre o fiorde negro e a cidade. Meus amigos
continuaram andando, e eu fiquei lá, tremendo de ansiedade – e senti um grito infinito atravessando a
natureza”.
Ali nasceria um novo movimento artístico. O Grito seria a pedra fundadora do expressionismo, a
principal vanguarda alemã dos anos 1910 aos 1930.
Adaptado (Aventuras da História)
Sobre o advérbio “Ali”, é correto afirmar que indica:
a) um lugar distante da pessoa que fala.
b) um lugar diferente do lugar da pessoa que fala.
c) naquele ato, naquelas circunstâncias, naquela conjuntura.
d) hora, naquele momento.

8. (UFV) Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto em:


a) Ele permaneceu muito calado.
b) Amanhã, não iremos ao cinema.
c) O menino, ontem, cantou desafinadamente.
d) Tranquilamente, realizou-se, hoje o jogo.
e) Ela falou calma e sabiamente.

5
Português

9. (PUC-CAMPINAS) Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-
se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz
estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música
é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias,
adensando as horas com seu envolvimento.

Considere o parágrafo e o verbete extraído do Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa.

aliás: advérbio. 1. De outro modo, de outra forma. Ex: sempre ajudou o filho, a. seria mau pai se não o
fizesse; 2. Além disso. Ex: a., não era a primeira sujeira que ele fazia; 3. Emprega-se em seguida a uma
palavra proferida ou escrita por equívoco; ou melhor, digo. Ex: estávamos em março, a., abril; 4. Seja
dito de passagem; verdade seja dita; a propósito. Ex: não aceitou o emprego, que a. é muito cobiçado;
5. No entanto, contudo. Ex: andar muito é cansativo, sem, a., deixar de ser saudável.

O sentido preciso com que a palavra “aliás” foi empregada no texto está indicado em:
a) 3
b) 2
c) 5
d) 4
e) 1

10. Em “Dos armários tirou as roupas de seda, das gavetas tirou todas as joias”, temos uma mudança na
ordem direta da frase, de modo que o advérbio ficou deslocado de sua posição mais habitual, que seria
após o verbo. Assinale a alternativa em que uma nova posição do advérbio não altera o sentido da frase
original nem gera ambiguidade:
a) Tirou as roupas dos armários de seda.
b) Tirou as roupas de seda dos armários.
c) Tirou dos armários de seda as roupas.
d) Dos armários de seda tirou as roupas.
e) Das roupas de seda tirou o armário.

6
Português

Gabarito

1. E
De acordo com a charge apresentada, é possível perceber que a fila de idosos esperando um lugar no
banco indica o aumento dessa faixa etária no país. Além disso, o advérbio “já” traz o sentido à frase de
que como o aumento dessa população é esperado, já chegou ao patamar de 10% no país.

2. D
Os advérbios “sobretudo, principalmente, primordialmente” são os que se enquadram o mesmo contexto
trazido pelo enunciado da questão em relação ao adjetivo “principal”, pois demonstram haver outros
fatores envolvidos.

3. B
“Assim” equivale a “desse modo”; “nunca” expressa a ideia de tempo, uma impossibilidade eterna; “na
sua teia” é o local onde a ação vai ou não ocorrer.

4. A
O advérbio de modo “naturalmente”, de acordo com o contexto apresentado no texto, apresenta uma
confirmação do ponto de vista do narrador.

5. D
O sufixo “mente” forma os advérbios de modo: apressadamente, felizmente, calmamente, etc.

6. E
Nas opções “A” e “D”, “meio” é substantivo. Nas opções “B” e “C”, numeral. Na alternativa E, “meio” é
advérbio de intensidade.

7. C
O advérbio “ali” que inicia o último parágrafo do texto é precedido do relato do próprio Munch sobre o
que aconteceu durante uma crise de ansiedade. Por isso, indica as circunstâncias e a conjuntura em que
o Expressionismo aconteceu.

8. A
Na letra “a”, apenas “muito” é advérbio. Na “b”, “amanhã” e “não”. Na “c”, “ontem” e “desafinadamente”.
Na “d”, “tranquilamente” e “hoje”. Na “e”, “calma” (subentende-se “calmamente”) e “sabiamente”.

9. D
O advérbio “aliás” introduz, por associação instantânea de ideias, um pensamento que, provocado por
situação presente, evoca outro que confirma e reforça a tese defendida, significando “por falar nisso”, “a
propósito”, “por sinal”.

10. B
A alternativa (A) apresenta ambiguidade, pois é possível ler que tanto as roupas podem ser de seda,
quanto os armários podem ser de seda. A alternativa (C) tem o seu sentido alterado. Na alternativa (D)
entende-se que os armários são feitos de seda e na alternativa (E), o sentido é alterado já que coloca que
ela tirou o armário de dentro das roupas de seda.

7
Português

Palavras Invariáveis (Advérbios - estílistica + semântica + comparação


adjetivo)

Resumo

Aspectos relevantes
Outro caso importante é que o advérbio pode modificar toda uma oração. Nesses casos, ele aparece
geralmente destacado no início ou no fim da oração separados por uma pausa, marcada na escrita por uma
vírgula. Por exemplo:
Todos compareceram, felizmente.

Concorrendo na frase vários advérbios terminados em “–mente”, é possível e usual o emprego desse sufixo
apenas no último; a menos que, por ênfase, prefira-se a repetição/eco. Veja os exemplos:

Estávamos calma, tranquilamente, aguardando a solução do caso.


“Que brilhe a correção dos alabastros sonoramente, luminosamente” (Cruz e Sousa)

Grau
a) comparativo
O comparativo dos advérbios é formado do mesmo modo que o dos adjetivos. Pode ser:
• De superioridade: Ele chegou mais cedo (do) que eu.
• De igualdade: Ele chegou tão cedo quanto o colega.
• De inferioridade: Ele deverá chegar menos cedo (do) que Marcos.

b) superlativo
O superlativo pode ser:
• Sintético: quando a alteração no grau for feita por acréscimo de um sufixo: Paulo chegou cedíssimo.
• Analítico: quando a alteração no grau for feita por um outro advérbio: Paulo chegou muito cedo.

Na linguagem popular, é comum o advérbio aparecer com sufixos aumentivo e diminutivo. É importante notar
que, nesses casos, o sufixo não tem valor diminutivo, e sim valor superlativo.

Moro pertinho de você.


Ficamos lonjão do palco.

1
Português

Exercícios

1. (ITA) Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta:


Sonolento leitor, o jogo do Brasil já aconteceu. Como estou escrevendo ontem, não faço ideia do que
ocorreu. Porém, tentei adivinhar a atuação dos jogadores. Cabe ao leitor avaliar minha avaliação e dar-
me a nota final.
TORETO, José Roberto. Folha de S. Paulo, 13/06/2002, A-1

Com o uso do advérbio em “Como estou escrevendo ontem...”, o autor:


a) marcou que a leitura do texto acontece simultaneamente ao processo de produção do texto.
b) adequou esse elemento à forma verbal composta de auxiliar + gerúndio, para guiar a interpretação
do leitor.
c) não observou a regra gramatical que impede o uso do verbo no presente com aspecto durativo
juntamente com um marcador de passado.
d) sinalizou explicitamente que a produção e a leitura do texto acontecem em momentos distintos.
e) lançou mão de um recurso que, embora gramaticalmente incorreto, coloca o leitor e o produtor do
texto em dois momentos distintos: passado e presente, respectivamente.

2.

Depois que comecei a tuitar diariamente, não consigo mais escrever com perfeição os relatórios.

As expressões destacadas apresentam, respectivamente, as circunstâncias de:


a) tempo e de modo.
b) tempo e de intensidade.
c) modo e de afirmação.
d) modo e de intensidade.
e) afirmação e de modo.

2
Português

3. (UNICAMP)

Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é correto afirmar que o autor explora o fato de que
palavras como “ontem”, “hoje” e “amanhã”
a) mudam de sentido dependendo de quem fala.
b) adquirem sentido no contexto em que são enunciadas.
c) deslocam-se de um sentido concreto para um abstrato.
d) evidenciam o sentido fixo dos advérbios de tempo.

4. (FUVEST) Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o capanga um casal de velhinhos, que
seguiam diante dele o mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das
poucas palavras que apanhara, percebeu Jão Fera que destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo
quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer um moquirão*, com que pretendiam abrir
uma boa roça.
- Mas chegará, homem? perguntou a velha.
- Há de se espichar bem, mulher!
Uma voz os interrompeu:
- Por este preço dou eu conta da roça!
- Ah! É nhô Jão!
Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer o que prometia.
Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado.
Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele
esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos
e foi-se deixando-os embasbacados.
José de Alencar, Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).

Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho “mal seus olhos descobriram entre os
utensílios a enxada” expressa ideia de
a) tempo
b) qualidade
c) intensidade
d) modo
e) negação

3
Português

5. (UFPR)
PASSO NO RUMO CERTO
Na semana passada, a claque convocada para a inauguração de um aeroporto na cidade mineira
de Uberlândia ouviu de Lula a seguinte frase: "Quero dizer que a crise é extremamente grave. Em horas
de crise é preciso ter muita paciência para não tomar decisão precipitada, não se deixar levar pelo
estado emocional, mas, sim, pela razão". Embora o presidentejá tenha se manifestado a respeito da
dificil situação política em diversas ocasiões (não raro para negar a sua realidade, como se tudo não
passasse de uma alucinação coletiva promovida por prestidigitadores da elite, mas deixemos isso de
lado), foi a primeira vez que ele uniu a palavra "crise" um advérbio de intensidade, "extremamente", e
um adjetivo grandiloquente, "grave". O encadeamento de tais termos permite supor que Lula finalmente
(no que pode ser considerado um advérbio de alívio) reconheceu a existência da fissura ética, política
e criminosa que há mais de 100 dias se aprofunda mais e mais, levando o governo de cambulhada.
Nessa hipótese, e não se quer aqui evocar o doutor Pangloss, aquele personagem de Voltaire
para quem todos vivíamos no melhor dos mundos, é uma ótima notícia o presidente ter admitido que o
horizonte anda carregado. Pelo simples motivo de que, para sanar um problema, qualquer que seja eIe,
é preciso antes de mais nada reconhecer sua existência. Caberia agora a Lula contribuir para que a
resolução da crise seja efetiva, não deixando margem à impressão olfativa de que tudo terminará em
pizza. O presidente volta e meia afirma que não tem como interferir no andamento das investigações e
das punições. Não é verdade. Pelo peso de seu cargo, e sem extrapolar suas atribuições constitucionais,
Lula pode, sim, proceder a que corrompidos e corrompedores, no Legislativo e no Executivo, sintam na
carne e na biografia que não sairão impunes dos crimes de desvio de dinheiro público, formação de
quadrilha e tráfico de influência. Ao empenhar-se com afinco nesse objetivo, movido pela razão e sem
emocionalismos, o presidente prestaria ao mesmo tempo um grande serviço ao Brasil e a si próprio.
(VEJA, Editorial, 07 jul. 2005.)

Ao fazer menção a um "advérbio de alívio", o autor cria uma classificação de advérbio inexistente na
gramática tradicional para um advérbio que representa uma avaliação ou atitude do emissor do texto,
no caso uma atitude de alívio. Qual dos advérbios a seguir, em vez de modificar algum termo da oração,
denota uma avaliação ou atitude do emissor?
a) Além de provocar uma fissura ética, a crise comprometerá gravemente a imagem do governo.
b) As atitudes presidenciais devem ser enérgicas para que a crise seja cuidadosamente resolvida.
c) A fala do presidente mostra que ele agiu precipitadamente e se deixou dominar pela emoção.
d) O presidente se demorou, infelizmente, a reconhecer a existência da crise.
e) A crise política provém do fato de alguns políticos terem agido criminosamente.

6. Quando se perde o grau de investimento, corre-se o risco de uma debandada dos capitais estrangeiros,
aí é preciso tomar medidas mais drásticas do que se desejaria.
Joaquim Levy
O vocabulário grifado é:
a) advérbio, expressando a ideia de “nesse lugar”.
b) interjeição, traduzindo ideia de apoio, animação.
c) palavra expletiva (dispensável) ou de realce.
d) advérbio, expressando ideia de conclusão “então”.
e) substantivo, traduzindo ideia de “por outro lado”.

4
Português

7. Em qual das alternativas abaixo o advérbio em destaque é classificado como advérbio de tempo?
a) Não gosto de salada excessivamente temperada.
b) Ele calmamente se trocou, estava com o uniforme errado.
c) Aquela vaga na garagem do condomínio finalmente será minha.
d) Provavelmente trocariam os móveis da casa após a mudança.

8. (UERJ)

5
Português

O advérbio destacado é empregado para relativizar o sentido da palavra a que se refere em:
a) utilizá-las em história presumivelmente verdadeira? (l. 8-9)
b) Certamente me irão fazer falta, (l.17)
c) Afirmarei que sejam absolutamente exatas? (l.25)
d) desenterrarmos pacientemente as condições que a determinaram. (l.36-37)

9. (UERJ)

o espelho do humano é, antes de mais nada, o olhar do semelhante. (l. 15)

6
Português

Em “o espelho do humano é, antes de mais nada, o olhar do semelhante.” (l. 15), a expressão sublinhada
enfatiza uma ideia, tal como se observa em:

a) “A cultura contemporânea do narcisismo, ao remeter as pessoas a buscar continuamente o


testemunho do espelho,” (l. 13-14)
b) “Além disso, dentre todas as partes do corpo, o rosto é a que faz apelo ao outro.” (l. 20-21)
c) “A parte que se comunica, expressa amor ou ódio e, sobretudo, demanda amor.” (l. 21)
d) “A paciente francesa, que agradeceu aos médicos a recomposição de uma face humana, ainda
que não seja a “sua”,” (l. 29-30)

10. (USS Adaptada)

O vocábulo “muito” costuma ser classificado como advérbio de intensidade. Essa palavra deixa de
assumir papel adverbial no trecho:
a) isso corrói muito os laços humanos (l. 14)
b) é muito satisfatório ter outro parceiro (l. 16)
c) muito jovem não tem nem mesmo consciência (l. 18)
d) trata-se de uma situação muito ambivalente (l. 25)

7
Português

Gabarito

1. D
A combinação do tempo verbal presente com um advérbio de tempo que dá ideia de passado deixa clara
a intenção do autor de explicitar que a produção do texto não se dá no mesmo momento de sua recepção
pelo leitor.

2. A
O advérbio “diariamente” dá a ideia de tempo/frequência; já a locução adverbial “com perfeição’ diz
respeito ao modo de realização da ação.

3. B
Na tirinha, o significado dos advérbios “ontem”, “hoje” e “amanhã” são estabelecidos pela situação
comunicativa. O referencial do advérbio “hoje” é determinado, no primeiro quadrinho, pela fala do
personagem Mazzaropi, e, a partir dele, depreende-se o significado dos outros advérbios.

4. A
Nesse contexto, o advérbio “mal” é entendido com o mesmo sentido de “assim que”, conferindo ideia de
temporalidade.

5. D
O advérbio “infelizmente” projeta uma opinião sobre o que está sendo dito.

6. D
O advérbio “aí”, no contexto, possui ideia de conclusão: já que a perda do grau de investimento acarreta
o risco de debandada dos capitais estrangeiros, a conclusão é de que, nessas condições, “é preciso
tomar medidas mais drásticas do que se desejaria”. Assim, seria possível substituir “aí” por “então”, sem
prejuízo ao sentido original.

7. C
“Excessivamente” é um advérbio de intensidade; “calmamente” de modo e “provavelmente” de dúvida.

8. A
O advérbio “presumivelmente” indica que não há certeza sobre o que se fala, apenas é
presumível/provável.

9. C
O advérbio “sobretudo”, assim como a locução “antes de mais nada”, indica uma ideia de
importância/prioridade.

10. C
Apenas na letra C, a palavra “muito” equivale à quantidade (= ”diversos jovens”). Nos demais exemplos,
funciona como advérbio de intensidade.

8
Português

Demonstrando no Vestibular

Exercícios

1. Leia os versos de Drummond:


“No meio dia branco de luz uma voz que aprendeu
A ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu.
Lá longe meu pai campeava
No mato sem fim da fazenda.”

As palavras sublinhadas são, respectivamente,


a) advérbio e advérbio.
b) advérbio e adjetivo.
c) adjetivo e advérbio.
d) substantivo e advérbio.
e) substantivo e adjetivo.

2. (UERJ)

1
Português

“a violência em psiquiatria é sobretudo a violência da psiquiatria.” (l. 6-7)

A relação entre “violência” e “psiquiatria” é destacada pelos dois termos sublinhados, que expressam,
respectivamente, as noções de
a) substância e causa.
b) posse e matéria.
c) foco e assunto.
d) área e agente.

3. “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário apenas um disparo; o assaltante recebeu a bala na
cabeça e morreu na hora.”

No texto, os vocábulos em destaque, são respectivamente:


a) preposição e artigo
b) preposição e preposição
c) artigo e artigo
d) artigo e preposição
e) artigo e pronome indefinido

4. (UFRJ) Analfomegabetismo
Os assuntos da coluna de Caetano Veloso no domingo passado me tocam. O reconhecimento do
precário letramento médio brasileiro tem sido um dos meus bordões por aqui. Caetano identifica num
certo analfabetismo difuso a força de gravidade da nossa vida mental, presente na desatenção e no
desaproveitamento escolar, e até no estilo errático de escrita dele mesmo, Caetano. Para ele, a incultura
difusa se reflete tanto na importância abusiva dada à música popular (em que me incluo) como
naqueles seriosos que reagem de maneira menor à força poética da canção e às qualidades literárias
de Chico Buarque, por exemplo (...). No bem e no mal, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença,
estamos casados historicamente com um analfabetismo de fundo.
WISNIK, José Miguel. O Globo. Segundo Caderno. 18 de dez de 2010.

O uso de advérbios, numa oração, identifica uma situação específica. Da mesma forma, a presença de
metáforas pode ampliar o alcance dessa situação. Sendo assim, na oração destacada, os adjuntos
adverbiais estabelecem, metaforicamente, o panorama de um analfabetismo
a) endêmico.
b) episódico.
c) recente.
d) parcial.
e) atávico.

2
Português

5. Leia o poema de Mário Quintana:

De gramática e de linguagem
E havia uma gramática que dizia assim:
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta”.
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se
em excesso.

As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.


Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre,
Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As cousas vivem metidas com as suas cousas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão.
Amigo ou adverso... João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...

“Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos


Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.”

Referindo-se à linguagem das plantas e dos animais, o poeta


a) ironiza a ideia de que ela seja composta apenas por adjetivos.
b) nega que ela seja composta apenas por adjetivos.
c) mostra que, em muitas situações, ela deve ser composta de adjetivos.
d) põe em dúvida o fato de que ela seja composta apenas por adjetivos.
e) indica a possibilidade de que ela seja composta apenas por adjetivos.

3
Português

6.

No contexto deste grafite, as frases “menos presos políticos” e “mais políticos presos” expressam
a) uma relação de contradição, uma vez que indicam sentidos opostos.
b) uma relação de consequência, já que a diminuição de um grupo conduz ao aumento de outro.
c) uma relação de contraste, pois reivindicam o aumento de um tipo de presos e a redução de outro.
d) uma relação de complementaridade, porque remetem a subconjuntos de uma mesma categoria.

7. Examine este cartaz, cuja finalidade é divulgar uma exposição de obras de Pablo Picasso.

Nas expressões “Mão erudita” e “Olho selvagem”, que compõem o texto do anúncio, os adjetivos
“erudita” e “selvagem” sugerem que as obras do referido artista conjugam, respectivamente,
a) civilização e barbárie.
b) requinte e despojamento.
c) modernidade e primitivismo.
d) liberdade e autoritarismo.
e) tradição e transgressão.

4
Português

8. Pela primeira vez um filme catarinense concorreu à vaga para representar o Brasil no Oscar. “A
Antropóloga”, dirigido por Zeca Pires, disputou vaga com outros quatorze filmes, numa lista que incluiu
“Tropa de Elite 2”, de José Padilha, e “Bruna Surfistinha”, de Marcus Balbini. Zeca Pires considerava
suas chances remota, mas avaliava que, ao participar da disputa, o filme seria visto por um grupo de
profissionais de reconhecida competência, que provavelmente não iriam assistir ao longa em outra
situação. (...)
Candidatura que vale ouro. Diário Catarinense. Caderno Variedades. 14/08/2011.

Com relação ao texto, assinale a alternativa CORRETA.


a) O adjetivo “remota”, no segundo parágrafo, refere-se ao substantivo “chances”; deveria, portanto,
ser usado no plural.
b) Segundo o texto, os filmes “A Antropóloga”, “Tropa de Elite 2” e “Bruna Surfistinha” vão representar
o Brasil na disputa do Oscar.
c) O trecho “Zeca Pires considerava suas chances remota” indica que ele acreditava que havia pouca
possibilidade de seu filme ser escolhido.
d) No primeiro parágrafo, encontram-se dois numerais ordinais: “primeira” e “quatorze”.
e) No trecho “o filme seria visto por um grupo de profissionais de reconhecida competência”, ocorrem
dois artigos, os quais antecedem os dois únicos substantivos do trecho.

9.

Assinale a única alternativa correta quanto à classificação das palavras, feita a partir da análise do uso
destas no diálogo entre a avó e os netos.
a) “Levado” é o infinitivo do verbo levar, que se classifica, no texto, como adjetivo do substantivo
menino.
b) O pronome indefinido “isso” é um elemento de coesão, que retorna o conteúdo da fala da garota,
expressa no primeiro quadrinho.
c) Em “Menino levado!!!”, o substantivo e o adjetivo funcionam como uma locução interjetiva, isto é,
têm natureza de uma interjeição.
d) A forma nominal “Querida” é o gerúndio do verbo querer que, na fala da avó, classifica-se como
substantivo.
e) O adjetivo “legal” funciona, no texto, como uma interjeição, expressando uma ideia apreciativa,
cujo sentido é “conforme ou relativo à lei”.

5
Português

10. A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
Manuel Bandeira

No poema, há o emprego do advérbio aonde. Segundo as gramáticas normativas, esse advérbio deve
ser utilizado para indicar o local ou destino para o qual se vai, ou seja, expressa a ideia de movimento.
Assinale a alternativa em que o emprego do advérbio aonde está de acordo com as gramáticas
normativas.
a) Nunca sei aonde te achar.
b) Esta é a casa aonde eu moro.
c) Informe aonde você está agora.
d) Não sei aonde o avião aterrissou.
e) Aonde você pretende levar sua amiga.

6
Português

Gabarito

1. D
A palavra “longes” vem precedida de artigo, portanto, é um substantivo. Já a palavra “longe” indica um
advérbio de lugar.

2. D
No primeiro caso, a preposição “em” indica na área da psiquiatria (área de atuação... estudo...); já no
segundo, a preposição “de” indica a psiquiatria como agente.

3. A
No primeiro caso, “a” é preposição indicativa de modo. No segundo, temos um artigo definido.

4. A
Os advérbios presentes “No bem e no mal, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença” demonstram
que o analfabetismo, segundo Caetano, é uma situação “típica” e “característica” da nossa sociedade.

5. E
A palavra “decerto” faz com que a alternativa correta seja a letra E.

6. C
Neste cartaz, a mudança na posição das palavras “presos” e “políticos” implica mudança em suas
classes gramaticais e no seu sentido. Em “presos políticos”, “presos” é substantivo e “políticos” é
adjetivo, indicando pessoas que estão presas por motivos políticos (como, por exemplo, divergência de
opinião em relação ao governo). Já em “políticos presos”, a ideia é que políticos corruptos estejam na
prisão.

7. E
Os termos “mão” e “olho” sugerem, respectivamente, a técnica e o estilo pictórico de Picasso. Assim, os
adjetivos “erudita” e “selvagem” associam, simultaneamente, a técnica tradicional e a ruptura com a
forma de representar a realidade que caracterizam a obra do pintor.

8. C
O termo “remota” é um advérbio relacionado com o verbo “considerava”; Os filmes “A Antropologa”,
“Tropa de Elite 2” e “Bruna Surfistinha” concorreram à vaga para representar o Brasil no Oscar; O termo
“quatorze” é numeral cardinal; Há inúmeros substantivos no excerto, por exemplo, “vez”, “filme”, “vaga”,
“Brasil”.

9. C
“Menino levado” é uma locução interjetiva formada por substantivo e adjetivo que expressa indignação.
“Levado” é o particípio passado do verbo levar com valor de adjetivo; “isso”, um pronome demonstrativo;
“querida”, um adjetivo formado pelo particípio passado do verbo “querer” e “legal”, uma gíria que exprime
uma apreciação positiva, o que invalida as demais opções.

7
Português

10. E
A alternativa (E) é a única que expressa ideia de movimento: “quem leva alguém, leva a algum lugar”. A
presença de preposição “a” índica que o pronome relativo deve ser antecedido pela mesma preposição.
Assim, temos a forma “aonde” (a+onde).

8
Português

Palavras Invariáveis (Preposições, Interjeições e Palavras


Denotativas)

Resumo

Palavras denotativas
As palavras denotativas recebem essa nomenclatura por não se enquadrarem em nenhuma classe gramatical
convencional,mas por serem capazes de expressar valores semânticos. Embora elas se assemelhem, em
alguns aspectos, aos advérbios, não mantêm as mesmas relações que eles.

Do ponto de vista semântico, elas são importantes no contexto em que se encontram e são classificadas de
acordo com a ideia que expressam. Algumas dessas idéias são: designação, exclusão, inclusão, realce,
retificação, situação, afetividade, explanação e limitação.

Sinto que ele me escapa, ou melhor, que nunca me pertenceu. (retificação)


Da família só elas duas subsistiam. (exclusão)
Tudo na vida engana, até a Glória. (inclusão)
Ainda bem que o orador foi breve! (afetividade)

Preposição
É a classe gramatical responsável pela coesão textual no nível vocabular; ou seja, cumpre a função de
conectar vocábulos/palavras (de funções sintáticas diferentes) para estabelecer entre elas, em geral, um nexo
semântico.

Na frase “Vou a Roma”, por exemplo, a preposição “a” conecta o substantivo “Roma” à forma verbal “Vou”.
Dessa forma, relaciona dois termos da oração, subordinando o segundo termo ao primeiro. O termo que
precede a preposição é chamado de regente e o termo que sucede recebe o nome de regido.

Quando um conjunto de palavras estiver funcionando como preposição, receberá o nome de locução
prepositiva. É o caso das expressões: abaixo de, acerca de, a fim de, de acordo com, junto de, etc.

Algumas preposições podem aparecer unidas a outras palavras. Se na união da preposição com outra palavra
não ocorrer alteração fonética, dizemos que houve combinação da preposição; caso ocorra alteração
fonética, dizemos que houve contração da preposição. Os exemplos mais comuns são:

Combinação:
ao (preposição a + artigo o).
aos (preposição a + artigo os).
aonde (preposição a + advérbio onde).

Contração:
do (preposição de + artigo o).
desta (preposição de + pronome esta).
naquela (preposição em + pronome aquela).

1
Português

Além disso, as preposições denotam diferentes significados dependendo do contexto em que estão inseridas.
Elas podem possuir valores semânticos de posse, causa, matéria, assunto, companhia, finalidade,
instrumento, lugar, origem, tempo, meio, conformidade, modo e oposição.

Os objetos que foram comprados são feitos com porcelana. (matéria)


Viajaremos nas férias para descansar. (finalidade)
Os visitantes vinham do Maranhão. (origem)
Recebemos as visitas com muita alegria. (modo)

Interjeição
A interjeição é a expressão com que traduzimos uma reação emotiva ou um sentimento. Uma mesma
interjeição pode corresponder a sentimentos variados e, por isso, deve-se estar atento ao contexto e à
entoação dessa palavra. Assim como os advérbios, as interjeições também são classificadas de acordo com
o sentimento que denotam. Veja os exemplos mais comuns:

alegria: oba! oh! ah!


aplauso: bis! bravo! viva!
dor: ai! ui!
espanto ou surpresa: ah! ih! oh! ué! puxa!
invocação: alô! ô! ó! olá! psiu!
silêncio: psiu! silêncio!

Há, com menos frequência, interjeições de papel apelativo:

• Psiu! Venha aqui.


• "Ei, você aí, me dá um dinheiro aí"

Destaca-se, também, que a interjeição pode ser classificada como locução interjetiva quando for expressa
por um grupo de palavras. Por exemplo: Ora bolas!; Cruz credo!; Puxa vida!; Valha-me Deus!; Se Deus quiser!,
entre outros.

2
Português

Exercícios

1.

(QUINO, Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 229.)


No último quadrinho, a expressão “DROGA!” refere-se a:
a) um substantivo que nomeia o objeto que o menino deveria comprar.
b) um adjetivo que qualifica o modo como a mãe deu a ordem para o menino.
c) um advérbio que acompanha o verbo esquecer, modificando-o em seu valor original.
d) uma interjeição que indica um julgamento negativo do menino sobre sua própria ação.
e) uma conjunção subordinativa que imprime valor de circunstância concessiva ao trecho seguinte.

2. Bode no pasto
Quase ninguém duvidou do saber do homem, do seu poder mágico, pois andava com uns livros
de história, de magia, com versões sobre fatos reais, mistérios, ciências ocultas. Até mesmo os céticos,
críticos, admitiam sua condição de mestre, de domínio da arte, da mágica, reflexo de vivências no país
e no mundo.
Então visto como sábio, senhor de poderes ocultos, o homem prometeu uma façanha, ou seja,
domar bodes, mudar o hábito da espécie. Aí pegou umas folhas, esfregou na venta dum cabrito, e
garantiu que a praga estava eliminada, nunca mais faria estragos naquela terra. (…)
(Nagib Jorge Neto. Diário de Pernambuco. 20/11/98)

As palavras destacadas no texto estabelecem, respectivamente, as seguintes relações lógicas:


a) explicação, soma, comparação, soma, conclusão
b) causa, inclusão, comparação, explicação, situação
c) causa, exclusão, conformidade, retificação, tempo
d) conclusão, soma, conformidade, ratificação, tempo
e) explicação, inclusão, causa, retificação, conclusão

3
Português

3. Impressionista
Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
(Adélia Prado)
Sobre aspectos gramaticais, assinale a opção correta:

a) O vocábulo “uma” (verso 1), por singularizar uma ocasião especificada ao longo do poema, deve
ser tratado como numeral, e não como artigo.
b) No segundo verso, o vocábulo “toda” possui a mesma classificação morfológica que “alaranjado”.
c) A preposição “por”, genericamente, introduz uma indicação de tempo, já que participa de uma
expressão adverbial de valor durativo.
d) O advérbio “constantemente” empresta, além de uma noção de modo, uma de frequência ao verbo
“amanhecendo”, que ele modifica.

4. Observe o fragmento a seguir do “Sermão do Bom Ladrão” de Antônio Vieira:


Quando li isto em Sêneca, não me admirei tanto de que um filósofo estoico se atrevesse a
escrever uma tal sentença em Roma. reinando nela Neto; o que mais me admirou, e quase envergonhou,
foi que os nossos oradores evangélicos em tempo de príncipes católicos. ou para a emenda, ou para a
cautela, não preguem a mesma doutrina. Saibam estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis
com o que calam que com o que disserem; porque a confiança com que isto se diz é sinal que lhes não
toca. e que se não podem ofender: e a cautela com que se cala é argumento de que se ofenderão,
porque lhes pode tocar. [..]
Suponho, finalmente, que os ladrões de que falo não são aqueles miseráveis, a quem a pobreza
e vileza de sua fortuna condenou a este gênero de vida, porque a mesma sua miséria ou escusa ou
alivia o seu pecado [...]. O ladrão que furta para comer não vai nem leva ao Inferno os que não só vão,
mas levam, de que eu trato, são os ladrões de maior calibre e de mais afta esfera [...]. Não são só
ladrões, diz o santo [São Basílio Magno], os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar,
para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a
quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das
cidades, os quais já com manha, Já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam
um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor,
nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam.
(Essencial. 2011.)
Os termos destacados constituem, respectivamente,
a) artigo, uma preposição e uma preposição.
b) uma preposição, um artigo e uma preposição.
c) um artigo, um pronome e um pronome.
d) um pronome, uma preposição e um artigo.
e) uma preposição, um artigo e um pronome.

4
Português

5. Leia esta tira de Orlandeli e assinale a alternativa incorreta.

Disponível em: http://www.orlandeli.com.br//novo/wordpress/index.php/tag/quadrinhos/

a) Ainda que flexione o verbo ver no imperativo, o personagem do primeiro quadrinho, ao fazê-lo na
primeira pessoa do plural, faz uma espécie de convite ao colega para conhecerem juntos as novas
regras ortográficas. É como se dissesse: Vamos ver as novas regras.
b) O termo Nossa!!, no segundo quadrinho, não funciona como um pronome possessivo, mas como
uma interjeição, não só porque exprime uma sensação do personagem, como porque, na escrita,
as interjeições vêm, via de regra, acompanhadas de ponto de exclamação.
c) Embora apresente um valor semântico de admiração, de surpresa, a expressão Que coisa..., no
segundo quadrinho, não se configura uma interjeição, pois vem seguida de reticências, que
somente indicam suspensão ou interrupção de uma ideia ou pensamento.
d) Pode-se inferir do terceiro quadrinho que as regras ortográficas são imposições decorrentes do
uso que os falantes fazem da língua, ou seja, como a maioria dos usuários desconhecia a função
do trema e não sabia empregá-lo na escrita, o sinal tornou-se obsoleto, não havendo razão para
continuar existindo nas regras ortográficas da língua.
e) O significado das interjeições está sempre vinculado ao uso, por isso qualquer palavra ou
expressão da língua pode atuar como interjeição, dependendo do contexto e da intenção do
falante. Assim, conclui-se que, por expressarem espanto, as três falas do personagem no segundo
quadrinho são interjeições.

5
Português

6. Pela Internet
Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar
(Gilberto Gil, 1997.1)

Em “Num site de Helsinque para abastecer”, as preposições sublinhadas expressam as noções,


respectivamente, de:
a) origem e finalidade.
b) localização e causalidade.
c) pertencimento e objetividade.
d) causalidade e conclusão.

6
Português

7. As matas ciliares são tão importantes para os rios e lagos, como são os cílios para a proteção dos
nossos olhos. (...) Sem as matas ciliares, as nascentes secam, as margens dos rios e riachos solapam,
o escoamento superficial aumenta e a infiltração da água no solo diminui, reduzindo as reservas de
água do solo e do lençol freático. As consequências são dramáticas para o meio ambiente: a poluição
alcança facilmente os mananciais e a vida aquática é prejudicada, rios e reservatórios transformam-se
em grandes esgotos ou lixões.

Na primeira frase do texto, a preposição “para”, na oração destacada, foi empregada com o valor
semântico de:
a) finalidade
b) conclusão
c) explicação
d) concessão
e) proporcionalidade

8. O projeto Montanha Limpa, desenvolvido desde 1992, por meio da parceria entre o Parque Nacional de
Itatiaia e a DuPont, visa amenizar os problemas causados pela poluição em forma de lixo deixado por
visitantes desatentos.
(Folheto do Projeto Montanha Limpa do Parque Nacional de Itatiaia.)

A preposição que indica que o Projeto Montanha Limpa continua até a publicação do folheto é:
a) entre.
b) por (por visitantes).
c) em.
d) por (pela poluição).
e) desde.

7
Português

9. O MENDIGO SEXTA-FEIRA JOGANDO NO MUNDIAL


Lhe concordo, doutor: sou eu que invento minhas doenças. Mas eu, velho e sozinho, o que posso
fazer? Estar doente é minha única maneira de provar que estou vivo. É por isso que frequento o hospital,
vezes e vezes, a exibir minhas maleitas1 . Só nesses momentos, doutor, eu sou atendido. Mal atendido,
quase sempre. (...)
Desta feita, porém, é diferente. Pois eu, de nome posto de Sexta-Feira, me apresento hoje com
séria e verídica queixa. Venho para aqui todo desclaviculado, uma pancada quase me desombrou.
Aconteceu quando assistia ao jogo do Mundial de Futebol. Desde há um tempo, ando a espreitar na
montra2 do Dubai Shopping, ali na esquina da Avenida Direita. É uma loja de tevês, deixam aquilo ligado
na montra para os pagantes contraírem ganas de comprar. (...)
É ali no passeio que assisto futebol, ali alcanço ilusão de ter familiares. O passeio é um corredor
da enfermaria. Todos nós, os indigentes ali alinhados, ganhamos um tecto3 nesse momento. Um tecto
que nos cobre neste e noutros continentes.
Só há ali um no entanto, doutor. É que sou atacado de um sentimento muito ulceroso enquanto os
meus olhos apanham boleia4 para a Coreia do Sul. O que me inveja não são esses jovens, esses
fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola
e rebola a exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores
verdadeiras para perante a dor falsa de um futebolista. (...)
Eu sei, doutor, lhe estou roubando o tempo. Vou directo no assunto do meu ombro. Pois aconteceu
o seguinte: o dono da loja deu ontem ordem para limpar o passeio. Não queria ali mendigos e vadios.
Que aquilo afastava a clientela e ele não estava para gastar ecrã5 em olho de pobre. Recusei sair, doutor.
O passeio é pertença de um alguém? Para me retirarem dali foi preciso chamar as forças policiais. (...)
Pois eu, conforme se vê, vim ao hospital não por artimanha, mas por desgraça real. O doutor me
olha, desconfiado, enquanto me vai espreitando os traumatombos. Contrariado, ele lá me coloca sob o
olho de uma máquina radiográfica. Até me atrapalho com tanta deferência. Até hoje, só a polícia me
fotografou. (...)
E logo me desando, já as ruas deságuam. Chego à loja dos televisores e me sento entre a
mendigagem.
(...) O que eu vi num adocicar de visão foi isto, sem mais nem menos: eu e os mendigos de sexta-
feira estamos no mundial, formamos equipa com fardamento brilhoso. E o doutor é o treinador. E
jogamos, neste momento preciso. Eu sou o extremo esquerdo e vou dominando o esférico, que é um
modo de dominar o mundo. Por trás, os aplausos da multidão. De repente, sofro carga do defesa
contrário. Jogo perigoso, reclamam as vozes aos milhares. Sim, um cartão amarelo, brada o doutor.
Porém, o defesa continua a agressão, cresce o protesto da multidão. Isso, senhor árbitro, cartão
vermelho! Boa decisão! Haja no jogo a justiça que nos falta na vida.
Afinal, o vermelho é do cartão ou será o meu próprio sangue? Não há dúvida: necessito de
assistência, lesionado sem fingimento. Suspendessem o jogo, expulsassem o agressor das quatro
linhas. Surpresa minha – o próprio árbitro é quem me passa a agredir. Nesse momento, me assalta a
sensação de um despertar como se eu saísse da televisão para o passeio. Ainda vejo a matraca do
polícia descendo sobre a minha cabeça. Então, as luzes do estádio se apagam.
(MIA COUTO. O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.)

1 Maleitas – doenças de fácil resolução.


2 Montra – vitrina. 4 Boleia – carona. 3 Tecto – teto. 5 Ecrã – tela.

No trecho “Até me atrapalho com tanta deferência. Até hoje, só a polícia me fotografou.”, a palavra “até”
indica, respectivamente, valores de:
a) limite – intensidade
b) intensidade – restrição
c) restrição – ênfase
d) ênfase – limite

8
Português

10. Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados,


Um garbo senhoril, nevada alvura;
Metal de voz que enleva de doçura,
Dentes de aljôfar, em rubi cravados;

Fios de ouro que enredam meus cuidados,


Alvo peito que cega de candura;
Mil prendas e (o que é mais que formosura)
Uma graça, que rouba mil agrados;

Mil extremos de preço mais subido


Encerra a linda Márcia, a quem of’reço
Um culto, que nem dela inda é sabido;

Tão pouco de mim julgo que a mereço,


Que enojá-la não quero de atrevido
Co’as penas que por ela em vão padeço.
(Filinto Elísio)

No verso “Metal de voz que enleva de doçura”, a preposição “de” ocorre duas vezes, formando
expressões que indicam, respectivamente, relação de:
a) posse e consequência.
b) causa e posse.
c) qualificação e causa.
d) modo e qualificação.
e) posse e modo.

9
Português

Gabarito

1. D
A palavra “droga” foi utilizada para expressar uma emoção de seu emissor.

2. B
As palavras “pois” e “como”, considerando o contexto no qual foram inseridas, estabelecem,
respectivamente, relação de causa e de comparação; já as demais são palavras denotativas e
estabelecem as seguintes relações lógicas: “até mesmo” (inclusão); “ou seja” (explicação) e “aí”
(situação).

3. C
A preposição “por”, seguida da expressão “muito tempo”, apresenta a ideia de passagem de tempo, ação
de valor durativo.

4. B
A preposição “a” antecede o pronome relativo “quem”, que não admite artigo; o artigo “a” antecede o
substantivo feminino “pobreza”; e a preposição “a” antecede o pronome demonstrativo masculino “este”.

5. C
A interjeição não é definida pela pontuação que a sucede, e sim pelo seu uso. Considerando que “Que
coisa...” exprime espanto, pode-se classificar a expressão como uma interjeição.

6. A
De acordo com a música de Gilberto Gil, pode-se perceber que as preposições “de” e “para” possuem,
respectivamente, o sentido de origem de um site, ou seja, o site é proveniente de Helsinque e tem como
objetivo abastecer.

7. A
No fragmento apresentado, a preposição “para” indica a finalidade dos cílios, ou seja, para a proteção
dos olhos.

8. E
A preposição “desde” apresenta, no fragmento, o sentido que o projeto começou em 1992 e até os dias
de hoje continua existindo no Parque Nacional de Itatiaia.

9. D
No primeiro caso, “até” serve para enfatizar a ideia de que o enunciador se atrapalha com tanta
deferência. No segundo, “até” indica um limite temporal.

10. C
Na expressão “metal de voz”, a preposição rege o adjunto que determina metal. Trata-se, na verdade, de
uma transposição, pois o sentido é de “voz de metal”, que qualifica, metaforicamente, o timbre da voz
(soa como se fosse metal). Em “que enleva de doçura”, a preposição indica relação de causa: enleva por
causa da doçura.

10
Química

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Química

Estados físicos da matéria e gráficos de mudança de fase

Resumo

Estado físico da matéria


A matéria se apresenta em três estados físicos que também podem ser chamados de estados ou fases de
agregação, são eles: sólido, líquido e gasoso.

Sólidos
Estado físico onde as interações intermoleculares são extremamente fortes e com isso faz
com que sua forma e volume sejam fixas, ou seja, elas não se moldam ao tipo de recipiente
em que se encontram. Já em relação a agitação das moléculas, os sólidos têm um grau de
agitação das moléculas baixa.

Líquidos
Os líquidos têm suas interações intermoleculares com um maior comprimento que dos sólidos
por exemplo, isso faz com que esse estado físico assuma uma forma fluída e se molde a forma
do recipiente aonde se encontra. Por mais que sua forma tenha essa característica “moldável”
seu volume é fixo, pois o seu grau de agitação ser intermediário, ou seja, maior que dos sólidos,
porém menor que dos gases, ainda não é suficiente para fazer com que seu volume seja variável.

Gases
Em virtude da baixa interação entre as moléculas nesse estado físico, as partículas se
movimentam espontaneamente, o grau de agitação das moléculas nos gases é elevado, e com
isso vem a explicação do fato da forma e do volume dos gases serem variáveis e ocuparem todo
o volume do recipiente que podem se encontrar.

Atenção! O plasma é formado por uma massa de gás ionizado em altíssima temperatura e por isso são
basicamente íons e elétrons livres. O plasma possui características parecidas com a dos gases, pois também
não possuem formas nem volumes fixos, porém, apresentam uma densidade muito menor.

Mudança de estado físico da matéria


É importante ressaltar que as energias desses estados são diferentes, logo as transformações feitas
requerem quantidades de calor diferentes em diferentes sentidos dependendo da transformação feitas. Veja
as figuras abaixo:
Sólido Líquido Gasoso

Processo Endotérmico

Sólido Líquido Gasoso

Processo Exotérmico

1
Química

Importante: Nos processos endotérmicos há a absorção de calor e nos processos exotérmicos há a liberação
de calor.

As passagens entre os três estados físicos (sólido, líquido e gasoso) têm o nome de mudanças de estado
físico. Importante lembrar que alguns autores consideram o plasma como um quarto estado físico.

A vaporização pode ser subclassificada como:

• Evaporação: vaporização lenta, em que algumas partículas adquirem energia o bastante para se
desprender da fase líquida;
• Ebulição: vaporização intermediária, em que existe equilíbrio entre fase líquida e gasosa; ocorre em uma
temperatura definida para cada substância, a uma determinada pressão, chamada ponto de ebulição ou
temperatura de ebulição.
• Calefação: vaporização instantânea; ocorre quando um líquido entra em contato com uma superfície
sólida com temperatura mais elevada que seu ponto de ebulição.

Substâncias Puras
As transformações físicas das substâncias puras ocorrem a temperaturas constantes, como vemos a seguir:

2
Química

Misturas
As transformações físicas das misturas não ocorrem a temperaturas constantes, como mostra o gráfico a
seguir.

Misturas Eutéticas
Essas misturas comportam-se como se fossem substâncias puras durante sua fusão, ou seja, apresentam
transformação física constante durante a sua fusão. Exemplo: solda (estanho + chumbo)

Misturas Azeotrópicas
Essas misturas comportam-se como se fossem substâncias puras durante sua ebulição, ou seja,
apresentam transformação física constante durante a sua ebulição. Exemplo: solução alcoólica (96% de
álcool + 4% de água).

3
Química

Exercícios

1. Alguns fenômenos observados no cotidiano estão relacionados com as mudanças ocorridas no


estado físico da matéria. Por exemplo, no sistema constituído por água em um recipiente de barro, a
água mantém-se fresca mesmo em dias quentes.
A explicação para o fenômeno descrito é que, nas proximidades da superfície do recipiente, a
a) condensação do líquido libera energia para o meio.
b) solidificação do líquido libera energia para o meio.
c) evaporação do líquido retira energia do sistema.
d) sublimação do sólido retira energia do sistema.
e) fusão do sólido retira energia do sistema.

2. Primeiro, em relação àquilo a que chamamos água, quando congela, parece-nos estar a olhar para
algo que se tornou pedra ou terra, mas quando derrete e se dispersa, esta torna-se bafo e ar; o ar,
quando é queimado, torna-se fogo; e, inversamente, o fogo, quando se contrai e se extingue, regressa
a forma do ar; o ar, novamente concentrado e contraído, torna-se nuvem e nevoeiro, mas, a partir
destes estados, se for ainda mais comprimido, torna-se água corrente, e de água torna-se novamente
terra e pedras; e deste modo, como nos parece, dão geração uns aos outros de forma cíclica.
PLATÃO. Timeu-Crítias. Coimbra: CECH, 2011.

Do ponto de vista da ciência moderna, os “quatro elementos” descritos por Platão correspondem, na
verdade, às fases sólida, líquida, gasosa e plasma da matéria. As transições entre elas são hoje
entendidas como consequências macroscópicas de transformações sofridas pela matéria em escala
microscópica.
Excetuando-se a fase de plasma, essas transformações sofridas pela matéria, em nível microscópico,
estão associadas a uma
a) troca de átomos entre as diferentes moléculas do material.
b) transmutação nuclear dos elementos químicos do material.
c) redistribuição de prótons entre os diferentes átomos do material.
d) mudança na estrutura espacial formada pelos diferentes constituintes do material.
e) alteração nas proporções dos diferentes isótopos de cada elemento presente no material.

3. Durante o ciclo hidrológico ocorrem diversas mudanças de estado físico da água. Um exemplo de
mudança de estado denominada sublimação ocorre quando
a) vapor de água em elevadas altitudes transforma-se em neve.
b) gotículas de água transformam-se em cristais de gelo no interior das nuvens.
c) gotículas de água presentes nas nuvens transformam-se em gotas de chuva.
d) vapor de água em baixas altitudes transforma-se em neblina.
e) vapor de água em baixas altitudes transforma-se em orvalho.

4
Química

4. O café solúvel é obtido a partir do café comum dissolvido em água. A solução é congelada e, a seguir,
diminui-se bruscamente a pressão. Com isso, a água passa direta e rapidamente para o estado
gasoso, sendo eliminada do sistema por sucção. Com a remoção da água do sistema, por esse meio,
resta o café em pó e seco. Identifique as mudanças de estado físico ocorridas neste processo:
a) solidificação e fusão.
b) vaporização e liquefação.
c) fusão e ebulição.
d) solidificação e sublimação.
e) fusão e liquefação

5. Os estados de agregação das partículas de um material indeterminado possuem algumas


características diferentes, conforme mostra a Figura 1. Por outro lado, as mudanças de estado físico
desse mesmo material são representadas por meio de uma curva de aquecimento que correlaciona
valores de temperatura com a quantidade de energia fornecida sob a forma de calor, apresentada na
Figura 2.

Uma relação entre os dados da Figura 2 e os estados de agregação da Figura 1 permite estabelecer
que
a) B - gasoso, D - líquido, E - sólido.
b) A - sólido, C - líquido, E - gasoso.
c) A - sólido, B - líquido, C - gasoso.
d) C - sólido, D - líquido, E- gasoso.
e) A – líquido, D – sólido, E - gasosso

5
Química

6. O quadro apresenta alguns exemplos de combustíveis empregados em residências, indústrias e meios


de transporte.

Temperatura de Temperatura de
Combustíveis
fusão (°𝐂) ebulição (°𝐂)
Butano -135 -0,5
Etanol -112 78
Metano -183 -162
Metanol -98 65
Octano -57 126

São combustíveis líquidos à temperatura ambiente de 25 C :


a) Butano, etanol e metano.
b) Etanol, metanol e octano.
c) Metano, metanol e octano.
d) Metanol e metano.
e) Octano e butano.

7. Os processos envolvidos nas mudanças de estado físico da matéria, conforme figura a seguir,
envolvem transferência de calor.

Dentre esses processos, os que envolvem, respectivamente, absorção e liberação de calor são:
a) solidificação e condensação
b) sublimação e solidificação
c) fusão e vaporização
d) vaporização e fusão
e) condensação e sublimação

6
Química

8. Observe os dois gráficos de variação da temperatura ao longo do tempo, disponibilizados abaixo:

Um dos gráficos corresponde ao perfil de uma substância pura e o outro, ao perfil de uma mistura.

O período de tempo que a substância pura permanece totalmente líquida e a temperatura de ebulição
da mistura, respectivamente, são
a) 5s e 10ºC.
b) 5s e 100ºC.
c) 10s e 50ºC.
d) 10s e 60ºC.

9. A figura representa a curva de aquecimento de uma amostra, em que S, L e G significam,


respectivamente, sólido, líquido e gasoso. Com base nas informações da figura é CORRETO afirmar
que a amostra consiste em uma

a) substância pura.
b) mistura coloidal.
c) mistura heterogênea.
d) mistura homogênea azeotrópica.
e) mistura homogênea eutética.

7
Química

10. A adição de cloreto de sódio à água reduz o seu ponto de congelamento devido ao efeito crioscópico.
A presença de 23,3% de NaCℓ(𝑠) na água pode reduzir o seu ponto de congelamento a −21, 1 °C,
formando entre ambos uma mistura eutética. Se NaCℓ sólido for adicionado ao gelo acima dessa
temperatura, parte desse gelo se fundirá e ocorrerá a dissolução do sal adicionado. Se mais sal for
adicionado, o gelo continuará a fundir. Essa é uma prática comum, utilizada para remover o gelo das
ruas das cidades em que neva no inverno.
PERUZZO, F. M; CANTO, E. L. Química: na abordagem do cotidiano. v. 2. Físico-Química. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2006. –
Texto adaptado.

Assinale a alternativa na qual a curva de aquecimento da mistura eutética citada acima está
corretamente representada.
Legenda: S = Sólido; L= Líquido, G = Gasoso.

a) c) e)

b) d)

8
Química

Gabarito

1. C
A evaporação que ocorre na superfície do líquido retira calor do sistema resfriando-o.
H2O( ) + calor → H2O(v)

2. D
Excetuando-se a fase de plasma, essas transformações sofridas pela matéria, em nível microscópico,
estão associadas a uma mudança na estrutura espacial formada pelos diferentes constituintes do
material, ou seja, pela distância entre as moléculas de água e a intensidade das forças atrativas
presentes no estado sólido, líquido e gasoso.

3. A
Principais processos de transferência da água na Terra: evaporação, precipitação e escoamento.
No processo de precipitação, em elevadas altitudes, o vapor de água transforma-se em neve que
precipita na superfície do planeta.
Esquematicamente:

4. D
Quando a solução é congelada, passa do estado líquido para o sólido – solidificação.
Quando a água congelada passa direta e rapidamente para o gasoso – sublimação.

5. B
A água pura à pressão de 1 atm, abaixo de 0°C água encontra-se no estado sólido, de 0°C à 100°C
encontra-se no estado líquido e acima dessa temperatura se torna gasosa, portanto:
A - sólida, C - líquida e E - gasosa.

6. B
São combustíveis líquidos à temperatura ambiente de (25 °C): etanol, metanol e octano.
Combustível T. F. (°C) T. E. (°C)
Etanol Sólido −112 Líquido (25 °C) 78 Gasoso
Metanol Sólido −98 Líquido (25 °C) 65 Gasoso
Octano Sólido −57 Líquido (25 °C) 126 Gasoso

9
Química

7. B
Absorção de calor: sublimação.
Sólido + calor → Gasoso

Liberação de calor: solidificação.


Líquido → Sólido + calor

8. B
A substância permanece totalmente líquida no intervalo de 10s a 15s, permanecendo nesse estado
físico, durante 5s.

Pelo gráfico, podemos concluir que a mistura possui o ponto de ebulição em 100C :

9. E
O gráfico representa uma mistura homogênea eutética, pois a temperatura de fusão é constante e existe
um intervalo de ebulição (TE1 a TE2):

10. B
Misturas eutéticas são aquelas em que a fusão ocorre a uma temperatura constante, mas a ebulição
ocorre num dado intervalo de temperatura. O gráfico correspondente é o da alternativa [B].

10
Química

Propriedades da matéria, substância, mistura e sistema

Resumo

A Química é a ciência que estuda a constituição da matéria, que nada mais é que tudo aquilo que possui
massa e ocupa lugar no espaço, sua estrutura interna e as relações entre os diversos tipos de materiais
encontrados na natureza, além de determinar suas propriedades, sejam elas físicas como por exemplo, cor,
ponto de fusão, densidade e etc, ou químicas, que são as transformações de uma substância em outra.

• Fenômeno físico: é toda transformação da matéria que ocorre sem alteração de sua composição
química. Não altera a natureza da matéria, podendo alterar a sua forma, tamanho, aparencia e/ou estado
físico.
Exemplo: as mudanças de estado físico (fusão, condensação), quebrar um lápis em vários pedaços.

mudanças de estados físicos são fenômenos físicos

• Fenômeno químico: é todo aquele que ocorre com a formação de novas substâncias. Há a formação de
substâncias com propriedades diferentes. Geralmente são notadas pela mudança de cor, formação de
gases, formação de sólido e/ou aparecimento de chama ou luminosidade.
Exemplo: reações químicas (ferrugem, fotossíntese e combustão).

A combustão é uma reação química, portanto um fenômeno químico

Propriedades específicas da matéria

Propriedades Gerais da matéria


São as características que toda matéria apresenta, independentemente do seu estado físico.

• Inércia: Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de repouso, seja de
movimento.

1
Química

• Massa: Fisicamente, massa é uma grandeza que indica a medida da inércia ou da resistência de um
corpo de ter seu movimento acelerado. Porém, podemos, de uma forma geral, associar a massa à
quantidade de partículas existentes em uma matéria.
• Volume: É o espaço que uma matéria ocupa.
• Impenetrabilidade: Duas matérias não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.
• Compressibilidade: É a característica que a matéria apresenta de diminuir o espaço que estava ocupando
quando submetida a uma força externa.
• Elasticidade: É a característica que uma matéria tem de voltar à sua forma original quando uma força
externa a estica ou comprime.
• Divisibilidade: É a capacidade que a matéria possui de ser dividida inúmeras vezes sem deixar de ser o
que ela é.

Propriedades físicas
• Ponto de Fusão (PF): É a temperatura em que ocorre a passagem do estado sólido para o líquido a uma
determinada pressão.
• Ponto de Ebulição (PE): É a temperatura em que ocorre a passagem do estado líquido para o gasoso a
uma determinada pressão.
• Densidade: É a relação entre a quantidade de matéria em massa e o seu volume. A densidade absoluta
de um corpo é igual a m/V. Se a massa é medida em gramas e o volume em centímetros cúbicos, a
densidade é obtida em gramas por centímetros cúbicos.
• Solubilidade: É a característica que uma determinada matéria apresenta de dissolver outra. Por
exemplo, a solubilidade do salde coisinha em água é encontrada pela relação da quantidade de sal que
é solubilizado em determinada quantidade de água.
• Dureza: É a capacidade que um material tem de riscar outro. Por exemplo, o diamante é considerado o
material com maior dureza conhecida, pois ele consegue risca quaisquer outros materiais.
• Tenacidade: Algumas pessoas acabam confundindo tenacidade com dureza, mas tenacidade é a
capacidade que uma matéria tem de resistir ao impacto com outra matéria. Quando uma pedra é
arremessada no vidro, este se quebra, ou seja, a pedra é mais tenaz que o vidro.

Propriedades Organolépticas
É a propriedade que a matéria tem de estimular pelo menos um dos nossos cinco sentidos, audição, visão,
paladar, olfato e tato.

Substância x Mistura
Substância pura (ou Substância ou Espécie Química): é formada exclusivamente por partículas (moléculas
ou átomos) quimicamente iguais, ou melhor, de uma única. Apresenta temperaturas de fusão e ebulição
constantes.
As substâncias puras podem ser:
• Substância simples: formadas por átomos iguais ou átomos do mesmo elemento químico. Exemplo: o
gás oxigênio (O2), que é uma substância pura simples, pois é formado apenas pelo elemento oxigênio.

2
Química

• Substância compostas: formadas por átomos diferentes ou átomos de diferentes elementos químicos.
Exemplo: água (H2O), que é uma substância pura composta, pois contém dois elementos em suas
moléculas que são o hidrogênio e o oxigênio.

Mistura: é a reunião de duas ou mais substâncias sem que haja reação química entre elas, e mantendo cada
qual suas propriedades. Apresenta temperaturas de fusão e/ou ebulição variáveis. As misturas podem ser
classificadas em:
• Mistura homogênea: apresentam uma única fase, ou seja, monofásica. Exemplo: sal + água; açúcar +
água; álcool + água.

• Mistura heterogêneas: podem apresentar duas ou mais fases. São denominadas polifásicas. Exemplo:
areia + água; óleo + água; talco + água.

Qualquer porção do Universo submetida a análise é denominada sistema, e tudo que a rodeia é chamado de
meio ambiente, esses sistemas podem ser dividios em:
• Sistema aberto: tem a capacidade de trocar energia e matéria com o meio;

3
Química

• Sistema fechado: tem a capacidade de trocar somente energia com o meio;


• Sistema isolado: não realiza nenhuma troca com o meio, esse tipo de sistema só existe de forma teórica.

Atenção: Sistema homogêneo: É todo sistema que possui somente uma fase e necessariamente precisar ser
uma mistura. Exemplo: cachaça, formada por água e álcool.
Sistema heterogêneo: É todo sistema que possui duas ou mais fases e não necessariamente precisa ser uma
mistura. Exemplo: Água + Gelo e Água + areia.

Alotropia
É quando um mesmo elemento é capaz de formar substâncias simples diferentes, tais substâncias são
denominadas alótropos ou formas alotrópicas. A alotropia por ser classificada de duas formas:

• Por estrutura: Ocorre quando um mesmo elemento é capaz de se ligar de formas diferentes, formando
assim composto com propriedades distintas. Exemplo: C diamante, C grafite e C fulereno

• Por atomicidade: Ocorre quando o mesmo elemento forma substâncias simples diferentes por conter
diferentes quantidades de átomos na sua estrutura. Exemplo: O2 – Gás oxigênio; O3 – Gás oxônio

4
Química

Exercícios

1. Um fenômeno químico é caracterizado pela formação de novas substâncias; enquanto num fenômeno
físico as substâncias são “preservadas”, ou seja, não há formação de novas substâncias.
Assinale a alternativa que indica um fenômeno físico.
a) Processo de produção da energia necessária para que o atleta praticante de MMA (Mixed Martial
Arts) Antônio Rodrigo “Minotauro” Nogueira execute um golpe chamado “triângulo de mão”.
b) Produção de papel a partir da celulose.
c) Liberação de gases, quando um comprimido efervescente de vitamina C é colocado em água.
d) Oxidação de uma placa de vídeo do Playstation 3®.
e) Separação do lixo doméstico para coleta seletiva.

2. A cal viva, um importante material empregado nas construções, é obtida a partir da decomposição
térmica do calcário, em temperaturas superiores a 900ºC. Esse processo é chamado calcinação e pode
ser representado por:

Calcário + calor → cal viva + gás carbônico

Na construção civil, a cal é utilizada principalmente sob a forma de cal hidratada, componente
fundamental das argamassas empregadas, por exemplo, no assentamento de tijolos.

O processo de hidratação da cal pode ser representado por:

Cal viva + água → cal hidratada + calor

Caderno de Química. São Paulo: SEE, 2008. Adaptado

Em relação ao texto, é válido assinalar sobre esses processos que


a) a calcinação e a hidratação são exemplos de fenômenos físicos.
b) a calcinação e a hidratação são exemplos de fenômenos químicos.
c) a calcinação e a hidratação são exemplos de fenômenos biológicos.
d) a calcinação é um fenômeno químico, e a hidratação é um fenômeno físico.
e) a calcinação é um fenômeno químico, e a hidratação é um fenômeno biológico.

5
Química

3. Por descuido de um funcionário foram encontrados dois sólidos brancos sem rótulo na bancada de
um depósito de laboratório. Trata-se do nitrato de amônio (NH4NO3) e do carbonato de sódio (Na2CO3),
substâncias usadas em indústrias de fertilizantes.
Assinale a informação que deve ser considerada para identificar corretamente essas substâncias:
a) Propriedades organolépticas e o conhecimento de que o sódio (Na) é um metal alcalino.
b) Propriedades químicas, como a informação de que o vinagre é uma solução a 5% de ácido acético
(H3CCOOH).
c) Propriedades organolépticas e propriedades químicas que o levaram a concluir que carbonatos
reagem com ácido, produzindo efervescência.
d) Propriedades organolépticas, como o sabor ou o cheiro desses sais.
e) Propriedades físicas, como o cheiro desses sais.

4. Os átomos dos elementos químicos combinam uns com os outros de diversas formas, constituindo
as moléculas das substâncias. Estas podem ser simples ou compostas. Diante do exposto, trata-se
uma substância simples
a) ácido sulfúrico(H2SO4).
b) gás carbônico.(CO2)
c) ar atmosférico.(O2, N2 e CO2, principamente)
d) gás ozônio. (O3)
e) ácido fosfórico. (H3PO4)

5. O aumento da acidez do solo pode ser provocado pela chuva ácida, na qual alguns compostos são
transformados em ácidos, como dióxido de enxofre:

SO2 + 1 2 O2 → SO3
SO3 + H2O → H2SO4

No processo, observa-se a presença exatamente de


a) uma substância simples.
b) duas substâncias simples.
c) cinco substâncias simples.
d) cinco substâncias compostas.
e) seis substâncias compostas.

6
Química

6. A natureza apresenta diversas substâncias importantes para o dia a dia do ser humano. Porém, a
grande maioria dessas substâncias encontra-se na forma de misturas homogêneas ou heterogêneas.
Por essa razão, ao longo dos anos, várias técnicas de separação de misturas foram desenvolvidas
para que a utilização de toda e qualquer substância fosse possível.
Disponivel em: https://tinyurl.com/y8j567ag. Acessado em: 10.11.2017.

Assinale a alternativa que apresenta um exemplo de mistura homogênea.


a) água + gasolina
b) água + óleo de cozinha
c) gás nitrogênio + gás hélio
d) ar atmosférico + fuligem
e) areia + sal de cozinha

7. A química é responsável pela melhora em nossa qualidade de vida e está inserida em nosso cotidiano
de muitas formas em substâncias e misturas que constituem diversos materiais.
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, substância simples, substância composta,
mistura homogênea e mistura heterogênea.
a) Água, granito, alumínio, aço.
b) Água, aço, alumínio, granito.
c) Alumínio, aço, água, granito.
d) Alumínio, água, aço, granito.
e) Alumínio, água, granito, aço.

8. Em um experimento na aula de laboratório de química, um grupo de alunos misturou em um recipiente


aberto, à temperatura ambiente, quatro substâncias diferentes:

Substância Quantidade Densidade (g/cm3)


polietileno em pó 5g 0,9
água 20 mL 1,0
etanol 5 mL 0,8
grafite em pó 5g 2,3

Nas anotações dos alunos, consta a informação correta de que o número de fases formadas no
recipiente e sua ordem crescente de densidade foram, respectivamente:
a) 2; mistura de água e etanol; mistura de grafite e polietileno.
b) 3; polietileno; mistura de água e etanol; grafite.
c) 3; mistura de polietileno e etanol; água; grafite.
d) 4; etanol; polietileno; água; grafite.
e) 4; grafite; água; polietileno; etanol.

7
Química

9. Em 1996, o prêmio Nobel de Química foi concedido aos cientistas que descobriram uma molécula com
a forma de uma bola de futebol, denominada fulereno (C60). Além dessa substância, o grafite e o
diamante também são constituídos de carbono. Os modelos moleculares dessas substâncias
encontram-se representados abaixo.

A respeito dessas substâncias, é correto afirmar:


a) O grafite e o diamante apresentam propriedades físicas idênticas.
b) O fulereno, o grafite e o diamante são substâncias compostas.
c) O fulereno, o grafite e o diamante são isótopos.
d) O fulereno, o grafite e o diamante são alótropos.
e) O fulereno é uma mistura homogênea de átomos de carbono.

10. Alguns historiadores da Ciência atribuem ao filósofo pré-socrático Empédocles a Teoria dos Quatro
Elementos. Segundo essa teoria, a constituição de tudo o que existe no mundo e sua transformação
se dariam a partir de quatro elementos básicos: fogo, ar, água e terra. Hoje, a química tem outra
definição para elemento: o conjunto de átomos que possuem o mesmo número atômico. Portanto,
definir a água como elemento está quimicamente incorreto, porque trata-se de
a) uma mistura de três elementos.
b) uma substância simples com dois elementos.
c) uma substância composta com três elementos.
d) uma mistura de dois elementos.
e) uma substância composta com dois elementos.

8
Química

Gabarito

1. E
A separação do lixo doméstico para coleta seletiva é um processo físico, pois não ocorre rearranjo
atômico no mesmo.

2. B
A calcinação e a hidratação são exemplos de fenômenos químicos, pois verificamos a ocorrência de
transformações químicas.

3. C
Propriedades organolépticas são aquelas que impressionam nossos sentidos, como o olfato. A
efervescência ocorre devido à liberação de gás carbônico.

4. D
Substâncias simples são formadas por apenas um tipo de átomo, assim:
a) Incorreta. Ácido sulfúrico (H2SO4 ) trata-se de uma substância composta por 3 elementos
químicos diferentes.
b) Incorreta. O gás carbônico (CO2 ) é composto por 2 elementos diferentes.

c) Incorreta. O ar atmosférico é uma mistura de diferentes tipos de gases, simples e compostos, entre
eles, podemos citar, por exemplo, o dióxido de carbono (CO2 ).

d) Correta. O ozônio (O3 ) é uma substância simples formada por apenas 1 elemento químico.

e) Incorreta. Ácido fosfórico (H3PO4 ) é uma substância composta por 3 elementos químicos
diferentes.

5. A
No processo final, tem-se apenas a presença de uma substância simples, o gás oxigênio: O2 e 3
substâncias compostas:
SO2 + 1 2 O2 → SO3
SO3 + H2O → H2SO4

SO2 + 1 2 O2 + H2O → H2SO4

6. C
Misturas gasosas formam uma única fase.
Exemplo: gás nitrogênio + gás hélio

7. D
Alumínio: substância simples (formada apenas pelo elemento alumínio).
Água: substância composta por dois elementos químicos (hidrogênio e oxigênio).
Aço: mistura homogênea (basicamente, liga de ferro e carbono).
Granito: mistura heterogênea formada por feldspato, mica e quartzo.

9
Química

8. B
Teremos três fases:
Polietileno (menor densidade)
Água e álcool (miscíveis - densidade intermediária)
Grafite (maior densidade)

9. D
Alotropia é o fenômeno pelo qual um mesmo elemento químico pode formar moléculas diferentes. O
fulereno, o grafite e o diamante são alótropos.

10. E
A água é uma substância formada por moléculas compostas por dois elementos químicos: hidrogênio
e oxigênio.

10
Química

Métodos de separação de mistras heterogêneas

Resumo

Na aula de hoje, vamos descrever os diversos processos de separação das misturas heterogêneas. Esses
processos são de grande importância e largamente empregados nas indústrias químicas, como laboratórios
farmacêuticos, metalurgia, refinaria de petróleo, fábricas de cerâmicas e etc.

Filtração
Nesse processo quando a mistura é despejada sobre o filtro, o sólido não dissolvido fica retido no filtro e a
fase líquida passa.

Decantação
Processo utilizado para separar dois tipos de misturas heterogêneas.

Líquido e sólido: A fase sólida(barro), por ser mais densa, deposita-se(sedimenta-se) no fundo do recipiente
e fase liquida pode ser transferida para outro frasco. A decantação é usada, por exemplo, nas estações de
tratamento de água.

1
Química

Líquido e líquido: O líquido mais denso se permanece no fundo do funil de decantação e é escoado pela
torneira.

Centrifugação
Utiliza um equipamento chamado de centrífuga para aumentar a velocidade da decantação. Um exemplo de
mistura para aplicá-la é o sangue.

Sifonação
Após uma decantação, se não for possível retirar o líquido para o outro recipiente, podemos retirá-lo por
sifonação através de um sifão, da sucção e da ação gravitacional. Por exemplo, podemos trocar a água de
um aquário por intermédio de um sifão, deixando o cascalho no fundo do aquário.

2
Química

Separação magnética
É uma técnica que consiste em separar misturas em que um dos componentes é atraído por um ímã. Por
exemplo, separar limalha de ferro de areia.

Dissolução fracionada
Quando se tem uma mistura de sólidos em que apenas um desses componentes é solúvel em um
determinado solvente. Por exemplo: uma mistura de sal e areia. Ao adicionarmos água, apenas o sal irá se
dissolver.

Ventilação
É usada para dois componentes sólidos com densidades diferentes, por meio da aplicação corrente de ar
sobre a mistura. Exemplo: beneficiamento de arroz (separação dos grãos de sua palha).

3
Química

Levigação
Utiliza a força da água para separar o componente menos denso de uma mistura formada por sólidos. Um
exemplo de mistura para aplicá-la é ouro e cascalho.

Flotação
Método no qual um líquido, que não é capaz de dissolver nenhum dos componentes da mistura, é adicionado
a uma mistura formada por dois sólidos ou um sólido e um líquido para separá-los pela diferença
de desidade.

Peneiração ou tamisação
É a separação de sólidos com diferentes diâmetros de suas partículas. Exemplo: os pedreiros usam esta
técnica para separar a areia mais fina de pedrinhas.

(peneiras com diferentes “mesh”, medida de abertura das peneiras)

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Química

Exercícios

1. Em Bangladesh, mais da metade dos poços artesianos cuja água serve à população local está
contaminada com arsênio proveniente de minerais naturais e de pesticidas. O arsênio apresenta
efeitos tóxicos cumulativos. A ONU desenvolveu um kit para tratamento dessa água a fim de torná-la
segura para o consumo humano. O princípio desse kit é a remoção do arsênio por meio de uma reação
de precipitação com sais de ferro (III) que origina um sólido volumoso de textura gelatinosa.
Disponível em: http://tc.iaea.org. Acessado em: 11 dez. 2012 (adaptado).

Com o uso desse kit, a população local pode remover o elemento tóxico por meio de
a) fervura.
b) filtração.
c) destilação.
d) calcinação.
e) evaporação.

2. Entre as substâncias usadas para o tratamento de água está o sulfato de alumínio que, em meio
alcalino, forma partículas em suspensão na água, às quais as impurezas presentes no meio aderem.
O método de separação comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas
aderidas é a
a) flotação.
b) levigação.
c) ventilação.
d) peneiração.
e) centrifugação.

3. Em visita a uma usina sucroalcooleira, um grupo de alunos pôde observar a série de processos de
beneficiamento da cana-de-açúcar, entre os quais se destacam:
I. A cana chega cortada da lavoura por meio de caminhões e é despejada em mesas alimentadoras
que a conduzem para as moendas. Antes de ser esmagada para a retirada do caldo açucarado,
toda a cana é transportada por esteiras e passada por um eletroímã para a retirada de materiais
metálicos.
II. Após se esmagar a cana, o bagaço segue para as caldeiras, que geram vapor e energia para toda
a usina.
III. O caldo primário, resultante do esmagamento, é passado por filtros e sofre tratamento para
transformar-se em açúcar refinado e etanol.
Com base nos destaques da observação dos alunos, quais operações físicas de separação de
materiais foram realizadas nas etapas de beneficiamento da cana-de-açúcar?
a) Separação mecânica, extração, decantação.
b) Separação magnética, combustão, filtração.
c) Separação magnética, extração, filtração.
d) Imantação, combustão, peneiração.
e) Imantação, destilação, filtração.

5
Química

4. A natureza apresenta diversas substâncias importantes para o dia a dia do ser humano. Porém, a
grande maioria dessas substâncias encontra-se na forma de misturas homogêneas ou heterogêneas.
Por essa razão, ao longo dos anos, várias técnicas de separação de misturas foram desenvolvidas
para que a utilização de toda e qualquer substância fosse possível.
Disponível em: https://tinyurl.com/y8j567ag. Acessado em: 10.11.2017.

Um procedimento que permite separar, sem o uso de qualquer fonte de calor, uma mistura de água e
óleo de cozinha é a
a) decantação.
b) sublimação.
c) peneiração.
d) destilação.
e) filtração.

5. A natureza dos constituintes de uma mistura heterogênea determina o processo adequado para a
separação dos mesmos. São apresentados, a seguir, exemplos desses sistemas.
I. Feijão e casca
II. Areia e limalha de ferro
III. Serragem e cascalho

Os processos adequados para a separação dessas misturas são, respectivamente:


a) ventilação, separação magnética e destilação.
b) levigação, imantização e centrifugação.
c) ventilação, separação magnética e peneiração.
d) levigação, imantização e catação.
e) destilação, decantação e peneiração.

6. A química é a ciência que estuda a composição, estrutura e transformação da matéria. No meio em


que vivemos muitas vezes a matéria se apresenta como misturas e, para estudá-la ou utilizá-la,
precisamos separá-la. Para isso os químicos utilizam diferentes métodos de fracionamento. Sobre
esses métodos de fracionamento, é correto afirmar-ser que
a) água e óleo formam uma mistura heterogênea que pode ser separada por funil de transferência
com auxílio de um papel de filtro.
b) em uma estação de tratamento de água o técnico responsável adiciona, em uma das etapas do
tratamento, sulfato de alumínio, um agente coagulante que facilita a floculação de partículas
suspensas na água, formando assim uma mistura homogênea.
c) são utilizados para separar misturas homogêneas: destilação simples, catação e destilação
fracionada.
d) a separação magnética pode ser utilizada para misturas sempre que estas contenham metais.
e) são utilizados para separar misturas heterogêneas: decantação, separação magnética e
centrifugação.

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Química

7. A extração de petróleo em águas profundas segue basicamente três etapas: i) perfuração, utilizando
uma sonda; ii) injeção de água pressurizada, que extrai o petróleo das rochas subterrâneas; e iii)
separação do petróleo misturado com água e pedaços de rochas.

A terceira etapa é realizada por meio dos métodos de:


a) decantação e filtração.
b) extrusão e evaporação.
c) sedimentação e flotação.
d) destilação e centrifugação.
e) evaporação e cromatografia.

8. O óleo de cozinha usado não deve ser descartado na pia, pois causa poluição das águas e prejudica a
vida aquática. Em Florianópolis, a coleta seletiva de lixo recolhe o óleo usado armazenado em garrafas
PET e encaminha para unidades de reciclagem. Nessas unidades, ele é purificado para retirar água e
outras impurezas para poder, então, ser reutilizado na fabricação de sabão e biocombustíveis.
Disponível em: http://portal.pmf.sc.gov.br/entidades/comcap/index.php?cms=reoleo&menu=5. Acessado em: 20 Jul. 2015.

Considerando essas informações e os processos de separação de misturas, é CORRETO afirmar:


a) Óleo e água formam uma mistura homogênea.
b) Para separar o óleo de cozinha de impurezas sólidas e água, podem ser usadas, respectivamente,
a filtração e a decantação.
c) O óleo é uma substância mais densa que a água.
d) A filtração é um método usado para separar a água do óleo.
e) Óleo é uma substância composta e água é uma substância simples.

9. Um grupo de pesquisadores desenvolveu um método simples, barato e eficaz de remoção de petróleo


contaminante na água, que utiliza um plástico produzido a partir do líquido da castanha de caju (LCC).
A composição química do LCC é muito parecida com a do petróleo e suas moléculas, por suas
características, interagem formando agregados com o petróleo. Para retirar os agrega dos da água,
os pesquisadores misturam ao LCC nanopartículas magnéticas.
KIFFER, D. Novo método para remoção de petróleo usa óleo de mamona e castanha de caju. Disponível em:
www.faperj.br.Acessoem: 31 jul. 2012 (adaptado).

Essa técnica considera dois processos de separação de misturas, sendo eles, respectivamente,
a) flotação e decantação.
b) decomposição e centrifugação.
c) floculação e separação magnética.
d) destilação fracionada e peneiração.
e) dissolução fracionada e magnetização.

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Química

10. O derramamento de petróleo no Golfo do México, após a explosão da plataforma Deepwater Horizon,
trouxe uma consequência, dentre outras, a mistura de componentes oleosos na água do mar. Um
método utilizado para separar o óleo dessa água é a
a) filtração.
b) levigação.
c) sublimação.
d) decantação.
e) separação magnética

8
Química

Gabarito

1. B
Como um sólido volumoso de textura gelatinosa é formado, das alternativas fornecidas, a filtração seria
o processo utilizado, já que separaria fase sólida de fase líquida.

2. A
Nas estações de tratamento a água que será consumida pela população precisa passar por uma série
de etapas que possibilite eliminar todos os seus poluentes.
Uma dessas etapas é a coagulação ou floculação, com o uso de hidróxido de cálcio, conforme a reação:
3Ca(OH)2 + Aℓ2 (SO4 )3 → 2Aℓ(OH)3 + 3CaSO4

O hidróxido de alumínio (Aℓ(OH)3 ) obtido, que é uma substância insolúvel em água, permite reter em
sua superfície muitas das impurezas presentes na água (floculação). O método de separação
comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a flotação (faz-se
uma agitação no sistema e as impurezas retidas sobem à superfície da mistura heterogênea).

3. C
Foram realizadas as seguintes operações físicas de separação de materiais:
Separação magnética: um dos sólidos é atraído por um ímã. Esse processo é utilizado em larga escala
para separar alguns minérios de ferro de suas impurezas.
Extração: a cana é esmagada para a retirada do caldo.
Filtração simples: a fase sólida é separada com o auxílio de filtro de material adequado.

4. A
A decantação permite a separação de duas fases líquidas. Exemplo: água + óleo de cozinha

5. C
I. Feijão e casca: a separação é possível pela ventilação, onde uma corrente de ar, separa o sólido
menos denso, no caso a casca, do feijão.
II. Areia e limalha de ferro: como a limalha de ferro é atraída pelo ímã essa separação ocorre por
separação magnética.
III. Serragem e cascalho: separação ocorre pela peneiração, que separa o cascalho que são partículas
maiores da serragem que é menor.

6. E
a) Incorreta. Apesar de água e óleo serem uma mistura heterogênea, o papel filtro não irá reter o óleo,
durante um processo de filtração.
b) Incorreta. O agente coagulante, que facilita a floculação das partículas suspensas, fazendo com
que elas se aglutinem e se deposite no fundo do recipiente por decantação, formando assim, uma
mistura heterogênea.
c) Incorreta. A catação é um processo manual que separa misturas heterogêneas.
d) Incorreta. A separação magnética necessita que um dos componentes da mistura tenha
propriedades magnéticas e seja atraída por um ímã.

9
Química

e) Correta. Tanto a decantação, quanto a separação magnética e a centrifugação são processos de


separação de misturas heterogêneas.

7. A
Separação do petróleo misturado com água e pedaços de rochas: faz-se a sedimentação (decantação)
e posterior filtração (separação da fase sólida da líquida).

8. B
a) Incorreta. Água e óleo não se misturam, formam uma mistura heterogênea.
b) Correta. A filtração irá reter as sujidades maiores no papel filtro e a decantação irá fazer com que a
camada de óleo fique em cima e a água mais densa em baixo.
c) Incorreta. A água é mais densa, ficando na parte inferior da mistura.
d) Incorreta. A filtração é usada para separar misturas imiscíveis sólido- líquido.
e) Incorreta. Tanto o óleo quanto a água são substancias compostas por mais de um elemento químico.

9. C
Os agregados formados pelo plástico produzido a partir do líquido da castanha de caju (LCC) e pelo
petróleo não se misturam à água, ou seja, ocorre floculação.
As nanopartículas magnéticas são atraídas por imãs, ou seja, ocorre separação magnética.

10. D
Na decantação o óleo se separa da água devido à diferença de polarização (óleo = apolar, água = polar)
e de densidade.

10
Química

Métodos de separação de misturas homogêneas, tratamento de


água e esgoto

Resumo

Nesta aula iremos descrever os diversos processos de separação das misturas homogêneas. Esses
processos também são de grande importância e largamente empregados nas indústrias químicas.

Processos de separação das misturas homogêneas


Evaporação
A evaporação é utilizada para a separação de mistura
homogêneas onde temos pelo menos uma fase líquida e
uma fase sólida e a fase sólida é a de interesse. Por exemplo,
o sal de cozinha é extraído da água do mar por evaporação.
A água do mar é represada em grandes tanques, de pequena
profundidade, construídos na areia, chamados de salinas.
Sob a ação do sol e dos ventos a água do mar represada nas
salinas sofre evaporação e o sal de cozinha e outros
componentes sólidos vão se depositando no fundo dos
tanques.

Destilação simples
Ocorre de acordo com a diferença nos pontos de ebulição do solvente e soluto. Por aquecimento, em
aparelhagem apropriada com um condensador, apenas o líquido entra em ebulição, passando para o estado
gasoso, o qual é condensado e recolhido. Por exemplo: separação da mistura de sal e água.

1
Química
Destilação fracionada:
Usada na separação quando os componentes da mistura são líquidos e tem o ponto de ebulição muito
próximos. A técnica e a aparelhagem utilizadas na destilação fracionada são as mesmas empregadas na
destilação simples, com exceção de um aparelho adicional chamado coluna de fracionamento.
Por exemplo: separação da mistura dos componentes do petróleo em que, a cada temperatura alcançada, é
recolhido um componente.

Atenção!

A destilação fracionada é o método de separação utilizado para o separação das frações do petróleo.

2
Química
Fusão fracionada
Esse processo é baseado nas diferenças nos pontos de fusão dos
componentes de uma mistura. A mistura sólida é aquecida até que
um dos componentes se funda(liquefazer) completamente. Por
exemplo: separação em cada metal que compõe uma liga metálica.

Liquefação fracionada
É o processo de separação de uma mistura gasosa. Resfria-se a mistura até que os gases componentes
atinjam seu ponto de ebulição, passando assim para o estado líquido.
Por exemplo: separação do ar atmosférico, sabendo-se que o gás nitrogênio passa para o estado líquido
antes do gás oxigênio.

Cromatografia
Nesse processo, os componentes de uma mistura são separados pela sua interação com o solvente(fase
movél), que ao passar pela mistura interage com seus componemtes carreandos com diferentes
intensidades e assim os separando.

3
Química

Tratamento de água
A água que chega as nossas casas é submetida a uma série de tratamentos para reduzir a concentração de
poluentes até praticamente não apresentar riscos para a saúde humana. Esse tratamento é dividido em 7
etapas, são elas em sequência:
1. Coagulação: É quando a água bruta recebe, logo ao entrar na estação de tratamento, uma dosagem de
sulfato de alumínio. Este elemento faz com que as partículas de sujeira iniciem um processo de união.
2. Floculação: Quando, em tanques, continua o processo de união das impurezas, na água em movimento.
As partículas se transformam em flocos de sujeira.
3. Decantação: As impurezas, que se aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água pela ação da
gravidade, indo para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes.
4. Filtração: A água passa por grandes filtros com granulações diversas e carvão antracitoso (carvão
mineral). Aí ficarão retidas as impurezas que passaram pelas fases anteriores.
5. Desinfecção: É a cloração, para eliminar germes nocivos à saúde e garantir a qualidade da água até a
torneira do consumidor. Nesse processo pode ser usado o hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido
de cloro.
6. Fluoretação: É quando será adicionado fluossilicato de sódio ou ácido fluorssilícico em dosagens
adequadas. A função disso é prevenir e reduzir a incidência de cárie dentária, especialmente nos
consumidores de zero a 14 anos de idade, período de formação dos dentes.
7. Correção: É a correção de pH, quando é adicionado carbonato de sódio para uma neutralização
adequada à proteção da tubulação da rede e da residência dos usuários e não haver corrosões.

Tratamento de esgoto
Como a água proveniente do tratamento do esgoto não é destinada ao consumo humano, o tratamento é
mais simples e menos criterioso, mas as especificações da água na saída da estação devem obedecer às
normas ambientais, dependendo do corpo hídrico em que o efluente for descartado. Esta água pode ser
reutilizada em sistemas de arrefecimento (resfriamento) e para geração de vapor nas indústrias.

4
Química
O principal método de tratamento de esgoto e efluentes é o do lodo ativado, que consiste na degradação dos
materiais orgânicos por bactérias aeróbias.

• Peneiramento ou gradeamento
O esgoto passa por grades ou peneiras para retenção de sólidos grandes;

• Caixa de areia
Aqui as areias, mais densas, são separadas do esgoto por decantação;

• Decantação primária
Em um decantador primário ocorre a sedimentação das outras partículas sólidas presentes;

• Aeração
Nos tanques de aeração, é inserido ar próximo à entrada de esgoto, fazendo multiplicar os
microorganismos presents no esgoto, para que degradem o material orgânico através de seu
metabolismo natural;

• Decantação secundária
Após a aeração, o efluente tratado é separado do lodo ativado, que é coagulado e decantado para o fundo
do tanque. Parte deste lodo é retornado ao tanque de aeração para contribuir com a degradação das
impurezas e o restante é separado para secagem e descarte apropriado. A água resultante pode ser
descartada em um corpo hídrico ou reutilizada.

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Química

Exercícios

1. A farinha de linhaça dourada é um produto natural que oferece grandes benefícios para o nosso
organismo. A maior parte dos nutrientes da linhaça encontra-se no óleo desta semente, rico em
substâncias lipossolúveis com massas moleculares elevadas. A farinha também apresenta altos
teores de fibras proteicas insolúveis em água, celulose, vitaminas lipossolúveis e sais minerais
hidrossolúveis.
Considere o esquema, que resume um processo de separação dos componentes principais da farinha
de linhaça dourada.

O óleo de linhaça será obtido na fração


a) Destilado 1.
b) Destilado 2.
c) Resíduo 2.
d) Resíduo 3.
e) Resíduo 4.

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Química

2. Normalmente as substâncias são obtidas em mistura, seja na natureza, seja em laboratórios como
produtos de reações químicas. Na maioria das vezes, é necessário separar os componentes de uma
mistura para que possam ser utilizados. Para a separação, recorre-se a técnicas baseadas em
diferenças de propriedades entre os componentes da mistura. O esquema mostra as etapas de
separação de uma mistura.

Considerando-se essas informações, é correto afirmar que as técnicas de separação empregadas em


1, 2 e 3 são, respectivamente,
a) centrifugação, destilação fracionada e recristalização fracionada.
b) decantação, destilação simples e sublimação.
c) filtração, destilação simples e decantação.
d) filtração, decantação e destilação simples.
e) decantação, flotação e fusão fracionada.

Texto para a próxima questão:


O fenômeno da chuva ácida está relacionado ao
aumento da poluição em regiões industrializadas. Os
agentes poluentes são distribuídos pelos ventos,
causando danos à saúde humana e ao meio ambiente.
Gases gerados pelas indústrias, veículos e usinas
energéticas reagem com o vapor de água existente na
atmosfera, formando compostos ácidos que se
acumulam em nuvens, ocorrendo, assim, a
condensação, da mesma forma como são originadas
as chuvas comuns.
Um desses gases, o SO2 , é proveniente da combustão
do enxofre, impureza presente em combustíveis
fósseis, como o carvão e derivados do petróleo. Ele leva à formação do ácido sulfúrico.
O esquema acima ilustra esse processo.

7
Química

3. O fenômeno da chuva ácida está relacionado ao


aumento da poluição em regiões industrializadas.
Os agentes poluentes são distribuídos pelos
ventos, causando danos à saúde humana e ao
meio ambiente.
Gases gerados pelas indústrias, veículos e usinas
energéticas reagem com o vapor de água
existente na atmosfera, formando compostos
ácidos que se acumulam em nuvens, ocorrendo,
assim, a condensação, da mesma forma como são
originadas as chuvas comuns.
Um desses gases, o SO2 , é proveniente da
combustão do enxofre, impureza presente em combustíveis fósseis, como o carvão e derivados do
petróleo. Ele leva à formação do ácido sulfúrico.
O esquema acima ilustra esse processo.

Uma forma de atenuar o fenômeno descrito seria a retirada do enxofre dos combustíveis derivados do
petróleo, como o diesel e o óleo combustível.
Esses dois combustíveis são obtidos do petróleo por
a) filtração.
b) sublimação.
c) decantação.
d) fusão fracionada.
e) destilação fracionada.

4. A figura representa a sequência de etapas em uma estação de tratamento de água.

Qual etapa desse processo tem a densidade das partículas como fator determinante?
a) Oxidação.
b) Floculação.
c) Decantação.
d) Filtração.
e) Armazenamento.

8
Química

5. A água é de suma importância à população, então, é extremamente necessário que essa água seja
tratada de maneira correta. Entende-se o tratamento de água como sendo um conjunto de
procedimentos físicos e químicos para torná-la potável. A figura a seguir mostra as etapas do
tratamento de água utilizado atualmente. A respeito do tratamento de água e das etapas referentes a
esse processo, assinale a alternativa CORRETA.

a) Na etapa da floculação, a água recebe uma substância denominada sulfato de alumínio,


responsável pela aglutinação dos flocos das impurezas, para que então sejam removidas.
b) Na fase da filtração, a água passa por várias camadas filtrantes, nas quais ocorre a retenção dos
flocos menores que ficaram na decantação, ficando a água livre de todas as impurezas.
c) O sulfato de alumínio, existente na floculação, possui caráter básico, por esse motivo é colocado
cloro na água para diminuir o seu pH.
d) A fluoretação é uma etapa adicional, que poderia ser dispensável, uma vez que já se faz o uso do
sulfato de alumínio.
e) As etapas do tratamento de água: floculação, decantação e filtração, são suficientes para que a
água fique em total condição de uso, não sendo necessária mais nenhuma etapa adicional para
que a água torne-se potável.

6. Algumas toneladas de medicamentos para uso humano e veterinário são produzidas por ano. Os
fármacos são desenvolvidos para serem estáveis, mantendo suas propriedades químicas de forma a
atender a um propósito terapêutico. Após o consumo de fármacos, parte de sua dosagem é excretada
de forma inalterada, persistindo no meio ambiente. Em todo o mundo, antibióticos, hormôn