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Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Elementos Introdutórios à
Gestão da Tecnologia e Inovação
• Introdução;
• Atividade Inovativa;
• As Fontes de Informação e de Cooperação para Inovação;
• Sistemas de Inovação.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Introdução sobre o conceito e tipos de inovação;
• Apresentação do conceito de atividade inovativa;
• Apresentação da Classificação de Fontes de Informação para Inovação;
• Apresentação do Conceito de Sistema de Inovação e dados sobre o Sistema Nacional de
Inovação brasileiro.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Introdução
Segundo Schumpeter (1988), o desenvolvimento econômico é governado pela
inovação, por meio de um processo dinâmico em que as novas tecnologias suprem
as antigas, um processo determinado por ele como “destruição criadora”.
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não somente das Empresas que as desenvolvem, mas também outras Empresas que
as adotam e utilizam. Dessa forma, seus impactos se estendem ao Setor Econômico,
de lá para a competitividade nacional e internacional e, por fim, na balança comercial
(HAGE; MEEUS, 2006).
Para Tidd et al. (2005) e para Francis e Bessant (2005) existem 4 categorias de
inovação, sendo elas:
• Inovação de produto: mudanças nos produtos que uma Empresa oferece;
• Inovação de processo: mudanças na forma em que os produtos são criados
e entregues;
• Inovação de posição: mudanças no contexto em que os produtos são introduzidos;
• Inovação de paradigma: mudanças nos modelos mentais subjacentes que
orientam o que a Empresa faz.
Explor
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
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Explor
Uma inovação pode ser classificada em mais de uma categoria. O Netflix, por exemplo, pode
tanto ser considerado inovação de processo (novo método de distribuição e, nesse caso, a
entrega de conteúdo para entretenimento de forma digital) quanto também inovação de
marketing (novo método de preços, diferente das locadoras de vídeo, que cobravam por lo-
cação, enquanto o Netflix cobra por mensalidade).
Quadro 2
Tipo de mudança Características
Incremental Melhoramentos e modificações cotidianas
Radical Saltos descontínuos na Tecnologia de produtos e processos.
Mudanças abrangentes afetando mais de um Setor e dando origem a novas
Novo sistema tecnológico
atividades econômicas.
Mudanças que afetam toda a Economia envolvendo mudanças técnicas e organizacionais,
Novo paradigma técnico-econômico alterando produtos e processos criando novas indústrias e estabelecendo trajetórias de
inovações por várias décadas.
Fonte: Tigre, 2014
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Tais revoluções não ocorrem com frequência, mas sua influência é pervasiva
e duradoura. Um paradigma não é apenas técnico, pois necessita de mudanças
organizacionais e institucionais para se consolidar. Uma mudança de paradigma
abrange vários clusters de inovações radicais e incrementais afetando quase todos
os ramos da Economia.
Atividade Inovativa
A inovação pode ser compreendida como parte de uma dinâmica, envolvendo
uma série de atividades inovativas. Mais do que os resultados em si, torna-se de
grande relevância retratar o processo de busca conduzido pelas Empresas e que se
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manifesta nos seus esforços inovativos, pois eles se constituem nos elementos cen-
trais da dinâmica evolutiva presente nos Mercados, em que as Empresas procuram
se tornar mais competitivas.
As opções disponíveis para uma Empresa que deseja inovar, isto é, mudar seus
ativos tecnológicos, capacidades e desempenho de produção são de três tipos: es-
tratégicas, de P&D e de não P&D (OCDE, 2005).
Cabe elucidar que Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) pode ser considerado todo trabalho
Explor
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Quadro 3
Oito grupos, segundo
Sete grupos, segundo Pintec/IBGE (2013)
Manual de Oslo (FINEP, 2005)
“Atividade interna de P&D: compreende o trabalho criativo, empreendido
de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimen-
tos e o uso destes conhecimentos para desenvolver novas aplicações, tais
como produtos ou processos novos ou tecnologicamente novos. O desenho, a
“Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): enten- construção e o teste de protótipos e de instalações piloto constituem, muitas
dida como o trabalho criativo desenvolvido em vezes, a fase mais importante das atividades de P&D. Inclui, também, o de-
uma base sistemática a fim de aumentar o es- senvolvimento de software, desde que este envolva um avanço tecnológico
toque de conhecimento existente.” ou científico.”
“Aquisição externa de P&D: compreende as atividades descritas acima,
realizadas por outra organização (Empresas ou Instituições Tecnológicas) e
adquiridas pela Empresa.”
“Aquisição de outros conhecimentos externos: compreende os acordos de
“Aquisição de Tecnologia intangível: aquisi-
transferência de Tecnologia originados da compra de licença de direitos de
ção de Tecnologia na forma de patentes, licen-
exploração de patentes e uso de marcas, aquisição de know-how e outros
ças, know-how e serviços de conteúdo tecnoló-
tipos de conhecimentos técnico-científicos de terceiros, para que a Empresa
gico em geral.”
desenvolva ou implemente inovações.”
“Aquisição de tecnologia tangível: aquisição “Aquisição de máquinas e equipamentos: compreende a aquisição de
de máquinas e equipamentos de cunho tecno- máquinas e equipamentos, hardware, especificamente comprados para a
lógico conectados às inovações de produto e implementação de produtos ou processos novos ou tecnologicamente aper-
processo introduzidas pela Empresa.” feiçoados.”
“Início da produção: compreende as modi- “Treinamento: compreende o treinamento orientado ao desenvolvimento
ficações (retrabalho) de produto e processo, de produtos/processos tecnologicamente novos ou significativamente aper-
treinamento de pessoal nas novas técnicas e feiçoados às atividades inovativas da Empresa, podendo incluir aquisição de
lote experimental.” serviços tecnológicos especializados externos.”
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Oito grupos, segundo
Sete grupos, segundo Pintec/IBGE (2013)
Manual de Oslo (FINEP, 2005)
“Introdução das inovações tecnológicas no mercado: compreende as ati-
“Marketing de novos produtos: atividades em vidades de comercialização, diretamente ligadas ao lançamento de produto
conexão com o lançamento do novo produto a tecnologicamente novo ou aperfeiçoado, podendo incluir: pesquisa de Mer-
diferentes mercados, comercialização pioneira.” cado, teste de Mercado e publicidade para o lançamento. Exclui a construção
de Redes de Distribuição de mercado para as inovações.”
“Aquisição de software: compreende a aqui-
sição de software (de desenho, de Engenharia,
de processamento e transmissão de dados,
voz, gráficos, vídeos, para automatização de
processos etc.), especificamente comprados
para a implementação de produtos ou proces-
sos novos ou tecnologicamente aperfeiçoados. “Projeto industrial e outras preparações técnicas para a produção e a
Não inclui aqueles registrados em atividades distribuição: refere-se aos procedimentos e preparações técnicas para efe-
internas em P&D.” tivar a implementação de inovações de produto ou processo. Inclui plantas
e desenhos orientados para definir procedimentos, especificações técnicas
“Design: atividades relativas à definição de
e características operacionais necessárias à implementação de inovações de
procedimentos, especificações técnicas e as-
processo ou de produto. Inclui mudanças nos procedimentos de produção e
pectos operacionais necessários à produção do
controle de qualidade, métodos e padrões de trabalho e software requeridos
novo produto ou implementação do novo pro-
para a implementação de produtos ou processos tecnologicamente novos
cesso. O design artístico também é considerado
ou aperfeiçoados, assim como as atividades de Tecnologia Industrial básica
uma atividade inovativa quando diretamente
(metrologia, normalização e avaliação de conformidade), os ensaios e testes
relacionado ao novo produto ou processo (ou
(não incluídos em P&D) para registro final do produto e para o início efetivo
seja, design meramente estético não é conside-
da produção.”
rado atividade inovativa).”
“Engenharia Industrial: aquisição ou mudan-
ça nos equipamentos, ferramentas, procedi-
mentos de controle de qualidade, métodos e
padrões visando à manufatura do novo produ-
to ou aplicação do novo processo.”
Fonte: Adaptado de Parolin, 2008
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40
38,1
35 35,6
33,9 33,4 Inovadoras
31,5 32,1 31,7
30 Inovadoras em
26,9 26,9 processo
25 25,2
22,9 Inovadoras em
20 20,3 19,5 produto
17,6 17,3 Empresas com
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P&D interno
10 10,3
5,9 5,5
5 5
4,2
0
2000 2003 2005 2008 2011
Figura 1 – Taxas de inovação e de incidência de P&D interno
Fonte: IBGE, 2013
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Como visto na Figura 1, o nível de Empresas com P&D interno no Brasil aumen-
tou entre o período de 2008 e 2011, entretanto, ainda constitui o segundo nível
mais baixo auferido pela PINTEC no período analisado.
No que se refere ao gasto com P&D externo nas Indústrias (no qual se inclui a
relação com ICTs), este aumentou somente 0,4% na composição de gastos em ati-
vidades inovativas entre os períodos de 2008 e 2011.
As Fontes de Informação
e de Cooperação para Inovação
O processo de inovação pode ser favorecido por diversas fontes de informação –
como fontes internas (dentro da Empresa), fontes externas (de Mercado, Educacio-
nais e de Instituições de Pesquisa) e outras informações – e pode ser prejudicada
por fatores econômicos, referentes à Empresa ou não, conforme visto no quadro 4
(OCDE, 2005).
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Com o objetivo de levantar informações que visem à construção de indicado-
res nacionais e regionais das atividades de inovação nas Empresas, Indústrias, de
eletricidade e gás e de serviços selecionados, compatíveis com as recomendações
internacionais em termos conceituais e metodológicos, o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) promove a PINTEC (Pesquisa de Inovação) com intuito
de analisar a inovação nas Empresas situadas no território brasileiro.
Segundo os dados PINTEC 2013 (Figura 2), entre as principais fontes de infor-
mação para inovação constam as Redes de Informações informatizadas (como a
web, por exemplo), fornecedores, clientes e outras áreas da Empresa.
Figura 2 – Importância atribuída às fontes de informação para inovação, pelas Empresas que implementaram
inovação de produtos ou processo, por Setores de atividades – Brasil – período de 2009-2011
Fonte: PINTEC, 2013
Sistemas de Inovação
Um Sistema de Inovação é o conjunto de organizações que envolve Empresas
e várias Organizações de suporte, tais como Universidades, Institutos de Pesquisa,
Centros de Formação e Treinamento, Escolas Técnicas, Empresas de Consultoria,
Organizações de Metrologia, Patentárias etc. Logo, as Empresas são parte do Sis-
tema de Inovação, que pode ser examinado pela perspectiva nacional, regional e/
ou setorial (FIGUEIREDO, 2011).
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UNIDADE Elementos Introdutórios à Gestão da Tecnologia e Inovação
Por fim, Edquist (2004) considera que Sistemas de Inovação são os determi-
nantes do processo de inovação, ou seja, todos os fatores econômicos, sociais,
políticos, organizacionais, institucionais e outros fatores que influenciam o desen-
volvimento, difusão e uso das inovações.
Um Sistema de Inovação pode assumir diferentes graus de maturidade. Quanto mais houver
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Logo, as Empresas são parte do Sistema de Inovação, que pode ser examinado
pela perspectiva nacional, regional, local e/ou setorial (FIGUEIREDO, 2011).
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De maneira mais específica, essas Organizações de apoio são aqui definidas
como um conjunto de arranjos institucionais, organizados com o objetivo básico
de facilitar a disseminação de Tecnologia e outros conhecimentos relacionados,
de fontes relevantes para as Empresas e outras Organizações, para auxiliá-las no
desenvolvimento de suas capacidades tecnológicas e na adoção, produção e comer-
cialização de inovações.
Em geral, tais arranjos são criados e/ou mantidos por meio da provisão de recur-
sos (financeiros) públicos que permitem que a oferta de serviços, antes mencionada,
ocorra a um preço abaixo do Mercado. Essa perspectiva sobre a infraestrutura
tecnológica transcende a abordagem convencional de infraestrutura física – ba-
seada somente no capital físico e humano, mas envolve, também, elementos ins-
titucionais e organizacionais que apoiam as atividades inovadoras das Empresas
(FIGUEIREDO, 2011).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação
PHILIPPI JR., A.; S. NETO, A. J. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e
Inovação. São Paulo: Manole, 2010.
Gestão da inovação e do conhecimento
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. InterSaberes: São Paulo,
2012. 172p.
Inovação em produtos e serviços
PAIXÃO, M. V. Inovação em produtos e serviços. InterSaberes: São Paulo, 2014.
184 p.
Vídeos
O que é inovação: tipos e grau – Prof. Mario Salerno
https://youtu.be/jueaPN_3Kt8
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Referências
BRASIL. Lei 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à ino-
vação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras pro-
vidências. Disponível em: <http://www2.planalto.gov.br/>. Acesso em: mar. 2013.
JONES, O.; TANG, N. Innovation in product and process: the implications for
technology strategy. International Journal of Manufacturing Technology and
Management, v. 1, p. 464-77, 2000.
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NELSON, R. R. National Innovation Systems: a comparative analysis. Nova
Iorque: Oxford University, 1993.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 3.ed. São Paulo:
Bookman, 2005.
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