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setor 1522
15220509
15220509-SP
Aula 35
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO
PARNASIANISMO
c) Metalinguagem: ao falar do templo grego, o poeta pretende insinuar que a Beleza e a Verdade decorrem da simplicidade de
inspiração (= inimiga do artifício), de onde nasce a força universal dos clássicos.
d) Texto metalingüístico: proposta de volta aos padrões clássicos de Beleza, que se assemelham à crença de um frade Beneditino
em seu esforço religioso.
e) Metalinguagem: fusão de literatura, arte plástica e liturgia (= frade Beneditino), todas dependem do esforço para a
obtenção da Beleza, que é gêmea da verdade e inimiga do artifício.
SIMBOLISMO
NOÇÕES FUNDAMENTAIS
• Arte = sugestão
• Palavra = símbolo das coisas
• Coisas = mistério
• Poesia = expressão do mistério = dizer o indizível
• Senso de efemeridade: ser é não-ser
Cruz e Souza
ATITUDES GERAIS
PORTUGAL
• Anseio de Absoluto: espiritualismo
• Escapismo: sonho; loucura; morte • Eugênio de Castro: Oaristos, 1890
• Ilogismo • Antônio Nobre: Só, 1892
• Camilo Pessanha: Clepsidra, 1920
BRASIL
ESTILO • Cruz e Sousa (1861-1898)
• Expressões vagas e insólitas ✓ Missal e Broquéis, 1893
• Versos nominais ✓ Faróis, 1900
• Reticências ✓ Últimos sonetos, 1905
• Iniciais maiúsculas (universalismo)
• Parataxe (sintaxe de coordenação) • Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)
• Sensorialismo: ✓ Dona mística, 1899
✓ Musicalidade (aliterações e assonâncias) ✓ Setenário das dores de Nossa Senhora, 1899
✓ Cromatismo ✓ Kyriale, 1902
✓ Sinestesias (mistura de sensações) ✓ Pastoral aos crentes do amor e da morte, 1923
a) Sinestesia. d) Eco.
b) Assonância. e) Metonímia.
c) Aliteração.
Aulas 36 a 38
PRÉ-MODERNISMO: EUCLIDES DA CUNHA, LIMA BARRETO, MONTEIRO LOBATO E AUGUSTO DOS ANJOS
PRÉ-MODERNISMO (1902-1922)
SITUAÇÃO HISTÓRICA
• República Velha
• Revoltas populares
• “Belle Époque”
• I Grande Guerra
• Revolução Bolchevique
CARACTERÍSTICAS
• Materialismo cientificista
• Visão crítica da realidade brasileira
ESTILO Os sertões (1902) Canaã (1902)
Euclides da Cunha Graça Aranha
• Prosa: permanência do Realismo e do Naturalismo
• Poesia: mescla de Parnasianismo e Simbolismo
• Experiências precursoras da linguagem modernista na poesia e na prosa.
2. Leia o seguinte trecho de Triste Fim de Policarpo Quaresma, apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João
observe as asserções e assinale a alternativa correta. Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João
Os militares estavam contentes, especialmente os pe- Teodoro.
quenos, os alferes, os tenentes e os capitães. Para a maioria Nunca fora nada na vida nem admitia a hipótese de vir a ser
a satisfação vinha da convicção de que iam estender a sua alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que
autoridade sobre o pelotão e a companhia, a todo esse re- todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.
banho de civis; mas, em outros muitos havia sentimento Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o
mais puro, desinteresse e sinceridade. Eram os adeptos des- deperecimento visível de sua Itaoca.
se nefasto1 e hipócrita positivismo, um pedantismo tirânico, Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três
limitado e estreito, que justificava todas as violências, todos médicos bem bons — agora só um e bem ruinzote. Já teve
os assassínios, todas as ferocidades em nome da manuten- seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário
ção da ordem, condição necessária, lá diz ele, ao progresso e como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A
também ao advento do regime normal, religião da humani- gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a
dade, a adoração do grão-fetiche2, com fanhosas músicas de minha Itaoca está se acabando…
cornetins e versos detestáveis, o paraíso, enfim, com inscri- João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-
ções em escritura fonética e eleitos calçados com sapatos de se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o
sola de borracha!... convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mais
Os positivistas discutiam e citavam teoremas de mecâ- conserto ou arranjo possível.
nica para justificar as suas idéias de governo, em tudo seme-
— É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar
lhantes aos canatos3 e emirados4 orientais. que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada
A matemática do positivismo foi sempre um puro fala- de nada, então eu arrumo a trouxa e boto-me fora daqui.
tório que, naqueles tempos, amedrontava toda a gente. Ha-
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João
via mesmo quem estivesse convencido que a matemática
Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como
tinha sido feita e criada para o positivismo, como se a Bíblia
se fosse uma porretada no crânio. Delegado ele! Ele que não
tivesse sido criada unicamente para a Igreja Católica e não
era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava
também para a Anglicana. O prestígio dele era, portanto,
capaz de nada…
enorme.
Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa serís-
Notas: 1. Que causa mau, trágico, funesto, danoso. 2. Objeto ao qual se sima. Não há cargo mais importante. É homem que prende os
atribui poder sobrenatural; alusão a Augusto Comte, criador do positivismo,
ou a seus representantes nas igrejas positivistas, a quem se prestava obediên- outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar
cia cega. 3. Território que pertence à jurisdição de um Khan, entre os tár- com o governo. Uma coisa colossal ser delegado — e estava
taros. 4. Território dirigido por um emir, entre os árabes. ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!…
I. O texto exemplifica a franqueza com que Lima Barreto João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a
se confundia com seus narradores, expondo suas idéias noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madru-
sobre cultura, sociedade e política. Pode ser considerado gada botou-os num burro, montou no seu cavalo magro e
uma interpolação panfletária na ficção propriamente partiu.
dita, o que era incomum em seus romances. — Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim
II. Trata-se de uma sátira contra o exército, que fundava de armas e bagagens?
seus princípios no positivismo. Havia nessa instituição — Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que
os aproveitadores do regime de exceção política (o au- Itaoca chegou mesmo ao fim.
toritarismo de Floriano Peixoto na época da Revolta — Mas, como? Agora que você está delegado?
da Armada), mas havia também os autênticos, que re- — Justamente por isso. Terra em que João Teodoro che-
presentavam a facção respeitável do exército. ga a delegado, eu não moro. Adeus.
III. O texto alude com respeito à inscrição da bandeira E sumiu.
nacional brasileira, desvinculando-a de sua origem
(Lobato, Monteiro. Cidades Mortas. São Paulo,
positivista, mas não poupa o aspecto pseudo-científico Editora Brasiliense, 2004, 26ª- edição, pp. 167-8)
do positivismo.
a) Todas estão corretas. 3. (Ibmec) Este texto de Lobato é legítimo representante do
b) Todas estão incorretas. Pré-Modernismo brasileiro por:
c) Somente I está correta. a) ir ao encontro das idéias parnasianas, principalmente
d) Somente I e III estão corretas. no que se refere à estrutura formal e temática, daí tre-
e) Somente I e II estão corretas. chos descritivos tão intensos.
Texto para a questão 3 b) trazer, nas entrelinhas, a denúncia do escândalo do pe-
tróleo junto às cidades do norte do Vale do Paraíba.
UM HOMEM DE CONSCIÊNCIA c) trabalhar uma linguagem subjetiva, carregada de figu-
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto ras estilísticas que forçam a interpretação do leitor em
dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito busca das mensagens subliminares.
Aula 39
VANGUARDAS ARTÍSTICAS EUROPÉIAS E MODERNISMO EM PORTUGAL
MODERNISMO EM PORTUGAL
• 1915, marco inicial do Modernismo lusitano: publicação da revista Orpheu. Daí deriva o vo-
cábulo “orfismo”, com o significado de movimento modernista português.
• “Sensacionismo”, “paulismo” e “interseccionismo” são nomes que designam correntes desse movi-
mento literário.
• Polêmica contra o saudosismo de Teixeira de Pascoaes, que predominava na literatura portu-
guesa do início do século XX.
• Introdução de idéias e práticas artísticas das vanguardas, especialmente do futurismo: verso
livre, coloquialismo, prosaísmo, paródia e demais noções associadas à idéia de modernidade.
• Autores e obras de destaque:
✓ Fernando Pessoa (1888-1935): Obra completa.
✓ Mário de Sá-Carneiro (1890-1916): Dispersão, 1914; A confissão de Lúcio, 1914; Céu em
fogo, 1915.
✓ Almada Negreiros (1893-1970): Nome de guerra, 1938.
a) Essa visão das coisas aproxima o texto de uma cor- c) Como se sabe, o tipo de ruptura abordada nos itens an-
rente específica da vanguarda européia do início do sé- teriores iniciou-se no Brasil por meio da Semana de Arte
culo XX. De que corrente se trata? Qual seria um traço Moderna. Quando e por meio de que veículo teve início
formal do texto que justifica essa aproximação? em Portugal? Além de Fernando Pessoa, mencione dois
Trata-se do Futurismo. O traço formal típico dessa outros autores que se envolveram nesse processo.
corrente presente no texto é a adoção do verso livre. As rupturas de vanguarda foram introduzidas em
Outro traço formal importante é a ênfase da elo- Portugal por meio da revista Orpheu, editada em
cução, indicada pelos sinais de exclamação no Lisboa, em 1915. Além de Fernando Pessoa, parti-
Tarefa Complementar
• Resolva os exercícios 1, 21 a 24 e 27, série 12.
Aula 40
FERNANDO PESSOA ELE-MESMO (POESIA ORTÔNIMA)