Você está na página 1de 196
Sree Susan Mumford O guia definitivo da massagem Dados Internacionals de Catalogagio na Publicagiio (CIP) (Cimara Brasileira do Livro, SP, Brasty Munford, Susan A Biblia da massigem: @ puin defi nidvo da massagem / Susan Mamford: traducio Gin Céar Cardoso de Sous. = Sio Paulo: Pensamento, 2011. A ae ib hi a d a 10-1132 cpp. O guia definitive da massagem Indices para eatilogo sister 1. Masagentelaxante “Terapia akernatva 615822 Susan Mumford i cre = agadeple ihe ~ Gilson César fardoso de Sousa Edit Pensamento SAO PAULO ‘Titulo do original: The Massage Bible ~ The Definitive Guide 1o Massage. Copyright © 2009 Octopus Publishing Group Ltd Copyright do texto © 2009 Susan Mumford Copyright da edigao brasileira © 2010 Editora Pensamento-Cultrix Lech. 12 edigio 2010, 3+ reimpressio 2018, Publicado pela primeira vez na Gri-Breunha por Godsfield Books, wma divisio da Octopus Publishing Group Lid. Carmelite House, 30 Victoria Embankment, London. ECAY 0DZ, wovwoctopusbooks.co.tk 4 “Todos os diccivoy reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ow usida de qualquer forma ou por qualquer meio, eletwnico ov mecanicy, inclusive forocopiss, gravagoes ou sistema de armazenamento em banco de dalos, sem per- issio por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas exicas ou artigos de revistas A Editors Pensamento no s¢ responsabiliza por eventuais mudaneas ocorridas nos cenderegos convencionais ou eletrinicos citados next livro, Coordenagio editorial: Denise de C. Rocha Delela ¢ Roseli de S. Ferraz Proparacio de originais: Roseli de S. Ferraz Consultor téenieo: Marco Iglesias ADVERTENCIA ‘A massage no deve substicuir 6 tratamento ministrado por um profissional. Um édico deveri ser consultado, em todos 05 casos relacionados a sade e, especial~ ‘mente,em rela¢i0 aos sintomas que requeiram 0 diagndstico, Deve-se tomar certos cuiddos durante a gravidez, principalmente no que diz tespeito ao uso de dleos € pontos de pressio. Nio se deve ingerir 6leos essenciais e seu uso em bebés € criangas s6 deve ser ministrado com a autorizacao de uim profissional. Direitos de trdugio para o Brasil adquiridos com exclusividade pela EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA. Rua Dr, Mirio Vicente, 368 ~ 04270-000 ~ Sio Paulo, SP Fone: (11) 2066-9000 ~ Fax: (11) 2066-9008 _Ecunil:atendimento@editorapensamento.com.br -bupy/forwwi com.br © que se reserva a pro ape Sumario Introdugao 6 48 102 200 i ‘Massagem indiana na cabega 244 Massagem em situagées especiais. 276 332 as para estilo de vida 370 indice 392 Agradecimentos 400 Introducao Bem-vindo a este guia, que se revelara uma fascinante jornada pelo mundo da massagem. As técnicas de massagem evolufram ao longo dos séculos, incorporando influéncias tanto do Oriente quanto do Ocidente. A medida que vocé for explorando aqui os diferentes aspectos da massagem — de seus comecos nebulosos, ao longo de varias técnicas e estilos, até a massagem completa, passo a passo —, desejard aprofundar algumas seges para referéncia ou seguir 0 texto todo. Vera, pela leitura, que diferentes abordagens 4 massagem podem complementar-se e muitas vezes sobrepor-se. Os profissionais discordam frequentemente quanto a melhor abordagem, mas isso apenas mantém a arte da massagem viva e atuante. 2 INTRODUCAO O que é massagem? Massagem 6, basicamente, toque — e toque é algo que fazemos todos os dias. Este livro 0 capacitard a explorar a massagem e descobrir seu proprio talento para ela ~ mas, por favor, ndo va direto ao capitulo das técnicas! Compreensao, preparagao e pratica sao igualmente importantes. As técnicas sao Uteis para estruturar a massagem, mas também é ati! desenvol- lade do toque. Tudo se resume a encontrar 0 equilibrio perfeito entre esses elementos. Depois que dominar os fundamentos e adquirir ver a empatia e a quali confianga, voce poderé comecar a adap- tar sua massagem a diferentes situacbes a para aliviar incOmodos comuns do dia a dia. @ mesmo us Beneficios e estilos A compreensao basica do corpo propi- cia uma visdio dos beneficios terapéuti- cos do toque. Desenvolver e aprimorar as habilidades exige disciplina e prati ca. Acompanhandb cada capitulo, vocé adquirird 0 conhecimento necessrio do assunto e, com a pratica e as infor- magoes colhidas, faré massagens rela~ xantes em seus amigos e familiares. Somente um profissional qualificado pode fazer massagens quando existem problemas clinicos; se vocé tiver qual- quer dévida, procure conselho médico. Diversos estilos de massagem estio incluidos neste livro. Com qualquer um deles ha sempre um corpo sendo trata- do e duas maos aplicando o tratamento. Por isso, as técnicas dos varios estilos foram agrupadas livremente~a diferen- ca fundamental reside na abordagem Nao se dominam as técnicas de uma hora para outra e o melhor é praticé-las primeiro em voce mesmo. Considere o aumento de sua flexibilidade, relaxa- mento mental e sensibilidade um bom investimento de tempo. A preparacao toda serd recompensada quando 0 pro- cesso se transformar em interagao dind- mica com seu parceiro. Se dispuser de apenas alguns minutos para a massa- gem, recorra as dicas répidas em cada capitulo ou a automassagem, se estiver sozinho. Mesmo se o tempo for curto, uma ripida fricgao nos ombros fard maravilhas para aliviar a tensao € 0 stress. aWADYSSYW 3 4N0 O- A historia da massagem As origens da massagem sao intemporais. “Esfregar” quando alguma coisa incomoda € um instinto natural: alivia, suaviza e revitaliza. O toque terapSutico existe em todas as culturas, por isso é dificil dizer exatamente quando surgiu, embora diversas re- feréncias ilustrem 0 papel da massagem desde o pasado remoto até nossos dias A massagem oriental Na China, achados arqueolégicos con- firmam que a massagem era praticada hd mais de trés milénios. O Tratado de Medicina Interna, do Imperador Amare- lo, tido como o primeiro texto médico abrangente e compilado entre 2700 e 200 a.C., prescrevia tratamentos 4 base de ervas, acupuntura e massagem. Tui- nd, que significa “empurrar e pegar’, evoluiu a partir da massagem popular anmo ¢ € praticada ainda hoje. Com raizes na dinastia Shang (iniciada em 1700 a.C.), tornou-se conhecida por volta de 1368-1644 d.C. No Japao, uma antiga forma de massagem, anma, foi trazida da China por intermédio do budismo, no século VI d.C. A medicina ocidental prevaleceu no inicio do sécu lo XIX, mas cem anos depois surgiu o shiatsu, que goza atualmente de reco- nhecimento oficial no Japao. Na India, textos sanscritos que datam de cerca de 1500 a.C. e formam a base da medicina ayurvédica mencionam massa- gers, Gleos € ervas. A massagem indiana para a cabeca, ou champissage (champi significa “xampu”), faz parte da toalete familiar hd mil anos e € usada para pro- mover a satide dos cabelos. Hieréglifos de tumbas egipcias, datando de cerca de 2300 a.C., mostram profissionais esfre- gando mios e pés com suas aos. A massagem ocidental Segundo Hipdcrates, 0 “pai da med na moderna” (c. 460-377 a.C.), 0s mé- dicos *devem adquirir proficiéncia em diversas artes, mas particularmente na de friccionar’. E 0 médico grego Ascle- plades de Bitinia (c, 124-40 a.C,) reco- mendava massagem, dieta, exercicios € banhos. Na Grécia, a massagem era usa- da para problemas digestivos e sempre antes da pratica de esportes. © médico romano Celso (c. 25 a.C.-57 dC.) enu- merou as friegdes detalhadamente, re- comendando a massagem para 0 alivio de dores de cabega; ¢ Galeno (c. 130- 201 d.C.) escreveu que “as fibras mus- culares devem ser estiradas em todas as diregdes”. Plinio, 0 Velho (23-79 d.C.) foi curado por um médico massagista e Julio César (100-44 a.C.) recebia mas- sagens para a neuralgia. O médico persa Avicena (980-1037), influenciado por Galeno, escreveu sobre a massagem e descreveu varios métodos de fric¢o. Depois, a massagem passou a ser con- siderada ineficaz e as referéncias mé- dicas rarearam até o século XV. Em 1813, Per Henrik Ling criou 0 sistema de mo- vimento sueco, embora a terminologia sueca da massagem s6 fosse introduzi- da mais tarde pelo holandés Johann Essa gravura em albumina do século XIX ‘mostra um profissional atendendo uma paciente, no Japio. Mezger. Durante a Primeira Guerra Mun- dial, soldados feridos eram tratados com massagem; e 0 movimento em prol do corpo, na Califémia dos anos 60, combi- nava massagem com evolucao pessoal. Toda cultura tem suas proprias tradi- Ges, com a massagem transitando entre prazer, ritos folcléricos e terapia profis- sional, Hoje ela adquiriu direito proprio, embora forme tradicionalmente parte do todo terapéutico. WAOVSSYW A finalidade da massagem O poder terapéutico do toque Por que fazemos massagem e por que ela é tao popular? S6 porque 6 tao gosto- " er: “ A massagem pode também ser uma cu- sa? Certamente € gostosa ¢ toda uma indiistria da sade prosperou com base oP ra meditativa e psicolégica: as pessoas nela, Mas dirfamos antes que a finalidade da massagem é beneficiar as duas partes envolvidas — em diferentes niveis. Alivio do stress Para fins de satide e bem-estar, a massa- gem estimula a circulagao do sangue, aumenta 0 fornecimento de oxigénio aos tecidos e baixa a pressdo sangui- nea; relaxa os misculos e melhora a flexibilidade das articulagées. Também estimula 0 sistema nervoso, diminuindo, ‘ou agucando a atengao. O relaxamento alivia os efeitos do stress, que no pior dos casos pode causar intimeros pro- blemas de satide, Assim, a massagem deve ser usada para prevenir doencas. A estimulagao de certos pontos de pres- sio incrementa a vitalidade dos drgios internos e pode aliviar os sintomas dos males mais comuns. Quando 0 corpo se sente bem, a mente se descontrai ~e ‘“desligar-nos” 6 algo que raramente conseguimos fazer. A massagem pode produzir efeitos notaveis, anulando as presses da vida didria, que tiveram alguma experiéncia negati- va, ela dé a oportunidade de um toque positivo. € também uma forma acei- tavel de toque para os timidos € reser- vados. Gragas a ela a pessoa se liga a um parceiro ¢, de modo maravilhoso, a um recém-nascido. £ uma maneira de compartilhar e de se comunicar em nf- vel profundo. A massagem constitui também um recurso muito criativo e di- vertido para cuidar dos outros e gerar confianga. A massagem, sendo um poderoso t6nico fisico e emocional, ajuda a me- Ihorar nossa aparéncia. Seus beneff- cios fisicos incluem o relaxamento da tensao dos mtisculos, que pode afetar nossa postura e a expressdo facial; e a aceleracao da circulagao sanguinea, que realga a core a vitalidade da nos- sa pele. O relaxamento e o bem-estar interior se projetam exteriormente, no porte e na maneira como sorrimos ‘Amassagem ideal inclui o corpo ea mente, gerando um profundo estado de calma e bem-estar. > pressao alta cancer nao tratado. Nao friccione: i > veias varicosas > inchagos ou carogos nao diagnosticados > problemas de pele ® cortes > erupcdes epidérmicas Tome cuidado nos casos de: > asma (os remédios devem estar sempre a mao) > gravidez (a pressio deve ser bem leve; evite 0 abdome durante os primeiros quatro meses) Nao massageie se vocé: > estiver cansado > apresentar alguma infeccio > nao estiver seguro do que esti fazendo ~ANATOMIA ionsdapacacae . Um conhecimento basico de anatomia da suporte 4 massagem. a nes Clavicula 4 O corpo funciona como um todo, sempre trabalhando para manter | i eee ‘| s articulagdes so il © equilfbrio interno, processo conhecido como homeostase. E im- pontos de contato il entre dois ossos; M possivel manipular uma parte sem afetar o todo. gragas a elas, somos j i) flexiveis. Os tendoes ys ligamentos, proto i cépsula articular ai (ombro ou quadril) i) O Femlace ou diretamente Hi ssos e articulacoes aes 0580s (joelhoe h) ‘ ‘ cotovelo), permitem a x ‘© movimento, mas Tenddes a i A estrutura intema do corpo é 0 sem solté-los. A | i esqueleto, que the da forma, Com- cartlagementre 5, ] cossos, bem como T Wl as bolsas de liquido sinovial, atuam como almofadas que evitam o atrito. Aarticulacao em dobradica do joelho preende o esqueleto axial (cranio, costelas e coluna vertebral) e 0 es- queleto apendicular (que consiste na cintura escapular, nos ombros ¢ na cintura pélvica, na bacia). Os ossos sao constituidos de tecido vi- vo, capaz de regenerar-se. Em cada ex- tremidade do osso existe uma bainha de cartilagem protetora e, no interior, a medula que produz células. O osso € suprido de sangue por meio do tecido fibroso que o cobre. Os ossos protegem nossos 6rgaos vitais e, em conjungao com os miisculos, permitem o movi- mento do corpo. Patela lL Mdsculos Os misculos esqueléticos dao forma ao corpo e propiciam o movimento. Cada mtsculo 6 constituido por feixes de fibras encerradas numa capa protetora. Quando 0 masculo se contrai em resposta a um sinal do cérebro, as fibras des- lizam umas sobre as outras, encurtando 0 mtisculo. O misculo se prende ao esqueleto por meio de tenddes localizados em cada extremidade, 0 que ajuda a flexionar e distender a articulagao. O ponto onde © misculo se prende € chamado de origem, que € 0 0550 nado movido por cle; a insergao 6 0 osso que ele move Os misculos trabalham aos pares ou em grupos, alternadamente se disten- dendo e contraindo para produzir o movimento. Os misculos esqueléticos esto sob nosso controle consciente e sao chamados de voluntarios. Os mis- culos involuntarios ou lisos, que nao podemos controlar conscientemente, incluem o coragao e os diversos 6rgé0s digestivos. Para funcionar bem, 0s masculos exi- gem grandes quantidades de nutrientes. O sangue thes fornece glicose e oxi- genio, removendo depois os residuos gerados pelo esforco, sob a forma de Acido latico € ureia. Quando os mtis- culos nao se distendem o bastante apés. © esforgo, 0s residuos podem perma- necer neles, retardando a circulacao ea absorcao dos nutrientes. Isso por sua vez gera endurecimento e aumenta 0 ténus, 0 que com o tempo pode re- sultar na formagao de tecido fibroso — comumente chamado de “nd” — de consisténcia rigida, responsavel pela limitagao do movimento. beneficios do relaxar amassagem faz o tonus muscular voltar ao nivel ideal. Guia dos méisculos superficiais Esternoclidomastoideo Peitoral Biceps Braquiorradials Obliquo Quadriceps: femoral Thial anterior (Os miisculos superfi indica, localizam-se junto a superficie. Estao sob nosso controle consciente, distendendo-se e contraindo-se para produzir movimento. O sistema nervoso 18 O sistema nervoso central é constitufdo pelo cérebro ¢ pela medula espinhal. Todos 0s estimulos devem passar por ele. Nervos se itradiam aos pares ao longo da coluna vertebral, suprindo tanto os membros quanto os Grgaos. Esses nervos formam o sistema nervoso periférico. Os nervos espinais suprem © Corpo; 0s nervos cranianos suprem a 05 efeitos terapeuticos da massagem ajudam a restaurar 0 equilibrio interno, permitindo 20 corpo descansar e aos processos regenerativos entrar em acao. O sistema nervoso é 0 nosso sistema de comunicagao, dentro do corpo e para © ambiente exterior. Gragas a ele, sobretudo, interagimos com o mundo por meio de estimulos que determinam nosso curso de agao mais adequado. cabega. Os estimulos passam através do corpo por meio de receptores sen- soriais localizados na pele, tecidos e misculos. A informacao chega ao cérebro, percorrendo os nervos sen- soriais, ao longo da medula espinhal, enquanto os impulsos do cérebro retor- nam pelos nervos motores, permitindo que tomemos a atitude mais adequada_ no momento. O sistema nervoso auténomo 6 um sistema completo em si mesmo. Esta associado aos processos internos do corpo e se subdivide em dois ramos: 0 sistema nervoso simpatico, que provo- ca respostas acelerando os batimentos cardiacos € a tespiracao, € o sistema nervoso parassimpatico, que desace- lera 0 corpo para que atuem os proces- sos restauradores como a digestao e o repouso. O corpo trabalha continua- mente para manter um equilibrio sau- davel entre esses dois sistemas. : . — Cérebro Guia do sistema nervoso i. _— Newo éptico Plexo cervical Medula espinhal Nero axilar Nervos tordcicos Nervo ulnar Nervos lombares Nervo mediano, Nervo radial Neros sacrais Nervos cocefgeos a Plexo lombar Plexo sacral Nervo femoral Nervo obturador sistema nervoso central inclui 0 cérebroe a medula espinhal, sendo responsdvel por integrar todas as atividades nervoses. O sistema nervoso periférico compreende os nervos sensoriais e motores, que trocam informagéo com 0 sistema nervoso central Nervo tibial Nervo fibular comum, O sistema circulatorio O sangue é 0 meio de transporte do corpo. Ele fornece nutrientes aos muisculos @ 6rgaos, levando para fora os res{duos metabélicos. O coracio é seu maior rp; misculo que é funciona como uma bomba a fim de impelir 0 sangue para todas as partes do corpo. Tem quatro cmaras: dois atrios superiores e dois ventriculos inferiores. O sangue nutrido de oxigénio 6 bom- beado para fora do coracao no ventriculo esquerdo e vai suprir 0 corpo por meio de uma rede de artérias © pequenos capi- Jares, que levam os nutrientes aos tecidos. © sangue desoxigenado, contendo did- > Econstituido de células -vermelhas, brancas e plaquetas, ‘mais plasma (nutrientes © 4gua). > Ha cerca de cinco milhdes de células vermelhas por milimetro de sangue. > As células vermelhas transportam ‘oxigénio. > As células brancas combatem as doencas. > As plaquetas coagulam o sangue. xido de carbono, 6 entéo conduzido de volta a0 coragao pelos capilares e veias. As veias da perna contém valvulas que incrementam 0 fluxo de sangue. Ao pe- netrar no trio direito, o sangue 6 im- pelido para o ventriculo direito e dai para os pulmées, onde é novamente oxi- genado. A seguir, volta ao coragio pelo trio esquerdo ¢ recomeca a jornada capilares e veias, facilitando 2 entrada de nutrientes para os miisculos e 6rgios por meio das artérias e capilares. Os efeitos suavizantes da massagem também, podem ter efeitos benéficos para 0 ritmo cardiaco. Os grandes vasos sanguineos O coragao funciona Veia jugular interna ‘como uma bomba para sistema circulatério, enviando sangue coxigenado (mostrado em vermetho} aos msculos e 6rgaos. © sangue desoxigenado (mostrado em azul) volta depois para 0 coragao. Artéria carétida comum Coragéo Ariétia femoral (perna direita) Veia femoral {(pema esquerda)) O sistema linfatico O sistema linfatico 22 : Pees = 5 O sistema linfatico, originado do sistema vascular (vasos sanguineos), é um meio de transporte que drena os tecidos e células, levando residuos de volta ao Neudosinuitens coragao por meio dos dutos linfatico tordcico e direito. Possui seu prdprio sis- Veias subclavias cervicais tema de vasos: os vasos superficiais drenam as fascias, os vasos profundos drenam 0s érgaos. Duto tordcieo Nodulos linfaticos axilares A linfa é um Ifquido transparente cons- tituido de plasma, gorduras nao trans- 3 i Figado Bee portadas pelas veias, protefnas, células ‘malignas e residuos celulares. Uma vez coletada, pequenas valvulas se abrem ¢ fecham a fim de transporté-la, Em- bora nao exista nenhuma bomba mus- Vasos cular central, a atividade do esqueleto _detritos e, assim, ajuda a manter linfaticos © a respiracao profunda incrementam o © corpo saudavel, O excesso BEM fluxo da linfa. A rede de vases inicial- || Se AD OUR ge en oom i kK 2 ferimentos sio filtrados nos vasos : mente conduz a linfa para os nédulos —_¢ nédulos linfaticos, de sorte que linfdticos mais préximos, onde 6 fil- 9 corpo se reconstituie se recupera trada. Os nédulos linfaticos se aglome- mais rapidamente dos traumas. ram em diversos pontos do corpo como sistema linfético ajuda a axilas, pescogo e virilhas, quase sempre drenar 0 fluido dos tecidos e perto de veias. Aqui, os resfduos sio petaies Alinta 6 fiat Nios : : dliversos néduloslinfiticos processados e as vezes armazenados; antes de voltar ao coragao. bactérias e células indesejdveis séo destruidas pelas células do sistema imunolégico, chamadas macréfagos; anticorpos sao produzidos pelas células brancas do sangue, 0s linfécitos. A linfa filtrada volta em seguida ao coragao. Os Orgaos principais do corpo Os 6rgaos principais do corpo sao feitos de masculos lisos, protegidos pelas costelas e irrigados de sangue por meio do sistema circulatério e dos nervos que se ramificam a partir da medula espinhal. Seu funcionamento nao de- pende do nosso controle consciente: sao governados pelo sistema nervoso auténomo (p. 18). “Pulmdes —Oxigenao sangue eexpeleo_—_Na cavidade toracica, protegidos didxido de carbono. pelas costelas Figado Fragmenta os nutrientes Na cavidade abdominal, acima limpa o sangue da saliéncia diteita do diafragma, protegido pelas costelas direitas inforiores Estomago Armazenae dissolve o alimento. Na cavidade abdominal, acima da saliéncia esquerda do diafragma, protegido pelas costelas esquerdas inferiores Rins Mantém o equilibrio dos Atras da cavidade abdominal fluidos e excretam residuos Intestino Absorve Agua, vitaminas e sais Rodeia a cavidade abdominal, grossa minerais; elimina residuos 4 volta do intestino delgado Intestino Fragmenta o alimento Liga 0 estmago ao delgado parcialmente digerido e intestino grosso absorve nutrientes Guia dos 6rgaos principais do corpo (Os 6rgaos principais do trax sii protegidos pela caixa toracica e governados pelo sistema ervoso auténomo. Coragao ——} Figedo Intestino gross Pulmoes 4 A pele A pele 6 0 maior 6rgao do corpo e funciona como 0 ponto de contato entre nds eo mundo exterior. Como érgao de excrecao, elimina o suor e também regula a temperatura corporal. Receptores sensoriais nos fornecem informacao ime- diata sobre o ambiente circundante. Apele A pele 6 constituida de duas camadas principais: na base, a derme (sob a qual se estende uma camada de tecido sub- cutaneo encarregado de fornecer nutri- entes), que é fibrosa ¢ suprida de vasos sanguineos ¢ linfaticos, nervos, foliculos capilares, glandulas sudorfparas ¢ se- baceas; acima, a epiderme, que por sua vez possui cinco camadas. A diviséo celular ocorre continuamente no nivel basico e as células sao levadas pouco @ pouco para a camada externa da pele, ou crea. Quando as células da pele chegam a superficie, comecam a morrer, de modo que ali essas células Foliculo capilar (raz) mortas permanecem, contendo quera- tina, uma substancia fibrosa que torna a pele: espesea: Apel Db preties A pele 6 formada por duas camadas bactérias, microrganismos e influéncias Riscpaies epee Omics prejudiciais. Varios receptores se comu- derme (por baixo), Rica em terminais nicam com o sistema nervoso central nervosos sensoriais, a pele processa sio muito sensiveis ao toque, a pressio, Sere iia a dor e as mudangas de temperatura Cabelo Epiderme Glandula sudoripara Nervo Vases sanguineos PREPARANDO O AMBIENTE Quando vocé aplica massage, é importante considerar 0 ambiente, que deve ser tranquilo e acolhedor. Prepard-lo ajuda a concentrar a mente tanto na pessoa que recebe o tratamento quando no motivo da massagem. O equipamento Vocé precisaré de uma mesa de massa- gem ou de espaco suficiente no piso; lampadas de luminosidade controlavel; um recinto aquecido (0 corpo se esfria rapidamente); paz e siléncio, sem inte- rrup¢des; e, possivelmente, mtisica de fundo. Uma friccao de ombros de 5 mi- nutos exige menos espago que uma mas- sagem no corpo todo e pode ser feita praticamente em qualquer lugar; mas, ainda assim, merece atengao. Comece criando um ambiente agra- davel, que deixe vocés dois bastante a vontade. Velas ou Gleos aromaticos num difusor (pp. 32-3) podem requintar © ambiente para amigos e familiares; contudo, para os nao intimos, uma atmosiera despojada e sébria 6 mais conveniente. E importante nao haver pressa. Cer- tifique-se de que vocé e seu parceiro reservatam tempo suficiente nado s6 para a massagem, mas também para 0 antes e 0 depois. Combinar 0 prazo com antecedéncia significa que ambos fi- carao tranquilos, com esse prazo todo para vocés. Dar e receber Aplicar massagem é algo realmenie es- pecial: vocé investe tempo e energia em beneffcio de outrem, sem pedir na- da em troca, Nesse periodo, vocé foca- liza sua atengao inteiramente naquilo que esté fazendo — 0 que as vezes significa comunicar-se sem palavras. Sem ddvida, vocé precisa atender as suas proprias exigéncias em termos de energia, postura, bem-estar, habilida- des e recursos; mas sua atencao deve voltar-se, primariamente, para a tarefa de atender ao parceiro, ouvindo-lhe as necessidades e respostas. Conforme a reagdo dele aos toques, vocé ajustard suas técnicas para que a massagem seja uma experiéncia fluida e dindmica. Entretanto, nada acontecerd se seu parceiro nao quiser que nada acontega! Fle deve ser incentivado a permitir que vocé Ihe descontraia os misculos ten- sos, em vez de se apegar a tensdo. Seu papel consistiré em concentrarse no corpo e no andamento da massagem enquanto vocé faz algo por cle, sem nenhuma obrigagao de retribuir - 0 O ambiente da massagem deve ser limpo ¢ discreto, mas convidativo. Tenha tudo & méo antes de comecar. que nao € tio facil quanto parece. Pega ao parceiro que va the dando infor- maces, durante e apds a massagem, de uma maneira construtiva, nao criti- ca; pois, convém lembrar, essa é uma experiéncia de aprendizado para os dois. Quando ambos os participantes se fixam no processo em curso, a magica do dar e receber pode ser plenamente apreciada. 30 — PREPARANDO- INTRODUGAO. Roupas e equipamentos Quando vocé se preparar para a massagem, tenha 4 mao tudo aquilo de que for precisar e assegure-se de que a mesa de massagem esteja ajustada a sua altura. Assim, podera se concentrar inteiramente no trabalho. | PR A eee Para a massagem, voce precisara > Umamesade massagemou tapete macio no piso (podera acrescentar almofadas, se necessario) > Um lengol ou pano para cobrir a superficie de massagem > Pelo menos uma toalha felpuda e ‘outra, menor, para cobrir 0 peito > Oleos (pp. 32-3) ao alcance da mao > Suportes para a cabeca, joelhos e tornozelos > Um copo de agua para ambos > Lengos de papel > Miisica (opcional) > Yelas ou Gleos aromaticos num difusor (opcional) » Certificar-se de que suas unhas esto aparadas > Checar todas as contraindicacdes (p. 13) > Averiguar se 0 recinto esti convenientemente aquecido Vista roupas folgadas e coniorté- vels, que nao o impegam de inclinar- se, estirar-se e mover-se a vontade. As vezes 0 6leo pingard em sua roupa, de modo que convém vestir uma facil- mente lavavel. No caso do receptor, a foupa dependera do que ele achar mais coniortavel: para a massagem com leo, tera de tirar ao menos parte das roupas, ficando as Areas nao tra- Siga a lista de preparativos e ajuste a mesa a sua altura antes de comegar a massagem. balhadas cobertas com toalhas. Isso, porém, depende do estilo da massa- gem: na holistica, 0 receptor precisara tirar algumas pecas, mas no shiatsu ou na massagem de cabega ele poderd fi- car inteiramente vestido.

Você também pode gostar