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FICHAMENTO

NABUCO, Joaquim. O Abolicionismo. São Paulo: Publifolha, 2000.

Palavra chave Citação Pg.

"Com efeito, no fim de uma crise política


permanente, que durou de 1866 até 1871, foi
promulgada a lei de 28 de setembro, a qual
lei de 1871 respeitou o princípio da inviolabilidade do domínio 2
do senhor sobre o escravo, e não ousou penetrar,
como se fora um local sagrado, interdito do próprio
Estado, nos ergástulos agrários(...)."

"Em outros países, a propaganda da emancipação


foi um movimento religioso, pregado do púlpito,
sustentado com fervor pelas diferentes igrejas e
Movimento laico 13
comunhões religiosas. Entre nós, o movimento
abolicionista nada deve, infelizmente,à Igreja do
Estado (...)."

Discurso para evitar "Mas quem diz isso te um único fim - desarmar os
a queda de valor do defensores dos escravos para que o preço desses não 23
escravo diminua (...)."

Decreto de 6 de "Desde essse dia pelo menos o governo deu aos


42-43
novembro de 1866 escravos uma classe social por aliada: o exército".

"(...) dessa mesma lei de 28 de setembro de 1871,


que foi, e não podia deixar de ser, uma tremenda
lei de 1871 decepção para os escravos, os quais ouviam antes 47
dizer que o imperador queria a emancipação e que a
emancipação ia ser feita".

"Basta-me dizer que a história não oferece no seu


longo decurso um crime geral que, pela
perversidade, horror e infinidade dos crimes
particulares que o compõem, pela sua duração,
Escravidão pelos seus motivos sórdidos, pela desumanidade do 63
seu sistema complexo de medidas, pelos proventos
dele tirados, pelo número das suas vítimas, e por
todas as suas conseqüências, possa de longe ser
comparado à colonização africana na América".
Desde que foi votada a lei de 28 de setembro de
1871, o governo brasileiro tratou de
fazer acreditar ao mundo que a escravidão havia
acabado no Brasil. Uma propaganda voltada
para ele começou a espalhar que os escravos iam
sendo gradualmente libertados em proporção
Lei de 1871 considerável e que os filhos das escravas nasciam 85
completamente livres. A mortalidade dos
escravos é um detalhe que nunca aparece nessas
estatísticas falsificadas, cuja idéia é que a
mentira no exterior habilita o governo a não fazer
nada no país e a deixar os escravos
entregues à sua própria sorte.

"Assim como dinheiro a juro barato e engenhos


centrais, a chamada grande propriedade exige fretes
de estrada de ferro à sua conveniência, exposições
Pedidos dos
oficiais de café, dispensa de todo e qualquer 131
fazendeiros
imposto direto, imigração asiática, e uma lei de
locação de serviços que faça do colono, alemão, ou
inglês, ou italiano, um escravo branco".

"Olhando em torno de si, o imperador não encontra


uma só individualidade que limite a sua, uma
vontade individual ou coletiva, a que ele se deva
Críticas ao monarca sujeitar: nesse sentido ele é absoluto como o czar e 137
o sultão, ainda que se veja no centro de um governo
moderno e provido de todos os orgãos superiores
(...)".

"A opinião pública, tal qual está se formando, tem


influência e ação sobre o governo.
Ele representa o país perante o mundo, concentra
em suas mãos a direção de um vasto todo
político, que estaria pronto para receber sem abalo a
Resistência de SP,
notícia da emancipação, se não fossem os 151
RJ e MG
distritos de café nas províncias de São Paulo, Minas
e Rio de Janeiro, e assim é sempre
impedido pela consciência nacional a afastar-se
cada vez mais da órbita que a escravidão lhe
traçou".

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