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Língua Portuguesa

1 - MORFOLOGIA
1. (CESGRANRIO 2018)
Texto II
O acendedor de lampiões e nós
Outro dia tive uma visão. Uma antevisão. Eu vi o futuro. O futuro estampado no passado. Como São
João do Apocalipse, vi descortinar aos meus olhos o que vai acontecer, mas que já está acontecendo.
Havia acordado cedo e saí para passear com minha cachorrinha, a meiga Pixie, que volta e meia late
de estranhamento sobre as transformações em curso. Pois estava eu e ela perambulando pela
vizinhança quando vi chegar o jornaleiro, aquele senhor com uma pilha de jornais, que ia
depositando de porta em porta. Fiquei olhando. Ele lá ia cumprindo seu ritual, como antigamente se
depositava o pão e o leite nas portas e janelas das casas.
Vou confessar: eu mesmo, menino, trabalhei entregando garrafas de leite aboletado na carroça do
‘seu’ Gamaliel, lá em Juiz de Fora.
E pensei: estou assistindo ao fim de uma época. Daqui a pouco não haverá mais jornaleiro
distribuindo jornais de porta em porta. Esse entregador de jornais não sabe, mas é semelhante ao
acendedor de lampiões que existia antes de eu nascer. Meus pais falavam dessa figura que surgia
no entardecer e acendia nos postes a luz movida a gás, e de manhã vinha apagar a tal chama. [...]

SANT’ANNA, Affonso Romano de. O acendedor de lampiões e nós. Estado de Minas/Correio


Brasiliense. 22 ago. 2010. Fragmento.

No Texto II, na passagem “saí para passear com minha cachorrinha, a meiga Pixie, que volta e meia
late de estranhamento”, a palavra em negrito expressa um sentido que também se encontra na
palavra destacada em:

a) A casa que comprei é toda de madeira.


b) Toda a minha família descende de libaneses.
c) Sinto-me sempre mais disposto de manhã.
d) Eu não gosto de falar de política.
e) É muito triste saber que ainda há gente que morre de fome.

2. (CESGRANRIO 2018) A forma verbal em destaque está em DESACORDO com o que prevê a norma-
padrão da língua em:

a) Se a literatura condissesse com a realidade, não seria literatura.


b) A imprensa medeia a dialética que se estabelece entre ficção e realidade.
c) Espera-se que as crianças adiram às propostas dos livros infanto-juvenis.
d) Quando estava na escola, sempre punha um livro na mochila para ler no trajeto.
e) Se requiséssemos novos livros, os alunos teriam uma biblioteca mais atualizada.

3. (CESGRANRIO 2018)
Texto I

Gente Humilde
Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver sem me notar
Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar

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São casas simples com cadeiras na calçada


E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda, flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar.

SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente humilde. Intérprete: Chico Buarque.
In: C.B. Hollanda nº 4. Direção de produção: Manoel Barebein. Rio de Janeiro: Companhia Brasileira
de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.

Considere o emprego do verbo destacado no seguinte trecho do Texto I: “Que vai em frente sem
nem ter com quem contar”. O verbo destacado tem o mesmo sentido em:

a) O filho do barbeiro tem três anos e já sabe contar.


b) Meu filho só consegue dormir depois de eu lhe contar uma história.
c) Hoje em dia temos que contar com a sorte.
d) Esses anos contam como tempo de serviço?
e) Minha cidade natal já conta duzentos anos.

4. (CESGRANRIO 2018)
Carta aos meus filhos adolescentes
Nossa relação mudará, não se assustem, continuo amando absurdamente cada um de vocês. Estarei
sempre de plantão, para o que der e vier. Do mesmo jeito, com a mesma vontade de ajudar.
É uma fase necessária: uma aparência de indiferença recairá em nossos laços, uma casca de tédio
grudará em nossos olhares. Mas não durará a vida inteira, posso garantir.
Nossa comunicação não será tão fácil como antes. A adolescência altera a percepção dos pais, tornei-
me o chato daqui por diante.
Eu me preparei para a desimportância, guardei estoque de cartõezinhos e cartas de vocês pequenos,
colecionei na memória as declarações de “eu te amo” da última década, ciente de que não ouvirei
nenhuma jura por um longo tempo.
A vida será mais árida, mais constrangedora, mais lacônica. É um período de estranheza, porém
essencial e corajoso. Todos experimentam isso, em qualquer família, não tem como adiar ou fugir.
Serei obrigado agora a bater no quarto de vocês e aguardar uma licença. Existe uma casa chaveada
no interior de nossa casa. Não desfruto de chave, senha, passaporte. Não posso aparecer abrindo a
porta de repente. Às vezes mandarei um WhatsApp apenas para saber onde estão, mesmo quando
estiverem dentro do apartamento. Passarei essa vergonha.
Perguntarei como estão e ganharei monossílabos de presente. Talvez um ok. Talvez a sorte de um
tudo bem. As confissões não acontecerão espontaneamente. “Me deixe em paz” despontará como
refrão diante de qualquer cobrança.
Precisarei ser mais persuasivo. Nem alcanço alguma ideia de como, para mim também é uma
experiência nova, tampouco sei agir. Os namoros e os amigos assumirão as suas prioridades.
Verei vocês somente saindo ou chegando, desprovido de convergência para um abraço demorado.
Já não me acharão um máximo, já não sou grande coisa. Perceberam os meus pontos fracos,
decoraram os meus defeitos, não acreditam mais em minhas histórias, não sou a única versão de
vocês. Qualquer informação que digo, vão checar no Google.
Mas vamos sobreviver: o meu amor é imenso para resistir ao teste da diferença de idade e de
geração. Espero vocês do outro lado da ternura, quando tiverem a minha idade.

CARPINEJAR, F. Carta aos meus filhos adolescentes. Disponível em:


<https://blogs.oglobo.globo.com/fabricio-carpinejar/post/carta-aos-meus-filhos-
adolescentes.html>. Acesso em: 10 jul. 2018.Adaptado.

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A frase em que o verbo em destaque está empregado em consonância com a norma-padrão é:

a) Não mido esforços para a educação de meus filhos.


b) Um dia, eles quererão ajuda com seus próprios bebês.
c) Aqueles pais poram muita esperança no futuro de seus filhos.
d) Os pais sempre proviram os recursos para a sobrevivência de sua família.
e) Ah, se os pais cabessem na vida dos filhos adolescentes assim como os namoros e os amigos!

5. (CESGRANRIO 2018)
Mobilidade e acessibilidade desafiam cidades
A população do mundo chegou, em 2011, à marca oficial de 7 bilhões de pessoas. Desse total,
parte cada vez maior vive nas cidades: em 2010, esse contingente superou os 50% dos habitantes
do planeta, e até 2050 prevê-se que mais de dois terços da população mundial será urbana.
No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, de acordo com o Censo 2010. É preciso,
então, que questões de mobilidade e acessibilidade urbana passem a ser discutidas.
No passado, a noção de mobilidade era estreitamente ligada ao automóvel. Hoje, como resultado,
os moradores de grande maioria das cidades brasileiras lidam diariamente com congestionamentos
insuportáveis, que causam enormes perdas. Isso, sem falar no alto índice de mortes em vias urbanas
do país. Depreendemos daí que a dependência do automóvel como meio de transporte é um fator
que impede a mobilidade urbana.
É importante investir em infraestrutura pedestre, cicloviária e em sistemas mais eficazes e adequados
de ônibus. Ao mesmo tempo, podemos desenvolver cidades mais acessíveis, onde a maior parte dos
serviços esteja próxima às moradias e haja opções de transporte não motorizado para nos
locomovermos.

BROADUS, V. Portal Mobilize Brasil. 16 jul. 2012. Disponível em:


<http://www.mobilize.org.br/noticias/2419/mobilidade-acessibilidade- e-deficiencias-fisicas.html>.
Acesso em: 9 jul. 2018. Adaptado.

Glossário:
Mobilidade urbana – É a facilidade de locomoção das entre as diferentes zonas de uma cidade.
Acessibilidade urbana – É a garantia de condições às pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida,

No trecho “é um fator que impede a mobilidade urbana”, o verbo que expressa o sentido contrário
ao da palavra destacada é

a) fechar
b) prender
c) facilitar
d) atrapalhar
e) interromper

6. (CESGRANRIO 2016)
Banhos de mar
Meu pai acreditava que todos os anos se devia fazer uma cura de banhos de mar. E nunca fui tão
feliz quanto naquelas temporadas de banhos em Olinda, Recife.
Meu pai também acreditava que o banho de mar salutar era o tomado antes de o sol nascer. Como
explicar o que eu sentia de presente prodigioso em sair de casa de madrugada e pegar o bonde
vazio que nos levaria para Olinda ainda na escuridão?
De noite eu ia dormir, mas o coração se mantinha acordado, em expectativa. E de puro alvoroço, eu
acordava às quatro e pouco da madrugada e despertava o resto da família. Nós nos vestíamos
depressa e saíamos em jejum. Porque meu pai acreditava que assim devia ser: em jejum.
Saímos para uma rua toda escura, recebendo a brisa da pré-madrugada. E esperávamos o bonde.
Até que lá de longe ouvíamos o seu barulho se aproximando. Eu me sentava bem na ponta do banco,
e minha felicidade começava. Atravessar a cidade escura me dava algo que jamais tive de novo. No

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bonde mesmo o tempo começava a clarear, e uma luz trêmula de sol escondido nos banhava e
banhava o mundo.
Eu olhava tudo: as poucas pessoas na rua, a passagem pelo campo com os bichos-de-pé: “Olhe, um
porco de verdade!” gritei uma vez, e a frase de deslumbramento ficou sendo uma das brincadeiras
da minha família, que de vez em quando me dizia rindo: “Olhe, um porco de verdade.”
Eu não sei da infância alheia. Mas essa viagem diária me tornava uma criança completa de alegria. E
me serviu como promessa de felicidade para o futuro. Minha capacidade de ser feliz se revelava. Eu
me agarrava, dentro de uma infância muito infeliz, a essa ilha encantada que era a viagem diária.

LISPECTOR, C. A Descoberta do Mundo. São Paulo: Rocco, 1999, p. 175. Adaptado.

O emprego dos verbos destacados no trecho “‘Eu me sentava bem na ponta do banco, e minha
felicidade começava.” mostra as lembranças da narradora sobre um fato que ocorreu com ela
repetidas vezes no passado.
Se, respeitando-se o contexto original, a frase mostrasse um fato que ocorreu com ela uma única
vez no passado, os verbos adequados seriam os que se destacam em:

a) Eu me sentaria bem na ponta do banco, e minha felicidade começaria.


b) Eu me sentei bem na ponta do banco, e minha felicidade começou.
c) Se eu me sentasse bem na ponta do banco, minha felicidade começaria.
d) Eu me sento bem na ponta do banco para que minha felicidade comece.
e) Eu ficava sentada bem na ponta do banco, e minha felicidade estava começando.

7. (CESGRANRIO 2016)
O velho olhando o mar
Meu carro para numa esquina da praia de Copacabana às 9h30 e vejo um velho vestido de branco
numa cadeira de rodas olhando o mar a distância. Por ele passam pernas portentosas, reluzentes
cabeleiras adolescentes e os bíceps de jovens surfistas. Mas ele permanece sentado olhando o mar
a distância. [...]
O carro continua parado, o sinal fechado e o estupendo calor da vida batia de frente sobre mim.
Tudo em torno era uma ávida solicitação dos sentidos. Por isso, paradoxalmente, fixei-me por um
instante naquele corpo que parecia ancorado do outro lado das coisas. E sem fazer qualquer esforço
comecei a imaginá- lo quando jovem. É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo
na imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza
de viver cada instante.
A gente tem a leviandade de achar que os velhos nasceram velhos, que estão ali apenas para assistir
ao nosso crescimento. Me lembro que, menino, ao ver um velho parente relatar fatos de sua
juventude, tinha sempre a sensação de que ele estava inventando uma estória para me convencer
de alguma coisa.
No entanto, aquele velho que vejo na esquina da praia de Copacabana deve ter sido jovem algum
dia, em alguma outra praia, nos braços de algum amor, bebendo e farreando irresponsavelmente e
achando que o estoque da vida era ilimitado.
Teria ele algum desejo ao olhar as coxas das banhistas que passam? Olhando alguma delas teria se
posto a lembrar de outros corpos que conheceu? Os que por ele passam poderiam supor que ele
fazia maravilhas na cama ou nas pistas de dança? [...]
Ele está ali, eu no meu carro, e me dou conta de que um número crescente de amigos e conhecidos
tem me pronunciado a palavra “aposentadoria” ultimamente. Isso é uma síndrome grave. Em breve
estarei cercado de aposentados e forçosamente me aposentarão. Então, imagino, vou passear de
short branco e boné pelo calçadão da praia, fingindo ser um almirante aposentado, aproveitando o
sol mais ameno das 9h30 até cair sentado numa cadeira e ficar olhando o mar. [...]
Meu carro, no entanto, continua parado no sinal da praia de Copacabana. O carro apenas, porque a
imaginação, entre o sinal vermelho e o verde, viajou intensamente. Vou ter de deixar ali o velho e
sua acompanhante olhando o mar por mim. Vou viver a vida por ele, me iludir de que no escritório
transformo o mundo com telefonemas, projetos e papéis. Um dia talvez esteja naquela cadeira
olhando o mar a distância, a vida distante.

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Mas que ao olhar para dentro eu tenha muito que rever e contemplar. Nesse caso não me importarei
que o moço que estiver no seu carro parado no sinal imagine coisas sobre mim. Estarei olhando o
mar, o mar interior, e terei navegantes alegrias que nenhum passante compreenderá.

SANT’ANNA, A. R. Coleção melhores crônicas – Affonso Romano de Sant’Anna. Seleção e prefácio:


Letícia Malard. São Paulo: Global, 2003.

O distanciamento do autor em relação à história narrada para destacar um ponto de vista seu sobre
a temática em foco é marcado pelo uso do verbo ser, no período “É um exercício estranho esse de
começar a remoçar um corpo na imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos,
acelerando nele, de novo, a avareza de viver cada instante.”
Caso o enunciador queira conferir ao trecho um caráter de possibilidade, a reescritura adequada à
norma-padrão e ao contexto empregará o verbo ser da seguinte forma:

a) Fosse
b) Seria
c) Foi
d) Era
e) Fora

8. (CESGRANRIO 2019)
Texto I
Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor?
Obsolescência programada é exercida quando um produto tem vida útil(A) menor do que a tecnologia
permitiria, motivando a compra de um novo modelo — eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis
são exemplos evidentes dessa prática(B) . Uma câmera com uma resolução melhor pode motivar a
compra de um novo
celular, ainda que o modelo anterior funcione perfeitamente bem. Essa estratégia da indústria pode
ser vista como inimiga do consumidor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos sem
realmente necessitar deles. No entanto, traz benefícios, como o acesso às novidades.
Planejar inovação é extremamente importante para melhoria e aumento da capacidade técnica de
um produto num mercado altamente competitivo. Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a um
carro dos anos 1970? O desafio é buscar um equilíbrio entre a inovação e a durabilidade. Do ponto
de vista técnico, quando as empresas planejam um produto, já tem equipes trabalhando na sucessão
dele, pois se trata de uma necessidade de sobrevivência no mercado.
Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quando um novo produto oferece
características que os anteriores não tinham, como o uso de reconhecimento facial (C) ; ou a queda de
desempenho do produto com relação ao atual padrão de mercado, como um smartphone que não
roda bem os aplicativos atualizados. Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios,
como carregadores compatíveis, ou mesmo novos padrões, como tipo de bateria, conector de
carregamento ou tipos de cartão de um celular, por exemplo.
Isso não significa que o consumidor está refém de trocas constantes de equipamento: é possível
adiar a substituição de um produto, por meio de upgrades de hardware, como inclusão de mais
memória, baterias e acessórios de expansão, pelo menos até o momento em que essa troca não
compense financeiramente. Quanto à legalidade, o que se deve garantir é que os produtos mais
modernos mantenham a compatibilidade com os anteriores, a fim de que o antigo usuário não seja
forçado constantemente à compra de um produto mais novo se não quiser. É importante diferenciá-
la da obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosméticas, como um novo design,
fazem o produto parecer sem condições de uso, quando não está.
É preciso lembrar também que a obsolescência programada se dá de forma diferente em cada tipo
de equipamento. Um controle eletrônico de portão tem uma única função e pode ser usado por anos
e anos sem alterações ou troca. Já um celular tem maior taxa de obsolescência e pode ter de ser
substituído em um ano ou dois, dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos
de maior resolução ou tela mais brilhante.
Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrônico (D). Ao mesmo tempo, a obsolescência
deve ser combatida na restrição que possa causar ao usuário, como, por exemplo, uma empresa não
mais disponibilizar determinada função que era disponível pelo simples upgrade do sistema

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operacional, forçando a compra de um aparelho novo. O saldo geral é que as atualizações trazidas
pela obsolescência programada trazem benefícios à sociedade, como itens de segurança mais
eficientes em carros e conectabilidade imediata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta disso
que membros de uma mesma família que moram em países diferentes (E) podem conversar
diariamente, com um custo relativamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários podem
trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com ajuda de dispositivos móveis.

RAMALHO, N. Obsolescência programada: inimiga ou parceira do consumidor? Disponível


em:<https://www. gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/obsolescencia-programada-inimiga-ou-
parceira-do-consumidor-5z4zm6km1pndkokxsbt4v6o96/>. Acesso em: 23 jul. 2019. Adaptado.

Nos seguintes trechos do Texto I, o adjetivo destacado apresenta valor discursivo de avaliação
subjetiva, em relação ao substantivo a que se liga, em:

a) “um produto tem vida útil”


b) “exemplos evidentes dessa prática.”
c) “uso de reconhecimento facial”
d) “geração do lixo eletrônico”
e) “moram em países diferentes”

9. (CESGRANRIO 2016)
Texto I
“Quando eu for bem velhinho /
Bem velhinho, que [precise] usar um bastão / Eu hei de ter um netinho, ah... / Pra me levar pela mão
/ No carnaval, eu não fico em casa / Eu não fico, eu vou brincar! / Nem que eu vá me sentar na
calçada / Pra ver meu bloco passar...”
Lupicínio Rodrigues — autor de elaboradas e densas canções de amor — surpreende escrevendo,
em 1936, ano em que nasci, essa singela e comovente marchinha carnavalesca. Uma raridade que
constrói e, ao mesmo tempo, define um carnaval. O carnaval como um ritual — como um encontro
necessário, como as festas religiosas e algumas cerimônias cívicas — e não como uma brincadeira
da qual se escolhe, livre e individualmente, participar. O carnaval faz parte do calendário religioso
católico romano que, mesmo no Brasil republicano, burguês e pós-moderno, continua a ser
observado. Hoje, ao lado da Semana Santa e da Semana da Pátria, ele talvez seja mais um feriado
festivo do que uma ocasião que coage o nosso comportamento, obrigando à participação, como
deixa claro a marchinha de Lupicínio.
Ouvi a música pelo piano de mamãe quando era um menino: supunha-me o netinho que levava o
avô pela mão até o seu bloco de carnaval. Hoje, sendo um avô feliz e orgulhoso de cinco lindas
moças e três belos rapazes, tenho nada mais nada menos do que 16 mãos dispostas a,
amorosamente, me conduzirem ao meu bloco que passa todo ano pela minha calçada.
Leitor querido: se você tiver alguma recordação dessa música, ouça-a. Se você não souber manipular
algum aparelho eletrônico, seu netinho o ajuda. E ouvindo a simplicidade dessa tocante canção, você
vai ler esta crônica como eu a escrevo: com os olhos molhados dos antigos carnavais.

DAMATTA, R. O Globo, Rio de Janeiro, 10 fev. 2016. Primeiro Caderno, p. 13. Adaptado.

O autor empregou os demonstrativos essa (“dessa música”; “dessa tocante canção”) e esta (“esta
crônica”). Considerando-se as regras da norma-padrão, tais construções estão adequadas à norma
porque

a) essa se refere ao destinatário, e esta se refere ao enunciador.


b) essa tem vínculo com algo mencionado anteriormente no texto, e esta tem vínculo com o
texto em si.
c) essa tem valor memorialista depreciativo, e esta tem valor enunciativo jornalístico.
d) essa tem vínculo com a memória do destinatário, e esta tem vínculo com a mídia de
publicação da crônica.
e) essa é um pronome com amplo espectro de referência, e esta é um pronome que só pode ser
usado no presente.

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10. (CESGRANRIO 2018) A forma verbal destacada está empregada adequadamente, de acordo com
a norma-padrão no que se refere aos verbos impessoais, em:

a) Os estudiosos do mundo inteiro calculam que faz duas décadas que o consumo global
ultrapassou a capacidade de recuperação total do planeta.
b) O alerta repetido pelos interessados na redução da pobreza é: “Quantos anos têm que as
políticas econômicas causam um enorme custo social!”
c) O curso de engenharia florestal foi inserido no currículo porque faziam três semestres que os
alunos demandavam essa nova formação.
d) Os jornais noticiaram que, durante a conferência sobre o clima, haviam boas oportunidades de
discutir temas relevantes para o planeta.
e) É evidente que, nas questões de mudanças climáticas, tratam-se de opiniões que situam
ambientalistas e economistas em grupos distintos.

11. (CESGRANRIO 2018) As palavras juiz, suor e várzea, ao serem passadas para o plural,
apresentam a seguinte grafia:

a) juízes; suores; várzeas


b) juizes; suores; varzeas
c) juízes; suóres; várzeas
d) juizes; suórs; varzeas
e) juízeis; suóreis; várzeeis

12. (CESGRANRIO 2018) O pronome relativo tem a função de substituir um termo da oração anterior
e estabelecer relação entre duas orações. Considerando-se o emprego dos diferentes pronomes
relativos, a frase que está em DESACORDO com os ditames da norma-padrão é:

a) É um autor sobre cujo passado pouco se sabe.


b) A ficção é a ferramenta onde os escritores trabalham.
c) Já entrei em muitas livrarias, em todas por quantas passei.
d) O autor de quem sempre falei vai autografar seus livros na Bienal.
e) Os poemas por que os leitores mais se interessam estarão na coletânea.

13. (CESGRANRIO 2018) O uso do pronome relativo destacado está de acordo com a norma-padrão
em:

a) Eram artistas de cujos trabalho todos gostavam.


b) A arquitetura, onde é uma arte, faz grandes mestres.
c) Visitamos obras que os livros faziam menção a elas.
d) Os artistas que todos elogiavam eram sempre os mesmos.
e) Os mestres dentre as quais faziam um bom trabalho eram elogiados

14. (CESGRANRIO 2018)


Memórias Póstumas de Brás Cubas
Lobo Neves, a princípio, metia-me grandes sustos. Pura ilusão! Como adorasse a mulher, não se
vexava de mo dizer muitas vezes; achava que Virgília era a perfeição mesma, um conjunto de
qualidades sólidas e finas, amorável, elegante, austera, um modelo. E a confiança não parava aí. De
fresta que era, chegou a porta escancarada. Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na
existência; faltava -lhe a glória pública. Animei-o; disse-lhe muitas coisas bonitas, que ele ouviu com
aquela unção religiosa de um desejo que não quer acabar de morrer; então compreendi que a
ambição dele andava cansada de bater as asas, sem poder abrir o voo. Dias depois disse-me todos
os seus tédios e desfalecimentos, as amarguras engolidas, as raivas sopitadas; contou-me que a vida
política era um tecido de invejas, despeitos, intrigas, perfídias, interesses, vaidades. Evidentemente
havia aí uma crise de melancolia; tratei de combatê-la.
— Sei o que lhe digo, replicou-me com tristeza. Não pode imaginar o que tenho passado. Entrei na
política por gosto, por família, por ambição, e um pouco por vaidade. Já vê que reuni em mim só
todos os motivos que levam o homem à vida pública; faltou-me só o interesse de outra natureza.

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Vira o teatro pelo lado da plateia; e, palavra, que era bonito! Soberbo cenário, vida, movimento e
graça na representação. Escriturei-me; deram-me um papel que... Mas para que o estou a fatigar com
isto?
Deixe-me ficar com as minhas amofinações. Creia que tenho passado horas e dias... Não há
constância de sentimentos, não há gratidão, não há nada... nada.... nada...
Calou-se, profundamente abatido, com os olhos no ar, parecendo não ouvir coisa nenhuma, a não
ser o eco de seus próprios pensamentos. Após alguns instantes, ergueu-se e estendeu-me a mão:
— O senhor há de rir-se de mim, disse ele; mas desculpe aquele desabafo; tinha um negócio, que
me mordia o espírito. E ria, de um jeito sombrio e triste; depois pediu- me que não referisse a
ninguém o que se passara entre nós; ponderei-lhe que a rigor não se passara nada. Entraram dois
deputados e um chefe político da paróquia. Lobo Neves recebeu-os com alegria, a princípio um tanto
postiça, mas logo depois natural. No fim de meia hora, ninguém diria que ele não era o mais
afortunado dos homens; conversava, chasqueava, e ria, e riam todos.

ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas; IN: CHIARA, A. C. et alli (Orgs.). Machado de
Assis para jovens leitores. Rio de Janeiro: Eduerj, 2008.

Em “Como adorasse a mulher, não se vexava de mo dizer muitas vezes” (□. 2-3), o conector como
estabelece, com a oração seguinte, uma relação semântica de

a) causa
b) condição
c) contraste
d) comparação
e) consequência

15. (CESGRANRIO 2018) O trecho do texto em que se estabelece uma relação lógica de oposição
entre as ideias, marcada pela presença da palavra ou expressão destacada, é:

a) “Segundo ele, é preciso definir uma agenda urbana global porque, em 2050, 75% da
população mundial estará concentrada nas cidades”
b) “Embora a cúpula da ONU sobre moradia e urbanismo, Istambul, 1996, tenha apresentado uma
visão de cidades sustentáveis, ela fracassou”
c) “Portanto, os compromissos assumidos na ocasião viraram letra morta.”
d) “Para atingir esse objetivo, é preciso definir normas de direitos humanos e princípios de
participação, transparência e prestação de contas”
e) “Por conseguinte, é preciso projetar cidades seguras, em que a ordem e a segurança cidadã
convivam com a liberdade de expressão e a manifestação pacífica”

16. (CESGRANRIO 2016)


Festival reúne caravelas em barcos
Dizem que o passado não volta, mas a cada cinco anos boa parte da história marítima da Europa se
reúne para navegar junto entre o Mar do Norte e o canal de Amsterdã. Caravelas e barcos a vapor
do século passado se juntam a veleiros e lanchas contemporâneas que vêm de vários países para
um dos maiores encontros náuticos gratuitos do mundo. Durante o Amsterdam Sail, entre os dias
19 e 23 de agosto, cerca de 600 embarcações celebram a arte de deslizar sobre as águas.
Desde 1975 o grande encontro aquático junta apaixonados pelo mar e curiosos às margens dos
canais para ver barcos históricos e gente fazendo festa ao longo de cinco dias – na última edição, o
público estimado foi de 1,7milhão de pessoas. Há aulas de vela e de remo para adultos e crianças,
além de atrações musicais. [...]
Você pode até achar que é coisa de criança, mas o jogo em que cada um leva o próprio balde e
simula as tarefas a bordo de um navio é instrutivo e divertido para todas as idades.

MORTARA, F. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 4 ago. 2015, Caderno D, p. 10. Adaptado.

Considere o parágrafo final do Texto: “Você pode até achar que é coisa de criança, mas o jogo em
que cada um leva o próprio balde e simula as tarefas a bordo de um navio é instrutivo e divertido
para todas as idades.”
Se essa frase, mantendo-se o sentido original, for construída substituindo-se a conjunção mas por
uma forma equivalente subordinativa, o resultado adequado será:

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a) Você pode até achar que é coisa de criança, porém o jogo em que cada um leva o próprio
balde e simula as tarefas a bordo de um navio é instrutivo e divertido para todas as idades.
b) Embora você possa até achar que é coisa de criança, o jogo em que cada um leva o próprio
balde e simula as tarefas a bordo de um navio é instrutivo e divertido para todas as idades.
c) Talvez você até ache que é coisa de criança, pois o jogo em que cada um leva o próprio balde
e simula as tarefas a bordo de um navio é instrutivo e divertido para todas as idades.
d) Admitamos que você até ache que é coisa de criança o jogo em que cada um leva o próprio
balde e simula as tarefas a bordo de um navio, algo instrutivo e divertido para todas as
idades.
e) Caso até você ache que é coisa de criança o jogo em que cada um leva o próprio balde e
simula as tarefas a bordo de um navio, garanto ser instrutivo e divertido para todas as idades.

17. (CESGRANRIO 2016)


Texto
Do fogo às lâmpadas de LED
Ao longo de nossa evolução, desenvolvemos uma forma muito eficiente de detectar a luz: nosso
olho. Esse órgão nos permite enxergar formas e cores de maneira ímpar. O que denominamos luz
no cotidiano é, de fato, uma onda eletromagnética que não é muito diferente, por exemplo, das
ondas de rádio ou micro-ondas, usadas em comunicação via celular, ou dos raios X, empregados em
exames médicos.
Para que pudesse enxergar seu caminho à noite, o homem buscou o desenvolvimento de fontes de
iluminação artificial. Os primeiros humanos recolhiam restos de queimadas naturais, mantendo as
chamas em fogueiras. Posteriormente, descobriu-se que o fogo poderia ser produzido ao se
atritarem pedras ou madeiras, dando o primeiro passo rumo à tecnologia de iluminação artificial.
A necessidade de transporte e manutenção do fogo levou ao desenvolvimento de dispositivos de
iluminação mais compactos e de maior durabilidade. Assim, há cerca de 50 mil anos, surgiram as
primeiras lâmpadas a óleo, feitas a partir de rochas e conchas, tendo, como pavio, fibras vegetais
que queimavam em óleo animal ou vegetal. Mais tarde, a eficiência desses dispositivos foi
aumentada, com o uso de óleo de tecidos gordurosos de animais marinhos, como baleias e focas.
As lâmpadas a óleo não eram adequadas para que áreas maiores (ruas, praças etc.) fossem
iluminadas, o que motivou o surgimento das lâmpadas a gás obtido por meio da destilação do
carvão mineral. Esse gás poderia ser transportado por tubulações ao local de consumo e inflamado
para produzir luz.
O domínio da tecnologia de geração de energia elétrica e o entendimento de efeitos associados à
passagem de corrente elétrica em materiais viabilizaram o desenvolvimento de novas tecnologias de
iluminação: lâmpadas incandescentes, com filamentos de bambu carbonizado, que garantem
durabilidade de cerca de 1,2 mil horas à sua lâmpada; e as lâmpadas halógenas, com maior vida útil
e luz com maior intensidade e mais parecida com a luz solar.

AZEVEDO, E. R.; NUNES, L. A. O. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. n.
327, julho 2015, p. 38-40. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2015/327/
do-fogo-as-lampadas-led>. Acesso em: 4 ago. 2015. Adaptado.

No trecho do Texto “Para que pudesse enxergar seu caminho à noite, o homem buscou o
desenvolvimento de fontes de iluminação artificial.”, a expressão em destaque pode ser substituída,
mantendo-se a mesma relação lógica, por

a) À medida que
b) Já que
c) A fim de que
d) Logo que
e) Desde que

18. (CESGRANRIO 2016)


Os pobres
Todo o mundo conhece os pobres. Os despossuídos de tudo, humilhados pela vida que lhes foi
roubada. As gentes tristes do mundo. As sem pão e sem beleza. As a que falta esperança. Que vivem
dentro de um horizonte tão retraído que nele não cabe um futuro que não seja a repetição da vida

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ruim. Para eles e seus filhos. E netos. Como se a pobreza fosse genética e hereditária. Um fato da
natureza. Ou um castigo de Deus, dos que vão passando através de gerações.
Nada de natureza, nada de Deus. Pobreza não é castigo. É imposição. Ninguém tem na pobreza
qualquer alegria. Os catadores de lixo encontram nessa atividade o muito pouco com que se
sustentam e às suas famílias, quando elas também não estão enterradas na sujeira dos outros,
selecionando coisas ainda aproveitáveis, sabe-se lá para quê. É o limite do desespero. Salvar da
aniquilação os rejeitos de vidas alheias, que, para quem está abaixo de todas as linhas da pobreza
e da dignidade, valem a própria vida. Urubus voam por cima dos lixões. Aquelas montanhas são seus
territórios de morte. Os que catam lixo disputam a vida com os urubus.
Sei que separar o lixo é uma atividade ecológica e economicamente relevante. O inadmissível é que
ela não seja feita na recolha seletiva prévia do que ainda serve para algum fim útil e do que está
destinado à putrefação dos cadáveres. Os catadores chafurdam em todas as porcarias para extrair
delas uma garrafa, uma tampa de sanitário, uma bota velha de um só pé. Resgatam do naufrágio
coisas tristes como eles, os jogados fora por uma sociedade que desperdiça coisas como desperdiça
pessoas. Que joga fora o que não serve. Os pobres não servem para uma sociedade que consome
acima dos limites de uma vida comum. Ou servem: alguém precisa fazer o trabalho sujo.
Penso num poema de Manuel Bandeira. Algo, um bicho certamente, remexia nas latas de lixo.
“Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava: engolia com voracidade.” E os olhos
insones do poeta se estarreceram quando viu a verdade da miséria: “O bicho não era um cão, não
era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.” Esses bichos são homens. São
como eu e vocês, meus companheiros de sábado. São homens.
E a fome! Meu Deus, a fome! A nós ronca o estômago quando se espaça demais o intervalo entre as
refeições. A barriga dos pobres já não ronca. Seu vazio não tem o conforto da proximidade da
próxima comida. São barrigas tristes. De dor interna e de abandono. Deitados nos cantos dos
edifícios, nas calçadas onde moram, estendem mãos sem esperança. “Para comer”, dizem. E nós
passamos, tomando distâncias cautelosas, pela ponta dos meios-fios. Podem ser perigosos. Estão
sujos. E cheiram mal.
Passamos ao largo. Tomamos distância. Fugimos. Deles, sim. Mas, no mais fundo das nossas
consciências adormecidas, fugimos de nós. Os pobres, lixo da vida, estão lá
— e nem nos acusam! — e nos lembram do outro lixo, aquele em que jogamos coisas ainda usáveis,
sem pensarmos que alguém naquela calçada podia fazer com elas uma roupa, um abrigo para o frio.
Um farrapo de esperança digna. Fugimos do beco onde algo chafurda nas latas de lixo, e come com
voracidade o que encontra. E não é um bicho, meu Deus. É um homem.

D’AMARAL, M. T. Rio de Janeiro, O Globo, 7 maio 2016. Adaptado.

No trecho “Que vivem dentro de um horizonte tão retraído que nele não cabe um futuro que não
seja a repetição da vida ruim.” os elementos destacados estabelecem uma relação semântica de

a) alternância
b) explicação
c) adversidade
d) causa e efeito
e) proporção

19. (CESGRANRIO 2018)


Texto II

O amor é valente
Mesmo que mil tipos
De ódio o mal invente,
O amor, mesmo sozinho,
Será sempre mais valente.
Valente, forte, profundo
Capaz de mudar o mundo
Acalmar qualquer dor
Vivemos nesse conflito.
Mas confio e acredito
Na valentia do amor.

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BESSA, Bráulio. Poesia com rapadura. Fortaleza: Editora CENE, 2017.

A palavra que transmite a ideia de tempo no trecho do Texto II “O amor, mesmo sozinho, / Será
sempre mais valente” é

a) amor
b) mesmo
c) sempre
d) sozinho
e) valente

20. (CESGRANRIO 2019)


Texto II
Serviu suas famosas bebidas para Vinicius, Carybé e Pelé
Os pedaços de coco in natura são colocados no liquidificador e triturados. O líquido resultante é
coado com uma peneira de palha e recolocado no aparelho, onde é batido com açúcar e leite
condensado. Ao fim, adiciona-se aguardente.
A receita de Diolino Gomes Damasceno, ditada à Folha por seu filho Otaviano, parece trivial, mas a
conhecida batida de coco resultante não é. Afinal, não é possível que uma bebida qualquer tenha
encantado um time formado por Jorge Amado (diabético, tomava sem açúcar), Pierre Verger, Carybé,
Mussum, João Ubaldo Ribeiro, Angela Rô Rô, Wando, Vinicius de Moraes e Pelé (tomava dentro do
carro).
Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do estado, Diolino abriu seu primeiro
estabelecimento em 1968, no bairro do Rio Vermelho, reduto boêmio de Salvador. Localizado em
uma garagem, ganhou o nome de MiniBar.
A batida de limão — feita com cachaça, suco de limão galego, mel de abelha de primeiríssima
qualidade e açúcar refinado, segundo o escritor Ubaldo Marques Porto Filho — chamava a atenção
dos homens, mas Diolino deu por falta das mulheres da época. É que elas não queriam ser vistas
bebendo em público, e então arranjavam alguém para comprar as batidas e bebiam dentro do
automóvel.
Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veículos, em que os garçons iam até os
carros que apenas encostavam e saíam em disparada. A novidade alavancou a fama do bar. No auge,
chegou a produzir 6.000 litros de batida por mês.

SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio 2019, p. B2. Adaptado.

A substituição da expressão destacada pelo que se encontra entre colchetes está de acordo com a
norma-padrão em:

a) Jorge Amado tomava a bebida sem açúcar. [tomava- lhe]


b) Diolino gostava de mostrar a receita. [mostrá-la]
c) Pelé bebia no carro porque era discreto. [bebia-lhe]
d) Wando e Rô Rô também frequentavam o bar. [frequentavam- nos]
e) O MiniBar produzia 6.000 litros por mês. [produzia-se]

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2 - GABARITO
1 E
2 E
3 C
4 B
5 C
6 B
7 B
8 B
9 B
10 A
11 A
12 B
13 D
14 A
15 B
16 B
17 C
18 D
19 C
20 B

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