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segunda-feira, 9 de agosto de 2021 22:14

Gerações dos direitos fundamentais.

• 1° Geração (Liberdade Negativa):


Buscam restringir a ação do Estado sobre o indivíduo. impedindo que este se intrometa de forma
abusiva na vida privada das pessoas. --> Valor Fonte: Liberdade.
São os Direitos Civis e Políticos.

• 2° Geração (Liberdades Positivas ou Direitos do Bem-estar):


São os direitos que envolvem prestações positivas do Estado aos indivíduos (políticas e serviços
públicos) e, em sua maioria, caracterizam-se por serem normas programáticas. --> Valor Fonte:
Igualdade.
São os direitos econômicos, sociais e culturais

• 3° Geração:
Não protegem interesses individuais mas sim a coletividade. --> Valor Fonte: Fraternidade.
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
São os direitos difusos e os coletivos

• 4° Geração:
Direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo.

• 5° Geração:
Direito à Paz.

Características dos Direitos Fundamentais:


• Universalidade;
• Historicidade;
• Indivisibilidade;
• Inalienabilidade;
• Imprescritibilidade;
• Irrenunciabilidade;
• Relatividade ou Limitabilidade; -- Mais cobrada em prova
• Complementaridade;
• Concorrência;
• Efetividade;
• Proibição do Retrocesso; (não podem ser enfraquecidos ou suprimidos)
Os direitos fundamentais possuem uma dupla dimensão:
Dimensão Subjetiva: os direitos fundamentais são direitos exigíveis perante o Estado: as pessoas
podem exigir que o Estado se abstenha de intervir indevidamente na esfera privada (direitos de 1ª
geração) ou que o Estado atue ofertando prestações positivas, através de políticas e serviços
públicos (direitos de 2ª geração).
Dimensão Objetiva: os direitos fundamentais são vistos como enunciados dotados de alta carga
valorativa: eles são qualificados como princípios estruturantes do Estado, cuja eficácia se irradia para
todo o ordenamento jurídico.
Teoria dos Limites dos Limites:
Segundo essa teoria, embora possam ser impostas restrições aos direitos fundamentais, há um
núcleo essencial que precisa ser protegido. O grande desafio do intérprete e do próprio legislador
seria definir o que é esse núcleo essencial. Para isso, seria necessário aplicar a regra da
proporcionalidade, em suas três vertentes (adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido
estrito). Esta Implícito na CF/88. Os direitos fundamentais, considerados como cláusula pétrea das
constituições, podem sofrer limitações por ponderação judicial caso estejam em confronto com
outros direitos fundamentais, por alteração legislativa, via emenda constitucional, desde que, nesse

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outros direitos fundamentais, por alteração legislativa, via emenda constitucional, desde que, nesse
último caso, seja respeitado o núcleo essencial que os caracteriza.
Os direitos Fundamentais na CF88
• Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º)
• Direitos Sociais (art. 6º - art. 11)
• Direitos de Nacionalidade (art. 12 – art. 13)
• Direitos Políticos (art. 14 – art. 16)
• Direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.
São espécies do gênero “direitos Fundamentais”.
O rol de direitos fundamentais previsto no Título II não é exaustivo.

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS: PARTE I

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
Os direitos fundamentais abrangem qualquer pessoa que se encontre em território nacional, mesmo
que seja um estrangeiro residente no exterior.
São Titulares dos direitos fundamentais: Pessoa Física, Jurídica e o próprio Estado.
OBS: O direito à vida não abrange apenas a vida extrauterina, mas também a vida intrauterina. Sem
essa proteção, estaríamos autorizando a prática do aborto, que somente é admitida no Brasil
quando há grave ameaça à vida da gestante ou quando a gravidez é resultante de estupro.
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; (Traduz o
princípio da Igualdade.)

Obs importante: poderá haver tratamento desigual (discriminatório) entre pessoas que estão em
situações diferentes. Segundo o STF, é legítima a previsão de limites de idade em concursos públicos,
quando justificada pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido (Súmula 683). Cabe
enfatizar, todavia, que a restrição da admissão a cargos públicos a partir de idade somente se
justifica se previsto em lei.
Súmula Vinculante nº 37: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.”
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;( Princípio
da Legalidade) Por meio do princípio da legalidade, a Carta Magna determina a submissão e o
respeito à “lei”, ou a atuação dentro dos limites legais; no entanto, a referência que se faz é à lei em
sentido material.
Já o princípio da reserva legal é evidenciado quando a Constituição exige expressamente que
determinada matéria seja regulada por lei formal ou atos com força de lei (como decretos
autônomos, por exemplo). O vocábulo “lei” é, aqui, usado em um sentido mais restrito.

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;


IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; (Embora a liberdade de
expressão seja ampla, não é absoluta, sendo proibidos os discursos de ódio.)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem; (Direito de Resposta sempre proporcional pessoa física ou Jurídica)
Outro aspecto importante a se considerar sobre o inciso acima é que as indenizações material, moral
e à imagem são cumuláveis.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei; (Eficácia Contida)
E o que acontecerá se essa pessoa se recusar, também, a cumprir a prestação alternativa? Nesse
caso, poderá excepcionalmente sofrer restrição de direitos. Veja que, para isso, são necessárias,
cumulativamente, duas condições: recusar-se a cumprir obrigação legal alegando escusa de
consciência e, ainda, a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei. Nesse caso, poderá haver a

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consciência e, ainda, a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei. Nesse caso, poderá haver a
perda de direitos políticos, na forma do art. 15, IV, da Constituição.

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;
É vedada a censura. Entretanto, a liberdade de expressão, como qualquer direito fundamental, é
relativa.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Danos material e moral são cumuláveis. As pessoas jurídicas também poderão ser indenizadas por
dano moral, uma vez que são titulares dos direitos à honra e à imagem.
O STF considera que, para que haja condenação por dano moral, não é necessária ofensa à
reputação do indivíduo. Assim, a dor de se perder um membro da família, por exemplo,
pode ensejar indenização por danos morais.
Outra importante decisão do STF diz respeito à privacidade dos agentes políticos. Segundo a Corte,
esta é relativa, uma vez que estes devem à sociedade as contas da atuação desenvolvida. Mas isso
não significa que quem se dedica à vida pública não tem direito à privacidade. O direito se mantém
no que diz respeito a fatos íntimos e da vida familiar, embora nunca naquilo que se refira à sua
atividade pública.
Quais autoridades podem determinar a quebra do sigilo bancário? Segundo a jurisprudência, tem-
se que:
• O poder Judiciário
• As Comissões Parlamentares de Inquéritos CPI's federais e estaduais (não há CPI municipal)
• Autoridades Fiscais (Assim, não seria tecnicamente adequado falar-se em “quebra de sigilo
bancário” pelas autoridades fiscais.)
• O Ministério Público pode determinar a quebra do sigilo bancário de conta da titularidade de
ente público.
• Na jurisprudência do STF, também se reconhece, em caráter excepcionalíssimo, a
possibilidade de quebra de sigilo bancário pelo Ministério Público no âmbito de
procedimento administrativo que vise à defesa do patrimônio público (quando houver
envolvimento de dinheiros ou verbas públicas).

O Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) nãopodem
determinar a quebra do sigilo bancário.

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;
Conceito de casa: i) qualquer compartimento habitado; ii) qualquer aposento ocupado de habitação
coletiva; e iii) qualquer compartimento privado não aberto ao público (hotel), onde alguém exerce
profissão ou atividade pessoal.

Obs: a Corte considerou válida ordem judicial que autorizava o ingresso de autoridade policial no
estabelecimento profissional, inclusive durante a noite, para instalar equipamentos de captação
de som (“escuta”). Entendeu-se que tais medidas precisavam ser executadas sem o conhecimento
do investigado, o que seria impossível durante o dia.
O ingresso na “casa” de um indivíduo poderá ocorrer nas seguintes situações:
a) Com o consentimento do morador.
b) Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas durante o dia. Perceba que,
mesmo com ordem judicial, não é possível o ingresso na casa do indivíduo durante o período
noturno.
c) A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de flagrante delito ou desastre, ou,
ainda, para prestar socorro.
Pode-se afirmar que, agora, há parâmetros legais e objetivos que regulamentam o conceito de
“dia”, que vai das 5h até as 21h.

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das

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XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Trata da inviolabilidade das correspondências e das comunicações.
De início, é importante destacar a diferença entre quebra do sigilo telefônico e interceptação
telefônica. São coisas diferentes. A quebra do sigilo telefônico consiste em ter acesso ao extrato das
ligações telefônicas (grosso modo, seria ter acesso à conta da VIVO/TIM). Por outro lado, a
interceptação telefônica consiste em ter acesso às gravações das conversas. A INTECEPTAÇÃO
TELEFONICA SOMENTE PODE SER DETERMINADA PELO PODER JUDICIÁRIO Já a quebra do sigilo das
comunicações telefônicas, pode ser determinada pelas Comissões Parlamentares de Inquérito
(CPIs), além, é claro, do Poder Judiciário.

São ilícitasas provas obtidas por meio de interceptação telefônica determinada a partir apenas de
denúncia anônima, sem investigação preliminar. Com efeito, uma denúncia
anônima não é suficiente para que o juiz determine a interceptação telefônica; caso ele o faça, a
prova obtida a partir desse procedimento será ilícita.
Interceptação telefônica Escuta Telefônica Gravação Telefônica
Captação de conversas telefônicas feita por Captação de A gravação
terceiro (autoridade policial) sem o conhecimento de conversa telefônica é feita
nenhum dos interlocutores, devendo ser autorizada telefônica feita por por um dos
pelo Poder Judiciário, nas hipóteses e na forma que a lei um terceiro, com o interlocutores do
estabelecer, para fins de investigação criminal ou conhecimento de diálogo, sem o
instrução processual penal. apenas um dos consentimento ou
interlocutores. ciência do outro.

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;
Norma de eficácia contida. Uma vez editada a lei, a profissão só poderá ser exercida por quem
atender às qualificações legais.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;o
direito de reunião é protegido por mandado de segurança.
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
Destaque-se que a existência da associação independe da aquisição de personalidade jurídica. As
associações só podem ser dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado. Além disso, suas
atividades só podem ser suspensas por decisão judicial (neste caso, não há necessidade de trânsito
em julgado). A criação de associações é livre, ou seja, independe de autorização. Já a criação de
cooperativas também é livre, porém há necessidade de lei que a regule. Temos, aqui, típica norma
de eficácia limitada.
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; (Podem atuar em nome de seus filiados e na
defesa dos direitos destes.)
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição; (Norma de eficácia Contida)
Observe bem o que a Constituição nos afirma: a indenização, no caso de desapropriação, será

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Observe bem o que a Constituição nos afirma: a indenização, no caso de desapropriação, será
mediante prévia e justa indenização em dinheiro, ressalvadas algumas exceções determinadas
constitucionalmente. Em outras palavras, há casos em que a indenização pela desapropriação não
será em dinheiro. E quais são esses casos?
a) Desapropriação para fins de reforma agrária; ( Competência da União ) Resgatável no prazo de 20
anos;
b) Desapropriação de imóvel urbano não-edificado que não cumpriu sua função social;
c) Desapropriação confiscatória.
No que diz respeito à desapropriação de imóvel urbano não edificado -> título da dívida pública ->
resgate de até dez anos, em parcelas anuais. Existe, ainda, a possibilidade de que haja
desapropriação sem indenização. É o que ocorre na expropriação de propriedades urbanas e rurais
de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo. Tem-se, então, a chamada “desapropriação
confiscatória”, prevista no art. 243 da Constituição.
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
Com isso, é possível afirmar o seguinte:
a) a pequena propriedade rural trabalhada pela família pode ser objeto de penhora para pagamento
de débitos estranhos à sua atividade produtiva.
b) a pequena propriedade rural trabalhada pela família não pode ser objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.
c) a pequena propriedade rural, caso não trabalhada pela família, pode ser penhorada para
pagamento de débitos decorrentes e débitos estranhos à sua atividade produtiva.
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
O art. 5º, inciso XXVII, dispõe que o direito autoral é transmissível aos herdeiros apenas pelo tempo
que a lei fixar. Nesse sentido, como se verá adiante, o direito autoral diferencia-se do direito à
propriedade industrial, presente no inciso XXIX do mesmo artigo.
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
do "de cujus";

SOLI DEO GLORIA


29/06/21 PPV02 01:01 AM

PARTE II
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Norma de eficácia Limitada ->
Código de Defesa do Consumidor.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,

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de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; No caso
de lesão ao direito à informação, o remédio constitucional a ser usado pelo particular é o mandado
de segurança.
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;

É muito comum que as bancas examinadoras tentem confundir o candidato quanto às finalidades
do direito de petição e do direito de obter certidão.
1) O direito de petição tem como finalidades a defesa de direitos e a defesa contra ilegalidade ou
abuso de poder.
2) O direito à obtenção de certidõestem como finalidades a defesa de direitos e o esclarecimento
de situações de interesse pessoal. Ele não serve para esclarecimento de interesse de terceiros.
O remédio constitucional adequado para proteger os direitos de petição e de certidão é o
mandado de segurança.
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
O art. 5º, XXXV, traduz o princípio da inafastabilidade de jurisdição, segundo o qual somente o
Poder Judiciário poderá decidir uma lide em definitivo. É claro que isso não impede que o particular
recorra administrativamente ao ter um direito seu violado: ele poderá fazê-lo, inclusive
apresentando recursos administrativos, se for o caso. Entretanto, a decisão administrativa, nesse
caso, estará sempre sujeita a controle judicial.
Não existe no Brasil, como regra geral, a “jurisdição condicionada” ou “instância administrativa de
curso forçado.
Há, todavia, algumas exceções, nas quais a jurisdição é condicionada, ou seja, em que somente é
possível acionar o Poder Judiciário depois de prévio requerimento administrativo:
a) habeas data: um requisito para que seja ajuizado o habeas data é a negativa ou omissão da
Administração Pública em relação a pedido administrativo de acesso a informações pessoais ou de
retificação de dados.
b) controvérsias desportivas: o art. 217, § 1º , da CF/88, determina que “o Poder Judiciário só
admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da
justiça desportiva, regulada em lei.”
c) reclamação contra o descumprimento de Súmula Vinculante pela Administração Pública: o art.
7º, § 1º, da Lei nº 11.417/2006, dispõe que “contra omissão ou ato da administração pública, o uso
da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas”. A reclamação é ação
utilizada para levar ao STF caso de descumprimento de enunciado de Súmula Vinculante (art. 103-A,
§3º). Segundo o STF, a reclamação está situada no âmbito do direito de petição (e não no direito de
ação); portanto, entende-se que sua natureza jurídica não é a de um recurso, de uma ação e nem de
um incidente processual.
d) requerimento judicial de benefício previdenciário: antes de recorrer ao Poder Judiciário para que
lhe conceda um benefício previdenciário, faz-se necessário o prévio requerimento administrativo ao
INSS. Sem o prévio requerimento administrativo, não haverá interesse de agir do segurado.

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;Representam a garantia da irretroatividade das leis que é uma Segurança jurídica.
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
...
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; (JUÍZ
NATURAL -> IMPARCIAL)
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
O tribunal de Júri Possui competência para julgamento de crimes dolosos contra a vida.

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O tribunal de Júri Possui competência para julgamento de crimes dolosos contra a vida.
Essa competência, entretanto, não é absoluta. Isso porque não alcança os detentores de foro
especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal. É o caso, por exemplo, do
Presidente da República e dos membros do Congresso Nacional, que serão julgados pelo STF quando
praticarem crimes comuns, ainda que dolosos contra a vida. No caso de foro especial previsto
apenas na Constituição Estadual, a lógica é inversa. A Súmula Vinculante nº 45 assim dispõe: “A
competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual”. O STF entende,
portanto, que vereadores que possuam foro por prerrogativa de função derivado de Constituição
Estadual serão julgados pelo tribunal do júri se cometerem crimes dolosos contra a vida.
É importante que você memorize que a Constituição Federal estabelece três importantes princípios
para o tribunal do júri: i) a plenitude de defesa; ii) a soberania dos veredictos; e iii) o sigilo das
votações.

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
O princípio da reserva legaldetermina que somente lei em sentido estrito (lei formal, editada pelo
Poder Legislativo) poderá definir crime e cominar penas. Nem mesmo medida provisória poderá
definir um crime e cominar penas, eis que essa espécie normativa não pode tratar de direito penal
(art.62, § 1º, I, “b”).
O princípio da anterioridade da lei penal,por sua vez, exige que a lei esteja em vigor no momento
da prática da infração para que o crime exista. Em outras palavras, exige-se lei anterior para que
uma conduta possa ser considerada como crime. Busca-se, com isso, conferir segurança jurídica às
relações sociais.

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;


XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. (Norma
de eficácia Limitada)
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem; (3T + hediondos não têm graça!)
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
No que diz respeito à obrigação de reparar o dano e à decretação do perdimento de bens, a lógica é
um pouco diferente. A obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens podem
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, mas apenas até o limite
do valor do patrimônio transferido.
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas: (ROL EXAUSTIVO)
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; (nem mesmo o direito à
vida é absoluto)
b) de caráter perpétuo; (no máximo que se fica preso é 40 anos)
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; (extradição Passiva)

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entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; (extradição Passiva)
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
Há 2 (dois) tipos de extradição: i) a extradição ativa; e ii) a extradição passiva. A extradição ativa
acontecerá quando o Brasil requerer a um outro Estado estrangeiro a entrega de um indivíduopara
que aqui seja julgado ou punido; por sua vez, a extradição passiva ocorrerá quando um Estado
estrangeiro requerer ao Brasil que lhe entregue um indivíduo.

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
No âmbito formal (processual), traduz-se na garantia de que as partes poderão se valer de todos os
meios jurídicos disponíveis para a defesa de seus interesses. No âmbito material (substantivo), diz
respeito à aplicação do princípio da proporcionalidade (também chamado de princípio da
razoabilidade ou da proibição de excesso).
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
As garantias do contraditório e da ampla defesa são corolários do princípio do devido processo legal,
isto é, dele decorrem diretamente. A ampla defesa e o contraditório são princípios que se aplicam
tanto aos processos judiciais quanto aos processos administrativos, sejam estes últimos referentes à
aplicação de punições disciplinares ou à restrição de direitos em geral. Todavia, entende o STF que a
ampla defesa e o contraditório não se aplicam na fase do inquérito policial ou civil.
De acordo com a súmula vinculante nº 5, “a falta de defesa técnica por advogado no processo
administrativo disciplinar não ofende a Constituição”

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;


Há que se destacar, todavia, que a presença de provas ilícitas não é suficiente para invalidar todo o
processo, se nele existirem outras provas, lícitas e autônomas . As outras provas, lícitas e
independentes da obtida ilicitamente, serão mantidas, tendo continuidade o processo.
Vejamos, a seguir, importantes entendimentos do STF sobre a licitude/ilicitude de provas:
1) É ilícitaa prova obtida por meio de interceptação telefônica sem autorização judicial.
2) São ilícitasas provas obtidas por meio de interceptação telefônica determinada a partir apenas
de denúncia anônima, sem investigação preliminar.
3) São ilícitasas provas obtidas mediante gravação de conversa informal do indiciado com
policiais, por constituir-se tal prática em “interrogatório sub-reptício”, realizado sem as
formalidades legais do interrogatório no inquérito policial e sem que o indiciado seja advertido do
seu direito ao silêncio.
4) São ilícitasas provas obtidas mediante confissão durante prisão ilegal. Ora, se a prisão foi ilegal,
todas as provas obtidas a partir dela também o serão.
5) É lícitaa prova obtida mediante gravação telefônica feita por um dos interlocutores sem a
autorização judicial, caso haja investida criminosa daquele que desconhece que a gravação está
sendo feita. Nessa situação, tem-se a legítima defesa.
6) É lícitaa prova obtida por gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, sem
conhecimento do outro, quando ausente causa legal de sigilo ou de
reserva da conversação.
7) É lícitaa prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem o
conhecimento do outro.
Uma prova ilícita contamina todas as outras que dela derivam. (Fruto da árvore envenenada)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Da presunção de inocência, deriva a obrigatoriedade de que o ônus da prova da prática de um crime
seja sempre do acusador. A jurisprudência do STF considera que as prisões cautelares (prisão
preventiva, prisão em flagrante e prisão temporária) são compatíveis com o princípio da presunção
de inocência. Assim, é plenamente possível, no ordenamento jurídico brasileiro, que alguém seja
preso antes de sentença penal condenatória transitada em julgado.
Em novembro de 2019, o STF adotou importantíssima decisão relacionada ao princípio da presunção
de inocência, mudando sua jurisprudência sobre o tema. Nos últimos anos, o STF vinha admitindo
que, após uma decisão condenatória em segunda instância, já seria possível a execução provisória da
pena. Em outras palavras, após decisão de segunda instância (acórdão penal condenatório), já
poderia ser determinada prisão do condenado, ainda que cabíveis recurso especial (para o STJ) e
recurso extraordinário (para o STF).

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recurso extraordinário (para o STF).
Foi com base nesse entendimento, inclusive, que foi determinada a prisão do ex-Presidente Lula,
após decisão condenatória do TRF 4ª Região, antes do trânsito em julgado.
“A execução provisória da sentença penal condenatória revela-se frontalmente incompatívelcom o
direito fundamental do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha o trânsito em julgado
de sua condenação criminal” (ADC 43, 44 e 45)
(Polícia Civil-CE - 2015) Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória, salvo o preso em flagrante delito.
Comentários:
Pegadinha! Mesmo aquele que for preso em flagrante delito somente poderá ser considerado
culpado após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Questão errada.

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei; Norma de Eficácia Contida.
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
A compreensão desse inciso é bastante simples. A regra é a publicidade dos atos processuais. A
exceção é a restrição a essa publicidade, que só poderá ser feita por lei e em 2 (duas hipóteses):
defesa da intimidade ou interesse social.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei; (neste caso é dispensada a ordem judicial.
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
com ou sem fiança;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
Súmula Vinculante 11
“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada
a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.”
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; Memorizar!
Se levarmos em conta apenas o texto da Constituição, iremos concluir que o depositário infiel
também pode ser preso. No entanto, o entendimento atual do STF é o de que a única prisão civil
por dívida admitida no ordenamento jurídico brasileiro é a resultante do inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Eficácia Contida
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Não pode o “habeas corpus”, contudo, ser impetrado em favor de pessoa jurídica. Somente as
pessoas físicas (os seres humanos) podem ser pacientes de “habeas corpus”.
Outra característica importante: não há necessidade de advogado para impetração dessa ação.
“O habeas corpus é medida idônea para impugnar decisão judicial que autoriza a quebra de sigilos fiscal e bancário em procedimento criminal, haja
vista a possibilidade destes resultarem em constrangimento à liberdade do investigado” (AI573623 QO/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 31.10.2006).

(PGM-Fortaleza – 2017)Pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus.


Comentários:
O “habeas corpus” pode, sim, ser impetrado por qualquer pessoa jurídica, nacional ou estrangeira. A

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O “habeas corpus” pode, sim, ser impetrado por qualquer pessoa jurídica, nacional ou estrangeira. A
pessoa jurídica, entretanto, não pode ser paciente dessa ação, uma vez que não possui direito de
locomoção a ser protegido. Questão correta.

LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado
por “habeas corpus” ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
O mandado de segurança é ação judicial, de rito sumário especial, própria para proteger direito
líquido e certo de pessoa física ou jurídica, não protegido por “habeas corpus” ou “habeas data”,
que tenha sido violado por ato de autoridade ou de agente de pessoa privada no exercício de
atribuição do Poder Público.
Outra característica importante é que o mandado de segurança tem natureza civil, e é cabível
contra o chamado “ato de autoridade”, ou seja, contra ações ou omissões do Poder Público e de
particulares no exercício de função pública (como o diretor de uma universidade, por exemplo).
Destaque-se que, mesmo sendo ação de natureza civil, o mandado de segurança poderá ser usado
em processos penais.
Há um prazo para a impetração do mandado de segurança: 120 (cento e vinte) dias a partir da data
em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado (publicação desse ato na
imprensa oficial, por exemplo). Segundo o STF, esse prazo é decadencial(perde-se o direito ao
mandado de segurança depois desse tempo), não passível de suspensão ou interrupção.
Vejamos, agora, as situações em que é incabível o mandado de segurança.
a) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo;
b) Não cabe mandado de segurança contra ato administrativo do qual caiba recurso com efeito
suspensivo.
c) Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado;
d) Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, exceto se produtora de efeitos concretos;
e) Não cabe mandado de segurança contra ato de natureza jurisdicional, salvo situação de absoluta
excepcionalidade, quando a decisão for equivocada, seja por manifesta ilegalidade, seja por abuso
de poder; ( o mandado de segurança não pode ser usado como sucedâneo recursal. Isso porque,
havendo possibilidade de recurso ou correição, a ação não pode ser cabível, por ter caráter residual.)
f) Não cabe mandado de segurança contra decisões jurisdicionais do STF, inclusive as proferidas por
qualquer de seus Ministros, salvo situações excepcionais;
Por fim, vale destacar que, no processo de mandado de segurança, não há condenação ao
pagamento dos honorários advocatícios (ônus de sucumbência). Isso quer dizer que se o
impetrante (o requerente) for derrotado, não será condenado a pagar as despesas com advogado
da outra parte.

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
No mandado de segurança coletivo, aplica-se esse instituto. O interesse invocado pertence a uma
categoria, mas quem é parte do processo é o impetrante (partido político, por exemplo), que não
precisa de autorização expressa dos titulares do direito para agir.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
O mandado de injunção foi disciplinado pela Lei nº 13.300/2016. Trata-se de um remédio
constitucional disponível para qualquer pessoa (física ou jurídica) prejudicada pela falta de norma
regulamentadora. Essa ação é cabível não só para omissões de caráter absoluto ou total como
também para as omissões de caráter parcial.
Um dos aspectos mais relevantes sobre o mandado de injunção é entender qual a eficácia da
decisão. No que se refere ao tema, duas teses jurídicas relevantes foram construídas pela doutrina: a
não concretista e a concretista.
A corrente não concretistaentende que cabe ao Poder Judiciário apenas reconhecer a inércia do
Poder Público e dar ciência de sua decisão ao órgão competente para que este edite a norma
regulamentadora. Essa posição era a seguida pelo STF, mas hoje adota-se a corrente concretista.

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regulamentadora. Essa posição era a seguida pelo STF, mas hoje adota-se a corrente concretista.
A corrente concretista, por sua vez, determina que sempre que estiverem presentes os requisitos
exigidos constitucionalmente para o mandado de injunção, o Judiciário deverá não só reconhecer a
omissão legislativa, mas também possibilitar a efetiva concretização do direito. (adotada pelo STF)
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
O habeas data é remédio constitucional de natureza civil e rito sumário. O habeas data poderá ser
ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica, brasileira ou estrangeira. Trata-se
de ação personalíssima, que não poderá ser usada para garantir acesso a informações de terceiros.
O “habeas data” não pode ser usado para que se tenha acesso a banco de dados de caráter
privado.
É imprescindível a assistência advocatícia para que essa ação seja impetrada (ao contrário do
“habeas corpus”, que dispensa advogado).
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

“Quem pode impetrar essa ação?”


Boa pergunta! Esta é uma das pegadinhas mais famosas nos concursos, envolvendo a ação popular:
só pode impetrar a ação o cidadão, pessoa física no gozo de seus direitos civis e políticos. E a ação
pode ser usada de maneira preventiva (quando impetrada antes da prática do ato lesivo ao
patrimônio público) ou repressiva (quando o dano já foi causado).

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença; a responsabilidade do Estado é do tipo objetiva, pois independe de ter
havido dolo ou culpa por parte dos agentes públicos, cuja ação foi imputada ao Estado.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha
manifestado adesão.

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