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ESCOLA POLITÉCNICA
Rio de Janeiro
Março de 2014
PROJETO DE UMA CORTINA ANCORADA PARA
Examinado por:
ii
Leal, Matheus Marques da Silva
Projeto de uma cortina ancorada para estabilizar um
muro de arrimo rompido / Matheus Marques da Silva Leal. –
Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2014.
XIII, 124 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Leonardo De Bona Becker
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso
de Engenharia Civil, 2014.
Referências Bibliográficas: p. 108-111.
iii
Agradecimentos
Aos meus pais, meus ídolos e exemplos, por providenciarem todas as formas de apoio
para que pudesse me manter em outra cidade. Agradeço por depositarem toda sua confiança
em mim e por serem responsáveis diretos por quem eu sou.
Agradeço aos amigos que encontrei na faculdade por todo o companheirismo e todas
as horas de estudo, descontração, conversas edificantes ou não e, acima de tudo, pela alegria
de saber que os levarei para toda a vida. Alexandre Leite, Bruno Pedrosa, Igor Cardoso, Luis
Fernando, Mauro Moura, Nelson Cavalcante, Thiago Sessa, Vitor Colimodio e tantos outros
que tornaram mais fáceis esses anos.
Aos meus irmãos de longa data e um pouco mais distantes, porém sempre presentes,
Pedro, Bernardo e Murilo por serem quem são e estarem, sempre que possível, ao meu lado.
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
Março/2014
v
Abstract of Undergraduate Project presentend to Escola Politécnica/UFRJ as a partial
fulfillment of the requirements for the degree of Engineer.
March/2014
This work presents the development of an anchored wall project for the recovery and
stabilization of a slope failure.
vi
ÍNDICE
1 Introdução ......................................................................................................................... 1
vii
7 Detalhamento da cortina ancorada ............................................................................ 102
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 2.1 - Fatia típica utilizada no método das fatias (adaptado de BISHOP, 1960) ............. 5
Figura 2.2 – Forças atuantes em uma fatia n segundo o método de Bishop (adaptado de
LAMBE & WHITMAN, 1969) .................................................................................................. 7
Figura 2.3 – Forças atuantes em uma fatia n segundo o método de Spencer (adaptado de
LAMBE & WHITMAN, 1969) .................................................................................................. 8
Figura 2.4 – Forças atuantes na massa de solo potencialmente instável segundo o método de
Coulomb (adaptado de LAMBE E WHITMAN, 1969) ............................................................. 9
Figura 2.5 - Configuração em meio homogêneo, sem aquifero, com parede vertical e ruptura
passando pelo pé (GEO-RIO, 2014) ........................................................................................ 10
Figura 2.6 – Polígono de forças atuantes na massa de solo potencialmente instável segundo o
método de Coulomb (adaptado de LAMBE E WHITMAN, 1969) ......................................... 11
Figura 3.1 – Mecanismos potenciais de ruptura (GEO-RIO, 2000)......................................... 14
Figura 3.2 – Muros de gravidade (GEO-RIO, 2000) ............................................................... 14
Figura 3.3 – Configuração de um muro de gabiões (MOLITERNO, 1994) ............................ 15
Figura 3.4 – Exemplo de muro de flexão típico e com contrafortes (adaptado de RANZINI,
1996)......................................................................................................................................... 16
Figura 3.5 – Exemplo de aplicação de grampos no solo .......................................................... 17
Figura 3.6 – Fases de construção de uma estrutura de solo grampeado (adaptado de ............. 18
Figura 3.7 – Cortina ancorada (CARVALHO et al., 1991) ..................................................... 19
Figura 3.8 – Exemplo de cortina ancorada (adaptado de GEO-RIO, 2000) ............................ 20
viii
Figura 3.9 – Componentes de um tirante tipo monobarra típico (www.dywidag.com.br) ...... 21
Figura 3.10 – Elementos de um sistema de ancoragem permanente típica (GEO-RIO, 2000) 21
Figura 3.11 – Emprego de microestacas de suporte na cortina atirantada ............................... 22
Figura 3.12 – Etapas da execução de uma cortina ancorada pelo método descendente
(adaptado de HACHICH et al, 1996) ....................................................................................... 23
Figura 4.1 - Foto de satélite do Cemitério Municipal de Saquarema, tirada em 23/02/2010 .. 25
Figura 4.2 - Indicação da área do cemitério submetida ao deslizamento ................................. 26
Figura 4.3 - Foto frontal após o deslizamento .......................................................................... 27
Figura 4.4 - Foto no nível do cemitério após deslizamento ..................................................... 27
Figura 5.1 - Planta topográfica da situação após limpeza do local .......................................... 30
Figura 5.2 – Sondagem SP-01 .................................................................................................. 32
Figura 5.3 – Sondagem SP-02 .................................................................................................. 33
Figura 5.4 – Sondagem SP-03 .................................................................................................. 34
Figura 5.5 – Sondagem SP-04 .................................................................................................. 35
Figura 5.6 - Perfil geotécnico transversal (SP1 - SP3)............................................................. 37
Figura 5.7 - Perfil geotécnico longitudinal (SP1 - SP2)........................................................... 38
Figura 5.8 - Perfil geotécnico transversal (SP2 - SP4)............................................................. 38
Figura 5.9 – Indicação em planta das seções A, B, C, D e E ................................................... 39
Figura 5.10 - Cemitério em planta com indicação do muro deslizado (foto anterior ao
deslizamento) ........................................................................................................................... 40
Figura 5.11 - Indicação do apoio do muro de contenção sobre um talude (foto anterior ao
deslizamento) ........................................................................................................................... 40
Figura 5.12- Indicação do apoio do muro de contenção sobre um talude em vista frontal (foto
anterior ao deslizamento) ......................................................................................................... 41
Figura 5.13 - Indicação de revestimento em concreto e das fileiras de gavetas ...................... 42
Figura 5.14 - Indicação do muro deslizado e encosta na Seção A ........................................... 43
Figura 5.15 - Indicação do muro deslizado e encosta na Seção E ........................................... 43
Figura 5.16 - Representação da Seção C com a indicação da superfície o terreno (Superfície
S) .............................................................................................................................................. 45
Figura 5.17 - Representação da Seção C com a indicação da superfície de ruptura na
retroanálise (FS=1 para deslizamento por sobre a superfície S) .............................................. 45
Figura 5.18 - Seção B com indicação de nível d'água elevado ................................................ 47
ix
Figura 5.19 - Detalhe do patamar existente na Seção B ........................................................... 48
Figura 5.20 - Análise da Seção B - Busca pela superfície crítica de ruptura ........................... 49
Figura 5.21 – Planta com indicações dos painéis e respectivas seções .................................... 52
Figura 5.22 – Recomendações para espaçamento de ancoragens (GEO-RIO,2000) ............... 53
Figura 5.23 – Vista frontal simplificada do painel P2.............................................................. 54
Figura 5.24 - Vista frontal simplificada do painel P3 .............................................................. 55
Figura 5.25 - Vista frontal simplificada do painel P4 .............................................................. 56
Figura 5.26 - Vista frontal simplificada do painel P1 .............................................................. 57
Figura 5.27 - Vista frontal simplificada do painel P5 .............................................................. 58
Figura 5.28 – Corte da Seção I adotada ................................................................................... 59
Figura 5.29 – Corte da Seção J adotada ................................................................................... 60
Figura 5.30 – Gráfico comparativo (∑T x θ) entre as seções H, I e J ...................................... 64
Figura 5.31 – Resultado da análise de estabilidade da Seção I para carga de trabalho de 240
kN por tirante ........................................................................................................................... 66
Figura 5.32 – Resultado da análise de estabilidade da Seção J para carga de trabalho de 240
kN por tirante ........................................................................................................................... 66
Figura 5.33 - Resultado da análise de estabilidade da Seção J para obtenção de um fator de
segurança FS = 1,5 ................................................................................................................... 67
Figura 5.34 - Comparativo entre os ângulos das superfícies de ruptura dos métodos de
Coulomb e Spencer (Carga de trabalho = 240 kN) .................................................................. 68
Figura 5.35 – Comparativo entre os ângulos das superfícies de ruptura dos métodos de
Coulomb e Spencer (Carga de trabalho = 315 kN) .................................................................. 68
Figura 5.36 – Indicação do peso da massa de solo potencialmente instável para carga de
trabalho de 240 kN. .................................................................................................................. 69
Figura 5.37 - Polígono de forças pelo método de Coulomb, para FS=1,19 ............................. 70
Figura 5.38 – Indicação de forças atuantes na cortina considerando fundação indeslocável . 71
Figura 5.39 – Polígono de forças pelo método de Coulomb, com adição de ∑T.senω para
FS=1,50 .................................................................................................................................... 71
Figura 5.40 – Indicação do posicionamento dos tirantes em relação à estratigrafia do solo ... 74
Figura 5.41 – Correlações empíricas para a resistência ao cisalhamento por unidade de
comprimento em argilas e siltes (BUSTAMANTE & DOIX, 1985) ....................................... 75
x
Figura 5.42 - Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múltiplos (adaptado da
NBR 6118) ............................................................................................................................... 76
Figura 5.43 – Faixas de laje adotadas para o painel P4............................................................ 77
Figura 5.44 – Carregamento atuante na viga horizontal (FTOOLS)........................................ 77
Figura 5.45 – Momentos fletores resultantes na viga horizontal em kNm (FTOOLS) ............ 78
Figura 5.46 – Momentos fletores em kNm/m atuantes nas faixas horizontais ........................ 78
Figura 5.47 - Carregamento atuante na viga horizontal (FTOOLS) ........................................ 79
Figura 5.48 - Momentos fletores resultantes na viga vertical em kNm (FTOOLS) ................. 80
Figura 5.49 - Momentos fletores em kNm/m atuantes nas faixas verticais ............................. 81
Figura 5.50 – Indicação do encaixe do tirante com a placa de ancoragem de furo cônico (FC)
(www.dywidag.com.br)............................................................................................................ 82
Figura 5.51 – Geometria e carregamento utilizados para a análise por método de elementos
finitos (SAFE 12.0.0) ............................................................................................................... 83
Figura 5.52 – Resultado da análise de deslocamentos por método de elementos finitos (SAFE
12.0.0)....................................................................................................................................... 83
Figura 5.53 - Resultado da análise de momentos no eixo horizontal por método de elementos
finitos (SAFE 12.0.0) ............................................................................................................... 84
Figura 5.54 - Resultado da análise de momentos no eixo vertical por método de elementos
finitos (SAFE 12.0.0) ............................................................................................................... 85
Figura 5.55 – Comparativo para momentos fletores (em kNm/m) atuantes nas faixas
horizontais entre o método descrito na NBR 6118 e o método de elementos finitos .............. 85
Figura 5.56 - Comparativo para momentos fletores (em kNm/m) atuantes nas faixas verticais
entre o método descrito na NBR 6118 e o método de elementos finitos ................................. 86
Figura 5.57 – Vista frontal da geometria utilizada na verificação à punção do concreto (em
mm) .......................................................................................................................................... 92
Figura 5.58 - Vista em corte da geometria utilizada na verificação à punção do concreto ...... 92
Figura 5.59 – Forças atuantes na verificação de carga da fundação ........................................ 96
Figura 5.60 – Cargas atuantes no corpo da fundação da cortina ancorada .............................. 98
Figura 6.1 – Detalhe dos componentes do sistema de drenagem da cortina .......................... 101
Figura 6.2 – Locação típica dos barbacãs para os paneis da cortina ancorada ...................... 101
Figura 7.1 - Seção típica da estrutura principal da cortina ancorada (unidades em cm) ........ 102
Figura 7.2 – Vista frontal da estrutura do painel P2............................................................... 103
xi
Figura 7.3 – Vista frontal da estrutura do painel P3............................................................... 104
Figura 7.4 – Vista frontal da estrutura do painel P4............................................................... 105
Figura A.1 – Configuração do terreno pós ruptura – Seção A ............................................... 112
Figura A.2 – Configuração do terreno pós ruptura – Seção B ............................................... 113
Figura A.3 – Configuração do terreno pós ruptura – Seção C ............................................... 113
Figura A.4 – Configuração do terreno pós ruptura – Seção D ............................................... 114
Figura A.5 – Configuração do terreno pós ruptura – Seção E ............................................... 114
Figura A.6 – Configuração do terreno pré ruptura – Seção A ............................................... 115
Figura A.7 – Configuração do terreno pré ruptura – Seção B................................................ 115
Figura A.8 – Configuração do terreno pré ruptura – Seção C................................................ 116
Figura A.9 – Configuração do terreno pré ruptura – Seção D ............................................... 116
Figura A.10 – Configuração do terreno pré ruptura – Seção E .............................................. 117
Figura A.11 – Resultado da retroanálise – Seção A ............................................................... 118
Figura A.12 – Resultado da retroanálise – Seção B ............................................................... 119
Figura A.13 – Resultado da retroanálise – Seção C ............................................................... 119
Figura A.14 – Resultado da retroanálise – Seção D ............................................................... 120
Figura A.15 - – Resultado da retroanálise – Seção E ............................................................. 120
Figura A.16 – Locação das microestacas do painel P2 .......................................................... 121
Figura A.17 - Locação das microestacas do painel P3 ........................................................... 122
Figura A.18 - Locação das microestacas do painel P4 ........................................................... 123
Figura A.19 – Características de diferentes tipos e fornecedores de tirantes (SOLOTRAT) 124
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 – Incógnitas do método das fatias (adaptado de BISHOP, 1960) ............................ 6
Tabela 2.2 – Equações para o equilíbrio estático do método das fatias (BISHOP, 1960) ......... 6
Tabela 5.1 - Estados de compacidade e de consistência segundo a norma NBR 6484 ............ 37
Tabela 5.2 - Valores adotados para os parâmetros de resistência do solo ............................... 44
Tabela 5.3 - Fatores de segurança obtidos na retroanálise ....................................................... 46
Tabela 5.4 – Fatores de segurança mínimos do projeto de estabilidade .................................. 61
Tabela 5.5 – Dados para análise pelo método de Coulomb através de planilha eletrônica
desenvolvida para a Seção J ..................................................................................................... 61
xii
Tabela 5.6 – Resultados da análise pelo método de Coulomb através de planilha eletrônica
desenvolvida para a Seção J ..................................................................................................... 62
Tabela 5.7 – Características de tirantes para diferentes diâmetros (www.dywidag.com.br) ... 65
Tabela 5.8 – Cargas de trabalho de tirantes para diferentes diâmetros (www.dywidag.com.br)
.................................................................................................................................................. 65
Tabela 5.9 – Coeficientes de majoração β para diferentes tipos de solo (MORE, 2003) ........ 73
Tabela 5.10 – Dimensões típicas dos componentes do sistema de protensão
(www.dywidag.com.br)............................................................................................................ 82
Tabela 5.11 – Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento nominal
.................................................................................................................................................. 87
Tabela 5.12 – Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas (NBR 6118) ........................ 88
Tabela 5.13 – Valores de pressão básica para diferentes classes de solo (NBR 6122) ............ 97
xiii
1 Introdução
Tomando como base o material fornecido pela empresa, pretende-se, com este
trabalho, projetar e dimensionar uma cortina ancorada como estrutura de contenção para a
região afetada.
1
Os parâmetros de resistência do solo local são estudados através dos dados de
sondagem e topografia do terreno após a ruptura, aliados a uma retroanálise da situação pré-
ruptura.
2
2 Métodos de análise de estabilidade de taludes
As análises de estabilidade de taludes podem ser dar, principalmente, por duas formas.
A primeira abordagem é através da consideração de tensões totais, com aplicação para solos
sob carregamento rápido sem que haja tempo para dissipação de poro-pressão e, por
consequência, solos em condição não-drenada. Outra abordagem seria através da
consideração de tensões efetivas, para as quais se consideram carregamentos a longo prazo,
suficiente para que ocorra dissipação do excesso de poro-pressão, prevalecendo a condição
drenada do solo.
O método de análise por equilíbrio limite ainda é, de longe, o mais utilizado por
engenheiros de todo o mundo. Isso se deve à vasta experiência adquirida ao longo dos anos de
aplicação do método nas análises de estabilidade.
(1)
Onde:
3
(2)
Como observado na figura 2.1, cada fatia está sujeita a um sistema de forças aplicadas
em suas faces, assim como seu próprio peso.
4
Figura 2.1 - Fatia típica utilizada no método das fatias (adaptado de BISHOP, 1960)
Onde:
Ei e Ei+1 são as componentes horizontais das forças resultantes de interação entre as fatias;
Xi e Xi+1 são as componentes tangenciais às laterais da fatia das forças resultantes de interação
entre as fatias.
5
Através de um exame simples das incógnitas presentes no problema, observa-se que se
trata de um problema estaticamente indeterminado, uma vez que há mais incógnitas (5n-2) do
que soluções (3n) (Tabela 2.1 e Tabela 2.2).
Tabela 2.2 – Equações para o equilíbrio estático do método das fatias (BISHOP, 1960)
6
2.1.2 Método de Bishop (1955)
O método de Bishop faz uso do método das fatias e adota a hipótese simplificadora de
que a resultante de forças geradas pela interação entre as fatias nas laterais das mesmas (Qi e
Qi+1), só possui componente horizontal.
Figura 2.2 – Forças atuantes em uma fatia n segundo o método de Bishop (adaptado de
LAMBE & WHITMAN, 1969)
Para tanto, o fator de segurança FS para o método de Bishop pode ser escrito:
{[ ( ) ] } (3)
θ θ
( ) (4)
7
2.1.3 Método de Spencer
O método se diferencia, também, por ser um método rigoroso, pois satisfaz as três
equações de equilíbrio da estática (forças e momentos). Além disso, pode ser aplicado para
análises que considerem qualquer formato para a superfície de ruptura
Figura 2.3 – Forças atuantes em uma fatia n segundo o método de Spencer (adaptado de
LAMBE & WHITMAN, 1969)
8
2.2 Método de Coulomb
O método de Coulomb (1776) apud Terzaghi & Peck (1967) admite como premissa
que a superfície de ruptura é planar e passa pelo pé do talude e admite o equilíbrio de um
sistema de forças aplicadas à massa de solo potencialmente instável, no caso, uma cunha. Este
método é razoavelmente acurado para taludes com face vertical ou quase vertical (Figura 2.4).
O método também pode ser empregado para a determinação do somatório das cargas nas
ancoragens (∑T).
Figura 2.4 – Forças atuantes na massa de solo potencialmente instável segundo o método de
Coulomb (adaptado de LAMBE E WHITMAN, 1969)
Onde:
ϕ m é o ângulo de atrito interno do solo mobilizado dado por ϕ m = arctg (tgϕ/ FS);
9
Ea é a resultante das forças externas atuantes na face do talude (reação ao empuxo ativo);
Este método foi inicialmente proposto para a determinação de empuxos de terra contra
muros de arrimo. Para esses casos, com ausência de forças externas aplicadas ao talude, a
superfície de ruptura planar pode ter seu ângulo θcr estimado por:
(5)
Figura 2.5 - Configuração em meio homogêneo, sem aquifero, com parede vertical e ruptura
passando pelo pé (GEO-RIO, 2014)
Para a definição do valor de θcr deve ser executada uma análise iterativa testando-se
valores diferentes de esforços externos ∑T com o objetivo de que se atinja o equilíbrio do
sistema de forças.
10
Figura 2.6 – Polígono de forças atuantes na massa de solo potencialmente instável segundo o
método de Coulomb (adaptado de LAMBE E WHITMAN, 1969)
A análise por esta alternativa pode ser feita de duas formas: análise gráfica iterativa
para diferentes valores de θcr, ou a análise analítica iterativa. A análise analítica iterativa parte
da imposição de um valor desejado de fator de segurança, a partir do qual determinam-se cm e
ϕ m. A seguir determinam-se os esforços externos ∑T correspondentes a diferentes valores de
θ. A solução do problema é o maior valor encontrado para ∑T, que corresponderá ao θcr.
∑Fh=0
[ ( )]
( )
( )
11
∑Fv=0
[ ( )]
Substituindo em (5):
( )
( )
( )
( ) ( )
Adotando = A:
(θ ) [ θ (θ ) θ]
( )
(θ )
12
3 Obras de contenção
Obras de contenção são estruturas de reforço de uma massa de solo ou maciço que
possua, de alguma forma, tendência a se instabilizar ou que seja trabalhada pelo homem para
adquirir forma instável.
Dentre os diversos tipos de estrutura de contenção existentes, três serão abordados neste
trabalho por serem os mais indicados para a recuperação do local em estudo. São elas: muros
de arrimo, solo grampeado e cortina ancorada.
São estruturas longilíneas de contenção vertical ou quase vertical cujo peso próprio ou
resistência à flexão opõe-se ao empuxo horizontal do solo. Podem ser em concreto, alvenaria,
gabiões, solo-cimento e até mesmo pneus.
13
Figura 3.1 – Mecanismos potenciais de ruptura (GEO-RIO, 2000)
14
3.1.2 Muros de gabiões
Assim como os demais muros de gravidade, os muros de gabiões resistem aos esforços
do solo devido a seu peso elevado.
15
3.1.3 Muros de concreto armado (flexão)
Estruturas mais esbeltas do que as citadas acima, os muros de concreto armado têm a
função de resistir aos empuxos contando com, seu peso próprio e o peso da porção de solo
apoiada sobre a base de sua seção.
A face vertical, armada, trabalha à flexão e pode ser enrijecida através da previsão de
contrafortes. A Figura 3.4 mostra um exemplo de muro de flexão com e sem a execução de
contrafortes.
Figura 3.4 – Exemplo de muro de flexão típico e com contrafortes (adaptado de RANZINI,
1996)
Outro reforço do muro de flexão para melhoria da estabilidade que pode ser
empregado nessa estrutura é a aplicação de ancoragens em sua base.
Seu custo torna-se elevado para alturas acima de 4 metros devido ao material
empregado (GERSCOVICH, 2009).
16
3.2 Solo grampeado
A técnica de grampeamento do solo pode ser aplicada como método estabilizante tanto
em terrenos naturais como em encostas escavadas.
Os grampos agem de forma passiva, ou seja, não são pré-tensionados. Dessa forma, o
acréscimo de resistência pela aplicação dos grampos só é mobilizada quando há certo
deslocamento da massa de solo. Além disso, o grampo transfere tensões para o solo ao longo
de todo seu comprimento e a aplicação dos grampos pode ser feita acompanhando a geometria
natural do terreno, reduzindo-se escavações.
17
A figura 3.6 demonstra o método executivo de um talude em solo grampeado.
18
Figura 3.7 – Cortina ancorada (CARVALHO et al., 1991)
19
concreto armado varia em geral entre 20 e 40 cm dependendo das cargas nos tirantes e do
espaçamento entre eles.
Os tirantes em uma cortina ancorada são ativos, ou seja, mantêm-se sob carga
permanente devido à protensão realizada durante sua execução. Subsequente à protensão é
feita a fixação do tirante à estrutura de reação (www.solotrat.com.br). Os tipos de tirantes
disponíveis no mercado brasileiro e suas respectivas características estão indicados no
ANEXO V.
A grande maioria dos tirantes de obras atuais é feita de aço, seja na forma de
cordoalhas, monobarras, fios ou tubos vazados. A cabeça do tirante é apoiada na estrutura
através de diversos componentes de fixação, tais como porca, placa de ancoragem e cunha de
grau (para placas de ancoragem sem furo em formato de cone). No caso do tirante do tipo
monobarra, seu comprimento usual máximo é de 12 metros e, para tirantes com comprimento
previsto maior deve ser utilizada luva de emenda (Figura 3.9) entre as partes
(www.dywidag.com.br).
20
Figura 3.9 – Componentes de um tirante tipo monobarra típico (www.dywidag.com.br)
21
Cortinas atirantadas apoiadas em microestacas
22
Figura 3.12 – Etapas da execução de uma cortina ancorada pelo método descendente
(adaptado de HACHICH et al, 1996)
Nos casos em que a cortina ancorada deverá suportar um aterro, a mesma é executada
através do chamado método ascendente.
23
Devem ser executados ensaios de carga e incorporação na primeira linha de
ancoragens, protendendo-os;
Repetição das etapas anteriores até o nível final;
Proteção das cabeças de ancoragem.
24
4 Descrição do caso
No dia 6 de abril de 2010, após fortes chuvas na Região dos Lagos no estado do Rio
de Janeiro, ocorreu a ruptura do muro de contenção do Cemitério Municipal de Saquarema
localizado nos fundos da Igreja Nossa Senhora de Nazareth. A encosta na qual se localizava a
construção deslizou levando consigo, além do muro de contenção, 110 gavetas presentes na
região do cemitério. A Figura 4.1 representa a foto de satélite do local em data anterior ao
escorregamento.
25
Figura 4.2 - Indicação da área do cemitério submetida ao deslizamento
A figura 4.3 apresenta uma vista frontal do cemitério logo após o escorregamento, assim
como a figura 4.4 mostra a foto tirada ao nível do terrapleno do cemitério após os
deslizamento.
26
Figura 4.3 - Foto frontal após o deslizamento
27
5 Dimensionamento da cortina ancorada
28
Constatou-se que o terreno deslizado possui cerca de 30 metros de extensão com altura
variável máxima de aproximadamente 9 metros, estando a crista do talude a uma cota de
+60,0 metros em relação ao nível do mar.
29
Figura 5.1 - Planta topográfica da situação após limpeza do local
30
5.1.2 Sondagens à percussão realizadas
A planta topográfica constante no item 5.1.1 indica a locação dos furos de sondagem.
31
Figura 5.2 – Sondagem SP-01
32
Figura 5.3 – Sondagem SP-02
33
Figura 5.4 – Sondagem SP-03
34
Figura 5.5 – Sondagem SP-04
35
5.2 Definição dos parâmetros do solo
Na estimativa dos parâmetros do solo foram adotados valores típicos para os solos do
local baseados em resultados de ensaios SPT, aliados a estudos de retroanálises do terreno
anterior ao deslizamento catastrófico.
Após a ruptura, para melhor compreensão do solo do local, foram realizadas
investigações geotécnicas do solo através de ensaios de sondagem SPT. Os ensaios foram
executados em partes diferentes do terreno e resultaram nas seguintes sondagens: SP1
localizada na crista da parte sul do talude pós-ruptura, SP2 localizada na crista da parte norte
do talude, SP3 localizada próximo ao pé da parte sul do talude e SP4 próxima ao pé da parte
norte do talude. As sondagens foram indicadas nos boletins das figuras 5.2 a 5.5.
Não se tem informações exatas de como era a cobertura superficial do solo na crista do
talude, porém, observando a Figura 5.13, acredita-se que boa parte do terreno estava
impermeabilizada por piso cimentado e, segundo dados da topografia, a cota relativa inferior
do piso era de +60,00 metros.
A partir da representação topográfica das curvas de nível e dos dados do solo obtidos
pelas sondagens, foram traçados três perfis geotécnicos com o intuito de que fosse facilitada a
visualização da configuração do subsolo: Perfil Transversal SP1-SP3, Perfil Longitudinal
SP1-SP2 e Perfil Transversal SP2-SP4 indicados nas Figuras 5.6, 5.7 e 5.8, respectivamente.
A classificação quanto aos estados de compacidade dos solos granulares e consistência dos
solos finos foi feita seguindo recomendação do Anexo A da norma da NBR 6484 indicada na
tabela 5.1.
36
Tabela 5.1 - Estados de compacidade e de consistência segundo a norma NBR 6484
37
Figura 5.7 - Perfil geotécnico longitudinal (SP1 - SP2)
38
Foram escolhidas cinco seções em posições diferentes ao longo da face do talude para
que fossem estudadas diferentes configurações de geometria e de solo: seções A, B, C, D e E
indicadas em planta na figura 5.9.
Essas seções são uma tentativa de representação da realidade do talude, uma vez que
são resultado da união entre a topografia do terreno e a representação do solo local. Deve-se
frisar, todavia, que devido à distância entre as sondagens, as seções intermediárias a elas são
apenas estimativas da real configuração do solo.
Posteriormente, foi estimada a posição geométrica do muro existente antes de sua
ruptura. Esse dado não pôde ser verificado com exatidão, pois não havia sido levantado antes
da ruptura. Para a locação do muro foram utilizadas imagens datadas do início do ano de 2010
(e, consequentemente, anteriores ao deslizamento) obtidas através do programa Google Earth
além de fotos tiradas da internet de antes e depois do ocorrido.
O que se percebeu é que o muro no qual se deu o deslizamento era composto de três
segmentos principais em planta e sua base foi apoiada sobre o talude, conforme figuras 5.10,
5.11 e 5.12, o que poderia ter contribuído para a instabilidade dessa contenção e ser uma das
possíveis causas que levaram à ruptura.
39
Figura 5.10 - Cemitério em planta com indicação do muro deslizado (foto anterior ao
deslizamento)
Figura 5.11 - Indicação do apoio do muro de contenção sobre um talude (foto anterior ao
deslizamento)
40
Figura 5.12- Indicação do apoio do muro de contenção sobre um talude em vista frontal (foto
anterior ao deslizamento)
Vale ainda ressaltar que o deslizamento ocorreu após chuva intensa na região, o que
pode colocar o aumento do grau de saturação do solo como um dos condicionantes para a
situação.
Como citado, a cobertura superficial do solo na crista do talude era composta de piso
cimentado impermeabilizando o terreno. A água pode ter se infiltrado no terreno através de
fendas e falhas no piso, provocando redução da coesão aparente dos solos ou surgimento de
níveis d’água suspensos localizados.
Foram analisadas as fotos anteriores e posteriores ao deslizamento e pôde-se
identificar a área deslizada comparando as posições entre a configuração inicial dos jazigos no
cemitério e as ruínas restantes. Percebe-se que, das cinco fileiras de gavetas, a mais próxima
ao muro foi completamente destruída, as três fileiras intermediárias foram parcialmente
destruídas e somente as gavetas mais distantes do muro ficaram intactas (Figura 5.13).
41
Figura 5.13 - Indicação de revestimento em concreto e das fileiras de gavetas
42
Figura 5.14 - Indicação do muro deslizado e encosta na Seção A
43
O objetivo das retroanálises realizadas no programa SLOPE/W foi de reproduzir as
condições de geometria e as propriedades do solo no momento da ruptura. Nessa situação, o
fator de segurança a ser obtido segundo as condições de equilíbrio limite deve ser igual a 1,00
(como citado no item 2.1 do presente trabalho). Dessa forma, foram buscados geometria
anterior à ruptura e valores para parâmetros de resistência do solo como peso específico,
ângulo de atrito e coesão típicos para o solo em estudo para que se obtivesse um fator de
segurança igual a um em, se possível, todas as seções em análise.
Tomando como base os tipos de solo presentes nas sondagens, foram adotados os
valores a seguir:
44
Figura 5.16 - Representação da Seção C com a indicação da superfície o terreno (Superfície
S)
45
As retroanálises realizadas estão mostradas no ANEXO III e os valores dos fatores de
segurança obtidos para cada seção foram:
Seção FS
A 0,994
B 1,308
C 1,032
D 1,006
E 1,006
Pode-se dizer, analisando os resultados acima, que os fatores de segurança obtidos são
satisfatórios para as seções A, C, D e E. As análises dessas seções resultaram em fatores de
segurança próximos de um, representando, então, as situações estimadas de ruptura. Dessa
forma, pode-se dizer que os parâmetros estão condizentes aos existentes em campo, levando
em consideração que as superfícies de ruptura tiveram a mesma geometria fornecida pelo
estudo topográfico pós-ruptura.
Entretanto, para a seção B, foi observado um fator de segurança maior que o esperado
(FS=1,308) e insuficiente para configurar a instabilidade dessa área. Apesar disso, podem-se
tomar algumas hipóteses em relação à estabilidade dessa seção. Uma delas é que o
deslocamento na ruptura da massa de solo de áreas adjacentes representadas, por exemplo,
pelas seções A e C, pode ter proporcionado à instabilidade desse trecho.
Outra configuração possível é a existência de uma camada de solo menos resistente a
qual não foi observada nos perfis geotécnicos neste trabalho, uma vez que a distância entre as
sondagens realizadas é relativamente grande (23,1 metros entre as sondagens SP1 e SP3) e
pode levar à incerteza da configuração do solo em seções intermediárias.
Outra possibilidade é a de ter havido um acúmulo de água da chuva na região
elevando o nível d’água em um ponto específico. Tem-se conhecimento que o deslizamento
ocorreu após chuva intensa. Sendo assim, como citado anteriormente, pode ter ocorrido o
surgimento de nível d’água elevado localizado nas proximidades da seção B. Esse fenômeno
pode ser justificado pela presença de uma camada de argila siltosa arenosa abaixo de camadas
de silte arenoso e aterro. A baixa permeabilidade da argila possivelmente impediria a
46
percolação vertical da água com velocidade suficiente para que se evitasse o acúmulo de água
nas camadas superiores. Dessa forma, foi realizada uma análise da seção B introduzindo um
nível d’água atuante nas camadas de solo acima da argila e suficientemente alto para que se
chegasse ao esperado fator de segurança igual a um como visto na figura 5.18.
47
Figura 5.19 - Detalhe do patamar existente na Seção B
Esse patamar pode ter sido, de certa forma, trabalhado pelo homem na fase de
remoção dos escombros e isso pode ser evidenciado pela presença de uma escada construída
próximo à seção B.
Para entender qual seria o comportamento esperado na ruptura nesta retroanálise,
foram feitas análises no programa SLOPE/W de forma que este fizesse uma busca da
superfície crítica de ruptura sem que se assumisse a geometria obtida pelo levantamento
topográfico como sendo a superfície de ruptura. O resultado da análise da seção B está
mostrado a seguir na figura 5.20.
48
Figura 5.20 - Análise da Seção B - Busca pela superfície crítica de ruptura
49
Pode-se, apesar da estimativa errônea das superfícies de ruptura, tirar pontos positivos
das retroanálises realizadas. As superfícies potenciais de ruptura obtidas através das análises
sem restrição de geometria têm fatores de segurança menores do que um. Portanto, para que
se chegasse a um fator de segurança igual a um, e consequentemente configurando as
condições de ruptura no momento da ruptura, os parâmetros do solo deveriam ser estimados
de forma a resultarem em uma configuração mais resistente do talude.
Chega-se a conclusão que a estimativa dos parâmetros do solo apresentados na tabela
5.2 indica valores subestimados dos mesmos. Dessa forma, a adoção dos valores dos
parâmetros do solo da tabela 5.2 infere que se façam análises a favor da segurança,
subestimando a estabilidade do talude.
O autor deste trabalho entende que, para fins de pesquisa e conhecimento da real
estrutura do solo da região, essa configuração dos parâmetros é desvantajosa
economicamente. Porém, como o objetivo desta fase do trabalho é a obtenção de fatores
confiáveis para a elaboração de um projeto de contenção, pode-se considerar satisfatório o uso
desses parâmetros para o solo local.
50
sua fundação sobrecarregada (apesar de permitir a recuperação da geometria do terreno
anterior através de reaterro).
O solo deve ser compactado em camadas de 10 cm, podendo ser adotadas camadas de
20 cm, no máximo, quando a compactação é feita com sapos mecânicos;
A compactação deve atingir 90% do ensaio Proctor Normal, sendo elevada para 95%
em aterros de solo predominantemente arenoso;
De forma a se definirem a umidade ótima e densidade máxima do material do reaterro,
devem ser feitos ensaios de compactação do mesmo;
A qualidade do aterro será controlada por determinações in situ da massa específica e
da umidade do aterro compactado;
O material adotado para reaterro no presente trabalho será um solo local para o qual se
estimam os seguintes parâmetros:
Peso específico γ → 18 kN/m³
Ângulo de atrito ϕ → 30º
Coesão c → 5 kPa
51
Os tirantes utilizados neste projeto serão do tipo monobarra com tensão de escoamento
de 85 MPa aplicados com inclinação de 20º com a horizontal e diâmetro e carga de trabalho a
serem definidos ao longo do dimensionamento desenvolvido posteriormente neste trabalho.
Como recurso para o fechamento e apoio da estrutura principal, foram projetados dois
painéis secundários: P1 (ortogonal ao painel P2) e P5 (ortogonal ao painel P4), vistos em
planta na figura 5.21.
A cota de topo para toda a extensão da cortina, tomando como base os dados
topográficos, será de +60,00 m.
52
Como visto em planta, a menor cota de assentamento da estrutura será de +51,50 m,
representado 8,5 metros de altura máxima de cortina.
53
Cada um dos painéis do projeto desenvolvido neste trabalho está detalhado a seguir:
o Estrutura Principal:
Painel P2
Inicialmente constituída dos painéis P2 e P3, a estrutura foi dividida devido às grandes
dimensões. Dessa forma, P2 e P3 possuem como características compartilhadas espaçamento
horizontal entre ancoragens igual a 2,50 m e balanços laterais de 1,50 m e 1,00 m.
Com comprimento total de 10,00 m, P2 possui altura variável linear de 5,50 m (cota
+54,50 m) a 6,45 m (cota +53,55 m).
Como seção representativa deste painel para fins de cálculo e dimensionamento, foi
adotada a seção H (Figura 5.23).
54
Painel P3
Com comprimento total de 10,00 m, P3 possui altura variável linear de 6,45 m (cota
+53,55 m) a 7,40 m (cota +52,60 m).
Como seção representativa deste painel para fins de cálculo e dimensionamento, foi
adotada a seção I (Figura 5.24).
Painel P4
Com comprimento total de 11,50 m, P2 possui altura variável linear de 7,40 m (cota
+52,60 m) a 8,50 m (cota +51,50 m).
55
Como seção representativa deste painel para fins de cálculo e dimensionamento, foi
adotada a seção J (Figura 5.25).
Uma vez que o painel P4 possui comprimento diferente dos painéis P2 e P3, o
espaçamento horizontal das ancoragens será de 2,80m e balanços laterais de 1,50 m e 1,60 m.
Os painéis P4 e P3 formam um ângulo de 170º entre si.
56
o Estruturas de Fechamento:
Painel P1
Este painel tem como função servir de fechamento para a estrutura principal
conectando-a à estrutura remanescente do muro antigo M1, herdando mesma direção do
mesmo. No contato com a estrutura antiga, este painel tem 5,10 m de altura, que aumenta até
5,50 m no contato com o painel P2 com um comprimento total de 4,00m (Figura 5.26).
Deve-se ressaltar que o painel P1 terá como apoios principais o painel P2 e os tirantes
locados na figura a seguir, não desempenhando função estabilizante de forma importante
como os painéis componentes da estrutura principal.
57
Painel P5
Este painel tem como função servir de fechamento para a estrutura principal
conectando-a a estrutura remanescente do muro antigo M2, perpendicular ao mesmo. No
contato com a estrutura antiga, este painel tem 2,50 m de altura, que aumenta até 8,50 m no
contato com o painel P4 com um comprimento total de 5,00m (Figura 5.27).
Deve-se ressaltar que o painel P5 terá como apoios principais o painel P4 e os tirantes
locados na figura a seguir, não desempenhando função estabilizante de forma importante
como os painéis componentes da estrutura principal.
58
5.6 Dimensionamento da estrutura de contenção
Como descrita, a cortina ancorada será composta de 5 painéis de alturas variáveis. Para
fins de cálculo, levando em conta a interação entre os tirantes através dos painéis, foram
adotadas as seções H, I e J determinadas no item 5.5.
59
Figura 5.29 – Corte da Seção J adotada
Para uma estimativa inicial das forças de ancoragem necessárias à estabilidade, foi
elaborada uma planilha eletrônica que busca, para um fator de segurança estipulado, o valor
máximo para o somatório de forças aplicadas (∑T em kN/m), assim como o valor de θcr
correspondente a partir da expressão (7). Simultaneamente, foi realizada uma análise
computacional através do programa comercial SLOPE/W.
60
exemplo, em cortinas para contenção de aterros (método ascendente), fundadas em rocha, ou
em cortinas assentes sobre estacas. Nessas condições, o empuxo poderá ser considerado
paralelo ao terrapleno superior (δ = ), ou seja, uma vez que o terrapleno superior é
horizontal, o empuxo será horizontal. Tal consideração será adotada neste trabalho para o
dimensionamento das cargas de ancoragem pelo método de Coulomb.
∑T será a parcela horizontal da força necessária nos tirantes para obtenção do fator de
segurança desejado, podendo ser escrito:
ω ( )
Tabela 5.5 – Dados para análise pelo método de Coulomb através de planilha eletrônica
desenvolvida DE
DIMENSIONAMENTO para a Seção(SEÇÃO
TIRANTES J J)
61
Tabela 5.6 – Resultados da análise pelo método de Coulomb através de planilha eletrônica
desenvolvida para a Seção J
62
11,26 570,23 46 241,2
11,08 550,64 47 244,4
10,90 531,68 48 247,2
10,73 513,31 49 249,6
10,57 495,48 50 251,7
10,42 478,17 51 253,4
10,28 461,34 52 254,7
10,14 444,97 53 255,7
10,01 429,02 54 256,4
9,89 413,47 55 256,7
9,77 398,29 56 256,8
9,66 383,47 57 256,4
9,55 368,98 58 255,8
9,45 354,80 59 254,8
9,35 340,92 60 253,4
9,26 327,31 61 251,7
9,17 313,97 62 249,7
9,09 300,87 63 247,3
9,01 288,00 64 244,5
8,94 275,35 65 241,4
8,87 262,90 66 237,8
8,80 250,65 67 233,8
8,74 238,57 68 229,4
8,68 226,67 69 224,5
8,62 214,92 70 219,2
8,57 203,32 71 213,3
8,52 191,86 72 206,9
8,47 180,53 73 199,9
8,43 169,32 74 192,4
8,39 158,22 75 184,1
8,35 147,23 76 175,2
8,31 136,33 77 165,5
8,28 125,51 78 155,0
8,25 114,78 79 143,6
8,22 104,12 80 131,2
8,20 93,52 81 117,8
8,18 82,99 82 103,2
8,16 72,50 83 87,3
8,14 62,06 84 70,0
8,13 51,66 85 51,2
8,12 41,29 86 30,5
8,11 30,95 87 7,9
8,10 20,62 88 -17,0
8,10 10,31 89 -44,4
257 56
63
Os valores de ∑T mostrados na tabela 5.6 já são os valores corrigidos para a
consideração de empuxo aplicado horizontal, ou seja, são as forças de protensão aplicadas aos
tirantes na direção de sua inclinação ω.
150
125
∑T
100
75
50
25
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
θ (°)
( )
64
( )
Para uma carga de trabalho necessária por tirante de 240 kN buscou-se, em catálogo
(Tabelas 5.7 e 5.8), o modelo mais adequado ao caso.
65
Figura 5.31 – Resultado da análise de estabilidade da Seção I para carga de trabalho de 240
kN por tirante
Figura 5.32 – Resultado da análise de estabilidade da Seção J para carga de trabalho de 240
kN por tirante
66
Os valores de fator de segurança encontrados foram de 1,79 na seção I e 1,19 na seção
J (valor inferior a 1,5).
A seguir, foi determinada a carga de trabalho necessária para obter fator de segurança
1,50 na seção J, obtendo-se 315 kN por tirante, como mostrado na figura 5.33.
Nota-se que a carga de trabalho dos tirantes para que se garanta a estabilidade segundo
a análise pelo método de Spencer é maior do que a esperada pelo desenvolvimento do método
de Coulomb.
A partir de uma estimativa nas inclinações médias das superfícies de ruptura obtidas
pelo método de Spencer para cargas de trabalho de 240 kN e 315 kN por tirante, nota-se que
essas inclinações são iguais, não só entre si, como também é a mesma inclinação de θcr
observada na análise pelo método de Coulomb, igual a 56º, como visto nas figuras 5.34 e
5.35.
67
~56º
Figura 5.34 - Comparativo entre os ângulos das superfícies de ruptura dos métodos de
Coulomb e Spencer (Carga de trabalho = 240 kN)
~56º
Figura 5.35 – Comparativo entre os ângulos das superfícies de ruptura dos métodos de
Coulomb e Spencer (Carga de trabalho = 315 kN)
68
Foi realizada uma análise gráfica do método de Coulomb para que se pudesse
compreender o porquê de haver tamanha diferença de carga de trabalho nos tirantes
dimensionados pelos métodos de Coulomb e Spencer, para obtenção de um mesmo fator de
segurança.
Figura 5.36 – Indicação do peso da massa de solo potencialmente instável para carga de
trabalho de 240 kN.
69
Figura 5.37 - Polígono de forças pelo método de Coulomb, para FS=1,19
Nota-se, pela figura acima, que a força de ancoragem necessária por metro de cortina é
de 257 kN/m.
Entretanto, a tabela 5.6 indica que, para esta força de ancoragem, o fator de segurança
seria igual a 1,50.
70
Figura 5.38 – Indicação de forças atuantes na cortina considerando fundação indeslocável
Sendo assim, pode ser desenvolvido um outro polígono de forças considerando o fator
de segurança igual a 1,50 e incluindo a reação vertical da fundação (Figura 5.39), conforme
segue:
Figura 5.39 – Polígono de forças pelo método de Coulomb, com adição de ∑T.senω para
FS=1,50
71
Nota-se que, para que se obtenha FS=1,50 com carga de trabalho de 257 kN/m, o
polígono deve ser adicionado de um vetor vertical de módulo igual a ∑T.senω = 257sen20º ~
87,9 kN/m.
Cabe ressaltar que quando se considera a contribuição da fundação no equilíbrio de
forças (na análise pelo método de Coulomb), a carga necessária nos tirantes para que se
obtenha um fator de segurança FS = 1,50 é significativamente reduzida.
Sendo assim, de forma a se proceder com o dimensionamento estrutural da cortina a
favor da segurança, será adotada a carga de trabalho de 315 kN/ancoragem (valor obtido
através do método de Spencer). Isto equivaleria a desprezar a contribuição da fundação para a
estabilidade da cunha crítica.
( )
β ( )
Onde:
72
O valor de T utilizado foi o valor relativo à carga máxima aplicada no ensaio de
recebimento Tipo A, de acordo com a NBR 5629, igual 1,75Ft para tirantes permanentes,
sendo Ft igual a 315kN. Dessa forma, T = 1,75 x 315 = 551 kN. O diâmetro de perfuração
teve valor adotado de 15cm e foi considerada reinjeção da calda de cimento.
Tabela 5.9 – Coeficientes de majoração β para diferentes tipos de solo (MORE, 2003)
73
Figura 5.40 – Indicação do posicionamento dos tirantes em relação à estratigrafia do solo
Sendo assim, segundo a tabela 5.9 para o método seguido com a adoção de injeção, o
valor de β será de 2,0.
Dessa forma:
( )
74
Figura 5.41 – Correlações empíricas para a resistência ao cisalhamento por unidade de
comprimento em argilas e siltes (BUSTAMANTE & DOIX, 1985)
Dessa forma:
( )
75
Devido à maior área, maior altura de cortina e maiores espaçamentos entre os tirantes,
foi escolhido, como modelo para este cálculo, o painel P4. Como mostrado anteriormente,
esse painel possui altura média de 7,95 m, comprimento de 11,50 m, espessura de 35 cm e 12
tirantes com carga de trabalho de 315kN a um ângulo de 20º com a horizontal aplicados ao
longo de sua superfície.
( ) ( )
De acordo com a NBR 6118, a distribuição dos momentos em cada direção, segundo
as faixas externas e internas indicadas na figura a seguir, deve ser feita da seguinte maneira:
Figura 5.42 - Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múltiplos (adaptado da
NBR 6118)
Neste estudo, serão adotadas vigas contínuas nas direções horizontal e vertical,
estabelecidas a seguir, apoiadas nos tirantes (Figura 5.43). Essa configuração adota as maiores
76
dimensões do maior painel P4, desconsiderando as variações de altura e posicionamento dos
tirantes.
( )
77
Para essa configuração, os momentos resultantes são:
78
Para a viga vertical, temos:
( )
79
Figura 5.48 - Momentos fletores resultantes na viga vertical em kNm (FTOOLS)
80
Portanto, para a direção vertical, ocorre a seguinte distribuição de momentos em
kNm/m:
É importante ressaltar que o método pelo qual foi feito o desenvolvimento acima tem
como requisito cargas dispostas em filas ortogonais o que não é observado para o estudo em
questão.
81
Figura 5.50 – Indicação do encaixe do tirante com a placa de ancoragem de furo cônico (FC)
(www.dywidag.com.br)
82
Figura 5.51 – Geometria e carregamento utilizados para a análise por método de elementos
finitos (SAFE 12.0.0)
Figura 5.52 – Resultado da análise de deslocamentos por método de elementos finitos (SAFE
12.0.0)
83
Para os valores de momentos resultantes ao longo do eixo horizontal, o momento máximo
negativo observado foi de aproximadamente Mh(-) = -80,7 kNm/m, como indicado na figura a
seguir. Esse valor foi adotado desconsiderando os valores de momento nas placas de
ancoragem. Da mesma forma, o momento máximo positivo observado nos vãos foi de Mh(+)
= 22,8 kNm/m (Figura 5.53).
Figura 5.53 - Resultado da análise de momentos no eixo horizontal por método de elementos
finitos (SAFE 12.0.0)
84
Figura 5.54 - Resultado da análise de momentos no eixo vertical por método de elementos
finitos (SAFE 12.0.0)
Figura 5.55 – Comparativo para momentos fletores (em kNm/m) atuantes nas faixas
horizontais entre o método descrito na NBR 6118 e o método de elementos finitos
85
E, na figura 5.56, para as faixas verticais em kNm/m:
Figura 5.56 - Comparativo para momentos fletores (em kNm/m) atuantes nas faixas verticais
entre o método descrito na NBR 6118 e o método de elementos finitos
Notam-se valores bastante próximos de momentos para as mesmas regiões nos dois
métodos de dimensionamento. A diferença máxima entre os dois métodos é de 20% e uma
diferença média de 11%, notando-se uma tendência do método proposto pela norma de
subestimar os momentos negativos (especialmente nas faixas externas) e superestimar o
momento positivo nas faixas internas.
Por representar de forma mais detalhada a interação estrutural da cortina assim como
sua geometria, os valores utilizados no cálculo da armação serão os obtidos na análise por
método dos elementos finitos.
Como visto na figura 5.55, os momentos fletores de cálculo para a viga horizontal
serão de 22,8 kNm/m e 14,3 kNm/m para a armadura positiva e de -80,7 kNm/m e -26,6
86
kNm/m para armadura negativa. Para a viga vertical os momentos de cálculo serão de 23,9
kNm/m e 14,9 kNm/m para a armadura positiva e de -75,7 kNm/m e -24,3 kNm/m para a
armadura negativa.
De acordo com a NBR 6118, para uma classe de agressividade ambiental IV, contando
com respingos de maré, o cobrimento nominal mínimo para uma laje é de 4,5 cm (Tabela
5.11). O cobrimento utilizado neste trabalho foi de 5,0 cm em uma cortina de 35 cm de
espessura.
Segue, abaixo, o dimensionamento das armaduras como recomendado pela NBR 6118.
De acordo com a NBR 6118, a armadura mínima pode ser obtida por:
í ( )
Os valores para ρmín estão indicados na tabela 5.12. O concreto utilizado na cortina
deverá ter fck = 30 MPa.
87
Tabela 5.12 – Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas (NBR 6118)
( )
√ ( ) √ ( )
( )
( )
( )
( )
88
√ ( ) √ ( )
( )
( )
( )
( )
√ ( ) √ ( )
( )
( )
( )
( )
√ ( ) √ ( )
( )
89
( )
( )
( )
√ ( ) √ ( )
( )
( )
( )
( )
√ ( ) √ ( )
( )
( )
90
( )
( )
√ ( ) √ ( )
( )
( )
( )
( )
√ ( ) √ ( )
( )
( )
( )
91
5.8.2 Verificação do concreto à punção
A ruptura por punção pode ocorrer quando há uma carga concentrada atuante em uma
determinada área relativamente pequena de concreto, assim como a placa de ancoragem de
um tirante que transfere a carga atuante no tirante para a cortina. A punção pode ser definida
como um estado limite último determinado por cisalhamento no entorno da carga
concentrada.
Figura 5.57 – Vista frontal da geometria utilizada na verificação à punção do concreto (em
mm)
92
Onde:
Neste caso, a altura útil d será considerada como a distância entre os eixos das
armaduras positivas e negativas igual a 0,25m, considerando um cobrimento de 0,05m para a
armadura de flexão.
( )
Onde:
O esforço ortogonal à placa gerado por um tirante com carga de trabalho de 315kN e
inclinação de 20º com a horizontal é = 1,4 x 315kN x cos(20º) = 415kN.
Segundo a NBR 6118, essa verificação pode ser feita da seguinte forma:
( )
Onde:
93
- é a resistência de cálculo do concreto à compressão (em MPa);
- ( ).
Dessa forma:
( )
( )
Segundo a NBR 6118, essa verificação pode ser feita da seguinte forma, considerando
casos em que não se faça necessária a armadura de punção:
τ τ ( √ )( ρ ) ( )
Onde:
Dessa forma:
( √ )( )
94
( )
( )
( )
A altura de cortina considerada para o estudo das fundações foi a maior altura
observada entre as seções H, I e J, sendo adotada altura de 8,10m relativa à seção J.
( )
( ) ( )
95
Figura 5.59 – Forças atuantes na verificação de carga da fundação
( )
Por consequência:
( ) ( ) ( )
O solo onde a cortina será assente corresponde a uma areia siltosa compacta a muito
compacta, com valores de N maiores que 40. Dessa forma, segundo a tabela 5.13 indicada na
norma NBR 6122, tem-se como pressão básica para este solo, σo = 400 kPa.
96
Tabela 5.13 – Valores de pressão básica para diferentes classes de solo (NBR 6122)
( )
97
Figura 5.60 – Cargas atuantes no corpo da fundação da cortina ancorada
∑Fv = 0
( )
∑Mo = 0
( )
Substituindo:
( )
( )
98
Verifica-se que o solo não possui capacidade de carga necessária para equilíbrio da
fundação. Portanto, será necessária a execução de microestacas para transferência da carga da
estrutura para o solo.
( )
Onde:
D = diâmetro da microestaca;
( )
( )
As estacas foram posicionadas de forma que houvesse distância mínima de 30cm entre
seus eixos e algum eixo de tirante, conforme recomendado na figura 3.11.
A locação das microestacas está indicada no ANEXO IV.
99
6 Sistema de drenagem
Através dos boletins de sondagem fornecidos, verificou-se que não foi observado
lençol freático até o nível do impenetrável à percussão. Dessa forma, assume-se não serem
necessários drenos profundos, uma vez que não há fluxo no interior do talude ou pressão
d’água atuante contra a estabilidade da cortina.
100
Figura 6.1 – Detalhe dos componentes do sistema de drenagem da cortina
Figura 6.2 – Locação típica dos barbacãs para os paneis da cortina ancorada
101
7 Detalhamento da cortina ancorada
Figura 7.1 - Seção típica da estrutura principal da cortina ancorada (unidades em cm)
102
Figura 7.2 – Vista frontal da estrutura do painel P2
103
Figura 7.3 – Vista frontal da estrutura do painel P3
104
Figura 7.4 – Vista frontal da estrutura do painel P4
105
8 Conclusões
O cálculo das cargas de trabalho das ancoragens pelo método de Coulomb baseou-se
nas hipóteses de que fundação da estrutura é capaz de equilibrar a componente vertical das
cargas das ancoragens, e que o empuxo de solo é horizontal. Desta forma, ocorreu uma
redução da carga de trabalho das ancoragens, devido à reação da fundação. Quando se
introduziu estas cargas de trabalho na análise pelo método de Spencer, foi observada uma
significativa diferença no fator de segurança obtido. Isto ocorre pois a análise pelo método de
Spencer desconsidera a reação da fundação que havia sido considerada no método de
Coulomb. Entretanto, ao aplicar o método de Coulomb sem esta reação, o resultado foi muito
semelhante ao do método de Spencer.
106
entretanto, por representar melhor a geometria da cortina com sua altura variável, o
dimensionamento estrutural foi realizado a partir dos momentos fletores obtidos pelo
programa.
O autor deste trabalho sugere, para futuras pesquisas, um estudo paramétrico através
de métodos numéricos para investigar a mobilização da fundação em sapata e seu efeito na
carga de trabalho necessária das ancoragens.
107
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110
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111
Anexos
ANEXO I
112
Figura A.2 – Configuração do terreno pós ruptura – Seção B
113
Figura A.4 – Configuração do terreno pós ruptura – Seção D
114
ANEXO II
115
Figura A.8 – Configuração do terreno pré ruptura – Seção C
116
Figura A.10 – Configuração do terreno pré ruptura – Seção E
117
ANEXO III
118
Figura A.12 – Resultado da retroanálise – Seção B
119
Figura A.14 – Resultado da retroanálise – Seção D
120
ANEXO IV
121
Figura A.17 - Locação das microestacas do painel P3
122
Figura A.18 - Locação das microestacas do painel P4
123
ANEXO V
124