O documento resume o segundo capítulo da encíclica Laudato Si sobre a criação e a ecologia integral. Aborda a relação entre ciência, religião e meio ambiente, as narrativas bíblicas sobre a criação, os pecados contra a criação e a necessidade de conversão ecológica. Defende uma abordagem integral que una a justiça ambiental e social, protegendo tanto o planeta quanto os mais pobres.
O documento resume o segundo capítulo da encíclica Laudato Si sobre a criação e a ecologia integral. Aborda a relação entre ciência, religião e meio ambiente, as narrativas bíblicas sobre a criação, os pecados contra a criação e a necessidade de conversão ecológica. Defende uma abordagem integral que una a justiça ambiental e social, protegendo tanto o planeta quanto os mais pobres.
O documento resume o segundo capítulo da encíclica Laudato Si sobre a criação e a ecologia integral. Aborda a relação entre ciência, religião e meio ambiente, as narrativas bíblicas sobre a criação, os pecados contra a criação e a necessidade de conversão ecológica. Defende uma abordagem integral que una a justiça ambiental e social, protegendo tanto o planeta quanto os mais pobres.
A abordagem teológica da crise ecológica e o conceito de ecologia integral.
O segundo capitulo da Laudato Si é sobre o evangelho da criação, dos
pontos 2 ao 100 e inicia com uma pergunta: se o documento está dirigido tanto a crentes como a não crentes, por que incluir um capítulo referido exclusivamente a convicções crentes? O Papa esclarece que ciência e religião podem entram em um diálogo frutuoso para ambas. O capitulo é dividido em sete partes: Primeira, a luz que fé oferece (62 – 63), indica que nenhuma ciência e sabedoria deve ser deixada de lado para construir uma ecologia que nos permita sanar tudo que nós temos destruído. A segunda, a sabedoria das narrações bíblicas (65 – 75), no livro do Gênesis o Papa recorda que cada ser humano é criado com amor e a imagem e semelhança de Deus, mostrando nossa imensa dignidade, ou seja, não somos algo e sim alguém, também aborda as três relações, com Deus, com o próximo e com a natureza e qualquer ruptura com um dos três é pecado. No terceiro ponto, o mistério do universo (76 – 83), o Pontífice aborda que a tradição judaico-cristã desmitificou a natureza deixando de atribuir um caráter divino e quando recolocamos o valor e a fragilidade da natureza, podemos terminar com o mito moderno de um progresso material sem limites, pois a fé nos permite interpretar o sentido e a beleza misteriosa do universo e a partir dos relatos bíblicos consideramos o homem como sujeito e não como objeto. No ponto quarto, a mensagem de cada criatura na harmonia de toda criação (84 – 88), o ser humano reconhece a si mesmo em relação com as outras criaturas e cada criatura tem uma função e o descobrimento de Deus na natureza estimula em nós a virtudes ecológicas. No quinto ponto, uma comunhão universal (89 – 92), significa que sem tirar o valor do ser humano, somos chamados a ter responsabilidade sem também divinizar a terra ou atribuir demasiado valor, mas somos chamados a protegê-la. No ponto seis, o destino comum dos bens (93 – 95), requer um planejamento ecológico numa perspectiva social que tenha uma preocupação com os mais abandonados. Ponto sétimo e último, o olhar de Jesus (96 – 100), Jesus vivia em harmonia com a criação e não apartado dela, santificou o trabalho e outorgou um peculiar valor passa nossa maturação, o Papa recorda que após a ressureição Jesus envolve com sua luz a toda a criação. A encíclica segue com outros temas teológicos, a saber: pecados contra a criação; conversão ecológica; espiritualidade ecológica; sinais sacramentais; Trindade; Maria e a realidade última e a esperança. Vimos que o “evangelho da criação” diz respeito ao desígnio de Deus para toda a criação e à relação da criatura humana como o conjunto da criação. No tema dos pecados contra a criação vemos quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas (8). Trata-se aqui de uma dimensão do pecado, ou seja, a ruptura ou oposição a Deus. Para nós cristãos, a atual “crise teológica”, mais que uma crise social e ambiental, é uma crise espiritual que diz respeito, negativamente, à nossa relação com Deus. A conversão ecológica, a consciência do pecado contra a criação é inseparável do chamado à conversão, o Papa renova o apelo a uma verdadeira conversão ecológica na linha de uma sã relação com a criação ou de uma reconciliação com a criação, o que implica reconhecimento do pecado, arrependimento de coração e mudança de vida (218). A espiritualidade ecológica, só pode haver espiritualidade ecológica numa autêntica conversão ecológica, pois aquilo que o Evangelho nos ensina tem consequências no nosso modo de pensar, sentir, viver (216). A espiritualidade ecológica é inseparável de uma educação ecológica, é preciso “educar para a aliança entre a humanidade e o ambiente” (cf. 209-215). Os sinais sacramentais e o descanso celebrativo, os sacramentos constituem um modo privilegiado em que a natureza é assumida por Deus e transformada em mediação da vida sobrenatural. Através do culto, somos convidados a abraçar o mundo em um plano diferente (235). Segundo a nossa experiência cristã, todas as criaturas do universo material encontram o seu verdadeiro sentido no Verbo encarnado, porque o Filho de Deus incorporou na sua pessoa parte do universo material. O ser humano está reduzindo o descanso contemplativo ao âmbito do estéril e do inútil, o dia do descanso, cujo centro é a celebração eucarística, deve ser vivido com coragem para assumir o cuidado com a natureza e dos pobres. A trindade, Maria e realidade última, são os últimos três pontos no âmbito teológico da encíclica. Na trindade, o Pai, que é fonte de tudo, o Filho, que O reflete e por Quem tudo foi criado e unido a terra quando foi formado no seio de Maria e o Espirito Santo, vinculo de amor que está presente no coração do universo (238). Maria, rainha de toda criação, que cuidou de Jesus, agora cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido (241). A realidade última e o fim, onde encontraremos Deus face a face. A esperança não é um ponto especifico, mas sim um tema presente no texto inteiro, pois convida-nos a reconhecer que sempre há uma saída, sempre podemos mudar de rumo, sempre podemos fazer alguma coisa para resolver os problemas (61). Entraremos agora no tema da “ecologia integral”. O ser humano não está dissociado da Terra ou da natureza, eles são partes de um mesmo todo. Portanto, destruir a natureza equivale a destruir o homem. E destruir o homem, para os católicos, é pecado. Da mesma forma, não é possível falar em proteção ambiental sem que esta envolva também a proteção ao ser humano, em especial os mais pobres e vulneráveis. Esse raciocínio, que o papa chama de “ecologia integral”, permeia toda a construção da carta encíclica, “uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres” (49). O magistério social da igreja, da Rerum Novarum (1891) à Laudato Si (2015), teve preocupação e interesse para com a ecologia, essa preocupação foi se ampliando gradativamente na medida em que os anos se passavam juntamente com o avanço do conhecimento da biosfera e a relação do homem com a mesma e Deus. Os conceitos de Ecologia “criacional”, Ecologia “ambiental” e Ecologia “humana” precedem o conceito de Ecologia “integral”. Ecologia “criacional”, em resumo, afirma que o ser humano foi criado à imagem de Deus, constituído “senhor” de todas as coisas terrenas, para que “dominasse” e usasse para glorificar a Deus. Os Papas ao longo dos anos foram tomando cada vez mais consciência disto, na Rerum Novarum (1891), na Quadragesimo Anno (1931), na Mater et Magistra (1961), cada um desses documentos foram dando continuidade ao outro no que se refere ao tema da Ecologia “criacional”. Ecologia “ambiental”, um passo importante na consciência ecológica da Igreja se dar com a encíclica Pacem in Terris (1963), e com a constituição do CVII Gaudium Spes (1965), o Papa Paulo VI também marcaria o magistério social na Populorum Progressio (1967) e Octogesima Adveniens (1971), tomando consciência das relações entre o homem e o “ambiente”, que não é apenas “meio”, mas espaço onde se dá e do qual depende a vida humana e é importante perceber um ordem nisto, pois a medida em que se perde essa ordem, põe em risco a vida humana e seus ecossistemas. Ecologia “humana”, depois de uma abordagem sobre a “ecologia criacional” e sobre “ecologia ambiental” os Papas João Paulo II e Bento XVI ampliam o magistério social na perspectiva de uma “ecologia humana”. Na Laborem Exercens (1981), frisa que o homem foi criado à imagem de Deus e recebeu o mandato de submeter e dominar a terra, na Sollicitudo Rei Socialis (1987), JPII adverte para sua responsabilidade neste “domínio da terra”. Na Centesimus Annus (1991), que JPII vai mencionar explicitamente o conceito de “ecologia humana”, que já era implícito nas encíclicas interiores, depois de alertar sobre o fenômeno do consumismo que é prejudicial para à saúde física e espiritual, o pontífice fala da degradação do ambiente natural, incluindo o “ambiente humano”. Bento XVI, na Caritas in Veritate (2009), explica o fundamento teológico de uma “ecologia humana”, relacionando o ser humano, natureza com o Criador. Finalmente chegamos ao conceito de Ecologia integral propriamente dito, Papa Francisco acrescenta este conceito aos outros já abordado pelos seus antecessores. Um conceito que somado com os anteriores recobre todos os campos, o econômico, o social, o cultural, o espiritual e a vida cotidiana (147-148). E de forma profética inclui prioritariamente os mais pobres. Pode-se perceber que o conceito de ecologia integral é muito rico, pois consegue unir o “grito da terra” com o “grito dos pobres”. Não existe maneira melhor de deixar o mundo sustentável do que cuidando dos pobres de hoje, somente uma sociedade renovada na solidariedade pode renovar o mundo, não somente na ecologia, mas socialmente, por isso o Papa aponta para uma socioambientalidade. Dossiê sobre “A dimensão socioestrutural do Reinado de Deus” Fonte: A dimensão socioestrutural do Reinado de Deus, Capitulo V. Francisco de Aquino Júnior. São Paulo: Paulinas, 2011. É fato que a dimensão da problemática ambiental não pode mais ser abafada e é sobre isso a abordagem do texto que também identifica problemas no que se refere aos padrões de consumo onde o planeta se transformou em negócio. O capítulo abordará isso em dois pontos: O caráter intrinsecamente social dos problemas ambientais, onde não se separa problema ambiental de problema social, ou seja, é preciso superar esse dualismo entre natureza e sociedade para poder tratar dos problemas sociais acarretados por esse dualismo. O segundo sobre a dimensão socioambiental do reino de Deus, onde se aborda o caráter teologal e teológico, pela tendência atual de relativização da dimensão social e o caráter salvífico-redentor-libertador que caracteriza o enfrentamento cristão da questão ambiental.
Dossiê sobre o texto “A evolução do conceito de ecologia no Ensino
Social da Igreja Fonte: Cuidar da casa comum: chaves de leitura teológicas e pastorais de Laudato Si. Capitulo 4 – A evolução do conceito de ecologia no Ensino Social da Igreja / Afonso Murad, Sinivaldo Silva Tavares, (organizadores). – São Paulo : Paulinas, 2016. O texto inicia com uma mudança quanto ao conceito de ecologia que antes limitava-se ao “meio ambiente” e hoje remete à relação do homem com o planeta. No primeiro ponto que se fala sobre a Ecologia “criacional” podemos perceber como é recente esta questão da relação do homem com a natureza desde o princípio, uma “teologia da criação”. Nos pontos dois e três percebemos como é recente essas questões e de como a igreja se preocupou a partir de encíclicas e constituições, seja sobre Ecologia ambiental ou Ecologia humana, que é ainda mais recente. O Papa Francisco vai apresentar esses conceitos e somando-os com o conceito de Ecologia Integral, que recobre todos os conceitos anteriores, seja ambiental, econômico, social, cultural, espiritual e também a vida cotidiana. Dossiê sobre Ecologia e criação Fonte: ROQUE JUNGES, Ecologia e criação, Resposta cristã à crise ambiental. Capítulo 3, criação nos textos bíblicos. O texto começa esclarecendo a questão da visão da criação que se criou a respeito do livro do Gênesis, explicando que o texto não tem pretensões de construir uma cosmologia, mas também apresentando outros textos, seja de tradição hebraica ou cristã. Nos textos hebraicos fica claro a diferença de compreensão entre as civilizações, nos salmos vemos as formas cosmogônicas como ordenação da comunidade humana, no dêutero-Isaías podemos ver a junção da forma cosmogônica em analogia com a história da libertação. Nos escritos sapienciais, aparecem referências à criação no sentido de reverenciar a grandeza de Deus, na literatura profética e cristã fica claro o apontamento para a nova criação e sobretudo na cristã vemos o aspecto da trindade.
Dossiê sobre o texto Fé cristã e superação da crise ecológica.
Fonte: Cuidar da casa comum: chaves de leitura teológicas e pastorais de Laudato Si / Afonso Murad, Sinivaldo Silva Tavares, (organizadores). – São Paulo : Paulinas, 2016. A teologia se desenvolve, paradoxalmente, como inteligência da fé e serviço da fé, sem fé não há teologia e sem a fé a teologia é um discurso ineficaz. O texto trata das contribuições que a Laudato Si oferece para uma reflexão teológica. A encíclica se insere na Doutrina Social da igreja e é dirigida a todos os povos sobre o cuidado com a casa comum, este texto busca sintetizar os vários elementos que estruturam a reflexão teológica sobre a problemática ambiental da encíclica. Em resumo, são cinco pontos trabalhados no texto, evangelho da criação; pecados contra a criação; conversão ecológica; espiritualidade ecológica e esperança. Ao final convém dizer que a teologia não é apenas uma teoria da fé, mas sempre é um serviço a fé, ou seja, fé vivida e celebrada. Dossiê da vídeo aula “Laudato Si: Educação e Espiritualidade Ecológicas (cap.6) Em continuidade a aula passada continua-se a abortar o último capítulo da Laudato Si que fala da Educação e Espiritualidade Ecológicas. Toda ação humana precisa ter por base a educação ecológica e da espiritualidade, a aula também é iluminada pelo de Bingemer sobre o cuidado da casa comum. A autora nos faz perceber que uma das ousadias importantes da encíclica é lançar fundamentos da espiritualidade ecológica. A primeira coisa é o louvor a Deus que é o nome da encíclica, o segundo ponto é a responsabilidade, o terceiro ponto é o cuidado com a criação frágil e neste ponto é preciso abordar dois pilares do estilo de vida ecológico: 1º mudança no estilo de vida e 2º educação para uma aliança entre ser humano e meio ambiente. A estrutura do capítulo VI é formada por nove pontos: Apontar para um novo estilo de vida; Educar para uma aliança entre a humanidade e o ambiente; A conversão ecológica; Alegria e paz; Amor civil e político; Os sinais sacramentais e o descanso celebrativo; A trindade e a relação entre as criaturas; A rainha de toda a criação; Para além do sol. As seis primeiras são abordadas nessa aula e as outras quatro já foram abordadas. O que é importante deixar claro é que nem todos nós somos chamados a trabalhar diretamente na política, mas em meio a sociedade nós podemos ajudar bastante com ações comunitárias que exprimem amor e doação, transformando em experiências espirituais intensas.