Capítulo 1: Memória coletiva e sincretismo cientifico: as teorias raciais do
século XIX
Ele traz primeira mente dois autores, como o Nina Rodrigues e o
Euclides da Cunha, para começar a discussão das questões raciais nas ciências sociais; por mais que tenham sido historicamente estudos de cunho racista, durante o passar dos anos, ainda se torna necessária a discussão da problemática da identidade nacional. Por isso ele acredita, que neste capítulo, seja necessária uma reflexão sobre o racial e a identidade nacional. Acrescentando a reflexão o autor, Sílvio Romero, o autor, fala sobre a importância da sua obra, “Os sertões”, que faz uma relação entre a divisão da população das matas, praias e margens de rios, dos sertões e das cidades. Euclides da Cunha, acrescenta a discussão, a relação que se contrapõe entre o mestiço do interior e o mulato do litoral, junto a Nina Rodrigues, que fala sobre o mameluco amazonense, que é impossibilitado de atos previdentes e racionais. Silvio Romero: percebe o meio e a raça como “fatores internos” que definiriam a realidade brasileira; é dizer, é um país muito diferente da Europa, que tem questões únicas por seu meio e a convivência com uma miscelânea variada de pessoas de vários lugares e etnias diferentes. Mesmo assim ele considera a questão racial a mais importante. O negro aparece como fator crucial na dinâmica social e econômica, fazendo com que sua posição seja reavaliada pelos intelectuais da época, por isso, para Silvio Romero e Nina Rodrigues, ele adquire uma importância maior que a do índio, ou como dizem alguns, o negro é aliado do branco que prosperou. Neste momento, torna-se crucial a ideia de que a mestiçagem é o que constitui a sociedade brasileira, a partir da fusão de três raças fundamentais: branco, negro e índio. A questão da miscigenação coloca em xeque a questão de uma identidade nacional, pois a ideia do mestiço no Brasil, seria a questão de que traria uma transmissão da herança biológica das raças, mas não só, ela traria também uma apatia, imprudência e um desequilíbrio moral e intelectual, que só poderia ser desconstruída, nesta perspectiva, como possibilidade. Sendo assim o ideal nacional acaba se tornando uma utopia, que se aconselha apenas por estar no futuro, em um processo de branqueamento da sociedade. Eliminando a questão de “raças inferiores”, se criaria uma nação, mas está acaba fazendo com que o Estado nacional acabe sendo uma meta e não uma realidade presente. Manuel Bonfim, que tem muita influência em suas ideias do sociólogo Comte, com suas relações entre o social e o biológico, ele acredita que o problema do Brasil, não é só ele, mas as relações estabelecidas dele com o resto da América Latina, sendo assim, o problema seria a hegemonia entre todos os países da América Latina para com a Europa. Ele traz a ideia de parasitismo, de que caso um grupo social seja um parasita em meio a sociedade, este acabara destruindo esta, por isso se pensa em parasitismo social, como a exploração social e econômica, o que leva com que haja uma involução na sociedade na qual há o parasita. A questão de o colonizador ensinar as coisas para o colonizado, na visão de Manuel Bonfim, é uma inter-relação que traz uma transformação hereditária de uma procura de imitação do que seria o parasita, ou por assim dizer o colonizador, assim o brasileiro teria aprendido duas das maiores mazelas, o conservadorismo e a falta de espirito de observação. O conservadorismo é ensinado para o colonizado, para que o colonizador mantenha o seu poder custe o que custar. Tornando-se assim para o brasileiro uma dificuldade em aceitar o progresso social. Sua crítica é diretamente aos intelectuais e políticos, por serem conservadores. A falta de espirito de observação se caracteriza por ser a incapacidade de se analisar e compreender a realidade brasileira. O autor faz toda está volta para mostrar uma identidade nacional de um Estado que ainda não o é, em um país que as mudanças de um país escravocrata para o nascer de uma classe média, ainda estavam em processo. Para ele os autores que pega para analisar e discute no capitulo, são intelectuais que reproduzem as contradições da sociedade como um todo. Sendo assim, de alguma forma só após os anos 30, com a Segunda Guerra Mundial, tenha vindo uma unificação nacional e que tenha sido feita por um programa de igualdade das raças.
Capítulo 2: Da raça à cultura: a mestiçagem e o nacional
O brasileiro tem o preconceito de não ter preconceito, segundo
Florestan Fernandes. Assim enquanto o negro era escravo ele não era tido como parte da nação, questão que Silvio Romero apresenta como um ponto crítico para as ciências sociais; eles (os negros), eram obscurecidos pela ideologia de democracia racial. Os negros começaram a fazer parte da sociedade brasileira, após a abolição da escravidão, que trouxe uma diferença ao povo da criação desta nação, por inclui-lo a ela um público que antes era tido como objeto, trazendo assim o mito das três raças que constituem o país, mas que ainda não é assim uma linguagem e não uma celebração. Ele traz a questão a partir de Simmel de que o branco seria a raça que teria trazido o capitalismo para a nação brasileira, mostrando assim as mudanças industriais que ocorreram no país. Ele mostra que a questão da mestiçagem acaba se transformando nos costumes que foram trazidos por uma elite branca como pontos importantes da nação brasileira, como o futebol e o carnaval, fazendo assim, com que o que era mestiço de tornasse nacional. No momento em que você transforma em nacional tudo aquilo que era de cunho negro, você acaba esquecendo a sua origem em si, como parte da cultura negra, mas acaba se tornando como nacional, o que elimina a sua origem em si, é o caso da música negra, que se tornou como parte do contexto brasileiro, deixando de lado sua verdadeira origem. O mito das três raças, assim, esconde o preconceito racial da nação brasileira e deixa em claro que esta unificação é um contexto nacional e não parte de cada cultura diferentemente existente no país.