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AULA 3

CONTROLADORIA

Prof. Carlos Ubiratan da Costa Schier


CONVERSA INICIAL

Na presente aula, elencamos fatores importantes no contexto de sistema


de informações contábeis de controladoria, visto que essa variável é uma das mais
importantes no que tange à utilização dessas fontes no processo de tomada de
decisão, pois é com base na agilidade, consistência e confiabilidade das
informações que é definido o cenário ideal para enfrentar a concorrência e obter
competitividade.

CONTEXTUALIZANDO

Convém tratar desse assunto, pois a comunicação e informação são


elementos importantes no processo de gestão de negócios, bem como são fatores
que deixam a desejar na maioria das empresas. Além disso, é evidente a
importância da contabilidade no contexto informacional e de base para a
controladoria.

TEMA 1 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL-GERENCIAL EM


CONTROLADORIA

O sistema de informação contábil-gerencial é composto por:

1.1 Orçamento

Em Schier (2010), a delimitação de orçamento perpassa pelo seguinte


comentário:

É um instrumento direcional. Constitui-se de planos específicos em


termos de datas e de unidades monetárias, visando orientar a
administração para atingir os fins específicos em mente, ou seja, os
objetivos empresariais.
O sistema de orçamento simula os desempenhos com base em planos
aprovados, empregando os mesmos conceitos com os quais serão
tratados os eventos e transações realizadas; é um sistema de
informação de apoio à gestão.
A saída do sistema orçamentário é um conjunto de informações físicas
e econômico-financeiras para um período de tempo futuro, decorrentes
de políticas, procedimentos e metas consubstanciados nos planos
operacionais e nos conceitos de identificação, mensuração e
informação estabelecidos.
Os orçamentos, além de serem parâmetros para a avaliação dos
planos, permitem a apuração do resultado por área de
responsabilidade, desempenhando o papel de controle por meio dos
sistemas de custos e contabilidade.
Os objetivos do orçamento são o planejamento, a coordenação e o
controle, concentrando esforços para:

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• orientar a execução das atividades;
• possibilitar a coordenação dos esforços das áreas e de todas as
atividades que compõem a empresa;
• otimizar o resultado global da empresa;
• reduzir os riscos operacionais;
• facilitar a identificação das causas dos desvios entre o planejado e o
realizado, propiciando a implementação de ações corretivas.
Quanto à amplitude prevista, o sistema pode classificar-se em duas
etapas:
• orçamento de longo prazo;
• orçamento de curto prazo.
O orçamento de longo prazo é de grande importância, principalmente
quando se levam em conta premissas como crescimento e expansão,
estabelecidas na caracterização dos modelos propostos; entretanto,
vale lembrar sempre que os modelos espelham realidades a serem
retratadas e não existiria jamais um "pacote" orçamentário aplicável a
todas as empresas.
Os objetivos estratégicos da empresa são considerados no orçamento
de longo prazo.
O orçamento de curto prazo traduz e quantifica os planos da empresa
por meio de metas operacionais, determinando, em termos de utilização
de recursos, o que fazer, quando, quanto, como fazer e quais recursos
utilizar.
O período considerado é anual, coincidindo com o ano civil. A base
monetária considerada pode ser qualquer moeda que vier a ser
convencionada, sendo bastante que guarde correspondência com a
base monetária do país, para que seja possível fácil conversão quando
necessário.
É adotado o método contábil para efeito de registro, identificação,
classificação e acumulação de dados e informações.
As saídas do sistema orçamentário podem ser classificadas em quatro
tipos de relatórios: relatórios de análise e desempenho (resultado do
período em termos de área/gestores); relatórios de análise de
resultado (margem de contribuição produto/serviço); relatórios
especiais (decisões de investimento e despesas programadas) e
relatórios finais (atuação da empresa em seu aspecto econômico-
financeiro e patrimonial, análise de resultado dos produtos, análise de
resultado global, fluxo de caixa, balanço).
O processo orçamentário será sempre definido com base na
identificação do modelo de gestão e do processo de administração
implementado na empresa; em decorrência disso, requer perfeita
integração do sistema de gestão com o sistema de informação.

1.2 Custos

Martins (citado por Schier, 2010) delimita a definição do tema

Custos são essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com que


a organização tem que arcar para alcançar seus objetivos; por isso,
desempenham importante papel nas decisões gerenciais; a coleta e a
análise das informações de custos são problemas fundamentais para
os contadores e gestores de negócios.
As informações de custos, além de exprimir, em termos monetários, as
mudanças patrimoniais decorrentes das transações de ordem
econômico-financeiras, também auxiliam na avaliação das alternativas
de curso de ação.
São vários os conceitos que podem ser utilizados no tratamento das
informações pela contabilidade de custos; assim, no modelo utilizado,
deve ser contemplada a natureza do processo produtivo, bem como as
necessidades informacionais dos gestores, tendo sempre em mente o

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modelo de gestão a ser objetivado; sua função principal é produzir
informações sobre:
• custeio de produtos, serviços, atividades:
• controle de custos por áreas de responsabilidade;
• avaliação de desempenho.

Figueiredo (1995) indica que

Os centros de custo são segmentos onde são gerados os resultados


parciais com base na acumulação de custos decorrentes da realização
de eventos económicos, como um aviso de sinistro e a contratação de
um seguro, em uma empresa de seguros; compras e estocagem em
empresas comerciais; produção, vendas etc em empresas industriais.
No modelo do sistema de informação da gestão económica, a
acumulação dos custos obedece ao princípio de controlabilidade, isto
é, os gestores são cobrados somente pelos custos que planejam e
controlam; assim, nenhum custo ou despesa é rateado, pois os
produtos são custeados por seu valor de mercado, o que naturalmente
elimina a necessidade de alocações. O cálculo da margem de
contribuição é feito considerando suas receitas e seus custos variáveis.
Segundo o conceito de controlabilidade, não teria sentido atribuir
responsabilidade de planejamento e execução a um indivíduo quando
ele não pudesse tomar as medidas administrativas necessárias para
alcançar os objetivos planejados; assim, falar que um administrador
pode controlar certo item significa que suas decisões impactam a
qualidade, a quantidade e o valor desse item.
O subsistema de custos deve ser formalmente estruturado e integrado
com os outros subsistemas do sistema de informação e, naturalmente,
com o processo de gestão.”
Contabilidade
De acordo com FIPECAFI 2010, “Pode-se definir Contabilidade como
um sistema de informação e mensuração de eventos que afetam a
tomada de decisão.
É comumente analisada como uma série de atividades ligadas por um
conjunto progressivo de passos, começando com a observação, a
coleta, o registro, a análise e, finalmente, a comunicação da informação
aos usuários.
É tarefa dos contadores transformar dados em informações, pois os
dados são simplesmente um conjunto de fatos expressos como símbolos
ou caracteres, incapazes de influenciar decisões, até serem
transformados em informações.
Existem os princípios e as convenções contábeis que guiam os
contadores no tratamento dos dados para transformá-los em
informação. Esse processo de seleção de dados que obedece aos
princípios e convenções da Contabilidade, juntamente com o modelo
de decisão dos usuários, poderia ser considerado como a fronteira do
sistema contábil e seu meio ambiente.”
Segundo Glautier e Underdown, “o propósito central da Contabilidade
é produzir informações que influenciarão comportamentos; a menos que
as demonstrações contábeis tenham o potencial de influenciar
decisões e ações será difícil justificar os custos de prepará-las”.
Nilton Cano, pronunciando-se sobre o assunto, afirma:
“A informação é o componente básico das decisões, e a Contabilidade
é um sistema de informações especializado, de base financeira, que
possibilita aos usuários alocações mais eficientes dos recursos sob sua
responsabilidade. A Contabilidade não é pois um sistema que encontra
finalidade em si mesmo, existe para que os tomadores de decisão a
utilizem. O ponto fundamental que se destaca aqui é que as atividades
contábeis (coleta, processamento e comunicação da informação) devem
estar voltadas ao interesse do usuário e suas decisões”.
Schier (2010) indica que

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O impacto das informações será diferenciado a medida que são
diferenciados os modelos de decisão dos diferentes usuários.
Do ponto de vista gerencial, o propósito da informação contábil é
habilitar a organização a atingir seu objetivo; conclui-se assim que a
efetividade da informação contábil de controle é medida pelo grau de
atingimento desse objetivo.
O sistema contábil proporciona aos gestores e também aos usuários
externos visão geral da organização, servindo de ligação entre os outros
sistemas de informação, como marketing, recursos humanos, pesquisa
e desenvolvimento e produção; nele as informações produzidas pelos
outros sistemas são expressas em termos financeiros, tornando
possível desenvolver uma estratégia para atingir os objetivos da
organização.
Quando usada no processo de controle, a informação contábil reveste-
se de grande importância, pois, além de prestar-se como padrão e
feedback para o processo, pode também ser usada como medida de
desempenho das pessoas envolvidas na gestão das diversas áreas.
A operacionalização de um sistema de informação contábil na gestão
económica, levando em conta a necessidade de diferentes saídas de
informação, é formada de um banco de dados constituído dos arquivos
de contabilidade formal, ajustados ou incrementados por dados e
informações que serão comunicados internamente, de tratados sobre
conceitos de mensuração e métodos de identificação e de receitas e
custos mais adequados .

TEMA 2 – CONTABILIDADE GERENCIAL: ORIGEM E PRESSUPOSTOS BÁSICOS


Iudícibus (1998) nos ensina que

a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente,


como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos
contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na
contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços, etc.,
colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais
analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada,
de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo
decisório.

Já Anthony (1974) define contabilidade gerencial como “A Contabilidade


que se preocupa com a informação contábil útil à administração”.
Para a Associação Nacional dos Contadores dos Estados Unidos (citada
por Padoveze, 1999),

Contabilidade gerencial é o processo de identificação, mensuração,


acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de
informações financeiras utilizadas pela administração para
planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para
assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos.

Quadro 1 – Estágios de evolução e mudança na contabilidade gerencial

Estágio Período Considerações gerais

1 Antes de 1950 Foco na determinação do custo e controle financeiro, através do


uso de tecnologias de orçamento e contabilidade de custos.

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2 Meados de 1965 Fornecimento de informação para o controle e planejamento
gerencial, por meio do uso de tecnologias tais como análise de
decisão e contabilidade por responsabilidade.

3 Por volta de 1985 Redução de desperdício de recursos usados nos processos de


negócios, através do uso das tecnologias de análise do processo
e administração estratégica de custos.

4 Após 1995 Geração ou criação de valor através do uso efetivo dos recursos,
através do uso de tecnologias tais como exame dos
direcionadores de valor ao cliente, valor para o acionista, e
inovação organizacional.

Fonte: Padoveze, 2004, p. 36.

Cada estágio representa a combinação de técnicas vigentes ajustadas com


o avanço tecnológico, a fim de que seja atingido o principal objetivo empresarial
de máximo resultado positivo.

TEMA 3 – CONTABILIDADE FINANCEIRA

É uma ciência que possibilita, por meio de suas técnicas, o controle do


patrimônio das organizações e indica a situação atualizada deste em determinado
momento.

3.1 Campo de aplicação e usuários da contabilidade

O campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidades


econômico-administrativas, de direito público (União, estados, municípios,
autarquias, etc.), de direito privado (empresas de pequeno, médio e grande
portes, fundações, cooperativas, ONGs, entidades com ou sem fins lucrativos).
De acordo com o Manual da Fipecafi (Iudícibus et al., 2010),

Entidades econômico-administrativas; são organizações onde existem:


pessoas, patrimônio, titular, ações administrativas e fim determinado,
podendo ser classificadas em instituições e empresas.
Instituições: são entidades econômico-administrativas com finalidades
sociais e com finalidades socioeconômicas.
Instituições com fins sociais são aquelas cuja administração tem como
objetivo o bem social da coletividade (associações recreativas e
desportivas, hospitais beneficentes, asilos, etc.).
Instituições com finalidades socioeconômicas são aquelas cuja
administração tem interesse no aspecto econômico da entidade, porém
com reversão desse resultado econômico para a coletividade a que
pertencem (institutos de aposentadoria, pensões, previdências).
 Empresas: são entidades econômico-administrativas que têm
unicamente finalidade econômica, ou seja, visam o máximo lucro.
Classificam-se em industriais, comerciais, de prestação de serviços.
 As empresas podem ser públicas, privadas ou de economia mista.
Empresas públicas são as constituídas totalmente com o capital do

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governo. As empresas privadas são as constituídas com capital de
particulares. As empresas de economia mista constituem-se de capital
privado e do governo, sendo que o controle basicamente é
governamental.
 Os usuários da contabilidade são todas as entidades econômico-
administrativas que a utilizam para registrar, analisar e controlar a
movimentação patrimonial (sócios proprietários, acionistas, herdeiros,
gestores, clientes, fornecedores, bancos, governo em todas as
instâncias).

TEMA 4 – CONTABILIDADE, FISCO E LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS

A contabilidade sofre muita influência dos limites e critérios fiscais,


principalmente da legislação do imposto de renda, o que dificulta o
desenvolvimento e aplicação de critérios contábeis corretos ante os preceitos
emanados pelos princípios fundamentais de contabilidade que ficam limitados, em
que pese sua contribuição para a contabilidade seja relevante.
A Lei n. 6.404/1976, Lei das S/A, dita, em seu art. 177, que a escrituração
contábil deve ser feita seguindo-se os preceitos da Lei das S/A e os princípios de
contabilidade geralmente aceitos (Brasil, 1976). Para atender à legislação
tributária ou outras exigências feitas pelo fisco que demandem em divergência
com os critérios contábeis constantes na Lei das S/A, devem ser adotados
registros auxiliares à parte. Esse ato foi uma tentativa de diminuir a discrepância
entre a legislação e os registros contábeis.

4.1 Princípios fundamentais de contabilidade

À medida que as necessidades e controle foram surgindo, a contabilidade


criou instrumentos para o registro de todos os fatos que afetam o patrimônio de
uma entidade.
Em alguns momentos da história da contabilidade, surgiram dúvidas quanto
ao melhor critério de registro de determinadas transações.
Princípios fundamentais de contabilidade significam as regras em que se
assentam toda a estrutura teórica para escrituração e análise contábil.
Os princípios fundamentais de contabilidade estão agora contidos no CPC
00 (R1), Comitê de Pronunciamento Contábil, por meio do pronunciamento
conceitual básico, que trata da estrutura conceitual para elaboração e divulgação
de relatório contábil-financeiro, fazendo correlação com as normas internacionais
de contabilidade, porém conservando sua essência no que tange a nortear os
procedimentos, registros e interpretações das operações nas empresas.

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4.2 Atos administrativos

São os acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam


alterações no patrimônio.
Exemplos: admissão de funcionários; assinatura de contratos de compra;
de vendas; aval de títulos; fianças em favor de terceiros, etc.
Alguns atos administrativos poderão no futuro se constituir em alterações
no patrimônio e são denominados atos relevantes.

4.2.1 Atos administrativos considerados relevantes

Em conformidade com o Manual do Fipecafi (Iudícibus et al., 2010),

 Aval de Títulos: ocorre quando a empresa avaliza títulos para


terceiros. Esse ato coloca em risco o Patrimônio da empresa, pois ela no
momento do aval compromete-se a pagar o montante da dívida, caso o
devedor (nosso avalizado) não o faça.
 Fianças em favor de Terceiros: ocorre quando a empresa torna-
se fiadora de um Terceiro, pondo em risco o seu Patrimônio, pois se o
devedor não pagar, a dívida tem de ser assumida por quem prestou a
fiança. Esse tipo de fiança é prática comum principalmente em contratos
de locação de imóveis.
 Contratação de seguros: ocorre quando nossa empresa
contrata, junto a uma seguradora, cobertura de riscos, em que ocorrendo
sinistro, seremos ressarcidos do prejuízo.

4.3 Fatos administrativos

São os acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais,


podendo ou não alterar o patrimônio líquido.
Por implicarem em modificação do patrimônio, esses fatos devem ser
contabilizados em contas patrimoniais ou contas de resultados.
Os fatos administrativos podem ser classificados em três grupos:

 Fatos permutativos;
 Fatos modificativos;
 Fatos mistos.

4.4 Métodos de escrituração

4.4.1 Método das partidas simples

Esse método consiste no registro de operações específicas envolvendo o


controle de um só elemento.
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Segundo Schier (2010),

No livro Caixa, são registrados somente entradas e saídas de dinheiro,


não importando a contrapartida ou o controle patrimonial.
No livro de Contas Correntes, também são lançados somente os direitos
ou somente as obrigações para fins de controle, o que não implica em
contrapartida.
Esse método é ineficiente e incompleto, pois não permite o controle
global do patrimônio.

4.4.2 Método das partidas dobradas

Segundo o Manual da Fipecafi,

Esse método é utilizado de forma universal.


Foi divulgado inicialmente em meados do século XV (1494), em Veneza,
pelo Frade Franciscano Frei Luca Pacioli, após ele ter estudado
minuciosamente a forma como os mercadores da época controlavam
seu patrimônio.
O Método das Partidas Dobradas significa:
Não há devedor sem que haja credor e não há credor sem que haja
devedor, sendo que para cada débito, corresponde um crédito de igual
valor.
Lançamento:
 É o meio pelo qual se processa a Escrituração.
 Os elementos essenciais para o processo de lançamento são:
 Documentação idônea comprobatória para registro;
 Local e data da ocorrência do fato;
 Conta a ser debitada;
 Conta a ser creditada;
 Histórico;
 Valor (Iudícibus et al., 2010).

Saiba mais
Dicas auxiliares para escrituração
Para elementos patrimoniais
• Toda vez que AUMENTAR o Ativo; DEBITAR a respectiva conta.
• Toda vez que DIMINUIR o Ativo; CREDITAR a respectiva conta.
• Toda vez que AUMENTAR o Passivo, CREDITAR a respectiva conta.
• Toda vez que DIMINUIR o Passivo; DEBITAR a respectiva conta.
Para elementos de resultado
• Toda vez que OCORRER uma Despesa, DEBITAR a respectiva conta.
• Toda vez que se REALIZAR uma Receita, CREDITAR a respectiva conta.

4.5 Contas e plano de contas

4.5.1 Contas

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É o nome técnico dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos,
obrigações e patrimônio líquido) e aos elementos de resultado (despesas e
receitas). Segundo Schier (2010),

É por meio das contas que a contabilidade registra a movimentação


patrimonial da empresa.
As contas podem ser classificadas em: Contas Patrimoniais e Contas de
Resultado.
As contas patrimoniais representam os bens, direitos, obrigações e
patrimônio líquido, dividem-se em Ativas e Passivas e representam o
Patrimônio da empresa mediante levantamento do Balanço Patrimonial.
As Contas de Resultado dividem-se em contas de despesas e contas de
receitas.
São movimentadas durante o exercício, mas na apuração do resultado
são zeradas.
Não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas é por meio delas que
sabemos se houve lucro ou prejuízo.

4.5.2 Plano de contas

Ainda segundo Schier (2010),


O Plano de Contas é um conjunto de Contas, diretrizes e normas que
disciplina as tarefas do Setor de Contabilidade, objetivando a
uniformização dos regimes contábeis.
Cada empresa deve elaborar seu Plano de Contas sempre obedecendo
aos seus interesses e, principalmente à legislação pertinente.
O Plano de Contas deve obedecer às disposições legais contidas na Lei
n. 6.404/76.

TEMA 5 – DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS E SUA ANÁLISE POR MEIO DE


INDICADORES ECONÔMICO-FINANCEIROS

De acordo com Schier (2010),

A contabilidade é encarada na maioria das vezes somente como um


instrumento necessário ao cumprimento das exigências legais e fiscais,
desse modo, as demonstrações contábeis confeccionadas não refletem
detalhadamente e de forma específica, como deveriam, a situação
patrimonial e financeira da empresa atualizada. Essa falta de atenção
dada à contabilidade, reflete de forma negativa na tomada de decisões
e prejudica uma análise profunda da situação patrimonial atual, já que
as demonstrações são elaboradas em um momento estático e
normalmente com um intervalo muito grande de tempo entre geração do
fato e análise do mesmo nas demonstrações.
As médias e pequenas empresas, no Brasil, fazem pouco ou quase
nenhum uso dos instrumentos contábil-financeiros, talvez por falta de
informação do benefício que proporciona uma análise de demonstrações
que reflita a realidade das operações e da performance da empresa e
até da concorrência, para o estabelecimento de estratégias, com vistas
a maximização de resultados.

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FINALIZANDO

Vislumbra-se, nesta aula, a importância de um sistema informacional


instituído de forma consistente e a contribuição do processo contábil para fins de
gestão da controladoria. O registro das operações nas organizações de forma
concisa, objetiva e legal, bem como sua disponibilidade para fins de contribuição
ao processo de tomada de decisão são fatores importantes na gestão da
controladoria.

LEITURA COMPLEMENTAR

Texto de abordagem teórica

SANTOS, C. C.; CARDOSO, A. F.; TOLEDO, J. R. O sistema de informação


contábil sobre o enfoque da controladoria para tomada de decisões empresariais.
Revista de Contabilidade do Mestrado de Ciências Contábeis da UFRJ, v. 11,
n. 1, 2006. Disponível em: <http://www.e-
publicacoes.uerj.br/index.php/rcmccuerj/article/view/5591>. Acesso em: 27 jul.
2018.
Este artigo delimita a integração da controladoria no sistema de informação
contábil.

Texto de abordagem prática

MARAFIGA, C. M. et al. A controladoria como instrumento de informação


gerencial nos processos da empresa. Fema, 2016. Disponível em:
<http://www.fema.com.br/sitenovo/wp-content/uploads/2016/09/1-A-
Controladoria-como-Instrumento-de-Informa%C3%A7%C3%A3o-Gerencial-nos-
Processos-da-Empresa.pdf>. Acesso em: 27 jul. 2018.
Este texto posiciona a controladoria como fator importante no contexto da gestão
da informação para fins de obtenção de resultados eficazes.

Saiba mais

Filmes

A REDE social. Direção: David Fincher. EUA, 2010. 2h.

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Filme sobre relacionamentos interpessoais no contexto da comunicação e
informação, buscando delimitar a orientação e a cultura de funcionários e sua
contribuição para o sucesso da organização.

AMOR sem escalas. Direção: Jason Reitman. EUA, 2010. 2h 10min.


Filme que demonstra bem o conflito da comunicação nas organizações, além de
evidenciar o uso da tecnologia na gestão das pessoas e o conflito entre a gestão
tradicional e gestão contemporânea.

Artigo
SOUZA, S. A. et al. Os sistemas integrados de gestão ERP: aplicabilidade na
gestão contábil e na Controladoria das empresas. In: XI CONGRESSO
BRASILEIRO DE CUSTOS, Porto Seguro, 27 a 30 de outubro de 2004. Disponível
em: <https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=903415>. Acesso em:
27 jul. 2018.
Este artigo indica a contribuição dos sistemas ERP na gestão da controladoria no
contexto da gestão contábil.

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REFERÊNCIAS

ANTHONY, R. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1974.

BERTI, A. Diagnóstico empresarial: teoria e prática. São Paulo: Ícone, 2001.

BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 17 dez. 1976.

CATELLI, A. (Org.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica-


GECON-FIPECAFI-FEA-USP. São Paulo: Atlas, 2001.

CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Princípios fundamentais de


contabilidade e normas brasileiras de contabilidade. Brasília: Conselho
Federal de Contabilidade, 2000.

FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. São Paulo:


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FIGUEIREDO, S. Contabilidade e a gestão empresarial: a controladoria. Revista


Brasileira de Contabilidade, ano XXIV, n. 93, maio/jun., 1995. Disponível em:
<http://www.isesonline.com.br/downloads/sandra/artigos/CONTABILIDADE_E_A
_GESTAO_EMPRESARIAL_%20-_A%20CONTROLADORIA.pdf>. Acesso em:
27 jul. 2018.

HAVE, S. et al. Tradução de Brasil Ramos Fernandes. Modelos de gestão. São


Paulo: Prentice Hall/Pearson, 2003.

IUDÍCIBUS, S. de. et al. Manual de contabilidade societária. FIPECAFI –


Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis Atuariais e Financeiras FEA/USP. São
Paulo: Atlas, 2010. Disponível em:
<https://docs.google.com/file/d/0B7ZUi7KRFiuNNWFIbml0b3RRdms/edit>.
Acesso em: 27 jul. 2018.

IUDÍCIBUS, S. de. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

NASCIMENTO, A. M.; REGINATO, L. Controladoria – um enfoque na eficácia


organizacional. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

PADOVEZE, C. L. Controladoria operacional e estratégica. São Paulo: Atlas,


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São Paulo: Atlas, 2004

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valor. Caderno de Estudos, n. 21, São Paulo, maio/ago. 1999. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
92511999000200003#nota1>. Acesso em: 27 jul. 2018.

PEREZ JR., J. H.; OLIVEIRA, L. M. de.; COSTA, R. G. Gestão estratégica de


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gestão: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1997.

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