Você está na página 1de 2

Geomática - Técnicas de levantamento topográfico

Nesta primeira aula tivemos uma breve introdução sobre alguns conceitos básicos à
cerca da disciplina como por exemplo o conceito de Geomática definida como o campo de
atividades que visa à aquisição, ao armazenamento, a análise, a disseminação e o
gerenciamento de dados espaciais necessários como parte de operações científicas,
administrativas e legais envolvidas no processo de produção e gerenciamento de informação
espacial. A Geomática, por sua vez pode ter diferentes aplicações como por exemplo os
levantamentos topográficos, cartografia, geodésia, sensoriamento remoto e muito mais.
Em seguida foi abordado também o conceito de geodésia que tem por objetivo
representar uma grande parte ou toda a superfície terrestre através de mapas ou cartas
geográficas. Tendo em vista que dentre todas as aplicações da Geomática, a topografia será o
enfoque da disciplina, este tema também foi abordado na aula sendo definida então como a
ciência que estuda uma área limitada da superfície terrestre, com a finalidade de conhecer
uma forma e posição que esta ocupa no espaço geográfico georeferenciado.
Este estudo tem como objetivo levantar dados do terreno como por exemplo a porção
de cobertura vegetal de uma superfície de extensão limitada, mas também é utilizado na
mineração para acompanhar o avanço de escavações de minas subterrâneas e lavra a céu
aberto, para isso os dados são obtidos através de levantamentos planimétricos (2D) e
planialtimétrico (3D). Na prática é feita uma coleta de pontos através de tecnologias, dentre as
principais estão: estação total, os receptores de GNSS e drones.
A estação total está relacionada à transferência de coordenadas afim de formar um
planta topográfica, para isto é necessário então se ter as chamadas poligonais, que nada mais
é que os pontos onde serão estacionadas as estações para ser feita a medição de interesse, ao
ligar todos os vértices (pontos irradiados) onde foram feitas as medições irá se formar uma
poligonal, por isto, o nome. Nesse contexto, existem 3 tipos de poligonais: aberta (começa e
termina em pontos diferentes de coordenada de partida conhecida e de chegada
desconhecidas), fechada (começa e termina em pontos de coordenadas conhecidas) e
enquadrada (começa e termina em pontos diferentes de coordenadas previamente
conhecidas).
Sistema GNSS (sistema de navegação por satélite) conhecido popularmente por GPS
que é um sistema americano com o objetivo de determinação de coordenadas precisas através
de satélites. Esse sistema é composto por equipamentos como as constelações de satélites, as
centrais de recepção de sinais que vão distribuir ao longo do planeta e os receptores (de
simples e dupla frequência).
Além da frequência, os receptores se diferenciam pela forma de processamento,
sendo: Pós-processados (PPP) e RTK. O receptor PPP é processado referente a uma RBMC –
Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo, operando como uma rede de estações
espalhadas pelo território nacional que coletam dados precisos do sistema GPS 24 horas por
dia, a partir daí os dados são disponibilizados no dia seguinte sendo necessário esperar para
processar os pontos coletados. O processo é feito através do posicionamento de dois ou mais
receptores GNSS para que estes coletem dados simultaneamente onde ao menos um dos
receptores ocupe um vértice de referência.
Já o receptor RTK, por sua vez, entrega um processamento em tempo real não sendo
necessário realizar o processamento dos dados posteriormente, ou seja, as coordenadas são
disponibilizadas em tempo real. No processo de RTK convencional os dados de correção são
transmitidos por meio de um link de rádio do receptor instalado no vértice de referência aos
receptores que percorrem os vértices de interesse. A solução encontrada é uma linha de base
única.
Por fim, os drones (também chamados de VANT – Veículos Aéreos Não Tripulados)
trabalham com a ciência de fotogrametria que é tida como a tecnologia de aquisição de
informação sobre um objeto sem contato direto e o sensor. O sistema consiste basicamente na
aquisição de fotos através de um avião ou drone fazendo uma varredura sob o terreno,
posteriormente essas imagens serão sobrepostas e processadas, sendo possível desta forma
obter um levantamento tridimensional da área varrida. Também é importante citar que
diferentemente dos outros métodos vetoriais, esse dado coleta dados matriciais e atualmente
por uma questão redução de custos os aviões não são tão comumente utilizados para esse tipo
de levantamento topográficos, uma vez que drones são bem mais baratos e práticos quando
se fala em operação, por exemplo.
Uma propriedade importante a ressaltar sobre o levantamento topográfico por drone
é a GSD (Ground Sample Distance) classificada como a relação entre o quanto um pixel na foto
representa em distância na vida real, funcionando de maneira similar à escala dos mapas,
sendo representado em centímetros por pixel. Esse dado é importante pois irá influenciar
diretamente na qualidade de resolução do mapa. Quanto maior o pixel, menor será o nível de
detalhamento, porém maior será a área coberta em um único voo.
A escolha do método a ser utilizado se dá um por uma série de fatores diferentes, cabe
ao responsável pelo levantamento definir o método ideal a ser aplicado de acordo com os
objetivos, as especificidades que o projeto apresenta assim como a acurácia e precisão
necessária em cada caso.

Você também pode gostar