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Revolução Francesa
A Revolução Francesa teve como grande marco a Queda da Bastilha, que aconteceu no dia 14
de julho de 1789.
A Revolução Francesa foi um ciclo revolucionário de grandes proporções que se espalhou
pela França e aconteceu entre 1789 e 1799. Foi inspirada nos ideais do Iluminismo e motivada
pela situação de crise que a França vivia no final do século XVIII. Causou também profundas
transformações e marcou o início da queda do absolutismo na Europa.
Resumo
Antes da revolução, a França era uma monarquia absolutista governada por Luís XVI.
A França vivia uma intensa crise econômica durante as décadas de 1770 e 1780, e
essa, em partes, motivou o início da revolução.
O estopim que espalhou o ímpeto revolucionário pela França foi a Queda da Bastilha,
que aconteceu em 14 de julho de 1789.
Causas.
A Revolução Francesa foi resultado direto da crise que a França vivia no final do século XVIII.
A insatisfação popular (com a crise econômica e política que o país vivia) aliou-se com
os interesses da burguesia em implantar no país as ideias do Iluminismo como forma de
combater os privilégios da aristocracia francesa.
No final do século XVIII, a França era uma monarquia absolutista em que o rei era Luís XVI. O
poder de Luís XVI, como em todo regime absolutista, era pleno, e a sociedade francesa era
dividida em grupos sociais muito bem definidos. A composição social da França era a seguinte:
Primeiro Estado: clero;
Segundo Estado: nobreza;
Essa divisão social na França tinha uma clara desigualdade social, uma vez que Primeiro e
Segundo Estados possuíam privilégios que não se estendiam ao Terceiro Estado. O destaque
vai para as isenções de impostos que ambas as classes possuíam e para o direito de alguns
nobres de poderem cobrar impostos dos camponeses que trabalhavam em suas terras.
O Terceiro Estado, por sua vez, era um grupo bastante heterogêneo, isto é, composto por
diferentes grupos, como a burguesia e os camponeses (os segundos correspondiam a 80% da
população francesa). Os camponeses viviam na pobreza ao passo que a aristocracia francesa
vivia uma vida de luxo. Para os burgueses, os privilégios da aristocracia do país eram um
entrave para o desenvolvimento de seus negócios. A desigualdade social é a primeira
causa da revolução.
Toda essa situação de desigualdade agravou-se com a crise social que existia na França. A
crise econômica francesa era motivada pelos elevados gastos do país (o governo francês
gastava 20% a mais do que arrecadava). Esses gastos foram agravados pelo envolvimento
do país em conflitos no exterior. A existência de privilégios de classe no país também
contribuía para a crise.
Tentativas de reforma haviam sido propostas, mas não avançaram porque a aristocracia
francesa havia mostrado-se resistente às possibilidades de reformas que viessem a retirar
parte de seus privilégios. Assim, em 1789, a França vivia uma situação complicada, pois a crise
econômica era grave, e a pobreza e a fome levaram a população a um estado de quase
rebelião.
O resultado encontrado pela nobreza francesa foi convocar os Estados Gerais, uma reunião
criada na França feudal e que era convocada só em momentos de emergência. Essa saída era
agradável para a aristocracia francesa, pois, nos moldes antigos do Estado Geral, Primeiro e
Segundo Estados uniam-se contra o Terceiro Estado.
O Terceiro Estado, porém, não estava disposto a manter-se nos Estados Gerais dentro dos
moldes em que ele funcionava em tempos passados. Com isso, foi proposto pelos
representantes desse Estado uma alteração no funcionamento dos Estados Gerais. Em vez de
o voto ser por Estado, foi proposto que ele fosse individual, isto é, todos os membros dos
Estados (incluindo os mais de 500 do Terceiro Estado) teriam direito ao voto.
O rei francês não aceitou a proposta e, assim, o Terceiro Estado rompeu com os Estados
Gerais e fundou a Assembleia Nacional Constituinte, com o propósito de redigir uma
Constituição que proporia mudanças para a França, tornando-a uma monarquia constitucional.
Quando Luís XVI tentou fechar a Constituinte à força, a população parisiense rebelou-se em
sua defesa.
No dia 12 de julho de 1789, a população francesa tomou as ruas de Paris. No dia 13, foi
criado uma Comuna para governar Paris e uma Guarda Nacional, espécie de milícia
popular. No dia 14, a população partiu para tomar armas e pólvora do governo e, com isso,
atacou a Bastilha, antiga fortaleza convertida em prisão que era usada para aprisionar
opositores dos reis franceses.
No dia 14 de julho, então, houve a Queda da Bastilha, em que a população francesa invadiu
e tomou o controle da prisão que era o símbolo da opressão absolutista. Depois disso, a
revolução espalhou-se pelo país, alcançando novas cidades e chegando ao campo.
ILUMINISMO
A Revolução Francesa inspirou-se nos ideais iluministas, que defendiam que a autoridade
deveria basear-se na razão. Os iluministas defendiam ideais
como liberdade e constitucionalismo, eram fortes defensores da separação entre Igreja e
Estado e, além disso, eram opositores da monarquia absolutista e defensores do método
científico. As revoluções burguesas do século XVIII — americana e francesa — tiraram dos
ideais iluministas a sua base ideológica.
Convenção Nacional (1792-1795);
Diretório (1795-1799).
Trata-se do período inicial da Revolução Francesa, o qual foi marcado por grandes
transformações, por meio da redação de uma Constituição para a França e pela atuação da
Assembleia Legislativa. Após a Queda da Bastilha, muitos camponeses, no interior do país,
temendo ficar sem alimentos e muito endividados, partiram para o ataque.
Esse foi o período do Grande Medo, que ocorreu entre julho e agosto de 1789, e durante o
qual camponeses começaram a atacar aristocratas e suas propriedades. Assim, residências da
nobreza foram invadidas, saqueadas e destruídas, cartórios foram atacados para que os títulos
de propriedade fossem destruídos etc. Os camponeses exigiam o fim de alguns impostos e
maior acesso aos alimentos.
A burguesia francesa, temendo esse ímpeto popular, resolveu tomar decisões que aceleraram
as transformações na França e que tinham como objetivo principal controlar o povo. Assim, no
dia 4 de agosto de 1789, foi decretada a abolição dos direitos feudais que existiam na
França. No mesmo mês, foi convocada a redação da Constituição e foi anunciada
a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Esse foi um dos documentos mais importantes da Revolução Francesa e, na teoria, decretava
que todos os seres humanos eram iguais perante a lei. No entanto, é importante considerar que
essa ideia de igualdade, para os liberais do século XVIII, estendia-se apenas ao âmbito jurídico
e não alcançava uma dimensão democratizante como o nome do documento pode sugerir.
A ação de Áustria e Prússia contra a França deveu-se pelo fato de que o processo
revolucionário francês era visto como grande ameaça por todas as nações absolutistas da
Europa. Com a guerra, os jacobinos declararam “pátria em perigo”, uma vez que as tropas
estrangeiras aproximavam-se de Paris, e a população francesa começava a se armar para
resistir.
A guerra também contribuiu para a radicalização da revolução e deu início a uma fase
conhecida como Terror. Esse clima de guerra fez com que os jacobinos e os sans-
culottes tomassem a frente da revolução, e, com isso, a monarquia francesa acabou sendo
derrubada pelos sans-culottes, instaurando-se a República em 1792.
• Convenção
Esse debate dividiu a Convenção com os girondinos defendendo que o rei fosse exilado
enquanto os jacobinos defendiam que o rei fosse executado. O destino do rei e de sua esposa
foi decidido quando foram encontrados documentos que atestavam o envolvimento de Luís XVI
com o rei austríaco. Resultado: Luís XVI e Maria Antonieta foram acusados de traição e
guilhotinados em 1793.
Com o endurecimento da guerra, a França ficou sob o controle dos jacobinos, que contavam
com o apoio popular. Os jacobinos criaram o Comitê de Salvação Pública, instituição em que
eles tomavam as decisões mais importantes da França. Iniciou-se uma intensa perseguição a
todos aqueles que, aos olhos jacobinos, representavam uma ameaça à revolução. O regicídio
foi uma dessas execuções voltadas para os que conspiravam contra a revolução.
Os jacobinos conseguiram colocar as massas populares sob seu controle, mas a situação da
guerra agravou-se com a execução de Luís XVI. As nações absolutistas europeias ficaram
indignadas com a execução do rei e reagiram formando uma coalizão para derrubar a
revolução na França. Esse grande exército contrarrevolucionário era financiado pela Inglaterra.
De toda forma, essa atuação radical dos jacobinos gerou uma natural reação dos grupos
conservadores da França. Assim, os girondinos conspiraram e articularam, com o apoio da alta
burguesia da França, um golpe contra os jacobinos conhecido como Reação Termidoriana e
que aconteceu em 1794. Com esse golpe contra os jacobinos, muitas medidas tomadas por
eles foram revertidas, e a liderança jacobina (incluindo Robespierre) foi sumariamente
guilhotinada.
• Diretório
O Diretório substituiu a Convenção em 1795 durante um período em que a revolução esteve
nas mãos dos girondinos e da alta burguesia francesa. As medidas mais radicais tomadas
pelos jacobinos foram revogadas, inclusive retorno do voto censitário. Nesse momento, os
girondinos usaram frequentemente da força para conter o povo e resistiram a inúmeras
tentativas de golpes.
A situação da França permaneceu instável e isso fez com que a alta burguesia francesa visse
no autoritarismo uma esperança para resolver a situação da França. A população estava
insatisfeita, a economia estava ruim, e a guerra continuava a ameaçar o país, então a ditadura
foi vista como solução.
A imagem de uma figura forte e autoritária surgiu como possibilidade de resolução dos
problemas franceses e disso nasceu o apoio a Napoleão Bonaparte, general do exército
francês que liderava as tropas francesas contra as coalizões internacionais. Com isso,
Napoleão organizou um golpe e tomou o poder em um evento conhecido como Golpe do 18 de
Brumário, que aconteceu em 1799.
Consequências
A Revolução Francesa estendeu-se por dez anos e, nesse período, uma série de
transformações aconteceu naquele país. As transformações trazidas pela Revolução Francesa,
porém, não se mantiveram apenas na França e espalharam-se pelo mundo. Elas foram:
Exercício resolvido
(Enem) Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os
usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão,
o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela
grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas
pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia
pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In: PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada:
da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991
(adaptado)
a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política
dominante.
b) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia.
Resolução: LETRA E
Maximilien Robespierre era o líder dos jacobinos no período em que eles estiveram à frente da
Revolução Francesa. A ascensão dos jacobinos foi impulsionada pelo apoio do povo,
sobretudo dos sans-culottes. Contavam com o apoio da pequena e média burguesia e
desejavam ampliar as reformas sociais na França revolucionária. Durante o domínio dos
jacobinos, aconteceu o período conhecido como Terror, no qual os opositores dos jacobinos
eram sumariamente guilhotinados.
A independência dos Estados Unidos (4 de julho de 1776) foi a primeira grande derrota de
uma potência colonial na história.
Além de ser a fundação de uma futura potência econômica (os próprios Estados Unidos), ainda
influenciou dezenas de outros movimentos de libertação pelo continente americano.
Mas, tenhamos calma, afinal, se você está aqui é porque quer conhecer esta história em
detalhes, certo? Então, neste artigo, vamos passar por várias questões sobre a
independência dos Estados Unidos, seguindo estes tópicos:
Como foi a Independência dos Estados Unidos;
Colonização dos Estados Unidos;
Guerra dos sete anos;
Causas da Independência dos Estados Unidos;
Declaração de Independência dos Estados Unidos.
Iluminismo e Independência dos Estados Unidos;
Consequências da Independência dos Estados Unidos.
Parece bastante coisa? Fique tranquilo, não é tão complicado quanto parece.
Os conflitos iniciaram em 1774 e se estenderam até 1776, quando começou oficialmente uma
guerra entre Inglaterra e Estados Unidos, vencida pelos americanos em 1783.
Esta explicação é apenas uma introdução para que você tenha um panorama sobre o tema.
Para entender o que realmente aconteceu, é preciso voltar um pouco no tempo.
Para começar, os Estados Unidos daquela época era composto por treze colônias, todas
localizadas na costa leste (repare na primeira imagem deste texto como até hoje a maior
ocupação do território ainda está no leste do país).
Além disso, havia uma diferença fundamental entre norte e sul da costa leste:
Esta divisão interna tem impacto na sociedade americana até hoje, mas naquela época
significava que o sul era mais dependente economicamente da metrópole, enquanto o norte
tinha suas próprias reivindicações.
Falaremos sobre isso em breve. Mas antes, vamos entender o que motivou o contexto
histórico da Independência dos Estados Unidos.
Entre 1756 e 1763, Inglaterra e França travaram uma guerra pela posse das colônias
americanas, a chamada Guerra dos Sete Anos.
O que importa saber é que a Inglaterra derrotou a França, mas só conseguiu este feito, graças
ao apoio das milícias coloniais, ou seja, dos colonos americanos.
Quando a guerra terminou, estes colonos acreditavam que seriam recompensados pela ajuda,
mas os ingleses tinham seus próprios problemas e adotaram uma série de medidas muito
impopulares, entre elas:
Aumento dos impostos sobre as colônias como forma de pagar os custos da guerra;
Criação do monopólio do comércio do chá para uma companhia inglesa (Lei do Chá);
Criação de um imposto sobre circulação de mercadorias da colônia (Lei do Selo);
Criação do monopólio do açúcar para as Antilhas Inglesas (Lei do Açúcar).
Resumindo, a Inglaterra criou uma série de medidas que tornavam a vida econômica na colônia
mais difícil, sobretudo para os pequenos produtores do norte, que atendiam o mercado interno.
E assim, desta insatisfação, surgiu a revolta que daria origem a Independência dos Estados
Unidos.
A Independência dos Estados Unidos tem causas diretas e indiretas. Vamos começar pelas
mais diretas, decorrentes da insatisfação com a política de impostos da metrópole (Inglaterra).
Entre o fim da Guerra dos Sete Anos e 1774, os ingleses continuaram sua política de controle
sobre a economia colonial, criando monopólios e impostos contra a vontade dos colonos.
A guerra que se seguiu foi intensa e durou até 1783, sendo que os americanos venceram, em
grande parte, porque contaram com apoio francês e espanhol.
Portanto, apesar da data de 4 de julho de 1776 ficar marcada como o dia da Independência, foi
apenas após 1783 que o país teve condições de se organizar, sendo que sua Constituição só
ficou pronta em 1787.
Este é um detalhe importante, sobre o qual precisamos falar separadamente, retomando a ideia
das causas indiretas da Independência.
O século XVIII (anos 1700), foi marcado por movimentos burgueses de vários tipos. Todos eles
influenciados pelo Iluminismo, uma corrente de pensamento filosófico cujo centro era a França.
Ocorre que o pensamento filosófico iluminista tinha na sua essência os mesmos ideais de
liberdade e igualdade que os colonos americanos pretendiam pôr em prática.
E por fim, no campo da medicina, por meio das traduções dos gregos, obtiveram a base
de conhecimento para inovar e atingir níveis até então não conhecidos de técnicas e
conceitos clínicos, o que era moderno para a época.
O Q U E F O I O R E N A S C I M E N T O ? R E S U M O D A S P R I N C I PA I S
C A R A C T E R Í S T I C A S R E N A S C E N T I S TA S
Renascimento
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História do Renascimento
Você verá que não é difícil aprender este tema e que, na verdade, é até divertido, porque é
minimamente curioso saber sobre o resgate de certas obras de arte que ocorreram.
Vamos começar!
O que foi o Renascimento Cultural?
A intenção renascentista não era elevar a alma do homem às coisas belas, verdadeiras e
justas, como faziam as artes medievais. Era simplesmente impressionar os sentidos, impactar.
A Itália foi o centro do Renascentismo, onde também surgiu o Humanismo, que substituiu o
teocentrismo (uma das características da Idade Média que centrava Deus como criador e o
homem como criatura) pelo antropocentrismo, que colocava o Homem no centro do universo.
Expansão pelo mundo
A expansão do estilo renascentista se deu por vários motivos, como guerras, anexações
de territórios, intercâmbio de artistas italianos que viajavam para outras cidades, pedidos de
outras cortes, etc.
Por causa disso não se pode dizer que o renascimento foi uniforme em toda a Europa. Em
cada país ele foi diferente.
O Experimentalismo
No qual para eles todo conhecimento deveria ser demonstrado através da experiência
científica;
O Individualismo
No qual parte do princípio do homem conhecer a si próprio, buscando afirmar sua própria
personalidade, talentos e satisfazer suas ambições. Esta concepção se baseia no princípio que
o direito individual estaria acima do direito coletivo;
O Antropocentrismo
No qual se colocava o homem como a suprema criação de Deus e como o centro do universo.
O Humanismo Renascentista
Agora, vamos continuar nosso resumo sobre o renascimento abordando suas principais
categorias.
Trecento
Durante esse período tivemos o surgimento de pinturas como “O Beijo de Judas” e “Juízo
Final”, feitas por Giotto de Bondoni.
Além de pinturas, tivemos também um grande legado literário deixado por Dante Alighieri em
seu famoso livro: Divina Comédia.
Quatrocento
Categorias do Renascimento
Renascimento Literário
A literatura durante o Renascimento cultural foram fortemente marcadas por vertentes
humanistas, que tinham o homem em destaque em todas as áreas.
Leonardo da Vinci: Matemático, físico, anatomista, inventor, arquiteto, escultor e pintor, ele foi
um gênio absoluto. A Mona Lisa e A Última Ceia são suas obras primas.
Rafael Sanzio: foi um mestre da pintura, famoso pela doçura de suas madonas. A Madona do
Prado foi considerada a mais perfeita.
Michelangelo: artista italiano cuja obra foi marcada pelo humanismo. Além de pintor foi um dos
maiores escultores do Renascimento. Entre suas obras destacam-se a Pietá, David, O teto da
Capela Sistina, A Criação de Adão e O Juízo Final.
Simplicidade na construção
Arcos de Volta-Perfeita
Ordens Arquitetônicas
A pintura e a escultura se desprenderam da arquitetura
Construía-se palácios, igrejas, vilas, fortalezas e fazia-se o planejamento urbanístico
O arquiteto Filippo Brunelleschi foi quem projetou a cúpula da catedral de Florença, Santa
Maria del Fiore (1420 – 1436).
Brunelleschi influenciou vários arquitetos do período. Leon Allberti participou da elaboração da
fachada da Igreja S. Andrea em Mântua (1460).
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HISTÓRIA GERAL
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito que ocorreu entre 1914 e 1918 e ficou muito
conhecida em razão dos combates que aconteciam nas trincheiras.
Tro
pas alemãs posicionadas em uma trincheira que ficava nos arredores de Paris.
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Causas
As causas da Primeira Guerra Mundial são extremamente complexas e envolvem uma série de
acontecimentos não resolvidos que se arrastavam desde o século XIX: rivalidades econômicas,
tensões nacionalistas, alianças militares etc.
De maneira geral, os principais fatores que contribuíram para o início da Primeira Guerra
Mundial foram:
disputas imperialistas;
nacionalismos;
alianças militares;
corrida armamentista.
Na questão imperialista, o enfoque pode ser dado ao temor que a ascensão da Alemanha
gerou em nações como Rússia, França e Grã-Bretanha. Os alemães haviam passado
pelo processo de unificação na segunda metade do século XIX e, após isso, lançaram-se à
busca de colônias para seu país. Isso prontamente chamou a atenção da França, por exemplo,
que via seus interesses serem prejudicados com o fortalecimento alemão.
A questão dos nacionalismos envolveu diferentes nações. A Alemanha encabeçava um
movimento conhecido como pangermanismo. Esse movimento nacionalista servia como
suporte ideológico para o Império Alemão defender os seus interesses de expansão territorial
no começo do século XX. O pangermanismo ainda se expressava nas questões econômicas,
pois os alemães pretendiam colocar-se como a força econômica e militar hegemônica da
Europa.
Na questão nacionalista, havia também o revanchismo francês. Essa questão envolvia os
ressentimentos que existiam na França a respeito do desfecho da Guerra Franco-Prussiana,
conflito travado entre Prússia e França em 1870 e 1871. A derrota francesa foi considerada
humilhante, principalmente por dois fatores: a rendição ter sido assinada na Galeria dos
Espelhos, no Palácio de Versalhes, e pela perda da Alsácia-Lorena. Após o fim desse conflito,
a Prússia autoproclamou-se como Império Alemão.
A questão nacionalista mais complexa envolvia os Bálcãs, região no sudeste do continente
europeu. No começo do século XX, os Bálcãs eram quase inteiramente dominados pelo
Império Áustro-Húngaro, que estava em ruínas por causa da multiplicidade de nacionalidades e
movimentos separatistas que existiam em seu território.
A grande tensão nos Bálcãs envolvia a Sérvia e a Áustria-Hungria na questão referente ao
controle da Bósnia. Os sérvios lutavam pela formação da Grande Sérvia e, por isso,
desejavam anexar a Bósnia ao seu território (a Bósnia era parte da Áustria-Hungria desde 1908
oficialmente). Esse movimento nacionalista de sérvios era apoiado pela Rússia por meio
do pan-eslavismo, ideal em que todos os eslavos estariam unidos em uma nação liderada
pelo czar russo.
Tendo em vista todo esse quadro de tensão e rivalidades, as nações europeias meteram-se em
um labirinto de alianças militares, que acabou sendo definido da seguinte maneira:
.
O resultado da visita do arquiduque foi que Gavrilo Princip, membro de um movimento
nacionalista bósnio, armado de um revólver, meteu-se à frente do carro que levava Francisco
Ferdinando e sua esposa, Sofia. Ele abriu fogo, assassinando ambos. A consequência direta
do ato foi uma crise política gravíssima que ficou conhecida como Crise de Julho.
Como não houve saída diplomática para a Crise de Julho, a consequência final foram
declarações de guerra acontecendo em cadeia. Em 29 de julho, a Áustria declarou guerra à
Sérvia; no dia 30, russos (em defesa da Sérvia), alemães e austríacos mobilizaram seus
exércitos. Em 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia e, no dia 3, à França. No dia
4, o Reino Unido declarou guerra à Alemanha. Era o começo da Primeira Guerra Mundial.
Países envolvidos
Como mencionado no texto, os dois grupos que lutaram entre si na Primeira Guerra Mundial
ficaram conhecidos como Tríplice Aliança (as principais forças eram a Alemanha, Áustria-
Hungria, Império Otomano e Itália) e Tríplice Entente (as principais forças eram a Rússia, Grã-
Bretanha e França). No caso da Itália, o país fazia parte da Tríplice Aliança, mas recusou-se a
participar da guerra quando ela se iniciou. Em 1915, a Itália aderiu à Tríplice Entente.
Naturalmente, a Primeira Guerra Mundial não se resumiu ao envolvimento desses países, pois
diversas outras nações envolveram-se no conflito. No lado da Entente, países como Grécia,
Estados Unidos, Canadá, Japão e até mesmo o Brasil entraram no confronto. No lado da
Tríplice Aliança, houve a participação da Bulgária e de outros povos e Estados clientes, como o
Sultanato de Darfur.
A Alemanha perdeu todas as suas colônias ultramarinas, além de territórios na Europa. Foi
obrigada a pagar uma multa pesadíssima, que arrastou o país pra uma crise econômica sem
precedentes na sua história. Suas forças militares foram restritas a 100 mil soldados de
infantaria. A rigidez dos termos do Tratado de Versalhes é entendida pelos historiadores como
a porta que deu abertura para o surgimento e crescimento do nazismo.
O fim da guerra também marcou a reconfiguração do mapa europeu por causa do
esfacelamento dos Império Alemão, Austro-húngaro e Otomano. Diversas novas nações
surgiram, como Polônia, Finlândia, Iugoslávia etc.
Segunda Guerra Mundial
Os termos que os franceses e britânicos impuseram à Alemanha foram encarados pelos
historiadores como paz punitiva. O objetivo era enfraquecer a Alemanha de tal maneira que
outra guerra da magnitude da Primeira Guerra Mundial não acontecesse. Britânicos e
franceses fracassaram nesse objetivo, já que vinte anos depois uma nova guerra começou na
Europa: a Segunda Guerra Mundial.
Resumo
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito que aconteceu entre 1914 e 1918, e os principais
cenários de guerra ocorreram no continente europeu. Foi resultado de inúmeros fatores, como
a rivalidade econômica, ressentimentos por acontecimentos passados e questões
nacionalistas. Teve como estopim o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e sua
esposa, Sofia, em Sarajevo, na Bósnia, em junho de 1914.
Estendeu-se por quatro anos em duas fases distintas: Guerra de Movimento e Guerra de
Trincheira. A última fase é a mais conhecida por ter sido a mais longa (de 1915 a 1918) e por
ter sido efetivamente caracterizada por um alto grau de mortalidade dos soldados envolvidos. O
saldo do conflito foi, aproximadamente, 10 milhões de mortos e uma Europa totalmente
transformada.
A Segunda Guerra Mundial foi o conflito mais sangrento da nossa história. De 1939 a 1945,
milhões de pessoas perderam suas vidas no campo de batalha. A política expansionista e
militarista do nazifascismo provocou um novo conflito mundial. Aliados e Eixo disputaram
durante seis anos a vitória na guerra. O Brasil também participou de forma efetiva com as
tropas aliadas. O final da Segunda Guerra Mundial trouxe grandes consequências para o
mundo.
Causas da Segunda Guerra Mundial
Esse cenário catastrófico, de crise política, social e econômica, fez surgir grupos radicais que
prometiam resgatar a grandeza do império alemão de séculos anteriores, vingando a
humilhação que o Tratado de Versalhes promoveu ao povo alemão. Adolf Hitler, com seu
Partido Nazista, ganhava espaço na política da Alemanha.
Em 1933, Hitler foi aclamado como chanceler e tinha em suas mãos todos os poderes para
governar os alemães. O Füher, o “líder”, era aclamado por onde passava, e a ele o seu povo
prestava juramento de lealdade. A partir desse momento, Hitler tratou de expandir do
domínio alemão sobre a Europa, reivindicando territórios que pertenceram ao império
alemão. Ele estava disposto a tudo para construir o Terceiro Reich.
A Itália também atravessava processo semelhante. Os italianos, tal qual os alemães, saíram
humilhados da Primeira Guerra Mundial e, durante a década de 1920, enfrentavam uma
crise geral, com greves e desemprego. Benito Mussolini liderou o Partido Fascista e foi alçado
ao poder em 1922, tornando-se Il Duce, o grande líder do povo italiano.
Com tantas semelhanças entre alemães e italianos, não demorou para que Hitler e
Mussolini se aproximassem e fizessem alianças políticas e militares. Pouco antes de
começar a guerra, os dois líderes aproximaram-se do Japão, dando início ao Eixo, que
lutaria contra os Aliados na Segunda Guerra Mundial.
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Ao permitir que Hitler mantivesse o seu expansionismo para evitar uma nova guerra, Inglaterra
e França estavam entrando em outro conflito. Hitler também fez um acordo
com Josef Stalin, líder da União Soviética, o Pacto Molotov-Ribbentrop, um tratado de não
agressão entre os dois países. Hitler não cumpriria esse pacto e, em 1941, invadiria a URSS.
O expansionismo nazista, as anexações de territórios e a não intervenção das grandes
potências europeia acabaram levando o mundo para outro conflito mundial sem precedentes
em nossa história. Em 1º de setembro de 1939, as tropas alemãs invadiram a Polônia.
Apesar das inúmeras exigências para que se retirassem do território polonês, elas
permaneceram. Com a recusa alemã em cumprir as exigências, Inglaterra e França
declararam guerra contra a Alemanha, desencadeando a Segunda Guerra Mundial.
Os países que lutaram durante Segunda Guerra Mundial agruparam-se em Aliados e Eixo. Os
Aliados eram:
Estados Unidos
Inglaterra
França
União Soviética
Alemanha
Itália
Japão
Essa fase favorável ao Eixo encerrou-se em 1941, quando as tropas nazistas foram
derrotadas na União Soviética, após invasão ordenada por Hitler. Em dezembro do mesmo
ano, os Estados Unidos foram atacados por kamikazes japoneses em sua base aérea de Pearl
Harbor, no oceano Pacífico. Os norte-americanos, com esse ataque, entraram na guerra.
A segunda fase da guerra foi definitiva para o término da guerra. Com a entrada dos Estados
Unidos e da União Soviética no confronto, ingleses e franceses contaram com ajudas
importantes para responder aos ataques nazifascistas. As tropas aliadas iniciaram o contra-
ataque e reverteram o avanço do Eixo obtido na primeira fase. Do lado oriental, as tropas
soviéticas, e ao Ocidente, as tropas americanas, inglesas e francesas.
Na Europa, o Eixo foi perdendo espaço e sendo encurralado pelos Aliados. Benito
Mussolini foi o primeiro líder a ser derrotado. O dia mais marcante para os Aliados na Segunda
Guerra Mundial foi o dia 6 de junho de 1944, que entrou para a história como o Dia D. O
desembarque dos aliados na Normandia, norte da França, foi decisivo para encaminhar o Eixo
à derrota ao iniciar a libertação francesa do domínio nazista.
A Itália foi o primeiro país do Eixo a render-se, em 1943. Dois anos depois, a derrota nazista
era questão de tempo e Hitler estava escondido em um bunker, em Berlim. Percebendo que a
vitória dos Aliados era uma realidade, o Füher suicidou. Logo em seguida, os alemães
renderam-se aos aliados, em 8 de maio de 1945. Esse dia foi comemorado como o Dia da
Vitória. A Segunda Guerra na Europa já tinha terminado, mas, no Pacífico, os japoneses não
assinaram a rendição e continuaram o combate, principalmente contra as tropas norte-
americanas.
Bombas atômicas
A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945, deixando como saldo uma Europa devastada, o
mundo horrorizado com a abertura dos campos de concentração, e duas superpotências
surgindo:
É claro que o mundo não seria o mesmo depois do final da Segunda Guerra Mundial. A Europa
não teria mais a força política, econômica e cultural que teve durante séculos. As potências
europeias, tanto as que venceram como as que perderam, não tinham condições de manter
suas colônias na Ásia e na África. Esse enfraquecimento da Europa abriu espaço para o
processo de descolonização, ou seja, a independência dessas colônias.
A Alemanha teve seu território e sua capital, Berlim, dividida em zonas de influência dos
países vencedores. Iniciava-se o processo de desnazificação do país ao destruir-se os
símbolos ligados ao nazismo e a Adolf Hitler. As propagandas que exaltavam o Füher foram
banidas. Nazistas foram julgados e condenados à morte, no Tribunal de Nuremberg.
Pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética já
esboçavam suas diferenças sobre o mundo a ser formado após o conflito. Em 1947, começava
a Guerra Fria, americanos e soviéticos entrariam em conflito ideológico, o que não
significou que não houve momentos em que as duas superpotências, por pouco, não entraram
num confronto direito. As armas nucleares tornaram-se objetos de disputas diplomáticas e de
intimidação. Se elas fossem utilizadas, o mundo inteiro poderia ter sido destruído.
Apesar do fracasso da Liga das Nações, órgão internacional criado logo após o final da
Primeira Guerra Mundial, em garantir a paz mundial e evitar uma nova guerra, ainda se
manteve a esperança de uma instituição mundial que tivesse o mesmo objetivo. Em 1945 foi
criada a Organização das Nações Unidas, que, além de evitar outra guerra mundial, buscava (e
ainda busca) garantir a defesa e o cumprimento dos Direitos Humanos.
No Brasil, a volta dos soldados da FEB expôs uma contradição. Ao mesmo tempo que
brasileiros lutaram na guerra contra a ditadura nazifascista, o Brasil era governado por um
ditador autoritário. Os militares voltaram da Europa com a popularidade alta e desejosos de
participar da vida política. Em novembro de 1945, Getúlio Vargas foi deposto por militares,
encerrando-se a ditadura do Estado Novo.
Mapa Cor-de-Rosa
Face ao crescente interesse das potências europeias pela África, ao final do século XIX,
tornou-se claro que Portugal deveria também definir uma nova política africana já que a
crescente presença inglesa, francesa e alemã naquele continente ameaçava a tradicional
hegemonia portuguesa nas zonas costeiras de Angola e Moçambique.
Com base no chamado direito histórico, alicerçado na primazia da
ocupação europeia, Portugal reclamava vastas áreas do continente africano, embora, de facto,
apenas dominasse feitorias costeiras e pequeníssimos territórios ao redor dessas. Contudo, a
partir da década de 1870 ficou claro que apenas o direito histórico não seria suficiente e que a
presença portuguesa dependia do alargamento para o interior das possessões reclamadas.
Para tal começaram a ser organizados planos destinados a promover a exploração do interior
da África.
Em 1877 foi lançado, por João de Andrade Corvo, um conjunto de iniciativas de exploração
destinadas a conhecer a zona que separava as colónias de Angola e Moçambique, que
levaram às famosas expedições de Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto,
integradas numa nova, e então pouco aceite, estratégia portuguesa para o continente africano
que privilegiava a ocupação efectiva através da exploração e colonização em detrimento dos
simples direitos históricos.
Mapa mostrando o controlo britânico quase completo da rota do Cabo ao Cairo, 1913.
Conferência de Berlim
HISTÓRIA GERAL
A Conferência de Berlim, realizada entre 1884 e 1885, reuniu 14 potências do século XIX para
debater a ocupação do continente africano.
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O impulso neocolonialista no continente africano, segundo Valter Roberto Silvério, foi acirrado
pelas ações de três países. Primeiramente, houve o interesse dos belgas, com o rei Leopoldo I,
em uma região da África chamada Congo (atual República Democrática do Congo). Esse
projeto do rei belga continuou com seu filho, Leopoldo II, que manteve um dos domínios
imperialistas mais cruéis e que foi responsável pela morte de milhões de habitantes do Congo.
O segundo impulso foi dado por Portugal ao anexar regiões do interior de Moçambique.
Posteriormente, Portugal defendeu a ideia do “mapa cor-de-rosa”, que estipulava a unificação
territorial entre dois domínios portugueses (Moçambique e Angola). Por fim, a política
expansionista francesa também contribuiu para que ocorresse uma corrida de ocupação do
continente africano.
Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim foi inicialmente idealizada por Portugal, porém, os alemães
realizaram-na entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885, sob a liderança do chanceler
alemão, Otto von Bismarck. Esse evento reuniu catorze potências da época com intuito de
debater a ocupação da África.
Inicialmente, foi proposto por Portugal o “mapa cor-de-rosa” que sugeria a criação de um
domínio que unificasse, de leste a oeste, dois territórios portugueses: Angola e Moçambique. A
proposta foi prontamente rejeitada pelo Reino Unido, que pressionou Portugal a abandonar
essa ideia (o que de fato aconteceu).
Além disso, foi debatida durante essas reuniões a questão do domínio de determinadas regiões
do Congo ocupadas pelos belgas. A Conferência de Berlim também determinou que os rios
Níger e Congo seriam de livre navegação, ou seja, estavam abertos a todos os países. Por fim,
foram determinados, em parte, os territórios que seriam ocupados e divididos na África da
forma que melhor agradasse as potências industrializadas.
Descolonização da África
As populações dos países africanos foram convocadas para participar do esforço de guerra e
muitos lutaram no conflito. Ao terminar, imaginaram que teriam mais autonomia, porém não foi
isso que aconteceu. O colonialismo continuou como antes da guerra.
Causas
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, a ONU passa a pressionar as potências
imperialistas para que ponham fim à colonização.
Igualmente, o mundo vivia a Guerra Fria, a disputa pela hegemonia mundial entre Estados
Unidos (capitalismo) e URSS (socialismo).
Ambos os países apoiavam o lado rebelde que mais se aproximava às suas ideias a fim de
cooptá-los para sua esfera de influência.
Pan-Africanismo
As cores da bandeira Pan-Africana representam o sangue, o povo negro e a natureza africana
No período entre guerras, começou a se gestar a ideia que os africanos tinham mais
semelhanças entre si do que diferenças.
Resumo
Os processos de independência no continente africano ocorreram em momentos diferentes.
Por exemplo, as nações do norte da África Ocidental e Oriental estavam livres a partir da
década de 1950.
O Reino Unido aceita se retirar de certos territórios e transferir o poder para líderes
escolhidos pela metrópole. Para mantê-los como aliados, cria-se a Commonwealth.
A França muda o status de suas colônias para Províncias Ultramarinas e, mais tarde
cria a Comunidade Francesa onde vai reunir suas antigas possessões mantendo o francês
como idioma oficial e uma moeda em comum. A exceção será a sangrenta Guerra da Argélia.
A Espanha transforma a Guiné-Equatorial em província ultramarina, em 1960 e Ceuta e
Melila, em cidades. Em 1968, a Guiné-Equatorial é declarada independente.
A Bélgica se envolverá na Guerra do Congo.
Portugal não aceita se desfazer de suas colônias e só mudará o status desses
territórios em 1959. Mesmo assim, as décadas de 60 e 70 são marcadas por conflitos armados
apenas solucionados com a Revolução dos Cravos, em 1974.
Veja também: Fim do Império Português na África
Depois da Independência
Para muitos países, não houve mudanças significativas e a população continuou oprimida pela
elite. Charge do jornal alemão "Nova Gente", janeiro de 1960.
O custo da luta para a independência foi elevado, em consequência de guerras coloniais que
ocasionaram na vida de milhões de pessoas e minaram a capacidade produtiva dos países.
Após o fim da descolonização da África, a maioria dos novos países entra em guerra civil. Isso
porque haviam povos que eram historicamente inimigos e agora viviam dentro da mesma
fronteira.
Além disso, os antigos colonizadores tentam manter as novas nações como aliadas. Para isso,
se tornam sócios e compradores das matérias-primas desses países.
Embora o continente tenha mostrado um crescimento nas últimas décadas, os países africanos
ainda sofrem as consequências da colonização e dos maus governos.
O EXPANSIONISMO PREEMPTIVO
A expansão ultramarina portuguesa brota no seio de um reino periodicamente posto em risco.
Num Estado submetido à pressão política espanhola e, mais tarde, à coerção econômica
inglesa. Neste contexto, a Coroa lusitana engendra um expansionismo preventivo –
“preemptivo” -, engatilhado para ganhar territórios do além-mar que poderiam vir a ser
ocupados por Madri,[3] donde a extraordinária abstração geopolítica negociada entre as duas
capitais ibéricas no tratado de Alcáçovas (1479), reconhecendo a soberania de Lisboa sobre
Madeira, Açores e toda a África negra, e no tratado de Tordesilhas (1494), pactuando fronteiras
comuns ainda por existir, em lugares remotos, inatingidos, “do que até agora está
por descobrir no mar oceano”, como especifica um dispositivo deste último texto, partilhando
domínio e império sobre mares, territórios e povos ignotos.[4]
Ao inverso, a análise de Karl Polanyi referente ao “port of trade” [o porto de trato] apresenta
maior consistência histórica com a rede de enclaves e feitorias que caracteriza o ultramar
português até a Restauração (1640), antes de o império do Atlântico (Brasil e Angola)
sobrepujar o império luso do Oriente (Índia, Insulíndia e China).[9]
Macau, estabelecimento português desde 1557, e último enclave europeu na Ásia
contemporânea, nunca foi colônia de povoamento gozando de domínio pleno sobre seu
território, ou colônia de exploração baseada numa atividade produtiva local. Em vez disso,
sempre respondeu às funções de porto de trato, de feitoria, de praça offshore de intermediação
comercial tolerada por Pequim. “A paz que temos com o rei da China é conforme ele quer”,
escrevia em 1635 o cronista da Índia, Antônio Bocarra. Um século e meio mais tarde, o bispo-
governador de Macau reiterava: “Não podemos resistir com força a qualquer ordem [do
imperador da China] […] o imperador num instante meterá nesta cidade, de improviso, tantos
chinas, que lançando cada um neste rio [de Macau] só um sapato, faria entupir a barra”.[10]
Malgrado o peso relativo do governo-geral da Bahia, não obstante toda uma tradição de
estudos brasileiros que busca elaborar uma história territorial “nacional” a partir da primeira
missa rezada em Porto Seguro, a América portuguesa – formada por um arquipélago de zonas
econômicas dispersas no Estado do Brasil e no Estado do Maranhão, com pouca ou nenhuma
comunicação entre si – constitui apenas uma expressão geográfica nos séculos XVI e XVII. Em
virtude do sistema de ventos, das correntes e do comércio predominantes rio Atlântico Sul, a
Amazônia propriamente dita, o Maranhão, o Pará e o Piauí, permanecem dissociados do
restante do Brasil, enquanto Angola se agrega fortemente a ele. Longe de qualquer desacerto
da burocracia reinol, o estabelecimento, em 1621, do Estado do Pará e Maranhão, com um
governo separado do Estado do Brasil, responde perfeitamente ao esquadro da geografia
comercial da época da navegação a vela. Propagandista do Maranhão, ou seja, da Amazônia,
por ele considerada como a terra prometida para “os pobres de Portugal”, aos quais dedica seu
livro publicado em 1624, o capitão Symão da Sylveira afiança: “O Maranhão é o Brasil melhor,
e mais perto de Portugal, que todos os outros portos daquele Estado, em derrota muito fácil à
navegação [de Lisboa][…] E por ser esta terra tal, a fez S. M. governo separado do Brasil”.[11]
Por causa da não-integração econômica do seu território, o Brasil apareceu muito tempo como
um território insular. Mesmo quando os mapas já haviam, de muito, registrado os contornos
continentais da América portuguesa, algumas chancelarias seiscentistas da Europa ainda se
referiam à colônia como se fora uma ilha. Ilê Brésil, ilha Brasil, tal é o nome dado ao domínio
lusitano na América num documento apresentado em 1659 por diplomatas franceses que
negociavam, em Paris e noutras capitais europeias, as relações internacionais após a Guerra
dos Trinta Anos.[12]
Em conclusão, cabe lembrar Fernand Braudel e, antes dele, Lucien Febvre: o primordial é a
realidade que está sendo enquadrada, e não o quadro territorial.[13] Só após a exploração do
ouro em Minas Gerais começa a emergir, no interior dos domínios portugueses da América do
Sul, uma verdadeira territorialidade, uma divisão inter-regional do trabalho em torno de um
mercado em que os vendedores são dominantes (sellers’ market).
Dado este quadro internacional, convém apontar os fatores internos que impulsionaram o
expansionismo português.
A COLONIZAÇÃO MONÁRQUICA
No elenco de receitas tributárias da monarquia portuguesa, se destaca a “sisa”, imposto geral
sobre a compra e a venda de qualquer espécie de bem e de mercadoria.[14] A importância deste
imposto nos séculos XV e XVI demonstra que as receitas régias se baseiam na circulação, e
não na produção de riquezas.[15] Com o advento das Descobertas, os rendimentos das trocas
ultramarinas se sobrepõem às receitas obtidas na tributação do comércio interno do reino. Por
volta de 1520, as receitas fiscais captadas no trato d’além-mar já ultrapassam um terço os
tributos e taxas recolhidos na metrópole pelo Erário Régio.[16] Além disso, tirando proveito das
feitorias levantadas nos três continentes, a família real e a nobreza lusitana também investem
nas empreitadas ultramarinas, participando diretamente do grande comércio oceânico e dele
retirando lucros.[17]
Tais características do Estado lusitano foram bem estudadas pelos historiadores portugueses.
A propósito do reino de d. Dom João n (1481-95) e da transição da “monarquia agrária” para o
“império oceânico”, João Lúcio de Azevedo escreve: “O dono da nação era a partir desse
momento negociante, como antes tinha sido agricultor”.[18]Sobre a concentração de riquezas
nas mãos do rei, no século XVI, Manuel Nunes Dias estuda a emergência de um “capitalismo
monárquico”.[19] Tomando também em conta a influência da aristocracia fundiária, cujos
interesses vão pesar, mais tarde, no acordo econômico anglo-português selado pelo tratado de
Methuen (1703), Magalhães Godinho define “um império oceânico, comercial, mas também
fundiário e agrícola”.[20] No total, os impostos indiretos sobre a circulação interna de
mercadorias e, mais ainda, sobre o comércio externo, garantem os fundos do Tesouro Real
desde o século XVI. Note-se que a Inglaterra e a França só introduzem um imposto similar às
sisas, as accises, em meados do século XVII.[21]
Esses traços históricos do aparelho de Estado lusitano devem ser correlacionados com esferas
políticas definidas em três níveis distintos.
Nesta ordem de ideias, a expansão marítima e a emigração aparecem como causa e efeito do
descompasso entre a rigidez das estruturas metropolitanas e a dinâmica da mobilidade social.
Nos anos 1520, Portugal tem perto de 1 400 000 habitantes, a Espanha cerca de 7 milhões, a
França 16 milhões, a Itália 11 milhões.[24] Da rala pátria portuguesa, poucos homens, muito
poucos, não mais de 2 mil por ano, saíram, no século XVI, para pelejar nos cinco mares.
Madeira, Açores, Cabo Verde. Bissau, Cacheu, Bisiguiche. Mina, São Tomé. Luanda,
Benguela, Quelimane, Moçambique, Goa, Diu, Ormuz, Colombo, Malaca, Macau. Laguna,
Piratininga, Rio de Janeiro, Salvador, Pernambuco, Maranhão. Os desclassificados do reino –
deserdados, marginais urbanos, comerciantes cripta-judeus, bastardos da pequena nobreza,
funcionários, militares, baixo clero secular – se deslocavam até a periferia para colonizar as
conquistas, enquanto cativos asiáticos, americanos e, sobretudo, africanos, eram deslocados
para o centro para serem explorados colonialmente nos campos e cidades metropolitanas.
[25]
De fato, no século XVI, o número de escravos introduzidos no reino se aproxima do número
de portugueses partindo para os três continentes.[26]
[…] declarando-lhe então a razão disto, pelas melhores e mais bem enfeitadas palavras que
então ocorreram, esteve ele um pouco suspenso, e bulindo três ou quatro vezes com a cabeça,
disse para um homem velho que estava junto dele: “Conquistar esta gente terra tão alongada
da sua pátria, dá claramente a entender que deve haver entre eles muita cobiça e pouca
justiça”. A que o velho, que se chamava Raja Benão, respondeu: “assim parece que deve ser.
Porque homens que por indústria e engenho voam por cima das águas todas, para adquirirem
o que Deus não lhes deu, ou a pobreza neles é tanta que lhes faz esquecer a sua pátria, ou a
vaidade e a cegueira que lhes causa a sua cobiça é tamanha que por ela negam a Deus e a
seus pais”.[27]
Na Ásia, a exploração colonial se apoia numa rede de feitorias e portos, terminais de zonas de
comércio e de produção situadas, no mais das vezes, fora da soberania efetiva de Lisboa.
Nesse sistema, aqui chamado de tipo “asiático”, devem também ser incluídos os portos de trato
da Senegâmbia e do golfo da Guiné, bem como os enclaves do Estado do Grão-Pará e
Maranhão, tributários do extrativismo. Como se sabe, durante o século XVII, os portugueses
serão dominados nestas regiões por outras potências europeias. Bem diversa será a situação
no Estado do Brasil e em Angola. Além dos efeitos aglutinantes induzidos pelo tráfico negreiro
e pelo intercâmbio com a metrópole – efeitos que dão porosidade às economias do Atlântico
Sul e consolidam o poder imperial na região -, estas duas possessões de tipo “atlântico” ligam-
se ainda à metrópole por conexões características.
No Brasil, por ordem régia, os engenhos são concebidos como uma estrutura ambivalente,
sendo ao mesmo tempo unidades de produção e unidades fortificadas de ocupação territorial.
[28]
Em Angola, a marcha da conquista e as mudanças sociais suscitadas pelo tráfico negreiro
proporcionam um duplo esteio aos portugueses: o controle da rede de trocas terrestres
desembocando nos portos de tráfico (Luanda e Benguela); o domínio sobre uma camada de
mercadores itinerantes nativos, os “pombeiros”, subordinados aos negociantes portugueses do
litoral.
Pondo fim à Guerra dos Trinta Anos, os tratados de Westphalia (1648) consagram o fim da
hegemonia católica na Europa. Três religiões cristãs – luterana, calvinista e católica – são
desde então institucionalizadas no espaço do Sacro Império Germânico. A Espanha reconhece
em 1648 a independência das Províncias Unidas, mas prossegue a guerra contra a França até
1659 e contra Portugal até 1668. Enquanto as potências católicas continuam divididas, a
Reforma se afirma de pleno direito na política europeia. Senhor do Reino de Nápoles e da
região de Milão, Felipe IV de Espanha mantém tropas na ilharga dos territórios pontificais.
Desta sorte, a aliança madrilena é propriamente irrecusável para a Santa Sé. Declarado
rebelde pela Coroa espanhola, o Portugal de d. João IV (1640-56) é assaltado por terra e mar.
Dois terços da marinha portuguesa são destruídos entre 1640 e 1649. O Alentejo continua até
1668 sendo teatro de conflitos entre os dois países. Num despacho de Haia, onde se achava
em 1648 como enviado diplomático de d. João IV, o padre Antônio Vieira desenha o lancinante
cerco mundial sofrido por Lisboa:
Temos guerra em cinco províncias de nossas fronteiras [europeias], e em mais de 100 léguas
de costa, sem haver um palmo de mar ou terra, no circuito de todo o reino, que não esteja
exposto à invasão do inimigo e necessite de defesa: e, além desta guerra tão interior, temos
guerra em Pernambuco, guerra na Bahia, guerra em Angola, guerra nas fronteiras de África, e,
segundo já se diz aqui [em Haia] – o que se não é hoje será amanhã – guerra em Goa, em
Ceilão, em Malaca, na China, enfim, em todas as partes do mar e do mundo, ou com os
castelhanos, ou com os holandeses, ou com os mouros e turcos.[32]
Tantas e tamanhas eram as tribulações da Coroa portuguesa que Vieira propõe o abandono de
Pernambuco e de Angola à Companhia das Índias Ocidentais, e uma paz em separado com os
holandeses, para que Portugal pudesse concentrar suas forças militares na guerra fronteiriça
contra a Espanha.
Guerreado por Madri e pela Holanda, posto em quarentena pela Santa Sé, Portugal busca o
apoio de Londres, preferindo a aliança com os distantes hereges à associação com os vizinhos
católicos. Dando seguimento a vários tratados bilaterais, os portugueses facilitam o acesso dos
mercadores e das mercadorias inglesas às zonas sob seu controle na Ásia, África e América.
As negociações globais entre Lisboa e Londres são seladas por três pactos bilaterais. O
primeiro, de 1642, funda “a dependência econômica e política de Portugal” [S. Sideri]. O
segundo – “um diktat” [C. R. Boxer] -, assinado em 1654, transforma o país em “um vassalo
comercial da Inglaterra” [A. K. Manchester]. O terceiro, datado de 1661, marca o “ponto
mínimo” [V. Magalhães Godinho] da soberania portuguesa.[33]
Dada a distinção apontada acima entre a exploração lusitana na Ásia e na África Ocidental, por
um lado, e no Atlântico Sul, por outro lado, as vantagens obtidas pela Inglaterra têm
implicações diferentes. Na Ásia, e principalmente na Índia, os ingleses embolsam ganhos
comerciais e territoriais. Adquirem o direito de manter mercadores em Goa, Cochim e Diu, mas
também o controle de Bombaim. Junto com Madras e um enclave no Hughli, ocupados nessa
mesma época, Bombaim constitui o núcleo regional a partir do qual se estende a East India
Company e, posteriormente, o império britânico na Índia. Para Londres, o endosso português
na Ásia era tanto mais necessário que a East India Company, fundada em 1635, parecia
desprovida de capitais e de navios quando comparada à sua rival holandesa, a Companhia
Reunida das Índias Orientais (VOC).[34]Incapacitada para fincar pé na Ásia por sua própria força
a companhia inglesa tinha que tratar diretamente com régulos asiáticos, ou recorrer a Lisboa
para infiltrar-se nos circuitos comerciais e políticos que os portugueses haviam tecido nesta
parte do mundo.[35] Na África do Norte, os ingleses recebem a praça de Tânger. Um trunfo
decisivo também é obtido por Londres na praça de Lisboa, onde negociantes ingleses
desfrutarão do direito de extraterritorialidade e de franquias facilitando a introdução de
mercadorias no Brasil, por intermédio de portos e comerciantes portugueses. A partir de então,
o comércio de reexportação e o contrabando ganham um papel importante na continuidade da
presença portuguesa no ultramar.
Na negociação global entre Londres e Lisboa, duas situações se apresentavam. Onde o
interesse residia no acesso a mercadorias produzidas fora do controle metropolitano, como na
Ásia e no golfo de Guiné, a Inglaterra procura obter a livre circulação de seus mercadores. Ao
inverso, nas regiões como o Brasil e, em menor medida, como Angola, onde a organização da
produção colonial enrijecia o núcleo ultramarino lusitano, os ingleses reivindicam apenas a livre
circulação de suas mercadorias.
Apesar do julgamento severo proferido pelos historiadores citados acima, os tratados de 1642,
1654 e 1661 também embutiam algumas vantagens políticas para Lisboa. A aliança luso-
britânica abre a via ao tratado de paz luso-espanhol de 1668 e à normalização das relações
entre Portugal e a Santa Sé. Destarte, consolida-se a soberania portuguesa na Europa e
fundam-se novas bases jurídicas e diplomáticas para o domínio português no Brasil, nas ilhas
atlânticas, na Senegâmbia, Angola, Moçambique e em certos enclaves do Oriente. Perdeu-se
boa parte da Ásia, mas o que restava no Atlântico Sul estava amarrado pela “Pax Lusitana”.[36]
Numa carta dirigida, em 1672, a d. Rodrigo de Meneses, fidalgo influente junto ao infante d.
Pedro, o padre Antônio Vieira – fino diplomata e pensador político que uma tradição literária
brasileira insiste em apresentar apenas como orador sacro e estilista barroco – ressalta a
utilidade eminentemente política das conquistas:
Inglaterra, França e Holanda, todos têm os olhos postos em conquistas, e não têm outras para
onde olhar senão as nossas, que só com armadas prontas no rio de Lisboa se podem
defender, e, ainda que aí se apodreçam ao parecer inutilmente, só elas são os muros das
conquistas. E não nos envergonhamos de se saber no mundo que consta a nossa armada de
três fragatas! A razão de as nações sobreditas se empregarem com tanto cabedal no poder
marítimo é principalmente a utilidade dos comércios, tendo conhecido todas as coroas e
repúblicas, por experiência, que só comerciando se podem fazer opulentas […] Mas, senhor, o
nosso caso [de Portugal] não é este. Não quero que sejamos ricos; quero somente que
conheçamos a nossa fraqueza e o nosso evidente perigo, e que tratemos de prevenir o
precisamente necessário para conservar a liberdade, o Reino e as Conquistas; e, suposto que
estamos conhecendo e padecendo com tantos descréditos a impossibilidade dos quatro
palmos de terra que Deus nos deu na Europa, porque nos não havemos de valer da nossa
situação, dos nossos portos, dos nossos mares e dos nossos comércios, em que Deus nos
melhorou e avantajou às nações do mundo?[37]
Para Antônio Vieira, a expansão ultramarina devia garantir bens muito mais preciosos que a
evangelização dos pagãos ou as rendas do Erário Régio. “A liberdade, o Reino, as Conquistas
… Tais eram os bens essenciais dos lusitanos ameaçados pela ameaça internacional gerada
pela Restauração. Tal era sua ordem hierárquica: em primeiro lugar, a liberdade; em segundo,
o reino; e em terceiro lugar, e como garantia dos dois primeiros, vinham as conquistas, as
colônias. As colônias servem para sermos livres, não para sermos ricos, parece dizer, em
resumo, o padre Antônio Vieira.
Duzentos anos depois, pela voz de João da Ega, Eça de Queirós ironiza em Os maias(1888) o
jogo reiterativo, mas eficaz, que ainda pautava a política externa portuguesa:
Ninguém consentiria em deixar cair em mãos da Espanha, nação militar e marítima, esta bela
linha de costa de Portugal. Sem contar as alianças que teríamos a troco das colônias – das
colônias que só nos servem, como a prata de família aos morgados arruinados, para ir
empenhando em casos de crise…[38]
Fecha-se assim o círculo de ferro que demarca o horizonte lusitano após a Restauração.
Circunavegando o poder dos grupos privilegiados metropolitanos, o Estado extrai suas receitas
do comércio exterior, estimulando, por sua vez, a expansão marítima; esta lhe assegura
territórios e mercados além-mar, os quais, cedidos ou entreabertos ao comércio inglês, servem
de penhora à aliança luso-britânica; garantida desta forma, a independência de Portugal
legitima por sua vez a monarquia, permitindo que o aparelho de Estado se sobreponha às
instituições e às estruturas metropolitanas e coloniais.
Atenas
História Geral
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Atenas foi uma das principais pólis da Grécia Antiga, conhecida como o lar da democracia,
sistema político que surgiu no século VI a.C. A cidade de Atenas é um dos locais mais
estudados da Grécia pela grande quantidade de escritos nela feitos durante o Período Clássico
— uma demonstração de como a cidade era aberta à produção de conhecimento.
Atenas surgiu ainda no período da Civilização Micênica, segundo milênio a.C., e a sua
evolução fez dela um lugar importante na Grécia. Dominava a região da Ática, assumiu papel
de protagonismo durante a luta contra os persas, e entrou em declínio com a derrota na guerra
contra os espartanos.
Origens
Por volta de 1500 a.C., portanto, durante o período de existência da Civilização Micênica,
acredita-se que Atenas já era uma pequena comunidade organizada. Desse período, os
arqueólogos conseguiram encontrar evidências que apontam a possível existência de um
palácio (centro de poder para os micênicos) e de algumas fortificações. As lendas gregas
narram que Atenas foi nomeada em homenagem à deusa Atena.
Democracia ateniense
As reformas em Atenas começaram a ser feitas no final do século VII a.C., e o primeiro
legislador a fazê-las foi Drácon. Esse político ateniense impôs uma série de leis puníveis com
a morte se alguém não as cumprisse. As leis de Drácon foram consideradas muito rígidas, e,
tempos depois, Sólon promoveu novas reformas.
Sólon também criou a Eclésia, a assembleia popular, onde os cidadãos das quatro tribos
poderiam reunir-se e tomar as decisões para a cidade. Outra instituição criada foi a Bulé, um
conselho formado por 400 cidadãos, 100 de cada tribo, e a responsabilidade desse grupo era
propor as leis que seriam debatidas na Eclésia.
As reformas empreendidas por Drácon e Sólon não foram suficientes para diminuir as tensões
que existiam entre a aristocracia e os pobres atenienses. Isso fez surgir governos tirânicos,
na concepção grega, que assumem o poder pela força. Esses governos ora atendiam os
interesses dos pobres, ora atendiam os interesses dos aristocratas.
Esse modelo ateniense foi levado para a Ática, uma região muito grande que esteve sob o
controle de Atenas. Essa foi uma das diferenças de Atenas com sua maior rival, Esparta, pois
os atenienses impuseram o seu domínio sobre a Ática, e algumas ilhas do mar
Egeu, concedendo direitos políticos a quem estivesse sob seu controle. Esparta, por sua
vez, impôs esse domínio, mas sem conceder direito político algum.
Embora inovador, o sistema ateniense tinha limitações, uma vez que a cidadania ateniense
era limitada a um grupo muito pequeno de homens atenienses, filhos de pais atenienses. De
toda forma, foi um ganho para as classes pobres dessa pólis porque lhes permitiu envolver-se
com as decisões políticas. Para saber mais sobre esse importante e influente sistema político,
leia: Democracia ateniense.
Guerras
Como Atenas tinha uma posição privilegiada na Grécia Antiga, é natural que a cidade tenha
tido papel central em algumas guerras que aconteceram na região. No começo do século V
a.C., Atenas enviou tropas à região da Ásia Menor para ajudar cidades gregas que estavam se
rebelando contra o domínio persa.
Atenas e muitas outras cidades gregas, incluindo Esparta, uniram-se para fazer frente à
invasão persa. Nas duas Guerras Médicas, Atenas foi invadida e saqueada duas vezes, mas
teve participação fundamental nas vitórias que aconteceram
em Maratona, Salamina e Plateia. Após a derrota dos persas, Atenas saiu fortalecida, pois
tinha uma poderosa frota naval e possuía a liderança da Liga de Delos.
Essa liga foi uma associação de cidades gregas que formaram um fundo para ser usado contra
os persas. Como Atenas ocupava a liderança da liga, começou a usar os fundos dela para
investir em seu próprio desenvolvimento e em seus próprios interesses. O fortalecimento de
Atenas via Liga de Delos fez com que Esparta e outras cidades gregas se mobilizassem
contra os atenienses, e isso levou à Guerra do Peloponeso.
A Guerra do Peloponeso estendeu-se de 431 a.C. a 404 a.C. e foi travada por Esparta e seus
aliados contra Atenas e os aliados da Liga de Delos. Um conflito entre as duas cidades já havia
acontecido entre 460 a.C. e 446 a.C. No entanto, tradicionalmente, a Guerra do Peloponeso é
entendida como o embate do período 431-404 a.C.
As causas imediatas para a guerra foram a intervenção ateniense em um conflito entre duas
colônias de Corinto (aliada de Esparta) e o bloqueio econômico de Atenas sobre Mégara
(também aliada de Esparta). Ao longo do ambate, os espartanos conseguiram o apoio dos
persas, impediram a chegada de grãos à cidade e cercaram-na por terra. Essas ações
enfraqueceram Atenas e forçaram as lideranças da cidade a render-se em 404 a.C.
Era de ouro
A Guerra do Peloponeso foi colocou fim no domínio ateniense sobre a Grécia, e, durante esse
conflito, a era de ouro ateniense teve fim. Esse período aconteceu durante a administração
de Péricles. Ele foi um dos grandes políticos atenienses, levando a cidade ao seu momento
de maior desenvolvimento econômico e cultural.
Durante a era de ouro, Atenas viveu um grande desenvolvimento cultural e abrigou diversos
eruditos que ficaram marcados na história da Grécia Antiga. Entre eles estão Heródoto,
conhecido por fazer registros de importantes acontecimentos históricos dos gregos; Sócrates,
um dos grandes nomes da filosofia grega; Hipócrates, conhecido como o “pai da
medicina”; Aristófanes, um dos mais conhecidos dramaturgos gregos etc.
Péricles também fez uso da Liga de Delos com o intuito de fortalecer a cidade, e muitos
atribuem a derrota grega na Guerra do Peloponeso como uma consequência da morte de
Péricles (embora ele tenha morrido 25 anos antes). Péricles faleceu vítima da Peste de
Atenas, um surto epidêmico que atingiu a cidade em 430-427 a.C.
HISTÓRIA GERAL
As tecnologias desenvolvidas no período das guerras mundiais e os objetos que usamos no dia
a dia que advém desses conflitos.
RESUMO
O presente artigo visa mostrar o lado "bom" das Guerras Mundiais, se é que podemos dizer
que as guerras tenham um lado bom, os avanços tecnológicos que foi desenvolvido graças a
esses conflitos e que, na sua grande maioria, foram aprimorados na Guerra Fria. Visa também
mostrar que além da dor, da destruição e do caos instaurado pela guerra, podemos tirar algo
de bom para o nosso proveito cotidiano. Esse artigo tem como relevância mostrar que
pequenas coisas do nosso dia a dia, como o absorvente feminino, ou até mesmo o avanço na
medicina, que ganhou destaque durante os conflitos mundiais e que foram graças a esses
conflitos que obtivemos grandes avanços tecnológicos na aviação, na marinha e no cotidiano
civil.
As Guerras Mundiais ganharam grande destaque por atingir direta e indiretamente todos os
países do globo terrestre, tomando proporções jamais vistas na história da humanidade. Se por
um lado a guerra devastou cidades e matou milhões de pessoas, por outro lado tivemos o
desenvolvimento tecnológico e cientifico, que ocorrera naquele período, influenciando assim a
todos mais tarde. Houve avanço cientifico tecnológico tanto para fins militares, como o
aprimoramento e criação de armas, quanto para a população civil como o avanço na medicina
e o desenvolvimento dos antibióticos, até aparelhos que usamos no nosso cotidiano diário.
O presente artigo visa, mostrar que quase todas as tecnologias que usufruímos hoje em dia
teve origem no desenvolvimento tecnológico na guerra. Sim as guerras mundiais mudaram o
ponto de vista da população, dos envolvidos, dos aliados, dos inimigos e dos cientistas.
Ninguém imaginaria que o homem criaria uma arma de destruição em massa em 1900, mas
hoje temos a certeza de que se o homem quisesse poderia extinguir a vida no globo terrestre.
A tecnologia acompanha o homem desde os primórdios da civilização, podendo ser
compreendida como um conhecimento prático derivado quase que exclusivamente do
desenvolvimento do conhecimento teórico e cientifico através de processos acumulativos e
progressivos. Podemos até dizer que o desenvolvimento tecnológico teve e tem um impacto
social que poderá alterar os padrões de vida da humanidade, onde seu caráter pode ser
definido pelo uso. Por exemplo ninguém imaginaria que a mesma energia utilizada para destruir
uma cidade inteira como Hiroshima, pode ser usada para gerar energia limpa, apesar dos
riscos de radiação.
Sim a guerra e a tecnologia caminham lado a lado e é nesse ponto que o presente artigo tem
seu foco, nas tecnologias que se originaram dentro desses conflitos mundiais, onde hoje em
dia, quase ninguém faz ideia de que a triagem que temos hoje nas emergências hospitalares
advém da Primeira Guerra, assim como o fusca foi um projeto de carro popular proposto por
Hitler antes da guerra.
A Segunda Guerra Mundial, nada mais é que a continuação da Primeira Guerra, uma vez que
Alemanha saiu prejudicada no Tratado de Versalhes, levando toda a culpa pelo conflito
mundial. Todavia o líder político Adolf Hitler soube despertar o sentimento de revolta que existia
no povo alemão, apelando para um forte sentimento nacionalista, que pairava ainda no ar,
fortalecendo assim o Estado Nazista. No segundo conflito o poder de fogo bélico é maior que
no primeiro, pois na Primeira Guerra, muitas das criações bélicas como o tanque de guerra
eram colocados pela primeira vez em um campo de batalha. Houve também no final do conflito
o uso de uma arma nuclear com consequências catastróficas, que é sentida até hoje, sejam
nos descendentes que ficaram na região atingida, ou seja no clima de terror e o pânico que se
instaurou só de pensar em usa-la novamente.
Após os conflitos mundiais sofremos como uma guerra jamais declarada mas que arrancou
medo de muitos governantes. A Guerra Fria durou quase cinquenta anos e tinham apenas dois
blocos os capitalistas e os socialistas, onde o embate foram nas corridas armamentistas e
aprimoramento de armas e tecnologias desenvolvidas nas duas guerras mundiais. Pode-se
dizer que a guerra fria é uma herança da Segunda Guerra, pois como o uso da arma nuclear os
Estados Unidos se mostrou um país de extrema supermacia e poder, o que incentivou os
Soviéticos a mostrarem que também poderia se igualar aos norte-americanos nessa luta.
Logo deve-se apresentar o seguinte artigo distribuído de forma sucinta e clara. Discorreremos
sobre a Primeira Guerra Mundial, mostrando o conflito em si, no qual foi movido pela disputa
colonial dos países desenvolvidos sobre os países subdesenvolvido, ou seja uma disputa
mercantil. Abordaremos a Segunda Guerra Mundial um conflito que não deixa de ser
consequência do primeiro. Conceituarei o que é tecnologia e colocarei a relação entre
tecnologia e a guerra. Sendo que as tecnologias são tão antigas quanto à raça humana, que
para falar a verdade foram à criatividade humana que deu origem as tecnologias. Logo
ateemos as tecnologias de guerra antes do conflito mundial e, logo após as tecnologias durante
os conflitos separados por ordem cronológica. Falaremos da herança tecnológica gerada nas
guerras que usamos no nosso dia a dia. E por fim discutiremos sobre o aperfeiçoamento e os
feitos que foram alcançados na Guerra Fria, que nada mais é que uma herança da Segunda
Guerra Mundial.
Segundo Antonio Gasparetto Junior (2010), o conceito de Guerra Mundial é, “um conflito
capaz de afetar todos os países de alguma maneira”. Entretanto nunca houve de fato uma
guerra que envolvesse todos os países, mas o envolvimento de países de grande potencial no
planeta gera consequências econômicas e políticas que afetam a ordem mundial. Ainda
segundo Junior, o conceito de Guerra Mundial é:
No inicio do século XX, havia certo clima de tensão e rivalidade entre as grandes potências
européias. Entre os fatores que contribuíram para essa tensão de conflitos podemos destacar:
a disputa colonial, onde se buscavam novos mercados para a venda de seus produtos, os
países industrializados acabavam por disputar colônias na África e Ásia; a concorrência
econômica, os grandes países dificultavam a expansão econômica dos países concorrentes,
esse conflito foi bastante intenso entre a Inglaterra e Alemanha; a disputa nacionalista, no qual
surgiram em varias regiões da Europa os movimentos nacionalistas, que queriam agrupar sob
um mesmo Estado os povos de raízes culturais semelhantes. Esses fatores deram um clima de
guerra eminente, começando assim a corrida armamentista e a união de grandes potências em
tratados de aliança, cujo objetivo era somar forças para então enfrentar as potências rivais. Em
1907 existiam dois grandes blocos, a Tríplice Aliança que era formada pela Alemanha, Áustria
e Itália e a Tríplice Entente no qual era formada pela Inglaterra, França e Rússia. A tensão
entre esses blocos foram se agravando, onde qualquer incidente serviria de estopim para
declarar guerra. Estopim esse que foi causado com o assassinato do arquiduque Francisco
Ferdinando herdeiro do trono austríaco, em 28 de junho de 1914, na cidade de Saravejo por
um estudante pertencente a unidade nacionalista que era apoiado pelo governo sérvio
(COTRIM, 2002).
Em 28 de julho de 1914 a Áustria declara guerra a Sérvia, e em 1º de agosto a Alemanha
declara guerra a França e a Rússia; logo em seguida em 5 de agosto a Inglaterra declara
guerra a Alemanha. A guerra durou cerca de quatro anos e contou com novas armas utilizadas
em combates como: lança-chamas, metralhadoras, projéteis explosivos, além de incorporarem
o uso do avião e do submarino como recursos militares. A primeira guerra ficou conhecida
como guerra das trincheiras, onde cada lado procurava garantir suas posições. Em 1917 a
marinha alemã utilizava seus submarinos para afundar navios de países neutros alegando que
estes transportavam alimentos para os inimigos. Entretanto ambos os lados já estavam
desgastados e famintos, quando a Alemanha atacou os navios norte-americanos, e criou o
bloqueio marítimo impedindo o fornecimento de armas americanas aos países aliados os
Estados Unidos resolveu intervir na guerra em 6 de abril de 1917 (COTRIM, 2002).
Segundo Gilberto Cotrim (2002), os vencedores da Primeira Guerra impuseram várias medidas
aos países derrotados, através do Tratado de Versalhes. Os alemães por sua vez
consideravam essas medidas humilhantes e duras. Porém a Alemanha estava passando por
uma grave crise socioeconômica, que segundo Cláudio Vicentino e Gianpaolo Doringo (2013)
essa crise foi consequência da crise de 1929. Ainda segundo Vicentino e Doringo (2013) “a
reação às condições de paz acabaram por disseminar um forte sentimento nacionalista,
culminando no totalitarismo nazifacista”. Logo, segundo Cotrim (2002), o líder político Adolf
Hitler soube despertar o sentimento de revolta que existia no povo alemão, apelando para um
forte sentimento nacionalista, fortalecendo assim o Estado Nazista. Todavia segundo Vicentino
e Doringo (2013) “a política de apaziguamento, adotada por alguns lideres políticos do período
entreguerras e que se caracterizou por concessões para evitar um confronto, para garantir a
paz internacional”.
A Guerra Civil Espanhola (1936-1939), onde morreram cerca de um milhão de pessoas deu o
poder ao general golpista Francisco Franco, que pôs o fim a República Socialista Espanhola,
permitindo assim a Hitler e Mussolini testarem seus novos armamentos produzidos pelas
indústrias bélicas, assim sendo ficou consolidada a nova aliança chamada de Eixo Berlim-
Roma. Mais adiante com a entrada do Japão no conflito a aliança passou a ser chamado Eixo
Roma-Berlim-Tóquio, onde os três países assinaram o pacto anti-komintern, para combater o
comunismo internacional (VICENTINO e DORIGO, 2013).
No oriente a guerra prosseguiu por mais quatro messes, até a rendição japonesa até setembro
de 1945. Em uma demonstração de seu poderio militar os Estados Unidos lançaram duas
bombas atômicas em território japonês, a primeira no dia 6 de agosto na cidade de Hiroshima e
a segunda no dia 9 de agosto na cidade de Nagasaki. Segundo o presidente dos Estados
Unidos Harry Truman a bomba atômica foi utilizada para apresar a rendição japonesa que
ocorreu no dia 2 de setembro de 1945. Todavia para muitos analistas o uso da bomba foi um
crime de guerra dos Estados Unidos cujo objetivo era impressionar a União Soviética e a
marcar sua política (COTRIN, 2002).
Segundo Gilberto Cotrim (2002), pode-se dizer que a maior guerra realizada na história
humana foi sem sombra de duvida a Segunda Guerra Mundial. Estima-se que houve mais de
55 milhões de mortos, cerca de 35 milhões de feridos e 190 milhões de refugiados.
Aproximadamente 6 milhões de judeus foram brutamente exterminados em câmaras de gás e
fornos crematórios nos campos de concentração de Auschwitz, Chelmo, Belzec, Sobibor e
Treblinca. Também, Segundo Cláudio Vicentino e Gianpaolo Doringo (2013), foram
aperfeiçoadas técnicas militares de destruição e junto com os instrumentos de guerra somam-
se os novos foguetes e tanque, novos radares, o avião a jato, navios porta-aviões e a bomba
atômica.
Fim do Comunismo
O Fim do Comunismo é popularmente identificado com a queda do Muro de Berlim em 1989.
Desde que a Rússia passou pela Revolução Russa, em 1917, o Comunismo ganhou notória
força nos discursos por todas as partes do planeta. A Rússia tornou-se um país dito comunista
e influenciou vários outros a seguir a mesma doutrina. Muitos intelectuais aderiram ao
comunismo acreditando ser a melhor forma de vida para a sociedade.
A partir da década de 1930 o comunismo ganhou identificação como doutrina subversiva, uma
vez que ameaçava a doutrina capitalista que tinha e tem até hoje os Estados Unidos como
grande representante. A Segunda Grande Guerra Mundial foi o evento que definiu o rumo do
comunismo no mundo, como um inimigo feroz dos capitalistas. A guerra que se encerrou em
1945 foi vencida pelos Estados Unidos e pela União Soviética, embora o exército e a terrível
ideologia de Hitler tivessem sido vencidos o mundo não estava livre de guerras. Os dois países
vencedores se lançaram então em um novo confronto, que desta vez ia muito além do campo
de batalha, era pautado pelas disputas ideológicas.
O comunismo então passou a ser cassado radicalmente nos países que seguiam o
pensamento capitalista. Os adeptos da ideologia comunista eram tidos como subversivos e
enfrentavam punições extremas quando apreendidos.
Muito embora seja discutível se já houve realmente experiência comunista no mundo, isso
porque a definição teórica do comunismo não corresponde exatamente aos eventos que
ocorreram na prática, após a Segunda Guerra Mundial o mundo se tornou bipolarizado. A maior
representação dessa divisão foi a construção do Muro de Berlim, o qual cortava a cidade
alemã com o mesmo nome, estabelecendo a parte ocidental como capitalista e a parte oriental
como comunistas. Era sumariamente proibida a passagem de pessoas do lado ocidental para o
lado oriental do muro, apenas em situações devidamente justificadas.
O Muro de Berlim representou durante muito tempo a presença do comunismo no mundo, por
isso é a sua queda, em 1989, que é indicada como o marco do Fim do Comunismo no
planeta. A queda do muro naquele ano simbolizou a queda também da grande potência
comunista, a União Soviética, que não mais tinha a força de outrora para se sustentar.
Durante toda a década de 1980 a potência comunista enfrentou graves problemas dos mais
variados tipos, fazendo ruir a estrutura que sustentou durante várias décadas. A vitória
do capitalismo permitiu que esta ideologia entrasse no território soviético, fragmentando a
antiga União Soviética, e permitindo que os países aderissem ao novo sistema.
Guerra Fria
A Guerra Fria foi o conflito político-ideológico responsável pela polarização do mundo na
segunda metade do século XX. EUA e URSS foram os protagonistas desse conflito.
A Guerra Fria foi um conflito político-ideológico que foi travado entre Estados Unidos (EUA)
e União Soviética (URSS), entre 1947 e 1991. O conflito travado entre esses dois países foi
responsável por polarizar o mundo em dois grandes blocos, um alinhado ao capitalismo e outro
alinhado ao comunismo.
Contudo, nunca houve um confronto aberto entre americanos e soviéticos, sobretudo pela
possibilidade de destruição do planeta em larga escala caso houvesse um conflito entre os
dois. Apesar dos discursos afiados e da intensa atuação estratégica para manter sua zona de
influência, americanos e soviéticos foram cautelosos ao extremo e evitaram um conflito contra
o outro.
A Guerra Fria foi iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial e existe um debate acirrado
entre os historiadores a respeito de como foi iniciado esse conflito político-ideológico. De toda
forma, existe um certo consenso de que o marco que iniciou a Guerra Fria seja o discurso
realizado pelo presidente americano, Harry Truman, em 1947.
Esse discurso de Truman foi realizado no Congresso americano e, nessa ocasião, o presidente
americano solicitava verbas para que os Estados Unidos pudessem se engajar para evitar o
avanço do comunismo na Europa. Na visão de Truman, era papel dos EUA liderar a luta contra
o avanço do comunismo no continente europeu.
Esse discurso deu início ao que ficou conhecido como Doutrina Truman, que consistiu no
conjunto de medidas tomadas pelos EUA para conter o avanço do comunismo. A primeira ação
tomada por essa doutrina foi o Plano Marshall, plano de recuperação econômica da Europa
com o qual os americanos forneceriam grandes somas de dinheiro para os países
interessados.
A atuação dos Estados Unidos na Europa por meio da Doutrina Truman justifica-se única e
exclusivamente pelo discurso alarmista que apresentava a URSS como uma potência
expansionista e que procuraria conquistar todo o continente europeu sob a égide do
comunismo. Os americanos sabiam que os problemas econômicos da Europa no pós-guerra
eram um campo fértil para o crescimento da ideologia comunista lá.
Ainda assim, historiadores como Eric Hobsbawm e Isaac Deutscher argumentam que a União
Soviética não era uma nação expansionista e não demonstrava interesse em atuar fora da
sua zona de influência (o Leste Europeu). Esses historiadores apontam que a União Soviética
não tinha interesses em financiar e apoiar movimentos comunistas armados em outras partes
do mundo e que a postura soviética no pós-guerra era abertamente defensiva por causa da
destruição do país como consequência da Segunda Guerra Mundial.
A ideia por trás da ação americana em impor-se como nação hegemônica na Europa e no
mundo é explicada pelos interesses de Truman em manter elevados os índices de crescimento
econômico do país. Assim, o discurso maniqueísta praticado pelos americanos começou a ser
praticado também pelos soviéticos, e as relações dos dois países em nível internacional
passaram a ser baseadas no boicote.
Além disso, existem evidências que apontam que o governo soviético não tinha interesse em
expandir-se territorialmente e tinha o objetivo de assegurar apenas a sua área de influência.
Isso de fato aconteceu e, na Segunda Guerra, os locais invadidos pelo Exército Vermelho, que
era o exército soviético, foram transformados em Estados-satélites do regime comunista de
Moscou.
Características
A Guerra Fria estendeu-se de 1947 a 1991 e algumas características desse período podem ser
destacadas.
Corrida armamentista: a procura pela hegemonia internacional fez com que as duas
potências investissem bastante no desenvolvimento de novas tecnologias bélicas.
Assim, no período, o número de armas nucleares e termonucleares produzidas
disparou.
Corrida espacial: a corrida espacial foi um dos campos de disputa entre americanos e
soviéticos e, ao longo da década de 1960, inúmeras expedições espaciais foram
realizadas.
Revolução Chinesa
A Guerra Civil Chinesa, que se arrastava desde a década de 1920, retornou com força depois
da Segunda Guerra Mundial, e o fortalecimento dos comunistas, liderados por Mao Tsé-tung,
levou os americanos a apoiar os nacionalistas, liderados por Chiang Kai-shek.
Guerra da Coreia
Esse conflito contou com o envolvimento direto de soldados americanos, mas ao longo do
conflito nenhum dos dois lados sobressaiu-se e o conflito teve fim, em 1953, com um armistício
que ratificou a divisão das Coreias – divisão que existe até hoje. Os soviéticos também
participaram desse conflito, mas os americanos não tomaram nenhuma ação, pois queriam
evitar um conflito direto.
A Crise dos Mísseis foi o momento de maior tensão entre as duas potências da Guerra
Fria e se passou em 1962. Naquele ano, o serviço de inteligência dos EUA descobriu que a
URSS estava instalando uma base de mísseis em Cuba, país que havia passado por uma
revolução nacionalista em 1959. A inteligência americana sabia que os mísseis soviéticos
representavam pouca ameaça para os EUA, mas o presidente americano sabia que a questão
teria repercussão negativa sob seu governo e decidiu intervir.
O governo americano disse aos soviéticos que se os mísseis não fossem retirados, seria
declarada guerra. As negociações arrastaram-se durante semanas e os dois lados chegaram a
um acordo. Os soviéticos decidiram retirar os mísseis de Cuba e os americanos aceitaram
retirar seus mísseis instalados na Turquia.
Guerra do Vietnã
A Guerra do Vietnã foi um conflito travado entre 1959 e 1975 entre Vietnã do Norte e Vietnã do
Sul e ambos lados procuravam unificar o país sob seu controle. Os americanos entraram nesse
conflito, em 1965, e enviaram milhares de soldados ao Vietnã. Essa guerra foi extremamente
impopular nos EUA, e os americanos retiraram-se do conflito, sem alcançar seus objetivos,
em 1973. Os comunistas tomaram o controle do país, em 1976, logo após vencerem a guerra.
O Afeganistão é mencionado por muitos como o “Vietnã da União Soviética”. Esse conflito foi
travado entre 1979 e 1989 e se iniciou quando os soviéticos invadiram o Afeganistão para
apoiar o governo comunista daquele país contra rebeldes islâmicos. A invasão soviética levou
os americanos a financiarem e treinarem os rebeldes islâmicos e esse conflito foi
extremamente penoso para os soviéticos que se retiraram em 1989.
Ao longo dos anos da Guerra Fria, americanos e soviéticos procuraram coordenar ações para
concentrar o seu poder sob sua zona de influência. Uma das estratégias utilizadas foi a criação
de formas de cooperação econômica e militar dos quais destacam-se o Plano Marshall e a
Comecon, no âmbito econômico, e a OTAN e o Pacto de Varsóvia, no âmbito político-militar.
No campo militar, foi criada a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em 4 de abril
de 1949. A ideia da OTAN era criar uma aliança militar de países alinhados aos Estados
Unidos visando a impedir uma posição de agressão dos soviéticos. A OTAN foi uma forma de
os EUA imporem a sua hegemonia sobre o continente europeu.
Na mesma proposta, os soviéticos criaram o Pacto de Varsóvia, em 1955. A ideia era garantir
a segurança das nações do bloco comunista e evitar uma possível agressão realizada pelos
estadunidenses. Assim, se uma nação fosse agredida, todas as outras se mobilizariam em
defesa dela.
No caso da Alemanha, a Guerra Fria teve impactos muito maiores do que em grande parte do
mundo. Isso porque ao final da Segunda Guerra a Alemanha foi dividida em zonas de influência
de soviéticos, americanos, franceses e britânicos. Essa divisão teve reflexos no futuro do país
que acabou sendo dividido em duas nações:
A cidade de Berlim também foi dividida e transformou-se na capital das duas Alemanhas. O
lado oriental era comunista e o lado ocidental era o capitalista. Ao longo da década de 1950,
milhares de cidadãos da Alemanha Oriental começaram a mudar-se para Berlim Ocidental.
Para impedir essa fuga de cidadãos, as autoridades da União Soviética e da Alemanha Oriental
decidiram construir um muro isolando Berlim Ocidental.
Durante 28 anos, o Muro de Berlim separou os dois lados da cidade de Berlim e, por isso,
converteu-se em um grande símbolo da Guerra Fria.
A Guerra Fria teve fim com a dissolução da União Soviética que ocorreu em 26 de dezembro
de 1991. O fim da URSS foi resultado da grande crise econômica e política que atingiu
aquele país a partir da década de 1970. A falta de ações para resolver os problemas do bloco
comunista foram responsáveis por levar o país ao fim.
Em sequência, uma série de países conquistaram a sua independência, tais como Ucrânia,
Bielorrússia, Armênia etc. Esses países reuniram-se na Comunidade dos Estados
Independentes (CEI) e realizaram a transição para o capitalismo.