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Algumas verdades são difíceis de ser reveladas, mas não podem mais deixar de ser divulgadas.

Isto vai mexer com sua cabeça, revirar


seus conceitos, colocar em xeque suas certezas... mas, no fim, você irá aceitar.

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domingo, 22 de julho de 2012 Not in Brazil? Choose your preferred


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O Infinito

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Mapa mais completo do Universo que a humanidade conhece. MiNhoKKa
Itajaí, SC, Brazil
Marido, pai, biólogo
Se vamos começar, antes de mais nada faz-se necessário explicar que tudo acerca de profissional e filósofo amador.
nosso conhecimento sobre o universo é relativo à nossa posição atual. A Terra – bem Professor, colunista,
palestrante e um apaixonado amante da
como o Sistema Solar e a própria galáxia – NÃO É o centro do cosmo. Isto era verdade ciência - embora também gostaria de sê-
lo da Fernanda Lima.
incontestável até o Séc. XVI, quando Nicolau Copérnico colocou o Sol como ponto central
Visualizar meu perfil completo
do universo. Ele também estava errado. Todo mundo que arrisque um palpite está, porque
ninguém sabe onde fica esse centro. Então, o universo conhecido se refere ao que NÓS Siga-me... se for capaz!
podemos ver com nossos instrumentos.

O tamanho (estimado) apenas do universo observável é de 93,4 bilhões de anos-luz de


ponta a ponta. Isto equivale ao super-hiper-ultra-mega-giga-maxi-colossal número de
431.787.752.667.754.000.000.000km – ou 431 sextilhões, 787 quintilhões, 752 quatrilhões,
667 trilhões e 754 bilhões de quilômetros. Ufa! Trata-se de um número impossível até de se
imaginar. Se começássemos a contá-lo a cada segundo desde o momento em que
nascemos, demoraríamos quase 14 quatrilhões de anos pra terminar, e isto é quase 1
milhão de vezes a própria idade do cosmo, estimada em 13,7 bilhões de anos.

Calcula-se que existam incríveis 100 bilhões de galáxias no universo – cada uma com mais Marcadores:
de 100 bilhões de estrelas (algumas chegam à casa das dezenas de trilhões, como IC- Aborto (4) Ateísmo (12) Ciência
1101). Noves fora, chegamos ao total de 10 sextilhões de estrelas, desde as minúsculas (18) Crueldade (6) Datas (2) Deus (9)
como Gliese 229-B até as monstruosas como VY Canis Majoris. Se você pegar um grão de Drogas (1) Humanidade
Hábitos (3)
areia e colocá-lo à sua frente no céu noturno, ele preencherá o mesmo espaço de 10 mil (18) Mundo (18) Paranóia (6)
galáxias e 1 quatrilhão de estrelas. As primeiras ondas de rádio emitidas pela Rapidinhas (1) Recursos (5) Religião

(15) Saúde (4) Soluções (11) Universo


humanidade no laboratório de Heinrich Hertz, em 1887, estão agora a 1,88 quatrilhão (6) Valores (18)
de quilômetros de distância (aproximadamente 0,001% do tamanho do cosmo).
Arquivo:
Em 1996, astrônomos posicionaram as câmeras do Telescópio Espacial Hubble para um
► 2013 (1)
ponto aparentemente vazio do espaço sideral, próximo da constelação de Fornax, e tiraram
▼ 2012 (9)
uma foto. Era um espaço minúsculo, do tamanho de uma bola de tênis a 100m de distância ► Dezembro (1)
– ou um grãozinho de areia que estivesse grudado em seu polegar, com o braço esticado à ► Agosto (1)
sua frente. Pois apenas neste ponto desprezível a fotografia revelou inacreditáveis 03 mil ▼ Julho (1)
galáxias. O Infinito

Isso mesmo, galáxias inteiras, cada uma com dezenas de bilhões de estrelas, como a nossa ► Junho (1)

Via Láctea. Quem sabe o que pode ter por lá, ocorrer por lá... viver por lá? Seria possível ► Maio (1)

alguma forma de vida com tecnologia semelhante ter apontado seus instrumentos para cá e ► Abril (1)

ter visto algo similar – uma imagem com milhares de galáxias em que uma delas fosse a ► Março (1)

nossa Via-Láctea – e ter se feito exatamente as mesmas perguntas? ► Fevereiro (1)

A imagem, batizada de Hubble Deep Field, mudou radicalmente a forma como ► Janeiro (1)

compreendemos o universo, e é por isto que ela é considerada a mais importante já tirada ► 2011 (28)
em toda a história da humanidade, e você pode conferi-la abaixo. ► 2010 (4)

Em 2004 a experiência foi repetida, desta vez apontando o Hubble para a constelação de
Orion. Dessa vez 10 mil galáxias foram registradas. Esta nova foto ficou conhecida como
Hubble Ultra Deep Field, e representa a imagem mais distante do universo que o ser
humano já conseguiu captar. É ela que você vai ver agora.

Mais distante e mais antiga, pois esta imagem também é uma volta no tempo. E que volta!
Como sua profundidade chega a 13 bilhões de anos-luz e o universo tem idade calculada
em 13,7 bilhões de anos, trata-se de uma imagem de 400/800 milhões de anos após o Big-
Bang! O universo era um pirralhinho ainda. Percebeu a diferença de nitidez? Desde 1990 o
Hubble já teve sua tecnologia substituída e renovada inúmeras vezes. É por isso que,
mesmo muito mais distante, a 2ª imagem é muito mais nítida.

A maior medida espacial que existe é o gigaparsec, que equivale a 01 bilhão de parcecs –
que por sua vez, equivalem individualmente a 3,26 anos-luz. Na verdade, não existe razão
para existirem medidas maiores, pois calcula-se que o raio do universo observável possua
"""apenas""" 14 gigaparsecs. Mas a partir de agora vamos usar a já citada medida do ano-
luz, para fins de facilitação e melhor compreensão do texto.

A maior estrutura existente no universo (ao menos a que conseguimos descobrir até o
momento) é um super-aglomerado de galáxias conhecido como Grande Muralha Sloan. Ela
foi descoberta em 2003 e possui 1,37 bilhão de anos-luz de comprimento. De novo, trata-se
de um número impossível de ser compreendido. Saiba que nossa galáxia, que ainda está
MUITO longe de ser totalmente mapeada, tem "míseros" 120 mil anos-luz de diâmetro. Ou
seja, ridículos 0,0072% do tamanho da muralha... como eu disse antes, sequer dá pra
imaginar algo tão grande. Esta estrutura encontra-se a 01 bilhão de anos-luz de nós que,
se não moramos na maior estrutura da existência, podemos nos orgulhar de morar na 02ª
maior: o superaglomerado Pisces-Cetus, que tem 01 bilhão de anos-luz de tamanho.
Superaglomerados são, como o próprio nome
diz, aglomerados de aglomerados de galáxias.
Como tudo no universo, estão em expansão
constante, distanciando-se uns dos outros e
aumentando de tamanho, pois seus aglomerados
(e consequentemente as galáxias destes)
também o estão. A exceção até o momento é o
superaglomerado de Shapley que, por ter uma
unidade gravitacional interativa, está contraindo
Detalhe de uma das mais ricas regiões do
ao invés de expandindo.
Superaglomerado Pisces-Cetus: o O universo é cheio de estruturas ainda totalmente
aglomerado A-168. desconhecidas pelo homem. Mas muitas das
conhecidas ainda são completamente
misteriosas. Um bom exemplo é o chamado Vácuo de Eridanus, que tem 500 milhões de
anos-luz de tamanho e é uma das regiões mais frias do universo conhecido. Não que o
universo não seja inteiro gelado (quanto mais longe de qualquer astro, mais frio ele é), mas
esta região é a mais fria registrada até o momento: -270,5ºC, 2,5 graus acima do zero
absoluto. Uma teoria afirma que ele pode ser um portal para um universo paralelo.

Continuando nossa viagem, chegamos ao Superaglomerado de Virgo (Virgem), um monstro


com 110 milhões de anos-luz e mais de 100 aglomerados galácticos incluindo o nosso, que
tem o mesmo nome e é um pouco menor: 30 milhões de anos-luz. Embora ambos ainda
tenham tamanhos colossais, tratam-se de uma ninharia perto de onde começamos nossa
viagem. E depois dele chegamos à nossa próxima grande unidade de medida:
o iotametro (equivalente a 105,7 milhões de anos-luz, ou 32,4 milhões de parsecs, ou ainda
01 sextilhão de quilômetros).
Entramos agora ao aglomerado em que vivemos,
cujo nome é totalmente sem graça e bastante
desmotivador: Grupo Local. Nada daqueles
nomes legais em latim... sacanagem pô! Mas
enfim, existem nele cerca de 30 galáxias, e as
duas maiores são Andrômeda e a nossa, a Via-
Láctea. Ambas estão separadas por 02 milhões
de anos-luz e aquela é o objeto mais distante que
somos capazes de enxergar a olho nu (embora
Aglomerado galáctico de Virgo.
pareça-se apenas com um minúsculo e quase
indistinguível borrão escuro no céu noturno). Mas
embora sejam consideradas galáxias grandes, são bastante pequenas comparadas às
gigantes que já conseguimos encontrar.
A maior de todas é a IC-1101, do aglomerado Abell 2029, que tem 05 milhões de anos-luz,
sendo 56 maior do que a nossa. Na verdade, o aglomerado todo se resume praticamente a
ela. Possui mais de 100 trilhões de estrelas, 400 vezes mais que a Via Láctea (que tem "só"
250 bilhões). Graças a ela, o aglomerado Abell-2029 emite nada menos que 02 trilhões de
vezes mais luz que o nosso Sol. Talvez seja possível detectá-lo em qualquer ponto do
universo, observável ou não. E sabe quanto é isso? É o mesmo que acender
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 de lâmpadas...

Não é brincadeira. Não sei se existe nome para este número embora, como se tratam de 13
trios de zeros, posso arriscar que seja 01 duodecilhão.

Inacreditável, não? Agora chegamos ao


território das galáxias. Tirando a já
citada IC-1101, que é hours concours,
outra galáxia monstruosa é a NGC-4889,
também chamada de Caldwell-35 (500
mil anos-luz), seguida por tantas outras,
um pouco menores mas igualmente
colossais.
Você deve estar olhando as imagens e
se perguntando: por que cargas d'água
elas são todas espiraladas? Não são. Na
verdade as galáxias possuem
uma infinidade também de formas e
cores, não apenas tamanhos. As
maiores são de fato quase todas
espirais, mas se recrudescermos um
pouco mais, veremos galáxias um tanto
bizarras, como as curiosas "galáxias-
girino", que possuem uma "cauda" longa
(longa MESMO, de muitas centenas de
milhares de anos-luz) muito
provavelmente em decorrência de sua
colisão ou raspagem com outra galáxia
num passado inimaginavelmente
remoto.
E isto, na realidade, não é algo inédito
entre as galáxias. Na verdade, existem
uma série de exemplos similares, acontecidos e ainda acontecendo. As maiores galáxias do
grupo local são a nossa e Andrômeda, e ambas estão em rota de colisão. Dentro de alguns
bilhões de anos trombarão, e isto pode até significar o nosso fim (se você é fã do blog, já
deve ter lido a respeito aqui).
Depois das galáxias gigantes temos as medianas, que medem menos de 100 mil anos-luz
de diâmetro.

A essas alturas você já deve ter percebido que não coloquei nenhuma imagem da Via
Láctea. E isto tem um motivo: não existe imagem da Via Láctea. Não de verdade. Sabemos
que se trata de uma galáxia espiral, mas tudo o que temos são concepções artísticas do
que ela pode se parecer. Contudo, não se entristeça: você mesmo pode vê-la! Vá até um
local distante das insuportáveis luzes da cidade numa noite de céu bem limpo, e perceberá
uma linha larga e pálida cortando o infinito de horizonte a horizonte. Pois é, voilà!

O arco da Via Láctea, visto do Observatório de Cerro Paranal, no Chile.

Mas como disse, não adianta tentar fazer isso no meio da cidade de São Paulo ou qualquer
outra cidade que tenha iluminação muito farta. Precisa de ausência total de luz artificial para
observar ela ou qualquer outro corpo celeste de forma minimamente decente.
A Via Láctea mede pouco mais de 01 zetametro, nossa próxima grande medida espacial
(equivalente a 105,7 mil anos-luz, ou 32,4 mil parsecs, ou ainda 01 quinquilhão de
quilômetros).

Descendo um pouco mais, agora vamos conhecer as galáxias chamadas de anãs. Elas até
são visíveis sem o uso de instrumentos, mas seu tamanho seria desprezível, como alguns
pixels na tela do seu computador. Por ser uma das mais próximas de nós, a mais conhecida
é a Grande Nuvem de Magalhães – que é considerada uma galáxia-satélite da Via Láctea, e
só tem grande no nome porque está perto de uma outra galáxia ainda menor, chamada...
Pequena Nuvem de Magalhães, que tem a metade de seu tamanho (07 mil anos-luz). Mas
isto não a torna integrante do grupo das galáxias medianas. Cosmicamente falando, estas
galáxias são tão pequenas que mais se parecem com nuvens mesmo, amontoados de
estrelas, disformes e sem uniformidade estrutural alguma, geralmente no papel de meros
satélites das galáxias maiores (só a Via Láctea tem nada menos que 24 galáxias satélites).
Enfim... já descobrimos e catalogamos alguns milhares de galáxias, e isto parece muito se
não compararmos com o real potencial de 100 bilhões de galáxias que nosso universo
provavelmente possui.

Estamos agora ultrapassando as


galáxias e nos fixando nos próximos
gigantes da lista de corpos celestes. E
estes são bonitos! Vamos saber mais um
pouco a respeito das nebulosas.
Poucas coisas no universo são mais
espetaculares, belas e magníficas do
que elas. E sua função também é nobre:
tratam-se de berçários cósmicos.
Estrelas, planetas... tudo isso nasce
numa nebulosa. Nosso sistema solar foi
formado a partir de uma, a 05 bilhões de
anos atrás. Elas são depósitos de
material cósmico, como poeira, plasma e
gases como o hidrogênio. É justamente
este último que, iluminado pelas
estrelas, lhes confere a característica cor
rosada. Caso possua também materias
mais pesados como silício, carbono e
ferro, gerarão estrelas já com toda uma
diversidade de planetas lhes orbitando.
E, quem sabe, depois de algum tempo...
a vida. Lindo!
E, embora não sejam galáxias, podem
ser bem grandes. A Nebulosa da
Tarântula, por exemplo, é maior que
algumas galáxias anãs, e é também o
mais brilhante astro não-estelar
conhecido. Com as nebulosas, entramos
numa nova unidade de medida espacial,
o exametro (equivalente a 105,7 anos-
luz, ou 32,4 parsecs, ou ainda 01
quatrilhão de quilômetros). A maioria
delas encontra-se abaixo desta
medida.  Por serem "nuvens" de poeira e
gás elas apresentam, tal qual as nuvens
da Terra, uma infinidade de formas e
tamanhos, mas têm um extra que as
daqui não possuem: cores! As mais
belas fotos do universo geralmente são
de nebulosas ou de detalhes das
mesmas, como a incrível Nebulosa da
Águia e suas fantásticas e surreais
estruturas, maiores que o nosso Sistema
Solar.

Sobre o hidrogênio, aliás, é o elemento


químico mais comum do universo,
formando aproximadamente 93% de
tudo que existe. Os outros 07% são
praticamente hélio. Todos os outros 116
elementos químicos naturais que
existem não chegam a 01% de toda a
matéria do cosmo. Você também é em
grande parte feito de hidrogênio (lembre-
se que a maior parte do seu corpo é feita
de água, uma substância cuja molécula
possui 02 átomos de hidrogênio). Esse
gás também é o elemento primordial do
universo, tendo aparecido menos de
1/1000 de segundo após a grande
explosão do Big Bang. E isso explica
sua simplicidade: apenas 01 próton no
núcleo, que é orbitado por apenas 01
elétron. Isso o torna um elemento tão
estranho que precisa ser classificado à
parte na tabela periódica.

Mas é o momento de uma dupla despedida: das nebulosas e dos tão utilizados parsecs e
anos-luz. As nebulosas se tornaram menores do que eles e tudo que vier agora também o
serão, tornando-os irrelevantes daqui pra frente. Agora vamos entrar em uma nova medida
espacial, o petametro (equivalente a 01 trilhão de quilômetros).
As medidas agora começarão a se tornar mais familiares, cotidianas... o quilômetro já faz
parte de sua rotina.

Dê o último adeus ao ano-luz com esta curiosidade: a Terra já percorreu 450 mil anos-luz
girando ao redor do sol desde sua formação. Isto equivale a 4,5 bilhões de anos/órbitas.
Nosso planeta é 10 mil vezes mais lento que a luz.

E atenção! Nesta escala, por mais incrível que pareça, já temos a presença humana para
registrar. A sonda Voyager-01 já percorreu 17 bilhões de quilômetros desde que foi lançada,
em 05 de setembro de 1977. Ela já saiu do Sistema Solar e dirige-se agora para o espaço
exterior, sendo assim o mais distante objeto já criado pela humanidade a singrar o espaço
sideral. Ela continua se afastando (à 17km/s) e nos mandando sinais até hoje, embora os
mesmos demorem mais de 12 horas para chegar até aqui.

Agora vamos entrar no domínio das estrelas! Estas já nos são bem mais familiares, vemo-
nas todos os dias à noite, no céu   –  se o mesmo estiver limpo, ao menos. Lá em cima elas
parecem todas iguais, com tênus diferenças de brilho e tamanho... mas não são.
Estrelas, resumidamente, são glóbulos de gás (quase tudo hidrogênio e hélio) queimando
por fusão nuclear sem parar a trilhões de quilômetros de distância, tão densos que são
mantidos coesos pela ação da gravidade.

Você deve estar se perguntando: "mas como se sabe do que é feito uma estrela tão
longe"!? Simples, com o espectrofotômetro, um aparelho que mede o comprimento de onda
da luminosidade que a estrela emite e, a partir daí, compara com o mesmo comprimento de
onda de todos os elementos químicos conhecidos. A luz é uma só no universo inteiro, então,
sabendo como ela se comporta aqui, sabemos como ela se comporta em qualquer lugar.
Quer testar na prática? Acesse o espectrômetro virtual AQUI.
Que o Sol é uma estrela, isso você já sabe (ou ao menos espero que saiba!). Que ele
parece tão diferente das outras porque está BEM mais próximo que elas, também
(novamente, espero que sim!). Mas ele não é uma estrela grande. Não, muito pelo contrário.
Ele sequer seria percebido se fosse colocado lado a lado com a maior estrela do universo,
VY Canis Majoris. Na verdade, é até uma covardia compará-los, conforme você pode
conferir na imagem abaixo.

Essa é VY Canis Majoris – ou ao menos um pedaço dela. Tá vendo


aquele pontinho insignificante ali no centro? Pois é, é o nosso Sol...

A guria é tão grande, mas tão grande que, se fosse colocada no lugar do Sol em nosso
Sistema Solar, seu diâmetro ultrapassaria a órbita de Júpiter!!! Com seus 2.900.000.000km
de diâmetro, você levaria 1.100 anos para contorná-la, caso estivesse voando em um avião
comercial. Ou poderia fazê-lo em apenas 02:35h... se conseguisse viajar à velocidade da
luz. VY Canis Majoris é, simplesmente, a maior estrela conhecida pelo homem e
provavelmente, uma das maiores do universo, pois estrelas tão colossais assim não
costumam ter vida muito longa. Logo, não existem tantas como ela.
Mas o "tantas" aqui é relativo... podem ser milhões ou até mesmo bilhões. Dentro de um
universo com centenas de quinquilhões, isto é praticamente nada mesmo.

Outra que chega quase ao mesmo tamanho é a WOH-G64, seguida por VV Cephei, V-354
Cephei e KY Cygnus. Todas estas estrelas têm uma coisa em comum, além dos nomes
cheios de códigos: são estrelas hipergigantes vermelhas.

Estrelas dessa categoria podem ser gigantescas, mas já perderam quase a totalidade de
sua massa e encontram-se no fim de suas "vidas". São velhas corocas que logo (em termos
cósmicos, claro) se tornarão, ou buracos negros, ou supernovas ou ainda estrelas de
nêutrons.

Estas últimas são formadas quando estrelas monstruosamente grandes colapsam sobre si
mesmas, e a pressão em seu núcleo é tão inacreditável que os elétrons (-) acabam se
fundindo com prótons (+), formando... nêutrons (neutros) super-hiper-ultra-mega-
compactados. Uma colher de chá do material de uma estrela de nêutrons pesaria 06 bilhões
de toneladas, o que é mais de DEZ vezes o peso de todas as pessoas do planeta!

Mas existem outras categorias estelares... na verdade, esses astros têm um ciclo de vida
assustadoramente similar ao nosso próprio, com apenas 01 exceções: 1ª) nós ganhamos
massa conforme crescemos, estrelas a perdem; e 2ª) uma estrela pode se transformar em
várias coisas. Dependendo de sua massa e composição, podem, além das já citadas, se
transformarem em anãs marrons ou brancas também. Nós já sabemos o que vai acontecer
com o nosso Sol, que no momento é uma estrela anã amarela. Basta olhar aqui embaixo.

Ao contrário das galáxias e nebulosas, as estrelas não variam muito em formas e cores... de
forma que todas elas têm imagens relativamente parecidas em observações e imagens
telescópicas. Que pena.

Embora pareçam próximas entre si no céu


noturno, as estrelas estão bilhões e bilhões de
quilômetros umas das outras. Nosso amado Sol
se encontra a 8 minutos-luz de distância de nós
(o que dá uns 150 milhões de quilômetros). Após
ele, a estrela mais próxima que temos é Proxima
Centauri, que está a 4,22 anos-luz de distância.
Isso são 39,9 trilhões de quilômetros!
Quer analogia pra simplificar? Pois imagine que o
sol é uma bola de futebol colocada exatamente
Complexo estelar das Plêiades.
na marca central do Maracanã, no Rio de
Janeiro. Ande 25 metros (aproximadamente metade do caminho até a linha do gol) e
coloque no gramado um grãozinho de pimenta de 2mm, que simbolizará nossa tão
desprezada Terra. A 5cm de distância crave um alfinete no gramado – sua cabeça será a
nossa Lua. Nesta escala, Proxima Centauri seria outra bola de futebol (um pouco menor)
aproximadamente localizada na cidade de Knysna, lá na África do Sul, distante absurdos...
6.500km da capital carioca!
E se você é paulistano, pense naquela bola de futebol colocada exatamente no marco-zero
da cidade de São Paulo, na Praça da Sé. Se mudássemos a direção, Proxima Centauri
estaria na mesma distância lá em Leisure City, na ponta do estado da Flórida, nos
EUA! Agora imagine, nesta escala, o SEU tamanho...

Proxima Centauri pode ser a estrela mais próxima da Terra após o Sol, mas é tão pequena
e sem brilho (e sem graça) que simplesmente não pode ser vista a olho nu.
Mas as hipergigantes vermelhas podem ser grandes, mas nem sempre tão densas ou
brilhantes. Estes postos pertencem à R136-a1, uma supergigante azul que, se fosse
colocada no lugar do Sol, seria mais brilhante que ele na proporção que o mesmo é mais
brilhante que a Lua. E com tanta radiação ultravioleta, nem pensar em vida aqui na Terra.
Do ponto de vista terrestre, a estrela mais brilhante do céu é Sirius, da constelação Canis
Majoris (depois Canopus e Arcturus)

As estrelas menores também nos fazem chegar à


próxima medida espacial: o terametro (equivalente
a 01 bilhão de quilômetros). Nesta escala, temos
as estrelas medianas, como Pistola, uma estrela
que, em 20 segundos, libera mais energia que o
nosso Sol em 01 ano! E por falar em Sol... ele está
aqui! Sim, o nosso amado astro-rei, influência
gravitacional de todo o Sistema Solar e
responsável direto por você estar lendo esse texto.
Exatamente: a energia de seu corpo vem, ainda
O Sol. Pra nós, ESSA é a estrela! que indiretamente, das reações bioquímicas que
ele provoca (em você e no que você come). Então,
da próxima vez que estiver um dia claro e ensolarado, lhe dê as devidas congratulações.
ELE SIM é que te mantém vivo.

O Sol tem diâmetro de 1,4 milhão de quilômetros, um pouco mais que nossa próxima
unidade de medida, o gigametro (equivalente a 01 milhão de quilômetros). Agora, entramos
no domínio das estrela anãs, de todas as cores. Aqui também vemos estrelas meio bizarras,
como Regulus, Altair, Vega e Achernar, que rotacionam tão rapidamente sobre si mesmas
que se deformam, tornando-se elípticas, como um ovo de galinha! Vega mesmo parece
estar viva, pois até muda de forma, similar ao impacto de algo em um balão inflável. Estas
são todas estrelas azuis. De um extrema a outro, a menor estrela do universo conhecido é
Sirius B, uma anã branca apenas um pouquinho maior que nossa Terra!

Mas o gigametro nos traz um novo ator em nosso palco cósmico.


Ainda que bem menor que ele, é aqui que temos os
primeiros planetas, e o maior do universo já encontrado é TReS-
4, que é 70% maior do que o maior do Sistema Solar, Júpiter. Não
existem imagens dele (ainda), mas sabemos de sua existência
porque, com relação a nós, ele está bem na frente da estrela que
orbita, escurecendo seu brilho. Pela intensidade da luz que a
mesma emite, é possível calcular seu grande tamanho.
Aliás, graças aos avanços na astronomia, hoje conhecemos bem
mais do que os 08 planetas do nosso sistema. Se perdemos 01
(Plutão) ganhamos mais de 500 para compensar. É isso aí... já
descobrimos e identificamos mais de 500 planetas. Não encontrei
uma lista deles na internet mas sei que, até janeiro do ano
passado, haviam sido descobertos 484 planetas orbitando 408
estrelas. E isso porque nossos métodos de detecção ainda são
novos e, portanto, imprecisos. Não temos capacidade ainda para
rastrear decentemente planetas pequenos como o nosso.

Contudo, a maioria são planetas gasosos. Incrivelmente densos,


mas compostos apenas por gases sob altíssima pressão,
principalmente qual? Adivinha? Adivinha!? Adivinha!!? Ele mesmo,
o já tantas vezes citado hidrogênio. Sendo assim, são planetas
sem superfície e, obviamente, incapazes de abrigar vida. Pelo
menos até onde sabemos. Além do mais, 500 pode até parecer
muito, mas ainda falta MUITO para descobrir, e com toda certeza
detectaremos planetas ainda maiores que nosso atual campeão –
mas não tão maiores assim. Se Júpiter, por exemplo,
concentrasse 50 vezes mais matéria (e isso cosmicamente falando é algo até bem simples)
deixaria de ser um planeta... e se tornaria uma estrela.

Planetas do Sistema Solar em comparação.

Como dito à pouco, a vida como conhecemos talvez não seja a única passível de existência.
Só conhecemos formas de vida dependentes da água. Pode até haver alguma forma de
vida em Júpiter ou Netuno, mesmo que apenas microscópicas e nada complexas. Na
verdade uma quantidade muito, muito, mas MUITO pequena deve ser de planetas rochosos
como o nosso, e uma quantidade ainda menor deve orbitar estrelas do tipo solar como a
nossa. Ainda assim, mesmo que seja 01 em 01 milhão, o número final será enorme, pois o
total é praticamente infinito.

Agora podemos finalmente ver os planetas que nos são familiares... aqueles que fazem
parte do nosso Sistema Solar, dependentes da atração gravitacional exercida pelo astro-rei,
o Sol. Pela ordem de tamanho: Júpiter, Saturno, Urano, Netuno... todos esses planetas
possuem anéis, embora apenas os de Saturno sejam famosos, por serem mais espessos e,
assim, também mais visíveis. São chamados de planetas exteriores por se encontrarem
após o grande cinturão de asteróides, que os separa dos 04 planetas mais próximos do Sol.
Estes, aliás, BEM menores do que seus companheiros "de fora" mas, em compensação,
todos eles são rochosos, e não bolonas de gás super concentrado. Maaaaassss... já disse,
ser rochoso não é garantia de vida. Estar na distância correta da estrela também conta
bastante a favor. Desta forma, não temos muitas chances de encontrar vida em Mercúrio e
Vênus que, apesar de rochosos, estão próximos demais do Sol e vivem (literalmente)
fervendo.
Então temos apenas mais 01 opção: Marte. Todavia, apesar das inúmeras sondas já
enviadas para lá, nunca tivemos um sinal claro e inequívoco de que haja qualquer coisa viva
por lá.
O único lugar do Sistema Solar que reúne as condições perfeitas para a vida... é ela.

Foto da Terra tirada da Apollo 17, em 07 de dezembro de 1972. Esta imagem, apelidada de
"a bolinha azul", é a mais reproduzida de toda a história da humanidade.

Aaah, a Terra... não existe nada de especial neste planeta fora o fato de abrigar vida. Mas
precisaria de algo mais!? Isto por si só é um evento tão raro e tão isolado até onde sabemos
que é o suficiente para que lhe demos o devido valor  –  embora dificilmente o façamos, não
é mesmo?

Vamos voltar aos números. Nosso planeta tem diâmetro de 12.700km e,


como você sabe, tem um satélite: a Lua, de 3.500km. Ela não é a maior
do Sistema Solar: este posto pertence à Ganimedes (5.300km), uma das
66 luas de Júpiter, seguida de perto por Titã, de Saturno (5.200km), que
tem "apenas" 62 luas. Se os planetas exteriores do nosso Sistema Solar
são todos gasosos, suas luas não são, e algumas delas possuem
chances tentadoras de abrigar vida  –  embora ainda não exista NADA de
concreto a respeito. Europa (a lua, não o continente) de Júpiter é a
aposta mais promissora. Está coberta de gelo, e há teorias de que possa
haver um oceano por baixo dessa camada capaz de abrigar vida. Se
você acha isso estranho, pense no Lago Vostok, na Antártida (leia sobre
ele aqui). Existem outras luas estranhas, como Io, de Júpiter, que possui
a maior atividade vulcânica de todo o Sistema Solar, ou Tritão, de
Netuno, o lugar mais frio (-240ºC) e com ventos que chegam quase à
velocidade do som... enfim, com relação à planetas, apenas Marte pode
(ou pôde) quem sabe possuir algum tipo de vida, mas as luas oferecem,
além de maiores chances, um maior número de lugares atraentes para
se procurar.
Abaixo das luas agora temos os chamados "planetas anões", posto ao
qual relegamos o tão desprezado Plutão (que, aliás, mudou de nome
para 134340 Plutão). Fazem coro com ele Éris, Sedna, Quaoar e
Caronte. Aí a gente chega numa questão sinistra: o que cargas d'água é
um planeta? Porque, no Cinturão de Asteróides existe Ceres, um corpo
celeste que ninguém sabe ainda se é um planeta-anão ou um asteróide
(se for um asteróide é o maior de todos, com 950km de tamanho). E
ainda existe a categoria "planetóide"... enfim, tem alguns astros que
ninguém se entende sobre o que é ou o que deixa de ser. Na última
década, várias descobertas só vieram a aumentar a confusão. Então vamos deixar os
astrônomos se matando pra definir isso e simbora continuar nossa viagem – até porque
ainda não terminamos com os astros... nós vamos voltar a falar de corpos celestes mais
adiante. Antes, temos que registrar que chegamos à nossa próxima medida,
o megametro (equivalente a 1.000 quilômetros).

Agora chegamos a um momento


realmente especial... já somos capazes
de visualizar VIDA! Sim, do espaço!
Estamos falando da Grande Barreira de
Corais, no sudeste da Austrália, que tem
incríveis 2.600km de extensão e é a
maior estrutura construída unicamente
por seres vivos não-humanos em nosso
planeta. Ao todo, 300 atóis, 600 ilhas e
2.600 recifes formam um patrimônio
mundial da humanidade, berçário de
infinitas espécies marinhas e um tesouro
incalculável em biodiversidade... que
nós estamos destruindo.
O que obviamente não é novidade, nem
aqui nem em qualquer outro lugar do
planeta! Na verdade desde que o
homem apareceu na Terra iniciou o processo de destruição da mesma, embora apenas no
Século XX chegou a um nível tão assustador de devastação ambiental. No atual século a
consciência ambiental global até despertou, mas ainda é tênue e incapaz de deter o avanço
do estrago.

Tartaruga-verde (Chelonia mydas) nadando tranquilamente nas águas da Grande Barreira de Corais.

Nesta escala também temos a 1ª estrutura construída pelo homem: a Grande Muralha da
China que, ao contrário do que se apregoa, NÃO PODE ser vista da Lua, tampouco do
espaço a olho nu, isso é lenda. Que fique claro que NENHUMA obra humana é possível de
ser visualizada a partir de lá. Até os continentes são difíceis de discernir. A muralha é de fato
gigantesca, mas fina, estreita demais, razão pela qual não dá mesmo para vê-la do
espaço  –  nem mesmo do espaço baixo, onde pairam alguns de nossos satélites. Imagens
de alta resolução feitas a partir deles podem, sim, registrar esta impressionante obra da
arquitetura militar construída durante a China Imperial, cuja construção possui 8.800km de
extensão (não em apenas 01 muro mas em vários, erguidos por diversas dinastias desde
221 A/C até o século XV, durante a dinastia Ming). Nunca antes ou depois o homem
construiu algo tão grande.
Ainda sobre a possibilidade de enxergar
construções humanas do espaço, é até
possível... mas não individualmente. Se
você estivesse num satélite de LEO (do
inglês Low Earth Orbit, Baixa Órbita
Terrestre, cuja altura mínima é de
350km) conseguiria distinguir, por
exemplo, o borrão cinza da cidade de
São Paulo e de outras grandes cidades
do mundo, mas não se pareceria com
nada artificial ou humanamente
construído. Neste sentido, o melhor que
poderia ser visto seriam aquelas
construções monstruosas de
Dubai, Palm Jebel Ali, Palm Jumeirah e
The World Islands mas, mesmo assim,
Com muito olho (e MUITA boa vontade) é possível distinguir
seriam dificilmente distinguíveis do
a Muralha da China na foto acima (tirada por satélite, claro). restante da paisagem a uma altura tão
grande. Mas é claro, quanto mais
aproximasse, seria óbvio que, no mínimo, não se trataria de uma estrutura esculpida apenas
geologicamente.

E por falar em paisagem, o maior


acidente geográfico terrestre do planeta
já pode ser visualizado! É o Grand
Canyon, um rasgo de 450km de
extensão esculpido pelo rio Colorado ao
longo dos últimos 17 milhões de anos.
Algumas rochas expostas por ele são
muito mais antigas que isso, podendo
chegar a 1,8 bilhão de anos de idade.
Bem menor que ele, mas com o título de
montanha mais alta da Terra, está o
monte Everest (ou Sagarmatha no
original tibetano) que, com 8.848m de altura, continua a crescer lenta mas incessantemente
(bem como toda a Cordilheira do Himalaia) em torno de 5mm/ano, graças à pressão que a
placa indo-australiana exerce sobre a eurasiática sem parar a 70 milhões de anos.
Descendo ainda mais, vamos reencontrar alguns corpos celestes (não falei que
reapareceriam?). Aqui temos alguns dos menores do universo conhecidos pelo homem,
como as diminutas luas Hydra (100km) e Nix (80km). Calculando a circunferência a partir do
diâmetro (3,14159265 x 80), chegamos a apenas 251km. Dá aproximadamente 06
distâncias de maratona (42km). Dirigindo um carro à velocidade de 80km/h, você demoraria
pouco mais de 03h para dar uma volta completa no pequenino. Achou pouco? É porque
ainda não falei de Deimos, de Marte, talvez a menor lua conhecida, com apenas 13km.
Vamos dar adeus a TODOS os nossos
amigos espaciais com os dois
próximos. O 01º é famoso, bonitão e
de vez em quando vem nos visitar... é
o Cometa Halley, que deu uma última
passada por aqui em 1985 (eu vi!). Se
você é mais jovem, não fique triste...
ele vai voltar em 2061 (talvez já seja
tarde demais para mim que, se estiver
vivo, estarei com 85). Em sua época
ele passou a fazer parte da cultura
Os anos 1980 e suas tosquices... esse era o medonho Halleyfante. popular, apareceu até no seriado dos

Changeman! Aqui no Brasil,


inventaram uma horrível "Família Halley" na TV, cujo integrante mais infame era o
Halleyfante, que eu chamava muy carinhosamente de "aquele robozinho gay".
Apesar de sua cauda possuir até 03 milhões de quilômetros de extensão (mais de 230
vezes o tamanho da Terra), o núcleo em si tem apenas 11km. Isso mesmo, a mesma
distância em linha reta entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Engenhão, no Rio de Janeiro.
Incrível como consegue formar uma cauda mais de 270 mil vezes maior! Na verdade a
cauda é formada a partir de material vaporizado do núcleo, que por sua vez é constituído de
rocha, poeira e gases congelados, e possivelmente água também. Toda vez que ele se
aproxima do sol, esse material "derrete", formando a gigantesca (e magnífica) cauda. A
cada 1.000 voltas, o cometa perde 10% de sua massa, o que fará com que desapareça
totalmente em 300 mil anos. Não se preocupe, vai dar tempo. :P
O último corpo celeste que vou te mostrar neste artigo é Cruithne, do qual você nunca ouviu
falar. Com "míseros" 05km de tamanho, é um asteróide ou proto-satélite considerado a "02ª
lua" da Terra, por causa de sua órbita surpreendentemente similar à do nosso planeta. Mas
isso não o torna uma lua de verdade.

Agora chegamos à fase


inequivocamente humana, das grandes
até as mais diminutas construções
compiladas pela mente do homem. No
maior extremo, já podemos colocar a
maior máquina já construída, o LHC
(do inglês Large Hadrons Collider, ou
Grande Colisor de Hádrons), figurinha
carimbada desse blog. Com seus
8,6km de diâmetro e 27km de
circunferência, faz prótons trombarem
Túnel do Grande Colisor de Hádrons.
entre si para criar as partículas
fundamentais do universo, como
quarks, léptons e o famoso (e ainda incompreendido) Bóson de Higgs – que aliás, já foi
encontrado.
E já que falamos de um acelerador, estamos diminuindo aceleradamente agora e as
estruturas humanas tornam-se cada vez mais familiares! Mas ainda há espaço para a
natureza. O rochedo vermelho Uluru, sagrado para os aborígenes da Austrália, é mais baixo
que muitas construções (348m de altura), mas mais comprido que a maioria delas (03km de
comprimento). Saindo da horizontal para a vertical temos a maior queda d'água do planeta,
Salto Ángel, na Venezuela, com seus 980m de altura. Quase toda a água que cai vira vapor
no meio do caminho.
Entramos definitivamente no mundo humano agora. E isso porque estamos deixando para
trás o quilômetro (equivalente a 1.000 metros). A partir de agora, tudo será medido em
metros, inclusive os mais famosos monumentos construídos pela humanidade, como a Torre
Eiffel (320m), o Arco Gateway (192m), o Obelisco de Washington (169m) e a Grande
Pirâmide de Gizé (150m) que, aliás, permaneceu como construção mais alta do mundo por
4.000 anos  –  um recorde que dificilmente outra estrutura humana conseguirá, dada a
velocidade com que recordes são transpostos hoje em dia. Para se ter uma idéia, a Torre
Eiffel, inaugurada em 1889, ficou 41 anos na liderança até o Chrysler Building de Nova York
a substituir em 1930, e este já perdeu o posto no ano seguinte, para o Empire State
Building, na mesma cidade. Este ficou no trono até 1972, quando da construção do falecido
World Trade Center, também em Nova York. Hoje, praticamente a cada 05 anos o recorde é
batido, mas agora lá pelos lados do Oriente Médio e sudeste asiático.

Atualmente, o Burj Khalifa, inaugurado em 2010 em Dubai, é o mais alto de todos (830m) de
altura. Depois dele, mas longe, vêm a Abraj Al-Bait Tower em Meca (601m) e o Taipei em
Taywan (509m). Poderia ter colocado o World Trade Center (526m) nessa lista... se ele
ainda existisse.

Se você tiver um olho muito bom, provavelmente já vai conseguir distinguir uma "coisinha"
em meio a isso tudo. Fique ligado nela.

No plano horizontal, temos navios como


as grandes estruturas criadas pelo
homem. Se o que primeiro lhe vem à
cabeça é o Titanic, você deve ter vivido
no começo do século passado. Com
seus 270m de comprimento, ele não
figuraria entre os gigantes que vieram
depois dele, como o japonês Knock
Nevis (458m), o francês Batillus (414m)
ou o Esso Atlantic (404m), todos
petroleiros. Porém, todos já foram
desmontados e atualmente não mais
existem. O primeiro detinha também o
título de mais pesada máquina móvel já
construída, com 565 mil toneladas, mas este recorde foi quebrado (junto com vários outros)
com o surgimento da monumental Troll Tower, plataforma de gás natural offshore da
Noruega, que tem um peso total de 650 mil toneladas de aço e concreto.

Mas não são apenas as máquinas e construções


que vão diminuindo de tamanho, é claro! Até agora
não falamos de nenhum ser vivo individual, mas
eles já podem ser encontrados a partir daqui. Entre
as plantas, as maiores em altura são as árvores
norte-americanas sequóias (Sequoiadendron
gigantea), cujo maior exemplar já medido possuía
112m de altura. Hoje, o recorde é de uma sequóia
carinhosamente apelidada de General Sherman,
que tem 94,8m. A maior árvore de todos os tempos
já medida era um eucalipto australiano, com 132m,
em 1872. Todavia, em se tratando de comprimento,
as algas da Ordem Laminariales são imbatíveis:
chegam a inacreditáveis 300m, crescendo
espantosos 1m por dia! É o organismo individual
mais longo do planeta em qualquer reino.

Lembra da "coisinha"? Ela já está mais discernível,


mas ainda é irreconhecível. Continue com ela no
pensamento.

Entre os animais, em se tratando de comprimento, é


o verme Lineus longissimus, animal marinho que
alcança os 55m de tamanho, o animal mais
comprido do mundo. Depois, a água-viva juba-de-
leão (Cyanea arctica), com seus tentáculos de 37m
e, com MUITÍSSIMO mais volume, a baleia-azul
(Balaenoptera musculus), com 33,6m. Esta última
também está na liderança  do volume (180
toneladas), neste quesito vencendo qualquer animal
antes ou depois, o que inclui os maiores
dinossauros do passado.
Mas estes últimos eram mais compridos,
especialmente os saurópodes como o Amphicoelias
fragillimus, cujas estimativas apontam os 58m da
ponta do focinho à da cauda. Quase um Boeing
747. Outros também conseguiram ficar maiores que
a baleia-azul, como o Argentinosaurus (45m) e
o Supersaurus (34m).

Agora já se é possível reconhecer a "coisinha"... se


você ainda não se tocou do que se trata, aguarde
um pouquinho mais. ;)

Estamos chegando ao fim da nossa jornada. Tanto


construções como seres vivos estão ficando cada
vez menores, mais reconhecíveis e familiares.
Despedimo-nos dos animais conhecendo o maior
invertebrado do mundo, a lula-colossal (Architeuthis
dux), que chega aos 18m de comprimento e 900kg
de peso. Entre seus companheiros terrestres,
destacam-se o elefante, a girafa, o rinoceronte e o
hipopótamo, todos mamíferos africanos, e o bisão
norte-americano. São os maiores animais que ainda
existem fora d'água (existiam outros ainda maiores,
mas tratamos de exterminá-los até a aniquilação
total).

Finalizando a participação do Reino Plantae, o


saguaro (Carnegiea gigantea), espécie de cacto do
deserto de Sonora, no Arizona (EUA), pode
alcançar até 15m de altura, sendo a
maior planta (excluem-se aí árvores de grande
porte) que existe. Pode chegar aos 200 anos de
idade e atingir 10 toneladas de peso.

E então, querido leitor, finalmente chegamos àquele


capaz de observar, captar, calcular, mensurar e disponibilizar isso tudo. Isto mesmo,
aquela "coisinha" que lhe pedi para ficar atento agora está plenamente visível e
reconhecível! Estamos falando exatamente de...

Este é o seu momento! Não se sinta diminuto... tudo e todos têm seu lugar no universo. Isto
pode até soar poético e meio místico, mas é a pura realidade.
Todavia, não pense que és a menor coisa que existe. Com efeito, podes ser a maior –
depende do ponto de vista. Existe todo um universo menor que você! Na próxima postagem
vamos te colocar como a mais colossal estrutura do universo partindo do conceito das
supercordas, espuma quântica e comprimento de Planck. Você vai se sentir um gigante! E
seu ego irá aos píncaros!

Agora, uma perguntinha: depois de tudo que viu e leu, você acha mesmo que um suposto
deus (qualquer um dos milhares que já inventamos para justificar nossos desesperos
bobos) criaria um universo desses, com números desse tamanho e com tantos lugares
diferentes para querer se preocupar apenas com a SUA vida sexual!?

Pra terminar este artigo bem (e claro, se gostou dele) você deve agora ser coerente e
agradecer ao verdadeiro responsável por sabermos tudo isso. Aquele que, desde 1990, nos
presenteia com as mais fantásticas e importantes imagens já visualizadas pelo homem,
num salto tecnológico tão revolucionário quanto aquele que Galileu deu ao apontar sua
luneta para o céu em 1609:

OBRIGADO, TELESCÓPIO ESPACIAL HUBBLE !


Mas é claro que tem links! Sempre tem!

A Terra como um grão de pimenta


Atlas do Universo
Estrelas e mais estrelas
Ciclo de vida das estrelas
Conversores de medidas gerais e porcentagens
O Universo conhecido (vídeo do Museu Americano de História
Natural).
Artigo Principal

Postado por MiNhoKKa às 01:17

Marcadores: Ciência, Humanidade, Mundo, Universo

9 comentários:

Harlon 15 de setembro de 2012 20:05


Esta verdade não é apenas inconveniente como difííííííícil de acreditar.
É mais fácil acreditar em fantasias e crenças absurdas, pois assim o ser humano se sente mais confortável, e não
se sente abandonado.
Vive na mentira.
Responder

Kamen Rider Negatis 3 de março de 2013 14:06


O homem perto do universo, nada mais é que um micróbio, infelizmente ele conseguiu transformar a Terra no cu
do universo.
Responder

Unknown 1 de abril de 2013 02:46


QUE LEGAL TUDO isso, mas o mais interessante neste assunto acima, é que não é a religião, mas sim a ciência
que tem duvidas se existe vida semelhante e nossa no universo, com tanta informação e com tanta tecnologia e
gente nascendo e morrendo todos os dias, ainda nos dias de hoje, como ouvi no jornal nacional, ainda a ciência
faz está pergunta. sera que existe vida em outros mundos. viu como nem religião e nem ciência consegue se
entender ou informa o certo ou o simples. a vida e linda, e nós não estamos sozinho no universo. isso eu posso
garantir. continue contanto as estrelas e procurando por outros mundos, mas não esqueça a vida é para sempre,
para o bem ou para o mal.
Responder

Empilhashop 13 de junho de 2013 16:28


Parabéns pelo blog, ótimo trabalho e muito bem estruturado. Att www.Empilhashop.com.br (empilhadeiras
usadas)
Responder

Anônimo 5 de julho de 2013 16:20


É claro que não estamos sozinhos no cosmos ,compartilhamos esse planeta com milhões de diferentes tipos de
seres vivos, e muito provavelmente compartilhamos o cosmos com outras vidas e outros seres.
Responder

Anônimo 30 de outubro de 2015 15:17


minhokka você me sacaneou no final da matéria, aquela pegunta que você fez era eu que ia fazer.
Responder

Respostas

MiNhoKKa 31 de outubro de 2015 00:02


Qual, caro leitor?

Responder

Anônimo 21 de dezembro de 2016 21:42


Muito foda esse artigo, é foda saber que o universo é tão grande o que nós mostrar que as probabilidades são
altas de haver vida além dos limites da Terra, quantas civilizações devem existi nessa imessidão separada pelos
grande espaço tempo do Cosmo , deve ter varias , o universo com seus 93,5 bilhões de anos luz observável e sua
200 bilhões de galáxias e septilhões de estrlas , e número semelhante de planetas nós mostrar grandes
probabilidades , chegaremos nós futuramente a ter tecnologia de explorar isso tudo e futuramente até criar um
outro universo, bem sim é possível , como será que seremos daqui a bilhões e trilhões de anos
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Responder

Unknown 28 de julho de 2020 00:31


Você quiz dizer que o universo é infinito talvez num futuro distante quando alguma outra raça aqui existir eles
vão saber
Responder

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