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Lisboa
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................03
2. REAGRUPAMENTO FAMILIAR E O DIREITO FUNDAMENTAL DE VIVER
EM FAMÍLIA....................................................................................................04
3. PRINCÍPIO DA SOBERANIA TERRITORIAL DOS
ESTADOS......................07
4. CONDIÇÕES IMPOSTAS PELOS ESTADOS PARA A CONCESSÃO DO
REAGRUPAMENTO FAMILIAR.....................................................................09
5. DIREITOS FUNDAMENTAIS COMO LIMITADORES AO PODER DO
ESTADO..........................................................................................................11
6. ANÁLISE DO ACÓRDÃO DO TJUE “CHAKROUN” (C-
578/08) ...................12
6.1. Primeira Questão
Prejudicial...................................................................13
6.2. Primeira Questão
Prejudicial...................................................................15
7. CONCLUSÃO..................................................................................................17
1. INTRODUÇÃO
A Convenção sobre os Direitos da Criança, em seu artigo 8,1, prevê que: “Os
Estados Partes comprometem-se a respeitar o direito da criança a preservar a sua
identidade, incluindo a nacionalidade, o nome e relações familiares, nos termos da
lei, sem ingerência ilegal.” Os artigos 9 e 10,1 asseveram que:
5
GIL, A. (s.d.). Le droit fondamental au regroupement familial en droit portugais. [Em linha]. Lisboa:
Academia. [Consult. em 19-02-2018]. Disponível em: <URL: https://unl-pt.academia.edu/AnaRitaGil
7
Os direitos fundamentais do imigrante também estão protegidos pelo princípio
da equiparação constante no art. 15, nº 1, segundo o qual “os estrangeiros e os
apátridas que se encontrem ou residam em Portugal gozam dos direitos e estão
sujeitos aos deveres do cidadão português” e, dentre esses direitos, está o direito a
constituir família, ao casamento e à filiação, que são claramente extensíveis aos
estrangeiros residentes em Portugal.
6
DIAS, M. (2010). Manual de Direito das Famílias. 6.ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. p. 63.
7
Introdução ao Estudo do Direito dos Estrangeiros, Lisboa, p. 10.
8
território de um Estado, a jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do
Homem afirmou que “de acordo com um princípio do direito internacional bem
consolidado, os Estados têm o direito, sem prejuízo de algumas obrigações
decorrentes de tratados por eles celebrados, de controlar a entrada de estrangeiros
no seu território”8.
8
Acórdão “Abdulaziz, Cabales et Balkandali”, 1985.
9
A Declaração Universal dos Direitos do Homem encontra-se publicada no Diário da República, I
Série, n.º 57, de 9 de Março de 1978.
10
Aprovado para ratificação, pela Lei n.º 29/78, , publicada no Diário da República, I Série A, n.º
133/78 de 12 de Junho de 1978 (rectificada mediante aviso de rectificação publicado no Diário da
República n.º 153/78, de 6 de Julho) e em vigor na ordem jurídica portuguesa desde 15 de Setembro
de 1978. Ver Aviso do Ministério dos Negócios Estrangeiros publicado no Diário da República, I Série,
n.º 187/78, de 16 de Agosto.
11
Ratificado por Portugal conjuntamente com a Convenção. Ver Lei n.º 65/78, de 13 de Outubro de
1978, Diário da República Série I, n.º 236, de 13 de Outubro de 1978, p. 2119 e segs.
9
equilíbrio entre princípios, é possível conciliar o direito do imigrante de saída e
entrada no país em que não é nacional, uma vez que esse direito soberano dos
Estados não é absoluto e possui limitações no direito internacional, como veremos
adiante.
10
O artigo 7, nº 2 prevê as medidas de integração, onde os Estados-Membros
podem exigir que os nacionais de países terceiros cumpram medidas de integração,
em conformidade com o direito nacional.
11
Conforme jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia, o
reagrupamento familiar é um aspeto específico do direito ao respeito pela vida
familiar e os Estados têm uma obrigação positiva de autorizar a entrada e residência
do cônjuge e filhos menores. A faculdade de imporem condições de exercício é de
interpretação restrita e não pode ser exercida de forma a colocar em causa o
objetivo e efeito útil da Diretiva: facilitar o reagrupamento familiar.
12
Esse direito não é absoluto, sendo lícita a ingerência, desde que prevista na lei e
necessária para a salvaguarda da segurança, bem estar econômico do país, defesa
da ordem pública, prevenção de infrações penais, proteção da saúde pública,
proteção de direitos de terceiros.
13
mensais, valor este inferior ao valor-padrão de rendimentos aplicável em caso de
constituição da família, de 1.441,44 euros.
Além disso, uma vez que a extensão das necessidades pode variar em função
dos indivíduos, os casos devem ser analisados e interpretados conforme o artigo 17
da diretiva, que impõe um exame individualizado dos pedidos de reagrupamento.
Isso significa que os Estados-Membros podem indicar um certo montante como valor
de referência, mas não podem determinar um valor de rendimento tal que inviabilize
o reagrupamento, sem que ao menos seja realizado um exame concreto da situação
de cada requerente.
15
cidadãos ou não. Todavia, é importante reiterar que, caso os laços familiares entre o
casal Chakroun já existissem quando da entrada do Sr. Chakroun no território da
Comunidade, o valor dos rendimentos tidos em consideração teria sido inferior a
120% do salário mínimo.
17
7. CONCLUSÃO
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