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13
No último dia da Golden Week [NT: Semana Dourada
japonesa], Azusagawa Sakuta encontrou uma coelhinha
selvagem. Fazia cerca de vinte minutos desde que ele
tinha saído de seu apartamento. A paisagem urbana ao
redor da Estação Shonandai, onde as linhas municipais de
metrô Odakyu Enoshima, Sotetsu Izumino e Yokohama se
cruzam, apareceu em sua vista. Era uma calma cidade
dormitório, com relativamente poucos edifícios altos
como os típicos dos subúrbios. Ao passar pela estação à
sua esquerda, Sakuta virou à direita no semáforo e depois
de menos de um minuto chegou ao seu destino: a
biblioteca.
16
preenchiam a maior parte do interior. Alunos do ensino
médio, estudantes universitários e trabalhadores se
destacavam, com laptops abertos em suas frentes.
“…”
17
Ele piscou várias vezes, sem saber se era uma ilusão
ou algo diferente, e percebeu a aparência e a existência
dela.
“Que diabos?”
19
Um rastro de suor frio correu pelas suas costas.
“…”
20
acompanhavam cada uma de suas respirações. Apesar de
estar em uma biblioteca, que deveria dar a ele uma
impressão de diligência, parecia que seu humor tomaria
um tom estranho. Não, seu humor já estava estranho o
suficiente.
21
Depois de um tempo, seus olhos encontraram com
os da garota enquanto ela levantava o olhar do livro em
sua mão.
“…”
“…”
“Nesse caso.”
23
Minegahara. Ele sabia o nome dela também, o nome
completo.
Sakurajima Mai.
“Sim.”
24
estava inclinada para frente, o que enfatizava seu decote
e, naturalmente, atraía os olhos de Sakuta. Certamente,
um colírio para os olhos.
“Azusagawa Sakuta-kun”
“Sim?”
“Conselho?”
“…”
“…”
25
frente ao balcão de empréstimos, a bibliotecária
silenciosamente continuou seu trabalho. Sakuta era o
único a observar com fascínio as belas e esguias pernas
delas cobertas por meias.
26
⟡⟡⟡
“Pesada!”
27
recentemente e seu desenvolvimento de menina para
mulher estava evidente na sensação em seus braços.
“Mghh~”
28
“Ah, você estava excitado esta manhã, Onii-chan?”
“Ahh~, espere.”
“Eaí.”
30
trabalhava em um famoso escritório de ídolos. Seu rosto
tinha uma estrutura acentuada e havia um ar intimidante
à primeira vista, mas quando ele sorria, os cantos
externos de seus olhos se moviam para trás, dando lugar
a uma tenra amabilidade. Era um charme que as garotas
não podiam resistir.
“Haaah…”
“Sério?”
“Sério.”
“Hey, Kunimi.”
31
“Hmm?”
“Minhas condolências.”
“O que é então?”
“Bem, sim.”
32
“Ela estreou no mundo do showbiz [NT: ‘showbiz’ é
uma abreviação de ‘show business’] como uma atriz
infantil aos seis anos de idade. Começou com um drama
exibido no horário matinal que ostentava classificações e
popularidade a par com grandes sucessos, e se tornou
uma sensação da noite para o dia, certo?”
33
“Eu gostava dela no ensino fundamental. É mesmo,
sabia? Eu não podia resistir àquela mistura misteriosa de
fofura e erotismo.”
34
“Hmmm, eu não sabia disso. Mas, no que diz respeito
aos rumores, eles são apenas divagações sem base.”
“Hmm?”
“Ah, é mesmo.”
“Por quê?”
36
Mas nesse caso, não teria sido melhor terminar tudo
e depois anunciar isso? Deve ter havido algo o qual fez ela
ter dito isso primeiro, mas…
37
Por essa razão, ela estava agora isolada de sua classe.
Todos sabiam que não havia como evitar isso desde
quando aconteceu; essa era a atmosfera de uma escola.
38
O céu. Os azuis e infinitos céus estavam visíveis, a
límpida atmosfera da manhã criando um gradiente de
azul para branco.
“Sim, eu as amo.”
“Olharia novamente.”
39
“Certo.”
“Quero dizer, acho que tem algo a ver com ela, mas
eu me pergunto o que.”
“Que diabos?”
40
“Você não terá minha irmã.”
“Sim, é verdade.”
41
A curta estrada da estação para a Escola Secundária
Minegahara estava cheia de vozes alegres e risadas.
Dentro disso, Mai parecia estranhamente isolada,
andando silenciosamente, sozinha. Como uma pessoa de
fora que havia se perdido e acabado em um colégio
comum da prefeitura. Uma existência estranha, um
patinho feio. Essa era a impressão que Sakurajima Mai
mostrava aqui.
“Hey, Kunimi.”
“Hmm?”
42
“Vejo você depois.”
“Sim.”
“Hey.”
“…”
43
garotas mais atraentes da turma. O nome dela era
Kamisato Saki. Seus olhos eram largos e bonitos e seu
cabelo alcançava seus ombros, curvando-se suavemente
para dentro. Seus lábios eram um lindo rosa com uma
leve camada de maquiagem, e ela era famosa entre os
garotos por ser fofa.
44
⟡⟡⟡
“E eu me importo?”
45
Sakuta repetiu vagamente, não parecendo
interessado.
“Eu sinto muito por ele, então não fale mais com o
Yuuma.”
“Olá.”
“…”
“Olááá.”
“…”
49
Ele podia ouvi-los sussurrar um ao outro enquanto
apontavam. Talvez Mai não tenha notado, visto que ela
continuava a encarar os trilhos.
“Que diabos!?”
“Huh?”
50
“O qu! N-não!”
“!?”
“…”
“C-cale-se, idiota!”
51
virou quando Mai estava cansadamente removendo seus
fones de ouvido. Seus olhos se encontraram e ela falou.
“Obrigada.”
“Eh?”
“Eu achei.”
“…”
52
Sentindo que ele poderia falar com ela agora, Sakuta
ficou ao lado dela. Mas a primeira a falar foi Mai.
“O que é isso?”
53
“Você não tem um relógio?” Ele puxou as mangas
para cima e mostrou seus pulsos vazios. “Então verifique
seu telefone.”
“…Mesmo?”
54
“Você não tem amigos, certo?”
“Hmmmm.”
55
Mesmo quando ela fez ruídos educados enquanto
escutava, Mai pegou seu smartphone do bolso, ele tinha
uma capa vermelha com orelhas de coelho. Ela mostrou a
tela para Sakuta, e o horário 16:37 foi exibido nela. O trem
chegaria em pouco tempo. Assim que ele pensou nisso, o
telefone começou a vibrar em resposta a uma chamada
recebida.
56
Duas estações passaram em silêncio, o mar
desapareceu e o trem estava atravessando o centro da
área residencial.
“Sobre ontem.”
57
“Uwaahh, isso dói.”
“Rumores… huh.”
“Está certa.”
58
“E você teve uma explosão violenta e mandou três
colegas para o hospital.”
“…”
“…”
“Isso é verdade.”
59
“É óbvio se você pensar um pouco sobre isso. Não
há como uma pessoa que fez algo tão grande ir à escola
como se nada tivesse acontecido.”
60
postagens sem pensar nada sobre ou saber quem os
criou.”
“…”
“Sozinha?”
“Isso é um problema?”
“Hehhh.”
“…”
“…”
61
Seus olhares se encontraram. Mai ficou vermelha
instantaneamente, vermelho puro, até ao pescoço.
Aparentemente ela estava envergonhada com a palavra
‘virgem’, mesmo que ela tenha começado isso.
“Era um self-service?”
62
“Não tem como ser isso.”
Ele quis dizer isso como uma piada, mas Mai recuou
e se afastou de Sakuta tanto quanto ela podia, no mesmo
momento que o homem que estava sentado ao lado dela
desceu do trem.
“É uma piada.”
63
parecia zangada. Para mostrar seu pedido de desculpas,
Sakuta fez um movimento de fechar um zíper em sua
boca, e Mai continuou com uma expressão infeliz. “Mesmo
quando falei com os funcionários, eles não responderam
e nenhum dos outros clientes me notou também.
Obviamente fiquei surpresa, então corri de volta para
casa.”
“Quão longe?”
64
Mai indicou indiretamente a porta interna, onde um
aluno com uniforme de outra escola estava checando seu
telefone e lançando olhares para eles. Claro, a mira dele
não era Sakuta, mas sim Mai.
“Senpai?”
“…”
“Sakurajima-senpai?”
“…”
“…”
66
Mai falou sem rodeios e saiu em disparada pelo
portão de passagem, e continuou, abrindo a distância
entre ela e Sakuta depois que eles se separaram.
67
Sakuta entregou 130 ienes pelo saco de papel que
ela passou por cima do balcão. Ele se afastou da bancada
e entregou o pacote para Mai, que olhou envergonhada
para o chão desconfortavelmente.
“Certo.”
“…”
“É a Síndrome da Adolescência.”
68
que monitoram os pensamentos dos outros tinha opiniões
como ‘é um tipo de hipnotismo em grupo’.
69
“Algo que você quer me mostrar?”
“…Certo.”
⟡⟡⟡
“Onde estamos?”
“Minha casa.”
“…”
70
A boca de Mai ficou no formato de uma linha reta.
“P-preocupada? Eu?”
“Estou em caaasa.”
“Pode entrar.”
71
na cama. Quando Sakuta deu uma olhada no saco de
papel, ele viu orelhas de coelho, ela provavelmente
estava planejando ser uma coelhinha selvagem em algum
outro lugar.
“Senpai, você—”
“Hey.”
Mai o interrompeu.
“O que foi?”
“Sakurajima-san?”
“Use ‘san’.”
72
“Pensar que você seria tão ousada…”
“Então, Mai-san.”
73
fera e cortado do ombro direito para o lado esquerdo. Elas
eram como uma enorme minhoca em seu peito, e no
momento em que as viu, Mai percebeu que elas eram
incomuns. Nem mesmo ser atacado por um urso
resultaria nisso. Parecia que ele tinha sido ferido por uma
escavadeira. Mas, infelizmente, Sakuta nunca havia
lutado contra uma escavadeira.
“…”
“…”
“Posso tocá-las?”
“Vá em frente.”
“Ah.”
74
“Hey, não faça sons estranhos”.
“Assim?”
“Huh, o que você quer dizer? Não era isso que você
queria me mostrar?”
75
Assim que ele explicou, Sakuta estendeu a mão para
sua gaveta trancada e pegou uma foto dele antes de
entregá-la para Mai.”
“É isso.”
76
rede social que elas usavam.” Sakuta desabotoou seu
cinto enquanto ele falava. “E então um dia, isso
aconteceu com o corpo dela.”
“Mesmo?”
“O que é?”
77
“Então se apresse e se vista!”
78
“Sim, eu fui enviado para o hospital.”
“Eh?”
“…”
“…”
“…”
79
Os três ficaram em silêncio e seus olhares se
encontraram por um momento, com apenas Nasuno
divertidamente rolando sobre os pés de Sakuta.
“O que?”
81
“Bem, embora a explicação varie entre as pessoas,
você normalmente não veria isso e acharia que seu irmão
trouxe a namorada para casa?”
“Eu não.”
“Ela é—”
82
“Ela não é, relaxe. Ela não faz encontros pagos, ela
é uma senpai da escola.”
“Certo.”
83
Estranhamente, até as cicatrizes tinham curado. Ele
realmente estava feliz com isso, ela era uma garota
depois de tudo. E ainda, ainda havia a questão do porquê
que as cicatrizes de Sakuta permaneceram, mas… isso
não era o que eles estavam pensando sobre, então ele se
concentrou em Mai, que se recostou em suas mãos e
cruzou as pernas.
“Hmmm.”
“Mesmo?”
84
“…” Mai mastigou, e depois de cerca de dez
segundos, engoliu e respondeu. “Eu estava respondendo
seriamente, o humor muda com o tempo, certo?”
“E então?”
“…”
86
Sakuta rapidamente desviou o olhar e tentou dizer
isso levemente. Não havia necessidade de fazer uma
estranha barganha, mesmo que eles estivessem lutando
na mesma arena, ele não teria chance de ganhar.
“Hmmm.”
87
Sakuta interrompeu imediatamente.
“Acho que é bom ter algo que você quer fazer. Você
tem a habilidade e você tem o histórico. Além disso, você
tem sua empresária querendo que você volte, então qual
é o problema?”
“…”
88
“Kya!” Um grito veio de Kaede, que tinha trazido o
chá em uma bandeja e acabado de chegar em frente à
porta. Mesmo que ela estivesse com um pijama mais
cedo, ela agora estava vestindo uma blusa branca e uma
saia. “U-umm, umm… eu trouxe chá.”
“Obrigada.”
“Estava saboroso.”
“O que!?”
“Isso.”
89
“Então pelo menos deixe-me acompanhá—”
E saiu da entrada.
“…”
“…”
“Eu me pergunto…”
90
Ela escapou para a sala de estar com passos
cuidadosos, para evitar derramar o resto do chá.
91
↑ [1] taro: nome comum dado a uma espécie de
plantas, a Colocasia esculenta.
92
Apesar de sua determinação em tentar, Sakuta foi
incapaz de se desculpar no dia depois de irritar Mai. Suas
esperanças de encontrar-se com ela no trem pela manhã
foram totalmente despedaçadas. Ele tinha então pensado
que, nesse caso, iria para a sala de aula dela no curto
intervalo após o primeiro período, mas ele não a
encontrou em nenhum lugar. Quando ele falou com a
garota do terceiro ano perto da porta, ela fez uma cara
um pouco confusa, e então disse:
“…”
95
Em cada intervalo depois disso, ele foi para a sala do
terceiro ano, mas Mai não estava lá. Sua bolsa
permanecia e os livros da próxima aula estavam
arrumados na mesa, então ele estava certo de que ela
estava no colégio, mas cada viagem terminava como uma
perda de tempo.
Isso o fez pensar que havia uma razão para ela ter
feito um hiato e hesitar em voltar, mesmo que ela
quisesse. Quando ele usou um computador do colégio
para procurar as coisas, os únicos tipos de razões que ele
conseguia encontrar eram rumores inúteis, fofocas como
‘excesso de trabalho talvez?’, ‘alguma coisa deve ter
acontecido com o produtor dela’ e ‘deve ser um cara’.
Tinha chegado ao ponto em que a única coisa que ele
poderia fazer seria perguntar diretamente a ela, mas ela
ainda estava perfeitamente evitando Sakuta, então não
havia mais nada a fazer.
97
Para encontrar sua outra amiga.
98
Sakuta pegou uma cadeira próxima e sentou-se na
frente dela, com a mesa entre eles.
100
“Ela se formou como atriz infantil há muito tempo,
ela é uma atriz, performer ou artista.” Ou talvez ele
devesse chamá-la de pessoa normal enquanto estivesse
em hiato. “De qualquer forma, de quem você ouviu isso?”
101
que não mudou seu comportamento. Ele não tinha
acreditado nos rumores e havia perguntado sinceramente
a Sakuta quando eles estavam em dupla na aula de
educação física.
“Eu imaginei.”
“Bem, não.”
“Que diabos?”
102
Ele olhou para a chama com um olhar desfocado.
“Como?”
“E então.”
“Então o que?”
103
Sakuta retornou.
104
Mesmo enquanto reclamava, Rio acrescentou café
instantâneo à água restante no béquer.
“Açúcar, Futaba?”
105
Ele não tinha pensado que seria bom com café, mas
o cheiro o fez querer comer. Rio rasgou um único
tentáculo e deu a ele.
“A polícia.”
106
“A polícia não fará nada antes que um crime
aconteça.”
“Reflexão, huh.”
107
é porque não há luz suficiente para perceber o brilho, ou
não há sensação de luz entrando no olho. ”
“Hmmm.”
“Ahh, eu entendi.”
“Mesmo?”
“Você é um incômodo.”
108
“Eu acho que você é o tipo desagradável de pessoa
que finge não entender o que está acontecendo, embora
saiba na verdade.”
“É possível.”
109
enchido outro béquer com água e o colocado acima da
lamparina. “Por exemplo, eu posso parecer pequena para
você, mas um estudante do ensino fundamental me
chamaria de grande.”
110
para lá, e pondo isso em prática seria difícil sem modificá-
lo no nível genético. Ele colocou seu café na boca e evitou
olhar.
111
“Colocando isso de forma extrema, é que tudo o que
existe neste mundo ‘primeiro tem sua existência definida
através da observação de alguém’… é uma teoria
impensável, normalmente.” Rio falou de maneira nada
emotiva. “Você deve ter ouvido falar de um gato em uma
caixa, o gato de Schrödinger.”
112
“O que você acha que aconteceu com o gato?”
113
Rio abriu a caixa e, é claro, o maneki neko, o béquer
e a garrafa de dióxido de manganês estavam dentro.
“Verdaaade, huh?”
114
Parecia que ela estava tentando dizer… que não
eram as circunstâncias dentro da caixa, mas sim a
subjetividade daqueles que enxergavam isso depois do
acontecido. Não tinha nada a ver com Sakuta, a pessoa
em questão, a imagem de Sakuta era decidida pelos
observadores.
115
“É sério?”
116
Ele recebeu alguns conselhos úteis de Rio quando o
interfone da escola soou:
“Apenas saia.”
117
“Futaba.”
“Hmm?”
118
⟡⟡⟡
“Certo.”
“Yo.”
“Hey.”
“Verdade… certo”.
119
“Hm?”
“Ahh”
120
“Você é incrível também.”
“Como?”
121
“Ah, isso é verdade.” Yuuma deu um sorriso
despreocupado. “De qualquer forma, está tudo bem. E
Sakuta, não preste muita atenção no futuro, me evitar só
vai me deixar com raiva.”
Yuuma gargalhou.
122
esquecido alguma coisa, apesar de Sakuta não conseguir
ver nada que ele teria.
“O que?”
123
“Entendo, é assim que vai ser. Pois bem, prazer em
conhecer você, essa é quem eu sou. ”
124
“Se você está livre, por que não convida um jogador
de beisebol para um encontro? Como uma apresentadora
faria.”
“Eu sei que você está mais gorda do que quando nos
encontramos há três meses. Seu braço está muito feio.”
125
Ele respondeu de forma apática.
Ela pediu sem olhar para o menu. Toda vez que ela
vinha aqui, Fumika pedia a mesma coisa. Como ele
poderia dizer isso? Era como alguém que agia antes de
pensar.
“Isso é tudo?”
“Nunca.”
“Não.”
“Por quê?”
“Sim, claro.”
126
Parecia que falar com ela ainda mais seria estúpido,
e Sakuta saiu sem responder.
“Um.”
“Hm?”
127
acho que sei ao menos de algumas coisas que as pessoas
normais não sabem.”
“Entendo.”
128
joelhos e coxas juntos, e apenas as pernas separadas. Ela
provavelmente havia seguido alguém através das portas
de travamento automático abaixo.
“Onde.”
“Hmm~”
“Mai-san.”
“O que?”
129
“Eu posso ver sua calcinha.”
130
Mai o encarou.
“…”
“…”
“Eh, eu sei.”
132
“Quando você se transformou na personagem
faminta?”
“Ahh, entendi.”
133
“De jeito nenhum, entrar no quarto de um garoto tão
tarde é apenas implorar para que algo aconteça.”
“Esqueça isso.”
“Ow”
134
horário, então havia de certa forma um sentimento
revigorante.
“Não, nada.”
“Eu duvido.”
135
Ele podia dizer que o tom dela era totalmente
descrente.
“Então é assim.”
“Certo, certo.”
136
“Não, apenas uma experiência.”
“E?”
137
ela colocou seu braço no dele. Ele estava, é claro,
surpreso e seu coração disparou.
“…”
“Uhah”
138
Ele não pôde deixar de soltar um barulho estranho.
Por causa disso, um trabalhador próximo olhou para ele
de forma intrigada. Seus olhos se encontraram e o homem
definitivamente podia vê-lo. Mas ele não pareceu notar
Mai, ela ainda estava invisível.
“Um, Mai-san?”
“Isso é verdade.”
139
Havia uma pequena quantidade de desconforto
restante, mas a comida que Sakuta estava carregando foi
toda paga. Ele pagou normalmente e empacotou os
legumes, a carne e os doces em sacos.
“Terra.”
“Ehhh.”
140
“Você continua seguindo em frente embora queira
voltar a atuar.”
“Certo, certo.”
“!?”
141
muito bem em apenas mostrar sua beleza. “E então, você
brigou com sua mãe e se vingou com a melhor maneira
de chocá-la ‘se retirando do mundo do show business’.”
“…”
“Fique quieto…”
“Fique quieto!”
“…”
142
era Sakurajima Mai, que trabalhava profissionalmente
naquele mundo desde os seis anos, entre os adultos…
“Por quê?”
“Eh…”
143
“…”
“…”
“…Muito obrigado.”
144
“E quem foi que propositalmente me deixou com
raiva?”
“Nem um pouco.”
“Owowow.”
“…”
145
Ela comprimiu o aperto de seus dedos.
“Owowow”
“Quem?”
“Nanjou Fumika…”
“Ah, ela.”
“Ahh, bem~”
“Conte-me.”
146
peito e às vezes aparece querendo fazer uma história
sobre isso.”
“Nada.”
147
“Idiota.”
“Isso é maldoso.”
“Bem, em você.”
“…”
“Haaaah…”
148
Mai, de repente, estendeu a mão como se exigisse
alguma coisa. Ele não tinha a menor ideia do que ela
queria, então ele colocou as duas sacolas em uma mão e
esticou sua mão de volta.
“Você disse?”
“…”
149
“Você vai se sentir cem vezes mais doente se isso
realmente acontecer.”
150
“Hmmm~”
“Fique quieto.”
“E-espera, Mai-san.”
151
Mai virou por cima do ombro e colocou um dedo nos
lábios como se estivesse dizendo a uma criança para ficar
quieta.
152
Tendo mantido sua educação até o fim, Mai desligou
e imediatamente se virou para Sakuta.
“E é isso.”
“Desculpe.”
“Obrigado.”
153
“Você diz isso depois de me evitar nas últimas duas
semanas?”
“Não se empolgue.”
154
“Eu estava falando comigo mesmo.”
“Chegamos.”
“Eh?”
155
As palavras dela eram estranhamente apropriadas
porque ele a chamou de rainha.
156
“Bem, pode ser isso.”
“Eh?”
“Claro.”
“Sim!”
“Bem sim.”
157
“É por isso que eu disse cinco minutos depois.”
“Entendido.”
“Yahooo~!”
158
O céu estava claro e o clima neste domingo tão
esperado era ideal para um encontro.
“Bem-vindo de volta.”
“Mama desapareceeeu.”
162
“Vamos, pare de chorar.” Sakuta se agachou na
frente da garota e colocou a mão na cabeça dela. “Eu vou
ajudá-la a procurar por ela.”
“Mesmo?”
“Uoooh!”
163
uma saia curta. É claro que as pernas dela estavam nuas,
e até mesmo sua maquiagem leve era a imagem exata de
uma comum garota do ensino médio.
164
ligeiramente cercado pela juventude, e seus olhos bem
abertos e a sua maquiagem leve davam-lhe uma
impressão agradável e suave. Sakuta sempre via as
garotas na escola exagerando na maquiagem, e achou
que, caso fossem usá-las, elas deveriam tomar esta
garota como exemplo.
“D-desculpe, ahaha.”
“Entendi. Eu enteeendi.”
165
A estudante soltou um grito descuidado… então
imediatamente se virou e colocou as mãos em um poste
de telefone.
“Aqui!”
166
“Não, não ‘aqui’.”
“Mais forte!”
“Sério?”
“Mais forte!”
168
Ele se decidiu. Era um bom homem que concedeu o
pedido de uma garota. Sakuta puxou a perna para trás,
girando-a para ganhar força extra. Ele avistou o traseiro
de seu alvo, firmou sua mira e liberou um sério chute no
meio.
Um momento passou.
“Mamãe? Viva!”
170
O homem deixou-os ir uma hora e meia depois que
chegaram. O ponteiro do relógio balançava terrivelmente
perto da marca das quatro horas. Ele realmente queria
encontrar alguém que lhe desse uma máquina do tempo.
171
“Eu sei tudo sobre você.”
“…”
“Ah.”
172
e honesta. Seria apenas um incômodo admitir que era
falso agora, então Sakuta decidiu ficar quieto sobre isso.
173
“Hehhh~”
“Naaaada~”
“C-cale-se.”
174
estavam lá, a princípio, para fazer as pessoas ‘se sentirem
bem’, mas se elas prestassem atenção em tais regras,
veriam também que elas se tornavam restrições que as
prejudicavam.
176
Um smartphone tocou. Sakuta não tinha um, então
era, claro, o de Tomoe.
“Branco, huh.”
“Droga.”
⟡⟡⟡
177
e estava na frente das catracas de acesso. Este era o lugar
onde Mai tinha decidido que eles iriam se encontrar.
“…”
178
casa, ou ido para algum lugar sozinha. Ele não achava que
ela esqueceria de sua raiva tão facilmente.
“…”
179
isso, ela voltaria a chamá-lo de “Sakuta-kun”, então ele
ficou quieto.
“Nada mesmo.”
“O-o quê?”
180
“Eu vou bater em você.”
“Hahh…”
“…”
“Vamos então?”
181
“Espere, a conversa não acabou.”
“Por quê?”
182
“…Nojento.” Mai se afastou dele. “Bem, isso é
apenas o esforço inútil de um garoto mais novo, então eu
vou ter que aceitar isso.”
“Muito obrigado.”
“Ela era.”
“Mesmo assim.”
183
Mai apontou um pouco além da entrada da estação.
“Um palito?”
“Uma caixa.”
“…”
“…”
“Você é teimoso.”
“…”
184
Ele definitivamente não podia dizer a verdade agora.
Ele não queria comer pocky pelo nariz.
“Muito obrigado.”
“A mulher de Hakata?”
185
“Ah, você sabe, aquela lembrançinha de Fukuoka?
Aquela com yokan em Baumkuchen. Embora a
personagem feminina não seja lida como ‘mulher’, mas
sim como ‘pessoa’.”
“Hey, Tomoe!”
“O-o quê?”
“Venha, vamos.”
186
“Hey, Sakuta.”
“É um engano…”
“Mais ou menos.”
“Não~”
“Por favor!”
⟡⟡⟡
187
não estava fazendo isso intencionalmente, mas o pouco
tempo que ela tomou antes de mastigar para comer
apenas a ponta doce do pocky prendeu a atenção dele.
“Pegue.”
“Foi impressionante.”
188
“Uwahh, você é um verdadeiro demônio.”
“Hey.”
189
“Normalmente, você não gostaria de se envolver
com uma mulher problemática como eu.”
“Eu sou?”
“Cale-se.”
190
“Se você está perguntando isso como em ‘apesar de
não ter amigos’, então esse é o caso desde a escola
primária, então eu realmente não penso em nada disso.
Contudo eu não acho que a escola seja agradável, não.”
192
“Continue.”
“…”
193
Mesmo assim, ele não achava que eles poderiam
ajudar quanto a isso. É mesmo, eles não poderiam.
Mesmo Sakuta teria fechado os olhos e ouvidos para isso,
não vendo e nem ouvindo tal acontecimento. Era mais
fácil viver assim. Todo mundo sabia disso.
194
esvaziando a caixa antes de esmagá-la e colocá-la no
bolso. “Minha mãe, bem, ela tentou aceitar isso, mas foi
demais, algo aconteceu… ela ainda está no hospital. Ela
estava bastante preocupada com o fato de que Kaede
estava sofrendo bullying, mas isso é apenas sensato com
algo incompreensível como a Síndrome da Adolescência.
Meu pai está cuidando dela.”
195
começaria a chorar como uma criança dizendo “Não,
não!”
196
ele tinha se sentido durante o ano que passou. Ele sentia
o mesmo em relação ao pai, que se reunia com eles
mensalmente para saber como eles estavam. Enquanto
cuidava de sua mãe, ele reservava dinheiro para os
gastos deles. Mesmo que Sakuta trabalhasse o máximo
que podia, ele sabia que na realidade, ele não seria
sequer capaz de pagar o aluguel do apartamento em que
moravam e tinha que admitir isso. Admitir que ele não
conseguia viver sozinho…
197
“Sakuta, por que você se importa comigo?”
“Eh?”
198
Sakuta ficou surpreso com a afirmação franca dela.
Sua fria e calma voz tinha alguma força por trás.
“Estamos saindo.”
199
dramas. Aparentemente tinha sido de fato usado para
gravar, já que Sakuta já havia visto grupos de pessoas
com Câmeras de TV antes.
200
Em outras palavras, sequer era questão de ler as
medidas erradas.
“Isto é chato.”
“Hm?”
201
“O nome dela era Makinohara Shouko. Ela tem cento
e sessenta centímetros de altura e é ao todo menor que
você. Eu não sei o quanto ela pesa.”
“Hmmm.”
202
Ele confessou honestamente, agora que ele havia
dito isso, não havia sentido em esconder.
203
“E eles disseram?”
“…”
“Certo.”
204
“Por que a Síndrome da Adolescência ocorre, se eu
soubesse disso…”
“Entendo.”
“Hey.”
“…”
205
Ele esperou silenciosamente pelo o que ela diria em
seguida.
“…”
206
Ele falou seus sentimentos enquanto olhava para o
mar. Simplesmente fazendo isso, era como se uma carga
tivesse sido retirada de seu peito.
“Hmm.”
207
Ela não pareceu realmente concordar. Levaria algum
tempo para agradar a ela novamente. Assim que Sakuta
pensou nisso:
“É o maaaaaar.”
208
“Você tem alguma coragem.” Mas o namorado a
deixou e estava gritando nas ondas, não ouvindo de fato.
Eles eram um casal estranho. “Está frio, estou saindo.”
“…”
“Seria.”
“Hm?”
“N-nada.”
209
Mai aparentemente soltou seus verdadeiros
sentimentos e rapidamente se virou.
“Então…”
210
Ele entendeu quando olhou para o campo “Para”. A
palavra “Empresária” estava escrita lá.
211
“Minha lógica é ‘não faça coisas que você não quer’.”
“E há algo a mais?”
212
Ela ainda estava longe, então Sakuta não conseguia
distingui-la. Mas a certeza de Mai era, é claro, porque
eram mãe e filha.
“Okay.”
213
velha, mas ela não tinha a aura de “mãe”, e seu traje
brilhante reforçava essa impressão ainda mais.
“…”
214
Como se ela não pudesse ouvir a garota chamando
por sua mãe…
215
“Eu sou Azusagawa Sakuta. Um estudante colegial.
Daquele lugar.”
“Quem é então?”
“…”
216
“Mai-san a chamou.”
“Ela chamou?”
“Sim.”
“Quem é essa.”
“!?”
“Sua filha!”
217
Sakuta ficou em silêncio. Ele notou os olhos dela olhando
com pena para ele… A pergunta anterior dela era
genuína, ela não sabia quem era ‘Sakurajima Mai’ era…
Foi por isso que ela disse essas palavras…
“…O que?”
218
“O remetente é desconhecido, mas eu fiz um esforço
para colocar isso no meu diário, e até liberei algum tempo
para isso… o que é isso?”
219
A mãe de Mai se virou e voltou pelo caminho que
tinha vindo.
“…”
“…Isso é o bastante.”
“Por quê!?”
“É o bastante…”
“…”
“…”
220
O que diabos tinha acontecido com Mai?
“…”
“Sakuta.”
221
Mas se ela realmente desaparecesse das memórias
das pessoas…
⟡⟡⟡
222
Nanjou Fumika. Ele estava certo em ter mantido o cartão
de visita dela em sua carteira.
“Alô.”
“É o Azusagawa Sakuta.”
“…”
“Alô?”
223
“Você não conhece alguém chamada Sakurajima
Mai?”
“Tão desconfiante~”
224
Enquanto ele podia se manter calmo, Sakuta
desligou.
225
“Já está bem claro que todo mundo, exceto você se
esqueceu de mim.”
“…” Ele não negou isso. Ele não conseguia. Ele não
conseguia pensar em mais nada nessa situação. E a
própria Mai pensava da mesma maneira, foi por isso que
ela disse isso. Mas ainda assim, ele queria acreditar.
Acreditar que se eles fossem a alguma cidade distante,
alguém saberia de Mai, seria capaz de vê-la e apontar
para ela dizendo: ‘Aquela não é a Sakurajima Mai?’ Ele
ainda queria acreditar nisso. “Vamos verificar.”
“!?”
226
“Ou pelo menos, eu quero estar com você, Mai-san.”
“…Você é atrevido.”
“…Okay.”
Mai sussurrou.
“Hmm?”
227
Eles tinham gasto quase uma hora no trem com
direção contrária ao centro, tendo partido da Estação de
Fujisawa na linha Tokaido, e viajado cerca de 50
quilômetros ao oeste. Os vagões prateados com linhas
laranja e verde ao longo dos lados tinham passado pela
prefeitura de Kanagawa e chegado em Atami, na
prefeitura de Shizuoka, famosa por suas fontes termais.
230
Mai assistiu tudo isso sem expressão. Ela engoliu
qualquer surpresa, tristeza ou medo, sem qualquer abalo
no rosto. Como um lago parado.
231
“Alô, é a Kaede.”
“Eh?”
“…”
“Quem é ela?”
232
Fumika, muito mais complicado do que ouvir isso de
alguém que ele não conhecia e nunca tinha visto.
“Vamos, Mai-san.”
“Vamos.”
⟡⟡⟡
233
Enquanto faziam isso, Sakuta perguntou para as
pessoas de lugares que ele não conhecia sobre Mai, mas
é claro que não havia um único que soubesse dela, nem
um único que pudesse vê-la.
234
“Sobre Ogaki.”
“Ah.”
“…”
“…”
“Hey, Sakuta.”
“O que foi?”
235
“Você, você consegue me ouvir?”
“Alto e claro.”
“Como?”
“Mas eu quero.”
“…”
236
Sakuta. O aperto de mão de uma namorada, isso fez
cócegas nele e o fez arrepiar. “Esta é uma ocasião
especial.”
237
para ele. Sakuta concordou com isso, a brisa do mar na
praia de Shichirigahama tinha coberto eles
completamente em sal e ele queria lavar isso no chuveiro.
Ele estava um pouco melado e achava que suas roupas
poderiam estar cheirando a sal.
238
“Você pode retirá-lo depois de inseri-lo.”
“Tão pequeno.”
“Isso é de se esperar.”
239
“Não espie.”
“…”
“Algo estranho?”
240
Ele pegou o aparelho e discou o único número que
ele havia memorizado de seus melhores amigos.
“Uma e dezesseis.”
241
Ele respondeu reflexivamente.
“Não, eu lembro.”
“Kunimi!”
“Ela vai ficar com raiva e dizer que você não tem
senso comum.”
242
“Claro, estou tranquilo. Trate-me para almoçar pelo
menos, a Futaba também.”
“Uma e dezenove.”
“…Você acertou.”
243
Mesmo enquanto ele estava surpreso com a
percepção muito afiada dela, Sakuta sentiu-se
profundamente desconfortável.
244
visto. Rio ocasionalmente intervia para confirmar algumas
coisas, mas ouviu atentamente toda a conversa.
“Isso é ridículo.”
245
nada de estranho em relação as pessoas não serem
capazes de vê-la, ou até mesmo ela desaparecer das
memórias delas.” Ele disse.
“…sua maldita.”
“Isso mesmo.”
“Huh?”
“Sabe…”
247
Síndrome da Adolescência de Kaede, ele não sabia até
hoje como combater esse medo. Isso o assustava.
“Entendo.”
248
estação, Tomoe pôde ver Mai, como também as amigas
dela.
249
estavam brilhando rosados devido a água quente, e vapor
se emanava dela.
“Huh?”
“Devo lavá-las?”
“Ohhh.”
250
“Não fique excitado imaginando coisas estranhas.”
251
“Acostumado?”
252
Talvez porque ela estava se vestindo em um
banheiro tão pequeno, suas palavras eram intercaladas
com sons de ‘ngh’, era muito erótico. Depois de um
tempo, os sons do banheiro mudaram para o de um
secador de cabelos.
“Ceerto”.
“É meio estranho.”
253
Pela imagem de Mai, ela parecia estar se divertindo
enquanto olhava para a pacata rua e caminhava com as
mãos cruzadas atrás das costas.
“Hm?”
“É uma honra.”
255
Sakuta colocou isso em palavras com um claro
propósito. Não havia como evitar tal fato, na realidade Mai
estava desaparecendo das memórias das pessoas.
“…”
“…Hey, Sakuta.”
“Sim?”
“…”
“É claro.”
“Ehh.”
257
“Bem, precisamos escolher a sua roupa íntima
primeiro.”
258
“Rosa ficaria ótimo.”
“Não.”
259
“Bem, eu estou, mas encontrei alguém. Alguém que
se lembra de você.”
“…Mesmo?”
“Tamanha autoconfiança.”
260
Ele perguntou a Mai, que havia assumido uma
posição na cama. Ele olhou para ela vestindo uma
camisola no lugar de pijamas.
“Eu prometo.”
“Mesmo?”
“…”
261
“Eu quero dormir ao seu lado.”
“…Pode vir.”
“…”
“…”
“Hey, Sakuta.”
“O que foi?”
“Está apertado.”
“Converse comigo.”
262
“Sobre o que?”
“Eu me pergunto.”
“Isso é um elogio?”
“É um grande elogio.”
“Hmmm.”
263
do lado de fora, e nem mesmo um pio dos quartos
vizinhos.
“…”
“…”
264
Ele ficou surpreso, mas não se abalou.
“Mai-san, você está sexualmente frustrada?”
“Hey, Sakuta.”
266
Sua continuação foi dita em um quase sussurro.
“Isso mesmo.”
“…”
“…”
267
“Porque, você pode beijar a qualquer momento, não
precisa ser agora… você não precisa se apressar… não
precisa ser eu. Você irá para Hollywood facilmente, eu
acho, e será capaz de fazer qualquer coisa. Isso é o que
eu acho.”
“…”
⟡⟡⟡
268
rumo estranho, mas mesmo quando ele arranjava
coragem para olhar nela, ela não mostrava nenhum sinal
de despertar, e pelo contrário, isso o fazia parecer uma
criança ficando animada por conta própria. Se concentrar
e pensar que era apenas ele ali sozinho fazia-o acalmar.
269
Quando ele voltou, cada um deles comeu seu bolinho
de creme e, finalmente, fizeram o check-out quando o
relógio girou às oito horas.
270
“Ah, espere.”
“Phwaah.”
271
Sakuta falou honestamente enquanto bocejava mais
uma vez.
272
“Eu irei até a Futaba. Ah, Futaba é a amiga que se
lembra de você—”
273
Era a reação de pessoas que não podiam vê-la
mesmo sem pensar sobre isso. Essa mesma atitude tinha
sido o caso na Escola Secundária de Minegahara por um
longo tempo, desde antes de Sakuta ter chegado…
“…”
“Azusagawa.”
“…!?”
274
Ele franziu a testa, isso certamente era uma má
notícia.
“Mesmo?”
“Ainda bem…”
275
Ela soltou um suspiro, escondendo seu alívio. Mas o
que ele deveria fazer? Por alguma razão, ela só era visível
para Sakuta e Rio, os outros estudantes provavelmente
tinham esquecido dela. Ontem, pelo menos, Sakuta, Rio,
Yuuma… e Koga Tomoe e suas amigas eram capazes de
ver Mai.
“Aquele—”
“E-eu não.”
276
“Além disso, Sakura… Mai?”
“Quem é essa?”
“Lembre!”
“Por favor!”
“Ow.”
“Sakuta, pare.”
277
Lentamente, Sakuta tirou as mãos dos ombros de
Tomoe.
“C-certo…”
“Azusagawa.”
“O que?”
“Me diga.”
278
em um momento como esse, Sakuta tinha um turno no
trabalho e não poderia faltar. Mai havia dito a ele para
cumprir o turno também.
“…”
“…Isso mesmo.”
“Síndrome da Adolescência?”
“Isso mesmo.”
280
“Pelo contrário, é porque não havia dúvidas que isso
aconteceu. Se as pessoas percebessem que o que faziam
estava errado, elas realmente não seriam capazes de
seguir em frente, não é?”
“…”
281
se tornou indeterminada… então ela estava
desaparecendo. Não era que ela estava deixando de
existir, era que ela nunca tinha existido. Não ser
reconhecida por todos era o mesmo que não existir no
mundo…
“…”
282
coisa visível, mas ela certamente existia, a ‘atmosfera’.
Aquela mesma ‘atmosfera’ que Sakuta tinha dito ser
ridículo lutar contra.
E dito a ele:
283
“Mesmo assim, a atmosfera se espalha facilmente.”
Rio disse desinteressadamente. “Vivemos em uma era em
que as pessoas simplesmente leem a atmosfera como
elas querem, e as informações podem cruzar o mundo em
um instante, é como as coisas são convenientes hoje em
dia”.
“…”
284
conseguiam permanecer conscientes de algo, você
poderia até dizer que o poder cognitivo deles caía. Como
resultado, eles aceitaram a mudança de Mai para a
atmosfera enquanto a consciência deles parava.
“…”
285
tinha em sua mente a memória dele saindo ontem. Ela
então acrescentou. “Eu não dormirei até você compensar
ontem.”
“Boa noite.”
286
notas eram medianas. Ele tinha que se preparar para o
pior.
6 de Maio
⟡⟡⟡
“Você se lembra?”
288
O dia seguinte era vinte e oito de Maio, o segundo
dia dos exames, e não foi melhor.
289
Mai disse a ele no caminho de volta.
“Hm?”
290
Ele entrou no elevador e deu um suspiro de alívio.
Ele não podia deixá-la saber que ele não estava dormindo,
e se ele dissesse, ela diria que ela não podia continuar
sem dormir. Ele não queria preocupá-la e não queria que
ela se sentisse responsável por algo que ele próprio
decidira fazer.
291
silenciosamente, começou a preparar a comida e depois
comeu com Kaede.
“…”
“Onii-chan?”
“Ahh, hmm?”
292
“Obrigada pela refeição.”
293
Mai estava lá com suas roupas casuais olhando de
maneira assustadora para ele.
“Ahh, hum …”
“…”
294
dormir e, mesmo que não fosse o caso, isso não resolveria
nada. Mesmo que ele soubesse que isso não fazia sentido,
Sakuta não tinha escolha senão continuar com essa falta
de sentido. Ele ainda não tinha encontrado nada para
resolver o fenômeno incompreensível que estava
atormentando Mai. Ele nem sequer sabia se havia uma
solução. Mas ele ainda tinha que procurar por uma e ele
não poderia dormir até que tivesse a encontrado. Mesmo
que ele não conseguisse encontrar uma, ele não tinha
intenção de desistir e ir dormir.
295
Ela estava cantando um jingle de uma loja de eletrônicos.
Era uma música curta, então ela cantava repetidamente.
296
Mai deu um tapinha no tapete. Por ora, ele se moveu
para lá.
“Você é no momento.”
297
“Mesmo que as coisas sejam resolvidas, se você
continuar assim, você terá apenas uma folha de respostas
em branco à sua frente.”
“É o bastante. Estude.”
“Bem, eu tentei.”
298
“Posso pedir qualquer coisa a você?”
299
“Eu não irei tão longe assim”, ele insistiu
“Mesmo?”
“Ehh.”
Ele tinha sido bastante sério desta vez, mas Mai não
faria isso.
300
“Eu não disse isso.”
“Apenas escreva-as.”
“É…”
301
Ele não conseguia distingui-las, então ele moveu o
dedo em direção à garantir e deu uma olhada na reação
dela. Ele tinha esperanças em determinar qual estava
correta a partir da expressão de Mai.
“Eu vou fazer uma bebida. Café está bom para você?
Embora seja instantâneo.”
“Sim.”
“Obrigada.”
303
Mai pôs o leite e o açúcar na caneca e mexeu
lentamente com a colher. Sakuta tomou um gole de café
enquanto desfrutava das ações delicadas dela. O líquido
preto e amargo se instalou em seu estômago, onde o calor
daquele o relaxou.
“Ela é fofa?”
304
Enquanto eles conversavam, a mente dele ficou
confusa. Ele se sentiu tonto e suas pálpebras caíram.
“Mesmo?”
305
“Por quê…?”
“…Não.”
“Não… é…”
306
“Descanse bem…”
Está bem.
Adeus, Sakuta.
307
↑ [1] super expresso dos sonhos: é uma expressão
utilizada para os Shinkansen, os trens-bala japoneses.
308
O corpo dele estava sacudindo.
“…chan.”
“…manhã.”
“…Onii-chan.”
“Onii-chan, é de manhã.”
“…Ngh?”
311
de dizer que não se sentia bem, ele estava apenas muito
cansado… ele tinha a sensação de que era assim que ele
explicaria.
“…”
“…”
313
brancas e, acima de tudo, um simbólico par de orelhas de
coelho em uma tiara de cabelo caiu da sacola.
“Eh?”
“…”
314
Ele sempre ignorava isso e partia para a escola. No
entanto, por alguma razão, isso estava incomodando-o
hoje, então ele refez o nó, desta vez reto.
“O que é isso?”
6 de Maio
315
Mesmo se você esquecer, lembre-se, resista, futuro
eu.
“…”
316
“Eu escondi isso para conseguir uma namorada?”
⟡⟡⟡
“Yo.”
“Hey.”
“Hm?”
“Imaginei.”
318
dormir. Ele olhou desinteressadamente para o vagão.
Havia muitas pessoas com os uniformes de Minegahara,
várias delas com livros abertos para ganhar um único
ponto extra em seus exames.
“…”
“O que foi?”
319
“Ela muitas vezes vem para assistir os treinos com a
amiga ao lado dela.” Certamente havia uma garota de
aparência familiar ao lado dela. “O clube acha que elas
são muito fofas.”
“Por quê?”
“Hmmm.”
“Mais ou menos”
320
Isso tinha acontecido no Domingo anterior. Ele havia
encontrado uma garota perdida, então houve um
estranho mal-entendido e um estranho desenvolvimento.
321
Todos os alunos tinham a questão comum dos
exames, mas fora isso, era a cena habitual. Uma cena
cotidiana com conversas parecidas todos os dias.
“Trabalho, e você?”
“Hm? Como?”
322
Sakuta e Yuuma chegaram ao saguão de entrada
enquanto falavam mal um do outro.
323
Alguém estava em pé na frente dele.
“Aqui.”
“Não.”
“Imaginei.”
“…”
324
Em suma, se o seu amor conseguir superar a forma de
onda de probabilidade antes que _______ assuma uma
forma definitiva… Em outras palavras, o subconsciente
dos alunos forçam a forma de _______ para algo como a
atmosfera antes mesmo da existência dela ser definida.
“…”
325
Algo se remexeu em sua mente, mas ele não
conseguia se lembrar, e um sentimento confuso se
espalhou por seu corpo.
“Ah, oi!”
“…Amor, huh?”
⟡⟡⟡
327
Demorou vinte minutos para ele virar a primeira
página.
Radicais confusos.
“…”
328
Quanto mais ele pensava, mais seu desconforto
aumentava. Ele sentiu como se algo estivesse implorando
para ele de dentro de sua mente.
Eram lágrimas.
329
Ele conhecia essa voz.
“Whoa.”
330
“Oi, vocês todos, se concentrem.”
331
A ‘atmosfera’ que não sofreria nenhum efeito ao ser
empurrada, puxada ou ser golpeada. A ‘atmosfera’ que
havia envolvido a escola. Mesmo agora, ele achava que
lutar contra ela não valeria a pena.
332
aquelas que estavam isoladas. A fim de proteger essa
atmosfera, para se protegerem, as pessoas conseguiam
desumanamente fingir que não podiam ver. Elas
conseguiam fazer tudo isso com um rosto inconsciente
daquelas que elas estavam fazendo sofrer.
334
Isso era necessário para resgatá-los.
335
“Todos vocês, escutem!”
“Sakurajima Mai-senpai!”
336
para a escola, vendo os alunos reunidos nas janelas e
concentrando-se em Sakuta no campo esportivo.
337
Sakuta. No entanto, não eram golpes fortes, eram golpes
indiferentes. Gradualmente tornando-se de zoação.
“…”
338
“Eu quero vê-la em sua roupa de coelhinha
novamente!”
339
Ele sentiu alguém se aproximar dele enquanto ouvia
o barulho do cascalho. A respiração de Sakuta travou
quando a voz deles estimulou seus ouvidos.
340
“Ah, isso é verdade.”
“…”
341
a latejar tardiamente e ele entendeu que, nesse
momento, Mai havia lhe dado um tapa.
342
“Eu não vou te perdoar…”
“Me desculpe.”
“Ehh.”
344
“Sinto muito, sinto muito mesmo. Eu me arrependo
das minhas ações, então, por favor, me perdoe.”
“Eu te amo.”
“Mesmo?”
“O que.”
345
“Diga isso novamente daqui a um mês.”
“Por quê?”
“Sobre o que?”
346
“Você enganou, então eu não acho que você pode
evitar isso.”
“Eu não.”
347
Todos os estudantes os assistiam em mudo,
silenciosamente espantados. Eles não sabiam como
reagir e estavam olhando para os outros para ver suas
reações, criando uma atmosfera de espera por um
julgamento.
348
seguindo seus própios desejos, assim certamente era a
adolescência. “Eles estão prestando bastante atenção em
nós por causa de você.”
“Como?”
349
E assim, o mundo acolheu Sakurajima Mai
novamente.
350
↑ [1] pachinko: jogo de azar praticado em máquinas
que se assemelham a um cruzamento entre pinball e slot
machine.
351
Ao contrário dos dias de Maio, os quais ele passou
envolvido com a Síndrome da Adolescência, agora era
Junho, então Sakuta passava seus dias tranquilamente.
Ele estava sem palavras por isso ter sido dito a ele
tão claramente.
“…”
“O que?”
355
“Quem sabe. Instabilidades nas mentes dos
adolescentes causando intensas interpretações
subjetivas… se você disser que mesmo isso é a Síndrome
da Adolescência, então isso não pode ser verificado
cientificamente.”
356
“Bem, nosso mundo é simples o suficiente para que
uma simples confissão consiga destruir isso. Assim como
você provou.”
“Talvez.”
357
Já era cerca de um mês depois, vinte e sete de Junho,
uma Sexta-Feira.
358
Seus almoços estavam dispostos na mesa da janela
entre eles, e eles podiam ver o mar a partir de seus
assentos.
“Ehh, sério?”
359
Mai sorriu triunfante, certa de sua vitória a partir da
reação de Sakuta.
“Um, Mai-san.”
“O que?”
“…”
“…”
Ela o mastigou.
“…”
360
“É meio desestimulante.” Mai soltou um suspiro
entediada. “Ter a mesma coisa sendo dita durante um
mês inteiro faz com que ela perca o impacto.”
“Isso é verdade.”
361
No entanto, isso não tinha nada a ver com a maneira
que ele sentia sobre sua confissão ser ignorada.
“…”
“O que?”
362
“Não não, beijos também contam.”
“Ah, poderia…”
“Nunca.”
363
Ele juntou as mãos e se curvou para ela.
“Com prazer.”
“Hm? Agora?”
364
entre eles. Cerca de um segundo depois, seus lábios
foram cobertos por uma sensação suave. Os lábios de Mai
estavam surpreendentemente frios e tinham gosto de
dashi2. O mesmo que os ovos que ele havia comido mais
cedo… na verdade, isso era um ovo.
“…”
365
“Bem, você é uma adulta, então um beijo indireto
comigo, eu sendo mais jovem que você, não deve ser
nada para você.”
“S-sim.”
“Hm?”
“P-por quê!?”
366
“Bem, você não parece se sentir dessa maneira…
você disse que era desestimulante, isso me deixaria
desesperado.”
“Isso é, um…”
“Você irá?”
367
“Muito bem, Japão!”
“…”
368
↑ [1] bentô: é um tipo de marmita japonesa para
uma pessoa e servido em bandejas próprias que possuem
repartições.
369
Algo estranho ocorreu no auge da felicidade. Este é
um novo caso de Síndrome da Adolescência. Ou Sakuta
está apenas sonhando? Ele estava apenas sonhando?
Ou talvez…
371
prefeitura de Kanagawa, então eu sempre achei que
deveria ir até lá, mas nunca tive a oportunidade.
Kamoshida Hajime.
372
O sol estava se ponto em Enoshima, flutuando sobre
a Baía de Sagami, e Sakuta olhava para o mar e o céu
vermelho chamuscado a partir das janelas do trem
Enoden. Ao lado dele estava uma senpai, segurando as
alças de apoio assim como ele… Sakurajima Mai, uma
bela mulher que não conseguia evitar chamar a atenção
nas ruas e uma popular atriz que havia iniciado a carreira
quando criança.
374
“Não é justo, eu vou fazer isso também.”
“Eu jogava.”
375
“Se as coisas derem certo, perguntar se você quer
fazer coisas pervertidas.”
376
Tradução [JoséGui]
Revisão [JoséGui]
e-Book [JoséGui]