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Metodologia
Serão privilegiadas estratégias metodológicas de interrelação das dimensões
teórico-práticas, que envolvam o estudante e o comprometam diretamente com
seu processo de aprendizagem, reconhecendo-o como construtor do próprio
conhecimento. A prática contínua do diálogo pedagógico gerará as oportunidades
de ensino e de aprendizagem; para tanto, serão realizadas aula expositivo-
dialógico-dialéticas, conjugadas com atividades desempenhadas efetiva e
diretamente pelo estudante, sob supervisão, acompanhamento e orientação
docente, dizendo respeito à produção de trabalhos individuais e em grupo, vídeos,
leituras, elaboração de resenhas, resolução de questões, correlação e aplicação
de leis, doutrina, jurisprudência, bem como de temas afetos a disciplina, sendo
essas atividades desenvolvidas ao longo das aulas e nas TDE's - Trabalhos
Discente Efetivo.
O estudante deverá protagonizar atividades acadêmicas efetivas e de cunho
extraclasse (realizadas, portanto, fora dos horários destinados às atividades
presenciais), sob planejamento e orientação docente, a fim de continuar,
complementando e acrescendo, o processo iniciado em sala de aula. Para isso,
poderão ser empregados recursos tais como: áudio e vídeo, leitura de leis,
doutrina, jurisprudência, produção de materiais, individual ou conjuntamente,
elaboração de relatórios, resenhas e pareceres, resolução de questões, estudo de
casos, sala de aula invertida e outras atividades visando alcançar os objetivos
propostos ao componente curricular.
Nos TDE's cada docente, autonomamente, determinará a forma como essas
atividades serão desenvolvidas para que se promova a apropriação e produção
dos conteúdos. O domínio dos conceitos jurídicos básicos é pressuposto para a
pesquisa em qualquer área do Direito, mas sobretudo na área abrangida pelo
presente componente curricular. Assim, o avanço no campo da pesquisa pode
surgir naturalmente, a partir do interesse do estudante no aprofundamento de
questões que sejam suscitadas no decorrer do processo - seja sob orientação dos
docentes, seja a partir da aplicação em outros componentes de formação
específica do Curso de Bacharelado em Direito, a exemplo na participação em
Bancas de Trabalho de Conclusão de Curso e defesas de Mestrado e Doutorado.
Estratégias extensionistas promovidos pelos NID?s e Programas de Pesquisa da
Universidade poderão ser articuladas para aperfeiçoamento técnico e científico,
encadeando conteúdos trabalhados ao longo da disciplina e curso a demandas
emergentes da atividade dos operadores do Direito, instrumentalizando os
acadêmicos ao exercício da cidadania e à qualificação para o trabalho.
Bibliografia Básica
FERNANDES, Alexandre Cortez. Direito civil: obrigações. Caxias do Sul, RS:
EDUCS, 2010. 317 p.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Obrigações. 8. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro:
Forense, 2015. Disponível em: <https://ucsvirtual.ucs.br/startservico/MIB/>.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: Obrigações e Responsabilidade Civil. 18.
ed. São Paulo: Atlas, 2018. v. 2.
Bibliografia Complementar
GOMES, Orlando. Obrigações. 17.ed. rev., atual. e aum. Rio de Janeiro:
Forense, 2008. 331 p.
MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no código de defesa do consumidor: o
novo regime das relações contratuais. 6. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2011. 1433 p.
MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito privado. 2001. Campinas, SP:
Bookseller, 2001. v. 22 a 54.
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, v.4 : direito das
obrigações: 1ª parte. 40. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. Disponível em:
<https://ucsvirtual.ucs.br/startservico/MIB/>.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 2012. Rio de Janeiro:
Forense, 2012. v. 2.
I. DIREITO OBRIGACIONAL
1) Conceito de Obrigação:
“Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e
cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo
primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio.”
Washington de Barros Monteiro
Código Civil – Parte Especial – Livro I– DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES. art. 233 e ss.
b) Importância e caracterização:
c) Fontes: contrato, ato ilícito, ato unilateral e lei
a) Conceito:
Relação jurídica a que o legislador retirou a ação correspondente. Nem o credor tem
direito de exigir a prestação, nem o devedor está adstrito a solvê-la. Embora reúna todos os
elementos da obrigação civil, a lei nega-lhe eficácia e tutela judicial. É obrigação civil cuja
evolução não se completou, por não ter chegado a adquirir a indispensável tutela judicial,
ou que se degenerou, por haver perdido a ação que a resguardava. (Arts. 882 e 564, III CC).
Assim, a obrigação natural é relação não jurídica que adquire eficácia jurídica através
de seu adimplemento. Após o pagamento espontâneo do devedor, vem a ser atraída para a
órbita jurídica, porém com um único efeito, o direito de retenção.
No caso de execução ou pagamento parcial da obrigação natural, não autoriza o credor
a reclamar pagamento do restante. Ela não se transforma em civil pelo fato de ter sido paga
a dívida parcialmente. O cumprimento parcelado implica apenas reconhecimento também
parcial da obrigação.
b) exemplos de obrigação natural no direito brasileiro: dívidas prescritas, dívidas de
jogo, juros não convencionados.
1. Conceito: A obrigação de dar coisa certa e específica consiste no vínculo jurídico pelo
qual o devedor fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente
2.Princípios:
a) direito pessoal (jus ad rem) e não real (jus in re)
Só confere, a obrigação de dar, ao credor, um simples direito pessoal. Efetivamente,
antes da tradição, o objeto continua a pertencer ao alienante. Ver art. 1.267 CC, - o
domínio das coisas não se transfere pelos contratos. Só com a tradição, real ou
simbólica, o comprador adquire o domínio, ainda que tenha pago todo o preço.
b) Nemo aliud pro alio invito creditore solvere potest
O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, ainda que mais
valiosa (art. 313 CC). O devedor não pode realmente liberar-se mediante entrega de
coisa diversa da ajustada, porque não lhe é lícito, unilateralmente, modificar o
objeto da prestação. Nem se pode substituir a coisa devida pelo respectivo valor. A
recíproca é verdadeira: O credor não pode exigir coisa diferente, ainda que menos
valiosa. O devedor não pode desobrigar-se por partes, se assim não convencionado.
A entrega parcelada só é possível mediante pacto expresso.
c) Acessorium sequitur suum principale
(art. 233 CC). O acessório segue o principal, salvo se compactuado entre as partes.
Tais acessórios não têm individualidade própria e por isso desprovidos são de
autonomia jurídica. Quem aliena um imóvel transmite simultaneamente o ônus do
imposto como acessório, além das servidões existentes. Questionado dispositivo só
deixará de ser observado em duas hipóteses: expressa declaração em contrário no
título da obrigação e exclusão resultante de circunstâncias evidentes (ex.
conhecimento do vício pelo adquirente).
d) Res perit domino (casum sentit domino)
Art. 492- A coisa se perde para o dono. O dano patrimonial do objeto da prestação é
a responsabilidade do dono.
e) Dever de conservação da coisa
O devedor, adstrito à entrega de coisa certa, é obrigado à conservá-la com todo
cuidado, zelo e diligência. É uma obrigação de meio, em que o devedor deve velar
pela conservação da coisa - art. 234 CC .
3) Princípios:
As obrigações de restituir estão regidas pelos mesmos princípios das obrigações de dar.
O devedor não pode restituir coisa diferente daquele do negócio jurídico. O acessório segue
o principal, a coisa se perde para o dono, onde na de dar o prejuízo é da conta do devedor,
que é o proprietário, e na de restituir quem sofre é o credor.
4) Disposições legais:
a)perda da coisa, antes da tradição, sem culpa do devedor – efeitos. Art. 238 CC
1) Conceito:
Nessa modalidade de obrigação, o respectivo objeto ou conteúdo da prestação é
indicado genericamente no começo da relação, vindo a ser determinado por um ato de
escolha, no instante do pagamento. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero
a que pertence e quantidade devida. (Art. 243 CC)
O pagamento é precedido de ato preparatório de escolha, que individualizará ou
determinará a coisa a ser entregue ao credor. Realizada a escolha, de acordo com as
condições estabelecidas no contrato ou segundo regras legais, a obrigação de dar coisa
incerta transmuda-se na obrigação de dar coisa certa.
4) Direito de escolha.
Nas coisas determinadas pelo gênero e quantidade, a escolha pertence ao devedor, mas não
poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. (Art. 244 CC) A escolha
efetua-se mediante ato jurídico unilateral denominado concentração.
Concentração: que é a individuação da coisa manifestada no ato do pagamento ou
cumprimento da obrigação. Cabe ao devedor, se não houver pacto expresso em contrário.
Mas, em tal conjuntura, o devedor deve guardar o meio-termo, entre os congêneres de
melhor e pior qualidade. Para a escolha, não basta que o devedor separe o produto para
entregá-lo ao credor. É mister realize ainda o ato positivo de colocá-lo à disposição deste.
5) Princípio genus nunquam perit (Art. 246 CC) – genus limitatum e genus illimitatum.
O gênero nunca perece. O devedor não pode alegar perda da coisa antes da escolha para
exonerar-se do vínculo obrigacional. A liberação da obrigação não se dá nem por caso
fortuito ou força maior.
Genus limitatum – existe uma limitação. É circunscrita às coisas que se acham num
certo lugar, no patrimônio de alguém, ou sejam relativas à determinada época ou
acontecimento. Se o gênero é delimitado, o perecimento ou inviabilidade de todas as
espécies que o componham acarretará o fim da obrigação. Ou, se o gênero se reduz a
um número muito restrito de unidades, a obrigação deixará de ser genérica para ser
alternativa.
Genus illimitatum – não existe qualquer restrição à regra de “gênero nunca parece”.
1) Conceito:
A prestação consiste na prática de um ato ou na realização de um trabalho pelo devedor
em proveito do credor.
c) quanto à execução:
-dar: geralmente comportam execução específica, pela entrega da coisa devida.
-fazer: geralmente não comportam execução específica, execução in natura, pois o
credor não pode constranger o devedor a fazer. A sentença pode condenar o devedor,
mas não obrigá-lo a fazer.
5) Inadimplemento
(Art. 248 CC) Cumpre lembrar que a impossibilidade, suscetível de produzir efeito
liberatório, há de ser provada pelo interessado que a invoca. E ainda, para conter o
efeito liberatório, deve ser absoluta, permanente e irremovível. Se se trata de simples
dificuldade, a ser superada com maior esforço, não exonera o devedor. (Art. 106 CC)
Verificada a impossibilidade, cumpre averiguar se ela sobreveio sem culpa, ou por
culpa do devedor. No primeiro caso, resolvida fica a obrigação. No segundo caso, por
culpa, a impossibilidade foi intencionalmente provocada, e o obrigado deve suportar as
conseqüências de seu ato lesivo.
Nas prestações fungíveis, vigora o art. 249 CC. Nas obrigações infungíveis, vigora o
art. 247.
1) Conceito
Obrigação de não-fazer é aquela pela qual o devedor se compromete a não praticar certo
ato, que poderia livremente praticar, se não houvesse se obrigado. É um direito pessoal,
incide sobre a pessoa.
3) Adimplemento e inadimplemento
Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e
danos. (Art. 251 CC). Agora, se tornar-se impossível abster do ato a que se obrigou não
praticar, sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação de não fazer. (Art. 250 CC)
Mora: Art. 390 CC - Nas obrigações negativas, o devedor fica constituído em mora,
desde o dia em que executar o ato a que se devia abster. Confunde-se a mora com o
próprio inadimplemento.
1. Conceito e caracteres
Nas obrigações alternativas, várias prestações são contempladas na relação jurídica, mas o
devedor se libera com a satisfação de uma única. Em tese o devedor deve todas as
prestações, mas se exonera com a entrega de uma delas apenas.
a) multiplicidade de prestações
4. Inexecução
I- Escolha do Devedor
1. SEM CULPA DO DEVEDOR
a) impossibilidade de uma prestação: art. 253 CC – subsiste na prestação remanescente.
b) impossibilidade de todas as prestações: art. 256 CC – extingue a obrigação.
II – Escolha do Credor
1. SEM CULPA DO DEVEDOR
a) impossibilidade de uma prestação: art. 253 CC – subsiste na prestação remanescente.
b) impossibilidade de todas as prestações: art. 256 CC – extingue a obrigação.
1) Noção e compreensão:
2) Distinção entre obrigações divisíveis e indivisíveis.
3) Disposições legais:
Art. 314 CC – Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o
credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Art. 257 CC - Regra concursu partes fiunt – cada um só responde pela sua parte – regra
geral das obrigações divisíveis. Cada credor não pode exigir senão sua quota e cada
devedor não responde senão pela parte respectiva. A prestação é assim distribuída
rateadamente. Exceções à regra: indivisibilidade e solidariedade. Numa e noutra, embora
concorram várias pessoas, cada credor tem direito de reclamar a prestação por inteiro e
cada devedor responde também pelo todo.
7) Consequências jurídicas
Divisíveis
a) cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito
b) cada um dos devedores só tem de pagar a própria quota no débito
c) se o devedor solver integralmente a dívida a um só dos vários credores, não se
desobrigará com relação aos demais cocredores
d) o credor que recusar o recebimento de sua quota, por pretender solução integral,
pode ser constituído em mora.
e) A insolvência de um dos codevedores não aumentará a quota dos demais
Indivisíveis
a) cada um dos credores pode exigir a dívida por inteiro
b) cada um dos devedores responde integralmente pela dívida
c) o devedor que paga integralmente o débito a um dos vários credores desonerar-
se-á em relação aos demais
d) o credor não pode recusar o pagamento por inteiro, sob pena de ser constituído
em mora
1. Conceito: Art. 264 e 265 CC - Segunda exceção ao princípio concurso partes fiunt.
Existindo pluralidade de credores ou devedores, pode qualquer daqueles exigir a prestação
Art. 268 CC - Enquanto algum dos credores solidários não demandar o devedor comum, a
qualquer daqueles poderá este pagar. Se ainda não existe cobrança judicial, pode o devedor
pagar a qualquer dos credores, à sua escolha. Mas o direito de escolha cessa desde que um
dos credores já tenha ingressado em juízo com ação de cobrança.
2. SOLIDARIEDADE PASSIVA
Art. 275 CC – “o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais
devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.”. Pode o credor demandar o
pagamento a um, alguns ou todos, a sua escolha. Se um dos devedores for acionado
isoladamente, não pode invocar benefício de divisão, isto é, direito do réu de fazer citar o
outro, ou os outros codevedores, para juntos se defenderem e juntos serem absolvidos ou
condenados. Cada devedor responde, individualmente, por si e pelos outros, por toda
dívida. O credor que aciona um devedor isolado, conserva intacto seu direito quanto aos
demais, se não chega a receber a prestação. Recebida esta, integralmente, liberados ficam
todos. Se parcial o recebimento, assiste-lhe direito de obter a complementação não só do
demandado, como de qualquer dos outros coobrigados. Há inúmeros casos no direito
positivo: CC art. 154; 1460; 585, 680, 829, 942.
3. SOLIDARIEDADE ATIVA
Atributo externo da obrigação, em que concorrem dois ou mais credores e que a qualquer
deles autoriza receber integralmente a prestação devida. Solidariedade do sujeito ativo ou
titular do direito ou credor. O devedor libera-se pagando a qualquer dos credores, e o que
recebe se adstringe a pagar aos consortes a quota de cada um, retendo a sua parte. O credor
que recebe o pagamento responde perante os consortes pelas parcelas de cada um. O
cumprimento da obrigação pode ser reclamado por qualquer dos consortes. Realizada,
porém, a prestação, o credor deverá repassar aos demais.
Art. 266 CC – A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou
codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. Assim,
Falecimento do credor solidário: deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir
e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
obrigação for indivisível (Art. 270 CC).
Falecimento do devedor solidário (art. 276 CC). Deixando herdeiros, nenhum destes será
obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a
obrigação for indivisível. Em relação a cada um deles fragmenta-se a dívida, se divisível.
Mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais
devedores. Respondem os herdeiros pela dívida do falecido desde que não ultrapasse as
forças da herança (Arts. 1.792; 1.821 e 1.997 do CC).
Pagamento parcial: art. 277 CC – o pagamento parcial feito por um dos devedores e a
remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da
quantia paga ou relevada.
c) quanto ao pagamento
S- sendo vários os credores, pode qualquer deles reclamar a dívida inteira, e o
pagamento a um dos credores libera o devedor, independente da prestação de
caução
I- o devedor só se desobrigará pagando a todos conjuntamente, ou a um deles apenas,
desde que autorizado pelos demais. Faltando a autorização só deverá pagar se
aquele que demanda o pagamento der caução de ratificação dos outros credores.
(art. 260 CC)
1. Conceito:
Negócio jurídico bilateral gratuito ou oneroso pelo qual o credor de uma obrigação
(cedente) transfere, no todo ou em parte, a terceiro (cessionário), independentemente do
consentimento do devedor (cedido) sua posição na relação obrigacional, com todos os
acessórios e garantias, salvo disposição em contrário, sem que se opere a extinção do
vínculo obrigacional. É um ato inter vivos pelo qual alguém se priva de um direito seu,
em favor de outrem, ou mediante o qual se transmite um crédito a um novo credor.
É uma alteração subjetiva, sem extinção da obrigação, logo não se confunde com a
novação.
2. Modalidades:
a) gratuita – assemelha-se à doação, pois implica liberalidade
b) Onerosa – é uma espécie de venda que o cedente faz ao cessionário, com a diferença
que a venda tem por objeto transmissão de uma coisa, e a cessão objetiva créditos ou
direitos de natureza econômica.
c) total – transferência da totalidade do crédito
parcial – transferência de somente parte do crédito.
d) convencional – decorre da livre e espontânea declaração de vontade entre cedente e
cessionário. Resulta da convenção entre as partes, contrato. Efetua-se a título oneroso
ou gratuito.
e) Legal – resulta da lei, independente da vontade das partes
Judicial – provém de sentença judicial condenatória, que venha a suprir declaração de
cessão por parte de quem era obrigado a fazê-la e o de assinação do credor de crédito do
devedor
3. Efeitos:
a) entre as partes contraentes (art. 288, 295 a 297 CC)
O cedente terá responsabilidade pela existência do crédito (295), e pela solvência do
devedor, havendo estipulação nesse sentido (arts. 295 e 296).
1. Conceito:
Negócio jurídico bilateral pelo qual o devedor, com a anuência expressa ou tácita do
credor, transfere a terceiros os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua
posição na relação jurídica, substituindo-o.
2. Pressupostos:
a) Existência e validade da obrigação transferida
3. Espécies:
I- por expromissão: o devedor não participa da assunção de dívida. O negócio é feito
entre credor e terceiro (expromitente), mesmo contra a vontade do devedor, é este
liberado da obrigação, onde fica substituído pelo terceiro. O terceiro não assume a
dívida por ordem do devedor, mas assume espontaneamente. Pode ser:
a) Liberatória: quando há uma perfeita sucessão de débito, no sentido em que o devedor
é substituído e excluído da relação, ficando em seu lugar o terceiro que avençou com o
credor. Substituição do devedor da relação obrigacional pelo expromitente.
b) Cumulativa: quando o terceiro, expromitente, entra na relação obrigacional ao lado do
devedor primitivo. Haverá uma responsabilidade subsidiária do devedor originário, que
só responderá se o terceiro não tiver patrimônio para realizar o pagamento da dívida.
Solidariedade não se presume, apenas se convencionada expressamente.
II- por delegação: da qual participa o devedor. Se o ajuste se proceder entre devedor e
terceiro, dependendo da anuência do credor. Haverá um contrato entre terceiro e
devedor. O devedor-cedente designar-se-á delegante; o que transfere o débito,
delegado, e o credor, delegatário. Pode ser:
a) Liberatória: quando o delegante (devedor) se exonera do vínculo, e o delegado
(terceiro) assume toda responsabilidade pelo cumprimento da obrigação, sem responder
pela insolvência deste.
b) Cumulativa: quando o novo devedor entra na relação obrigacional unindo-se ao
primitivo devedor, que continua vinculado, mas o devedor primitivo não poderá ser
compelido a pagar senão quando o novo devedor deixar de cumprir a obrigação que
assumiu, inexistindo, portanto, entre eles, solidariedade, somente responsabilidade.
4. Efeitos:
Se o débito transferido é o mesmo primitivo, por haver identidade de relação jurídica e
objeto, ter-se-á a mesma obrigação, que não se extinguirá, passando ao novo devedor,
que assumirá a mesma posição do devedor originário. Assim, produz os seguintes
efeitos:
a) liberação do devedor primitivo, com subsistência do vínculo obrigacional: a não ser
se for cumulativa
b) transferência do débito a terceiro:
c) Cessação dos privilégios e garantias pessoais do devedor primitivo. (art. 302)
d) Sobrevivência das garantias reais que acendiam à dívida, com exceção das
constituídas por terceiro alheio à relação obrigacional, a não ser que ele consinta
na sua permanência. (art. 300)
e) Art. 301
f) Art. 303.
1. Acepções da palavra
É o cumprimento do vínculo obrigacional, a execução voluntária da obrigação ou a entrega
da coisa devida. Efeito natural da obrigação, o escopo para o qual ela tende. Emprega-se
igualmente a palavra solução ou cumprimento.
Mª Helena Diniz: tem-se o pagamento quando o devedor, por livre vontade ou, não sendo
compelido atende solicitação do credor, cumprindo exatamente a prestação devida, sem
nenhuma modificação relevante fundada em lei e sem modificações no vínculo
obrigacional. O pagamento vem a ser uma espécie do gênero adimplemento, ou seja, um
meio direto e voluntário de extinguir a obrigação.
3. Requisitos do pagamento:
a) existência de um vínculo obrigacional - sem uma obrigação anterior, nada seria devido
e, pois, não teria lugar o pagamento. Um eventual pagamento se revelará em pagamento
indevido, ensejando a repetição.
b) Intenção de solvê-lo - o pagamento exige, além do elemento material da prestação, o
elemento intencional. Sua falta não autoriza a liberação do devedor, eis que sendo feito por
erro, dá ensejo à repetição de indébito.
c) Cumprimento da prestação – prestação daquilo que é devido, satisfação exata da
prestação.
d) Pessoa que efetua o pagamento (solvens)
Pode ser qualquer interessado. Entre eles, está, em primeiro lugar, o devedor. Mas pode ser
também um terceiro interessado na solução da obrigação.
e) pessoa que o recebe (accipiens)
O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente.
6. Lugar do pagamento
Art. 327 CC - O lugar do pagamento determina onde o devedor pode liberar-se e o credor
tem o direito de exigir. Em regra, será no domicílio do devedor, para favorecê-lo.
Justamente por ser um favor, pode o devedor renunciar-lhe, de sorte que, caso o credor não
apareça para procurar o pagamento, é lícito ao devedor dirigir-se ao domicílio daquele, para
efetuá-lo, ou fazer o depósito em caso de recusa de recebimento, caso não prefira aguardar
que o credor venha procurar-lhe.
a) obrigações querables e portables
querable: o credor tem o dever de ir buscar a prestação no domicílio do devedor.
portable: o pagamento deve ser oferecido pelo devedor no domicílio do credor, onde este
tem de recebê-lo.
b) exceções:
Diverso será o lugar do pagamento se assim convencionarem as partes, de forma
expressa ou tácita. O contrato faz lei entre as partes. Ainda, existem casos em que
circunstâncias especiais exigem outro lugar para o pagamento, como o trabalho em
determinada fábrica, ou a construção de um prédio em determinada localidade, onde o
pagamento será na fábrica, ou na edificação. A terceira exceção é de acordo com a
natureza da obrigação. P. ex.: representação teatral, cumpre-se a obrigação na casa de
espetáculos. Se houver designação de dois ou mais lugares, o art. 327, § único diz que
quem faz a escolha é o credor. Se for um imóvel, far-se-á no lugar em que ele se
encontra. (Art. 328 CC)
7. Tempo do pagamento:
Pagamento só pode ser exigido no dia do vencimento da obrigação. Fixada a data, nem o
devedor pode retardar a execução, nem o credor antecipar a exigência. Consonância do art.
331 com o art. 134 CC. O termo não afeta a existência da obrigação, mas somente sua
execução.
a) obrigações condicionais – subordina os efeitos (a exigência da obrigação) a um evento
futuro e incerto. Art. 332 CC.
b) exigibilidade antecipada - Art. 333 CC- Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida
antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais,
e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se
reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.
II – objetivos:
a) existência de débito líquido e certo:
b) Oferta da totalidade da prestação devida:
c) expiração do prazo ajustado em favor do credor:
d) observação de todas as cláusulas estipuladas na relação obrigacional:
e) oferta no lugar do pagamento:
1. Conceito:
Em sentido amplo, é colocar uma coisa ou pessoa em lugar de outra. Duas são,
portanto, as espécies de sub-rogação: real e pessoal.
2. Espécies de sub-rogação:
a) sub-rogação legal (Art. 346 CC)
I- Credor que paga a dívida do devedor comum ao credor, a quem competia
direito de preferência – Requisitos: aquele que paga seja também credor do
devedor; e que o crédito do accipiens desfrute de preferência sobre o do solvens.
II- Do adquirente do imóvel hipotecado que paga ao credor hipotecário, bem
como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito
sobre o imóvel
III- Terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no
todo ou em parte.
2. Requisitos da imputação
a) pluralidade de débitos:
b) Identidade de sujeitos:
c) Igual natureza das dívidas:
d) dívidas líquidas e vencidas:
e) Possibilidade de a prestação ofertada resgatar mais de um débito:
3. Espécies de imputação
a) imputação feita por vontade do devedor: Art. 352 CC
Constitui norma geral, pois pretendendo a lei proteger o devedor, confere-lhe de início a
prerrogativa de escolher a dívida em que impugnará o pagamento. Mas sua escolha não
é livre, tem limitações legais.
• havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, salvo
estipulação em contrário, ou se o credor passar quitação por conta do capital. Arts. 354
e 323 CC.
• Não pode o devedor imputar aquilo que paga numa dívida cujo montante seja maior,
pois o credor não pode ser compelido a receber por partes, se não foi ajustado. Art. 314
CC.
• O devedor não pode imputar dívida não vencida se o prazo estipulado era em proveito
do credor.
b) imputação feita por vontade do credor: Art. 353 CC
Quando o devedor não declara qual das dívidas quer pagar, renuncia ao seu direito,
competindo ao credor efetuar a imputação. Tal direito é exercido pela quitação, onde se
declara o crédito em que importou o pagamento ora quitado.
2) Requisitos:
a) entrega pelo devedor ao credor de coisa dada com ânimo de efetuar um
pagamento. Animus solvendi – entrega de uma prestação por outra.
b) acordo entre o credor e o devedor verbal ou por escrito, expresso ou tácito.
c) diversidade entre a prestação devida e a entregue.
1. Conceito:
É a criação de uma obrigação nova para extinguir a anterior. É um modo de extinção de
obrigações, mas ao mesmo tempo que através dela a primitiva obrigação perece, uma
outra surge, tomando seu lugar. Tem duplo conteúdo:
Extintivo – referente à obrigação antiga;
Gerador – relativo à obrigação nova.
3. Pressupostos da novação:
a) existência da obrigação anterior:
b) criação de uma obrigação nova para extinguir a anterior:
c) elemento novo (aliquid novi)
d) animus novandi
4. Efeitos da novação.
O principal efeito da novação é extinguir a dívida anterior. Extinguindo-se esta, que
é a principal, extinguem-se os acessórios que guarnecem o crédito (Art. 364 do CC). Os
acessórios da obrigação anterior só passam para a obrigação nova se houver estipulação
expressa. Se o credor faz novação a um dos devedores solidários, extingue-se a dívida para
os outros devedores, e só permanece a obrigação para este devedor, (Art. 365 CC), mas ele
tem ação regressiva contra os demais, mas só pelo valor da dívida anterior. Entretanto, a
própria lei possibilita a sobrevivência dos acessórios, na obrigação nova, quando as partes
ajustem em tal sentido, mas este acordo entre as partes não pode vincular terceiros que não
consentiram.
2. Espécies:
a) legal: é aquela que atua automaticamente, independente da manifestação das partes, por
força de lei, de pleno direito, desde que se encontrem presentes os requisitos
3. Pressupostos:
a) reciprocidade das obrigações: Art. 368, 376 e 377 CC
O débito do devedor deve corresponder ao crédito deste contra o credor. Encontro de
direitos opostos.
b) liquidez das dívidas: Art. 369 CC
Só dívidas líquidas são compensáveis, que são as certas quanto à existência e
determinadas quando ao objeto. Deve-se ter a certeza da existência da dívida e a
determinação de sua quantia.
c) exigibilidade atual das prestações: Art. 369 CC
Deve-se ocorrer o respectivo vencimento normal ou antecipado. Em rigor, enquanto não
chega o termo de vencimento o devedor tem direito ao prazo, não podendo ser
compelido a dele abrir mão, por motivo de compensação (arts. 331, 332 e 333 CC)
Todavia, os prazos de favor, concedidos obsequiosamente pelo credor, não poderão ser
alegados pelo beneficiário para ilidir a compensação de sua dívida com a de seu
devedor (Art. 372 CC), de forma que os prazos de favor não obstarão a compensação.
d) fungibilidade dos débitos (mesma natureza e qualidade): Art. 369 CC
É preciso que as prestações não sejam apenas fungíveis, mas fungíveis entre si,
homogêneas. Caso contrário, não se compensam, pois para o credor deve haver a
indiferença entre receber uma ou outra das coisas, objeto da prestação.
2. Modalidades:
a) total ou parcial:
b) expressa ou tácita:
X. MORA
1. Conceito e requisitos
É o retardamento na execução da obrigação ou imperfeito cumprimento. Imputável
tanto ao devedor como ao credor. (Art. 394 CC).
3. Espécies de mora:
a) Mora debitoris ou solvendi – MORA DO DEVEDOR
I - Requisitos:
1. existência de dívida positiva e líquida
2. vencimento
3. inexecução culposa por parte do devedor
4. interpelação judicial ou extrajudicial deste, se a dívida não é a termo, com data
certa.
II- Espécies
1. Mora ex re – Art. 397, caput, 390 e 398 CC - em razão de fato previsto na lei
2. Mora ex persona – Art. 397, § único. Não havendo prazo assinalado, começa a mora
desde a interpelação, notificação ou protesto. Depende de providência do credor
1. Conceito:
Quando o devedor não cumpre voluntariamente o que deve no tempo e pelo modo
devidos, responde por perdas e danos (além de atualização monetária, juros e
honorários advocatícios). (Art. 389 CC) O ressarcimento consiste em substituir, no
patrimônio do credor, soma correspondente à utilidade que ele teria obtido, se se
cumprisse a obrigação. Não pode jamais provocar lucro ao credor. Só vai até o ponto
que lhe recomponha a situação patrimonial.
1. Conceito e classificação
São obrigações acessórias (Art. 95 CC)
Podem ser:
-Compensatórios (constituem um rendimento do capital emprestado). Rendimentos do
capital. Frutos produzidos pelo capital. Assim como o aluguel constitui o preço
correspondente ao uso da coisa, na locação representam os juros a renda do uso de
determinado capital. São geralmente convencionais – Art. 591 CC.
-Moratórios (representam uma pena imposta ao devedor pelo atraso no cumprimento da
obrigação, atuando como se fosse uma indenização pelo retardamento no
adimplemento). Podem ser convencionais ou legais – caso não convencionados.
1) Conceito:
Pacto acessório ou secundário em que se estipula pena ou multa aquele dos contratantes
que se subtrair ao cumprimento da obrigação ou que retardar o cumprimento da
obrigação. É obrigação acessória que adere a outro vínculo obrigacional. É um meio de
resolver e não como cumprir a obrigação.
2) Função:
a) funciona como meio de coerção, como força intimidativa, a fim de induzir o
devedor a satisfazer o prometido (intimidação) Meio de pressão, reforça o vínculo,
compelindo o devedor a honrar sua palavra.
b) fixa, ainda, antecipadamente, o valor das perdas e danos devidos à parte inocente,
no caso de inexecução do contrato pelo outro contratante. Determina com
antecedência o valor dos prejuízos resultantes do não cumprimento do contrato.
(ressarcimento). Instrumento de indenização, fixa a priori cifra que o contratante
terá de pagar, caso se torne inadimplente.
7) Prova do prejuízo
Para exigir a pena convencional não é necessário que o credor alegue prejuízo (art. 416
CC). Ainda que o credor não tenha sofrido dano com a mora ou a inexecução da
obrigação, total ou parcial, assiste-lhe o direito de reclamar a penalidade.
8) Indenização suplementar
Art. 416 parágrafo único CC. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula
penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi
convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo de indenização, competindo
ao credor provar o prejuízo excedente. Trata-se de dispositivo original do CC/2002.
1. Conceito:
Sinal ou arras é a quantia em dinheiro ou outra coisa fungível entregue por um
contratante ao outro a fim de assegurar um pontual cumprimento da obrigação.
As arras constituem a importância em dinheiro ou coisa dada por um contratante ao
outro por ocasião da conclusão do contrato com o escopo de firmar a presunção de
acordo final e tornar obrigatório o ajuste, ou ainda, excepcionalmente, como propósito
de assegurar para cada um dos contratantes o direito de arrependimento.
Asseguram eventual cumprimento da obrigação e eventual indenização dos danos. Tem
caráter acessório.
2. Natureza jurídica:
a) pacto acessório – não há arras num contrato principal, pois estas só aparecem se há um
negócio jurídico em razão do qual elas existem.
b) Caráter real – o acordo a respeito das arras deve existir, é essencial a entrega por um
dos contratantes de dinheiro ou de outra coisa. Não há arras sem entrega, não basta a
instrumentalização, comodato ou depósito, que não existem sem a efetiva entrega.
3. Espécies:
a) confirmatórios – Art. 417 CC. Tem tríplice função: