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Ácido Tricloroacético

Material Técnico

Identificação
Grau: Farmacêutico () Alimentício ( ) Cosmético ( ) Reagente P.A. (X)

Uso: Interno () Externo (x)

Especificação Técnica / Denominação Botânica: Contém no mínimo 98,0% e no máximo 100,5% de ácido
tricloroacético.

Equivalência: Não aplicável.

Correção:
Teor: Aplicável.
Umidade / perda por dessecação: Não aplicável.
Avaliar o fator correspondente ao teor e /ou umidade de acordo com lote adquirido verificando no
certificado de análise e também sob avaliação farmacêutica da especificação e da prescrição.

Fórmula Molecular: C2HCL3O2.

Peso Molecular: 163,39 g/mol.

DCB: 00366 - ácido tricloroacético.

CAS: 76-03-9.

INCI: Acidum Trichloroaceticum.

Sinonímia: ATA, TCA, Blue Peel.

Aparência Física: Massa cristalina, branca ou cristais incolores muito deliquescentes.

Composição: Substância isolada.

Características Especiais

 Produto de origem sintética.


Aplicações
Propriedades:
 Tem ação caustica.
 Peeling químico.

Indicações:
 Fotoenvelhecimento leve.
 Acne.
 Queratose actínica.
 Verrugas.
 Rosácea.

Vias de Administração / Posologia ou Concentração: Via tópica – solução 10% a 90%.


 10% − peeling superficial.
 10% a 30% − peeling médio.
 35% a 50% − peeling profundo.
 80% a 90% − verrugas

Observações Gerais: Produtos de decomposição perigosa: em caso de incêndio podem formar gases
perigosos como cloreto de hidrogênio e fosgênio.

Farmacologia
Mecanismo de Ação: O acido tricloroacético atua desnaturando as proteínas da epiderme, causando
necrose isquêmica ,evidenciado pela formação de frosting (branquamento) e alteração na elasticidade
da pele. A alteração na intensidade do frosting indica a profundidade do peeling atingida
(branqueamento leve – superficial, branqueamento intenso – profundo).

Efeitos Adversos: Irritações pele (queimaduras), se ocorrer inalação: irritação das vias respiratórias. Se
ocorrer ingestão: irritação das mucosas.

Contraindicações / Precauções: Contraindicados em casos de gravidez, lactação, lesões herpéticas


ativas, infecção bacteriana ou fúngica, dermatite facial, aplicação em pele irritada, eritematosa, uso de
medicamentos fotossensibilizantes, alergias ao componentes do peeling.

Referências Científica

O termo peeling se origina do inglês to peel = descamar, pelar, referindo-se à aplicação de agente
químico sobre a pele que de forma controlada provoca destruição da epiderme e da derme,
promovendo a renovação de tecidos. Em 1882, em Hamburgo, Paul G. Unna descreveu as ações do
ácido tricloroacético (ATA) sobre a pele. Seu trabalho inicial foi seguido por muitos outros. Agindo na
desnaturação proteica e também como um agente cáustico para a remoção de verrugas o ácido
tricloroacético é peeling muito versátil boa ação no rejuvenescimento melhora de cicatrizes , tratamento
de queratoses actínicas e melasma, considerado também de baixo custo e de baixo risco de toxicidade
sistêmica. Por ser um tratamento que apresenta várias concentrações sua área de abrangência é vasta,
seu uso pode ser considerado até mesmo para rosácea (em baixas porcentagens 2,5% a 10%). O ácido
tricloroacético também é utilizado remoção de condiloma acuminato HPV-relacionado na região ano-
genital ( verrugas).
Farmacotécnica
Estabilidade (produto final): Não encontrado nas referências consultadas.

pH Estabilidade (produto final): Não encontrado nas referências consultadas.

Solubilidade: Muito solúvel em água, em etanol.

Excipiente / Veículo Sugerido / Tipo de Cápsula: Água destilada.

Orientações Farmacotécnicas: A concentração do ácido tricloroacético é expressa por porcentagem


p/p(peso/peso), porém para a sua preparação indica-se por p/v (peso/volume). Ao dissolver em água,
aumenta-se o volume da solução final de um valor constante que depende da caracteristica do pó e a
quantidade pesada, isso é descrito com a seguinte fórmula:

𝑉𝑓 = 𝑚 × 𝛼 + 𝑉𝑎
onde:
𝑉𝑓 =volume final da solução aquosa de ácido tricloroacético.
𝑚=massa do acido tricloroacético em g.
𝛼 =coeficiente de deslocamento do ácido tricloroacético em água,constante que independente da
concentração e cuja o valor é de aproximadamente igual a 0,6.
𝑉𝑎= volume da água em mL ou massa em g.

OBS: Indica-se manusear com materiais de porcelana.

Compatibilidades (para veículos): Não aplicável.

Capacidade de Incorporação de Ingredientes Farmacêuticos (para veículos): Não aplicável.

Incompatibilidades: Materiais ou substâncias: Hidróxidos alcalinos, oxidantes fortes, sulfóxidos. Pode ser
corrosivo para metais e tecidos. Produto higroscópico.

Conservação / Armazenamento do insumo farmacêutico definido pelo fabricante: Manter as embalagens


bem fechadas, local seco e limpo. Temperatura ambiente. Condições a evitar: Temperatura acima do
ponto de fusão (54 ºc a 58 ºc).

Conservação / Armazenamento do produto final definido pelo farmacêutico RT da farmácia: De acordo o


critério de conservação do insumo definido pelo fabricante, sugerimos conservar o produto final em
temperatura ambiente, porém cabe também avaliação farmacêutica conforme a formulação, sistema
conservante e condições do produto.
Formulações
Uso Tópico

Solução para Rosácea


Ácido Tricloroacético 2,5%
Água Purificada qsp 30mL
Posologia: Gaze levemente úmida, aplicar diariamente.

Solução para peeling


Ácido tricloroacético 35%
Água purificada qsp 10 mL
Posologia: Aplicação somente com profissional.

Referências Bibliográficas
1. Dossiê Técnico do Fabricante.
2. Zanini M. Gel de ácido tricloroacético - Uma nova técnica para um antigo ácido. Med Cutan Iber
Lat, v 35, pág. 14-17, ano 2007.
3. Yokomizo V et al. Peelings químicos: revisão e aplicação prática. Serviço de Dermatologia do
Hospital do Servidor Municipal de São Paulo – São Paulo (SP),ano 2013.
4. Ferreira Velho P et al. Peeling químico superficial para o tratamento de manutenção da rosácea
Surgical & Cosmetic Dermatology, Sociedade Brasileira de Dermatologia vol. 2, núm. 4, pp. 340-341
ano 2010.
5. Meski A et al. Quimioabrasão para tratamento de rugas periorais: avaliação clínica e quantificação
das células de langerhans epidérmicas. Surgical & Cosmetic Dermatology, Sociedade Brasileira de
Dermatologia vol. 1, núm. 2, pp. 74-79 Rio de Janeiro ,2009.
6. Ferreira A. Guia Prático de Farmácia Magistral. vol. 1, 4° ed, São Paulo, pág. 345, ano 2010.
7. Farmacopéia Brasileira. vol. 2, 5ed. Brasília pág. 37. Ano 2010.

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